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Atribuição dada pelo levantador em sua organização ofensiva ao papel do treinador: da base ao alto nível do voleibol

The volleyball setter's perspective on relation with the coach: from formation to high level

La perspectiva del armador de vóleibol en su organización defensiva en la relación con el entrenador: desde la base hasta lo más alto

Resumo

O objetivo do estudo foi investigar o significado que o treinador tem para o levantador de voleibol. A amostra (n = 18) foi composta por levantadores campeões dos escalões de base e do profissional (Superliga). A abordagem qualitativa denotou a relevância do treinador no desenvolvimento da organização ofensiva da equipe, distribuição de jogo, essencialmente no cerne dos treinamentos e nos diálogos treinador-levantador. Na partida o levantador privilegia atuar com autonomia em suas ações de distribuição, que são baseadas nos treinos efetuados. Ressalva para o aceite das preposições (intervenções) do treinador nos momentos de constrangimento do sistema ofensivo. O treino deve possibilitar ao levantador a compreensão tática do jogo, em vez de se concentrar exclusivamente em atitudes passivas de repetição.

PALAVRAS-CHAVE
Treinador-Levantador; Distribuição; Decisão; Voleibol

Abstract

The aim of this study was to investigate the significance that the coach has for the volleyball setter. The sample (n = 18) was composed by champion setters from the formative and professional (Superliga) categories. The qualitative approach showed the importance of the coach in the team's offensive development and organization, game distribution, essentially in the training sessions and in the communication between coach and setter. In the game the setter prefers to act with autonomy in the distribution of the balls that are based in the previous training sessions, except when the coach proposes actions when the offensive system is under pressure. The training sessions should enable the setter to tactically understand the game rather than focus solely on passive attitudes of repetition.

KEYWORDS
Coach-Setter; Distribution; Decision; Volleyball

Resumen

El objetivo del estudio consistió en investigar el significado que el entrenador adquiere para el armador en vóleibol. La muestra (n = 18) se constituyó con los armadores campeones de los equipos nacionales de base y profesionales (Superliga de Brasil). Un abordaje cualitativo demostró la relevancia del entrenador en el desarrollo de la organización ofensiva del equipo, distribución de juego, esencialmente en las sesiones de entrenamiento y en las conversaciones entres entrenador y armador. En el juego, el armador prefiere actuar con autonomía en sus acciones de distribución, que tienen como base los entrenamientos efectuados, excepto cuando el entrenador propone acciones cuando el sistema defensivo está bajo presión. El entrenamiento debe posibilitar al armador la comprensión táctica del juego y no concentrarse exclusivamente en actitudes pasivas de repetición.

PALABRAS CLAVE
Entrenador-armador; Distribución; Decisión; Vóleibol

Introdução

No voleibol, na tomada de decisão do levantador sobre a estrutura das ações e combinações do ataque, destaca-se o conhecimento a respeito das características, condições técnicas, táticas e psicológicas dos próprios atacantes. Assim, a partir dessas esferas, entre outras, é elaborada a organização ofensiva. Isso por meio da interação com os jogadores da própria equipe, à luz de toda a extensão do sistema ofensivo, em concomitância ou não com a contracomunicação com o sistema defensivo adversário, sobretudo com o bloqueio (Palao et al., 2004Palao JM, Santos JA, Ureña A. Effect of the setter's position on the block in volleyball. Int Journal Volleyb Res. 2004;6:29-32.; Palao et al., 2005Palao JM, Santos JA, Ureña A. The effect of the setter's position on the spike in volleyball. J Hum Mov Stud. 2005;48:25-40.; Queiroga et al., 2010Queiroga MA, Matias CJAS, Greco PJ, Mesquita I. O conhecimento tático-estratégico dos levantadores integrantes das seleções brasileiras de voleibol. Fit Perform J. 2010;9:78-92.; Ramos et al., 2004Ramos MPKH, Nascimento JV, Donega AL, Novaes RRS, Silva TJ, Lopes AS. Estrutura interna das ações de levantamento das equipes finalistas da superliga masculina de voleibol. Rev Bras Ciênc Mov. 2004;12:33-7.; Matias e Greco, 2011aMatias CJAS, Greco PJ. O conhecimento tático-estratégico dos levantadores brasileiros campeões de voleibol: da formação ao alto nível. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2011a;25:513-35.,bMatias CJAS, Greco PJ. Análise da organização ofensiva dos levantadores campeões da Superliga de Voleibol. Rev Bras Ciênc Esporte. 2011b;33:1007-28.).

No processo de treinamento referente aos aspectos táticos do voleibol os atletas demonstram a preferência por treinadores com estilo de liderança democrática. Logo, destaque para os treinadores que envolvem os próprios liderados nas decisões relativas às questões de grupo, instruem os atletas nas práticas, técnicas e táticas da modalidade (Lopes et al., 2004Lopes M, Samulski D, Noce F. Análise do treinador de voleibol das seleções brasileiras juvenis. Rev Bras Ciênc Mov. 2004;12:51-5.). No voleibol, de acordo com as regras oficiais, em qualquer instante da partida o treinador pode emitir informação aos jogadores. Assim, são dadas oportunidades únicas de influenciar positivamente o rendimento dos jogadores/equipe (Botelho et al., 2005bBotelho S, Mesquita I, Arroyo MPM. A intervenção verbal do treinador de voleibol na competição. Estudo comparativo entre equipes masculinas e femininas dos escalões de formação. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. 2005b;5:174-83.; Pereira et al., 2009Pereira F, Mesquita I, Graça A. Accountability systems and instructional approaches in youth volleyball training. J Sports Sci Med. 2009;8:366-73.). De acordo com o estudo de Pereira et al. (2010)Pereira F, Mesquita I, Graça A, Moreno AMP. Análisis multidimensional del feedback pedagógico en entrenamiento en voleibol. Revista Internacional de Medicina y Ciencias de la Actividad Física y el Deporte. 2010;10:181-202., os treinadores (voleibol) empregam como feedback pedagógico o conhecimento do processo para o aporte referente à informação da técnica e o conhecimento de resultado referente à informação tática. A informação sobre tática coletiva é emitida em forma verbal e os demais conteúdos de forma verbal e verbal-visual.

A partir do exposto anteriormente, o objetivo do presente estudo foi investigar o significado que o levantador, inserido no processo de ensino-aprendizagem-treinamento no voleibol, atribui ao papel do treinador em relação à tomada de decisão na organização ofensiva.

Material e métodos

Cuidados éticos

O estudo respeitou as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional em Saúde. Houve a sua aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG: parecer nº. ETIC 165/08.

Amostra

O número de indivíduos participantes deste estudo foi determinado pela amostragem por julgamento: seleção de indivíduos a critério do pesquisador (Luna, 1998Luna BF. Sequência básica na elaboração de protocolos de pesquisa. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. 1998;71:735-40.). O critério aplicado aos levantadores de Minas Gerais (MG) e São Paulo (SP) definia que somente o levantador titular da equipe campeã de cada um dos campeonatos das Federações de Voleibol desses estados, do mirim ao juvenil, feminino e masculino, estava eleito para participar desta pesquisa. Foi incluído também o levantador titular da equipe campeã da Superliga, masculina e feminina, nome fantasia do Campeonato Brasileiro Adulto de Clubes, organizado pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) (Ramos et al., 2004Ramos MPKH, Nascimento JV, Donega AL, Novaes RRS, Silva TJ, Lopes AS. Estrutura interna das ações de levantamento das equipes finalistas da superliga masculina de voleibol. Rev Bras Ciênc Mov. 2004;12:33-7.). Esse critério foi aplicado em virtude dos inúmeros títulos conquistados por esses estados nas competições nacionais de base promovidas pela CBV. A amostra apresentou um n = 18, com a seguinte composição de levantadores: quatro do mirim (dois masculinos e dois femininos, faixa etária ≤ 14 anos); quatro do infantil (dois masculinos e dois femininos ≤ 15 anos); quatro do infanto (dois masculinos e dois femininos ≤ 17 anos); quatro do juvenil (dois masculinos e dois femininos ≤ 20 anos); dois da Superliga (um masculino e um feminino). Na tabela 1 observam-se os dados descritivos dessa amostra, com a média e o desvio padrão (DP) da idade, do tempo de prática de voleibol e do tempo de prática como levantador.

Tabela 1
Caracterização da amostra: estatística descritiva da variável idade, tempo de prática de voleibol e tempo de prática como levantador

Instrumento

Na avaliação da atribuição relativa à decisão do levantador em relação ao papel do treinador, empregou-se a abordagem qualitativa, por meio do uso da entrevista semiestruturada baseada nos questionários de Queiroga et al. (2010)Queiroga MA, Matias CJAS, Greco PJ, Mesquita I. O conhecimento tático-estratégico dos levantadores integrantes das seleções brasileiras de voleibol. Fit Perform J. 2010;9:78-92. e Matias e Greco (2011a)Matias CJAS, Greco PJ. O conhecimento tático-estratégico dos levantadores brasileiros campeões de voleibol: da formação ao alto nível. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2011a;25:513-35., que englobou questões de respostas abertas (tabela 2). Na entrevista foram seguidas as orientações da literatura (Minayo, 1999Minayo MCS. O desafio do conhecimento. São Paulo: Hucitec; 1999.; Thomas e Nelson, 2002Thomas JR, Nelson JK. Métodos de pesquisa em atividade física. Porto Alegre: ArtMed; 2002.). Desse modo, a ordem das perguntas para todos os levantadores não teve uma sequência rígida. Houve alteração da ordem das perguntas, ao ser construída uma resposta associada a uma pergunta que não era a subsequente. Formularam-se também perguntas não inseridas na entrevista semiestruturada nas respostas que exigiram um maior esclarecimento.

Tabela 2
Entrevista semiestruturada com o levantador de voleibol

Coleta de dados

O supervisor, o treinador, o próprio levantador e os pais dos jogadores menores de idade foram informados sobre o objetivo deste estudo e também sobre os cuidados éticos: concordância do clube, direito à participação voluntária e direito de desistência a qualquer momento sem a ocorrência de prejuízo e constrangimento. Ao término desses esclarecimentos foram assinados os termos de concordância da instituição e consentimento livre e esclarecido. Em seguida, no próprio clube, após o treinamento, o levantador respondeu às perguntas da entrevista semiestruturada. As respostas dadas pelos atletas, decorrentes da sua identificação, da sua experiência na prática esportiva e da entrevista semiestrutura, foram registradas num gravador digital Panasonic RR-US430. As entrevistas duraram 40 minutos e foram feitas sempre em uma sala silenciosa. Na sala estavam presentes apenas o pesquisador e o atleta.

Análise dos dados

As entrevistas foram transcritas integralmente pelo pesquisador responsável por este estudo e por mais dois acadêmicos do curso de graduação em educação física da Universidade Federal de Minas Gerais. Ambos foram atletas participantes dos campeonatos de base da Federação Mineira de Voleibol. Foi usado o software Word 2007 (Microsoft) na elaboração das transcrições. Na conclusão das transcrições, houve a audição e a leitura das entrevistas para uma correção de pequenos trechos, termos ou palavras. No fim, obteve-se uma concordância plena no conteúdo de cada uma das transcrições.

A transcrição foi enviada para os levantadores, para leitura e autorização do uso. O conteúdo das 18 entrevistas foi liberado para o uso em estudos científicos. Desse modo, o exame dos dados qualitativos do presente trabalho, fruto da entrevista semiestruturada, seguiu as orientações de triangulação propostas para a confiabilidade na pesquisa qualitativa (Thomas e Nelson, 2002Thomas JR, Nelson JK. Métodos de pesquisa em atividade física. Porto Alegre: ArtMed; 2002.; Fraser e Gondim, 2004Fraser MTD, Gondim SMG. Da fala do outro ao texto negociado: discussões sobre a entrevista na pesquisa qualitativa. Paideia. 2004;14:139-52.): verificação das transcrições por outros indivíduos com conhecimento na área em específico, no caso o voleibol, e a conferência das transcrições efetuada pelos próprios entrevistados.

Os textos das entrevistas foram codificados, comparados, agrupados por similaridade de sentido e propiciaram a formação de categorias (Minayos e Sanches, 1993Minayo MCS, Sanches Odécio. Quantitativo-qualitativo: oposição ou complementaridade? Caderno de Saúde Pública. 1993;9:239-62.; Thomas e Nelson, 2002Thomas JR, Nelson JK. Métodos de pesquisa em atividade física. Porto Alegre: ArtMed; 2002.). Dois treinadores da Superliga conferiram se as categorias codificadas tinham similaridade de sentido ao ser agrupadas com a respectiva parte do texto transcrito. Nesse sentido, houve concordância entre o pesquisador e os treinadores.

Resultados e discussão

Treino

Na tabela 3 observam-se as citações dos levantadores campeões referentes à categoria treino como fonte de conhecimento. A especialização na posição de levantador de voleibol requer treinos para aquisição e aprimoramento da precisão e também para a contracomunicação com o bloqueio (Queiroga, 2005Queiroga MA. O Conhecimento Táctico-Estratégico do Distribuidor de Alto Nível: Um Estudo com os Distribuidores das Seleções Brasileiras de Voleibol Feminino e Masculino. 2005. 180 f. Dissertação (Mestrado em Treino de Alto Rendimento) - Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física, Universidade do Porto. Porto, 2005.; Matias, 2009Matias CJAS. O Conhecimento Tático Declarativo e a Distribuição de Jogo do Levantador de Voleibol: da Formação ao Alto Nível. 2009. 259f. Dissertação (Mestrado em Educação Física: Ciências do Esporte) - Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.). O desempenho do jogador em competição é uma consequência do que se fez no treino (Araújo e Volossovitch, 2005Araújo D, Volossovitch A. Fundamentos para o treino da tomada de decisão: uma aplicação ao handebol. In: ARAÚJO, Duarte (Org.). O Contexto da Decisão, A Acção Táctica no Desporto. Lisboa: Visão e Contextos, 2005. p. 75-98.). A ênfase no verbo fazer deve-se ao fato de haver uma diferença entre o treinador dizer o que o jogador deve fazer e aquilo que o jogador realmente efetua no treino. A organização das tarefas de treino deve possibilitar a autorregulação. Isso é conseguido se o treinador orienta o processo de exploração do jogador, para que seja ele a descobrir as soluções, dentro dos constrangimentos do jogo. De forma inversa, ao agir à luz de como pensa o treinador, o jogador constantemente deverá imaginar ou esperar as orientações do treinador, em vez de usar as próprias estruturas cognitivas no transcorrer da partida. Ficou demonstrado que o treino para o levantador de voleibol tem como objetivo o aprimoramento da precisão das suas ações, segundo toque em direção ao terceiro e a percepção do bloqueio adversário por meio de treinamentos específicos (isolados) ou em interação com os demais jogadores, sempre com intenção de se buscar um padrão em cada tipo de bola levantada para o atacante em particular. O treino é uma fonte de conhecimento para o levantador de voleibol encontrada nos estudos de Clemens (2005)Clemens T. Levantamento. In: Shondel D, Reynaud C, editors. A bíblia do treinador de voleibol. São Paulo: ArtMed; 2005. p. 193-222., Graça (2005)Graça A. Melhorar a capacidade instrucional de treinadores de jovens. Revista Perfil. 2005;2:13-5., Queiroga et al. (2005Queiroga MA, Matias CJAS, Greco PJ, Graça A, Mesquita I. A dimensão do conhecimento tático-estratégico do levantador de alto nível: um estudo realizado com levantadores da seleção brasileira de voleibol. Revista Mineira de Educação Física. 2005;2:111-9.; 2010)Queiroga MA, Matias CJAS, Greco PJ, Mesquita I. O conhecimento tático-estratégico dos levantadores integrantes das seleções brasileiras de voleibol. Fit Perform J. 2010;9:78-92. e Resende (1995)Resende B. Levantador, uma simples questão de personalidade. Revista Vôlei Técnico. 1995;1:5-11., que corroboram as citações dos levantadores do presente estudo.

Tabela 3
Categorias citadas pelos escalões na categoria treino

Diálogo com o treinador

Na tabela 4 observam-se as citações dos levantadores campeões referentes à categoria diálogo com o treinador como fonte de conhecimento. Esse diálogo é fundamental na preparação ou no auxílio das decisões do levantador de voleibol, antes ou durante uma partida, para assim aprimorar a interpretação do jogo (Botelho et al., 2005aBotelho S, Mesquita I, Arroyo MPM. Análises das intervenções verbais dos treinadores de voleibol na competição, nos períodos antes do jogo e nos intervalos entre os sets. Estudo comparativo em função do sexo das equipes. In: Pinto J. (Org.). Estudos 5. Porto: FCDEF-UP; 2005a. p.167-74.; Mesquita, 2005aMesquita I. A contextualização do treino no voleibol: a contribuição do construtivismo. In: Araújo D. (Org.). O contexto da decisão - acção táctica no desporto. Lisboa: Colecção Visão e Contextos das Ciências do Desporto, 2005a. p. 355-78.; Queiroga et al., 2005Queiroga MA, Matias CJAS, Greco PJ, Graça A, Mesquita I. A dimensão do conhecimento tático-estratégico do levantador de alto nível: um estudo realizado com levantadores da seleção brasileira de voleibol. Revista Mineira de Educação Física. 2005;2:111-9.; 2010Queiroga MA, Matias CJAS, Greco PJ, Mesquita I. O conhecimento tático-estratégico dos levantadores integrantes das seleções brasileiras de voleibol. Fit Perform J. 2010;9:78-92.). O treinador, por meio da sua instrução verbal e não verbal, aconselha, motiva, opina, avalia, dirige, corrige, prescreve e informa os seus jogadores, para que esses consigam em todos os momentos adequar o seu comportamento, tenham como meta o rendimento mais eficaz, seja em situações de treinamento ou de competição (Crispin-Santos e Rodrigues, 2004Crispin-Santos AM, Rodrigues J. Análise da instrução de treinador de futebol. Comparação entre a prelecção e a competição. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto 2004;4, Porto, 190-190.; Graça, 2005Graça A. Melhorar a capacidade instrucional de treinadores de jovens. Revista Perfil. 2005;2:13-5.). Ficou demonstrado que o diálogo com o treinador fornece ao levantador informações para construção de planos táticos para distribuição de jogo, organização ofensiva e para correções das suas decisões durante o transcorrer do jogo. O diálogo com o treinador é uma fonte de conhecimento do levantador de voleibol encontrada nos estudos de Arroyo et al. (2003)Arroyo MPM, Álvarez FV, Campo JAS. Estudio de la conducta verbal del entrenador de voleibol durante la competición. In: Mesquita I, Moutinho CASS, Faria R. (Orgs.). Investigação em Voleibol: Estudos Ibéricos. Porto: FCDEF-UP,;1; 2003. p. 49-58., Botelho et al. (2005a)Botelho S, Mesquita I, Arroyo MPM. Análises das intervenções verbais dos treinadores de voleibol na competição, nos períodos antes do jogo e nos intervalos entre os sets. Estudo comparativo em função do sexo das equipes. In: Pinto J. (Org.). Estudos 5. Porto: FCDEF-UP; 2005a. p.167-74., Graça (2005)Graça A. Melhorar a capacidade instrucional de treinadores de jovens. Revista Perfil. 2005;2:13-5. e Queiroga et al. (2005Queiroga MA, Matias CJAS, Greco PJ, Graça A, Mesquita I. A dimensão do conhecimento tático-estratégico do levantador de alto nível: um estudo realizado com levantadores da seleção brasileira de voleibol. Revista Mineira de Educação Física. 2005;2:111-9.; 2010)Queiroga MA, Matias CJAS, Greco PJ, Mesquita I. O conhecimento tático-estratégico dos levantadores integrantes das seleções brasileiras de voleibol. Fit Perform J. 2010;9:78-92., que corroboram as citações dos levantadores do presente estudo.

Tabela 4
Citações dos levantadores, por escalão, na categoria diálogo com o treinador

Treinador

Na tabela 5 observam-se as citações dos levantadores campeões referentes à categoria treinador no transcorrer do jogo. O treinador procura interromper o jogo, mudar o fluxo de jogo, por meio do pedido de tempo (time out) para se comunicar com seus jogadores quando sua equipe não está com posse do saque e/ou perde mais de três pontos consecutivos durante o set; a partir do 20º ponto a solicitação de tempo é mais recorrente, com o objetivo de se obter a vitória no set (Arroyo et al., 2003Arroyo MPM, Álvarez FV, Campo JAS. Estudio de la conducta verbal del entrenador de voleibol durante la competición. In: Mesquita I, Moutinho CASS, Faria R. (Orgs.). Investigação em Voleibol: Estudos Ibéricos. Porto: FCDEF-UP,;1; 2003. p. 49-58.; Botelho et al., 2005aBotelho S, Mesquita I, Arroyo MPM. Análises das intervenções verbais dos treinadores de voleibol na competição, nos períodos antes do jogo e nos intervalos entre os sets. Estudo comparativo em função do sexo das equipes. In: Pinto J. (Org.). Estudos 5. Porto: FCDEF-UP; 2005a. p.167-74.). Os atletas em situação de treino e competição trazem consigo conhecimento, capacidades, motivações e expectativas, não são elementos passivos em seus contextos esportivos (Graça, 2005Graça A. Melhorar a capacidade instrucional de treinadores de jovens. Revista Perfil. 2005;2:13-5.). O treinador fica tentado a emitir informação durante o decorrer do jogo, já que é autorizado o seu posicionamento ao lado da zona de jogo. Assim, fornece informações mesmo que isso não seja estritamente necessário. Logo, o treinador pode emitir informações em excesso, desviar a atenção dos jogadores e dificultar o feedback intrínseco dos atletas (Botelho et al., 2005bBotelho S, Mesquita I, Arroyo MPM. A intervenção verbal do treinador de voleibol na competição. Estudo comparativo entre equipes masculinas e femininas dos escalões de formação. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. 2005b;5:174-83.; Pereira et al., 2010Pereira F, Mesquita I, Graça A, Moreno AMP. Análisis multidimensional del feedback pedagógico en entrenamiento en voleibol. Revista Internacional de Medicina y Ciencias de la Actividad Física y el Deporte. 2010;10:181-202.). Ficou demonstrado que o levantador de voleibol prefere atuar com autonomia na sua distribuição de jogo, as orientações do treinador no transcorrer da partida são assimiladas em situações de baixo rendimento ofensivo da equipe. O treinador é um orientador, não um guia, para a tomada de decisão tática do levantador de voleibol, referida nos estudos de Arroyo et al. (2003)Arroyo MPM, Álvarez FV, Campo JAS. Estudio de la conducta verbal del entrenador de voleibol durante la competición. In: Mesquita I, Moutinho CASS, Faria R. (Orgs.). Investigação em Voleibol: Estudos Ibéricos. Porto: FCDEF-UP,;1; 2003. p. 49-58. e Graça (2005)Graça A. Melhorar a capacidade instrucional de treinadores de jovens. Revista Perfil. 2005;2:13-5., que corroboram as citações dos levantadores do presente estudo.

Tabela 5
Citações dos levantadores, por escalão, na categoria treinador

O processo de ensino-aprendizagem-treinamento elaborado pelo treinador deve centrar-se em metodologias de ensino ativas, baseadas no desenvolvimento tático, de acordo com a linearidade do jogo. Assim, é visado o desenvolvimento da percepção calibrada em relação aos companheiros e aos adversários, propicia-se a formação de jogadores com autonomia em suas ações, capazes de elaboração de decisões inteligentes e criativas em múltiplos cenários de jogo (Costa e Nascimento, 2004Costa LCA, Nascimento JV. O ensino da técnica e da tática: novas abordagens metodológicas. Revista de Educação Física/UEM. 2004;15:49-56.; Greco, 2006Greco PJ. Conhecimento tático-técnico: eixo pendular da ação tática (criativa) nos jogos esportivos coletivos. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2006;20:210-2.,2009Greco PJ. Percepção. In: Samulski, D.M. (Org.). Psicologia do Esporte: conceitos e novas perspectivas. Barueri: Editora Manole, 2009. p. 57-84.; Mesquita, 2005bMesquita I. Valorização da aprendizagem autônoma no treino de crianças e adolescentes. Rev Perf. 2005b;7:15-6.; Mesquita et al., 2009Mesquita I, Pereira F, Graça A. Modelo de ensino dos jogos desportivos: investigação e ilações para a prática. Motriz. 2009;15:944-54.; Morales e Greco, 2007Morales JCP, Greco PJ. A influência de diferentes metodologias de ensino-aprendizagem-treinamento no basquetebol sobre o nível de conhecimento tático processual. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2007;21:291-9.; Nascimento et al., 2009Nascimento JVN, Ramos V, Marcon D, Saad MA, Collet C. Formação acadêmica e intervenção pedagógica nos esportes. Motriz. 2009;15:358-66.; Vilhena e Greco, 2009Vilhena MS, Greco PJ. A influência dos métodos de ensino-aprendizagem-treinamento no desenvolvimento da inteligência e criatividade tática em atletas de futsal. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2009;23:297-307.). O treinamento por intermédio de métodos de ensino analítico ofertará a possibilidade de desenvolvimento da precisão das ações (Mesquita, 2005aMesquita I. A contextualização do treino no voleibol: a contribuição do construtivismo. In: Araújo D. (Org.). O contexto da decisão - acção táctica no desporto. Lisboa: Colecção Visão e Contextos das Ciências do Desporto, 2005a. p. 355-78.; Lima et al., 2012Lima COV, Matias CJAS, Greco PJ. O conhecimento tático produto de métodos de ensino combinados e aplicados em sequências inversas no voleibol. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2012;26:129-47.). O treinador empregará ambas as formas de treino, sem negligenciar a formação do levantador como "cérebro da equipe", para tal é necessária a precisão das ações e o pensamento convergente e divergente para adaptação e solução de problemas no jogo. Ressalta-se que o déficit técnico, possível gerador de uma limitação tática, pode denotar a necessidade de treinamento relativo à coordenação motora (Greco e Silva, 2013Greco PJ, Silva SA. Treinamento da coordenação motora. In: Samulski D, Menzel HJ, Prado SP, editors. Treinamento esportivo. São Paulo: Manole; 2013. p. 183-217.; Greco, 2013aGreco PJ. Treinamento técnico nos esportes. In: Samulski D, Menzel HJ, Prado SP, editors. Treinamento esportivo. São Paulo: Manole; 2013a. p. 217-47.,bGreco PJ. Treinamento táticos nos esportes. In: Samulski D, Menzel HJ, Prado SP, editors. Treinamento esportivo. São Paulo: Manole; 2013b. p. 249-81.).

O levantador, organizador do sistema ofensivo, como arquiteto do cenário de contracomunicação entre ataque e bloqueio-defesa, com objetivo nessa construção de obter o ponto, deve realmente pensar para existir no contexto do jogo, pois caso faça a ação sem compreender o que fazer (conhecimento declarativo) e como fazer (conhecimento processual) a sua ação perde o significado (Mesquita, 2005bMesquita I. Valorização da aprendizagem autônoma no treino de crianças e adolescentes. Rev Perf. 2005b;7:15-6.; Duarte, 2009Duarte A. O desenvolvimento da competência táctica no desporto: o papel dos constrangimentos no comportamento decisional. Motriz. 2009;3:537-40.; Greco, 2009Greco PJ. Percepção. In: Samulski, D.M. (Org.). Psicologia do Esporte: conceitos e novas perspectivas. Barueri: Editora Manole, 2009. p. 57-84.; Matias e Greco, 2010Matias CJAS, Greco PJ. Cognição & ação nos jogos esportivos coletivos. Ciênc Cogn. 2010;15:252-71.; Lima et al., 2012Lima COV, Matias CJAS, Greco PJ. O conhecimento tático produto de métodos de ensino combinados e aplicados em sequências inversas no voleibol. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2012;26:129-47.). Caso as ações sejam ausentes de significado, ele será um mero levantador de bolas para o alto. Logo, não será um ator ativo (pensador), não será um efetivo tomador de decisões (Mesquita e Graça, 2002aMesquita I, Graça A. Conhecimento estratégico de um levantador de alto nível. Revista Treino Esportivo. 2002a;17:15-20.,bMesquita I, Graça A. Probing the strategic knowledge of an elite volleyball setter: a case study. Int Journal Volleyb Res. 2002b;5:13-7.; Ramos et al., 2004Ramos MPKH, Nascimento JV, Donega AL, Novaes RRS, Silva TJ, Lopes AS. Estrutura interna das ações de levantamento das equipes finalistas da superliga masculina de voleibol. Rev Bras Ciênc Mov. 2004;12:33-7.; Queiroga et al., 2010Queiroga MA, Matias CJAS, Greco PJ, Mesquita I. O conhecimento tático-estratégico dos levantadores integrantes das seleções brasileiras de voleibol. Fit Perform J. 2010;9:78-92.; Matias e Greco, 2011aMatias CJAS, Greco PJ. O conhecimento tático-estratégico dos levantadores brasileiros campeões de voleibol: da formação ao alto nível. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2011a;25:513-35.,bMatias CJAS, Greco PJ. Análise da organização ofensiva dos levantadores campeões da Superliga de Voleibol. Rev Bras Ciênc Esporte. 2011b;33:1007-28.).

Considerações finais

De acordo com os resultados apresentados, bem como em respeito à limitação do presente estudo, foi possível tecer as conclusões abaixo.

Os levantadores têm dedicação e interesse em evoluir nos aspectos relacionados à organização ofensiva, distribuição de jogo, a partir do processo de ensino-aprendizagem-treinamento ofertado pelo treinador. Isso com o intuito de aprimorar a precisão e as próprias ações no espaço-tempo, ou seja, efetuar com exatidão e de modo eficaz diferente velocidades de levantamento para os diversos setores da área ofensiva, a partir de diferentes locais e de uma variada eficácia do primeiro toque – ao mesmo tempo em que define as movimentações das peças ofensivas. Além disso, percebe o sistema defensivo adversário, sobretudo o bloqueio, e é executada a tomada de decisão final, por intermédio dos processos cognitivos, com vista a oferecer condições favoráveis à ação ofensiva final (ataque). A ação ofensiva final é efetuada de modo pleno ao não ser necessária a correção da imprecisão do segundo toque em direção ao terceiro, isso em concomitância ou não com um cenário de desequilíbrio no bloqueio.

Ao informar os levantadores, os treinadores têm um canal de comunicação efetiva por meio do diálogo com o distribuidor de voleibol e por meio da inserção desse jogador nos treinamentos se constrói a concepção do sistema tático-estratégico da equipe. Em uma partida o levantador anseia em gozar por liberdade processual em suas ações no núcleo da distribuição de jogo. Entretanto, nos momentos de constrangimentos tem a expectativa de um eixo norteador, que o treinador possa dar luz à organização do sistema ofensivo, interrompido pela eficácia positiva do sistema defensivo oponente.

O treinador, com concreta compreensão do voleibol, tem uma real importância para o levantador. Ao desejar atuar livremente no transcorrer de um jogo, o levantador tem como parâmetro a organização ofensiva elaborada e efetuada nos treinamentos, arquitetada em conjunto com o próprio treinador, de acordo com o potencial e a limitação tático-técnica dos demais membros da equipe envolvidos na distribuição de jogo. Assim, o treinador sempre está envolvido de forma direta com a distribuição de jogo, mesmo que a organização ofensiva seja elaborada pelo levantador no momento do jogo.

  • Financiamento
    Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2016

Histórico

  • Recebido
    15 Abr 2013
  • Aceito
    5 Ago 2014
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