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Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira Global de 2008-2009: uma abordagem Bayesiana

Resumo

O objetivo deste trabalho é realizar uma investigação econométrica sobre o papel da abertura financeira na incidência da crise financeira global de 2008-2009. A análise empírica será realizada para uma amostra de 72 países com dados que abrangem o período 1990-2009. A metodologia econométrica utilizada é o bayesian model averaging (BMA). O trabalho contribui para a literatura em duas dimensões: i) utiliza-se o bayesian model averaging para lidar com o problema de incerteza com relação ao conjunto de variáveis explanatórias em modelos de incidência da crise financeira global de 2008-2009; ii) ademais, utiliza-se um amplo conjunto de índices de abertura financeira (de jure e de facto) e um amplo conjunto de medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009. Os resultados sugerem: i) não há evidências de que o nível de abertura financeira dos países no período anterior à crise é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009; ii) há evidências de que a crise financeira global de 2008-2009 incidiu de forma mais severa em países com maior PIB per capita, maior participação da produção de manufaturas no PIB, maior crescimento do crédito e maior taxa de inflação, no período anterior à crise.

Palavras-chave
Abertura financeira; Fluxos de capitais; Crise financeira global

Abstract

The objective of this work is to conduct an econometric investigation on the role of financial openness in the incidence of the 2008-2009 global financial crisis. The empirical analysis will be carried out for a sample of 72 countries with data covering the period 1990-2009. The econometric methodology used is the Bayesian model averaging (BMA). The work contributes to the literature in two dimensions: i) the bayesian model averaging is used to deal with the problem of uncertainty regarding the set of explanatory variables in models of incidence of the 2008-2009 global financial crisis; ii) furthermore, it uses a broad set of financial openness indices (de jure and de facto) and a broad set of measures of the incidence of the 2008-2009 global financial crisis. The results suggest: i) there is no evidence that the level of financial openness of countries in the pre-crisis period is a robust determinant of the incidence of the 2008-2009 global financial crisis; ii) there is evidence that the 2008-2009 global financial crisis had a more severe impact on countries with higher GDP per capita, greater share of manufacturing production in GDP, higher credit growth and higher inflation rate, in the period before the crisis.

Keywords
Financial openness; Capital flows; Global financial crisis

1

Introdução

As crises financeiras ocorridas na década de 90 incentivaram instituições multilaterais, instituições do setor privado e a academia a desenvolverem uma variedade de estudos empíricos com o objetivo de identificar os determinantes de crises financeiras. Esses sistemas capazes de alertar com antecedência a ocorrência de crises financeiras são denominadas Early Warning Systems (EWS). A literatura sobre os modelos empíricos de crises financeiras é ampla e pode ser dividida em duas categorias: i) a primeira abordagem inclui modelos paramétricos e não paramétricos; ii) a segunda abordagem contempla estudos que avaliam a importância de vários indicadores macroeconômicos para explicar a incidência de crises financeiras.

A crise financeira global de 2008-2009, originada nas economias avançadas, especialmente no segmento subprime do mercado de hipotecas dos Estados Unidos, incidiu fortemente no resto do mundo. No entanto, o impacto na atividade econômica variou amplamente entre os países. A priori, isso pode refletir diferenças na exposição e vulnerabilidade a choques externos, mas também pode refletir a heterogeneidade nas estruturas institucionais, financeiras, macroeconômicas e de respostas de políticas. O objetivo deste trabalho é realizar uma investigação econométrica sobre o efeito da abertura financeira na incidência da crise financeira global de 2008-2009.

A análise empírica será realizada para uma amostra de 72 economias avançadas e economias emergentes e em desenvolvimento com dados quem abrangem o período 1990-2009. A abordagem econométrica utilizada é o bayesian model averaging (BMA) com algoritmo MCMC, de Monte Carlo via Cadeias de Markov (MC3). O trabalho contribui para a literatura em duas dimensões: i) utiliza o bayesian model averaging (BMA) para lidar com o problema de incerteza com relação ao conjunto de variáveis explanatórias em modelos de incidência da crise financeira global de 2008-2009; ii) utiliza um amplo conjunto de índices de abertura financeira (de jure e de facto) e um amplo conjunto de medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009.

Os resultados reportados indicam que o nível de abertura dos países ao mercado financeiro internacional no período anterior à crise não é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009. Esses resultados, obtidos a partir de um conjunto de estimações que considera diferentes medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009, amplo conjunto de variáveis explanatórias, diferentes priors e heterogeneidade entre os grupos de países, são consistentes com os da literatura empírica pré-existente, a qual em geral não considera a incerteza em relação à especificação de modelos de incidência da crise financeira global de 2008-2009. Ademais, reportamos evidências de que as variáveis PIB per capita, Part. Manufaturas, Crescimento do Crédito e Inflação são determinantes robustas da incidência da crise financeira global de 2008-2009, ou seja, há evidências de que a crise financeira global de 2008-2009 incidiu de forma mais severa em países com maior PIB per capita, maior participação da produção de manufaturas no PIB, maior crescimento do crédito e maior taxa de inflação, no período anterior à crise.

Rose e Spiegel (2011_______. 2011. “Cross-country Causes and Consequences of the Crisis: An Update”. European Economic Review 55 (3): 309-324., 324) são céticos sobre a possibilidade de identificar determinantes da incidência da crise financeira global de 2008-2009 e construir sistemas capazes de alertar com antecedência a ocorrência de crises financeiras (Early Warning Systems):

Our cross-country models just do not seem to fit the data well even “in sample” and the effects of our wide range of potential causes cannot be estimated with reasonable precision. Perhaps this is because crisis causes varied across countries. Perhaps “this time was different.” Either explanation reinforces our skepticism about the feasibility of developing a forward-looking early warning system based on national macroeconomic and financial data.

Portanto, a identificação de um conjunto de determinantes robustos da crise financeira global de 2008-2009 é uma contribuição adicional deste trabalho à literatura sobre modelos empíricos de crises financeiras.

O trabalho está organizado em seis seções, além desta introdução. Na seção 2 2 Abertura Financeira e a Crise Financeira Global de 2008-2009: Aspectos Teóricos A crise financeira global tem origem na bolha imobiliária no sistema financeiro norte-americano. A dinâmica de expansão dos empréstimos hipotecários e a grande alavancagem no mercado de hipotecas subprime somente foram possíveis devido à combinação de fatores macroeconômicos globais, política monetária norte-americana anterior à crise e às práticas de regulação, supervisão e gerenciamento de riscos do mercado financeiro. Essas características permitiram a instituições e entidades financeiras desfrutar de um longo período de excessiva lucratividade e crescimento, principalmente o shadow banking system, aumentando a imprudência em relação ao risco e encorajando as inovações financeiras baseadas nos avanços da tecnologia da informação, como a securitização de ativos (Bernanke 2010; Gertler and Gilchrist 2018 ; Thakor 2015; Rajan 2009). O choque inicial no sistema financeiro dos Estados Unidos levou à disrupção dos sistemas financeiros de vários países europeus avançados e de outros ao redor do mundo. Por sua vez, a disrupção dos sistemas financeiros foi gradualmente transmitida à economia real, com a crise financeira induzindo uma contração da atividade econômica e notáveis declínios no comércio internacional e nos fluxos internacionais de capitais no final de 2008 e início de 2009. O impacto provocado pela crise na atividade econômica variou amplamente entre os países, refletindo a diversidade na exposição e vulnerabilidade a choques externos, das estruturas institucionais, financeiras, macroeconômicas e das respostas políticas ( Blanchard, Das e Faruqee 2010; Lane e Milesi-Ferretti 2011; Lane 2013; Berkmen et al. 2012; Rose e Spiegel 2011, 2012). A literatura indica um conjunto de canais de transmissão e de fatores pré-crise que podem auxiliar na compreensão da incidência da crise financeira global entre os países. O primeiro canal de transmissão da crise financeira global considera a mudança global na percepção e tolerância em relação ao risco e as condições financeiras dos países no período anterior à crise. É plausível que a drástica mudança global na percepção e tolerância ao risco atinja mais fortemente países considerados de risco e possuidores de grandes déficits em conta corrente, grandes passivos externos líquidos, grandes passivos externos brutos, descasamento de moeda/vencimento e a prevalência de bolhas imobiliárias e de altos preços dos ativos. Países que apresentaram maiores expansões do crédito no período anterior à crise foram forçados a reduzir mais suas alavancagens, implicando uma incidência mais severa da crise financeira global nesses países. Países que apresentaram melhores condições financeiras no período anterior à crise utilizaram da franca expansão do crédito para criar proteções aos choques externos, como a acumulação de reservas internacionais, que possibilitou a redução do risco de crédito, principalmente nos contratos de dívida, evitando fuga de capitais – e assim aumentando a confiança e credibilidade para realização de políticas monetária e fiscal contracíclicas (Lane e Milesi-Ferretti 2011; Rose e Spiegel 2011; 2012; Berkmen et al. 2012 ; Didier, Hevia e Schmukler 2012). O segundo canal de transmissão da crise financeira global considera as estruturas institucionais (direitos civis, liberdade de expressão, guerras, conflitos civis, níveis de corrupção, direitos de propriedade, supervisão e regulação do sistema financeiro etc.) e os arranjos de políticas macroeconômicas. A resiliência de um país atingido pela crise depende, em grande parte, da qualidade do arranjo de políticas macroeconômicas e das características institucionais, visto que países com menores níveis de desenvolvimento institucional tendem a sofrer mais com o aumento da volatilidade macroeconômica. Ademais, os regimes cambiais adotados pelos países também seriam de fundamental importância para amortecer os choques provocados pela crise, sendo os países com regime de câmbio fixo/rígido mais vulneráveis à interrupção repentina dos fluxos de capitais e à interrupção dos fluxos de comércio do que os países com regime de câmbio flexível (Rose e Spiegel 2012; Giannone, Lenza e Reichlin 2011; Didier, Hevia e Schmukler 2012; Blanchard, Das e Faruqee 2010; Berkmen et al. 2012). O terceiro canal de transmissão da crise financeira global está relacionado ao colapso do comércio internacional, devido principalmente a três fatores: i) restrições ao financiamento do comércio; ii) efeitos de composição do comércio, com a incerteza gerando maior redução no consumo de bens duráveis e de investimento; iii) presença de cadeias internacionais de produção em um cenário de incerteza, encorajando as empresas a reduzirem suas produções. Na medida em que a recessão se agrava nos países avançados, a incerteza relacionada à duração e incidência da crise também é ampliada, aumentando o ciclo de retração da renda dos consumidores dos países avançados e, por consequência, reduzindo as relações comerciais com o resto do mundo, provocando queda generalizada no preço e volume dos bens manufaturados e das commodities (Didier, Hevia e Schmukler 2012; Lane e Milesi-Ferretti 2011; Blanchard, Das e Faruqee 2010; Berkmen et al. 2012). O quarto canal de transmissão da crise financeira global é relativo ao grau de abertura financeira dos países, elemento fundamental para criar as condições financeiras que deram origem à crise financeira global e para a transmissão dos choques originados no setor de hipotecas subprime dos Estados Unidos (Claessens et al. 2010a; Giannone, Lenza e Reichlin 2011; Didier, Hevia e Schmukler 2012). Lane (2013) identifica três canais por meio dos quais a abertura financeira contribuiu para criar as condições financeiras que deram origem à crise financeira global: 1) Primeiro, a participação de investidores estrangeiros, especialmente bancos estrangeiros, alimentou o crescimento acelerado dos mercados de títulos lastreados em ativos nos Estados Unidos. Os bancos europeus foram os principais compradores de títulos garantidos por ativos e, em grande parte, esses bancos também obtiveram financiamento em dólares nos mercados monetários norte-americanos. Por esse motivo, o papel dos bancos europeus na viabilização da expansão dos mercados de títulos lastreados em ativos nos Estados Unidos não apareceu nos dados do balanço de pagamentos, embora a exposição implícita ao risco das matrizes europeias desses bancos tenha crescido em linha com essas atividades nos mercados norte-americanos; 2) Segundo, a abertura financeira permitiu um rápido crescimento nos balanços de muitos bancos, em dois níveis: em relação aos bancos com atuação global, o tamanho e a complexidade desses bancos cresceram rapidamente, tornando difícil para os reguladores nacionais monitorarem adequadamente os perfis de risco; ademais, a capacidade dos bancos locais de expandir a concessão de crédito, aproveitando os mercados atacadistas internacionais, impulsionou o crescimento do crédito em vários países; 3) Terceiro, o crescente papel dos mercados emergentes no sistema financeiro mundial também pode ter contribuído para o acúmulo de fragilidades nos mercados de crédito. Em particular, o impacto de equilíbrio geral da demanda por ativos de dívida de baixo risco provenientes de fontes oficiais de mercados emergentes (especialmente emergentes asiáticos e exportadores de commodities) e o aumento da oferta de oportunidades nos mercados de ações de mercados emergentes podem ter contribuído para o boom da securitização. Dessa forma, Lane (2013, 564) argumenta que a abertura financeira contribuiu para as vulnerabilidades do mercado de crédito, que estiveram na origem da crise financeira global: “In essence, financial globalization magnified the impact of underlying distortions, such as inadequate regulation of credit markets and banks, by allowing the scaling-up of financial activities that might have faced capacity limits in autarkic financial systems”. Além disso, a abertura financeira estimulou as assimetrias no crescimento do crédito e nas posições externas entre os países, que desempenharam um papel relevante para a incidência e propagação da crise financeira global: “In addition, financial globalization also had a central role in the emergence of large and persistent differences in credit growth and current account imbalances across countries – these imbalances would play a central role in determining the cross-country incidence and propagation of the original crisis” (Lane 2013, 566). Claessens et al. (2010b, 8) destacam o papel da abertura financeira para a propagação da crise financeira global entre os países: “Increasing interconnectedness of financial institutions and markets and more highly correlated financial risks intensified cross-border spillovers early on through many channels—including liquidity pressures, global sell-off in equities (particularly, financial stocks), and depletion of bank capital”. Ademais, argumentam que o aumento das conexões e o acúmulo simultâneo de riscos sistêmicos em vários países tornaram o gerenciamento de choques mais complexo, especialmente à luz das deficiências institucionais em muitos países, incluindo a incapacidade de lidar rapidamente com grandes instituições financeiras transfronteiriças, e levou a uma rápida disseminação da turbulência globalmente. Por fim, existe ampla literatura teórica sobre os potenciais riscos da abertura financeira para as economias nacionais na forma de instabilidade macroeconômica e crises financeiras. Eichengreen et al. (1998) , Eichengreen (2007) e Kose et al. (2009) considerem a possibilidade de que, na ausência de condições iniciais adequadas nas economias nacionais relativas a altos níveis de desenvolvimento institucional, desenvolvimento financeiro, abertura comercial e estabilidade macroeconômica, a abertura financeira pode levar à instabilidade macroeconômica e às crises financeiras. Stiglitz (2000, 2004, 2010) desenvolve modelos teóricos tendo como fundamentos a assunção de assimetria de informação, mercados incompletos, externalidades pecuniárias e comportamento irracional, segundo os quais a abertura financeira aumenta a probabilidade de ocorrência de crises financeiras e de contágio. Conforme Knyazeva, Knyazeva e Stiglitz (2012, 24): “Capital market integration could increase, instead of lower, the likelihood of a financial crisis in a given economy”. Rodrik (2018) argumenta que a abertura financeira acentua (e interage com) as distorções existentes nas economias nacionais relativas ao ambiente institucional e às falhas de mercado, produzindo efeitos adversos. Sobre os efeitos adversos da abertura financeira, Rodrik (2017, 7) afirma que: “Capital mobility has not only worsened income distribution around the world, it has also increased the incidence and severity of financial crisis”. faz-se uma síntese da literatura sobre os canais de transmissão da crise financeira global de 2008-2009. Na seção 3 3 Abertura Financeira e a Crise Financeira Global de 2008-2009: A Literatura Empírica Os trabalhos empíricos estimam modelos para a incidência da crise financeira global de 2008-2009 para amostras de países, incluindo entre as variáveis explanatórias índices de abertura financeira. Em geral, a incidência da crise financeira global de 2008-2009 é definida em termos de um de seus sintomas, o declínio no crescimento econômico, mensurada principalmente de três maneiras: crescimento econômico durante a crise; mudança no crescimento econômico durante a crise em relação a uma tendência; e mudança na expectativa para o crescimento econômico durante a crise, entre os períodos anterior e posterior ao início da crise. Blanchard, Das e Faruqee (2010) estimam modelo de incidência da crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para dados em cross-section. A amostra é composta por 29 economias emergentes no período 1995-2009. Os resultados sugerem que há evidência de que a crise incidiu de forma mais severa em países que apresentaram maior crescimento inesperado dos parceiros comerciais e com maior dívida de curto prazo no período anterior à crise. Como medida de abertura financeira foi utilizado o total de passivos externos como percentagem do PIB em 2007 e não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e incidência da crise financeira global. Frankel e Saravelos (2012) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section com técnica de estimação de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) e regressão probit com técnica de estimação de máxima verossimilhança para 156 países desenvolvidos e em desenvolvimento no período de 1998-2007. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa em países com taxas de câmbio real mais apreciadas no período anterior à crise, e incidiu de forma menos severa em países com maiores níveis de reservas internacionais no período anterior à crise. Como medida de abertura financeira foi utilizado o índice de jure KAOPEN de Chinn e Ito (2008) e não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e incidência da crise financeira global. Berkmen et al. (2012) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section com técnica de estimação dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). A amostra é composta por 40 países em desenvolvimento no período 2003-2009. Os resultados sugerem que: há evidências de que a crise incidiu de forma mais severa nos países que apresentaram maiores níveis de crédito bancário em relação a depósito, maiores dívidas de curto prazo, crescimento do crédito e adotam regime de câmbio fixo, no período anterior à crise. A medida de abertura financeira utilizada foi o índice de jure de Schindler (2009) e não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e a incidência da crise financeira global. Lane e Milesi-Ferretti (2011) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section com técnica de estimação dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). A amostra é composta por 142 países desenvolvidos e em desenvolvimento no período 1990-2009. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita, crescimento do crédito e déficits em conta corrente no período anterior à crise. A medida de abertura financeira utilizada foi o índice de facto IFIGDP de Lane e Milesi-Ferretti (2007) e não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e a incidência da crise financeira global. Giannone, Lenza e Reichlin (2011) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para 102 países desenvolvidos e em desenvolvimento no período 2002-2009. Os resultados indicam que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita, regulação dos mercados de crédito, qualidade regulatória e déficit em conta corrente no período anterior à crise. A medida de abertura financeira utilizada foi o índice de facto IFIGDP de Lane e Milesi-Ferretti (2007) e não há evidência de relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e a incidência da crise financeira global. Ostry et al. (2010) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) e modelo probit estimado por máxima verossimilhança para amostra de 37 economias de mercados emergentes no período 2003-2009. Os índices de abertura financeira são baseados em Schindler (2009) e há evidências de que países que possuem controle de capitais, principalmente em relação a fluxos de capitais tipo debt (investimento de portfólio em títulos de dívida e outros investimentos), tiveram melhor resiliência em relação à crise financeira global. Berglof et al. (2010) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para amostra de 170 economias avançadas e mercados emergentes no período 1999-2008. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa nos países que apresentaram maiores níveis de empréstimos em relação a depósito, crescimento médio do PIB, PIB per capita e crescimento do crédito, no período anterior à crise. A medida de abertura financeira utilizada foi o índice de facto IFIGDP de Lane e Milesi-Ferretti (2007) e não há evidência de relação estatisticamente significativa entre a abertura financeira e a incidência da crise financeira global. Didier, Hevia e Schmukler (2012) estimam modelo de incidência da crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para 170 países desenvolvidos e em desenvolvimento no período de 2003-2010. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita, abertura comercial, déficits em conta corrente e maior taxa de crescimento do crédito, no período anterior à crise. O índice de abertura financeira utilizado foi o índice de facto IFIGDP de Lane e Milesi-Ferretti (2007) e não há relação estatisticamente significativa entre a abertura financeira e a incidência da crise financeira global. Ho (2015) estima modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o bayesian model averaging (BMA) para dados em cross-section. A amostra é composta por 72 países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa em países mais liberais e democráticos e em países cujas exportações são mais expostas a países pequenos severamente atingidos pela crise (Islândia, Irlanda, Ucrânia, Estônia, Letônia e Lituânia). O autor não incluiu entre as variáveis explanatórias índices de abertura financeira e, portanto, não testa se a abertura financeira é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009. Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o bayesian model averaging (BMA) para dados em cross-section. A amostra é composta por 149 países desenvolvidos e em desenvolvimento. Diferentemente dos trabalhos citados acima, que definem a incidência da crise financeira global de 2008-2009 em termos de declínio no crescimento econômico, a medida de incidência utilizada por Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014) é um índice de pressão no mercado de câmbio. Os resultados sugerem que quanto menor a taxa de inflação e maior o nível das reservas internacionais no período anterior à crise, menor a pressão no mercado cambial durante a crise. Como medida de abertura financeira foi utilizado o índice de jure KAOPEN de Chinn e Ito (2008), na forma de uma variável dummy, e as evidências indicam que a abertura financeira não é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009. Em síntese, os resultados reportados na literatura indicam que não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e a incidência da crise financeira global de 2008-2009, mensurada em termos de declínio no crescimento econômico, exceto Ostry et al. (2010), que encontram evidências de que países que possuem controle de capitais, principalmente em relação a fluxos de capitais tipo debt, tiveram melhor resiliência em relação à crise financeira global. Ademais, conforme Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014), não há evidência de que a abertura financeira é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009, mensurada na forma de um índice de pressão no mercado cambial. Esse trabalho contribui para a literatura econométrica em duas dimensões: i) utiliza o Bayesian Model Averaging (BMA) para lidar com o problema de incerteza com relação ao conjunto de variáveis explanatórias em modelos de incidência de crise financeira; ii) utiliza um amplo conjunto de índices de abertura financeira (de jure e de facto) e um amplo conjunto de medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009. apresenta-se uma síntese da literatura econométrica. Na seção 4 4 Procedimentos Metodológicos 4.1 Bayesian Model Averaging (BMA)1 A ausência de consenso e a heterogeneidade entre os trabalhos relativos ao conjunto de variáveis explanatórias é considerável nos modelos empíricos de incidência da crise financeira global de 2008-2009. Os trabalhos incluem variáveis explanatórias com o objetivo de captar as características políticas, institucionais, financeiras, macroeconômicas e a relações comerciais e financeiras com o resto do mundo, no período anterior à crise. Na literatura empírica sobre a incidência da crise financeira global de 2008-2009 existe um problema de incerteza na especificação dos modelos em relação ao conjunto de variáveis explanatórias. Nesse contexto, a abordagem econométrica adequada é o bayesian model averaging (BMA). Ho (2015) e Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014) utilizam o bayesian model averaging (BMA) como abordagem econométrica para analisar os determinantes robustos da crise financeira global de 2008-2009. Para uma breve exposição do bayesian model averaging (BMA), considere a seguinte representação genérica de um modelo empírico: (1) y = \theta X + \epsilon y = θ X + ϵ \epsilon\sim N(0,\sigma^{2}I_{T}) ϵ ∼ N ( 0 , σ 2 I T ) Onde yy é a variável dependente (incidência da crise financeira global de 2008-2009) e XX representa um conjunto de variáveis explanatórias (determinantes da incidência da crise financeira global de 2008-2009). Suponha que existem muitos modelos empíricos, cada um dado por uma combinação diferente de variáveis explanatórias e cada um com uma probabilidade de ser o modelo “verdadeiro”. Um modelo é formalmente definido por uma função de verossimilhança e uma densidade prévia. Supondo a existência de KK variáveis explanatórias, tem-se 2^{K}2K possíveis combinações de variáveis explanatórias, isto é, 2^{K}2K diferentes modelos, indexados por M_{j}Mj, para j = 1,\ldots,\ 2^{K}j=1,…,2K, que buscam explicar yy. A probabilidade posterior dos parâmetros calculada usando M_{j}Mj pode ser escrita como: (2) \left( \theta^{j} \smallsetminus {y,M}_{j} \right) = \frac{f\left( y \smallsetminus \theta^{j},M_{j} \right)g(\theta^{j} \smallsetminus M_{j})}{f\left( y \smallsetminus M_{j} \right)} ( θ j ∖ y , M j ) = f ( y ∖ θ j , M j ) g ( θ j ∖ M j ) f ( y ∖ M j ) A lógica da inferência bayesiana sugere que usemos a regra de Bayes para derivar um julgamento de probabilidade sobre o que não sabemos (ou seja, se um modelo é correto ou não) condicional ao que sabemos (ou seja, os dados). Dada a probabilidade prévia do modelo P\left( M_{j} \right)P(Mj), podemos calcular a probabilidade posterior do modelo (PMP) usando a regra de Bayes: (3) P\left( M_{j} \smallsetminus y_{j} \right) = \frac{f\left( y \smallsetminus M_{j} \right)P(M_{j})}{f(y)} P ( M j ∖ y j ) = f ( y ∖ M j ) P ( M j ) f ( y ) Como P(M_{j})P(Mj) não envolve os dados, ele mede a probabilidade de acreditarmos que M_{j}Mj é o modelo correto antes de vermos os dados. f\left( y \smallsetminus M_{j} \right)f(y∖Mj) é chamada de probabilidade marginal (ou integrada) e é calculada usando (2). Em particular, se integrarmos ambos os lados de (2) com respeito a \theta^{j}θj, usando o fato de que \int_{}^{}{}g\left( \theta^{j} \smallsetminus {y,M}_{j} \right)d\theta^{j} = 1∫g(θj∖y,Mj)dθj=1, obtemos: (4) f\left( y \smallsetminus M_{j} \right) = \int_{}^{}{}f\left( y \smallsetminus \theta^{j},M_{j} \right)g\left( \theta^{j} \smallsetminus M_{j} \right)d\theta^{j} f ( y ∖ M j ) = ∫ f ( y ∖ θ j , M j ) g ( θ j ∖ M j ) d θ j A quantidade f\left( y \smallsetminus M_{j} \right)f(y∖Mj) dada pela equação (4) é a probabilidade marginal dos dados, obtida integrando a densidade conjunta de \left( y,\theta^{j} \right)(y,θj) dado yy sobre \theta^{j}θj. A razão entre as probabilidades integradas de dois modelos diferentes é o Fator de Bayes e está intimamente relacionada à estatística razão de verossimilhança, na qual os parâmetros \theta^{j}θj são eliminados por maximização e não por integração. Além disso, considerando \thetaθ uma função de \theta^{j}θj para cada j = 1,\ldots,\ 2^{K}j=1,…,2K, podemos calcular a densidade posterior dos parâmetros para todos os modelos em consideração: (5) g(\theta \smallsetminus y) = \sum_{j = 1}^{2^{K}}{}P(M_{j} \smallsetminus y)g(\theta \smallsetminus y,M_{j}) g ( θ ∖ y ) = ∑ j = 1 2 K P ( M j ∖ y ) g ( θ ∖ y , M j ) As estimativas pontuais dos parâmetros \thetaθ podem ser obtidas por meio do valor esperado de (5): (6) E(\theta \smallsetminus y) = \sum_{j = 1}^{2^{K}}{}P(M_{j} \smallsetminus y)E(\theta \smallsetminus y,M_{j}) E ( θ ∖ y ) = ∑ j = 1 2 K P ( M j ∖ y ) E ( θ ∖ y , M j ) A expressão para a variância dos valores esperados dos parâmetros \thetaθ é dada por: (7) V(\theta \smallsetminus y) = \sum_{j = 1}^{2^{K}}{}P(M_{j} \smallsetminus y)V(\theta \smallsetminus y,M_{j}) + \ \sum_{j = 1}^{2^{K}}{}P(M_{j} \smallsetminus y){(E(\theta \smallsetminus y,M_{j}) - E(\theta \smallsetminus y))}^{2} V ( θ ∖ y ) = ∑ j = 1 2 K P ( M j ∖ y ) V ( θ ∖ y , M j ) + ∑ j = 1 2 K P ( M j ∖ y ) ( E ( θ ∖ y , M j ) − E ( θ ∖ y ) ) 2 A metodologia bayesian model averaging (BMA) permite construir um ranking de variáveis ordenadas por sua robustez. Para construir a medida de robustez, estimamos a probabilidade posterior de que uma variável particular hh seja incluída na regressão e a interpretamos como a probabilidade de que a variável pertença ao modelo empírico verdadeiro. Em outras palavras, variáveis com altas probabilidades posteriores de serem incluídas são consideradas determinantes robustos da incidência da crise financeira global de 2008-2009. A probabilidade de inclusão posterior (PIP) é a soma da probabilidade posterior dos modelos incluindo a variável hh: (8) PIP = P\left( \theta_{h} \neq 0 \smallsetminus y \right) = \sum_{\theta_{h} \neq 0}^{}{}P(M_{j} \smallsetminus y) P I P = P ( θ h ≠ 0 ∖ y ) = ∑ θ h ≠ 0 P ( M j ∖ y ) A implementação do bayesian model averaging (BMA) pode ser difícil por duas razões: i) há dois tipos de priors, no espaço dos parâmetros e no espaço dos modelos; ii) o número de modelos em consideração (2^{K}2K) é frequentemente tão grande que a exigência computacional do bayesian model averaging (BMA) pode ser proibitiva. Para os modelos de incidência da crise financeira global de 2008-2009, utiliza-se um prior condicional para os parâmetros do modelo jj (\theta^{j} \smallsetminus \sigma^{2}θj∖σ2) com média zero e variância proposta por Zellner (1986), isso é, uma covariância prévia dada por g{(X_{j}^{'}X_{j})}^{- 1}g(Xj′Xj)−1. Essa variância prévia é proporcional à covariância posterior amostral {((X_{j}^{'}X_{j})}^{- 1})((Xj′Xj)−1) com o escalar gg determinando quanta importância é atribuída à crença prévia pelo pesquisador. O prior condicional a \theta^{j}θj é então: (9) \theta^{j} \smallsetminus \sigma^{2},M_{j},\ g\sim N(0,\sigma^{2}g\left( X_{j}^{'}X_{j} \right)^{- 1})\ θ j ∖ σ 2 , M j , g ∼ N ( 0 , σ 2 g ( X j ′ X j ) − 1 ) Em conformidade com Fernández, Ley e Steel (2001) e Zeugner e Feldkircher (2015), define-se o hiperparâmetro gg como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2). Para a variância (\sigma^{2}σ2) e intercepto (\alphaα), define-se priors dados por p(\sigma) \propto \sigma^{- 1}p(σ)∝σ−1 e p(\alpha) \propto 1p(α)∝1, que indicam a ausência de informação prévia. Para o espaço dos modelos, assume-se que todos os modelos são igualmente prováveis a priori (Uniform Prior), ou seja, P\left( M_{j} \right) = 2^{- K}\forall jP(Mj)=2−K∀j . Uma das limitações da abordagem bayesian model averaging (BMA) é a dificuldade computacional quando o número de potenciais variáveis explanatórias KK é muito grande. Utilizar-se-á o algoritmo MCMC, de Monte Carlo via Cadeias de Markov (MC 3), desenvolvido por Madigan e York (1995). O método MC3 concentra-se em regiões de modelos com alta probabilidade posterior do modelo e, portanto, é capaz de aproximar a probabilidade posterior do modelo exata de maneira mais eficiente. Para obter as distribuições a posteriori dos parâmetros serão utilizadas as especificações sugeridas por Babecky et al. (2013), que realizou 4.000.000 de sorteios do MC 3, depois de descartar as primeiras 1.000.000 de interações, selecionando os 5000 melhores modelos. Todos os cálculos forem realizados no pacote BMS de Zeugner e Feldkircher (2015) para o programa estatístico R. 4.2 Dados e Amostra 4.2.1 Medidas de Incidência da Crise Financeira Global de 2008-2009 Não obstante a incidência da crise financeira global de 2008-2009 ser geralmente definida na literatura empírica em termos de declínio no crescimento econômico, não há uniformidade entre os trabalhos empíricos em relação às medidas de incidência utilizadas. Lane e Milesi-Ferretti (2011) utilizam o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009, o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 menos o crescimento médio do PIB real no período 2005-2007 e o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 menos o crescimento médio do PIB real no período 1990-2007. Blanchard, Das e Faruqee (2010) consideram o crescimento do PIB em 2008T4-2009T1, menos a projeção de crescimento do PIB para o mesmo período realizado em abril de 2008 e o crescimento do PIB em 2008T4-2009T1 menos crescimento médio do PIB em 1995-2007. Berkmen et al. (2012) utilizam duas medidas de incidência, o crescimento do PIB real em 2009 menos a previsão do Consensus Forecasts de 2009 (média dos relatórios de janeiro a junho de 2009), e o Crescimento do PIB real em 2009 menos a previsão do crescimento do PIB real em 2009, realizada pelo World Economic Outlook. Giannone, Lenza e Reichlin (2011) usam como medida de incidência o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009. Claessens et al. (2010) modelam medidas de crise como: i) número de trimestres em que a taxa de crescimento do PIB real permanece negativa; ii) declínio acumulado no PIB real desde o início da recessão até o final da recessão; iii) crescimento médio do PIB real em 2003-2007 menos o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009. Ostry et al. (2010) utilizam como medidas de incidência o crescimento médio do PIB real no período 2003-2007 menos o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 e o crescimento médio do PIB real no período 2003-2007 menos o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 na forma de variável binária, assumindo valor 1 se o declínio no crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 em relação a 2003-2007 estiver no menor decil da amostra. Rose e Spiegel (2011) consideram como medidas de incidência da crise o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009, o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 menos o crescimento médio do PIB real no período 2005-2007, o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 menos o crescimento médio do PIB real no período 1990-2007 e a diferença entre as previsões do crescimento do PIB real em 2009 realizadas pelo World Economic Outlook em abril de 2008 e em abril 2009. Com base na literatura consultada, esse trabalho define a incidência da crise financeira global de 2008-2009 em termos de declínio no crescimento econômico e utiliza quatro medidas de incidência: i) Incidência 1 – Taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 (International Monetary Fund 2018b); ii) Incidência 2 – Taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007 (International Monetary Fund 2018b); iii) Incidência 3 – Taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007 (International Monetary Fund 2018b); iv) Incidência 4 – Previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada abril de 2008 (International Monetary Fund 2018b). 4.2.2 Índices de Abertura Financeira Neste trabalho serão utilizados oito índices de abertura financeira, um índice de facto e sete índices de jure: i) IFIGDP – Índice de abertura financeira de facto, consiste na soma de estoque de ativos e obrigações relativos a Investimento Externo Direto, Investimento de Portfólio, Outros Investimentos e Derivativos Financeiros como proporção do PIB. Um maior valor do IFIGDP indica maior grau de abertura financeira (Lane e Milesi-Ferretti 2007); ii) KAOPEN – Índice de abertura financeira de jure, construído com base nas informações que constam no International Monetary Fund (2018a), que informa a existência ou inexistência de controles legais sobre os fluxos de capitais e a intensidade de enforcement desses controles. Um maior valor de KAOPEN indica maior grau de abertura financeira (Chinn e Ito 2008); iii) WANG-JAHAN – Três índices de abertura financeira de jure baseados na classificação do International Monetary Fund (2018a), elaborados por Jahan e Wang (2016). Um índice de abertura geral da conta capital e financeira do balanço de pagamentos que considera a presença ou ausência de controles legais sobre os fluxos de capitais e a intensidade destes controles para doze tipos específicos de fluxos de capitais (denominado WANG-JAHAN), um índice de abertura financeira que considera a presença ou ausência de controles legais sobre as entradas de fluxos de capitais para sete categorias de ativos (denominado WANG-JAHAN _ entrada) e um índice de abertura financeira que considera a presença ou ausência de controles legais sobre as saídas de fluxos de capitais para sete categorias de ativos (denominado WANG-JAHAN _ saída). Um maior valor dos índices indica maior abertura financeira. iv) SCHINDLERF – Três índices de abertura financeira de jure baseados na classificação do International Monetary Fund (2018a), elaborados por Fernández et al. (2016). Um índice de abertura financeira geral da conta capital e financeira do balanço de pagamentos que mensura o grau de restrição da conta capital e financeira para dez categorias de fluxos de capitais (denominado SCHINDLERF), um índice de abertura financeira que considera a presença ou ausência de restrições legais sobre as entradas de fluxos de capitais para seis categorias de ativos (denominado SCHINDLERF _ entrada) e um índice de abertura financeira que considera a presença ou ausência de restrições sobre as saídas de fluxo de capitais para seis categorias de ativos (denominado SCHINDLERF _ saída). Um maior valor dos índices indica menor grau de abertura financeira. 4.2.3 Variáveis Explicativas Além dos oito índices de abertura financeira foram incluídas no conjunto de variáveis explanatórias 28 variáveis que captam dimensões dos países relativas às características políticas, institucionais, financeiras e às relações comerciais e financeiras com o resto do mundo, no período anterior à crise ( Blanchard, Das e Faruqee 2010; Berkmen et al. 2012; Lane e Milesi-Ferretti 2011; Rose e Spiegel 2011; 2012; Frankel e Saravelos 2012; Ostry et al. 2010; Giannone, Lenza e Reichlin 2011). A Tabela 1 apresenta as definições e fontes das 28 variáveis explanatórias. Tabela 1 Variáveis explicativas para o modelo BMA Variáveis Descrição Fonte 1 - Abertura Comercial Importações + exportações de bens e serviços (% PIB), em 2007. World Bank (2018 ) 1 - Part. Manufaturas Valor adicionado da Manufatura (% PIB), nível em 2007. World Bank (2018 ) 3 - Dummy Petróleo Dummy, assume valor 1 para países produtores de petróleo, em 2007. World Bank (2018 ) 4 - Termos de Troca Termos de trocas (2000 = 100), em 2007. World Bank (2018 ) 5 - Despesas Bancárias Custos gerais dos bancos (% total de ativos), em 2007. World Bank (2017 ) 6 - Margens Bancárias Margem de juros líquida dos bancos, em 2007. World Bank (2017 ) 7 - Passivos Líquidos Passivos líquidos do sistema financeiro (% PIB), em 2007. World Bank (2017 ) 8 - PIB per capita Logaritmo do PIB per capita, em 2007. World Bank (2018 ) 9 - Reservas Internacionais Reservas internacionais (% PIB), em 2007. World Bank (2018 ) 10 - Conta Corrente Saldo em conta corrente do Balanço de Pagamentos (% PIB), em 2007. World Bank (2018 ) 11 - Crescimento do Crédito É o crescimento do crédito privado por bancos e outras instituições financeiras (% PIB), entre 2004 e 2007. World Bank (2017 ) 12 - Poupança Nacional Líquida Poupança nacional bruta menos o valor do consumo de capital fixo (% PIB), em 2007. World Bank (2018 ) 13 - Ativo Ext. Líquido É o estoque total de ativos externos menos o estoque total de passivos externos (%PIB), em 2007. Lane e Milesi-Ferretti (2007) 14 - Inflação É a variação anual percentual do índice de preço ao consumidor (%), em 2007. World Bank (2018 ) 15 - M2 É a razão entre M2 e as reservas internacionais (%), em 2007. World Bank (2018 ) 16 - Regime de Câmbio Fixo Dummy, assumindo valor 1 para regime de câmbio fixo e 0 para outros regimes, mensurada em 2007. Ilzetzki, Reinhart e Rogoff (2017) 17 - Tamanho do Governo Dependência governamental para alocar recursos, índice de 0 a 10, onde 10 representa mais liberdade, em 2007. Gwartney et al. (2018) 18 - Sistema Legal e Direitos Sistema legal e os direitos de propriedade, índice de 0 a 10, onde 10 representa maior liberdade, em 2007. Gwartney et al. (2018) 19 - Sound Money Confiabilidade na moeda, índice de 0 a 10, onde 10 representa maior liberdade, em 2007. Gwartney et al. () 20 - Propriedade dos Bancos O setor bancário como propriedade privada de 0 a 10, onde 10 representa mais liberdade, em nível 2007. Gwartney et al. (2018) 21 - Controle de Juros Controles sobre as taxas de juros, de 0 a 10, onde 10 representa mais liberdade, em 2007. Gwartney et al. (2018) 22 - Reg. Mercado de Crédito Regulação no mercado interno de crédito, índice de 0 a 10, onde 10 representa maior liberdade, em 2007. Gwartney et al. (2018) 23 - Reg. Mercado de Trabalho Regulação no mercado de trabalho, de 0 a 10, onde 10 representa mais liberdade, em 2007. Gwartney et al. (2018) 24 - Reg. dos Negócios Regulação e procedimentos burocráticos, índice de 0 a 10, onde 10 representa maior liberdade, em 2007. Gwartney et al. (2018) 25 - Rule of Law Índice de confiança dos agentes nas regras da sociedade, pontuação do país, de -2,5 a 2,5. em nível 2007. World Bank (2018 ) 26 - Dívida Pública Dívida bruta do setor público como % do PIB, em 2007. International Monetary Fund (2022) 27 - Alavancagem Crédito bancário em relação a depósitos bancários (%), em 2007. World Bank (2019 ) 28 - Dummy EA Dummy, assume valor 1 se o país é classificado no grupo “Economias Avançadas” e valor 0 se o país é classificado no grupo “Economias Emergentes e em Desenvolvimento”, conforme o World Economic Outlook (FMI) International Monetary Fund (2022) Fonte: Elaboração própria. 4.2.4 Amostra A amostra é composta por 72 países com dados durante o período 1990-2009, composta por 29 Economias Avançadas e 43 Economias Emergentes e em Desenvolvimento, conforme classificação do International Monetary Fund (2018b): i) Economias Avançadas: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chipre, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Coréia do Sul, Letônia, Malta, Holanda, Nova Zelândia, Portugal, Cingapura, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos; ii) Economias Emergentes e em Desenvolvimento: Bahrein, Bangladesh, Bolívia, Brasil, Bulgária, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Egito, El Salvador, Geórgia, Gana, Guatemala, Hungria, Índia, Cazaquistão, Quênia, Malásia, Maurício, México, Moldávia, Marrocos, Nicarágua, Nigéria, Omã, Paquistão, Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Polônia, Rússia, África do Sul, Sri Lanka, Tanzânia, Tailândia, Tunísia, Turquia, Uganda e Ucrânia. 4.2.5 Estatística Descritiva A tabela 2 apresenta estatísticas descritivas para as medidas de incidência da crise e os índices de abertura financeira. Para todas as medidas de incidência da crise, em média a crise incidiu de forma mais severa nas Economias Avançadas do que nas Economias Emergentes e em Desenvolvimento. A crise incidiu de forma mais adversa na Letônia (Incidência 1, Incidência 2, Incidência 3) e Cingapura (Incidência 4) e de forma menos adversa na China (Incidência 1), Omã (Incidência 2), Nigéria (Incidência 3) e Quênia (Incidência 4). Ademais, considerando todos os índices de abertura financeira, em média as Economias Avançadas são mais abertas ao mercado financeiro internacional dos que as Economias Emergentes e em Desenvolvimento. A tabela A1 no apêndice A apresenta estatística descritiva para as vinte e oito variáveis explanatórias apresentadas na Tabela 1. Tabela 2: Estatísticas Descritivas - Medidas de Incidência da Crise e Índices de Integração Financeira Variáveis Amostra Total Economias Avançadas Economias Emergentes e em Desenvolvimento Obs. Média Des. Pad. Mín. Máx. Obs. Média Des. Pad. Mín. Máx. Obs. Média Des. Pad. Mín. Máx. Incidência 1 72 1,090 3,576 -8,950 9,400 29 -1,478 2,270 -8,950 2,300 43 2,822 3,250 -6,450 9,400 Incidência 2 72 -3,908 3,634 -18,950 4,650 29 -5,243 3,417 -18,950 -0,600 43 -3,008 3,533 -14,650 4,650 Incidência 3 72 -3,097 3,233 -15,450 3,700 29 -4,990 2,735 -15,450 -1,200 43 -1,821 2,923 -8,450 3,700 Incidência 4 72 -5,420 2,915 -14,484 -0,427 29 -6,209 2,847 -14,484 -3,200 43 -4,888 2,871 -12,277 -0,427 IFIGDP 72 3,959 5,294 0,516 26,047 29 6,503 5,741 1,356 26,047 43 2,243 4,233 0,516 23,357 KAOPEN 72 0,729 0,339 0,166 1 29 0,955 0,130 0,416 1 43 0,577 0,352 0,166 1 WANG-JAHAN 72 0,674 0,314 0 1 29 0,851 0,091 0,591 1 43 0,555 0,354 0 1 WANG-JAHAN _ entrada 72 0,701 0,318 0 1 29 0,879 0,091 0,640 1 43 0,582 0,360 0 1 WANG-JAHAN _ saída 72 0,594 0,374 0 1 29 0,746 0,214 0,357 1 43 0,492 0,423 0 1 SCHINDLERF 72 0,306 0,309 0 1 29 0,138 0,113 0 0,325 43 0,420 0,347 0 1 SCHINDLERF _ entrada 72 0,274 0,291 0 1 29 0,109 0,090 0 0,350 43 0,386 0,326 0 1 SCHINDLERF _ saída 72 0,319 0,355 0 1 29 0,122 0,150 0 0,550 43 0,451 0,392 0 1 Nota: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa. A tabela 3 apresenta a matriz de correlações para as medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009 e os índices de abertura financeira. Cabem três observações: as correlações entre as medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009 são relativamente altas, a exceção é a medida Incidência 4; as correlações entre os índices de abertura financeira de jure são altas e as correlações entre os índices de abertura financeira de jure e o índice de abertura financeira de facto IFIGDP são relativamente baixas; por fim, as correlações entre os índices de abertura financeira e as medidas de incidência da crise são baixas. Tabela 3: Correlação - Medidas de incidência da crise e índices de abertura financeira Incidência 1 Incidência 2 Incidência 3 Incidência 4 IFIGDP KAOPEN WANG-JAHAN WANG-JAHAN_ entrada WANG-JAHAN_ saída SCHINDLERF SCHINDLERF _ entrada SCHINDLERF _ saída Incidência 1 1,000 Incidência 2 0,806 1,000 Incidência 3 0,874 0,897 1,000 Incidência 4 0,573 0,742 0,684 1,000 IFIGDP -0,224 -0,162 -0,255 -0,250 1,000 KAOPEN -0,363 -0,053 -0,218 0,069 0,373 1,000 WANG-JAHAN -0,295 -0,026 -0,141 0,051 0,292 0,870 1,000 WANG-JAHAN_ entrada -0,256 -0,003 -0,117 0,031 0,293 0,824 0,950 1,000 WANG-JAHAN_ saída -0,128 0,048 -0,047 0,113 0,320 0,786 0,895 0,860 1,000 SCHINDLERF 0,295 0,054 0,159 -0,013 -0,285 -0,827 -0,960 -0,940 -0,925 1,000 SCHINDLERF _ entrada 0,346 0,080 0,166 0,034 -0,242 -0,796 -0,938 -0,954 -0,822 0,952 1,000 SCHINDLERF _ saída 0,283 0,053 0,175 -0,038 -0,317 -0,827 -0,932 -0,875 -0,925 0,969 0,869 1,000 Nota: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa. apresentam-se os procedimentos metodológicos. Na seção 5 5 Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira Global de 2008-2009: Evidências Econométricas As tabelas B1 a B4 no apêndice B apresentam os resultados do bayesian model averaging (BMA). As variáveis dependentes utilizadas foram as quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009. As quatro estimações realizadas utilizaram 35 variáveis explanatórias (oito índices de abertura financeira e as variáveis 1 a 27 listadas na tabela 1). Foram realizados 4.000.000 sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O critério de importância de uma variável para o bayesian model averaging é definido por meio da probabilidade de inclusão posterior (PIP)2 . Conforme Amini e Parmeter (2011), Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014) e Eicher, Papageorgiou e Raftery (2011), uma variável é considerada robusta se apresentar probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5. Ademais, Eicher, Papageorgiou e Raftery (2011, 46) propõem uma escala relativa à probabilidade de inclusão posterior (PIP) de uma variável: “the evidence for a regressor having an effect is either weak, positive, strong, or decisive when the posterior inclusion probabilities range from 50-75%, 75- 95%, 95-99%, and > 99%, respectively”. A tabela B1 apresenta resultados das estimações por bayesian model averaging (BMA) para a seguinte variável dependente: taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009. Os resultados sugerem que quatro variáveis apresentam probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. A primeira variável é PIB per capita, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 1,0000 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. O resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita no período anterior à crise. A segunda variável é Poupança Nacional Líquida, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9667 e média posterior (PM) associada com sinal positivo. O resultado indica que a crise incidiu de forma menos severa nos países com maiores níveis de poupança nacional líquida no período anterior à crise. A terceira variável é Inflação, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,8029 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. Esse resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países com menor estabilidade de preço no período anterior à crise. A quarta variável é Part. Manufaturas, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,7169 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de participação de produção de manufaturas no PIB no período anterior à crise. A tabela B2 apresenta resultados das estimações por bayesian model averaging (BMA) para a seguinte variável dependente: taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007. Quatro variáveis apresentaram probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. A primeira variável é o Crescimento do Crédito, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9998 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. O resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países que experimentaram maior crescimento do crédito (boom de crédito) no período anterior à crise. A segunda variável, Part. Manufaturas, apresentou probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9644 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. O resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de participação de produção de manufaturas no PIB no período anterior à crise. A terceira variável é PIB per capita, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,8393 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita no período anterior à crise. A quarta variável é Inflação, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,5696 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com menor estabilidade de preço no período anterior à crise. A tabela B3 apresenta resultados das estimações por bayesian model averaging (BMA) para a seguinte variável dependente: taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007. Quatro variáveis apresentaram probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. A primeira variável é PIB per capita, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9988 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita no período anterior à crise. A segunda variável, Part. Manufaturas, apresentou probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9304 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de participação de produção de manufaturas no PIB no período anterior à crise. A terceira variável é Crescimento do Crédito, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,8637 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. O resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países que tiveram maior crescimento do crédito (boom de crédito) no período anterior à crise. A quarta variável é Inflação, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,6510 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com menor estabilidade de preço no período anterior à crise. Por fim, a tabela B4 apresenta resultados das estimações por bayesian model averaging (BMA) para a seguinte variável dependente: previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada abril de 2008. Quatro variáveis apresentaram probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. A primeira variável é o Crescimento do Crédito, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9974 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países que experimentaram maior crescimento do crédito (boom de crédito) no período anterior à crise. A segunda variável, Part. Manufaturas, apresentou probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9204 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de participação de produção de manufaturas no PIB no período anterior à crise. A terceira variável é PIB per capita, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,8847 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita no período anterior à crise. A quarta variável é Reservas Internacionais, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,7441 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de reservas internacionais no período anterior à crise. Os resultados reportados nas tabelas B1 a B4 apresentam o seguinte padrão: i) não há evidências de que a abertura financeira seja um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009, ou seja, não há evidências de que o nível de abertura financeira no período anterior à crise explica a incidência da crise financeira global de 2008-2009 entre os países da amostra, em termos de declínio no crescimento econômico; ii) há evidências de que PIB per capita, Part. Manufaturas, Crescimento do Crédito e Inflação são determinantes robustos da incidência da crise financeira global de 2008-2009, ou seja, há evidências de que a crise financeira global de 2008-2009 incidiu de forma mais severa em países com maior PIB per capita, maior participação da produção de manufaturas no PIB, maior crescimento do crédito e maior taxa de inflação, no período anterior à crise. Ademais, embora as evidências não sejam sistemáticas, sugerem que a crise financeira global de 2008-2009 incidiu de forma mais severa em países com menor poupança nacional líquida (tabela B1) e maior nível de reservas internacionais (tabela B4), no período anterior à crise. apresentam-se os resultados econométricos e na seção 6 6 Robustez dos Resultados Feldkircher e Zeugner (2009) argumentam que estatísticas posteriores e, em particular, a probabilidade posterior do modelo (PMP) e a probabilidade de inclusão posterior (PIP), são notoriamente sensíveis à definição do hiperparâmetro g. Foram estimados quatro modelos, com especificações idênticas aos modelos apresentados nas tabelas B1 a B4. A única diferença em relação aos modelos apresentados nas tabelas B1 a B4 é a definição do hiperparâmetro g conforme a especificação de Liang et al. (2008), Feldkircher e Zeugner (2009) e Zeugner e Feldkircher (2015), o hyper-g prior. Conforme Feldkircher e Zeugner (2012), essa abordagem mostrou levar a inferências menos propensas a ruídos nos dados. Os resultados estão apresentados nas tabelas C1 a C4 no apêndice C. Para cada modelo estimado, foram apresentadas informações para as variáveis explanatórias com probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5 e para os oito índices de abertura financeira. Na tabela C1 o índice de abertura financeira KAOPEN apresenta probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países mais abertos ao mercado financeiro internacional no período anterior à crise. Nas tabelas C1 e C4 os índices de abertura financeira WANG-JAHAN _ entrada e SCHINDLERF _ entrada apresentam probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5 e média posterior (PM) associada com sinal positivo. Um maior valor do índice WANG-JAHAN _ entrada significa maior nível de abertura financeira relativa à entrada de capitais e um maior valor do índice SCHINDLERF _ entrada implica menor nível de abertura financeira relativa à entrada de capitais, de modo que os resultados apresentados são ambíguos. Portanto, não obstante o resultado para o índice KAOPEN na tabela C1, esses resultados reforçam os apresentados nas tabelas B1 a B4 e sugerem que a abertura financeira não é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009. Nas tabelas B1 a B4 e C1 a C4, os oito índices de abertura financeira foram incluídos conjuntamente em cada um dos modelos estimados. Foram estimados modelos para cada uma das quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009 incluindo um índice de abertura financeira por vez, juntamente com as variáveis explanatórias 1 a 27 listadas na tabela 1. Considerando as quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009, os oito índices de abertura financeira e as duas definições para o hiperparâmetro g (g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) e hyper-g prior), foram estimados 64 modelos, 16 para cada medida de incidência da crise financeira global de 2008-2009. Os resultados estão apresentados nas tabelas D1.1 a D4.2 no apêndice D. Para cada modelo estimado, foram apresentadas informações para as variáveis explanatórias com probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5 e para o índice de abertura financeira. Nos 64 modelos estimados, não há índice de abertura financeira com probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5, o que reforça os resultados apresentados nas tabelas B1 a B4 e C1 a C4. Ou seja, não há evidências de que a abertura financeira é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009. Por fim, com o objetivo de investigar se o efeito da abertura financeira sobre a incidência da crise financeira global de 2008-2009 varia conforme o grupo de países, foram estimados modelos para cada uma das quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009 incluindo entre as variáveis explanatórias uma variável de interação entre um índice de abertura financeira e uma variável dummy que assume valor 1 se um país é classificado no grupo de Economias Avançadas e valor 0 se é classificado no grupo de Economias Emergentes e em Desenvolvimento, denominada Dummy EA. Além da variável de interação entre o índice de abertura financeira e variável Dummy EA, foram incluídas entre as variáveis explanatórias o índice de abertura financeira, a variável Dummy EA e as variáveis 1 a 27 listadas na tabela 1. Seguindo Cuaresma, Doppelhofer e Feldkircher (2014) e Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014), para a avaliação de potenciais efeitos não lineares pela inclusão de termos de interação, utilizamos o método MC3 adaptado para garantir que o princípio de hereditariedade forte de Chipman (1996) seja satisfeito: “More specifically, under strong heredity, we only assign positive prior inclusion probabilities to models that (1) do not include interaction terms or (2) include all variables related to the interactions” (Feldkircher, Horvath e Rusnak 2014, 28). Considerando as quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009, os oito índices de abertura financeira e as duas definições para o hiperparâmetro g (g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) e hyper-g prior), foram estimados 64 modelos, 16 para cada medida de incidência da crise financeira global de 2008-2009. Os resultados estão apresentados nas tabelas E1.1 a E4.2 no apêndice E. Para cada modelo estimado, foram apresentadas informações para as variáveis explanatórias com probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5, para o índice de abertura financeira, para a variável Dummy EA e para a variável de interação. Nos 32 modelos apresentados nas tabelas E1.1, E2.1, E3.1 e E4.1, para os quais o hiperparâmetro gg foi definido conforme Fernández, Ley e Steel (2001) e Zeugner e Feldkircher (2015), g = max(N,K^{2})g=max(N,K2), não há variável de interação entre um índice de abertura financeira e a variável Dummy EA com probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. Dentre os 32 modelos apresentados nas tabelas E1.2, E2.2, E3.2 e E4.2, para os quais o hiperparâmetro g foi definido conforme Liang et al. (2008), Feldkircher e Zeugner (2009) e Zeugner e Feldkircher (2015), o hyper-g prior, apenas em sete modelos a variável de interação entre um índice de abertura financeira e a variável Dummy EA apresenta probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. Portanto, esses resultados sugerem que não há evidência sistemática de que o efeito da abertura financeira sobre a incidência da crise financeira global de 2008-2009 varia conforme o grupo de países. apresentam-se os testes de robustez dos resultados. Por fim, na seção 7 7 Considerações Finais Este trabalho realiza uma investigação econométrica sobre a importância da abertura financeira para a incidência da crise financeira global de 2008-2009. O trabalho contribui para a literatura em duas dimensões relevantes: i) utiliza o bayesian model averaging (BMA) para lidar com o problema de incerteza com relação à definição do conjunto de variáveis explanatórias incluídas em modelos de incidência da crise financeira global de 2008-2009; ii) utiliza um amplo conjunto de índices de abertura financeira (de jure e de facto) e um amplo conjunto de medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009. Os resultados apresentados indicam que não há evidências de que o nível de abertura dos países ao mercado financeiro internacional no período anterior à crise é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009, em termos de declínio no crescimento econômico. Essas evidências são coerentes com as apresentadas na literatura empírica, notadamente, com as evidências apresentadas por Blanchard, Das e Faruqee (2010), Lane e Milesi-Ferretti (2011), Berkmen et al. (2012), Frankel e Saravelos (2012), Didier, Hevia e Schmukler (2012), Berglof et al. (2010) e Giannone, Lenza e Reichlin (2011). Ademais, os resultados indicam que PIB per capita, Part. Manufaturas, Crescimento do Crédito e Inflação são determinantes robustos da incidência da crise financeira global de 2008-2009. Ou seja, há evidências de que a crise financeira global de 2008-2009 incidiu de forma mais severa em países com maior PIB per capita, maior participação da produção de manufaturas no PIB, maior crescimento do crédito e maior taxa de inflação, no período anterior à crise. Os resultados para as variáveis PIB per capita e crescimento do crédito são coerentes com os reportados por Lane e Milesi-Ferretti (2011), Giannone, Lenza e Reichlin (2011), Berglof et al. (2010), Didier, Hevia e Schmukler (2012) e Berkmen et al. (2012). , apresentam-se algumas considerações finais.

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Abertura Financeira e a Crise Financeira Global de 2008-2009: Aspectos Teóricos

A crise financeira global tem origem na bolha imobiliária no sistema financeiro norte-americano. A dinâmica de expansão dos empréstimos hipotecários e a grande alavancagem no mercado de hipotecas subprime somente foram possíveis devido à combinação de fatores macroeconômicos globais, política monetária norte-americana anterior à crise e às práticas de regulação, supervisão e gerenciamento de riscos do mercado financeiro. Essas características permitiram a instituições e entidades financeiras desfrutar de um longo período de excessiva lucratividade e crescimento, principalmente o shadow banking system, aumentando a imprudência em relação ao risco e encorajando as inovações financeiras baseadas nos avanços da tecnologia da informação, como a securitização de ativos (Bernanke 2010Bernanke, B. 2010. Statement by Ben Bernanke Chairman Board of Governors of the Federal Reserve System before the FCIC Washington. 2 de setembro.; Gertler and Gilchrist 2018Gertler, M. e Simon Gilchrist. 2018. “What happened: Financial factors in the Great Recession”. Journal of Economic Perspectives 32 (3): 3-30. ; Thakor 2015Thakor, A. V. 2015. “The Financial Crisis of 2007-09: Why Did It Happen and What Did We Learn?”. Review of Corporate Finance Studies 4 (2): 155-205.; Rajan 2009Rajan, G. R. 2009. “The Credit Crisis and Cycle-Proof. Regulation”. Federal Reserve Bank of St. Louis Review 91 (5): 397-402.).

O choque inicial no sistema financeiro dos Estados Unidos levou à disrupção dos sistemas financeiros de vários países europeus avançados e de outros ao redor do mundo. Por sua vez, a disrupção dos sistemas financeiros foi gradualmente transmitida à economia real, com a crise financeira induzindo uma contração da atividade econômica e notáveis declínios no comércio internacional e nos fluxos internacionais de capitais no final de 2008 e início de 2009. O impacto provocado pela crise na atividade econômica variou amplamente entre os países, refletindo a diversidade na exposição e vulnerabilidade a choques externos, das estruturas institucionais, financeiras, macroeconômicas e das respostas políticas ( Blanchard, Das e Faruqee 2010Blanchard, O. J., Mitali Das e Hamid Faruqee. 2010. “The Initial Impact of the Crisis on Emerging Market Countries”. Brookings Papers on Economic Activity 41: 263-323.; Lane e Milesi-Ferretti 2011_______. 2011. “The Cross-Country Incidence of the Global Crisis”. IMF Economic Review 59 (1): 77-110.; Lane 2013Lane, P. R. 2013. “Financial Globalization and the Crisis”. Open Economies Review 24 (3): 555-580.; Berkmen et al. 2012Berkmen, S. P., Gaston Gelos, Robert Rennhack e James P. Walsh. 2012. “The global financial crisis: Explaining cross-country differences in the output impact”. Journal of International Money and Finance 31 (1): 42-59.; Rose e Spiegel 2011_______. 2011. “Cross-country Causes and Consequences of the Crisis: An Update”. European Economic Review 55 (3): 309-324., 2012Rose, A. K. e Mark M. Spiegel. 2012. “Cross-Country Causes and Consequences of the 2008 Crisis: Early Warning”. Japan and the World Economy 24 (1): 1-16.). A literatura indica um conjunto de canais de transmissão e de fatores pré-crise que podem auxiliar na compreensão da incidência da crise financeira global entre os países.

O primeiro canal de transmissão da crise financeira global considera a mudança global na percepção e tolerância em relação ao risco e as condições financeiras dos países no período anterior à crise. É plausível que a drástica mudança global na percepção e tolerância ao risco atinja mais fortemente países considerados de risco e possuidores de grandes déficits em conta corrente, grandes passivos externos líquidos, grandes passivos externos brutos, descasamento de moeda/vencimento e a prevalência de bolhas imobiliárias e de altos preços dos ativos. Países que apresentaram maiores expansões do crédito no período anterior à crise foram forçados a reduzir mais suas alavancagens, implicando uma incidência mais severa da crise financeira global nesses países. Países que apresentaram melhores condições financeiras no período anterior à crise utilizaram da franca expansão do crédito para criar proteções aos choques externos, como a acumulação de reservas internacionais, que possibilitou a redução do risco de crédito, principalmente nos contratos de dívida, evitando fuga de capitais – e assim aumentando a confiança e credibilidade para realização de políticas monetária e fiscal contracíclicas (Lane e Milesi-Ferretti 2011_______. 2011. “The Cross-Country Incidence of the Global Crisis”. IMF Economic Review 59 (1): 77-110.; Rose e Spiegel 2011_______. 2011. “Cross-country Causes and Consequences of the Crisis: An Update”. European Economic Review 55 (3): 309-324.; 2012Rose, A. K. e Mark M. Spiegel. 2012. “Cross-Country Causes and Consequences of the 2008 Crisis: Early Warning”. Japan and the World Economy 24 (1): 1-16.; Berkmen et al. 2012Berkmen, S. P., Gaston Gelos, Robert Rennhack e James P. Walsh. 2012. “The global financial crisis: Explaining cross-country differences in the output impact”. Journal of International Money and Finance 31 (1): 42-59. ; Didier, Hevia e Schmukler 2012Didier, T., Constantino Hevia e Sergio L. Schmukler. 2012. “How resilient and countercyclical were emerging economies during the global financial crisis?”. Journal of International Money and Finance 31 (8): 2052-2077.).

O segundo canal de transmissão da crise financeira global considera as estruturas institucionais (direitos civis, liberdade de expressão, guerras, conflitos civis, níveis de corrupção, direitos de propriedade, supervisão e regulação do sistema financeiro etc.) e os arranjos de políticas macroeconômicas. A resiliência de um país atingido pela crise depende, em grande parte, da qualidade do arranjo de políticas macroeconômicas e das características institucionais, visto que países com menores níveis de desenvolvimento institucional tendem a sofrer mais com o aumento da volatilidade macroeconômica. Ademais, os regimes cambiais adotados pelos países também seriam de fundamental importância para amortecer os choques provocados pela crise, sendo os países com regime de câmbio fixo/rígido mais vulneráveis à interrupção repentina dos fluxos de capitais e à interrupção dos fluxos de comércio do que os países com regime de câmbio flexível (Rose e Spiegel 2012Rose, A. K. e Mark M. Spiegel. 2012. “Cross-Country Causes and Consequences of the 2008 Crisis: Early Warning”. Japan and the World Economy 24 (1): 1-16.; Giannone, Lenza e Reichlin 2011Giannone, D., Michele Lenza e Lucrezia Reichlin. 2011. “Market Freedom and the Global Recession”. IMF Economic Review 59 (1): 111-135.; Didier, Hevia e Schmukler 2012Didier, T., Constantino Hevia e Sergio L. Schmukler. 2012. “How resilient and countercyclical were emerging economies during the global financial crisis?”. Journal of International Money and Finance 31 (8): 2052-2077.; Blanchard, Das e Faruqee 2010Blanchard, O. J., Mitali Das e Hamid Faruqee. 2010. “The Initial Impact of the Crisis on Emerging Market Countries”. Brookings Papers on Economic Activity 41: 263-323.; Berkmen et al. 2012Berkmen, S. P., Gaston Gelos, Robert Rennhack e James P. Walsh. 2012. “The global financial crisis: Explaining cross-country differences in the output impact”. Journal of International Money and Finance 31 (1): 42-59.).

O terceiro canal de transmissão da crise financeira global está relacionado ao colapso do comércio internacional, devido principalmente a três fatores: i) restrições ao financiamento do comércio; ii) efeitos de composição do comércio, com a incerteza gerando maior redução no consumo de bens duráveis e de investimento; iii) presença de cadeias internacionais de produção em um cenário de incerteza, encorajando as empresas a reduzirem suas produções. Na medida em que a recessão se agrava nos países avançados, a incerteza relacionada à duração e incidência da crise também é ampliada, aumentando o ciclo de retração da renda dos consumidores dos países avançados e, por consequência, reduzindo as relações comerciais com o resto do mundo, provocando queda generalizada no preço e volume dos bens manufaturados e das commodities (Didier, Hevia e Schmukler 2012Didier, T., Constantino Hevia e Sergio L. Schmukler. 2012. “How resilient and countercyclical were emerging economies during the global financial crisis?”. Journal of International Money and Finance 31 (8): 2052-2077.; Lane e Milesi-Ferretti 2011_______. 2011. “The Cross-Country Incidence of the Global Crisis”. IMF Economic Review 59 (1): 77-110.; Blanchard, Das e Faruqee 2010Blanchard, O. J., Mitali Das e Hamid Faruqee. 2010. “The Initial Impact of the Crisis on Emerging Market Countries”. Brookings Papers on Economic Activity 41: 263-323.; Berkmen et al. 2012Berkmen, S. P., Gaston Gelos, Robert Rennhack e James P. Walsh. 2012. “The global financial crisis: Explaining cross-country differences in the output impact”. Journal of International Money and Finance 31 (1): 42-59.).

O quarto canal de transmissão da crise financeira global é relativo ao grau de abertura financeira dos países, elemento fundamental para criar as condições financeiras que deram origem à crise financeira global e para a transmissão dos choques originados no setor de hipotecas subprime dos Estados Unidos (Claessens et al. 2010aClaessens, S., Giovanni Dell’Ariccia, Deniz Igan e Luc Laeven. 2010a. “Cross-country experiences and policy implications from the global financial crisis”. Economic Policy 25 (62): 267–293.; Giannone, Lenza e Reichlin 2011Giannone, D., Michele Lenza e Lucrezia Reichlin. 2011. “Market Freedom and the Global Recession”. IMF Economic Review 59 (1): 111-135.; Didier, Hevia e Schmukler 2012Didier, T., Constantino Hevia e Sergio L. Schmukler. 2012. “How resilient and countercyclical were emerging economies during the global financial crisis?”. Journal of International Money and Finance 31 (8): 2052-2077.). Lane (2013)Lane, P. R. 2013. “Financial Globalization and the Crisis”. Open Economies Review 24 (3): 555-580. identifica três canais por meio dos quais a abertura financeira contribuiu para criar as condições financeiras que deram origem à crise financeira global:

1) Primeiro, a participação de investidores estrangeiros, especialmente bancos estrangeiros, alimentou o crescimento acelerado dos mercados de títulos lastreados em ativos nos Estados Unidos. Os bancos europeus foram os principais compradores de títulos garantidos por ativos e, em grande parte, esses bancos também obtiveram financiamento em dólares nos mercados monetários norte-americanos. Por esse motivo, o papel dos bancos europeus na viabilização da expansão dos mercados de títulos lastreados em ativos nos Estados Unidos não apareceu nos dados do balanço de pagamentos, embora a exposição implícita ao risco das matrizes europeias desses bancos tenha crescido em linha com essas atividades nos mercados norte-americanos;

2) Segundo, a abertura financeira permitiu um rápido crescimento nos balanços de muitos bancos, em dois níveis: em relação aos bancos com atuação global, o tamanho e a complexidade desses bancos cresceram rapidamente, tornando difícil para os reguladores nacionais monitorarem adequadamente os perfis de risco; ademais, a capacidade dos bancos locais de expandir a concessão de crédito, aproveitando os mercados atacadistas internacionais, impulsionou o crescimento do crédito em vários países;

3) Terceiro, o crescente papel dos mercados emergentes no sistema financeiro mundial também pode ter contribuído para o acúmulo de fragilidades nos mercados de crédito. Em particular, o impacto de equilíbrio geral da demanda por ativos de dívida de baixo risco provenientes de fontes oficiais de mercados emergentes (especialmente emergentes asiáticos e exportadores de commodities) e o aumento da oferta de oportunidades nos mercados de ações de mercados emergentes podem ter contribuído para o boom da securitização.

Dessa forma, Lane (2013Lane, P. R. 2013. “Financial Globalization and the Crisis”. Open Economies Review 24 (3): 555-580., 564) argumenta que a abertura financeira contribuiu para as vulnerabilidades do mercado de crédito, que estiveram na origem da crise financeira global: “In essence, financial globalization magnified the impact of underlying distortions, such as inadequate regulation of credit markets and banks, by allowing the scaling-up of financial activities that might have faced capacity limits in autarkic financial systems”. Além disso, a abertura financeira estimulou as assimetrias no crescimento do crédito e nas posições externas entre os países, que desempenharam um papel relevante para a incidência e propagação da crise financeira global: “In addition, financial globalization also had a central role in the emergence of large and persistent differences in credit growth and current account imbalances across countries – these imbalances would play a central role in determining the cross-country incidence and propagation of the original crisis” (Lane 2013Lane, P. R. 2013. “Financial Globalization and the Crisis”. Open Economies Review 24 (3): 555-580., 566).

Claessens et al. (2010b_______. 2010b. “Lessons and Policy Implications from the Global Financial Crisis”. IMF Working Papers, nº 2010/044. International Monetary Fund. 1º de fevereiro., 8) destacam o papel da abertura financeira para a propagação da crise financeira global entre os países: “Increasing interconnectedness of financial institutions and markets and more highly correlated financial risks intensified cross-border spillovers early on through many channels—including liquidity pressures, global sell-off in equities (particularly, financial stocks), and depletion of bank capital”. Ademais, argumentam que o aumento das conexões e o acúmulo simultâneo de riscos sistêmicos em vários países tornaram o gerenciamento de choques mais complexo, especialmente à luz das deficiências institucionais em muitos países, incluindo a incapacidade de lidar rapidamente com grandes instituições financeiras transfronteiriças, e levou a uma rápida disseminação da turbulência globalmente.

Por fim, existe ampla literatura teórica sobre os potenciais riscos da abertura financeira para as economias nacionais na forma de instabilidade macroeconômica e crises financeiras. Eichengreen et al. (1998)Eichengreen, B. J., Michael Mussa, Giovanni Dell’Ariccia, Enrica Detragiache, Gian Maria Milesi-Ferretti e Andrew Tweedie. 1998. “Capital Account Liberalization: Theoretical and Practical Aspects”. IMF Occasional Papers, nº 1998/016. International Monetary Fund. 30 de setembro. , Eichengreen (2007)Eichengreen, B. J. 2007. “The Cautious Case for Capital Flows”. University of California, Berkeley. Julho. e Kose et al. (2009)Kose, M. A., Eswar Prasad, Kenneth Rogoff e Shang-Jin Wei. 2009. “Financial Globalization: A Reappraisal”. IMF Staff Papers 56 (1): 8-62. considerem a possibilidade de que, na ausência de condições iniciais adequadas nas economias nacionais relativas a altos níveis de desenvolvimento institucional, desenvolvimento financeiro, abertura comercial e estabilidade macroeconômica, a abertura financeira pode levar à instabilidade macroeconômica e às crises financeiras. Stiglitz (2000_______. 2000. “Capital Market Liberalization, Economic Growth, and Instability”. World Development 28 (6): 1075-1086., 2004_______. 2004. “Capital-Market Liberalization, Globalization, and the IMF”. Oxford Review of Economic Policy 20 (1): 57-71., 2010Stiglitz, J. E. 2010. “Contagion, Liberalization, and the Optimal Structure of Globalization”. Journal of Globalization and Development 1 (2): 1-45.) desenvolve modelos teóricos tendo como fundamentos a assunção de assimetria de informação, mercados incompletos, externalidades pecuniárias e comportamento irracional, segundo os quais a abertura financeira aumenta a probabilidade de ocorrência de crises financeiras e de contágio. Conforme Knyazeva, Knyazeva e Stiglitz (2012Knyazeva, A., Diana Knyazeva e Joseph E. Stiglitz. 2012. “Crises and Contagion: A Survey”. Em What if Ireland Defaults, editado por Brian Lucey, Charles Larkin e Constantin Gurdgiev, 17-49. Dublin: Orpen Press., 24): “Capital market integration could increase, instead of lower, the likelihood of a financial crisis in a given economy”. Rodrik (2018_______. 2018. “Populism and the economics of globalization”. Journal of International Business Policy 1 (1): 12-33.) argumenta que a abertura financeira acentua (e interage com) as distorções existentes nas economias nacionais relativas ao ambiente institucional e às falhas de mercado, produzindo efeitos adversos. Sobre os efeitos adversos da abertura financeira, Rodrik (2017Rodrik, D. 2017. “The trouble with globalization”. Milken Institute Review. Acessado em 31 de dezembro de 2018. https://www.milkenreview.org/articles/the-trouble-with-globalization.
https://www.milkenreview.org/articles/t...
, 7) afirma que: “Capital mobility has not only worsened income distribution around the world, it has also increased the incidence and severity of financial crisis”.

3

Abertura Financeira e a Crise Financeira Global de 2008-2009: A Literatura Empírica

Os trabalhos empíricos estimam modelos para a incidência da crise financeira global de 2008-2009 para amostras de países, incluindo entre as variáveis explanatórias índices de abertura financeira. Em geral, a incidência da crise financeira global de 2008-2009 é definida em termos de um de seus sintomas, o declínio no crescimento econômico, mensurada principalmente de três maneiras: crescimento econômico durante a crise; mudança no crescimento econômico durante a crise em relação a uma tendência; e mudança na expectativa para o crescimento econômico durante a crise, entre os períodos anterior e posterior ao início da crise.

Blanchard, Das e Faruqee (2010Blanchard, O. J., Mitali Das e Hamid Faruqee. 2010. “The Initial Impact of the Crisis on Emerging Market Countries”. Brookings Papers on Economic Activity 41: 263-323.) estimam modelo de incidência da crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para dados em cross-section. A amostra é composta por 29 economias emergentes no período 1995-2009. Os resultados sugerem que há evidência de que a crise incidiu de forma mais severa em países que apresentaram maior crescimento inesperado dos parceiros comerciais e com maior dívida de curto prazo no período anterior à crise. Como medida de abertura financeira foi utilizado o total de passivos externos como percentagem do PIB em 2007 e não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e incidência da crise financeira global.

Frankel e Saravelos (2012Frankel, J. e George Saravelos. 2012. “Can Leading Indicators Assess Country Vulnerability? Evidence from the 2008-09 Global Financial Crisis”. Journal of International Economics 87 (2): 216-231.) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section com técnica de estimação de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) e regressão probit com técnica de estimação de máxima verossimilhança para 156 países desenvolvidos e em desenvolvimento no período de 1998-2007. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa em países com taxas de câmbio real mais apreciadas no período anterior à crise, e incidiu de forma menos severa em países com maiores níveis de reservas internacionais no período anterior à crise. Como medida de abertura financeira foi utilizado o índice de jure KAOPEN de Chinn e Ito (2008Chinn, M. D. e Hiro Ito. 2008. “A New Measure of Financial Openness”. Journal of Comparative Policy Analysis 10 (3): 309-322. Versão atualizada do banco de dados.) e não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e incidência da crise financeira global.

Berkmen et al. (2012Berkmen, S. P., Gaston Gelos, Robert Rennhack e James P. Walsh. 2012. “The global financial crisis: Explaining cross-country differences in the output impact”. Journal of International Money and Finance 31 (1): 42-59.) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section com técnica de estimação dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). A amostra é composta por 40 países em desenvolvimento no período 2003-2009. Os resultados sugerem que: há evidências de que a crise incidiu de forma mais severa nos países que apresentaram maiores níveis de crédito bancário em relação a depósito, maiores dívidas de curto prazo, crescimento do crédito e adotam regime de câmbio fixo, no período anterior à crise. A medida de abertura financeira utilizada foi o índice de jure de Schindler (2009Schindler, M. 2009. “Measuring Financial Integration: A New Data Set”. IMF Staff Papers 56 (1): 222–238.) e não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e a incidência da crise financeira global.

Lane e Milesi-Ferretti (2011_______. 2011. “The Cross-Country Incidence of the Global Crisis”. IMF Economic Review 59 (1): 77-110.) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section com técnica de estimação dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). A amostra é composta por 142 países desenvolvidos e em desenvolvimento no período 1990-2009. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita, crescimento do crédito e déficits em conta corrente no período anterior à crise. A medida de abertura financeira utilizada foi o índice de facto IFIGDP de Lane e Milesi-Ferretti (2007Lane, P. R. e Gian Maria Milesi-Ferretti. 2007. “The External Wealth of Nations Mark II: Revised and Extended Estimates of Foreign Assets and Liabilities, 1970-2004”. Journal of International Economics 73 (2): 263-294. Versão atualizada do banco de dados.) e não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e a incidência da crise financeira global.

Giannone, Lenza e Reichlin (2011Giannone, D., Michele Lenza e Lucrezia Reichlin. 2011. “Market Freedom and the Global Recession”. IMF Economic Review 59 (1): 111-135.) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para 102 países desenvolvidos e em desenvolvimento no período 2002-2009. Os resultados indicam que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita, regulação dos mercados de crédito, qualidade regulatória e déficit em conta corrente no período anterior à crise. A medida de abertura financeira utilizada foi o índice de facto IFIGDP de Lane e Milesi-Ferretti (2007Lane, P. R. e Gian Maria Milesi-Ferretti. 2007. “The External Wealth of Nations Mark II: Revised and Extended Estimates of Foreign Assets and Liabilities, 1970-2004”. Journal of International Economics 73 (2): 263-294. Versão atualizada do banco de dados.) e não há evidência de relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e a incidência da crise financeira global.

Ostry et al. (2010Ostry, J. D., Atish R. Ghosh, Karl F. Habermeier, Marcos Chamon, Mahvash S. Qureshi e Dennis B. S. Reinhardt. 2010. “Capital Inflows: The Role of Controls”. IMF Staff Position Note, nº 2010/004. International Monetary Fund. 19 de fevereiro.) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) e modelo probit estimado por máxima verossimilhança para amostra de 37 economias de mercados emergentes no período 2003-2009. Os índices de abertura financeira são baseados em Schindler (2009Schindler, M. 2009. “Measuring Financial Integration: A New Data Set”. IMF Staff Papers 56 (1): 222–238.) e há evidências de que países que possuem controle de capitais, principalmente em relação a fluxos de capitais tipo debt (investimento de portfólio em títulos de dívida e outros investimentos), tiveram melhor resiliência em relação à crise financeira global.

Berglof et al. (2010Berglof, E., Yevgeniya Korniyenko, Alexander Plekhanov e Jeromin Zettelmeyer. 2010. “Understanding the crisis in Emerging Europe”. Public Policy Review 6 (6): 985-1008.) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para amostra de 170 economias avançadas e mercados emergentes no período 1999-2008. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa nos países que apresentaram maiores níveis de empréstimos em relação a depósito, crescimento médio do PIB, PIB per capita e crescimento do crédito, no período anterior à crise. A medida de abertura financeira utilizada foi o índice de facto IFIGDP de Lane e Milesi-Ferretti (2007Lane, P. R. e Gian Maria Milesi-Ferretti. 2007. “The External Wealth of Nations Mark II: Revised and Extended Estimates of Foreign Assets and Liabilities, 1970-2004”. Journal of International Economics 73 (2): 263-294. Versão atualizada do banco de dados.) e não há evidência de relação estatisticamente significativa entre a abertura financeira e a incidência da crise financeira global.

Didier, Hevia e Schmukler (2012Didier, T., Constantino Hevia e Sergio L. Schmukler. 2012. “How resilient and countercyclical were emerging economies during the global financial crisis?”. Journal of International Money and Finance 31 (8): 2052-2077.) estimam modelo de incidência da crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o modelo de regressão linear múltipla para dados em cross-section estimado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para 170 países desenvolvidos e em desenvolvimento no período de 2003-2010. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita, abertura comercial, déficits em conta corrente e maior taxa de crescimento do crédito, no período anterior à crise. O índice de abertura financeira utilizado foi o índice de facto IFIGDP de Lane e Milesi-Ferretti (2007Lane, P. R. e Gian Maria Milesi-Ferretti. 2007. “The External Wealth of Nations Mark II: Revised and Extended Estimates of Foreign Assets and Liabilities, 1970-2004”. Journal of International Economics 73 (2): 263-294. Versão atualizada do banco de dados.) e não há relação estatisticamente significativa entre a abertura financeira e a incidência da crise financeira global.

Ho (2015Ho, T. K. 2015. “Looking for a Needle in a Haystack: Revisiting the Cross-country Causes of the 2008-9 Crisis by Bayesian Model Averaging”. Economia 82: 813-840.) estima modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o bayesian model averaging (BMA) para dados em cross-section. A amostra é composta por 72 países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os resultados sugerem que a crise incidiu de forma mais severa em países mais liberais e democráticos e em países cujas exportações são mais expostas a países pequenos severamente atingidos pela crise (Islândia, Irlanda, Ucrânia, Estônia, Letônia e Lituânia). O autor não incluiu entre as variáveis explanatórias índices de abertura financeira e, portanto, não testa se a abertura financeira é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009.

Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014Feldkircher, M., Roman Horvath e Marek Rusnak. 2014. “Exchange market pressures during the financial crisis: A Bayesian model averaging evidence”. Journal of International Money and Finance 40: 21-41.) estimam modelo de incidência para a crise financeira global de 2008-2009, utilizando como metodologia econométrica o bayesian model averaging (BMA) para dados em cross-section. A amostra é composta por 149 países desenvolvidos e em desenvolvimento. Diferentemente dos trabalhos citados acima, que definem a incidência da crise financeira global de 2008-2009 em termos de declínio no crescimento econômico, a medida de incidência utilizada por Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014Feldkircher, M., Roman Horvath e Marek Rusnak. 2014. “Exchange market pressures during the financial crisis: A Bayesian model averaging evidence”. Journal of International Money and Finance 40: 21-41.) é um índice de pressão no mercado de câmbio. Os resultados sugerem que quanto menor a taxa de inflação e maior o nível das reservas internacionais no período anterior à crise, menor a pressão no mercado cambial durante a crise. Como medida de abertura financeira foi utilizado o índice de jure KAOPEN de Chinn e Ito (2008Chinn, M. D. e Hiro Ito. 2008. “A New Measure of Financial Openness”. Journal of Comparative Policy Analysis 10 (3): 309-322. Versão atualizada do banco de dados.), na forma de uma variável dummy, e as evidências indicam que a abertura financeira não é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009.

Em síntese, os resultados reportados na literatura indicam que não há relação estatisticamente significativa entre abertura financeira e a incidência da crise financeira global de 2008-2009, mensurada em termos de declínio no crescimento econômico, exceto Ostry et al. (2010Ostry, J. D., Atish R. Ghosh, Karl F. Habermeier, Marcos Chamon, Mahvash S. Qureshi e Dennis B. S. Reinhardt. 2010. “Capital Inflows: The Role of Controls”. IMF Staff Position Note, nº 2010/004. International Monetary Fund. 19 de fevereiro.), que encontram evidências de que países que possuem controle de capitais, principalmente em relação a fluxos de capitais tipo debt, tiveram melhor resiliência em relação à crise financeira global. Ademais, conforme Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014Feldkircher, M., Roman Horvath e Marek Rusnak. 2014. “Exchange market pressures during the financial crisis: A Bayesian model averaging evidence”. Journal of International Money and Finance 40: 21-41.), não há evidência de que a abertura financeira é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009, mensurada na forma de um índice de pressão no mercado cambial. Esse trabalho contribui para a literatura econométrica em duas dimensões: i) utiliza o Bayesian Model Averaging (BMA) para lidar com o problema de incerteza com relação ao conjunto de variáveis explanatórias em modelos de incidência de crise financeira; ii) utiliza um amplo conjunto de índices de abertura financeira (de jure e de facto) e um amplo conjunto de medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009.

4

Procedimentos Metodológicos

4.1

Bayesian Model Averaging (BMA)1 1 Essa apresentação está baseada em Moral-Benito (2015) , Moral-Benito (2012) e Zeugner e Feldkircher (2015).

A ausência de consenso e a heterogeneidade entre os trabalhos relativos ao conjunto de variáveis explanatórias é considerável nos modelos empíricos de incidência da crise financeira global de 2008-2009. Os trabalhos incluem variáveis explanatórias com o objetivo de captar as características políticas, institucionais, financeiras, macroeconômicas e a relações comerciais e financeiras com o resto do mundo, no período anterior à crise.

Na literatura empírica sobre a incidência da crise financeira global de 2008-2009 existe um problema de incerteza na especificação dos modelos em relação ao conjunto de variáveis explanatórias. Nesse contexto, a abordagem econométrica adequada é o bayesian model averaging (BMA). Ho (2015Ho, T. K. 2015. “Looking for a Needle in a Haystack: Revisiting the Cross-country Causes of the 2008-9 Crisis by Bayesian Model Averaging”. Economia 82: 813-840.) e Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014Feldkircher, M., Roman Horvath e Marek Rusnak. 2014. “Exchange market pressures during the financial crisis: A Bayesian model averaging evidence”. Journal of International Money and Finance 40: 21-41.) utilizam o bayesian model averaging (BMA) como abordagem econométrica para analisar os determinantes robustos da crise financeira global de 2008-2009.

Para uma breve exposição do bayesian model averaging (BMA), considere a seguinte representação genérica de um modelo empírico:

(1) \[y = \theta X + \epsilon\]
\[\epsilon\sim N(0,\sigma^{2}I_{T})\]

Onde \(y\) é a variável dependente (incidência da crise financeira global de 2008-2009) e \(X\) representa um conjunto de variáveis explanatórias (determinantes da incidência da crise financeira global de 2008-2009). Suponha que existem muitos modelos empíricos, cada um dado por uma combinação diferente de variáveis explanatórias e cada um com uma probabilidade de ser o modelo “verdadeiro”. Um modelo é formalmente definido por uma função de verossimilhança e uma densidade prévia. Supondo a existência de \(K\) variáveis explanatórias, tem-se \(2^{K}\) possíveis combinações de variáveis explanatórias, isto é, \(2^{K}\) diferentes modelos, indexados por \(M_{j}\), para \(j = 1,\ldots,\ 2^{K}\), que buscam explicar \(y\). A probabilidade posterior dos parâmetros calculada usando \(M_{j}\) pode ser escrita como:

(2) \[\left( \theta^{j} \smallsetminus {y,M}_{j} \right) = \frac{f\left( y \smallsetminus \theta^{j},M_{j} \right)g(\theta^{j} \smallsetminus M_{j})}{f\left( y \smallsetminus M_{j} \right)}\]

A lógica da inferência bayesiana sugere que usemos a regra de Bayes para derivar um julgamento de probabilidade sobre o que não sabemos (ou seja, se um modelo é correto ou não) condicional ao que sabemos (ou seja, os dados). Dada a probabilidade prévia do modelo \(P\left( M_{j} \right)\), podemos calcular a probabilidade posterior do modelo (PMP) usando a regra de Bayes:

(3) \[P\left( M_{j} \smallsetminus y_{j} \right) = \frac{f\left( y \smallsetminus M_{j} \right)P(M_{j})}{f(y)}\]

Como \(P(M_{j})\) não envolve os dados, ele mede a probabilidade de acreditarmos que \(M_{j}\) é o modelo correto antes de vermos os dados. \(f\left( y \smallsetminus M_{j} \right)\) é chamada de probabilidade marginal (ou integrada) e é calculada usando (2). Em particular, se integrarmos ambos os lados de (2) com respeito a \(\theta^{j}\), usando o fato de que \(\int_{}^{}{}g\left( \theta^{j} \smallsetminus {y,M}_{j} \right)d\theta^{j} = 1\), obtemos:

(4) \[f\left( y \smallsetminus M_{j} \right) = \int_{}^{}{}f\left( y \smallsetminus \theta^{j},M_{j} \right)g\left( \theta^{j} \smallsetminus M_{j} \right)d\theta^{j}\]

A quantidade \(f\left( y \smallsetminus M_{j} \right)\) dada pela equação (4) é a probabilidade marginal dos dados, obtida integrando a densidade conjunta de \(\left( y,\theta^{j} \right)\) dado \(y\) sobre \(\theta^{j}\). A razão entre as probabilidades integradas de dois modelos diferentes é o Fator de Bayes e está intimamente relacionada à estatística razão de verossimilhança, na qual os parâmetros \(\theta^{j}\) são eliminados por maximização e não por integração. Além disso, considerando \(\theta\) uma função de \(\theta^{j}\) para cada \(j = 1,\ldots,\ 2^{K}\), podemos calcular a densidade posterior dos parâmetros para todos os modelos em consideração:

(5) \[g(\theta \smallsetminus y) = \sum_{j = 1}^{2^{K}}{}P(M_{j} \smallsetminus y)g(\theta \smallsetminus y,M_{j})\]

As estimativas pontuais dos parâmetros \(\theta\) podem ser obtidas por meio do valor esperado de (5):

(6) \[E(\theta \smallsetminus y) = \sum_{j = 1}^{2^{K}}{}P(M_{j} \smallsetminus y)E(\theta \smallsetminus y,M_{j})\]

A expressão para a variância dos valores esperados dos parâmetros \(\theta\) é dada por:

(7) \[V(\theta \smallsetminus y) = \sum_{j = 1}^{2^{K}}{}P(M_{j} \smallsetminus y)V(\theta \smallsetminus y,M_{j}) + \ \sum_{j = 1}^{2^{K}}{}P(M_{j} \smallsetminus y){(E(\theta \smallsetminus y,M_{j}) - E(\theta \smallsetminus y))}^{2}\]

A metodologia bayesian model averaging (BMA) permite construir um ranking de variáveis ordenadas por sua robustez. Para construir a medida de robustez, estimamos a probabilidade posterior de que uma variável particular \(h\) seja incluída na regressão e a interpretamos como a probabilidade de que a variável pertença ao modelo empírico verdadeiro. Em outras palavras, variáveis com altas probabilidades posteriores de serem incluídas são consideradas determinantes robustos da incidência da crise financeira global de 2008-2009. A probabilidade de inclusão posterior (PIP) é a soma da probabilidade posterior dos modelos incluindo a variável \(h\):

(8) \[PIP = P\left( \theta_{h} \neq 0 \smallsetminus y \right) = \sum_{\theta_{h} \neq 0}^{}{}P(M_{j} \smallsetminus y)\]

A implementação do bayesian model averaging (BMA) pode ser difícil por duas razões: i) há dois tipos de priors, no espaço dos parâmetros e no espaço dos modelos; ii) o número de modelos em consideração (\(2^{K}\)) é frequentemente tão grande que a exigência computacional do bayesian model averaging (BMA) pode ser proibitiva. Para os modelos de incidência da crise financeira global de 2008-2009, utiliza-se um prior condicional para os parâmetros do modelo \(j\) (\(\theta^{j} \smallsetminus \sigma^{2}\)) com média zero e variância proposta por Zellner (1986Zellner, A. 1986. “On Assessing Prior Distributions and Bayesian Regression Analysis with g-Prior Distributions”. Em Bayesian Inference and Decision Techniques: Essays in Honor of Bruno de Finetti, editado por Prem K. Goel e Arnold Zellner, 233-243. Amsterdam:NorthHolland/Elsevier.), isso é, uma covariância prévia dada por \(g{(X_{j}^{'}X_{j})}^{- 1}\). Essa variância prévia é proporcional à covariância posterior amostral \({((X_{j}^{'}X_{j})}^{- 1})\) com o escalar \(g\) determinando quanta importância é atribuída à crença prévia pelo pesquisador. O prior condicional a \(\theta^{j}\) é então:

(9) \[\theta^{j} \smallsetminus \sigma^{2},M_{j},\ g\sim N(0,\sigma^{2}g\left( X_{j}^{'}X_{j} \right)^{- 1})\ \]

Em conformidade com Fernández, Ley e Steel (2001Fernández, C., Eduardo Ley e Mark F. J. Steel. 2001. “Benchmark Priors for Bayesian Model Averaging”. Journal of Econometrics 100 (2): 381-427.) e Zeugner e Feldkircher (2015Zeugner, S. e Martin Feldkircher. 2015. “Bayesian Model Averaging Employing Fixed and Flexible Priors: The BMS Package for R”. Journal of Statistical Software 68 (4): 1-37.), define-se o hiperparâmetro \(g\) como \(g = max(N,K^{2})\). Para a variância (\(\sigma^{2}\)) e intercepto (\(\alpha\)), define-se priors dados por \(p(\sigma) \propto \sigma^{- 1}\) e \(p(\alpha) \propto 1\), que indicam a ausência de informação prévia. Para o espaço dos modelos, assume-se que todos os modelos são igualmente prováveis a priori (Uniform Prior), ou seja, \(P\left( M_{j} \right) = 2^{- K}\forall j\) .

Uma das limitações da abordagem bayesian model averaging (BMA) é a dificuldade computacional quando o número de potenciais variáveis explanatórias \(K\) é muito grande. Utilizar-se-á o algoritmo MCMC, de Monte Carlo via Cadeias de Markov (MC 3), desenvolvido por Madigan e York (1995Madigan, D. e Jeremy York. 1995. “Bayesian graphical models for discrete data”. International Statistical Review 63 (2): 215-232.). O método MC3 concentra-se em regiões de modelos com alta probabilidade posterior do modelo e, portanto, é capaz de aproximar a probabilidade posterior do modelo exata de maneira mais eficiente. Para obter as distribuições a posteriori dos parâmetros serão utilizadas as especificações sugeridas por Babecky et al. (2013Babecky, J., Tomas Havranek, Jakub Mateju, Marek Rusnak, Katerina Smidkova e Borek Vasicek. 2013. “Leading indicators of crisis incidence: evidence from developed countries”. Journal of International Money and Finance 35 (4): 1-19.), que realizou 4.000.000 de sorteios do MC 3, depois de descartar as primeiras 1.000.000 de interações, selecionando os 5000 melhores modelos. Todos os cálculos forem realizados no pacote BMS de Zeugner e Feldkircher (2015Zeugner, S. e Martin Feldkircher. 2015. “Bayesian Model Averaging Employing Fixed and Flexible Priors: The BMS Package for R”. Journal of Statistical Software 68 (4): 1-37.) para o programa estatístico R.

4.2

Dados e Amostra

4.2.1

Medidas de Incidência da Crise Financeira Global de 2008-2009

Não obstante a incidência da crise financeira global de 2008-2009 ser geralmente definida na literatura empírica em termos de declínio no crescimento econômico, não há uniformidade entre os trabalhos empíricos em relação às medidas de incidência utilizadas. Lane e Milesi-Ferretti (2011_______. 2011. “The Cross-Country Incidence of the Global Crisis”. IMF Economic Review 59 (1): 77-110.) utilizam o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009, o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 menos o crescimento médio do PIB real no período 2005-2007 e o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 menos o crescimento médio do PIB real no período 1990-2007. Blanchard, Das e Faruqee (2010Blanchard, O. J., Mitali Das e Hamid Faruqee. 2010. “The Initial Impact of the Crisis on Emerging Market Countries”. Brookings Papers on Economic Activity 41: 263-323.) consideram o crescimento do PIB em 2008T4-2009T1, menos a projeção de crescimento do PIB para o mesmo período realizado em abril de 2008 e o crescimento do PIB em 2008T4-2009T1 menos crescimento médio do PIB em 1995-2007. Berkmen et al. (2012Berkmen, S. P., Gaston Gelos, Robert Rennhack e James P. Walsh. 2012. “The global financial crisis: Explaining cross-country differences in the output impact”. Journal of International Money and Finance 31 (1): 42-59.) utilizam duas medidas de incidência, o crescimento do PIB real em 2009 menos a previsão do Consensus Forecasts de 2009 (média dos relatórios de janeiro a junho de 2009), e o Crescimento do PIB real em 2009 menos a previsão do crescimento do PIB real em 2009, realizada pelo World Economic Outlook. Giannone, Lenza e Reichlin (2011Giannone, D., Michele Lenza e Lucrezia Reichlin. 2011. “Market Freedom and the Global Recession”. IMF Economic Review 59 (1): 111-135.) usam como medida de incidência o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009.

Claessens et al. (2010Claessens, S., Giovanni Dell’Ariccia, Deniz Igan e Luc Laeven. 2010a. “Cross-country experiences and policy implications from the global financial crisis”. Economic Policy 25 (62): 267–293.) modelam medidas de crise como: i) número de trimestres em que a taxa de crescimento do PIB real permanece negativa; ii) declínio acumulado no PIB real desde o início da recessão até o final da recessão; iii) crescimento médio do PIB real em 2003-2007 menos o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009. Ostry et al. (2010Ostry, J. D., Atish R. Ghosh, Karl F. Habermeier, Marcos Chamon, Mahvash S. Qureshi e Dennis B. S. Reinhardt. 2010. “Capital Inflows: The Role of Controls”. IMF Staff Position Note, nº 2010/004. International Monetary Fund. 19 de fevereiro.) utilizam como medidas de incidência o crescimento médio do PIB real no período 2003-2007 menos o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 e o crescimento médio do PIB real no período 2003-2007 menos o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 na forma de variável binária, assumindo valor 1 se o declínio no crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 em relação a 2003-2007 estiver no menor decil da amostra. Rose e Spiegel (2011_______. 2011. “Cross-country Causes and Consequences of the Crisis: An Update”. European Economic Review 55 (3): 309-324.) consideram como medidas de incidência da crise o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009, o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 menos o crescimento médio do PIB real no período 2005-2007, o crescimento médio do PIB real no período 2008-2009 menos o crescimento médio do PIB real no período 1990-2007 e a diferença entre as previsões do crescimento do PIB real em 2009 realizadas pelo World Economic Outlook em abril de 2008 e em abril 2009.

Com base na literatura consultada, esse trabalho define a incidência da crise financeira global de 2008-2009 em termos de declínio no crescimento econômico e utiliza quatro medidas de incidência:

i) Incidência 1 – Taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 (International Monetary Fund 2018b)_______. 2018b. “World Economic Outlook”. IMF: Washington.;

ii) Incidência 2 – Taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007 (International Monetary Fund 2018b_______. 2018b. “World Economic Outlook”. IMF: Washington.);

iii) Incidência 3 – Taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007 (International Monetary Fund 2018b_______. 2018b. “World Economic Outlook”. IMF: Washington.);

iv) Incidência 4 – Previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada abril de 2008 (International Monetary Fund 2018b_______. 2018b. “World Economic Outlook”. IMF: Washington.).

4.2.2

Índices de Abertura Financeira

Neste trabalho serão utilizados oito índices de abertura financeira, um índice de facto e sete índices de jure:

i) IFIGDP – Índice de abertura financeira de facto, consiste na soma de estoque de ativos e obrigações relativos a Investimento Externo Direto, Investimento de Portfólio, Outros Investimentos e Derivativos Financeiros como proporção do PIB. Um maior valor do IFIGDP indica maior grau de abertura financeira (Lane e Milesi-Ferretti 2007Lane, P. R. e Gian Maria Milesi-Ferretti. 2007. “The External Wealth of Nations Mark II: Revised and Extended Estimates of Foreign Assets and Liabilities, 1970-2004”. Journal of International Economics 73 (2): 263-294. Versão atualizada do banco de dados.);

ii) KAOPEN – Índice de abertura financeira de jure, construído com base nas informações que constam no International Monetary Fund (2018a)International Monetary Fund. 2018a. “The Annual Report on Exchange Arrangements and Exchange Restrictions (AREAER)”. IMF: Washington., que informa a existência ou inexistência de controles legais sobre os fluxos de capitais e a intensidade de enforcement desses controles. Um maior valor de KAOPEN indica maior grau de abertura financeira (Chinn e Ito 2008Chinn, M. D. e Hiro Ito. 2008. “A New Measure of Financial Openness”. Journal of Comparative Policy Analysis 10 (3): 309-322. Versão atualizada do banco de dados.);

iii) WANG-JAHAN – Três índices de abertura financeira de jure baseados na classificação do International Monetary Fund (2018a)International Monetary Fund. 2018a. “The Annual Report on Exchange Arrangements and Exchange Restrictions (AREAER)”. IMF: Washington., elaborados por Jahan e Wang (2016Jahan, S. e Daili Wang. 2016. “Capital account openness in low-income developing countries: Evidence from a new database”. IMF Working Paper, nº 2016/252. International Monetary Fund. 23 de dezembro.). Um índice de abertura geral da conta capital e financeira do balanço de pagamentos que considera a presença ou ausência de controles legais sobre os fluxos de capitais e a intensidade destes controles para doze tipos específicos de fluxos de capitais (denominado WANG-JAHAN), um índice de abertura financeira que considera a presença ou ausência de controles legais sobre as entradas de fluxos de capitais para sete categorias de ativos (denominado WANG-JAHAN _ entrada) e um índice de abertura financeira que considera a presença ou ausência de controles legais sobre as saídas de fluxos de capitais para sete categorias de ativos (denominado WANG-JAHAN _ saída). Um maior valor dos índices indica maior abertura financeira.

iv) SCHINDLERF – Três índices de abertura financeira de jure baseados na classificação do International Monetary Fund (2018a)International Monetary Fund. 2018a. “The Annual Report on Exchange Arrangements and Exchange Restrictions (AREAER)”. IMF: Washington., elaborados por Fernández et al. (2016Fernández, A., Michael W. Klein, Alessandro Rebucci, Martin Schindler e Martín Uribe. 2016. “Capital Control Measures: A New Dataset”. IMF Economic Review 64 (3): 548-574.). Um índice de abertura financeira geral da conta capital e financeira do balanço de pagamentos que mensura o grau de restrição da conta capital e financeira para dez categorias de fluxos de capitais (denominado SCHINDLERF), um índice de abertura financeira que considera a presença ou ausência de restrições legais sobre as entradas de fluxos de capitais para seis categorias de ativos (denominado SCHINDLERF _ entrada) e um índice de abertura financeira que considera a presença ou ausência de restrições sobre as saídas de fluxo de capitais para seis categorias de ativos (denominado SCHINDLERF _ saída). Um maior valor dos índices indica menor grau de abertura financeira.

4.2.3

Variáveis Explicativas

Além dos oito índices de abertura financeira foram incluídas no conjunto de variáveis explanatórias 28 variáveis que captam dimensões dos países relativas às características políticas, institucionais, financeiras e às relações comerciais e financeiras com o resto do mundo, no período anterior à crise ( Blanchard, Das e Faruqee 2010Blanchard, O. J., Mitali Das e Hamid Faruqee. 2010. “The Initial Impact of the Crisis on Emerging Market Countries”. Brookings Papers on Economic Activity 41: 263-323.; Berkmen et al. 2012Berkmen, S. P., Gaston Gelos, Robert Rennhack e James P. Walsh. 2012. “The global financial crisis: Explaining cross-country differences in the output impact”. Journal of International Money and Finance 31 (1): 42-59.; Lane e Milesi-Ferretti 2011_______. 2011. “The Cross-Country Incidence of the Global Crisis”. IMF Economic Review 59 (1): 77-110.; Rose e Spiegel 2011_______. 2011. “Cross-country Causes and Consequences of the Crisis: An Update”. European Economic Review 55 (3): 309-324.; 2012Rose, A. K. e Mark M. Spiegel. 2012. “Cross-Country Causes and Consequences of the 2008 Crisis: Early Warning”. Japan and the World Economy 24 (1): 1-16.; Frankel e Saravelos 2012Frankel, J. e George Saravelos. 2012. “Can Leading Indicators Assess Country Vulnerability? Evidence from the 2008-09 Global Financial Crisis”. Journal of International Economics 87 (2): 216-231.; Ostry et al. 2010Ostry, J. D., Atish R. Ghosh, Karl F. Habermeier, Marcos Chamon, Mahvash S. Qureshi e Dennis B. S. Reinhardt. 2010. “Capital Inflows: The Role of Controls”. IMF Staff Position Note, nº 2010/004. International Monetary Fund. 19 de fevereiro.; Giannone, Lenza e Reichlin 2011Giannone, D., Michele Lenza e Lucrezia Reichlin. 2011. “Market Freedom and the Global Recession”. IMF Economic Review 59 (1): 111-135.). A Tabela 1 apresenta as definições e fontes das 28 variáveis explanatórias.

Tabela 1
Variáveis explicativas para o modelo BMA
4.2.4

Amostra

A amostra é composta por 72 países com dados durante o período 1990-2009, composta por 29 Economias Avançadas e 43 Economias Emergentes e em Desenvolvimento, conforme classificação do International Monetary Fund (2018b)_______. 2018b. “World Economic Outlook”. IMF: Washington.:

i) Economias Avançadas: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chipre, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Coréia do Sul, Letônia, Malta, Holanda, Nova Zelândia, Portugal, Cingapura, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos;

ii) Economias Emergentes e em Desenvolvimento: Bahrein, Bangladesh, Bolívia, Brasil, Bulgária, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Egito, El Salvador, Geórgia, Gana, Guatemala, Hungria, Índia, Cazaquistão, Quênia, Malásia, Maurício, México, Moldávia, Marrocos, Nicarágua, Nigéria, Omã, Paquistão, Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Polônia, Rússia, África do Sul, Sri Lanka, Tanzânia, Tailândia, Tunísia, Turquia, Uganda e Ucrânia.

4.2.5

Estatística Descritiva

A tabela 2 apresenta estatísticas descritivas para as medidas de incidência da crise e os índices de abertura financeira. Para todas as medidas de incidência da crise, em média a crise incidiu de forma mais severa nas Economias Avançadas do que nas Economias Emergentes e em Desenvolvimento. A crise incidiu de forma mais adversa na Letônia (Incidência 1, Incidência 2, Incidência 3) e Cingapura (Incidência 4) e de forma menos adversa na China (Incidência 1), Omã (Incidência 2), Nigéria (Incidência 3) e Quênia (Incidência 4). Ademais, considerando todos os índices de abertura financeira, em média as Economias Avançadas são mais abertas ao mercado financeiro internacional dos que as Economias Emergentes e em Desenvolvimento. A tabela A1 no apêndice A Apêndice A Tabela A1 Estatísticas Descritivas Variáveis Amostra Total Economias Avançadas Economias Emergentes e em Desenvolvimento Obs. Média Des. Pad. Mín. Máx. Obs. Média Des. Pad. Mín. Máx. Obs. Média Des. Pad. Mín. Máx. Abertura Comercial 72 89,700 55,071 25,293 398,746 29 101,478 73,720 27,959 398,746 43 81,757 36,653 25,293 192,466 PIB per capita 72 9,056 1,445 5,996 11,134 29 10,513 0,403 9,550 11,134 43 8,074 0,985 5,996 9,951 Conta Corrente 72 -1,697 8,727 -25,752 26,059 29 -1,360 8,910 -20,801 26,059 43 -1,923 8,700 -25,752 16,610 Crescimento do Crédito 72 25,973 34,150 -22,455 157,716 29 23,172 28,470 -16,293 97,242 43 27,863 37,709 -22,455 157,716 Reservas Internacionais 72 16,051 14,813 0,198 90,424 29 11,572 18,638 0,198 90,424 43 19,072 10,778 5,521 52,193 Regime de Câmbio Fixo 72 0,292 0,458 0 1 29 0,483 0,509 0 1 43 0,163 0,374 0 1 Part. Manufaturas 72 15,265 5,268 5,743 32,367 29 15,160 5,359 5,743 25,461 43 15,337 5,269 7,023 32,367 Dummy EA 72 0,403 0,494 0 1 29 1 0 1 1 43 0 0 0 0 Termos de Troca 72 109,272 35,862 46,744 263,845 29 96,801 17,104 46,744 152,391 43 117,682 42,417 58,890 263,845 Dummy Petróleo 72 0,708 0,458 0 1 29 0,655 0,484 0 1 43 0,744 0,441 0 1 Passivos Líquidos 72 65,145 40,041 14,307 197,910 29 93,994 38,645 37,929 197,910 43 45,689 27,432 14,307 137,392 Ativo Ext. Líquido 72 -0,938 200,292 -115,570 1618,024 29 -13,654 67,173 -115,570 203,460 43 7,638 254,208 -97,466 1618,024 Margens Bancárias 72 4,204 2,761 0,522 12,093 29 1,908 0,860 0,522 3,339 43 5,752 2,509 1,649 12,093 Despesas Bancárias 72 3,243 2,239 0,381 9,722 29 1,567 0,616 0,381 2,874 43 4,373 2,230 0,880 9,722 Poupança Nacional Líquida 72 11,982 9,581 -4,256 42,837 29 8,530 7,569 -3,342 37,174 43 14,309 10,160 -4,256 42,837 Inflação 72 5,074 3,503 0,060 15,842 29 2,548 1,796 0,060 10,093 43 6,778 3,348 1,780 15,842 M2 72 430,454 1152,353 31,408 9421,783 29 899,208 1726,070 41,525 9421,783 43 114,317 67,528 31,408 330,889 Tamanho do Governo 72 6,689 1,223 3,655 9,154 29 5,964 1,147 3,655 8,714 43 7,177 1,021 4,548 9,154 Sistema Legal e Direitos 72 6,130 1,592 2,755 9,138 29 7,675 0,995 5,906 9,138 43 5,089 0,931 2,755 6,648 Sound Money 72 8,485 1,230 5,041 9,776 29 9,451 0,317 8,157 9,776 43 7,834 1,189 5,041 9,352 Propriedade dos Bancos 72 8,222 2,228 2 10 29 9 1,626 5 10 43 7,698 2,435 2 10 Controle de Juros 72 9,667 0,732 6 10 29 9,897 0,310 9 10 43 9,512 0,883 6 10 Reg. Mercado de Crédito 72 8,814 1,001 5,530 9,994 29 9,282 0,631 7,728 9,994 43 8,498 1,084 5,530 9,925 Reg. Mercado de Trabalho 72 6,324 1,437 3,491 9,242 29 6,573 1,498 3,892 9,242 43 6,156 1,386 3,491 9,051 Reg. Dos Negócios 72 6,183 1,098 3,407 9,017 29 6,852 1,032 4,650 9,017 43 5,732 0,900 3,407 7,320 Rule of Law 72 0,417 1,008 -1,115 2,014 29 1,451 0,442 0,479 2,014 43 -0,280 0,593 -1,115 1,288 Alavancagem 72 117,077 52,907 50,404 308,269 29 140,161 63,115 52,379 308,269 43 101,510 38,214 50,404 237,929 Dívida Pública 72 42,546 28,337 3,817 172,809 29 55,490 34,707 8,081 172,809 43 33,817 18,991 3,817 76,268 Nota: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa. apresenta estatística descritiva para as vinte e oito variáveis explanatórias apresentadas na Tabela 1.

Tabela 2:
Estatísticas Descritivas - Medidas de Incidência da Crise e Índices de Integração Financeira

A tabela 3 apresenta a matriz de correlações para as medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009 e os índices de abertura financeira. Cabem três observações: as correlações entre as medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009 são relativamente altas, a exceção é a medida Incidência 4; as correlações entre os índices de abertura financeira de jure são altas e as correlações entre os índices de abertura financeira de jure e o índice de abertura financeira de facto IFIGDP são relativamente baixas; por fim, as correlações entre os índices de abertura financeira e as medidas de incidência da crise são baixas.

Tabela 3:
Correlação - Medidas de incidência da crise e índices de abertura financeira
5

Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira Global de 2008-2009: Evidências Econométricas

As tabelas B1 a B4 no apêndice B Apêndice B Tabela B1: Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 1 Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8727 0,3862 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9667 0,1348 0,0441 1,0000 Inflação 0,8029 -0,2780 0,1670 0,0000 Part. Manufaturas 0,7169 -0,1325 0,0971 0,0000 Termos de Troca 0,2559 0,0051 0,0099 1,0000 Crescimento do Crédito 0,2394 -0,0055 0,0111 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,1946 0,0006 0,0013 1,0000 Sound Money 0,0879 0,0451 0,1718 1,0000 Rule of Law 0,0783 0,0738 0,3037 0,9994 Propriedade dos Bancos 0,0703 -0,0151 0,0665 0,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0647 0,3297 1,6455 0,9585 WANG-JAHAN _ saída 0,0635 0,1099 0,5538 1,0000 Controle de Juros 0,0542 0,0292 0,1529 1,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,0541 0,2453 1,4102 0,9665 Passivos Líquidos 0,0508 0,0006 0,0035 1,0000 SCHINDLERF _ saída 0,0411 -0,0631 0,4572 0,0209 KAOPEN 0,0407 -0,0717 0,5054 0,0680 Reg. Mercado de Crédito 0,0386 -0,0141 0,1001 0,0218 Regime de Câmbio Fixo 0,0362 -0,0255 0,1774 0,0000 Reg. Mercado de Trabalho 0,0299 0,0055 0,0467 0,9976 WANG-JAHAN 0,0298 0,0430 0,5103 0,8955 SCHINDLERF 0,0287 -0,0173 0,5595 0,2743 Abertura Comercial 0,0286 -0,0001 0,0013 0,0088 Conta Corrente 0,0279 0,0012 0,0129 0,8129 Dummy Petróleo 0,0246 0,0091 0,1209 0,8581 IFIGDP 0,0237 0,0001 0,0132 0,5835 Sistema Legal e Direitos 0,0232 0,0032 0,0581 0,9075 M2 0,0230 0,0000 0,0000 0,0023 Tamanho do Governo 0,0219 -0,0032 0,0433 0,0191 Reservas Internacionais 0,0218 0,0003 0,0037 0,9012 Reg. dos Negócios 0,0212 0,0031 0,0528 0,9200 Margens Bancárias 0,0211 0,0016 0,0268 0,9325 Alavancagem 0,0198 0,0000 0,0009 0,0777 Dívida Pública 0,0196 -0,0001 0,0016 0,1986 Despesas Bancárias 0,0191 0,0008 0,0255 0,8098 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela B2: Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 2 Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9998 -0,0603 0,0130 0,0000 Part. Manufaturas 0,9644 -0,2359 0,0791 0,0000 PIB per capita 0,8393 -1,0213 0,5720 0,0000 Inflação 0,5696 -0,2086 0,2049 0,0001 Dummy Petróleo 0,0867 0,0996 0,3851 1,0000 Ativo Ext. Líquido 0,0863 0,0002 0,0008 1,0000 Conta Corrente 0,0824 0,0061 0,0246 0,9984 Alavancagem 0,0657 -0,0007 0,0034 0,0000 KAOPEN 0,0654 -0,1406 0,6710 0,0050 Sistema Legal e Direitos 0,0623 -0,0286 0,1465 0,0398 Poupança Nacional Líquida 0,0510 0,0025 0,0140 0,9942 Abertura Comercial 0,0503 -0,0004 0,0023 0,0000 Rule of Law 0,0476 -0,0210 0,1969 0,4135 Margens Bancárias 0,0471 0,0108 0,0682 1,0000 Controle de Juros 0,0437 0,0227 0,1415 1,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0376 0,0663 0,5481 0,9895 Reg. Mercado de Crédito 0,0360 -0,0136 0,1030 0,0050 Termos de Troca 0,0326 0,0003 0,0023 0,9970 Tamanho do Governo 0,0325 -0,0086 0,0706 0,0179 Passivos Líquidos 0,0321 0,0003 0,0024 0,9757 Sound Money 0,0309 0,0085 0,0817 0,9648 SCHINDLERF 0,0287 0,0295 0,3969 0,9213 Propriedade dos Bancos 0,0287 -0,0035 0,0341 0,0190 Reg. dos Negócios 0,0280 -0,0076 0,0817 0,0038 M2 0,0271 0,0000 0,0001 0,0000 WANG-JAHAN 0,0261 -0,0156 0,3043 0,1178 WANG-JAHAN _ saída 0,0254 0,0132 0,2656 0,7075 Reservas Internacionais 0,0253 -0,0003 0,0046 0,0860 SCHINDLERF _ saída 0,0251 0,0021 0,2775 0,7052 WANG-JAHAN _ entrada 0,0248 0,0079 0,3834 0,2842 Despesas Bancárias 0,0245 0,0017 0,0374 0,7541 IFIGDP 0,0232 0,0000 0,0123 0,6859 Dívida Pública 0,0230 -0,0001 0,0021 0,0380 Regime de Câmbio Fixo 0,0222 0,0067 0,1200 0,9370 Reg. Mercado de Trabalho 0,0202 -0,0009 0,0321 0,0983 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela B3: Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 3 Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9988 -1,5531 0,3667 0,0000 Part. Manufaturas 0,9304 -0,1967 0,0778 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8637 -0,0302 0,0157 0,0000 Inflação 0,6510 -0,2195 0,1883 0,0000 Dummy Petróleo 0,1430 0,1706 0,4803 0,9994 Conta Corrente 0,1345 0,0106 0,0312 0,9997 Ativo Ext. Líquido 0,1122 0,0003 0,0009 1,0000 M2 0,0774 0,0000 0,0001 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,0598 0,0027 0,0136 0,9964 Termos de Troca 0,0560 0,0006 0,0033 0,9997 Tamanho do Governo 0,0461 -0,0141 0,0839 0,0000 Passivos Líquidos 0,0451 0,0005 0,0029 1,0000 Alavancagem 0,0425 -0,0003 0,0019 0,0000 Abertura Comercial 0,0364 -0,0002 0,0015 0,0011 Propriedade dos Bancos 0,0364 -0,0050 0,0370 0,0071 Reg. Mercado de Crédito 0,0330 -0,0094 0,0768 0,0034 KAOPEN 0,0325 -0,0300 0,2843 0,0874 IFIGDP 0,0284 0,0012 0,0150 0,8572 Regime de Câmbio Fixo 0,0270 0,0125 0,1290 1,0000 Rule of Law 0,0268 0,0077 0,1165 0,9578 Reg. Mercado de Trabalho 0,0265 0,0034 0,0378 1,0000 Despesas Bancárias 0,0247 0,0024 0,0318 0,9519 Sound Money 0,0245 0,0036 0,0557 0,9566 WANG-JAHAN _ saída 0,0240 0,0060 0,1776 0,4521 SCHINDLERF 0,0238 0,0096 0,2495 0,8386 SCHINDLERF _ saída 0,0230 0,0022 0,1870 0,7395 Reservas Internacionais 0,0229 0,0001 0,0035 0,7825 WANG-JAHAN 0,0229 0,0050 0,2236 0,4089 WANG-JAHAN _ entrada 0,0226 0,0064 0,2123 0,4816 SCHINDLERF _ entrada 0,0225 0,0076 0,2202 0,8486 Reg. dos Negócios 0,0222 -0,0028 0,0492 0,0538 Sistema Legal e Direitos 0,0213 0,0012 0,0483 0,8984 Controle de Juros 0,0212 0,0025 0,0584 0,9940 Margens Bancárias 0,0212 -0,0002 0,0252 0,4061 Dívida Pública 0,0209 0,0000 0,0016 0,4757 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela B4: Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 4 Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9974 -0,0418 0,0097 0,0000 Part. Manufaturas 0,9204 -0,1709 0,0719 0,0000 PIB per capita 0,8847 -0,9383 0,4795 0,0000 Reservas Internacionais 0,7441 -0,0568 0,0382 0,0001 Inflação 0,4117 -0,1057 0,1415 0,0023 Abertura Comercial 0,2869 -0,0048 0,0083 0,0000 Passivos Líquidos 0,2113 0,0037 0,0081 0,9959 Sound Money 0,1414 0,0736 0,2085 0,9947 SCHINDLERF _ entrada 0,1375 0,8965 2,6883 0,9968 M2 0,1101 0,0000 0,0002 0,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,1084 0,6818 2,3080 0,9622 Sistema Legal e Direitos 0,0480 -0,0147 0,0989 0,1844 WANG-JAHAN _ saída 0,0462 0,0651 0,4244 0,9725 Rule of Law 0,0442 0,0175 0,1753 0,8054 SCHINDLERF _ saída 0,0403 -0,0698 0,5798 0,0999 SCHINDLERF 0,0337 0,0351 0,7776 0,5366 WANG-JAHAN 0,0333 0,0626 0,6137 0,8507 Margens Bancárias 0,0328 0,0039 0,0390 0,6854 KAOPEN 0,0307 0,0283 0,2694 0,9038 Tamanho do Governo 0,0297 -0,0058 0,0518 0,0425 Termos de Troca 0,0294 -0,0002 0,0016 0,0346 Despesas Bancárias 0,0272 -0,0028 0,0341 0,1182 Ativo Ext. Líquido 0,0262 0,0000 0,0002 0,9828 Dummy Petróleo 0,0246 -0,0077 0,1087 0,1671 Alavancagem 0,0232 0,0000 0,0010 0,4234 Dívida Pública 0,0231 -0,0001 0,0018 0,4848 Conta Corrente 0,0231 -0,0003 0,0067 0,2854 Controle de Juros 0,0227 0,0043 0,0611 0,9738 Reg. Mercado de Trabalho 0,0226 0,0022 0,0299 0,9844 Reg. dos Negócios 0,0224 -0,0025 0,0479 0,1693 Regime de Câmbio Fixo 0,0223 0,0048 0,1025 0,6457 IFIGDP 0,0222 -0,0001 0,0101 0,4750 Propriedade dos Bancos 0,0214 -0,0008 0,0200 0,2278 Poupança Nacional Líquida 0,0211 0,0003 0,0049 0,9391 Reg. Mercado de Crédito 0,0206 -0,0016 0,0448 0,2384 Nota: A variável dependente é a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada abril de 2008. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro gg = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . apresentam os resultados do bayesian model averaging (BMA). As variáveis dependentes utilizadas foram as quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009. As quatro estimações realizadas utilizaram 35 variáveis explanatórias (oito índices de abertura financeira e as variáveis 1 a 27 listadas na tabela 1). Foram realizados 4.000.000 sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O critério de importância de uma variável para o bayesian model averaging é definido por meio da probabilidade de inclusão posterior (PIP)2 2 Segundo Koop (2003, 276), a probabilidade de inclusão posterior (PIP) pode ser interpretada como a probabilidade de que a variável explicativa correspondente seja incluída no modelo: “It is calculated as the proportion of models drawn by the MC3 algorithm which contain the corresponding explanatory variable. Informally, this is a useful diagnostic for deciding whether an individual explanatory variable does have an important role in explaining”. Eicher, Papageorgiou e Raftery (2011, 39) afirmam que “Posterior inclusion probabilities provide a probability statement regarding the importance of a regressor that directly addresses what is often the researcher’s prime concern: ‘what is the probability that the regressor has an effect on the dependent variable?’”. . Conforme Amini e Parmeter (2011Amini, S. e Christopher F. Parmeter. 2011. “Bayesian model averaging in R”. Journal of Economic and Social Measurement 36: 253-287.), Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014Feldkircher, M., Roman Horvath e Marek Rusnak. 2014. “Exchange market pressures during the financial crisis: A Bayesian model averaging evidence”. Journal of International Money and Finance 40: 21-41.) e Eicher, Papageorgiou e Raftery (2011Eicher, T. S., Chris Papageorgiou e Adrian E. Raftery. 2011. “Default priors and predictive performance in Bayesian model averaging, with application to growth determinants”. Journal of Applied Economics 26 (1): 30-55.), uma variável é considerada robusta se apresentar probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5. Ademais, Eicher, Papageorgiou e Raftery (2011Eicher, T. S., Chris Papageorgiou e Adrian E. Raftery. 2011. “Default priors and predictive performance in Bayesian model averaging, with application to growth determinants”. Journal of Applied Economics 26 (1): 30-55., 46) propõem uma escala relativa à probabilidade de inclusão posterior (PIP) de uma variável: “the evidence for a regressor having an effect is either weak, positive, strong, or decisive when the posterior inclusion probabilities range from 50-75%, 75- 95%, 95-99%, and > 99%, respectively”.

A tabela B1 apresenta resultados das estimações por bayesian model averaging (BMA) para a seguinte variável dependente: taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009. Os resultados sugerem que quatro variáveis apresentam probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. A primeira variável é PIB per capita, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 1,0000 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. O resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita no período anterior à crise. A segunda variável é Poupança Nacional Líquida, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9667 e média posterior (PM) associada com sinal positivo. O resultado indica que a crise incidiu de forma menos severa nos países com maiores níveis de poupança nacional líquida no período anterior à crise. A terceira variável é Inflação, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,8029 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. Esse resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países com menor estabilidade de preço no período anterior à crise. A quarta variável é Part. Manufaturas, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,7169 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de participação de produção de manufaturas no PIB no período anterior à crise.

A tabela B2 apresenta resultados das estimações por bayesian model averaging (BMA) para a seguinte variável dependente: taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007. Quatro variáveis apresentaram probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. A primeira variável é o Crescimento do Crédito, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9998 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. O resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países que experimentaram maior crescimento do crédito (boom de crédito) no período anterior à crise. A segunda variável, Part. Manufaturas, apresentou probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9644 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. O resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de participação de produção de manufaturas no PIB no período anterior à crise. A terceira variável é PIB per capita, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,8393 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita no período anterior à crise. A quarta variável é Inflação, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,5696 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com menor estabilidade de preço no período anterior à crise.

A tabela B3 apresenta resultados das estimações por bayesian model averaging (BMA) para a seguinte variável dependente: taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007. Quatro variáveis apresentaram probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. A primeira variável é PIB per capita, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9988 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita no período anterior à crise. A segunda variável, Part. Manufaturas, apresentou probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9304 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de participação de produção de manufaturas no PIB no período anterior à crise. A terceira variável é Crescimento do Crédito, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,8637 e média posterior (PM) associada com sinal negativo. O resultado indica que a crise incidiu de forma mais severa nos países que tiveram maior crescimento do crédito (boom de crédito) no período anterior à crise. A quarta variável é Inflação, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,6510 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com menor estabilidade de preço no período anterior à crise.

Por fim, a tabela B4 apresenta resultados das estimações por bayesian model averaging (BMA) para a seguinte variável dependente: previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada abril de 2008. Quatro variáveis apresentaram probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. A primeira variável é o Crescimento do Crédito, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9974 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países que experimentaram maior crescimento do crédito (boom de crédito) no período anterior à crise. A segunda variável, Part. Manufaturas, apresentou probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,9204 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de participação de produção de manufaturas no PIB no período anterior à crise. A terceira variável é PIB per capita, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,8847 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de PIB per capita no período anterior à crise. A quarta variável é Reservas Internacionais, com probabilidade de inclusão posterior (PIP) no valor de 0,7441 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países com maiores níveis de reservas internacionais no período anterior à crise.

Os resultados reportados nas tabelas B1 a B4 apresentam o seguinte padrão: i) não há evidências de que a abertura financeira seja um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009, ou seja, não há evidências de que o nível de abertura financeira no período anterior à crise explica a incidência da crise financeira global de 2008-2009 entre os países da amostra, em termos de declínio no crescimento econômico; ii) há evidências de que PIB per capita, Part. Manufaturas, Crescimento do Crédito e Inflação são determinantes robustos da incidência da crise financeira global de 2008-2009, ou seja, há evidências de que a crise financeira global de 2008-2009 incidiu de forma mais severa em países com maior PIB per capita, maior participação da produção de manufaturas no PIB, maior crescimento do crédito e maior taxa de inflação, no período anterior à crise. Ademais, embora as evidências não sejam sistemáticas, sugerem que a crise financeira global de 2008-2009 incidiu de forma mais severa em países com menor poupança nacional líquida (tabela B1) e maior nível de reservas internacionais (tabela B4), no período anterior à crise.

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Robustez dos Resultados

Feldkircher e Zeugner (2009Feldkircher, M. e Stefan Zeugner. 2009. “Benchmark Priors Revisited: on Adaptive Shrinkage and the Supermodel Effect in Bayesian Model Averaging”. IMF Working Papers, nº 2009/202. International Monetary Fund. 1º de setembro.) argumentam que estatísticas posteriores e, em particular, a probabilidade posterior do modelo (PMP) e a probabilidade de inclusão posterior (PIP), são notoriamente sensíveis à definição do hiperparâmetro g. Foram estimados quatro modelos, com especificações idênticas aos modelos apresentados nas tabelas B1 a B4. A única diferença em relação aos modelos apresentados nas tabelas B1 a B4 é a definição do hiperparâmetro g conforme a especificação de Liang et al. (2008Liang, F., Rui Paulo, German Molina, Merlise A. Clyde e Jim O. Berger. 2008. “Mixtures of g-Priors for Bayesian Variable Selection”. Journal of the American Statistical Association 103: 410-423.), Feldkircher e Zeugner (2009Feldkircher, M. e Stefan Zeugner. 2009. “Benchmark Priors Revisited: on Adaptive Shrinkage and the Supermodel Effect in Bayesian Model Averaging”. IMF Working Papers, nº 2009/202. International Monetary Fund. 1º de setembro.) e Zeugner e Feldkircher (2015Zeugner, S. e Martin Feldkircher. 2015. “Bayesian Model Averaging Employing Fixed and Flexible Priors: The BMS Package for R”. Journal of Statistical Software 68 (4): 1-37.), o hyper-g prior. Conforme Feldkircher e Zeugner (2012_______. 2012. “The impact of data revisions on the robustness of growth determinants – a note on ‘determinants of economic growth: will data tell?’”. Journal of Applied Economics 27 (4): 686-694.), essa abordagem mostrou levar a inferências menos propensas a ruídos nos dados. Os resultados estão apresentados nas tabelas C1 a C4 no apêndice C Apêndice C Tabela C1: Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 1 (hyper-g prior) Variáveis PIP PM PSD CPS Poupança Nacional Líquida 0,9995 0,1096 0,0334 1,0000 Part. Manufaturas 0,9979 -0,1661 0,0591 0,0000 PIB per capita 0,9970 -1,5258 0,3594 0,0000 Inflação 0,9483 -0,2528 0,1174 0,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,9077 6,9972 3,4943 1,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,8914 6,2905 3,4652 0,9997 Ativo Ext. Líquido 0,8469 0,0023 0,0015 1,0000 Termos de Troca 0,8373 0,0132 0,0089 1,0000 Controle de Juros 0,6670 0,5114 0,4836 1,0000 KAOPEN 0,6283 -1,8479 1,8682 0,0000 Propriedade dos Bancos 0,5609 -0,1757 0,1917 0,0008 Sound Money 0,5389 0,2911 0,3487 1,0000 WANG-JAHAN _ saída 0,0863 0,1332 0,6598 0,9953 IFIGDP 0,0670 -0,0038 0,0224 0,0199 SCHINDLERF _ saída 0,0554 -0,0896 0,7215 0,0581 SCHINDLERF 0,0495 0,0732 1,4710 0,3066 WANG-JAHAN 0,0443 0,0253 0,8048 0,5740 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior. Tabela C2: Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 2 (hyper-g prior) Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0467 0,0116 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2322 0,0658 0,0000 PIB per capita 0,9979 -1,2299 0,3588 0,0000 Inflação 0,9840 -0,3274 0,1336 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6753 0,0018 0,0018 1,0000 KAOPEN 0,0997 -0,1281 0,6158 0,0062 WANG-JAHAN _ entrada 0,0978 0,2763 1,4474 0,7577 SCHINDLERF _ entrada 0,0969 0,2651 1,3567 0,9681 SCHINDLERF 0,0736 0,2785 2,0274 0,8794 SCHINDLERF _ saída 0,0656 -0,1601 1,2181 0,2787 WANG-JAHAN _ saída 0,0642 0,0436 0,4343 0,8313 IFIGDP 0,0584 -0,0009 0,0213 0,3174 WANG-JAHAN 0,0526 0,0002 0,4924 0,3729 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior . Tabela C3: Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 3 (hyper-g prior) Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,5095 0,3176 0,0000 Part. Manufaturas 0,9999 -0,2104 0,0581 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9979 -0,0290 0,0098 0,0000 Inflação 0,9439 -0,2477 0,1249 0,0000 Dummy Petróleo 0,7491 0,9419 0,7894 1,0000 M2 0,6298 -0,0003 0,0003 0,0000 IFIGDP 0,3625 0,0514 0,0858 0,9759 WANG-JAHAN _ entrada 0,0867 0,2395 1,2542 0,9051 SCHINDLERF 0,0810 0,4592 2,6389 0,9199 KAOPEN 0,0683 -0,0593 0,4030 0,0078 SCHINDLERF _ saída 0,0632 -0,1971 1,3172 0,2662 SCHINDLERF _ entrada 0,0428 -0,0084 0,6199 0,6326 WANG-JAHAN _ saída 0,0427 0,0112 0,2505 0,7111 WANG-JAHAN 0,0422 0,0182 0,3797 0,7194 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior . Tabela C4: Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 4 (hyper-g prior) Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0308 0,0079 0,0000 Reservas Internacionais 1,0000 -0,0997 0,0199 0,0000 PIB per capita 0,9992 -1,0842 0,3122 0,0000 Part. Manufaturas 0,9989 -0,1436 0,0499 0,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,9871 8,3540 2,8975 1,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,9807 6,8362 2,7325 1,0000 M2 0,9755 -0,0005 0,0002 0,0000 Passivos Líquidos 0,9659 0,0181 0,0083 1,0000 Sound Money 0,5687 0,2466 0,2878 1,0000 Inflação 0,5084 -0,0766 0,1002 0,0000 SCHINDLERF _ saída 0,1815 -0,3779 1,2862 0,0040 WANG-JAHAN _ saída 0,1727 0,2412 0,7729 1,0000 SCHINDLERF 0,1156 -0,0181 2,1295 0,2057 WANG-JAHAN 0,0641 0,0436 0,7878 0,6281 IFIGDP 0,0570 0,0003 0,0145 0,6830 KAOPEN 0,0561 0,0150 0,3332 0,6861 Nota: A variável dependente é a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2008. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior. . Para cada modelo estimado, foram apresentadas informações para as variáveis explanatórias com probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5 e para os oito índices de abertura financeira.

Na tabela C1 o índice de abertura financeira KAOPEN apresenta probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5 e média posterior (PM) associada com sinal negativo, indicando que a crise incidiu de forma mais severa nos países mais abertos ao mercado financeiro internacional no período anterior à crise. Nas tabelas C1 e C4 os índices de abertura financeira WANG-JAHAN _ entrada e SCHINDLERF _ entrada apresentam probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5 e média posterior (PM) associada com sinal positivo. Um maior valor do índice WANG-JAHAN _ entrada significa maior nível de abertura financeira relativa à entrada de capitais e um maior valor do índice SCHINDLERF _ entrada implica menor nível de abertura financeira relativa à entrada de capitais, de modo que os resultados apresentados são ambíguos. Portanto, não obstante o resultado para o índice KAOPEN na tabela C1, esses resultados reforçam os apresentados nas tabelas B1 a B4 e sugerem que a abertura financeira não é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009.

Nas tabelas B1 a B4 e C1 a C4, os oito índices de abertura financeira foram incluídos conjuntamente em cada um dos modelos estimados. Foram estimados modelos para cada uma das quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009 incluindo um índice de abertura financeira por vez, juntamente com as variáveis explanatórias 1 a 27 listadas na tabela 1. Considerando as quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009, os oito índices de abertura financeira e as duas definições para o hiperparâmetro g (\(g = max(N,K^{2})\) e hyper-g prior), foram estimados 64 modelos, 16 para cada medida de incidência da crise financeira global de 2008-2009. Os resultados estão apresentados nas tabelas D1.1 a D4.2 no apêndice D Apêndice D Tabela D1.1: Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 1 (g = "BRIC") Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8970 0,3862 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9644 0,1332 0,0448 1,0000 Inflação 0,8331 -0,2900 0,1618 0,0000 Part. Manufaturas 0,7597 -0,1402 0,0940 0,0000 IFIGDP 0,0352 0,0002 0,0165 0,5706 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9999 -1,8900 0,3877 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9677 0,1337 0,0440 1,0000 Inflação 0,8285 -0,2877 0,1626 0,0000 Part. Manufaturas 0,7654 -0,1417 0,0938 0,0000 KAOPEN 0,0392 -0,0339 0,3004 0,1177 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8973 0,3849 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9675 0,1338 0,0441 1,0000 Inflação 0,8321 -0,2891 0,1617 0,0000 Part. Manufaturas 0,7605 -0,1401 0,0938 0,0000 WANG-JAHAN 0,0333 0,0210 0,2357 0,9203 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8970 0,3846 0,0000 Poupanca Nacional Liquida 0,9676 0,1337 0,0440 1,0000 Inflacao 0,8316 -0,2888 0,1618 0,0000 Part. Manufaturas 0,7594 -0,1399 0,0939 0,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,0349 0,0248 0,2410 0,9687 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,9018 0,3848 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9687 0,1337 0,0438 1,0000 Inflação 0,8339 -0,2893 0,1611 0,0000 Part. Manufaturas 0,7449 -0,1367 0,0948 0,0000 WANG-JAHAN _ saída 0,0648 0,0738 0,3654 1,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8976 0,3857 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9674 0,1336 0,0441 1,0000 Inflação 0,8321 -0,2892 0,1618 0,0000 Part. Manufaturas 0,7590 -0,1399 0,0940 0,0000 SCHINDLERF 0,0317 -0,0164 0,2313 0,2008 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8944 0,3853 0,0000 Poupança Nacional Liquida 0,9670 0,1335 0,0441 1,0000 Inflação 0,8314 -0,2891 0,1620 0,0000 Part. Manufaturas 0,7629 -0,1409 0,0938 0,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0299 0,0137 0,2196 0,8435 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,9021 0,3865 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9682 0,1339 0,0439 1,0000 Inflação 0,8339 -0,2898 0,1613 0,0000 Part. Manufaturas 0,7544 -0,1387 0,0942 0,0000 SCHINDLERF _ saída 0,0472 -0,0477 0,3110 0,0121 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela D1.2: Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 1 (hyper-g prior ) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8129 0,3684 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9982 0,1121 0,0361 1,0000 Inflação 0,9950 -0,3346 0,1068 0,0000 Part. Manufaturas 0,9730 -0,1566 0,0651 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8784 0,0026 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,7309 0,0118 0,0099 1,0000 Controle de Juros 0,5342 0,3922 0,4707 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5258 -0,1471 0,1804 0,0002 IFIGDP 0,0690 -0,0027 0,0212 0,0582 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8052 0,3691 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9985 0,1117 0,0356 1,0000 Inflação 0,9949 -0,3321 0,1076 0,0000 Part. Manufaturas 0,9747 -0,1578 0,0651 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8755 0,0026 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,7324 0,0117 0,0098 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5261 -0,1467 0,1797 0,0002 Controle de Juros 0,5175 0,3771 0,4664 1,0000 KAOPEN 0,1235 -0,1450 0,5709 0,0157 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8177 0,3670 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9982 0,1115 0,0358 1,0000 Inflação 0,9949 -0,3345 0,1068 0,0000 Part. Manufaturas 0,9724 -0,1555 0,0651 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8764 0,0026 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,7383 0,0119 0,0099 1,0000 Controle de Juros 0,5418 0,4003 0,4738 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5269 -0,1478 0,1807 0,0002 WANG-JAHAN 0,0611 0,0268 0,2875 0,8555 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8180 0,3646 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9984 0,1112 0,0356 1,0000 Inflação 0,9956 -0,3344 0,1060 0,0000 Part. Manufaturas 0,9715 -0,1543 0,0651 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8827 0,0026 0,0015 1,0000 Termos de Troca 0,7483 0,0121 0,0098 1,0000 Controle de Juros 0,5622 0,4234 0,4830 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5266 -0,1489 0,1816 0,0002 WANG-JAHAN _ entrada 0,1080 0,0992 0,4408 0,9871 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8210 0,3658 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9985 0,1109 0,0357 1,0000 Inflação 0,9958 -0,3349 0,1058 0,0000 Part. Manufaturas 0,9624 -0,1518 0,0669 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8783 0,0026 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,7488 0,0122 0,0099 1,0000 Controle de Juros 0,5626 0,4231 0,4821 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5199 -0,1457 0,1799 0,0002 WANG-JAHAN _ saída 0,1227 0,1046 0,4091 1,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8182 0,3680 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9982 0,1114 0,0358 1,0000 Inflação 0,9949 -0,3346 0,1068 0,0000 Part. Manufaturas 0,9716 -0,1554 0,0653 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8763 0,0026 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,7389 0,0119 0,0099 1,0000 Controle de Juros 0,5401 0,3983 0,4730 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5273 -0,1479 0,1808 0,0002 SCHINDLERF 0,0554 -0,0179 0,2732 0,1995 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8154 0,3674 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9982 0,1113 0,0358 1,0000 Inflação 0,9949 -0,3343 0,1070 0,0000 Part. Manufaturas 0,9725 -0,1560 0,0651 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8748 0,0026 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,7375 0,0119 0,0099 1,0000 Controle de Juros 0,5330 0,3917 0,4712 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5252 -0,1470 0,1804 0,0003 SCHINDLERF _ entrada 0,0554 0,0186 0,2850 0,7390 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,8219 0,3685 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9983 0,1115 0,0357 1,0000 Inflação 0,9951 -0,3351 0,1065 0,0000 Part. Manufaturas 0,9704 -0,1547 0,0655 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8761 0,0026 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,7392 0,0120 0,0099 1,0000 Controle de Juros 0,5438 0,4013 0,4735 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5277 -0,1480 0,1806 0,0002 SCHINDLERF _ saída 0,0757 -0,0462 0,3113 0,0461 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior . Tabela D2.1: Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 2 (g = "BRIC") Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9999 -0,0584 0,0125 0,0000 Part. Manufaturas 0,9729 -0,2345 0,0743 0,0000 PIB per capita 0,9008 -1,1245 0,5222 0,0000 Inflação 0,6455 -0,2362 0,2023 0,0001 IFIGDP 0,0327 0,0002 0,0147 0,6859 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9999 -0,0591 0,0128 0,0000 Part. Manufaturas 0,9743 -0,2373 0,0747 0,0000 PIB per capita 0,8745 -1,0844 0,5475 0,0000 Inflação 0,6290 -0,2295 0,2029 0,0001 KAOPEN 0,0758 -0,1393 0,6261 0,0046 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9999 -0,0585 0,0125 0,0000 Part. Manufaturas 0,9728 -0,2349 0,0745 0,0000 PIB per capita 0,8978 -1,1189 0,5247 0,0000 Inflação 0,6436 -0,2354 0,2023 0,0001 WANG-JAHAN 0,0350 -0,0222 0,2785 0,0504 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9998 -0,0585 0,0125 0,0000 Part. Manufaturas 0,9726 -0,2347 0,0745 0,0000 PIB per capita 0,9002 -1,1225 0,5221 0,0000 Inflação 0,6450 -0,2360 0,2023 0,0001 WANG-JAHAN _ entrada 0,0315 -0,0102 0,2293 0,1440 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9998 -0,0584 0,0125 0,0000 Part. Manufaturas 0,9710 -0,2341 0,0751 0,0000 PIB per capita 0,9014 -1,1247 0,5211 0,0000 Inflacao 0,6455 -0,2362 0,2023 0,0001 WANG-JAHAN _ saída 0,0311 0,0025 0,1937 0,6601 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9999 -0,0585 0,0125 0,0000 Part. Manufaturas 0,9726 -0,2352 0,0747 0,0000 PIB per capita 0,8968 -1,1172 0,5258 0,0000 Inflação 0,6430 -0,2351 0,2024 0,0001 SCHINDLERF 0,0377 0,0301 0,3137 0,9701 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9999 -0,0586 0,0125 0,0000 Part. Manufaturas 0,9734 -0,2357 0,0745 0,0000 PIB per capita 0,8942 -1,1127 0,5281 0,0000 Inflação 0,6422 -0,2348 0,2024 0,0001 SCHINDLERF _ entrada 0,0471 0,0593 0,4059 0,9903 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9999 -0,0585 0,0125 0,0000 Part. Manufaturas 0,9720 -0,2346 0,0748 0,0000 PIB per capita 0,8988 -1,1212 0,5241 0,0000 Inflação 0,6440 -0,2356 0,2023 0,0001 SCHINDLERF _ saída 0,0331 0,0085 0,2365 0,7303 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela D2.2 Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 2 (hyper-g prior ) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0462 0,0114 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2307 0,0644 0,0000 PIB per capita 0,9998 -1,2496 0,3555 0,0000 Inflação 0,9886 -0,3296 0,1314 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6608 0,0018 0,0018 1,0000 IFIGDP 0,0783 -0,0009 0,0250 0,3528 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0467 0,0115 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2318 0,0645 0,0000 PIB per capita 0,9999 -1,2410 0,3577 0,0000 Inflação 0,9888 -0,3301 0,1313 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6637 0,0018 0,0018 1,0000 KAOPEN 0,1087 -0,1088 0,5211 0,0041 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0463 0,0114 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2307 0,0645 0,0000 PIB per capita 0,9998 -1,2496 0,3555 0,0000 Inflação 0,9880 -0,3294 0,1317 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6622 0,0018 0,0018 1,0000 WANG-JAHAN 0,0589 -0,0123 0,3011 0,2486 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0462 0,0114 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2306 0,0645 0,0000 PIB per capita 0,9998 -1,2503 0,3549 0,0000 Inflação 0,9880 -0,3293 0,1318 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6630 0,0018 0,0018 1,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,0592 0,0005 0,2930 0,4208 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0462 0,0114 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2303 0,0647 0,0000 PIB per capita 0,9998 -1,2510 0,3548 0,0000 Inflação 0,9880 -0,3292 0,1317 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6617 0,0018 0,0018 1,0000 WANG-JAHAN _ saída 0,0587 0,0096 0,2445 0,7358 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0463 0,0114 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2310 0,0647 0,0000 PIB per capita 0,9998 -1,2487 0,3556 0,0000 Inflação 0,9880 -0,3295 0,1317 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6630 0,0018 0,0018 1,0000 SCHINDLERF 0,0623 0,0236 0,3254 0,8821 Painel G: CHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0464 0,0114 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2313 0,0646 0,0000 PIB per capita 0,9998 -1,2469 0,3554 0,0000 Inflação 0,9885 -0,3299 0,1315 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6604 0,0018 0,0018 1,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0788 0,0564 0,4076 0,9640 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0462 0,0114 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2305 0,0646 0,0000 PIB per capita 0,9998 -1,2507 0,3558 0,0000 Inflação 0,9880 -0,3293 0,1317 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6618 0,0018 0,0018 1,0000 SCHINDLERF _ saída 0,0555 -0,0016 0,2599 0,4562 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior . Tabela D3.1: Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 3 (g = "BRIC") Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9994 -1,5681 0,3568 0,0000 Part. Manufaturas 0,9554 -0,2025 0,0714 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8806 -0,0301 0,0150 0,0000 Inflação 0,6832 -0,2264 0,1835 0,0000 IFIGDP 0,0402 0,0019 0,0190 0,8403 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9990 -1,5610 0,3602 0,0000 Part. Manufaturas 0,9556 -0,2031 0,0716 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8810 -0,0302 0,0150 0,0000 Inflação 0,6836 -0,2264 0,1833 0,0000 KAOPEN 0,0426 -0,0360 0,2965 0,0806 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9993 -1,5672 0,3576 0,0000 Part. Manufaturas 0,9538 -0,2021 0,0719 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8784 -0,0300 0,0150 0,0000 Inflação 0,6843 -0,2270 0,1835 0,0000 WANG-JAHAN 0,0297 0,0016 0,1983 0,3686 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9994 -1,5672 0,3570 0,0000 Part. Manufaturas 0,9540 -0,2021 0,0718 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8787 -0,0300 0,0150 0,0000 Inflação 0,6841 -0,2269 0,1835 0,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,0293 0,0032 0,1874 0,4477 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9993 -1,5678 0,3573 0,0000 Part. Manufaturas 0,9522 -0,2018 0,0724 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8777 -0,0299 0,0150 0,0000 Inflação 0,6846 -0,2272 0,1836 0,0000 WANG-JAHAN _ saída 0,0310 0,0043 0,1750 0,4081 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9993 -1,5658 0,3576 0,0000 Part. Manufaturas 0,9542 -0,2025 0,0719 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8794 -0,0300 0,0150 0,0000 Inflação 0,6842 -0,2269 0,1835 0,0000 SCHINDLERF 0,0312 0,0096 0,2142 0,8645 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9993 -1,5660 0,3573 0,0000 Part. Manufaturas 0,9546 -0,2025 0,0717 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8796 -0,0300 0,0150 0,0000 Inflação 0,6842 -0,2269 0,1835 0,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0300 0,0087 0,2090 0,8692 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9993 -1,5664 0,3580 0,0000 Part. Manufaturas 0,9538 -0,2023 0,0720 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8790 -0,0300 0,0150 0,0000 Inflação 0,6841 -0,2269 0,1836 0,0000 SCHINDLERF _ saída 0,0304 0,0040 0,1854 0,7727 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela D3.2 Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 3 (hyper-g prior ) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,5206 0,3184 0,0000 Part. Manufaturas 0,9999 -0,2092 0,0573 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9977 -0,0286 0,0098 0,0000 Inflação 0,9455 -0,2500 0,1246 0,0000 Dummy Petróleo 0,7224 0,8817 0,7651 1,0000 M2 0,6079 -0,0003 0,0003 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,5049 0,0012 0,0015 1,0000 IFIGDP 0,3443 0,0469 0,0828 0,9703 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,4995 0,3177 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2140 0,0567 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9963 -0,0274 0,0099 0,0000 Inflação 0,9553 -0,2641 0,1239 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6799 0,0017 0,0016 1,0000 Dummy Petróleo 0,6191 0,6683 0,7041 1,0000 KAOPEN 0,0819 -0,0607 0,3718 0,0059 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,5051 0,3170 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2135 0,0567 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9959 -0,0272 0,0098 0,0000 Inflação 0,9524 -0,2627 0,1246 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6755 0,0016 0,0016 1,0000 Dummy Petróleo 0,6303 0,6841 0,7063 1,0000 WANG-JAHAN 0,0492 0,0023 0,2318 0,5391 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,5052 0,3166 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2135 0,0567 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9959 -0,0272 0,0098 0,0000 Inflação 0,9524 -0,2626 0,1246 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6764 0,0016 0,0016 1,0000 Dummy Petróleo 0,6319 0,6863 0,7066 1,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,0516 0,0079 0,2334 0,6867 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,5050 0,3165 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2135 0,0568 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9959 -0,0272 0,0098 0,0000 Inflação 0,9523 -0,2627 0,1246 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6756 0,0016 0,0016 1,0000 Dummy Petróleo 0,6305 0,6844 0,7064 1,0000 WANG-JAHAN _ saída 0,0490 0,0013 0,1896 0,5298 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,5035 0,3170 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2138 0,0568 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9960 -0,0272 0,0098 0,0000 Inflação 0,9531 -0,2630 0,1244 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6769 0,0016 0,0016 1,0000 Dummy Petróleo 0,6297 0,6825 0,7055 1,0000 SCHINDLERF 0,0534 0,0170 0,2557 0,9091 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,5042 0,3169 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2137 0,0567 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9959 -0,0272 0,0098 0,0000 Inflação 0,9528 -0,2629 0,1245 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6756 0,0016 0,0016 1,0000 Dummy Petróleo 0,6298 0,6828 0,7057 1,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0497 0,0100 0,2467 0,8094 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,5045 0,3172 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2136 0,0568 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9959 -0,0272 0,0098 0,0000 Inflação 0,9527 -0,2629 0,1245 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,6761 0,0016 0,0016 1,0000 Dummy Petróleo 0,6294 0,6828 0,7061 1,0000 SCHINDLERF _ saída 0,0496 0,0051 0,2143 0,6556 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior . Tabela D4.1: Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 4 (g = "BRIC") Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9981 -0,0419 0,0095 0,0000 Part. Manufaturas 0,9484 -0,1754 0,0652 0,0000 PIB per capita 0,9087 -0,9847 0,4646 0,0000 Reservas Internacionais 0,7564 -0,0558 0,0365 0,0001 IFIGDP 0,0326 0,0001 0,0122 0,5305 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9975 -0,0417 0,0096 0,0000 Part. Manufaturas 0,9451 -0,1743 0,0659 0,0000 PIB per capita 0,9104 -0,9904 0,4653 0,0000 Reservas Internacionais 0,7550 -0,0558 0,0365 0,0001 KAOPEN 0,0439 0,0355 0,2857 0,8905 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9981 -0,0418 0,0095 0,0000 Part. Manufaturas 0,9465 -0,1749 0,0656 0,0000 PIB per capita 0,9092 -0,9867 0,4647 0,0000 Reservas Internacionais 0,7569 -0,0559 0,0364 0,0001 WANG-JAHAN 0,0337 0,0118 0,2067 0,8064 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9981 -0,0418 0,0095 0,0000 Part. Manufaturas 0,9463 -0,1748 0,0657 0,0000 PIB per capita 0,9092 -0,9864 0,4644 0,0000 Reservas Internacionais 0,7572 -0,0560 0,0365 0,0001 WANG-JAHAN _ entrada 0,0328 0,0118 0,1938 0,8333 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9979 -0,0416 0,0096 0,0000 Part. Manufaturas 0,9339 -0,1719 0,0683 0,0000 PIB per capita 0,9116 -0,9943 0,4644 0,0000 Reservas Internacionais 0,7608 -0,0566 0,0366 0,0001 WANG-JAHAN _ saída 0,0542 0,0497 0,2998 0,9638 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9981 -0,0419 0,0095 0,0000 Part. Manufaturas 0,9466 -0,1752 0,0658 0,0000 PIB per capita 0,9076 -0,9844 0,4659 0,0000 Reservas Internacionais 0,7566 -0,0559 0,0365 0,0001 SCHINDLERF 0,0332 0,0026 0,2107 0,4092 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9981 -0,0419 0,0095 0,0000 Part. Manufaturas 0,9490 -0,1761 0,0653 0,0000 PIB per capita 0,9060 -0,9811 0,4666 0,0000 Reservas Internacionais 0,7570 -0,0559 0,0364 0,0001 SCHINDLERF _ entrada 0,0425 0,0365 0,2817 0,9845 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9980 -0,0417 0,0096 0,0000 Part. Manufaturas 0,9415 -0,1736 0,0668 0,0000 PIB per capita 0,9102 -0,9921 0,4660 0,0000 Reservas Internacionais 0,7595 -0,0562 0,0365 0,0001 SCHINDLERF _ saída 0,0442 -0,0313 0,2614 0,1409 Nota: A variável dependente é a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2008. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela D4.2 Abertura Financeira e Incidência da Crise - Incidência 4 (hyper-g prior ) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,2426 0,3171 0,0000 Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0336 0,0086 0,0000 Part. Manufaturas 0,9989 -0,1502 0,0512 0,0000 Reservas Internacionais 0,9813 -0,0749 0,0244 0,0000 Inflação 0,8184 -0,1663 0,1188 0,0000 Passivos Líquidos 0,7284 0,0125 0,0107 1,0000 M2 0,6658 -0,0003 0,0003 0,0000 Sound Money 0,5798 0,2443 0,2810 1,0000 IFIGDP 0,0959 0,0023 0,0220 0,7964 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,2459 0,3175 0,0000 Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0335 0,0086 0,0000 Part. Manufaturas 0,9990 -0,1500 0,0512 0,0000 Reservas Internacionais 0,9807 -0,0748 0,0243 0,0000 Inflação 0,8187 -0,1663 0,1187 0,0000 Passivos Líquidos 0,7352 0,0127 0,0108 1,0000 M2 0,6645 -0,0003 0,0003 0,0000 Sound Money 0,5551 0,2335 0,2804 1,0000 KAOPEN 0,1083 0,0618 0,3773 0,9001 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,2405 0,3168 0,0000 Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0336 0,0086 0,0000 Part. Manufaturas 0,9987 -0,1504 0,0513 0,0000 Reservas Internacionais 0,9807 -0,0748 0,0243 0,0000 Inflação 0,8136 -0,1651 0,1191 0,0000 Passivos Líquidos 0,7310 0,0126 0,0108 1,0000 M2 0,6627 -0,0003 0,0003 0,0000 Sound Money 0,5738 0,2433 0,2829 1,0000 WANG-JAHAN 0,0802 0,0090 0,2919 0,5228 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,2404 0,3167 0,0000 Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0336 0,0086 0,0000 Part. Manufaturas 0,9987 -0,1504 0,0513 0,0000 Reservas Internacionais 0,9808 -0,0748 0,0243 0,0000 Inflação 0,8126 -0,1648 0,1192 0,0000 Passivos Líquidos 0,7312 0,0126 0,0108 1,0000 M2 0,6629 -0,0003 0,0003 0,0000 Sound Money 0,5738 0,2423 0,2816 1,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,0763 0,0146 0,2646 0,6927 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,2492 0,3153 0,0000 Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0334 0,0086 0,0000 Part. Manufaturas 0,9951 -0,1473 0,0529 0,0000 Reservas Internacionais 0,9831 -0,0758 0,0241 0,0000 Inflação 0,8167 -0,1650 0,1185 0,0000 Passivos Líquidos 0,7476 0,0130 0,0108 1,0000 M2 0,6787 -0,0003 0,0003 0,0000 Sound Money 0,5470 0,2276 0,2780 1,0000 WANG-JAHAN _ saída 0,1500 0,1059 0,4007 0,9985 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,2391 0,3173 0,0000 Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0337 0,0086 0,0000 Part. Manufaturas 0,9987 -0,1507 0,0515 0,0000 Reservas Internacionais 0,9809 -0,0747 0,0243 0,0000 Inflação 0,8142 -0,1652 0,1190 0,0000 Passivos Líquidos 0,7285 0,0125 0,0108 1,0000 M2 0,6613 -0,0003 0,0003 0,0000 Sound Money 0,5824 0,2484 0,2845 1,0000 SCHINDLERF 0,0813 0,0159 0,3064 0,6439 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,2330 0,3171 0,0000 Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0336 0,0086 0,0000 Part. Manufaturas 0,9992 -0,1523 0,0514 0,0000 Reservas Internacionais 0,9835 -0,0748 0,0237 0,0000 Inflação 0,8209 -0,1667 0,1185 0,0000 Passivos Líquidos 0,7162 0,0122 0,0107 1,0000 M2 0,6586 -0,0003 0,0003 0,0000 Sound Money 0,6225 0,2755 0,2934 1,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,1749 0,1760 0,5725 1,0000 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,2487 0,3173 0,0000 Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0336 0,0086 0,0000 Part. Manufaturas 0,9987 -0,1492 0,0516 0,0000 Reservas Internacionais 0,9824 -0,0753 0,0241 0,0000 Inflação 0,8193 -0,1663 0,1186 0,0000 Passivos Líquidos 0,7403 0,0128 0,0108 1,0000 M2 0,6689 -0,0003 0,0003 0,0000 Sound Money 0,5478 0,2300 0,2796 1,0000 SCHINDLERF _ saída 0,1226 -0,0747 0,3754 0,0664 Nota: A variável dependente é a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2008. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior. . Para cada modelo estimado, foram apresentadas informações para as variáveis explanatórias com probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5 e para o índice de abertura financeira. Nos 64 modelos estimados, não há índice de abertura financeira com probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5, o que reforça os resultados apresentados nas tabelas B1 a B4 e C1 a C4. Ou seja, não há evidências de que a abertura financeira é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009.

Por fim, com o objetivo de investigar se o efeito da abertura financeira sobre a incidência da crise financeira global de 2008-2009 varia conforme o grupo de países, foram estimados modelos para cada uma das quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009 incluindo entre as variáveis explanatórias uma variável de interação entre um índice de abertura financeira e uma variável dummy que assume valor 1 se um país é classificado no grupo de Economias Avançadas e valor 0 se é classificado no grupo de Economias Emergentes e em Desenvolvimento, denominada Dummy EA. Além da variável de interação entre o índice de abertura financeira e variável Dummy EA, foram incluídas entre as variáveis explanatórias o índice de abertura financeira, a variável Dummy EA e as variáveis 1 a 27 listadas na tabela 1.

Seguindo Cuaresma, Doppelhofer e Feldkircher (2014Cuaresma, J. C., Gernot Doppelhofer e Martin Feldkircher. 2014. “The Determinants of Economic Growth in European Regions”. Regional Studies 48 (1): 44-67.) e Feldkircher, Horvath e Rusnak (2014Feldkircher, M., Roman Horvath e Marek Rusnak. 2014. “Exchange market pressures during the financial crisis: A Bayesian model averaging evidence”. Journal of International Money and Finance 40: 21-41.), para a avaliação de potenciais efeitos não lineares pela inclusão de termos de interação, utilizamos o método MC3 adaptado para garantir que o princípio de hereditariedade forte de Chipman (1996)Chipman, H. 1996. “Bayesian Variable Selection with Related Predictors”. Canadian Journal of Statistics 24: 17-36. seja satisfeito: “More specifically, under strong heredity, we only assign positive prior inclusion probabilities to models that (1) do not include interaction terms or (2) include all variables related to the interactions” (Feldkircher, Horvath e Rusnak 2014Feldkircher, M., Roman Horvath e Marek Rusnak. 2014. “Exchange market pressures during the financial crisis: A Bayesian model averaging evidence”. Journal of International Money and Finance 40: 21-41., 28). Considerando as quatro medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009, os oito índices de abertura financeira e as duas definições para o hiperparâmetro g (\(g = max(N,K^{2})\) e hyper-g prior), foram estimados 64 modelos, 16 para cada medida de incidência da crise financeira global de 2008-2009. Os resultados estão apresentados nas tabelas E1.1 a E4.2 no apêndice E Apêndice E Tabela E1.1 Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 1 (g = "BRIC", int.) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9995 -1,8766 0,3958 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9641 0,1332 0,0446 1,0000 Inflação 0,8302 -0,2905 0,1630 0,0000 Part. Manufaturas 0,7607 -0,1409 0,0940 0,0000 Dummy EA 0,0695 -0,1071 0,5002 0,0100 IFIGDP 0,0318 0,0002 0,0155 0,5852 Dummy EA x IFIGDP 0,0000 0,0000 0,0000 NA Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9993 -1,8695 0,3975 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9673 0,1336 0,0439 1,0000 Inflação 0,8259 -0,2885 0,1637 0,0000 Part. Manufaturas 0,7660 -0,1423 0,0938 0,0000 Dummy EA 0,0705 -0,1044 0,5249 0,0193 KAOPEN 0,0364 -0,0307 0,2889 0,1284 Dummy EA x KAOPEN 0,0007 -0,0048 0,1995 0,0000 Painel C: WANGJAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9995 -1,8768 0,3945 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9671 0,1337 0,0440 1,0000 Inflação 0,8294 -0,2898 0,1630 0,0000 Part. Manufaturas 0,7613 -0,1407 0,0938 0,0000 Dummy EA 0,0698 -0,1074 0,5028 0,0106 WANGJAHAN 0,0307 0,0200 0,2283 0,9252 Dummy EA x WANGJAHAN 0,0000 -0,0003 0,0544 0,0000 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9995 -1,8764 0,3943 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9672 0,1337 0,0440 1,0000 Inflação 0,8288 -0,2895 0,1631 0,0000 Part. Manufaturas 0,7603 -0,1405 0,0939 0,0000 Dummy EA 0,0697 -0,1074 0,5008 0,0098 WANG-JAHAN _ entrada 0,0322 0,0234 0,2334 0,9714 Dummy EA x WANG-JAHAN _ entrada 0,0000 0,0000 0,0000 NA Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9995 -1,8811 0,3944 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9683 0,1337 0,0437 1,0000 Inflação 0,8308 -0,2899 0,1624 0,0000 Part. Manufaturas 0,7464 -0,1375 0,0948 0,0000 Dummy EA 0,0692 -0,1066 0,4993 0,0100 WANG-JAHAN _ saída 0,0617 0,0713 0,3599 1,0000 Dummy EA x WANG-JAHAN _ saída 0,0001 -0,0002 0,0303 0,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9995 -1,8771 0,3953 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9671 0,1336 0,0440 1,0000 Inflação 0,8296 -0,2899 0,1629 0,0000 Part. Manufaturas 0,7600 -0,1406 0,0940 0,0000 Dummy EA 0,0699 -0,1079 0,5022 0,0102 SCHINDLERF 0,0293 -0,0158 0,2247 0,1990 Dummy EA x SCHINDLERF 0,0000 0,0002 0,0349 1,0000 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9995 -1,8741 0,3950 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9666 0,1335 0,0440 1,0000 Inflação 0,8289 -0,2898 0,1632 0,0000 Part. Manufaturas 0,7637 -0,1415 0,0938 0,0000 Dummy EA 0,0699 -0,1079 0,5020 0,0102 SCHINDLERF _ entrada 0,0272 0,0122 0,2094 0,8354 Dummy EA x SCHINDLERF _ entrada 0,0000 0,0000 0,0000 NA Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9995 -1,8814 0,3961 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9678 0,1338 0,0438 1,0000 Inflação 0,8308 -0,2904 0,1626 0,0000 Part. Manufaturas 0,7556 -0,1394 0,0942 0,0000 Dummy EA 0,0701 -0,1088 0,5052 0,0099 SCHINDLERF _ saída 0,0450 -0,0466 0,3078 0,0103 Dummy EA x SCHINDLERF _ saída 0,0005 0,0030 0,1484 1,0000 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela E1.2 Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 1 (hyper-g prior, int.) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,7765 0,3872 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9986 0,1126 0,0355 1,0000 Inflação 0,9971 -0,3387 0,1054 0,0000 Part. Manufaturas 0,9805 -0,1617 0,0640 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8267 0,0024 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,6384 0,0101 0,0099 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5396 -0,1518 0,1799 0,0002 Controle de Juros 0,5180 0,3756 0,4642 1,0000 Dummy EA 0,2430 -0,4029 0,9184 0,0000 IFIGDP 0,0577 -0,0023 0,0194 0,0574 Dummy EA x IFIGDP 0,0000 0,0000 0,0000 NA Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,5979 0,3945 0,0000 Inflação 0,9994 -0,3356 0,1030 0,0000 Part. Manufaturas 0,9969 -0,1884 0,0606 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9411 0,0955 0,0419 1,0000 Ativo Ext. Líquido 0,9089 0,0026 0,0015 1,0000 Dummy EA 0,7949 4,8935 4,0962 0,9338 KAOPEN 0,7644 0,2037 1,0613 0,6793 Controle de Juros 0,7480 0,6152 0,4941 1,0000 Dummy EA x KAOPEN 0,7423 -6,5716 4,7349 0,0000 Propriedade dos Bancos 0,6368 -0,2243 0,2146 0,0007 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,7749 0,3873 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9982 0,1119 0,0353 1,0000 Inflação 0,9972 -0,3393 0,1053 0,0000 Part. Manufaturas 0,9806 -0,1617 0,0639 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8286 0,0024 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,6354 0,0100 0,0099 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5425 -0,1538 0,1808 0,0002 Controle de Juros 0,5316 0,3902 0,4698 1,0000 Dummy EA 0,2607 -0,2449 1,4549 0,0951 WANG-JAHAN 0,0719 0,0516 0,3613 0,8987 Dummy EA x WANG-JAHAN 0,0248 -0,2218 1,5541 0,0000 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,7804 0,3835 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9987 0,1118 0,0351 1,0000 Inflação 0,9974 -0,3384 0,1050 0,0000 Part. Manufaturas 0,9802 -0,1598 0,0639 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8333 0,0024 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,6568 0,0104 0,0100 1,0000 Controle de Juros 0,5418 0,4033 0,4766 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5389 -0,1531 0,1809 0,0002 Dummy EA 0,2377 -0,3907 0,9054 0,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,0951 0,0879 0,4163 0,9878 Dummy EA x WANG- JAHAN _ entrada 0,0000 0,0000 0,0000 NA Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,7814 0,3854 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9987 0,1116 0,0352 1,0000 Inflação 0,9976 -0,3390 0,1046 0,0000 Part. Manufaturas 0,9729 -0,1578 0,0656 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8248 0,0024 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,6513 0,0103 0,0100 1,0000 Controle de Juros 0,5444 0,4058 0,4770 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5310 -0,1495 0,1793 0,0002 Dummy EA 0,2451 -0,3881 0,9240 0,0237 WANG-JAHAN _ saída 0,1202 0,1107 0,4275 1,0000 Dummy EA x WANG-JAHAN _ saída 0,0077 -0,0251 0,3379 0,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,7808 0,3871 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9985 0,1119 0,0353 1,0000 Inflação 0,9971 -0,3389 0,1055 0,0000 Part. Manufaturas 0,9794 -0,1608 0,0641 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8239 0,0024 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,6441 0,0102 0,0100 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5428 -0,1531 0,1803 0,0002 Controle de Juros 0,5213 0,3794 0,4660 1,0000 Dummy EA 0,2448 -0,4084 0,9259 0,0000 SCHINDLERF 0,0470 -0,0169 0,2573 0,2055 Dummy EA x SCHINDLERF 0,0027 0,0157 0,3577 1,0000 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,7794 0,3864 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9985 0,1119 0,0353 1,0000 Inflação 0,9971 -0,3386 0,1056 0,0000 Part. Manufaturas 0,9801 -0,1611 0,0640 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,8230 0,0024 0,0016 1,0000 Termos de Troca 0,6451 0,0102 0,0099 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5399 -0,1519 0,1800 0,0002 Controle de Juros 0,5162 0,3746 0,4644 1,0000 Dummy EA 0,2428 -0,4026 0,9185 0,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0441 0,0147 0,2552 0,7188 Dummy EA x SCHINDLERF _ entrada 0,0000 0,0000 0,0000 NA Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,7642 0,3925 0,0000 Poupança Nacional Líquida 0,9993 0,1137 0,0349 1,0000 Inflação 0,9974 -0,3381 0,1055 0,0000 Part. Manufaturas 0,9820 -0,1656 0,0647 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,7753 0,0022 0,0017 1,0000 Termos de Troca 0,5711 0,0089 0,0099 1,0000 Propriedade dos Bancos 0,5475 -0,1536 0,1782 0,0000 Controle de Juros 0,5381 0,3914 0,4659 1,0000 Dummy EA 0,3473 -0,7545 1,2974 0,0000 SCHINDLERF _ saída 0,1948 -0,2726 0,7350 0,0099 Dummy EA x SCHINDLERF _ saída 0,1417 0,9063 2,4648 1,0000 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior . Tabela E2.1 Abertura Financeira e Incidência da Crise - Incidência 2 (g = "BRIC", int.) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0612 0,0122 0,0000 Part. Manufaturas 0,9860 -0,2527 0,0707 0,0000 Inflação 0,6169 -0,2165 0,1971 0,0000 Dummy EA 0,5976 -1,8967 1,7716 0,0000 IFIGDP 0,0292 -0,0004 0,0132 0,3603 Dummy EA x IFIGDP 0,0003 0,0000 0,0025 0,0410 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0616 0,0123 0,0000 Part. Manufaturas 0,9866 -0,2545 0,0709 0,0000 Inflação 0,6114 -0,2142 0,1969 0,0000 Dummy EA 0,5959 -1,8617 1,7977 0,0060 KAOPEN 0,0662 -0,1069 0,5288 0,0037 Dummy EA x KAOPEN 0,0036 -0,0219 0,4281 0,0000 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0613 0,0122 0,0000 Part. Manufaturas 0,9860 -0,2531 0,0708 0,0000 Inflação 0,6168 -0,2164 0,1970 0,0000 Dummy EA 0,5980 -1,8816 1,8035 0,0035 WANG-JAHAN 0,0321 -0,0203 0,2514 0,0320 Dummy EA x WANG-JAHAN 0,0021 -0,0186 0,4744 0,0000 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0612 0,0122 0,0000 Part. Manufaturas 0,9858 -0,2528 0,0708 0,0000 Inflação 0,6171 -0,2166 0,1971 0,0000 Dummy EA 0,5972 -1,8939 1,7759 0,0008 WANG-JAHAN _ entrada 0,0269 -0,0077 0,2025 0,1443 Dummy EA x WANG-JAHAN _ entrada 0,0005 -0,0024 0,1580 0,0000 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0612 0,0122 0,0000 Part. Manufaturas 0,9853 -0,2526 0,0712 0,0000 Inflação 0,6171 -0,2166 0,1970 0,0000 Dummy EA 0,5978 -1,8917 1,7744 0,0016 WANG-JAHAN _ saída 0,0280 -0,0003 0,1737 0,4614 Dummy EA x WANG-JAHAN _ saída 0,0020 -0,0086 0,2197 0,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0613 0,0122 0,0000 Part. Manufaturas 0,9860 -0,2534 0,0710 0,0000 Inflação 0,6161 -0,2162 0,1970 0,0000 Dummy EA 0,5983 -1,9028 1,7769 0,0000 SCHINDLERF 0,0360 0,0266 0,2844 0,9618 Dummy EA x SCHINDLERF 0,0037 0,0325 0,6017 1,0000 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0613 0,0122 0,0000 Part. Manufaturas 0,9862 -0,2534 0,0708 0,0000 Inflação 0,6159 -0,2161 0,1971 0,0000 Dummy EA 0,5959 -1,8889 1,7705 0,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0389 0,0438 0,3428 0,9919 Dummy EA x SCHINDLERF_ entrada 0,0005 0,0019 0,1506 1,0000 Painel H:SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0613 0,0122 0,0000 Part. Manufaturas 0,9858 -0,2531 0,0710 0,0000 Inflação 0,6166 -0,2164 0,1970 0,0000 Dummy EA 0,5998 -1,9114 1,7804 0,0000 SCHINDLERF _ saída 0,0348 0,0085 0,2245 0,7279 Dummy EA x SCHINDLERF _ saída 0,0070 0,0520 0,6791 1,0000 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela E2.2 Abertura Financeira e Incidência da Crise - Incidência 2 (hyper-g prior, int.) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0474 0,0112 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2427 0,0634 0,0000 Inflação 0,9939 -0,3444 0,1292 0,0000 Dummy EA 0,8554 -2,2833 1,4599 0,0000 PIB per capita 0,7727 -0,7321 0,5683 0,0000 IFIGDP 0,0579 -0,0010 0,0201 0,3343 Dummy EA x IFIGDP 0,0013 -0,0001 0,0052 0,1145 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0443 0,0126 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2557 0,0633 0,0000 Inflação 0,9902 -0,3264 0,1308 0,0000 Dummy EA 0,9465 2,3040 4,9478 0,6082 PIB per capita 0,7919 -0,7155 0,5433 0,0000 Controle de Juros 0,6408 0,5709 0,5756 1,0000 KAOPEN 0,6120 0,3224 1,1599 0,7999 Dummy EA x KAOPEN 0,5757 -5,1688 5,2891 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,5043 0,0012 0,0016 1,0000 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0468 0,0114 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2503 0,0638 0,0000 Inflação 0,9835 -0,3312 0,1341 0,0000 Dummy EA 0,9174 1,2671 5,4695 0,4112 PIB per capita 0,7739 -0,6954 0,5468 0,0000 Controle de Juros 0,5730 0,4842 0,5547 1,0000 WANG-JAHAN 0,4015 0,3688 0,9287 0,9302 Dummy EA x WANG-JAHAN 0,3772 -4,4788 6,5844 0,0000 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0474 0,0113 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2426 0,0634 0,0000 Inflação 0,9939 -0,3443 0,1292 0,0000 Dummy EA 0,8572 -2,2735 1,5055 0,0044 PIB per capita 0,7755 -0,7331 0,5666 0,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,0550 0,0191 0,3032 0,6854 Dummy EA x WANG-JAHAN _ entrada 0,0038 -0,0194 0,4410 0,0000 Painel E: WANGJAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0472 0,0112 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2448 0,0644 0,0000 Inflação 0,9938 -0,3426 0,1292 0,0000 Dummy EA 0,8792 -1,9470 1,7999 0,1158 PIB per capita 0,7868 -0,7371 0,5597 0,0000 WANG-JAHAN _ saída 0,1702 0,1593 0,5672 0,9617 Dummy EA x WANG-JAHAN _ saída 0,1264 -0,5513 1,6680 0,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0488 0,0114 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2671 0,0704 0,0000 Inflação 0,9560 -0,3048 0,1443 0,0000 Dummy EA 0,9381 -3,3801 1,7488 0,0000 PIB per capita 0,8054 -0,7253 0,5337 0,0000 SCHINDLERF 0,5427 -0,4856 1,0546 0,0568 Dummy EA x SCHINDLERF 0,5255 5,7639 6,3965 1,0000 Controle de Juros 0,5072 0,3893 0,5091 1,0000 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Credito 1,0000 -0,0475 0,0113 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2429 0,0635 0,0000 Inflação 0,9940 -0,3445 0,1291 0,0000 Dummy EA 0,8519 -2,2736 1,4654 0,0000 PIB per capita 0,7761 -0,7358 0,5672 0,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0554 0,0263 0,3329 0,8168 Dummy EA x SCHINDLERF _ entrada 0,0025 0,0122 0,3641 1,0000 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0452 0,0112 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2586 0,0660 0,0000 Dummy EA 0,9743 -3,8408 1,5389 0,0000 Inflação 0,9597 -0,2958 0,1400 0,0000 PIB per capita 0,8779 -0,8208 0,5137 0,0000 SCHINDLERF _ saída 0,8125 -1,1484 1,1573 0,0038 Dummy EA # SCHINDLERF _ saída 0,8080 6,8039 4,3773 1,0000 Passivos Líquidos 0,6915 0,0137 0,0124 1,0000 Controle de Juros 0,5905 0,4417 0,4981 1,0000 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior . Tabela E.3.1 Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 3 (g = "BRIC", int.) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9658 -1,4686 0,4642 0,0000 Part. Manufaturas 0,9572 -0,2049 0,0711 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8878 -0,0307 0,0149 0,0000 Inflação 0,6787 -0,2277 0,1854 0,0000 Dummy EA 0,1624 -0,3529 0,9316 0,0002 IFIGDP 0,0346 0,0015 0,0169 0,8291 Dummy EA x IFIGDP 0,0001 0,0000 0,0014 0,0000 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9633 -1,4593 0,4701 0,0000 Part. Manufaturas 0,9573 -0,2055 0,0713 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8883 -0,0308 0,0149 0,0000 Inflação 0,6777 -0,2273 0,1853 0,0000 Dummy EA 0,1644 -0,3579 0,9388 0,0007 KAOPEN 0,0397 -0,0357 0,2944 0,0717 Dummy EA x KAOPEN 0,0002 -0,0005 0,0594 0,0000 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9654 -1,4673 0,4655 0,0000 Part. Manufaturas 0,9557 -0,2045 0,0716 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8858 -0,0306 0,0149 0,0000 Inflação 0,6795 -0,2282 0,1855 0,0000 Dummy EA 0,1634 -0,3551 0,9350 0,0006 WANG-JAHAN 0,0270 0,0009 0,1901 0,3594 Dummy EA x WANG-JAHAN 0,0001 -0,0003 0,0521 0,0000 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9657 -1,4676 0,4646 0,0000 Part. Manufaturas 0,9559 -0,2045 0,0715 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8861 -0,0306 0,0149 0,0000 Inflação 0,6795 -0,2282 0,1855 0,0000 Dummy EA 0,1632 -0,3547 0,9342 0,0004 WANG-JAHAN _ entrada 0,0264 0,0027 0,1776 0,4436 Dummy EA x WANG-JAHAN _ entrada 0,0000 -0,0001 0,0365 0,0000 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9656 -1,4667 0,4652 0,0000 Part. Manufaturas 0,9547 -0,2045 0,0720 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8857 -0,0306 0,0149 0,0000 Inflação 0,6801 -0,2285 0,1855 0,0000 Dummy EA 0,1673 -0,3414 0,9572 0,0310 WANG-JAHAN _ saída 0,0329 0,0076 0,1868 0,4851 Dummy EA # WANG-JAHAN _ saída 0,0052 -0,0299 0,4398 0,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9651 -1,4641 0,4660 0,0000 Part. Manufaturas 0,9563 -0,2053 0,0718 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8875 -0,0307 0,0149 0,0000 Inflação 0,6783 -0,2276 0,1854 0,0000 Dummy EA 0,1680 -0,3750 0,9724 0,0002 SCHINDLERF 0,0336 0,0057 0,2270 0,7470 Dummy EA x SCHINDLERF 0,0054 0,0673 0,9715 1,0000 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9654 -1,4661 0,4651 0,0000 Part. Manufaturas 0,9565 -0,2048 0,0714 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8869 -0,0306 0,0149 0,0000 Inflação 0,6793 -0,2281 0,1854 0,0000 Dummy EA 0,1634 -0,3554 0,9346 0,0002 SCHINDLERF _ entrada 0,0270 0,0079 0,1988 0,8778 Dummy EA x SCHINDLERF _ entrada 0,0000 0,0000 0,0283 1,0000 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 0,9648 -1,4644 0,4669 0,0000 Part. Manufaturas 0,9560 -0,2049 0,0716 0,0000 Crescimento do Crédito 0,8869 -0,0306 0,0149 0,0000 Inflação 0,6795 -0,2282 0,1854 0,0000 Dummy EA 0,1674 -0,3698 0,9582 0,0002 SCHINDLERF _ saída 0,0323 0,0023 0,1947 0,6901 Dummy EA x SCHINDLERF _ saída 0,0046 0,0354 0,5565 1,0000 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela E3.2 Abertura Financeira e Incidência da Crise - Incidência 3 (hyper-g prior, int.) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,4112 0,3702 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2129 0,0559 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9989 -0,0284 0,0096 0,0000 Inflação 0,9697 -0,2733 0,1219 0,0000 Dummy Petróleo 0,5649 0,6472 0,7453 1,0000 Dummy EA 0,4417 -0,7689 1,1212 0,0000 IFIGDP 0,2549 0,0327 0,0717 0,9637 Dummy EA x IFIGDP 0,0023 -0,0001 0,0072 0,4821 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,3740 0,3740 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2170 0,0554 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9990 -0,0276 0,0095 0,0000 Inflação 0,9775 -0,2858 0,1197 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,5642 0,0013 0,0015 1,0000 Dummy EA 0,5157 -0,8257 1,3680 0,0389 KAOPEN 0,0812 -0,0444 0,3488 0,1148 Dummy EA x KAOPEN 0,0201 -0,1065 0,8768 0,0000 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,3806 0,3735 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2163 0,0554 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9988 -0,0274 0,0095 0,0000 Inflação 0,9768 -0,2850 0,1200 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,5595 0,0013 0,0015 1,0000 Dummy EA 0,5124 -0,8731 1,3016 0,0164 WANG-JAHAN 0,0462 0,0076 0,2268 0,6763 Dummy EA x WANG-JAHAN 0,0084 -0,0589 0,7647 0,0000 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,3817 0,3732 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2161 0,0554 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9985 -0,0274 0,0095 0,0000 Inflação 0,9762 -0,2847 0,1202 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,5583 0,0013 0,0015 1,0000 Dummy EA 0,5086 -0,9125 1,1836 0,0016 WANG-JAHAN _ entrada 0,0403 0,0071 0,2036 0,7554 Dummy EA x WANG-JAHAN _ entrada 0,0008 -0,0029 0,1630 0,0000 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,3491 0,3685 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2639 0,0583 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9998 -0,0282 0,0092 0,0000 Dummy EA 0,9866 2,4932 1,8195 0,9869 WANG-JAHAN _ saída 0,9738 1,2820 0,8742 0,9999 Dummy EA # WANG-JAHAN _ saída 0,9737 -6,0720 2,2077 0,0000 Inflacao 0,8644 -0,2027 0,1311 0,0000 Passivos Líquidos 0,8373 0,0150 0,0103 1,0000 Dummy Petróleo 0,8180 0,9734 0,7025 1,0000 Tamanho do Governo 0,6292 -0,2568 0,2696 0,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,2892 0,3614 0,0000 Crescimento do Credito 1,0000 -0,0326 0,0092 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2785 0,0575 0,0000 DummyEA 0,9945 -3,7272 1,2131 0,0000 SCHINDLERF 0,9903 -1,0216 1,0348 0,0002 DummyEA#SCHINDLERF 0,9903 12,6457 3,9676 1,0000 Passivos Liquidos 0,9730 0,0220 0,0095 1,0000 Dummy Petroleo 0,9496 1,3560 0,6601 1,0000 Inflacao 0,8005 -0,1722 0,1286 0,0000 Tamanho do Governo 0,5168 -0,1902 0,2465 0,0000 Painl G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,3812 0,3733 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2162 0,0554 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9987 -0,0274 0,0095 0,0000 Inflação 0,9760 -0,2848 0,1202 0,0000 Ativo Ext. Líquido 0,5588 0,0013 0,0015 1,0000 Dummy EA 0,5066 -0,9107 1,1757 0,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,0386 0,0042 0,2150 0,6835 Dummy EA x SCHINDLERF _ entrada 0,0004 0,0010 0,1073 1,0000 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS PIB per capita 1,0000 -1,3275 0,3718 0,0000 Part. Manufaturas 1,0000 -0,2442 0,0563 0,0000 Crescimento do Crédito 0,9990 -0,0273 0,0092 0,0000 Dummy EA 0,9718 -3,3336 1,2793 0,0000 SCHINDLERF _ saída 0,9454 -1,0818 0,9569 0,0011 Dummy EA x SCHINDLERF _ saída 0,9445 7,7981 3,2598 1,0000 Inflação 0,9415 -0,2386 0,1214 0,0000 Passivos Líquidos 0,8814 0,0170 0,0102 1,0000 Tamanho do Governo 0,7123 -0,3112 0,2776 0,0000 Nota: A variável dependente é a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior . Tabela E4.1 Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 4 (g = "BRIC", int.) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9982 -0,0424 0,0096 0,0000 Part. Manufaturas 0,9515 -0,1791 0,0657 0,0000 PIB per capita 0,8393 -0,8931 0,5135 0,0000 Reservas Internacionais 0,7295 -0,0539 0,0373 0,0001 Dummy EA 0,1300 -0,2136 0,6595 0,0003 IFIGDP 0,0303 -0,0001 0,0121 0,4948 Dummy EA x IFIGDP 0,0002 0,0000 0,0022 0,0000 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9976 -0,0423 0,0097 0,0000 Part. Manufaturas 0,9484 -0,1781 0,0664 0,0000 PIB per capita 0,8421 -0,8998 0,5139 0,0000 Reservas Internacionais 0,7282 -0,0538 0,0374 0,0001 Dummy EA 0,1284 -0,2100 0,6531 0,0000 KAOPEN 0,0389 0,0309 0,2684 0,8797 Dummy EA x KAOPEN 0,0000 0,0001 0,0207 1,0000 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9981 -0,0424 0,0096 0,0000 Part. Manufaturas 0,9498 -0,1786 0,0661 0,0000 PIB per capita 0,8407 -0,8961 0,5132 0,0000 Reservas Internacionais 0,7296 -0,0539 0,0373 0,0001 Dummy EA 0,1289 -0,2107 0,6541 0,0001 WANG-JAHAN 0,0300 0,0102 0,1944 0,7998 Dummy EA x WANG-JAHAN 0,0000 0,0000 0,0170 0,0000 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9981 -0,0424 0,0096 0,0000 Part. Manufaturas 0,9495 -0,1785 0,0662 0,0000 PIB per capita 0,8408 -0,8959 0,5129 0,0000 Reservas Internacionais 0,7299 -0,0540 0,0373 0,0001 Dummy EA 0,1289 -0,2107 0,6540 0,0001 WANG-JAHAN _ entrada 0,0294 0,0106 0,1838 0,8280 Dummy EA x WANG-JAHAN _ entrada 0,0000 0,0000 0,0186 1,0000 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9979 -0,0422 0,0097 0,0000 Part. Manufaturas 0,9387 -0,1759 0,0686 0,0000 PIB per capita 0,8441 -0,9042 0,5133 0,0000 Reservas Internacionais 0,7336 -0,0545 0,0375 0,0001 Dummy EA 0,1274 -0,2079 0,6497 0,0003 WANG-JAHAN _ saída 0,0482 0,0438 0,2824 0,9617 Dummy EA x WANG-JAHAN _ saída 0,0001 -0,0001 0,0213 0,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9981 -0,0424 0,0096 0,0000 Part. Manufaturas 0,9499 -0,1789 0,0662 0,0000 PIB per capita 0,8394 -0,8941 0,5139 0,0000 Reservas Internacionais 0,7293 -0,0539 0,0373 0,0001 Dummy EA 0,1288 -0,2106 0,6539 0,0001 SCHINDLERF 0,0298 0,0030 0,2001 0,4443 Dummy EA x SCHINDLERF 0,0000 0,0001 0,0255 1,0000 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9982 -0,0425 0,0096 0,0000 Part. Manufaturas 0,9519 -0,1797 0,0658 0,0000 PIB per capita 0,8379 -0,8912 0,5140 0,0000 Reservas Internacionais 0,7296 -0,0539 0,0373 0,0001 Dummy EA 0,1285 -0,2100 0,6529 0,0001 SCHINDLERF _ entrada 0,0378 0,0322 0,2655 0,9856 Dummy EA x SCHINDLERF _ entrada 0,0000 0,0000 0,0188 1,0000 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 0,9981 -0,0423 0,0096 0,0000 Part. Manufaturas 0,9453 -0,1775 0,0672 0,0000 PIB per capita 0,8423 -0,9015 0,5145 0,0000 Reservas Internacionais 0,7321 -0,0542 0,0373 0,0001 Dummy EA 0,1281 -0,2091 0,6515 0,0000 SCHINDLERF _ saída 0,0391 -0,0269 0,2452 0,1458 Dummy EA x SCHINDLERF _ saída 0,0001 0,0001 0,0280 1,0000 Nota: A variável dependente é a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2008. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. Conforme Fernandez et al. (C. Fernández, Ley, and Steel 2001) e Zeugner e Feldkircher (Zeugner and Feldkircher 2015), o hiperparâmetro g é definido como g = max(N,K^{2})g=max(N,K2) . Tabela E4.2 Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 4 (hyper-g prior, int.) Painel A: IFIGDP Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0314 0,0084 0,0000 PIB per capita 0,9999 -1,1187 0,3574 0,0000 Part. Manufaturas 0,9997 -0,1546 0,0516 0,0000 Reservas Internacionais 0,9933 -0,0796 0,0222 0,0000 Inflação 0,9103 -0,1921 0,1091 0,0000 Passivos Líquidos 0,8725 0,0159 0,0100 1,0000 Sound Money 0,8191 0,4146 0,2964 1,0000 Dummy EA 0,7967 -1,5585 1,1755 0,0000 M2 0,6888 -0,0003 0,0003 0,0000 IFIGDP 0,0998 -0,0006 0,0222 0,5073 Dummy EA x IFIGDP 0,0163 -0,0019 0,0191 0,0000 Painel B: KAOPEN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0313 0,0084 0,0000 PIB per capita 0,9999 -1,1263 0,3575 0,0000 Part. Manufaturas 0,9997 -0,1537 0,0515 0,0000 Reservas Internacionais 0,9928 -0,0798 0,0223 0,0000 Inflação 0,9104 -0,1925 0,1092 0,0000 Passivos Líquidos 0,8715 0,0160 0,0100 1,0000 Sound Money 0,7942 0,4004 0,3014 1,0000 Dummy EA 0,7909 -1,5451 1,1777 0,0000 M2 0,7088 -0,0003 0,0003 0,0000 KAOPEN 0,0956 0,0510 0,3539 0,9412 Dummy EA x KAOPEN 0,0025 0,0000 0,1408 0,5510 Painel C: WANG-JAHAN Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0314 0,0084 0,0000 PIB per capita 0,9999 -1,1206 0,3561 0,0000 Part. Manufaturas 0,9997 -0,1542 0,0515 0,0000 Reservas Internacionais 0,9933 -0,0798 0,0222 0,0000 Inflação 0,9092 -0,1918 0,1093 0,0000 Passivos Líquidos 0,8694 0,0159 0,0100 1,0000 Sound Money 0,8103 0,4111 0,2996 1,0000 Dummy EA 0,7903 -1,5273 1,2134 0,0072 M2 0,7089 -0,0003 0,0003 0,0000 WANG-JAHAN 0,0768 0,0035 0,2768 0,3725 Dummy EA x WANG-JAHAN 0,0061 -0,0206 0,4039 0,0000 Painel D: WANG-JAHAN _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0314 0,0084 0,0000 PIB per capita 0,9999 -1,1213 0,3558 0,0000 Part. Manufaturas 0,9997 -0,1539 0,0516 0,0000 Reservas Internacionais 0,9931 -0,0799 0,0222 0,0000 Inflação 0,9089 -0,1917 0,1093 0,0000 Passivos Líquidos 0,8697 0,0159 0,0100 1,0000 Sound Money 0,8114 0,4104 0,2982 1,0000 Dummy EA 0,7907 -1,5601 1,2187 0,0000 M2 0,7105 -0,0003 0,0003 0,0000 WANG-JAHAN _ entrada 0,0756 0,0133 0,2546 0,7563 Dummy EA x WANG-JAHAN _ entrada 0,0054 0,0164 0,3712 1,0000 Painel E: WANG-JAHAN _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0312 0,0084 0,0000 PIB per capita 0,9999 -1,1277 0,3559 0,0000 Part. Manufaturas 0,9984 -0,1512 0,0527 0,0000 Reservas Internacionais 0,9943 -0,0807 0,0221 0,0000 Inflação 0,9097 -0,1915 0,1089 0,0000 Passivos Líquidos 0,8813 0,0163 0,0100 1,0000 Dummy EA 0,7954 -1,5454 1,1729 0,0001 Sound Money 0,7833 0,3907 0,3016 1,0000 M2 0,7247 -0,0003 0,0003 0,0000 WANG-JAHAN _ saída 0,1501 0,1052 0,3959 1,0000 Dummy EA x WANG-JAHAN _ saída 0,0083 -0,0088 0,2015 0,0000 Painel F: SCHINDLERF Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0314 0,0084 0,0000 PIB per capita 0,9999 -1,1191 0,3565 0,0000 Part. Manufaturas 0,9997 -0,1546 0,0518 0,0000 Reservas Internacionais 0,9931 -0,0797 0,0222 0,0000 Inflação 0,9090 -0,1918 0,1093 0,0000 Passivos Líquidos 0,8679 0,0158 0,0100 1,0000 Sound Money 0,8145 0,4144 0,2993 1,0000 Dummy EA 0,7904 -1,5476 1,1733 0,0000 M2 0,7064 -0,0003 0,0003 0,0000 SCHINDLERF 0,0791 0,0127 0,2920 0,7788 Dummy EA x SCHINDLERF 0,0055 0,0156 0,3351 1,0000 Painel G: SCHINDLERF _ entrada Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0315 0,0084 0,0000 PIB per capita 0,9999 -1,1131 0,3559 0,0000 Part. Manufaturas 0,9997 -0,1556 0,0518 0,0000 Reservas Internacionais 0,9941 -0,0798 0,0219 0,0000 Inflação 0,9093 -0,1916 0,1091 0,0000 Passivos Líquidos 0,8633 0,0157 0,0100 1,0000 Sound Money 0,8341 0,4312 0,2981 1,0000 Dummy EA 0,7879 -1,5324 1,1699 0,0000 M2 0,7108 -0,0003 0,0003 0,0000 SCHINDLERF _ entrada 0,1470 0,1268 0,4856 0,9972 Dummy EA x SCHINDLERF _ entrada 0,0076 0,0164 0,3948 1,0000 Painel H: SCHINDLERF _ saída Variáveis PIP PM PSD CPS Crescimento do Crédito 1,0000 -0,0314 0,0084 0,0000 PIB per capita 0,9999 -1,1288 0,3578 0,0000 Part. Manufaturas 0,9996 -0,1530 0,0519 0,0000 Reservas Internacionais 0,9935 -0,0801 0,0221 0,0000 Inflação 0,9110 -0,1927 0,1091 0,0000 Passivos Líquidos 0,8753 0,0161 0,0100 1,0000 Dummy EA 0,7932 -1,5514 1,1706 0,0000 Sound Money 0,7847 0,3945 0,3028 1,0000 M2 0,7123 -0,0003 0,0003 0,0000 SCHINDLERF _ saída 0,1130 -0,0693 0,3686 0,0246 Dummy EA x SCHINDLERF _ saída 0,0087 0,0192 0,3183 1,0000 Nota: A variável dependente é a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2008. Cada um dos painéis apresenta o resultado da estimação de um modelo. PIP = probabilidade de inclusão posterior, PM = média posterior, PSD = desvio-padrão posterior e CPS = sinal positivo condicional. Foram realizados 4.000.000 de sorteios do MC3, descartaram-se 1.000.000 iterações e foram selecionados os 5000 melhores modelos. O hiperparâmetro g é definido conforme Liang et al. (Liang et al. 2008) e Feldkircher e Zeugner (Feldkircher and Zeugner 2009), o hyper-g prior. . Para cada modelo estimado, foram apresentadas informações para as variáveis explanatórias com probabilidade de inclusão posterior (PIP) maior que 0,5, para o índice de abertura financeira, para a variável Dummy EA e para a variável de interação.

Nos 32 modelos apresentados nas tabelas E1.1, E2.1, E3.1 e E4.1, para os quais o hiperparâmetro \(g\) foi definido conforme Fernández, Ley e Steel (2001Fernández, C., Eduardo Ley e Mark F. J. Steel. 2001. “Benchmark Priors for Bayesian Model Averaging”. Journal of Econometrics 100 (2): 381-427.) e Zeugner e Feldkircher (2015Zeugner, S. e Martin Feldkircher. 2015. “Bayesian Model Averaging Employing Fixed and Flexible Priors: The BMS Package for R”. Journal of Statistical Software 68 (4): 1-37.), \(g = max(N,K^{2})\), não há variável de interação entre um índice de abertura financeira e a variável Dummy EA com probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. Dentre os 32 modelos apresentados nas tabelas E1.2, E2.2, E3.2 e E4.2, para os quais o hiperparâmetro g foi definido conforme Liang et al. (2008Liang, F., Rui Paulo, German Molina, Merlise A. Clyde e Jim O. Berger. 2008. “Mixtures of g-Priors for Bayesian Variable Selection”. Journal of the American Statistical Association 103: 410-423.), Feldkircher e Zeugner (2009Feldkircher, M. e Stefan Zeugner. 2009. “Benchmark Priors Revisited: on Adaptive Shrinkage and the Supermodel Effect in Bayesian Model Averaging”. IMF Working Papers, nº 2009/202. International Monetary Fund. 1º de setembro.) e Zeugner e Feldkircher (2015Zeugner, S. e Martin Feldkircher. 2015. “Bayesian Model Averaging Employing Fixed and Flexible Priors: The BMS Package for R”. Journal of Statistical Software 68 (4): 1-37.), o hyper-g prior, apenas em sete modelos a variável de interação entre um índice de abertura financeira e a variável Dummy EA apresenta probabilidade de inclusão posterior (PIP) superior a 0,5. Portanto, esses resultados sugerem que não há evidência sistemática de que o efeito da abertura financeira sobre a incidência da crise financeira global de 2008-2009 varia conforme o grupo de países.

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Considerações Finais

Este trabalho realiza uma investigação econométrica sobre a importância da abertura financeira para a incidência da crise financeira global de 2008-2009. O trabalho contribui para a literatura em duas dimensões relevantes: i) utiliza o bayesian model averaging (BMA) para lidar com o problema de incerteza com relação à definição do conjunto de variáveis explanatórias incluídas em modelos de incidência da crise financeira global de 2008-2009; ii) utiliza um amplo conjunto de índices de abertura financeira (de jure e de facto) e um amplo conjunto de medidas de incidência da crise financeira global de 2008-2009.

Os resultados apresentados indicam que não há evidências de que o nível de abertura dos países ao mercado financeiro internacional no período anterior à crise é um determinante robusto da incidência da crise financeira global de 2008-2009, em termos de declínio no crescimento econômico. Essas evidências são coerentes com as apresentadas na literatura empírica, notadamente, com as evidências apresentadas por Blanchard, Das e Faruqee (2010Blanchard, O. J., Mitali Das e Hamid Faruqee. 2010. “The Initial Impact of the Crisis on Emerging Market Countries”. Brookings Papers on Economic Activity 41: 263-323.), Lane e Milesi-Ferretti (2011_______. 2011. “The Cross-Country Incidence of the Global Crisis”. IMF Economic Review 59 (1): 77-110.), Berkmen et al. (2012Berkmen, S. P., Gaston Gelos, Robert Rennhack e James P. Walsh. 2012. “The global financial crisis: Explaining cross-country differences in the output impact”. Journal of International Money and Finance 31 (1): 42-59.), Frankel e Saravelos (2012Frankel, J. e George Saravelos. 2012. “Can Leading Indicators Assess Country Vulnerability? Evidence from the 2008-09 Global Financial Crisis”. Journal of International Economics 87 (2): 216-231.), Didier, Hevia e Schmukler (2012Didier, T., Constantino Hevia e Sergio L. Schmukler. 2012. “How resilient and countercyclical were emerging economies during the global financial crisis?”. Journal of International Money and Finance 31 (8): 2052-2077.), Berglof et al. (2010Berglof, E., Yevgeniya Korniyenko, Alexander Plekhanov e Jeromin Zettelmeyer. 2010. “Understanding the crisis in Emerging Europe”. Public Policy Review 6 (6): 985-1008.) e Giannone, Lenza e Reichlin (2011Giannone, D., Michele Lenza e Lucrezia Reichlin. 2011. “Market Freedom and the Global Recession”. IMF Economic Review 59 (1): 111-135.).

Ademais, os resultados indicam que PIB per capita, Part. Manufaturas, Crescimento do Crédito e Inflação são determinantes robustos da incidência da crise financeira global de 2008-2009. Ou seja, há evidências de que a crise financeira global de 2008-2009 incidiu de forma mais severa em países com maior PIB per capita, maior participação da produção de manufaturas no PIB, maior crescimento do crédito e maior taxa de inflação, no período anterior à crise. Os resultados para as variáveis PIB per capita e crescimento do crédito são coerentes com os reportados por Lane e Milesi-Ferretti (2011_______. 2011. “The Cross-Country Incidence of the Global Crisis”. IMF Economic Review 59 (1): 77-110.), Giannone, Lenza e Reichlin (2011Giannone, D., Michele Lenza e Lucrezia Reichlin. 2011. “Market Freedom and the Global Recession”. IMF Economic Review 59 (1): 111-135.), Berglof et al. (2010Berglof, E., Yevgeniya Korniyenko, Alexander Plekhanov e Jeromin Zettelmeyer. 2010. “Understanding the crisis in Emerging Europe”. Public Policy Review 6 (6): 985-1008.), Didier, Hevia e Schmukler (2012Didier, T., Constantino Hevia e Sergio L. Schmukler. 2012. “How resilient and countercyclical were emerging economies during the global financial crisis?”. Journal of International Money and Finance 31 (8): 2052-2077.) e Berkmen et al. (2012Berkmen, S. P., Gaston Gelos, Robert Rennhack e James P. Walsh. 2012. “The global financial crisis: Explaining cross-country differences in the output impact”. Journal of International Money and Finance 31 (1): 42-59.).

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  • JEL Classification

    F3; F38; F65.
  • 1
    Essa apresentação está baseada em Moral-Benito (2015)Moral-Benito, E. 2015. “Model Averaging in Economics: An Overview”. Journal of Economic Surveys 29 (1): 46-75. , Moral-Benito (2012)_______. 2012. “Determinants of economic growth: a Bayesian panel data approach”. Review of Economics and Statistics 94 (2): 566-79. e Zeugner e Feldkircher (2015)Zeugner, S. e Martin Feldkircher. 2015. “Bayesian Model Averaging Employing Fixed and Flexible Priors: The BMS Package for R”. Journal of Statistical Software 68 (4): 1-37..
  • 2
    Segundo Koop (2003Koop, G. 2003. Bayesian Econometrics. Chichester: Wiley-Interscience., 276), a probabilidade de inclusão posterior (PIP) pode ser interpretada como a probabilidade de que a variável explicativa correspondente seja incluída no modelo: “It is calculated as the proportion of models drawn by the MC3 algorithm which contain the corresponding explanatory variable. Informally, this is a useful diagnostic for deciding whether an individual explanatory variable does have an important role in explaining”. Eicher, Papageorgiou e Raftery (2011Eicher, T. S., Chris Papageorgiou e Adrian E. Raftery. 2011. “Default priors and predictive performance in Bayesian model averaging, with application to growth determinants”. Journal of Applied Economics 26 (1): 30-55., 39) afirmam que “Posterior inclusion probabilities provide a probability statement regarding the importance of a regressor that directly addresses what is often the researcher’s prime concern: ‘what is the probability that the regressor has an effect on the dependent variable?’”.

Apêndice A

Tabela A1
Estatísticas Descritivas

Apêndice B

Tabela B1:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 1
Tabela B2:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 2
Tabela B3:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 3

Tabela B4:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 4

Apêndice C

Tabela C1:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 1 (hyper-g prior)
Tabela C2:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 2 (hyper-g prior)
Tabela C3:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 3 (hyper-g prior)
Tabela C4:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise Financeira – Incidência 4 (hyper-g prior)

Apêndice D

Tabela D1.1:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 1 (g = "BRIC")
Tabela D1.2:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 1 (hyper-g prior )
Tabela D2.1:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 2 (g = "BRIC")
Tabela D2.2
Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 2 (hyper-g prior )
Tabela D3.1:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 3 (g = "BRIC")
Tabela D3.2
Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 3 (hyper-g prior )
Tabela D4.1:
Abertura Financeira e a Incidência da Crise – Incidência 4 (g = "BRIC")
Tabela D4.2
Abertura Financeira e Incidência da Crise - Incidência 4 (hyper-g prior )

Apêndice E

Tabela E1.1
Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 1 (g = "BRIC", int.)
Tabela E1.2
Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 1 (hyper-g prior, int.)
Tabela E2.1
Abertura Financeira e Incidência da Crise - Incidência 2 (g = "BRIC", int.)
Tabela E2.2
Abertura Financeira e Incidência da Crise - Incidência 2 (hyper-g prior, int.)
Tabela E.3.1
Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 3 (g = "BRIC", int.)
Tabela E3.2
Abertura Financeira e Incidência da Crise - Incidência 3 (hyper-g prior, int.)
Tabela E4.1
Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 4 (g = "BRIC", int.)
Tabela E4.2
Abertura Financeira e a Incidência da Crise - Incidência 4 (hyper-g prior, int.)

Editado por

Editor Responsável:

Dante Mendes Aldrighi

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Abr 2023
  • Data do Fascículo
    Jan-Mar 2023

Histórico

  • Recebido
    16 Ago 2021
  • Aceito
    02 Nov 2021
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