Acessibilidade / Reportar erro

Belos, sadios e normais: as representações sociais dos corpos infantis na revista Pais & Filhos (1968-1977)

Beautiful, healthy and normal: the social representations of children's bodies in Pais & Filhos magazine (parents & children) (1968-1977)

Bellos, saludable y normales: las representaciones sociales de los cuerpos infantiles en la revista Pais & Filhos (padres y hijos) (1968-1977)

Resumos

Este trabalho tem o objetivo de analisar a educação dos corpos infantis na revista Pais & Filhos, buscando compreender que ideal de infância é legitimado pela mesma. Investiga as representações sociais dos corpos infantis no período de 1968 a 1977, quando a publicação se considerava "a revista mensal da família moderna", utilizando a teoria das representações sociais como principal referencial. Os resultados apontam para representações dos corpos infantis objetivadas pela imagem da fábrica moderna, marcados por um ideal de beleza, e classificados através da oposição entre saúde e doença e entre normalidade e anormalidade.

Infância; corpo; representações sociais; educação e imprensa


This paper aims to analyze the education of children's bodies in Pais & Filhos magazine, trying to understand what ideal of childhood is legitimized by it. The study investigates the social representations of children's bodies in the period from 1968 to 1977 when the publication was considered "the monthly magazine of the modern family", using the theory of social representations as the main reference. The results indicate representations of children's bodies objectified by the image of the modern factory, marked by an ideal of beauty, and classified by the opposition between health and disease and between normality and abnormality.

Childhood; body; social representations; education and media


Esto trabajo tiene por objetivo analizar la educación de los cuerpos infantiles en la revista Pais & Filhos (Padres y Hijos), tratando de entender lo ideal de la infancia que se legitima por la misma. Investigar las representaciones sociales de los cuerpos infantiles en el periodo de 1968 a 1977, cuando la publicación se podría considerar "la revista mensual de la família moderna", utilizando la teoría de las representaciones sociales como la principal referencia. Los resultados apuntan a las representaciones de los cuerpos infantiles, objetivadas por la imagen de la fábrica moderna, marcado por la oposición entre salud y enfermidad, y entre normalidad y la anormalidad.

Infância; cuerpos; representaciones sociales; educación y prensa


ARTIGOS ORIGINAIS

Belos, sadios e normais: as representações sociais dos corpos infantis na revista Pais & Filhos (1968-1977)

Beautiful, healthy and normal: the social representations of children's bodies in Pais & Filhos magazine (parents & children) (1968-1977)

Bellos, saludable y normales: las representaciones sociales de los cuerpos infantiles en la revista Pais & Filhos (padres y hijos) (1968-1977)

Ms. Cristiane Queiroz de Souza AssunçãoI; Dra. Raquel Martins de AssisII; Dra. Regina Helena de Freitas CamposIII

IMestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE/UFMG). Professora de Educação Física da Rede Particular de Ensino de Belo Horizonte (Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil). E-mail: crisqsa@gmail.com

IIDoutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE/UFMG). Professora de Psicologia da educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE/UFMG) (Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil). E-mail: raamart@yahoo.com.br

IIIPhD em Educação pela Stanford University. Professora de Psicologia da educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE/UFMG) (Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil). E-mail: regihfc@terra.com.br

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Cristiane Queiroz de Souza Assunção R. Salinas, 2428 Bairro Santa Tereza Belo Horizonte - MG CEP: 31015-190

RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de analisar a educação dos corpos infantis na revista Pais & Filhos, buscando compreender que ideal de infância é legitimado pela mesma. Investiga as representações sociais dos corpos infantis no período de 1968 a 1977, quando a publicação se considerava "a revista mensal da família moderna", utilizando a teoria das representações sociais como principal referencial. Os resultados apontam para representações dos corpos infantis objetivadas pela imagem da fábrica moderna, marcados por um ideal de beleza, e classificados através da oposição entre saúde e doença e entre normalidade e anormalidade.

Palavras-chave: Infância; corpo; representações sociais; educação e imprensa.

ABSTRACT

This paper aims to analyze the education of children's bodies in Pais & Filhos magazine, trying to understand what ideal of childhood is legitimized by it. The study investigates the social representations of children's bodies in the period from 1968 to 1977 when the publication was considered "the monthly magazine of the modern family", using the theory of social representations as the main reference. The results indicate representations of children's bodies objectified by the image of the modern factory, marked by an ideal of beauty, and classified by the opposition between health and disease and between normality and abnormality.

Keywords: Childhood; body; social representations; education and media.

RESUMEN

Esto trabajo tiene por objetivo analizar la educación de los cuerpos infantiles en la revista Pais & Filhos (Padres y Hijos), tratando de entender lo ideal de la infancia que se legitima por la misma. Investigar las representaciones sociales de los cuerpos infantiles en el periodo de 1968 a 1977, cuando la publicación se podría considerar "la revista mensual de la família moderna", utilizando la teoría de las representaciones sociales como la principal referencia. Los resultados apuntan a las representaciones de los cuerpos infantiles, objetivadas por la imagen de la fábrica moderna, marcado por la oposición entre salud y enfermidad, y entre normalidad y la anormalidad.

Palabras clave: Infância; cuerpos; representaciones sociales; educación y prensa.

INTRODUÇÃO

A infância, atualmente, tem sido revelada por uma série de especialistas que possuem autoridade para falar sobre ela, com base na legitimidade que os saberes científicos lhes conferem. Estes saberes são divulgados através de diversos meios, dentre eles a mídia impressa. Assim, diversas representações da infância circulam nos meios de comunicação que, por sua vez, ajudam a ditar padrões de conduta, de beleza e de saúde, e elegem modelos ideais, consequentemente excluindo ou desvalorizando o que não se encaixa nestes padrões.

Partindo dessas questões, realizamos uma pesquisa com o propósito de analisar a educação dos corpos infantis na revista Pais & Filhos , buscando compreender que representações sociais dos corpos infantis são veiculadas pela revista e, nesse sentido, que ideal de infância é legitimado pela mesma. A revista Pais & Filhos é a mais antiga dentre as publicações circulantes sobre cuidados e educação das crianças atualmente, sendo que seu primeiro número data de 1968. A circulação no período estudado (1968 a 1998) foi ampla. As seções com participação dos leitores trazem cartas vindas de vários estados brasileiros, e até do exterior. O contexto de sua produção elucida intenções e projetos de construção da realidade da infância, ao orientar as famílias no cuidado e educação das crianças. Estas orientações são apresentadas no tratamento de diversos assuntos, tais como saúde, comportamento, educação, moda, literatura, lazer, etc., por pessoas autorizadas a fazê-lo. Elas revelam representações dos corpos infantis, já que toda educação pressupõe uma dimensão corporal.

É importante destacar que este estudo se concentrou no campo de produção de representações sobre a infância, não permitindo avaliar a magnitude da influência real nas práticas dirigidas às crianças. Entretanto, a ampla circulação da revista e a intensa participação dos leitores através de cartas, nos trazem indícios de que Pais & Filhos exercia tal influência.

Elegemos as representações dos corpos infantis como objeto de estudo por entender que o corpo é educado desde a infância por saberes, práticas e pela materialidade do mundo que o cerca. Essa educação se manifesta em tudo o que envolve indivíduos, grupos e sociedades e, nesse sentido, o corpo pode ser entendido como lugar de inscrição da cultura e, consequentemente, como objeto histórico (DAOLIO, 1994; SANT'ANNA, 2005; SOARES, 2001, 2003).

Por meio de pesquisa documental de caráter qualitativo, realizamos uma análise inicial da Pais & Filhos no período de 1968 a 1998 - época em que a revista era publicada pela Editora Bloch, observando aspectos da sua materialidade e estrutura, tais como seções, assuntos recorrentes, dentre outros que se mostraram relevantes. Daí, elegemos os artigos que pareciam tratar mais especificamente da educação dos corpos infantis.

A partir dos dados levantados, identificamos um forte apelo a práticas modernas de educação das crianças na primeira década da publicação - 1968 a 1977. Nesse período, Pais & Filhos se intitulava como "a revista mensal da família moderna". Assim, interessou-nos centrar a investigação nesse período, no intuito de compreender as representações dos corpos infantis ancoradas no discurso sobre o "moderno". Este novo recorte foi constituído por dez revistas - sendo uma por ano - que pareciam representar bem o conjunto de edições de cada ano em relação aos assuntos tratados.

Foram selecionados os artigos que traziam explícitos elementos que procuram descrever ou caracterizar o corpo infantil. Em seguida, foi feita uma análise qualitativa dos dados obtidos, utilizando a teoria das representações sociais (MOSCOVICI, 2003) como principal referencial para a interpretação dos resultados. As imagens dos artigos foram utilizadas como suporte e examinadas em conjunto com a análise do texto, tendo em vista que as imagens podem ser consideradas como fazendo parte do discurso de cada artigo e, portanto, como portadoras de representações sociais acerca do corpo infantil.

Este artigo apresenta alguns resultados obtidos na pesquisa e foi organizado do seguinte modo: em primeiro lugar, apresentamos a representação dos corpos infantis objetivada pela imagem da fábrica moderna e descrevemos o ideal de beleza da revista. Em seguida, tratamos das oposições entre corpos sadios e doentes, bem como entre normalidade e anormalidade. Por fim, concluímos relacionando os sentidos do termo "moderno" na Pais & Filhos com suas representações sociais acerca dos corpos infantis.

OS CORPOS INFANTIS: FÁBRICAS MODERNAS

As representações dos corpos infantis presentes na Pais & Filhos são construídas a partir de um referencial predominantemente biológico. A partir dele, o corpo é entendido como um conjunto de órgãos, arranjados em sistemas e portadores de funções específicas. O corpo infantil, sujeito às leis do desenvolvimento, é visto como um pequeno organismo, ainda imaturo. Por um lado, é limitado por sua condição biológica, mas, por outro, pode ser beneficiado por práticas sociais, como os esportes e a alimentação adequada.

Entendido como organismo biológico, a revista representa o corpo infantil objetivado pela imagem da fábrica, como mostra um artigo da série "A Escola em Casa",1 1 . Nessa série o conhecimento a respeito dos assuntos tratados era organizado de forma bastante didática, para auxiliar os pais no acompanhamento escolar dos filhos. sobre o corpo humano:

Do momento do nascimento em diante, quando entram em pleno funcionamento todos os órgãos, o bebê passa a ser uma minifábrica, que se especializa e se torna diferente dos pais a cada dia (COUTINHO, 1970, p. 28).

Essa objetivação expressa bem o contexto moderno ao qual as representações da revista se vinculam, marcado pelo desenvolvimento industrial. O corpo "minifábrica" tem suas funções divididas pelos diversos órgãos e sistemas. Essa associação do corpo à fábrica confere a ele o conceito de eficiência. A representação do corpo, nesse sentido, é ancorado na ideia da máquina.

O artigo publicitário do produto "Calcigenol" - um suplemento de cálcio que prometia propiciar às crianças uma estrutura óssea sadia - é um exemplo de classificação do corpo como máquina, que na propaganda se dá através de um diálogo entre pai e filho. O primeiro explica ao segundo que a máquina que observam tem uma estrutura forte e sólida, como deve ser o corpo humano (FIGURA 1).


A relação entre corpo humano e máquina não é nova, pois já desde a filosofia mecanicista cartesiana do século XVII a máquina se constitui como o modelo do corpo. O corpo humano se distingue das outras máquinas apenas pela natureza de suas engrenagens, sendo representado como invólucro para a essência do homem, isto é, a inteligência, o cogito (LE BRETON, 2003). Entretanto, na Pais & Filhos a relação entre o corpo e a máquina assume um caráter novo, que expressa o contexto de desenvolvimento industrial brasileiro da época: o modelo da máquina que inspira o ideal de corpo é o da fábrica.

Neste sentido, o corpo é compreendido como uma organização em que os diversos sistemas desempenham funções próprias, em uma verdadeira divisão do trabalho. No comando dessas funções se encontra o sistema nervoso, reduzido à figura do cérebro que, ao se desenvolver, possibilita o surgimento da vontade, ou seja, das ações praticadas voluntariamente:

[...] os bebês não têm vontade nem contrôle do corpo. [...] Desenvolvido o cérebro, a vontade ocupa o lugar do automatismo (PINHO, 1968, p. 9).

Junto da ideia de minifábrica, a revista traz também a representação do corpo como o lugar de expressão dos sentidos e do instinto, embora com menor frequência. Os sentidos são entendidos como espécies de ferramentas através das quais o corpo infantil apreende o mundo à sua volta. O instinto aparece na revista, geralmente, associado aos reflexos motores ou à sexualidade infantil tratada a partir da teoria freudiana, evidenciando a importância da psicanálise para a construção de uma ciência da criança.

Tanto o instinto ligado à sexualidade, definido como libido, quanto os reflexos motores, são descritos como mais característicos da criança menor e devem, ao longo do desenvolvimento, ceder lugar à inteligência, sendo paulatinamente controlados pela consciência:

Por volta dos cinco anos, quando segundo Sigmund Freud, terá passado por todas as fases de desenvolvimento de sua libido, a criança dispõe de todo o instrumental lingüístico, sendo capaz de expressar em palavras o que vê e sente e está igualmente apta a movimentar conscientemente todo o seu corpo (NORÕES, 1976b, p. 31).

As representações dos corpos infantis na Pais & Filhos , nesse sentido, trazem a marca da dicotomia corpo e mente. Segundo Stephen Gould (1999), a ciência moderna, em um processo de reificação, ou seja, de transformação de conceitos abstratos em coisas palpáveis, atribuiu uma localização à inteligência: o cerébro. Como o cérebro é caracterizado como a fonte da atividade mental, a inteligência passa a residir lá. Embora esta dicotomia, bem como o mecanicismo, seja uma ideia bem antiga nos campos da filosofia e das ciências, observamos que estes aspectos se fazem presentes na Pais & Filhos pela representação da divisão entre a cabeça (ou o cérebro) consciente e inteligente e o resto do corpo, objeto a ser controlado.

Na revista, a mente ocupa um lugar de superioridade em relação ao corpo, de modo que, ao longo do desenvolvimento infantil, o corpo deva ser cada vez mais silenciado em seus instintos e desejos a fim de ser controlado pela consciência e se tornar um corpo educado, civilizado.

De fato, a modernidade tem como marca fundamental a crença na razão objetiva como instrumento de controle sobre a natureza (CASTRO, 1998). A consciência, portanto, é instrumento de controle sobre a natureza imprevisível do corpo. Assim, seja nas representações do corpo como organismo biológico, como máquina ou como lugar de instintos e de sentidos, o corpo é representado na Pais & Filhos como natureza.

Mas, como bem observa Moscovici (2003), as representações não são homogêneas. Embora, na revista, a representação predominante é a do corpo como algo natural, há também lugar para a problematização da influência da cultura no corpo:

Verificou-se que, principalmente nas grandes cidades, as crianças tendem a crescer mais, talvez por influência de certos aspectos da civilização moderna sobre o cérebro e as glândulas endócrinas (ELIAS, 1974, p. 28).

Entretanto, no contexto da Pais & Filhos , o corpo como construção cultural não é uma concepção tão recorrente, embora a revista estampe e discurse sobre corpos infantis - e propõe práticas de educação desses corpos - trazendo marcas da cultura e da sociedade na qual está inserida. É neste âmbito que aparecem as representações sobre a aparência dos corpos, a oposição entre corpos sadios e doentes, bem como entre corpos normais e anormais.

CORPOS INFANTIS BELOS

A beleza dos corpos infantis é exaltada nas páginas da Pais & Filhos por um discurso que a valoriza como atributo desejável. Diversos textos e imagens contribuem para a formação de um padrão de corpo considerado bonito.

Denise Sant'Anna (2001), ao tratar da beleza feminina por um viés histórico, considera que as revistas e a publicidade contribuíram para dar ao corpo um espaço de exposição. Entretanto, quando esse espaço é garantido, o corpo passa a adquirir dois deveres: ser civilizado e ser fotogênico. Nesse sentido, percebemos também na Pais & Filhos essa exposição dos corpos infantis, acompanhada de uma idealização do corpo. Isso ocorre a partir de dois processos identificados pela autora: todos os corpos devem ser belos, e existe um ideal único de beleza a ser atingido por todos os corpos (SANT'ANNA, 2001).

Esse corpo bonito ideal é bem delineado pela revista. Esta descreve características desejáveis e indesejáveis de olhos, cabelos e até dos dentes:

Quando uma criança nasce, toda a família espera que ela herde os melhores traços de todas as gerações: os olhos azuis do avô, o narizinho arrebitado da tia, os dentes perfeitos do pai (PINTO, 1973, p. 55).

A criança ideal da Pais & Filhos remete mais a um modelo europeu do que propriamente brasileiro: é branca, tem olhos claros e os cabelos loiros. Essas são as três principais características exaltadas pela publicação. As imagens de crianças estampadas em suas páginas ilustram bem esse padrão, sendo rara a presença de crianças negras e de outras etnias.

Se as imagens presentes na revista representam e legitimam determinados padrões, as imagens das capas são ainda mais expressivas nessa função, tendo em vista o fato de se constituírem como a impressão inicial, o primeiro contato do leitor com a publicação. As capas das edições analisadas trazem fotos de dez crianças. Dessas, todas são brancas e tem os cabelos loiros ou claros. Três possuem os olhos azuis ou verdes, quatro tem os olhos castanhos e no restante não é possível perceber claramente a cor dos olhos.

A capa da primeira edição traz uma criança portadora dessas características consideradas ideais, e um artigo publicado dois anos depois, sobre o menino da capa, exalta seus atributos:

Quando a revista foi lançada e o cartaz mostrando um menino louro de enormes olhos azuis foi espalhado pelo país inteiro, Igor não podia nem ir à pracinha [...] (AUTRAN, 1970, p.71).

É interessante notar que, ao contrário da capa da primeira edição, na reportagem posterior Igor tem os olhos castanhos (FIG. 2), o que demonstra que houve tratamento da imagem na primeira capa. Assim, percebemos um tratamento das imagens estampadas na revista a fim de que ela represente bem o padrão de beleza idealizado. Nesse sentido, podemos até mesmo questionar: a criança ideal não existe? De fato, ela é um ideal distante, do qual algumas crianças podem apenas se aproximar, mas que está longe de ser alcançado para a maioria delas.


Quando a distância do modelo ideal é exacerbada, as características diferentes são consideradas como deformações ou disformias:

A

orelha em abano

é uma pequena disformia, mas acarreta sempre problemas psicológicos. Principalmente na idade escolar, quando a criança recebe o apelido desagradável de

orelha de burro, diabinho

, etc. (AZEVEDO, 1974, p. 30).

As crianças portadoras de "deformidades" fogem do padrão de normalidade presente na publicação. Aquilo que se diferencia do padrão normal sempre foi motivo de curiosidade ou estranhamento, tanto que até o final do século XIX era comum a exibição do homem considerado anormal, como uma das primeiras formas da indústria moderna de diversão de massas. Gêmeos siameses, crianças microcéfalas, mulheres barbadas, dentre vários tipos de teratologias eram exibidos em feiras, ruas e teatros (COURTINE, 2008).

Pais & Filhos está inserida em um contexto no qual as deformidades não são mais exibidas, mas se constituem como um problema médico, a ser evitado ou corrigido. A revista publica vários artigos referentes a cirurgias plásticas em crianças para corrigir disformias, que vão desde as orelhas de abano até o lábio leporino. O corpo infantil é o corpo rascunho , como indica David Le Breton (2003), máquina imperfeita a ser reparada pela ciência moderna. Assim, as deformações podem e precisam ser corrigidas em prol de um padrão estético representado pela palavra "normal":

Recorre-se à plástica para reparar anormalidades congênitas ou provocadas por acidentes. É neste campo que está sua importância. E mais importante se torna quando é aplicada para corrigir deformidades em uma criança, fazendo-a normal e impedindo a formação de complexos que só prejudicariam seu desenvolvimento (MARREIRO, 1977, p. 33).

Mesmo em relação a atributos que não costumam ser corrigidos - porque não chegam a ser considerados anormais -, como a cor dos olhos, observa-se o desejo de pertencer ao padrão de beleza. É o que aponta a carta enviada por uma mãe a Pais & Filhos:

Gostaria de que me esclarecessem como deveria fazer para que os meus filhos nascessem com os olhos da cor de minha preferência (verde ou azul) (CARTAS, 1975, p.108).

Além das características descritas acima, os corpos infantis representados pela revista possuem tamanhos e pesos ideais, de acordo com a idade. A revista se refere, muitas vezes, às tabelas de peso e altura como uma referência para diagnosticar se o corpo infantil é normal.

Os textos e as imagens mostram quase sempre crianças magras, evidenciando a necessidade de evitar a gordura corporal. Assim, o corpo infantil ideal é magro. Entretanto, não o pode ser em excesso, pois a criança muito magra é motivo de preocupação, expressa principalmente nos relatos das mães:

"Tenho uma filha de sete anos que, apesar de aparentemente sadia, não cresce e é bem magrinha, aparentando ter quatro anos. [...]" (PAIS, 1970, p. 117).

Pais & Filhos parece retratar um contexto de mudanças, no qual ciências como a medicina e a nutrição já trabalham com um corpo ideal magro, mas essas representações não são predominantes no senso comum. A revista, então, contribui com esse processo de transformação nas representações.

Outra característica desejável nos corpos infantis, de acordo com a revista, é a limpeza. Os hábitos de higiene são constantemente lembrados na publicação, como meio de manter os corpos infantis limpos:

Mas cuide também para que ele próprio vá adquirindo o hábito de manter-se limpo, banhando-se, escovando os dentes, lavando as mãos antes das refeições, penteando-se (SANTOS, 1976, p. 24).

As imagens de crianças na Pais & Filhos estampam corpos sempre limpos. Além da higiene, podemos também perceber as representações dos corpos infantis através do envoltório desses corpos, ou seja, através de suas roupas. Os artigos sobre moda propõem que as roupas infantis devem ser bonitas, mas também precisam permitir a atividade própria da criança: a brincadeira.

Em relação à aparência, as roupas são descritas como bonitas, graciosas, charmosas e, no dizer da época, cheias de bossa ou um barato . Precisam estar na moda e ser modernas . Em alguns casos, se dizem inspiradas na moda adulta. Também devem ser alegres e coloridas .

Assim, as representações sociais dos corpos infantis na Pais & Filhos , expressas em textos e imagens, constroem um modelo de criança: branca, magra ou robusta, limpa e envolta por roupas alegres e modernas. A aproximação desse modelo possibilita à criança o pertencimento ao ideal estético da infância.

CLASSIFICANDO OS CORPOS INFANTIS: NORMALIDADES E PATOLOGIAS

Na Pais & Filhos, as duas principais formas de classificação dos corpos infantis são: a) corpos sadios ou doentes; b) corpos normais ou anormais. Essa divisão não é tão objetiva nas páginas da publicação. Comumente, os corpos sadios são também corpos normais e os corpos doentes são considerados anormais. Afinal, o discurso da norma perpassa também as questões da saúde, e mesmo da aparência, abordada anteriormente.

A abordagem ao corpo sadio ocorre em artigos sobre assuntos diversos, tais como alimentação, higiene, esportes, desenvolvimento e comportamento. Nesse sentido, na Pais & Filhos o termo saúde não assume apenas o significado de ausência de doenças, mas se configura como um estilo de vida. Assim, o corpo sadio também precisa atender a outros quesitos: ser limpo, se alimentar bem, brincar, se movimentar e se desenvolver de acordo com a norma.

Em oposição ao estado de saúde, vários tipos de doenças são descritas, seguidas de seus sintomas característicos: gripes, resfriados, problemas respiratórios, diabetes, tuberculose, sarampo, hepatite, encefalite, meningite, câncer, dentre outras. A revista pretende alertar os pais para os sinais que se constituem motivo de preocupação, ou seja, que indiquem a necessidade da consulta a um especialista, autoridade responsável pelo diagnóstico correto e tratamento adequado. O papel dos pais, portanto, consiste em identificar essas evidências e encaminhar a criança para os cuidados específicos.

Ao representar o corpo infantil a partir da dualidade saúde versus doença, Pais & Filhos toma como referência a legitimidade da ciência para tratar dessa questão. Assim, a medicina moderna é exaltada, na Revista, pelas suas técnicas inovadoras capazes de promover a saúde e controlar as doenças. Imagens de máquinas responsáveis por exames modernos são estampadas nas edições, evidenciando crescente escrutínio e controle do corpo.

Nesse sentido, é possível, a partir dos saberes médicos, perceber a preocupação com a educação e o controle dos corpos infantis e, ao mesmo tempo, o aumento nas prescrições de regras para uma vida saudável. De acordo com Moulin (2008), houve uma crescente medicalização dos corpos nos últimos séculos, pois a medicina tomou o lugar dos saberes que, tradicionalmente, dirigiam as consciências. Assim, a medicina, bem como outras ciências, passam a ditar regras de comportamento e de cuidados em uma rede de recomendações.

Essa medicalização da sociedade é entendida pela autora como o processo, iniciado a partir do século XIX e intensificado no século XX, que fez dos médicos os intermediários obrigatórios da gestão dos corpos. A atuação desses profissionais ocorre intimamente ligada ao controle do Estado, e influencia desde os acontecimentos da socialização, como a entrada na escola, o serviço militar e a escolha da profissão, até a adoção de práticas obrigatórias, como no caso da vacinação (MOULIN, 2008).

Nessas práticas obrigatórias que começam a fazer parte da sociedade, é necessária uma dose de persuasão e, desse modo, ações educativas. A revista se insere nesse processo, apropriando-se do discurso médico legitimado como representante da ciência moderna. Nessa rede de apropriações, os argumentos utilizados chegam a incutir medo nos leitores:

Se o sarampo começar a se manifestar em sua casa, não perca tempo. Leve a criança imediatamente para a cama e corra atrás do médico. Mas, se o vírus não apareceu por lá ainda, não espere que êle se decida. Uma única dose de vacina imuniza seu filho, impede que êle sofra tôdas aquelas conseqüências e surjam todos os traumas de ter em casa uma criança inválida, anormal, ou mesmo de não ter mais esta criança (BRAGA, 1970, p. 84).

Assim, na relação entre coerção e legitimação das representações sobre saúde e doença e sobre normalidade e anormalidade, insere-se, ao mesmo tempo, um processo de ordenação dos corpos a fim de otimizar seu funcionamento e o cuidado consigo mesmo, que problematiza a afinidade entre ciência e estado a partir da modernidade (Moulin, 2008).

A classificação dos corpos infantis em normais ou anormais é recorrente na Pais & Filhos . O corpo normal assume dois significados principais: a) o que não possui deformações físicas; b) o que se desenvolve conforme o esperado.

O corpo normal, oposto ao corpo deformado ou disforme, está relacionado à aparência física, já tratado anteriormente. A principal referência, entretanto, para classificar o corpo como normal é o desenvolvimento, ou seja, aquele que cresce e se desenvolve conforme o esperado.

A sequência do desenvolvimento infantil é definida pela sua idade e, para que seja garantido e ocorra adequadamente, ele precisa ser guiado, assegurando a recepção de estímulos externos adequados:

Há muitas provas de que justamente a

idade de bebê

, à qual até agora foi dada pouca importância, tem um papel decisivo no desenvolvimento da pessoa. No primeiro ano de vida a criança deve receber muitos e determinados estímulos para que possa desenvolver-se tão bem quanto possível (DEIXE, 1969, p.12).

Desse modo, embora o desenvolvimento seja natural, é de responsabilidade dos pais, com a ajuda dos especialistas, assegurá-lo. Assim, a criança normal se encontra dentro de padrões que obedecem às leis do desenvolvimento humano. A essência dessas normas relaciona-se às ideias de progresso e de tempo. O corpo infantil normal está em constante evolução, até chegar ao seu ideal - o adulto - e precisa se desenvolver dentro de um período de tempo estabelecido.

Considerando que os saberes sobre o desenvolvimento, advindos de ciências como a psicologia e a medicina, foram construídos também a partir da observação de crianças, o corpo normal assume ainda o sentido daquele que se comporta dentro da média, acompanhando a maioria:

A maioria dos bebês aprende a andar entre os 12 e os 15 meses, mas alguns começam antes (CARRILHO, 1970, p. 8).

Na mesma linha de entendimento, os desvios da média são aceitáveis apenas até certos limites, a partir dos quais passam a ser considerados anormais:

Por isso, é necessário lembrar que as várias etapas da dentição não são iguais para todos os bebês. Mesmo quando a saúde da criança esta ótima, existem em todos os setores do desenvolvimento infantil as variações individuais, que não têm maior importância quando o atraso não é excessivo (HIGIENE, 1977, p. 71).

O corpo anormal é representado pela Pais & Filhos a partir de várias nomenclaturas: retardados, deficientes, excepcionais, inválidos, abobados, mongoloides, defeituosos, paralisados e diferentes. Esses diferentes termos são utilizados, na publicação, para se referir às características desviantes do padrão normal. Entretanto, a presença de artigos cujo tema é o corpo anormal, na publicação, é escassa. Ele aparece em momentos em que a referência ao padrão de normalidade está presente, principalmente nas matérias sobre desenvolvimento infantil. O número de artigos que tratam exclusivamente de crianças que, segundo as representações da revista, são portadoras de deficiências ou disformias, chega a ser insignificante. As imagens também estão em quantidade pouco expressiva e aparecem somente nas escassas reportagens a respeito do assunto, em uma perspectiva de correção ou tratamento, ou seja, de necessidade de aproximação com o padrão de normalidade. É o caso da foto do artigo "O que Fazem os Incríveis Bisturis dos Cirurgiões Plásticos" (AZEVEDO, 1974), que mostra um jovem submetido a uma operação de correção de suas "orelhas de abano" e sua foto quando criança antes da cirurgia. As imagens, nesse caso, são preto e brancas e denotam um aspecto triste, ao contrário das alegres imagens coloridas que ilustram a maioria das revistas.

Enfim, a classificação dos corpos infantis como normais ou anormais pela Pais & Filhos se apropria do discurso científico, e divulga representações específicas que tomam como referência os padrões de desenvolvimento estabelecidos pela ciência, principalmente pela psicologia e pela medicina, a partir da média de características e comportamentos das crianças, seja em relação ao desenvolvimento mental, o motor ou ao crescimento. O tempo é um fator imprescindível nesse processo, já que a infância é datada e é preciso desenvolver adequadamente o indivíduo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo, buscamos identificar o ideal de infância veiculado pela revista Pais & Filhos , a partir das prescrições de educação dos corpos das crianças assumidas pela mesma, que revelam expectativas sociais em relação à infância no final da década de 1960 e grande parte da década de 1970 no Brasil. As representações sociais dos corpos infantis da revista explicitam um modo "moderno" de educação e cuidado das crianças, construído principalmente a partir do diálogo com a ciência e das apropriações do discurso científico.

O sentido do termo moderno na Pais & Filhos remete às características da modernidade, entendida como o processo crescente de racionalização das sociedades que acompanha a expansão capitalista nos séculos XVIII e XIX, e suas consequentes transformações socioculturais, mas também assume o sentido de modernidade como uma lógica de oposição à tradição. As características da revista e as representações sociais dos corpos infantis nela presentes explicitam essas relações.

Em primeiro lugar, se destaca a autoridade do discurso científico, principalmente dos saberes da medicina e da psicologia, no tratamento das questões referentes à infância. Pais & Filhos incorpora os atributos da ciência moderna ao representar os corpos infantis. A ciência moderna, entendida como um modo de produção de verdades, possui um sentido construtivista: não apenas explica a realidade, mas modela-a. Para tal, intervém nela, classificando-a e ordenando-a. Isso também se expressa nas representações sociais da revista.

O corpo infantil obedece aos critérios de ordenação e de classificação: tem o seu comportamento ordenado em uma sequência lógica ao longo do contínuo temporal - o desenvolvimento - e é classificado de acordo com categorias constituídas a partir do conhecimento científico - sadio, doente, normal, anormal. Além disso, a infância, compreendida como tempo de desenvolvimento, tem na ideia moderna de progresso sua principal ancoragem, no sentido de que a criança evolui continuamente com vistas a alcançar seu objetivo final: o futuro adulto.

Na Pais & Filhos , a máquina que serve de modelo para a representação do corpo é a da indústria - o corpo é objetivado como uma minifábrica, atrelado à ideia de eficiência -, que também se torna referência para a significação do sentido do tempo - o tempo da infância é fragmentado, demarcado por etapas a serem rapidamente superadas, rumo à idade adulta. Maria Rita Kehl (2003) enfatiza que uma das modalidades predominantes da organização dos corpos nas sociedades industriais é a temporalidade ritmada, demarcada e veloz. Essas representações explicitam, nesse sentido, também o contexto brasileiro da época, marcado pelo grande crescimento da industrialização brasileira.

Ao divulgar um modelo de corpo infantil a ser alcançado através de práticas de prevenção, educação e correção, a revista Pais & Filhos expressa o ideal do que deve ser a criança e a infância, vinculando-se a um projeto moderno de governo dos corpos que obedece à organização de etapas temporais relacionadas às idades. Como destacam Ferreira e Gondra (2006), a divisão da infância em fases universais, por um lado, corre o risco de desconsiderar as experiências socioculturais dos sujeitos concretos, mas por outro lado resulta em um amplo movimento de busca de compreensão da infância a partir de suas particularidades, marcado por uma mudança de racionalidade, que se torna mais sofisticada e derivada de uma maior atenção com as crianças. Historicamente, esse processo foi fundamental para uma organização de cuidados de saúde e educação, que tem marcado a qualidade de vida da população contemporânea.

Recebido: 08 jun. 2011

Aprovado: 31 out. 2011

  • AUTRAN, M. Êle foi nossa primeira capa. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 3, n.1, p. 68-71, set. 1970.
  • AZEVEDO, M. O que fazem os incríveis bisturis dos cirurgiões plásticos. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 6, n. 11, p. 30-33, jul. 1974.
  • BRAGA, M. B. Sarampo: o perigo das pintinhas vermelhas. Pais & Filhos, Rio de Janeiro, ano 3, n. 1, p. 80-84, set. 1970.
  • CARRILHO, W. Aventuras do bebê dentro de casa. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 3, n. 1, p. 6-14, set. 1970.
  • CARTAS. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 7, n. 7, p. 108-109, mar. 1975.
  • CASTRO, L. R. Uma Teoria da Infância na Contemporaneidade. In: ______. Infância e adolescência na cultura do consumo . Rio de Janeiro: Nau, 1998. p. 23-53.
  • COURTINE, J.-J. O Corpo Anormal: história e antropologia culturais da deformidade. In: CORBIN, A.; COURTINE, J.; VIGARELLO, G. História do corpo . Petrópolis: Vozes, 2008. p. 253-340.
  • COUTINHO, M. Cérebro, o comandante perfeito. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 3, n. 1, p. 22-28, set. 1970.
  • DAOLIO, J. Da cultura do corpo . Campinas: Papirus, 1994. 104 p.
  • DEIXE a criança livre e veja o que ela é capaz de fazer. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 2, n. 3, p. 4-12, nov. 1969.
  • ELIAS, M. Aos 9 anos, ela já tem tamanho de adulto e é tratada como adulto. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 6, n. 11, p. 26-29, jul. 1974.
  • FERREIRA, A. G.; GONDRA, J. G. Idades da vida, infância e a racionalidade médico-higiénica em Portugal e no Brasil (séculos XVII-XIX). In: FERNANDES, R; LOPES, A.; FARIA FILHO, L. M (Org.). Para a compreensão histórica da infância . Porto: Campo das Letras, 2006. p. 153-177.
  • GOULD, S. J. A falsa medida do homem . São Paulo: Martins Fontes, 1999. 369 p.
  • HIGIENE infantil. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 9, n. 5, p. 71, jan. 1977.
  • KEHL, M. R. As máquinas falantes. In: NOVAES, A. (Org.). O homem-máquina : a ciência manipula o corpo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 243-259.
  • LE BRETON, D. Adeus ao corpo : antropologia e sociedade. Campinas: Papirus, 2003. 240p.
  • MARREIRO, M. Na infância, a plástica. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 9, n. 5, p.32-35, jan. 1977.
  • MOSCOVICI, S. Representações sociais : investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2003. 404 p.
  • MOULIN, A. M. O Corpo Diante da Medicina. In: CORBIN, A.; COURTINE, J.; VIGARELLO, G. História do corpo . Petrópolis: Vozes, 2008. p. 15-82.
  • NORÕES, C. O corpo: ele vai crescer na vida e que seja lindo. Pais & Filhos ; Rio de Janeiro, Ano 9, n. 2, p. 28-31, out. 1976.
  • PAIS & filhos escrevem. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 3, n. 1, p. 117, set. 1970.
  • PINHO, E. Êste bebê é um gênio? não, seu filho também faz isso. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 1, n. 1, p. 4-10, set. 1968.
  • PINTO, M. C. Com quem se parece seu filho? Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 6, n. 1, p. 54-60, set. 1973.
  • SANT'ANNA, D. B. Corpos de passagem: ensaios sobre a subjetividade contemporânea. São Paulo: Estação Liberdade, 2001. 127 p.
  • SANT'ANNA, D. B. Políticas do corpo: elementos para uma história das práticas corporais. 2. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2005.
  • SANTOS, E. M. A higiene: saiba os primeiros cuidados. Pais & Filhos , Rio de Janeiro, ano 9, n. 2, p. 24-27, out. 1976.
  • SOARES, C. L. (Org.). Corpo e história . Campinas: Autores Associados, 2001. 180p.
  • SOARES, C. L. Pedagogias do corpo. Labrys Estudos Feministas , n. 4, ago/dez, 2003. Disponível em: <http://www.unb.br/ih/his/gefem/labrys4/textos/car1.htm>. Acesso em: 14 out. 2008.
  • Endereço para correspondência:

    Cristiane Queiroz de Souza Assunção
    R. Salinas, 2428 Bairro Santa Tereza
    Belo Horizonte - MG CEP: 31015-190
  • 1
    . Nessa série o conhecimento a respeito dos assuntos tratados era organizado de forma bastante didática, para auxiliar os pais no acompanhamento escolar dos filhos.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      08 Nov 2012
    • Data do Fascículo
      Set 2012

    Histórico

    • Recebido
      08 Jun 2011
    • Aceito
      31 Out 2011
    Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte Universidade de Brasilia - Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Educação Física, Asa Norte - CEP 70910-970 - Brasilia, DF - Brasil, Telefone: +55 (61) 3107-2542 - Brasília - DF - Brazil
    E-mail: rbceonline@gmail.com