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O patrimônio arquitetônico em madeira de Rio Negrinho: um estudo sobre a tradição construtiva do Casarão Zipperer

Wooden cultural heritage of Rio Negrinho: a study on the Casarão Zipperer building tradition

RESUMO

Parte importante do patrimônio arquitetônico de Santa Catarina é constituído por bens em madeira, dentre os quais se destacam as edificações históricas que compõem a paisagem de diversas cidades. Esse tipo de produção arquitetônica evidencia processos culturais e saberes tradicionais sobre a flora lenhosa, técnicas e recursos construtivos. As circunstâncias que envolveram essas construções podem explicar os processos construtivos em madeira ao longo do tempo e valores culturais associados a eles. Nesse sentido, este trabalho objetivou compreender os contextos ambiental e histórico-cultural da época de construção do Casarão Zipperer, a história da edificação e como ela foi construída. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que compreendeu os anos 1850 até 1923. As técnicas construtivas foram obtidas na bibliografia e por meio do levantamento físico. Os resultados apontam que a produção arquitetônica em madeira, situada em regiões de imigração e colônias europeias, é fruto de uma tradição construtiva permeada por saberes passados entre gerações por mestres de ofícios. Essa tradição foi condicionada pela qualidade dos recursos disponíveis, principalmente madeira e ferramentas. Compreender em que circunstâncias a edificação foi construída, sua história e os saberes necessários para a sua construção pode oferecer subsídios para o entendimento dessa tradição construtiva e do uso histórico da madeira como um recurso.

PALAVRAS-CHAVE:
Patrimônio arquitetônico; Arquitetura em madeira; História da arquitetura; Tradição construtiva

ABSTRACT

An important part of the architectural heritage of Santa Catarina consists of cultural wooden assets, among which the historic buildings that make up the landscape of various cities stand out. This type of architectural production in wood evidences cultural processes and traditional knowledge about woody flora, construction techniques and resources. The circumstances around these constructions can explain the building processes with wood over time and the cultural values associated to them. Thus, this paper aimed to understand the environmental and cultural-historical contexts of the time of the construction of Casarão Zipperer, the history of the building, and how it was built. To that end, bibliographical research was carried out from 1850 to 1923. The building techniques were found in the bibliography and by a physical survey. The results show that the architectural production in wood, in regions formed by immigration and European colonies, is the result of the building tradition permeated by knowledge passed down generations by master craftsmen. This tradition was conditioned by the quality of available resources, especially wood and tools. Understanding under which circumstances the building was built, its history, and the knowledge needed for its construction can offer subsidies to understand this building tradition and the historical use of wood as a resource.

KEYWORDS:
Architectural heritage; Wooden architecture; History of architecture; Building tradition

INTRODUÇÃO: O USO DA MADEIRA EM EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS

As edificações em madeira fazem parte da paisagem cultural em quase todo o país, ganhando grande expressividade na região Sul e em muitas cidades catarinenses.3 3 Adimari e Tomporoski (2019). Em Santa Catarina, destacam-se as igrejas, capelas, abrigos familiares, palacetes, ranchos e galpões, cuja estrutura arquitetônica é ricamente trabalhada em madeira. Esse tipo de produção arquitetônica, sobretudo na arquitetura residencial, tem relação direta com os fluxos migratórios decorrentes da criação de colônias em lugares com estoques naturais de madeira, nas florestas do sul do Brasil.4 4 Ibid.

Com a criação da Colônia Agrícola São Bento pela Sociedade Colonizadora de Hamburgo, em decorrência da chegada de grande contingente de imigrantes, principalmente da Europa central e oriental,5 5 Oliveira Neto (2010). houve uma nova ocupação do Alto Vale do Rio Negro, que atualmente compreende os municípios de Campo Alegre, Rio Negrinho e São Bento do Sul, na mesorregião do planalto norte de Santa Catarina.6 6 Heyse e Sachweh (2009).

Na cidade de Rio Negrinho, encontra-se uma expressiva edificação histórica em madeira, datada de 1923. Denominada Casarão Zipperer, faz parte do patrimônio arquitetônico da cidade por ser considerada um excepcional exemplar da arquitetura em madeira, referência histórica da indústria moveleira e testemunho do ciclo econômico madeireiro do norte catarinense.7 7 Florianópolis (1998c).

A Carta de Brasília8 8 Carta de Brasília (1995). reconhece a arquitetura vernacular e tradicional efêmera, devido aos recursos construtivos empregados em sua construção, entre eles a madeira. A 12ª Assembleia Geral do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), intitulada “Princípios para a preservação das estruturas históricas em madeira”,9 9 Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (1999). reconhece a vulnerabilidade da madeira, tornando os bens patrimoniais construídos com esse material passíveis de constantes intervenções para garantir a sua integralidade10 10 Ferreira, T. (2010). e perpetuar a sua função social enquanto patrimônio. No entanto, as intervenções nos bens patrimoniais em madeira obedecem a saberes culturais, técnicos e científicos. Os conhecimentos necessários para uma intervenção adequada dependem do conhecimento das técnicas e recursos construtivos tradicionais que compõem o bem cultural,11 11 Driemeyer (2009). bem como os valores que atribuem significado histórico, artístico, científico, social e/ou espiritual a ele e que justificam a sua seleção como patrimônio cultural.12 12 Ferreira, O. (2019). Portanto, conhecer a identidade botânica das espécies de madeiras empregadas em construções históricas é, além de uma forma de registrar o conhecimento tradicional sobre a relação entre a sociedade e a floresta, fundamental para a conservação do patrimônio cultural em madeira.13 13 Melo Jr. (2014).

No Brasil, nas últimas duas décadas, houve um aumento representativo no número de pesquisas que recorrem à anatomia do lenho para buscar pistas sobre o uso cultural da madeira em bens culturais arquitetônicos, com destaque para os trabalhos de Terezo,14 14 Terezo (2004). que identifica e determina propriedades mecânicas de madeiras usadas em construções históricas de origem açoriana na Ilha de Santa Catarina; de Andreacci e Melo Jr.,15 15 Andreacci e Melo Jr. (2011). que identifica madeiras utilizadas na construção de uma igreja do período barroco, datada de 1786, em Minas Gerais; de Melo Jr.,16 16 Melo Jr. (2012a; 2012b). que identifica as madeiras empregadas em construções com técnica enxaimel, em colônias germânicas do norte do estado de Santa Catarina; de Marchiori e Schulze-Hofer,17 17 Marchiori e Schulze-Hofer (2008). que identifica e descreve a anatomia de madeiras usadas nas reduções jesuítico-guarani do Rio Grande do Sul; de Azevedo,18 18 Azevedo (2014). que identifica madeiras usadas em senzalas, a sua aplicação e a ocorrência das espécies encontradas nas formações florestais da fazenda Ponte Alta, no estado do Rio de Janeiro; de Rodrigues e Melo Jr.,19 19 Rodrigues e Melo Jr. (2015). que identifica madeiras empregadas em passarelas públicas no período colonial no nordeste catarinense; e de Silva et al.,20 20 Oliveira et al. (2019). trabalho de caracterização arquitetônica e identificação de madeiras empregadas na construção de uma base naval no litoral de Santa Catarina.

Os estudos das técnicas construtivas em madeira e suas tipologias arquitetônicas têm maior amplitude no sul do Brasil, onde é possível destacar os trabalhos de Weimer21 21 Weimer (1983). sobre a arquitetura da imigração alemã no Rio Grande do Sul; de Hoffmann e Pelegrini,22 22 Hoffmann e Pelegrini (2009). Zani,23 23 Zani (2013). e Souza24 24 Souza (2013). sobre a dimensão cultural da arquitetura em madeira no estado do Paraná; de Claro25 25 Claro (1991). sobre os aspectos ligados à produção arquitetônica em madeira em Santa Catarina; de Wittmann26 26 Wittmann (2019). sobre a arquitetura em técnica enxaimel; e de Schroeder27 27 Schroeder (2016). e Adimari e Tomporoski28 28 Adimari e Tomporoski, op. cit. sobre a arquitetura em madeira no planalto norte de Santa Catarina, especificamente na região do Contestado.29 29 Balbi, Rocha e Rodrigues (2020). O processo de construção é intrínseco à arquitetura; portanto, estabelecer uma relação entre o bem cultural, sua cultura construtiva, a paisagem natural e a seleção das madeiras empregadas na construção é impossível sem que se compreenda o contexto histórico-cultural no qual esse bem foi concebido, bem como as técnicas construtivas empregadas e os condicionantes ambientais.

Este estudo objetivou investigar a arquitetura em madeira do Casarão Zipperer e sua dimensão cultural por meio do contexto ambiental e histórico-cultural da época de sua construção. Tendo por base a tradição construtiva em madeira do início do século XX em Santa Catarina, questiona-se: (1) qual o contexto ambiental e histórico-cultural do período da construção do Casarão Zipperer? (2) qual é a história do Casarão Zipperer? e (3) como foi construído o Casarão Zipperer e como a produção arquitetônica do início do século XX pode ter influenciado na sua arquitetura?

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A seguir, são descritos os procedimentos metodológicos adotados para a realização da pesquisa.

Contexto ambiental e histórico-cultural no período da construção do Casarão Zipperer

Para compreender o contexto ambiental e histórico-cultural no momento da construção do Casarão Zipperer foi necessário conhecer o processo de formação da Colônia São Bento, já que o seu território deu origem aos atuais municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho e parte de Campo Alegre.30 30 Mafra (2013). Além disso, entende-se que a paisagem natural é o cenário que propicia o desenvolvimento das sociedades humanas, seja por meio das condições ambientais impostas, seja pela apropriação da biodiversidade e sua transformação em matéria-prima.31 31 Melo Jr. et al. (2021).

A metodologia utilizada foi a pesquisa documental e bibliográfica, por meio de livros, publicações periódicas e jornais que versam especificamente sobre o tema, entre a implementação da Colônia São Bento a partir do ano de 1873 até a construção do Casarão Zipperer na década de 1920. Também foram realizadas pesquisas em crônicas, correspondências e diários históricos de imigrantes e de Jorge Zipperer, que retratam o contexto cultural da época. Todas as fontes supracitadas foram consultadas nos arquivos públicos municipais de Rio Negrinho, São Bento do Sul e acervos particulares de familiares de imigrantes que tinham relação direta com a indústria madeireira no início da década de 1920. A pesquisa bibliográfica buscou analisar de forma qualitativa o discurso e o conteúdo das crônicas, correspondências e diários históricos.

A edificação histórica do Casarão Zipperer

O Casarão Zipperer está situado na rua Carlos Weber, nº 150, no centro de Rio Negrinho, Santa Catarina. Edificado por Jorge Zipperer, teve como objetivo o uso residencial de Jorge e sua família.32 32 Fundação Catarinense de Cultura (1997). O casarão foi erguido ao lado da indústria de móveis da qual Jorge era titular e foi inaugurado em 1923:

[…] destaca-se no panorama da cidade, tanto pela sua volumetria como pela localização mais elevada, a residência da Família Jorge Zipperer, que não sofreu alteração desde a época de sua construção, em 1923, no cruzamento da então rua São Paulo com a Rua Jorge Zipperer, hoje Museu Municipal Carlos Lampe. A residência Zipperer e a fábrica, a qual ocupava grande extensão da região urbana, impõe-se na paisagem da cidade, que se desenvolveu em torno dessa última, evidenciando estreita ligação entre ambas.33 33 Santi (2013, p. 185).

A escolha do Casarão Zipperer como objeto deste estudo se deu pelo valor cultural atribuído ao bem, que constitui para o estado de Santa Catarina um importante representante da arquitetura em madeira. É testemunho do ciclo econômico de exploração da madeira nas florestas do norte do estado e da indústria moveleira,34 34 Fundação Catarinense de Cultura, op. cit. devido a sua relação com o empreendimento industrial conhecido como Móveis Cimo, indústria de grande relevância na história do mobiliário35 35 Santi, op. cit. e Sousa (2013). por ser “um dos mais importantes e representativos fabricantes de móveis em série do país como um todo”.36 36 Lins e Sousa (2014, p. 622). A preservação desse imóvel37 37 Rio Negrinho (2019a). é imprescindível para a manutenção dos referenciais culturais e o fomento do turismo local, já que o Museu Municipal Carlos Lampe, até sua interdição em 2018, foi o bem cultural mais visitado do município e apontado como uma das arquiteturas mais importantes para o turismo cultural de Rio Negrinho.38 38 Girus e Sebrae (2019).

Apesar da importância cultural atribuída ao bem pelo Decreto Estadual nº 3.354, de 10 de novembro de 1998,39 39 Florianópolis (1998b). o imóvel sofreu nas últimas décadas uma rápida deterioração. As patologias decorrentes da constante umidificação dos elementos externos e da infestação por insetos xilófagos em diversos pontos da edificação40 40 Rio Negrinho (2019b, 2020). culminaram na situação atual, em que os valores culturais atribuídos ao bem podem ser perdidos por problemas decorrentes da biodeterioração do lenho.41 41 Associação Brasileira de Normas Técnicas (1997).

A pesquisa buscou conhecer o histórico da edificação e a sua dimensão patrimonial por meio da pesquisa bibliográfica, bem como pela análise de ofícios e pareceres técnicos do município de Rio Negrinho e da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). A dimensão patrimonial considerou os conceitos de patrimônios cultural e arquitetônico. Foram realizadas também pesquisas em livros dos arquivos públicos municipais de Rio Negrinho e São Bento do Sul sobre a família de Jorge Zipperer e a construção do Casarão Zipperer, bem como seu processo de tombamento. As publicações periódicas foram obtidas nas bases do Google Scholar e do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A literatura cinza foi consultada nos repositórios de universidades nacionais. Os termos pesquisados em buscas nas plataformas eletrônicas foram: Casarão Zipperer; Móveis Cimo; Jorge Zipperer; Museu Municipal Carlos Lampe; Zipperer; patrimônio em madeira; cartas patrimoniais. Os ofícios e pareceres técnicos foram pesquisados nos arquivos da Fundação Municipal de Cultura de Rio Negrinho, da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente do município de Rio Negrinho (Seplan) e da FCC. Ainda foram revisados os principais documentos internacionais de recomendações para intervenções no patrimônio cultural e sua proteção, conhecidos como Cartas Patrimoniais, obtidas em meio eletrônico nos sites do Iphan e Icomos.

A produção arquitetônica brasileira do século XX e a técnica construtiva do Casarão Zipperer

A noção de produção arquitetônica como produto da disponibilidade de materiais, do clima, da topografia e do conhecimento tecnológico é abordada sob a ótica da Teoria da Tectônica.42 42 Amaral (2009). A tectônica, na teoria da arquitetura, teve origem na palavra grega tekton [carpinteiro], mas foi amplamente discutida e ressignificada pelos teóricos Carl Bötticher e Gottfried Semper, no século XIX, e Kenneth Frampton na contemporaneidade. De modo geral,43 43 Amaral, op. cit. e Cantalice II (2018). pode ser entendida como a relação entre arquitetura, sua materialidade e sua forma simbólica ou concepção e sua técnica. Nessa perspectiva, o conhecimento, os recursos e as tradições construtivas são elementos que consolidam a identidade de construção de um povo.44 44 Cantalice II (2018).

O objetivo aqui não é fazer caber a obra arquitetônica em conceitos formais ou estéticos, mas analisar brevemente o contexto da produção arquitetônica e as principais mudanças na forma de morar no início do século XX no Brasil. A delimitação do tema se deu pela tipologia “bangalô”, atribuída ao Casarão Zipperer.45 45 Fundação Catarinense de Cultura, op. cit. A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros, publicações periódicas em bases como Google Scholar e Portal de Periódicos da Capes e trabalhos acadêmicos localizados em repositórios institucionais de universidades nacionais.

A identificação das técnicas e dos detalhes construtivos foi realizada por meio do levantamento físico. O levantamento físico “compreende as atividades de leitura e conhecimento da forma da edificação, obtido por meio de vistorias e levantamentos, representados gráfica e fotograficamente”.46 46 Gomide, Silva e Braga (2005). A representação gráfica foi feita por meio da elaboração de croquis esquemáticos em três dimensões dos principais elementos construtivos, modelados no software Google SketchUp. O levantamento fotográfico foi o método utilizado para a identificação dos detalhes construtivos, ensambladuras e esquadrias da edificação histórica estudada.

Os principais elementos construtivos do Casarão Zipperer foram analisados e descritos seguindo as nomenclaturas utilizadas por Vasconcellos47 47 Vasconcellos (1979). em sua obra sobre os sistemas construtivos brasileiros; por Weimer48 48 Weimer, op. cit. em seu trabalho sobre arquitetura da imigração alemã; no manual técnico de uso da madeira, de Gonzaga;49 49 Gonzaga (2006). no segundo volume dos Roteiros Nacionais da Imigração;50 50 Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2011). nas análises construtivas das edificações em madeira de Zani;51 51 Zani, op. cit. e na obra sobre a arquitetura enxaimel de Wittmann.52 52 Wittmann (2019).

DECIFRANDO A TRADIÇÃO CONSTRUTIVA DO CASARÃO ZIPPERER

Nesta seção, foram descritas as discussões e os resultados obtidos pela pesquisa.

Contexto ambiental e histórico-cultural no período da construção do Casarão Zipperer

O município de Rio Negrinho está dentro da zona de Mata Atlântica53 53 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Ministério do Meio Ambiente (2003). (Figura 1), e tinha 90% de sua área recoberta originalmente pela floresta ombrófila mista ou floresta pluvial de araucária. Essa formação corresponde a maior cobertura florestal do estado de Santa Catarina e é a que mais sofreu pressões antrópicas, restando apenas 25% da sua cobertura original.54 54 Gasper et al. (2013). A floresta ombrófila mista apresenta dominância de araucária ou pinho (Araucaria angustifolia) no estrato superior e grande diversidade de espécies da floresta pluvial tropical atlântica nos estratos inferiores, incluindo a erva-mate (Ilex paraguariensis).55 55 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1992). O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina identificou, na floresta ombrófila mista, três espécies de gimnospermas e 922 angiospermas, sendo 450 de comportamento arbóreo e arbustivo/subarbóreo. Dentre as espécies ameaçadas de extinção, estão: Araucaria angustifolia, Butia eriospatha, Ocotea odorifera e Ocotea porosa.56 56 Gasper et al., op. cit. Destas espécies, há registro na literatura do uso de Araucaria angustifolia e Ocotea porosa como matéria-prima em edificações históricas.57 57 Marchiori e Schulze-Hofer (2009), Melo Jr. (2017) e Schulze-Hofer e Marchiori (2010).

Figura 1
Formações florestais e localização geográfica do Casarão Zipperer. (A) Distribuição original da Mata Atlântica no país e localização do estado de Santa Catarina em vermelho; (B) Cobertura florestal de Santa Catarina; (C) Localização do Casarão Zipperer em amarelo.

As porções de terras que compreendem hoje parte do Planalto Norte Catarinense foram adquiridas em 1849 pela Sociedade Colonizadora de Hamburgo.58 58 Ficker (1973). Com o crescente número de imigrantes chegando à Colônia Dona Francisca e as pressões para a alocação dos recém-chegados, foi iniciada a ocupação do planalto.59 59 Kaesemodel (1990). Inicialmente, a expansão da colônia deveria acontecer na região de São Miguel, atual município de Campo Alegre, no entanto, a província do Paraná estava demarcando a área.60 60 Mafra, op. cit. Por essa razão, a Sociedade Colonizadora solicitou novas áreas entre os rios São Bento e Negrinho para implantação da nova colônia, porém, algumas porções já eram ocupadas por brasileiros vindos da província do Paraná.61 61 Ibid. Em sua maioria, os colonos direcionados à Colônia São Bento eram de origem germânica e eslava, muitos vindos de territórios do império austro-húngaro, com destaque para a Floresta Boêmia,62 62 Nas estimativas de Blau (1958), entre os imigrantes fixados nas primeiras vias da Colônia São Bento nos anos de 1874 a 1878, 46,2% eram bávaros e boêmio da Floresta Boêmia, 36% vinham do norte da Boêmia Reichenberg, seguidos por 13% de poloneses e alemães e 1,8 % de brasileiros, franceses e tchecos. de onde vieram a maior parte dos colonos.63 63 Blau, op. cit. Havia também bávaros, saxões, dinamarqueses, pomeranos etc., em sua maioria de língua germânica e religião católica, o que os diferenciava culturalmente dos colonos da Colônia Dona Francisca.64 64 Kaesemodel, op. cit. Esses imigrantes foram uma alternativa após pressões do recém-formado Segundo Império Alemão e campanhas contra a emigração, tornando diminutos os fluxos migratórios, principalmente de prussianos.65 65 Vieira Filho e Weissheimer (2011).

A Colônia São Bento foi fundada em 22 de setembro de 1873.66 66 Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2011). Os colonos traziam em sua “bagagem cobertores e ferramentas, principalmente serras e machados” para iniciar a ocupação da colônia com a derrubada coletiva da floresta.67 67 Zipperer (1954).

A construção da Estrada da Serra, posteriormente denominada Estrada Dona Francisca, que ligaria a Colônia Dona Francisca ao Planalto de Curitiba, foi fundamental para a formação e manutenção dos primeiros anos da Colônia São Bento.68 68 Ficker, op. cit. e Kormann (1980). As obras da estrada absorviam a mão de obra disponível dos imigrantes, além de proporcionarem a expansão das áreas de colonização.69 69 Kaesemodel, op. cit. Os trabalhos na construção da Estrada da Serra garantiam renda aos colonos até que suas porções de terras se tornassem autossustentáveis com as primeiras colheitas; de mesmo modo, asseguravam o trabalho temporário em épocas de entressafra.70 70 Zipperer, op. cit. Foi somente após a construção da estrada que a erva-mate teve expressividade na economia de Santa Catarina.

A política de imigração teve um papel importante para a industrialização no Brasil.71 71 Kaesemodel, op. cit. e Kohlrausch (2007). A camada de assalariados era praticamente inexistente no modo escravista de produção, que ainda resistia no Brasil.72 72 Cruz e Nunes (2005). Porém, os assalariados das obras da Estrada da Serra e a mão de obra extratora nos ervais gerou uma economia incipiente na Colônia São Bento.73 73 Kaesemodel, op. cit. Processo semelhante ocorreu com a imigração em São Paulo e a economia cafeeira, que possibilitou o surgimento das primeiras indústrias no estado.74 74 Janjulio (2009).

O primeiro recurso florestal a ser explorado comercialmente no Planalto Norte Catarinense foi a erva-mate. Segundo Kaesemodel,75 75 Kaesemodel, op. cit. a atividade ervateira foi responsável pela implantação da infraestrutura no norte de Santa Catarina, como a construção da Estrada Dona Francisca e da Estrada de Ferro e a modernização do porto de São Francisco do Sul. Além disso, proporcionou, pela primeira vez na colônia, o acúmulo de riquezas e o aumento do consumo de bens e serviços, estimulando as demais atividades econômicas e contribuindo para o surgimento da indústria da madeira.

As primeiras espécies de madeiras conhecidas pelos colonos são descritas já no segundo ano de formação da colônia, a saber: a bracatinga (Mimosa scrabella), o cedro (Cedrela sp.) e o pinho. A primeira aparece em muitos relatos de acidentes com vítimas fatais na derrubada da mata para a produção de lenho direcionado ao uso combustível,76 76 Ammon (1923) e Zipperer, op. cit. sendo a sua qualidade comparada a da faia-europeia (Fagus sp.). Além dessas, há destaque para outras espécies, como a canela, canela-fogo, canela-preta, peroba-vermelha e erva-mate, exploradas durante a ocupação do Planalto Norte.77 77 Mafra, op. cit.

A qualidade da madeira e a produção de objetos em madeira do Planalto Norte de Santa Catarina foram reconhecidas em 1904, recebendo uma medalha de prata e duas de bronze na exposição de Saint Louis78 78 A Exposição Universal de Saint Louis (Louisiana Purchase Exposition St. Louis) foi realizada durante as comemorações do centenário da aquisição do território da Louisiana pelos Estados Unidos em 1904 (GIANNETTI, 2012). e diversos prêmios na Exposição Nacional de 1908.79 79 A Exposição Nacional de 1908 foi realizada na cidade de Rio de Janeiro em comemoração ao centenário da abertura dos portos para o livre comércio (LIMA, 2016). Em 1922, a economia de São Bento já estava bastante diversificada, mas a exploração dos recursos florestais ainda apresentava relevância econômica. Entre os produtos de exportação, a madeira somou, naquele ano, 9.005 toneladas.80 80 Ammon, op. cit. Os números da indústria, comércio e serviços, dentre os estabelecimentos que usavam a madeira como matéria-prima, correspondiam à 15 serrarias, nove carpintarias de carros e cinco marcenarias.81 81 Ibid. Por outro lado, há o registro do uso da madeira na produção de mobiliário de luxo produzido em carvalho (Quercus sp.), trazido da Europa para o uso de famílias nobres em colônias germânicas.82 82 Melo Jr. (2012a).

A primeira edificação residencial construída na Colônia São Bento era coletiva, descrita como um rancho construído com a técnica blockhaus (Figura 2), formada por tábuas rachadas e coberta com folhagem de taquara.83 83 Zipperer, op. cit. Em 1875, já haviam sido construídas as primeiras habitações definitivas em técnica blockhaus. Essa técnica construtiva foi tão expressiva no início da colônia que Zipperer84 84 Ibid. a utilizou para se referir às habitações unifamiliares. Por muito tempo na Colônia São Bento, a madeira era empregada nas construções pelo uso de tábuas de pinho rachadas, devido à falta de madeira serrada ou industrializada.85 85 Ibid. Através de um relato de Zipperer, é possível analisar essa produção artesanal da arquitetura:

Toda a madeira que necessitava para construção, serramos eu e minha mulher, a mão. As janelas e as portas também as fiz, recorrendo por muitas vezes às minhas habilidades de tanoeiro. O assoalho aplainei a mão e as taboinhas [sic] para cobertura fabriquei dos meus próprios pinheiros; aliás, toda a madeira veiu [sic] da minha mata. Dentro de poucos meses a casa estava levantada sendo então uma das mais importantes da Vila; com seu grande salão de bailes, botequim, sala de jantar e cozinha. Enfim, uma casa de bailes igual às que existiam em nossa terra natal.86 86 Ibid., p. 62.

Figura 2
Casa tradicional de madeira. Edificação em blockhaus na paisagem com araucárias na Colônia São Bento. A legenda, em língua alemã, descreve: “Blockhaus da Floresta Boêmia dos primeiros imigrantes em São Bento” (tradução nossa).

No ano de 1875, o rancho do imigrante em técnica blockhaus foi desmontado e remontado na área central da ocupação da colônia, tornando-se a primeira escola da Colônia São Bento. A primeira igreja foi construída em 1876, toda em madeira de pinho rachada e coberta com taubilhas (telhas em madeira).87 87 Ibid. A técnica de serrar manualmente a madeira (Figura 3) pelos colonos foi aprendida no Brasil, uma vez que na Europa as madeiras para construção eram rachadas, falquejadas ou serradas em serrarias.88 88 Ibid. Essa técnica de desdobro de madeira rachada e falquejada se manteve por alguns anos, já que muitos dos imigrantes eram mestres carpinteiros experientes e mantiveram sua tradição construtiva.89 89 Ibid. Até o ano de 1890 não havia olarias em São Bento, portanto, as edificações eram construídas integralmente em madeira, incluindo fundações e telhados.90 90 Ibid. Somente no ano de 1903 foi trazida da Alemanha a primeira máquina conjugada composta por serra fita, serra circular, tupia e furadeira, alterando a forma de construir.91 91 Ibid. A partir de 1913, teve início a construção de casas de veraneio em São Bento, fato que alterou significativamente a paisagem urbana em razão do uso de novos tipos arquitetônicos nas edificações que começaram a ser construídas para esse fim.92 92 Ammon, op. cit.

Figura 3
Técnica de desdobro de madeira. José Zipperer e seus filhos usam “serra traçador” para cortar madeira em estaleiro temporário, localizado na Colônia São Bento.

A semelhança da paisagem com a Floresta Boêmia, terra natal de muitos colonos, foi importante para a manutenção das tradições e costumes dos imigrantes.93 93 Zipperer, op. cit. A mata era tão densa na visão do colono que, em expedições, era possível ficar semanas sem ver o céu, e a madeira era tão abundante que o fogo das residências era mantido permanentemente aceso, o que poupava fósforos.94 94 Ibid. Zipperer destaca ainda a importância dos ofícios na Colônia São Bento. Os conhecimentos tradicionais eram passados por mestres marceneiros que celebravam contratos com os pais dos aprendizes. Tais contratos duravam de três a quatro anos, mas caso a família não pudesse pagar pelo aprendizado dos filhos, era estipulado um tempo de trabalho de quatro anos para que o artesão fosse então considerado oficial de ofício, podendo participar da vida social da colônia.95 95 Ibid.

É fundamental lembrar que, pouco tempo antes da construção do Casarão Zipperer, o centro da atual sede do município de Rio Negrinho era constituído por poucas edificações remanescentes da época de construção da Estrada Dona Francisca, algumas casas de comércio e uma incipiente indústria de fécula, movimentada pela estação ferroviária que deu nome ao município.96 96 Kormann (1980). Rio Negrinho só foi elevado à categoria de distrito em 1925,97 97 São Bento do Sul (1925). sendo o próprio Jorge Zipperer o conselheiro da Câmara Municipal.98 98 Blau, op. cit. Seu desmembramento do município de São Bento do Sul ocorreu apenas em 1953, três décadas depois da construção do Casarão Zipperer.

A grande quantidade de pinho foi o fator decisivo para a implantação da indústria madeireira99 99 Kormann (1980). - e posteriormente moveleira - de Jorge Zipperer em Rio Negrinho.100 100 Ficker, op. cit. Após o declínio do ciclo econômico da erva-mate, ocasionado, dentre outros motivos, pelo início da Primeira Guerra Mundial, a região iniciou um novo ciclo econômico com a extração de madeira. Em Rio Negrinho, as atividades da indústria madeireira foram iniciadas por Jorge Zipperer com a fabricação de caixas de madeira e madeira serrada.101 101 Kormann (1980).

Apesar das áreas que hoje compreendem o município de Rio Negrinho não terem sido integralmente adquiridas pela Companhia Colonizadora, sua área foi sendo gradualmente acrescida através da aquisição de glebas de terras por colonos, agravando as disputas territoriais entre as províncias de Santa Catarina e Paraná.102 102 Mafra, op. cit. As terras ao sul do Rio Negro, atual município de Rio Negrinho, foram ocupadas por famílias vindas da província do Paraná, que fornecia títulos de posse provisórios. Destaca-se, nesse momento, a família do Brigadeiro Manoel de Oliveira Franco, de Curitiba (PR), que tomou posse das terras consideradas devolutas em 1849, enviando as primeiras famílias de moradores da província do Paraná para ocupar a região.103 103 Mafra, op. cit. e Rio Negrinho (2021).

A história da construção do casarão vincula-se à história da indústria de madeira e móveis de Rio Negrinho,104 104 Santi, op. cit. bem como à história de fundação do próprio município. A primeira indústria de Jorge Zipperer foi uma serraria construída em sociedade com o saxão Willy Jung na localidade de Salto. Já no atual município de Rio Negrinho, iniciou as atividades em 1914.105 105 Kormann (1980). Pela baixa qualidade das madeiras da região foi necessário ampliar a exploração de novas áreas.106 106 Ibid. Jorge, em sua crônica sobre a serraria e fábrica de caixas, relata que

Os lucros deste estabelecimento eram diminutos nos primeiros anos em virtude dos preços baixos da madeira serrada no mercado que era a capital Rio de Janeiro, em primeiro lugar e alguma parte era São Paulo; mesmo a matéria prima, pinheiro e imbuia, no lugar de Salto eram de inferior qualidade e grande era a porcentagem de madeira de terceira qualidade e refugos. Em fevereiro de 1916 à firma adquiriu de Pedro Rodrigues da Silva 600 pinheiros bons.107 107 Kormann (1980, p. 54).

Com a aquisição de um lote de araucárias foi montado um novo empreendimento: uma serraria na atual localidade de Lageado, denominada Engenho Novo, no município de Rio Negro (PR), a poucos quilômetros da sede do município de Rio Negrinho. Em consequência disso, foi necessária a construção da Estrada Irany, além de duas pontes sobre o rio Negro, com recursos das províncias de Santa Catarina e do Paraná e investimentos de Jorge Zipperer,108 108 Ibid. demonstrando a sua influência política já nos primeiros anos da indústria.

A Estrada Dona Francisca, de importância econômica já mencionada, foi uma das primeiras estradas carroçáveis da América do Sul. Sua decadência só aconteceu no início do século XX devido à construção da estrada de ferro.109 109 Ficker, op. cit. O trecho da estrada no atual município de Rio Negrinho foi construído na década de 1880 e estava entre as disputas e conflitos de fronteiras dos estados do Paraná e Santa Catarina.110 110 Ficker, op. cit. e Mafra, op. cit. A estação ferroviária de Rio Negrinho, do ramal Mafra - São Francisco do Sul, foi inaugurada no ano de 1913 como o mesmo objetivo da Estrada Dona Francisca, isto é, o escoamento da produção e transporte, sendo Rio Negrinho o único ponto de intersecção entre a Estrada Dona Francisca e a estrada de ferro.111 111 Kormann (1980). Essa configuração pode ter contribuído para a escolha da localização do empreendimento de Jorge Zipperer e seu sócio. Em 24 de junho de 1918, os sócios adquiriram 25 alqueires de terra (cerca de 625 mil m²) entre os rios Negrinho, da Serra e Estrada Irany,112 112 Ibid. que são hoje parte da sede do município de Rio Negrinho. Ao término da construção da nova fábrica nesse terreno, ocorreu a inauguração, em 25 de setembro de 1919, da fábrica A. Ehrl & Cia.113 113 Willy Jung faleceu em decorrência da epidemia de gripe espanhola em 1918. Jorge associou-se, então, com André Ehrl, em junho de 1919, surgindo assim a indústria A. Ehrl e Cia. (Ibid.) A importância da indústria para a fundação do município de Rio Negrinho foi afirmada em 1923:

Na estação de Lençol formou a povoação de Rio Negrinho. Ella [sic] deve o seu florescimento em primeiro lugar a grande serraria e fábrica de cadeiras e casas de campo de madeira de pinheiros, que são mandadas até o Rio de Janeiro. O estabelecimento pertence a firma Ehrl & Zipperer [sic].114 114 Ammon, op. cit., p. 118, grifo nosso.

Em 1921, foi anexada à serraria a fábrica de caixas de madeira, no mesmo período que se iniciou a construção de casas de madeira pré-fabricadas. No mesmo ano, Jorge trouxe de São Paulo seu irmão Martim Zipperer e 19 famílias de artesãos, principalmente marceneiros, e um artesão canadense.115 115 Kormann (2012). A indústria produzia caixas de madeira que eram vendidas para Argentina, Rio de Janeiro e São Paulo. Já a madeira serrada atendia o mercado interno e era exportada para a Europa e os Estados Unidos.116 116 Ibid.

O Casarão Zipperer e sua dimensão patrimonial

O Casarão Zipperer foi construído por Jorge Zipperer para uso residencial de sua família ao lado da indústria de móveis da qual Jorge era titular.117 117 Santi, op. cit. O casarão foi erguido em 1923, porém, a FCC, em seu dossiê,118 118 Fundação Catarinense de Cultura, op. cit. registra o ano de 1919. Essa data parece pouco provável, já que a tradução da crônica escrita por Jorge Zipperer relata baixos lucros da indústria e dificuldades financeiras entre os anos de 1918 e 1922. Além disso, seu irmão Martim viria a estudar novos meios de fabricação de bangalôs em madeira somente entre os anos de 1922 e 1923.119 119 Kormann (1980).

Jorge Zipperer, filho de Josef Zipperer e Anna Maria Pscheidt, nasceu em 24 de abril de 1879. Aos 13 anos foi trabalhar na localidade de Alto do Rio Preto como aprendiz em um comércio, para aprender a língua portuguesa e os costumes brasileiros.120 120 Id., 2005. Trabalhou também em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em uma casa comercial.121 121 Id., 1980. Em 1899, tornou-se professor de português das escolas da associação alemã de São Bento, além de trabalhar em função pública como escriturário, escrivão civil no Tribunal de Justiça e Coletor Federal.122 122 Id., 2005. Casou-se em 1900 com Maria Schiessel e com ela construiu duas casas em São Bento.123 123 Id., 1980. Em 1903, fundou uma banda, cuja continuação é atualmente a Banda Treml, e participou ativamente da orquestra da Sociedade Harmonia.124 124 Ibid. A importância de Jorge Zipperer para fundação do município de Rio Negrinho é destacada:

Não é sem significado que Rio Negrinho tenha adotado a data de nascimento de Jorge Zipperer para comemorar o aniversário municipal, e tampouco que a residência do fundador do empreendimento aqui estudado tenha sido transformada em museu, o Museu Carlos Lampe.125 125 Lins e Sousa, op. cit., p. 662.

Jorge construiu uma “boa casa” na rua São Paulo,126 126 Kormann (1980). mudando-se para lá no dia 4 de novembro de 1923, onde celebrou, no dia 10 do mesmo mês, o casamento de sua filha. Durante o período de construção, a indústria já produzia móveis,127 127 Santi, op. cit. porém atuava também na venda de madeira para construção, como ocorreu com o fornecimento de todo o vigamento e assoalho para a construção do 13° Batalhão de Caçadores de Joinville, além da venda de casas em madeira para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.128 128 Ammon, op. cit. e Kormann (1980).

O Casarão Zipperer foi usado pela família Zipperer desde a sua inauguração até a década de 1980, quando foi abandonado. Durante os anos de ocupação residencial, teve importância social e política para o município, sendo as primeiras aulas de Rio Negrinho ministradas no casarão.129 129 Kormann (2012). Jorge Zipperer recebeu a visita do governador Hercílio Pedro da Luz em 1923, de Adolfo Konder em 1927, do embaixador da Alemanha, Humberto Knipping, em data não informada e o primeiro bispo de Joinville, d. Pio de Freitas, em 1930.130 130 Id., 1980.

Em 1998, a prefeitura municipal de Rio Negrinho, por meio do Decreto nº 5684, de 1 de abril daquele ano, declarou o imóvel de 2964,46 m2, com uma edificação residencial em madeira e anexos, de interesse público em regime de urgência para preservação do patrimônio histórico e cultural do município de Rio Negrinho.131 131 Rio Negrinho (1998a). No mesmo mês, através da Lei Municipal 1047, de 14 de abril de 1998, o poder executivo do município de Rio Negrinho é autorizado a desapropriar o imóvel para assegurar a sua preservação.132 132 Id., 1998b.

O ofício denominado Justificativa 01/97,133 133 Fundação Catarinense de Cultura, op. cit. assinado pela arquiteta Fátima Regina Althof, foi o documento que embasou a análise e parecer favorável do Conselho Estadual de Cultura para tombamento do Casarão Zipperer.134 134 Florianópolis (1998c). Nesse ofício, a importância do recurso construtivo é destacado, já que “a presente edificação se constitui [sic] em excepcional exemplar da arquitetura em madeira […]”.135 135 Fundação Catarinense de Cultura, op. cit., p. 1. Ainda sobre os valores atribuídos ao bem, pode-se destacar que

Trata-se de exemplar testemunho do ciclo econômico madeireiro do norte do Estado que, além de constituir-se em arquitetura de características ímpares pela linguagem formal adotada, é também referência histórica da indústria moveleira em nosso Estado.136 136 Ibid., p. 2.

Em 21 de agosto de 1998, a FCC elaborou um parecer técnico assinado por Gerson Mattos Ribeiro, gerente do Patrimônio Arquitetônico e Paisagístico, com uma descrição detalhada de alguns elementos arquitetônicos da edificação, as principais patologias encontradas e as recomendações de intervenção para a conservação.137 137 Ribeiro (1998). Destaca-se a valoração dos recursos construtivos da edificação: “A originalidade do imóvel depende dos materiais que o integram, quanto menor a quantidade substituída melhor será o nível da restauração e da veracidade do patrimônio histórico arquitetônico”.138 138 Ibid., p. 2. O parecer foi elaborado em resposta ao município de Rio Negrinho, que solicitou a vistoria do imóvel para orientação de trabalhos de conservação do casarão pela FCC, com o assunto “Edificação ‘Casarão Zipperer’”. Esse foi o primeiro documento em que a edificação é denominada Casarão Zipperer, posteriormente consolidado pela portaria 025/FCC.139 139 Florianópolis (1998a).

Os conceitos de patrimônio cultural e sua classificação não são uma constante, pois cada cultura significa e ressignifica a ideia de patrimônio.140 140 Pereira (2011). Os documentos conhecidos como Cartas Patrimoniais foram elaborados em diversos momentos e lugares do mundo para discutir os conceitos de patrimônio cultural, nas quais são expressas recomendações para a preservação e proteção daquilo que as próprias cartas consideram como patrimônio cultural.141 141 Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2018). O termo “patrimônio cultural brasileiro” só substituiu “patrimônio histórico e artístico”142 142 Termo estabelecido pelo Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937 (BRASIL, 1937). com a Constituição Federal de 1988.143 143 Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2018).

As primeiras convenções internacionais que tratam da preservação dos edifícios com valor cultural foram as convenções de Haia em 1899 e 1907.144 144 Silva (2003). Durante esses encontros, foi discutida a preservação de edifícios “consagrados aos cultos, às artes, às ciências e à beneficência, os monumentos históricos, locais de ajuntamento de enfermos e feridos, salvo nos casos que estejam empregados ao mesmo tempo para fins militares”.145 145 Ibid. Essas convenções objetivavam a proteção da vida em casos de guerra, evitando bombardeios e ataques. No entanto, observa-se o emprego do termo “monumentos históricos”, atualizado na convenção de Genebra, no protocolo adicional I, o qual empregava o termo “bens culturais”.146 146 Ibid.

O primeiro documento de recomendações internacionais de conservação, elaborado por organizações não governamentais, foi a Carta de Atenas de 1933,147 147 Ibid. na qual o objeto de preocupação é o monumento arquitetônico isolado ou os conjuntos urbanos.148 148 Carta de Atenas [20--]. Com a carta, o Estado ficaria responsável pela elaboração de leis que garantissem a salvaguarda do “patrimônio histórico”.149 149 Silva, op. cit. O documento abriga o pensamento modernista e seu objetivo era uma nova maneira de viver, com o tema de “cidade funcional”.

A Carta de Veneza de 1964,150 150 Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (1964). resultado do II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos, retrata a preocupação com a preservação dos monumentos históricos, principalmente após as perdas da Segunda Guerra Mundial.151 151 Silva, op. cit. Outro aspecto relevante na carta é o reconhecimento do ambiente que integra o patrimônio arquitetônico, bem como das obras modestas, que podem ser valoradas por questões que não se limitam à estética.152 152 Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, op. cit.

A primeira versão da Carta de Burra, de 1979, conceitua e descreve as principais recomendações sobre as intervenções em bens culturais. Essa carta retrata o pensamento mais próximo ao atual do que é o procedimento e a ressignificação153 153 De acordo com Ferreira, O. (2019), o termo surge pela primeira vez na Carta de Brasília. daquilo que é considerado patrimônio cultural.154 154 Silva, op. cit. Destaca-se, na carta, a preocupação com os materiais que compõem o bem e a visão ocidental sobre autenticidade. Sua revisão em 1998 desautoriza o uso de versões anteriores,155 155 Australia Icomos (2013). mas mantém os conceitos principais sobre o significado de patrimônio cultural, ampliando a sua dimensão além do material. O significado de patrimônio cultural, mais próximo da contemporaneidade, foi expresso a partir da revisão da Carta de Burra em 1998,156 156 Australia Icomos (1999). e foi considerado em seu tempo a visão de um grupo social sobre valores que ele atribuiu a um bem material ou imaterial, que merecesse ser conservado e transmitido entre gerações.157 157 Ferreira, O. (2019).

A 12° Assembleia Geral do Icomos,158 158 Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (1999). realizada no México, predisse os princípios para a preservação das estruturas em madeira, demonstrando a preocupação com o patrimônio cultural em madeira e com as questões sobre autenticidade, embasadas nas doutrinas das cartas de Veneza e de Burra.159 159 Ferreira, T. (2010).

Ferreira160 160 Ibid. analisa as principais técnicas e teorias de intervenção nas estruturas em madeira de telhados, apresentando a complexidade dessas intervenções, principalmente das restaurações de telhados tradicionais. Diversas questões são abordadas em sua obra, como as dificuldades na manutenção da autenticidade do bem, as abordagens teóricas adotadas nos estudos de caso, a importância de técnicas tradicionais e o uso de madeiras compatíveis em intervenções.161 161 Ibid.

Elementos em madeira estão presentes quase na totalidade do patrimônio arquitetônico brasileiro, seja em sua estrutura, nas vedações, coberturas, taipas, forros, assoalhos ou esquadrias.162 162 Pereira, op. cit. É muito difícil pensar a arquitetura tradicional brasileira sem o uso cultural da madeira. Sendo o lenho um material sujeito à biodeterioração, intervenções para a conservação e restauração do patrimônio arquitetônico são necessárias.163 163 Ibid. O desconhecimento das espécies vegetais que compõem cada obra torna impossível que qualquer intervenção seja feita de acordo com as recomendações técnicas, já que conhecer o bem cultural e os materiais que o compõem é premissa básica para uma intervenção.164 164 Ferreira, T. (2010). Além disso, Ferreira165 165 Ibid. destaca que, além da dimensão material do patrimônio arquitetônico, outros valores e significados atribuídos fazem parte dos bens culturais. Partindo do princípio de que os valores responsáveis pela sua seleção devam ser perpetuados para que outros sejam atribuídos ao longo do tempo, é necessário que eles sejam considerados em intervenções no patrimônio arquitetônico em madeira.

A nova forma de morar do século XX e a arquitetura do Casarão Zipperer

As primeiras edificações residenciais em madeira no sul do Brasil até o final do século XIX, em sua maioria, tinham volumetria simples. O volume principal continha apenas área social e dormitórios, e era coberto com um telhado inclinado de duas águas, dando origem a um sótão habitável.166 166 Zani, op. cit. A esse volume foi acrescido, pelo prolongamento dos telhados, a área de serviço aos fundos e o alpendre na frente da edificação.167 167 Ibid.

Ainda no final do século XIX, as transformações sociais e a infraestrutura, resultantes principalmente da economia cafeeira no estado de São Paulo168 168 Janjulio (2009). e da economia extrativista de erva-mate nos estados do Paraná e Santa Catarina,169 169 Kaesemodel, op. cit. incentivaram o desenvolvimento da indústria nesses estados. Nesse período, a industrialização de diversos países e a nova economia globalizada ocasionaram transformações culturais profundas, decorrentes, sobretudo, dos novos meios de comunicação, locomoção e trabalho, ocasionando também mudanças na estrutura urbana e na forma de morar.170 170 Janjulio (2013).

O bangalô é uma tipologia que encontra espaço na nova estrutura urbana de diversos países como solução habitacional.171 171 Janjulio (2009). Embora tenha se originado na Índia, foi com os colonizadores ingleses que essa tipologia foi disseminada na Inglaterra e suas colônias.172 172 Janjulio (2013). A tipologia foi difundida mundialmente, tanto em seu nome quanto em sua forma,173 173 Santos e Ghirardelo (2017). caracterizada, principalmente, pela sua função, tipo de construção, técnica construtiva, organização formal, localização e implantação no lote.174 174 King (1995) apudJanjulio (2009). O bangalô surge inicialmente como segunda residência em casas de verão; posteriormente, ganham espaço nos subúrbios como forma de moradia.175 175 Villarim e Cavalcanti (2018).

Foi nos Estados Unidos, com os subúrbios, que o bangalô se tornou um fenômeno de massa.176 176 Janjulio (2009). Popularizou-se no país como uma resposta à demanda da arquitetura doméstica para diversas classes sociais, tornando o bangalô do Arts and Crafts a representação do sonho americano,177 177 Ibid. paralelamente ao movimento progressivo na política norte-americana.178 178 McCausland (2015). O movimento Arts and Crafts surgiu na Inglaterra no século XIX, sendo influenciado principalmente por William Morris e John Ruskin.179 179 Hopkins (2017). Na arquitetura, buscava valores artesanais, simplicidade, naturalidade e honestidade.180 180 Janjulio (2009) e Hopkins, op. cit. O movimento tinha como principal crítica a cidade industrial e a forma de viver na Era Vitoriana (segunda metade do século XIX e início do século XX),181 181 Janjulio (2009, 2013). propondo que os arquitetos e artistas voltassem aos princípios como artesãos. Teve relevância internacional, influenciando movimentos arquitetônicos como o Landhaus na Alemanha.182 182 Serafim (2020). Apesar de ser um movimento artístico,183 183 Hopkins, op. cit. o Arts and Crafts é classificado dentro do estilo184 184 A emergência do conceito de estilo arquitetônico é atribuída às disciplinas de história da arquitetura, ministradas na Europa no século XIX, partindo do princípio da análise de atributos formais e estéticos de obra arquitetônica (HOPKINS, op. cit.). Uma determinada obra arquitetônica deve ter características e elementos construtivos mínimos, denominados estilemas, para caber conceitualmente em um determinado estilo arquitetônico (ATIQUE, 2007 apudJANJULIO, 2009). eclético, principalmente pelo historicismo dos elementos. Os estilemas atribuídos à arquitetura do Arts and Crafts por Hopkins são: domesticidade; materiais e habilidades nativos; descentralização; subúrbios ajardinados.185 185 Ibid.

O bangalô chegou ao Brasil no início do século XX, se popularizando e atendendo aos estilos arquitetônicos da época.186 186 Santos e Ghirardelo, op. cit. A chegada dessa tipologia no Brasil está intimamente ligada à circulação de revistas de arquitetura e decoração na década de 1920.187 187 Janjulio (2009) e Santos (2016). Janjulio188 188 Janjulio (2013). aponta a triangulação da disseminação de conhecimentos sobre a tipologia entre o Brasil, Estados Unidos e Inglaterra. Os empreendimentos ferroviários por empresas de capital inglês também são apontados como responsáveis pela difusão dos bangalôs no país.189 189 Kohlrausch, op. cit. A implementação das ferrovias e das indústrias foi responsável também pelo sistema de padronização de desdobro de madeira com sistema imperial de medidas (polegadas), utilizadas até os tempos atuais.190 190 Ibid.

A disseminação dos bangalôs no Planalto Norte de Santa Catarina também é uma resposta à arquitetura produzida pela instalação da madeireira norte-americana Southern Brazil Lumber & Colonization Co., considerada a maior do seu tempo.191 191 Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2011). A Lumber exportava madeira serrada para fabricação de casas com a técnica Balloon Frame, a qual ainda pode ser encontrada na região de Canoinhas (SC) e Três Barras (SC), e que aos poucos foi sendo reproduzida na arquitetura local.192 192 Claro, op. cit. Essa arquitetura com estrutura autoportante, com fechamentos de tábuas encaixadas horizontais, é bastante próxima à solução técnica construtiva do Casarão Zipperer. O resultado dessa interação cultural é descrito como

Pequenos palacetes ingleses, assobradados e dotados de arremedos de torres ao gosto eclético, envidraçados (com bay windows), com lareiras e amplas janelas envidraçadas, subsistem em Canoinhas, Mafra, Porto União, entre outros. Nessa área, onde chegaram a ocorrer verdadeiras cidades de madeira, preponderou o uso industrializado, com aproveitamento maior do nobre material.193 193 Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2011, p. 157).

Jorge Zipperer, juntamente com seu irmão Martin Zipperer, estudavam novas maneiras de fabricação de bungalows que seriam vendidos para São Paulo.194 194 Kormann (1980). As primeiras revistas a circularem no Brasil ainda traziam a grafia inglesa em suas publicações,195 195 Janjulio (2009). assim como na crônica de Jorge. Parte do mobiliário desenvolvido pela Móveis Cimo era influenciado ou mesmo copiado de revistas de circulação nos Estados Unidos e na Europa, pois Martin Zipperer frequentou por vários anos o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo,196 196 Sousa (2013). diretamente ligado aos movimentos artísticos da época.

A implantação do Casarão Zipperer foi feita no centro do lote, cercado por um jardim que levava ao acesso principal da edificação. “Aos fundos encontrava-se a área destinada aos galpões da indústria”,197 197 Fundação Catarinense de Cultura, op. cit., p. 1. atualmente demolidos (Figura 4). A localização e a implantação no lote mais elevado da edificação permitiam constante vigilância da indústria.198 198 Foucault (1991). Esta intenção pode ser corroborada pela bay window, totalmente envidraçada, que proporcionava uma visão panorâmica da indústria antes da construção do anexo. Na tipologia Bangalô, é comum a implantação de edificação no centro do lote, com áreas externas para o convívio, já que, a priori, era uma tipologia para casas de veraneio.199 199 Janjulio (2013). Para o movimento Arts and Crafts o jardim surge com o conceito de garden suburb200 200 Hopkins, op. cit. ou subúrbio-jardim, refúgios urbanos.201 201 Janjulio (2009). A varanda é o meio de conexão e transição entre o interior e o exterior,202 202 Kormann (1980). ligando o jardim às áreas sociais, o que pode ser visto no Casarão Zipperer.

Figura 4
Foto aérea da indústria Móveis Cimo, localizada em Rio Negrinho. A seta aponta o Casarão Zipperer, localizado no centro do lote ajardinado e a indústria aos fundos.

Na época de construção do Casarão Zipperer, já havia a produção de casas em alvenaria em São Bento,203 203 Ammon, op. cit. e Zipperer, op. cit. porém, a escolha pela madeira nessa construção era uma preferência, como na construção da igreja matriz na localidade de Rio Negrinho em 1924, para a qual a comunidade optou pela madeira.204 204 Kormann (2012). Materiais e técnicas construtivas locais, além do trabalho artesanal, são uma característica da arquitetura do Arts and Crafts.205 205 Hopkins, op. cit. O regionalismo é uma premissa do movimento, buscando materiais locais e os empregando “de forma verdadeira”, sem pintura ou acabamentos.206 206 Janjulio (2009). No Arts and Crafts, as características da estrutura também devem ser destacadas e visíveis.207 207 Ibid. Desse modo, no Casarão Zipperer, os quadros estruturais são aparentes em todas as fachadas, e internamente as vigas, apoios estruturais e mãos francesas em madeira são aparentes e adornam os ambientes sociais.

Nas salas de jantar e de estar no pavimento inferior (Figura 5), há acréscimo de bay windows, solução característica do movimento Arts and Crafts,208 208 Ibid. principalmente do estilo Queen Anne.209 209 Giovanni (2008) e Janjulio (2009).

Figura 5
Plantas dos pavimentos superior e inferior do Casarão Zipperer. Uso dos ambientes em cada pavimento do casarão: no primeiro, áreas sociais e de serviço; no segundo, áreas íntimas.

As fundações do Casarão Zipperer (Figura 6) são compostas por sapatas corridas de rocha,210 210 Ribeiro, op. cit. encimadas por baldrames em alvenaria de tijolos maciços autoportantes. Os apoios intermediários das vigas mestras são sapatas isoladas também em alvenaria de tijolos maciços autoportantes. As fundações em pedra ou alvenaria são comuns em edificações com estrutura em madeira, pois são empregadas para elevar a edificação do solo, evitando assim a biodeterioração da madeira pela umidade do solo.211 211 Zani, op. cit. e Cachim (2014). As gateiras presentes nas fachadas garantem a circulação de ar, mantendo a madeira seca. Essas soluções construtivas evidenciam os conhecimentos sobre a biodeterioração do lenho por apodrecimento e a forma de prevenção. Devido ao amplo uso da madeira, a humanidade logo percebeu sua suscetibilidade à biodeterioração e, ao observar a natureza, os indivíduos passaram a selecionar madeiras que sofrem menos ataques de decompositores.212 212 Unger, Schniewind e Unger (2001). A madeira está sujeita a diversos riscos de biodeterioração, e a umidade pode gerar patologias dependendo do grau a que a madeira é exposta.213 213 Associação Brasileira de Normas Técnicas, op. cit. O alto teor de umidade, combinado com temperaturas elevadas, também pode criar um meio propício para o desenvolvimento de fungos lenhívoros, sendo necessária a circulação de ar, em que os apoios estão em contato com as fundações.214 214 Cachim, op. cit.

Figura 6
Perspectiva esquemática das fundações do Casarão Zipperer.

O piso do pavimento inferior é composto de barroteamento, apoiado em frechais e vigas mestras. Os frechais apoiam-se nos baldrames em alvenaria de tijolos autoportantes das fundações. Os barrotes do piso do pavimento superior são apoiados em frechais e vigas mestras (Figura 7). Sobre os barrotes, o assoalho (Figura 8) é composto de peças de madeira com encaixe tipo macho e fêmea. Essa configuração foi adotada na maior parte das edificações em madeira do Brasil, chamado de arcabouço de vigas e barrotes215 215 Hoffmann e Pelegrini, op. cit. ou quadro horizontal inferior.216 216 Zani, op. cit. Sua configuração também está relacionada em elevar a edificação do solo para evitar contato da madeira com a umidade.217 217 Ibid.

Figura 7
Perspectiva esquemática da estrutura do piso do pavimento inferior do Casarão Zipperer. Em marrom, barrotes, frechais e vigas mestras.

Figura 8
Perspectiva esquemática da estrutura do Casarão Zipperer. Em marrom, pisos dos pavimentos inferior e superior.

As paredes são quadros estruturais, formando uma estrutura em madeira autônoma.218 218 Vasconcellos, op. cit. As estruturas autônomas usam madeira como material compostos por ripas encaixadas em esteios. Os esteios são encaixados nos frechais ou linhas de quadro travados com espigas (Figura 8). Entre os esteios há duas travessas, sendo elas internas nos panos fechados e aparentes nos quadros das esquadrias. Os fechamentos (vedações) internos são de lambril, pregados nas travessas e frechais. As paredes externas ficam, portanto, duplas. As paredes internas estruturadas têm fechamento duplo e as divisórias em lambril simples (Figura 9). Os montantes principais como frechais, esteios e travessas demonstram que cada peça que compõe o conjunto tem regularidade dimensional e geométrica, demonstrando padronização dos elementos.

Figura 9
Perspectiva esquemática da estrutura das paredes externas do Casarão Zipperer e seus elementos construtivos.

Os lambris são adornados com pinturas murais no pavimento inferior (Figura 10A) e em madeira crua aparente no pavimento superior (Figura 10B). Nas áreas sociais da casa, as paredes e o teto são ricamente adornados com elementos decorativos em madeira (Figura 10A) e acabamento excepcional dos móveis, produzidos na fábrica de propriedade da família construtora e residente do imóvel. É possível ver o lustre da sala de jantar (Figura 10A), fabricado também em madeira.

Figura 10
Paredes internas do Casarão Zipperer. (A) Pintura em lambris e elementos decorativos em madeira no pavimento inferior do casarão; (B) Lambris em madeira crua no pavimento superior do casarão.

O telhado é composto por trama de madeira, com encaixes tipo espiga, tesouras e vigas mestras, apoios verticais centrais, mesa, terças, caibros e ripas (Figura 11). A cobertura é feita por telhas tipo francesa,219 219 Fundação Catarinense de Cultura, op. cit. também conhecidas como Marselha,220 220 Vasconcellos, op. cit. com planos inclinados sem empenas e beiral nivelado, contendo espigões e rincões nas mudanças de planos. No pavimento inferior, há bay windows nas salas de estar e de jantar, também cobertas com telhas francesas e madeiramento composto por caibros e ripas.

Figura 11
Perspectiva esquemática da estrutura principal e estrutura do telhado do Casarão Zipperer. Em marrom, esteios e pilares.

Diversos tipos de ensambladuras podem ser observadas na construção do Casarão Zipperer. A técnica construtiva do casarão, em geral, não apresenta travamento mecânico com elementos metálicos, como prego ou parafusos, somente encaixes em madeira e o travamento pelo painel de ripas. Já na estrutura do telhado, pode ser observado uso de elementos metálicos de ligação entre as tesouras e os frechais, além de tirantes metálicos fixados em uma das tesouras, acrescidos em uma intervenção de 1998.

O forro é do tipo paulista, adornado em alguns ambientes (Figura 12A). Nos ambientes sociais, há vigas falsas de madeira do tipo caixa que o decoram. Entre as vigas, o forro é do tipo painel, moldurado com paginação diagonal. As cimalhas são em madeira maciça perfiladas, comuns na arquitetura brasileira,221 221 Ibid. e estão presentes em todos os ambientes: nos forros, bem como nas paredes de ambientes sociais e no forro dos beirais. As vigas tipo caixa de madeira, dispostas geometricamente, são elementos marcantes nos bangalôs.222 222 Crochet (2005).

Figura 12
Detalhes construtivos do Casarão Zipperer. (A) Detalhe de quadro do forro da sala de estar; (B) Bay window da sala de estar na elevação posterior; (C) Torreão localizado nas elevações frontal e lateral e detalhe das esquadrias com venezianas; (D) Sala de jantar, com bay window ao fundo; (E) Detalhe da porta francesa da sala de jantar; (F) Elevação lateral esquerda, com janelas tipo guilhotina e venezianas. Entre as fachadas principal (frontal) e lateral esquerda (Figura 13), paralelas às atuais rua Carlos Weber e Avenida dos Imigrantes, respectivamente, e no ponto central da composição no terreno de esquina, há um torreão. O torreão, na composição formal da obra, marca a assimetria das fachadas, equilibra a adição de volumes da bay window na fachada frontal e do escritório e dormitório na fachada lateral esquerda.

As esquadrias originais são fabricadas em madeira maciça (Figura 12B, C, E e F). As vergas, os peitoris (contra vergas) e as ombreiras223 223 Vasconcellos, op.lcit. são formadas pelos elementos dos quadros estruturais nas paredes, sendo de travessas e esteios. As guarnições são fixadas diretamente na estrutura com parafusos metálicos. A maioria das janelas são do tipo guilhotina, com venezianas em madeira de abrir224 224 Termo designado para portas e janelas que apresentam abertura de 90º e possuem dobradiças verticais nas guarnições laterais ou ombreiras. na face externa (Figura 12C e F). As janelas na varanda não possuem venezianas. As janelas das bay windows (Figura 12D) não tinham venezianas originalmente, porém, na sala frontal, foram substituídas por janelas do tipo guilhotina com venezianas.225 225 Ribeiro, op. cit. As portas são todas de madeira maciça, algumas com detalhes em vidro e almofadadas226 226 Vasconcellos, op. cit. internamente, Em sua maioria, são de uma folha simples de abrir, porém, entre a antessala e a sala de jantar, há uma porta de correr de duas folhas embutida nas paredes. As grandes portas embutidas ou pocket doors eram comuns na arquitetura vitoriana e influenciaram os bangalôs do Art and Crafts.227 227 Crochet, op. cit. As portas externas são de dois tipos: na antessala e na sala de jantar, há acesso para a varanda do pavimento inferior através de portas francesas (Figura 12E); no escritório e no acesso do alpendre à cozinha, as portas são de abrir com uma folha.

As portas usadas em bangalôs do Arts and Crafts representam muito da estética inerente ao movimento. Eram tipicamente maciças, simples, limpas em seu design, destacando suas qualidades naturais. As portas apresentam o quadro perfeito altamente geométricos do trabalho em madeira, parte muito importante da estética do movimento.228 228 Ibid.

Havia também originalmente no telhado, no plano da fachada principal, uma trapeira (mansarda) do tipo eyebrow dormer (Figura 13). Este tipo de abertura está comumente presente nas composições dos bangalôs do Arts and Crafts.229 229 Ibid. Essa trapeira está depositada acima do forro do segundo pavimento.

Figura 13
Foto da década de 1920 do Casarão Zipperer.

As escadas podem ser classificadas quanto ao material, à forma e à posição.230 230 Vasconcellos, op. cit. A escada que faz a circulação vertical entre os pavimentos inferior e superior do Casarão Zipperer foi construída inteiramente em madeira, sua forma é em um único lance, sem patamares intermediários, e sua posição é interna. Já as escadas do acesso principal são em alvenaria, revestidas com argamassa, em lance único sem patamares intermediários, posicionadas nas áreas externas, ligando o nível do terreno ao primeiro pavimento. Considerando que a maioria das edificações da tipologia bangalô eram habitações de apenas um pavimento, as escadas não são muito representativas, já que apresentam geralmente montantes simples sem adornos, balaústres e corrimão.231 231 Crochet, op. cit.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Colônia São Bento foi erigida na área de domínio da floresta ombrófila mista. Os recursos vegetais conhecidos no período de formação da colônia apontam para o uso de espécies da floresta. Os conhecimentos tradicionais dos grupos étnicos que ocuparam o Planalto Norte, aliados aos contextos ambiental e histórico, tiveram relevância na produção arquitetônica.

O Casarão Zipperer é testemunho dos acontecimentos históricos e culturais não só de Rio Negrinho, mas também do processo de industrialização brasileiro, do ciclo econômico da exploração da madeira, da indústria moveleira e das transferências construtivas de diversos períodos históricos. O casarão testemunha ainda os processos construtivos e os conhecimentos tradicionais dos mestres construtores, de modo que o seu tombamento como patrimônio cultural é justificado por valores que extrapolam a sua dimensão material. A edificação foi concebida para uso residencial, porém, com o tombamento, foi atribuído a ela o caráter patrimonial. As recomendações atuais para a preservação do patrimônio arquitetônico, em especial em madeira, postulam que, qualquer intervenção necessária para prolongar a existência desse tipo de bem, deve conhecer as matérias-primas que o compõem e a sua tradição construtiva, a exemplo das técnicas construtivas tradicionais.

A concepção do Casarão Zipperer teve influência direta das transformações que a arquitetura residencial e o urbanismo passaram na década de 1920. Isso pode ser evidenciado pela tipologia, composição e organização do partido arquitetônico. A técnica construtiva usada no casarão demonstra um padrão das peças comuns em pré-fabricação de elementos construtivos em madeira. As soluções arquitetônicas, por sua vez, manifestam o conhecimento sobre a biodeterioração da madeira.

Portanto, é possível afirmar que o Casarão Zipperer testemunha, em sua materialidade, conhecimentos tradicionais sobre a floresta, por meio do uso da madeira como matéria-prima para a construção de abrigos humanos. Compreender como se deu o uso da madeira no período histórico pesquisado pode contribuir para o entendimento sobre as interações humanas com a floresta e colaborar para ações mais assertivas na gestão patrimonial.

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  • 16
    Melo Jr. (2012aMELO JÚNIOR, João Carlos Ferreira de. Anatomia de madeiras históricas: um olhar biológico sobre o patrimônio cultural. Joinville: Editora Univille, 2012a.; 2012b).
  • 17
    Marchiori e Schulze-Hofer (2008MARCHIORI, José Newton Cardoso; SCHULZE-HOFER, Maria Cristina. O uso da madeira nas reduções jesuítico-guarani do Rio Grande do Sul. 2 - Verga da frontaria da igreja de São Miguel Arcanjo. Balduinia, Dom Pedrito, n. 14, p. 29-32, 2008.).
  • 18
    Azevedo (2014AZEVEDO, Veronica Maioli. Uso de madeiras da Mata Atlântica em construções históricas no Rio de Janeiro. 2014. Tese (Doutorado em Ecologia e Evolução) - Instituto de Biologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.).
  • 19
    Rodrigues e Melo Jr. (2015RODRIGUES, Julita Reynaud; MELO JÚNIOR, João Carlos Ferreira de. Arqueobotânica das madeiras da Alameda Brüstlein: estudo de caso de um sítio arqueológico histórico de Santa Catarina. Tecnologia e Ambiente, Criciúma, v. 21, n. 1, p. 109-120, 2015.).
  • 20
    Oliveira et al. (2019OLIVEIRA, Roberta Nabuco de; FERRARI, Cibele D. Piva; SILVA, Roberta Cristina; GUEDES, Sandra Paschoal Leite de Camargo; MELO JUNIOR, João Carlos Ferreira de. A construção da base naval: vestígios e memórias. In: Rita. Joinville: Editora UNIVILLE, 238 p, 2019. ).
  • 21
    Weimer (1983WEIMER, Günter. Arquitetura da imigração alemã: um estudo sobre a adaptação da arquitetura centro-europeia ao meio rural do Rio Grande do Sul. São Paulo: Nobel, 1983.).
  • 22
    Hoffmann e Pelegrini (2009HOFFMANN, Alessandra Corsato; PELEGRINI, Sandra de Cássia Araujo. A técnica de se construir em madeira: um legado do patrimônio cultural para a cidade de Maringá. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA, 4., 2009, Maringá. Anais […]. Maringá: UEM, 2009. p. 4089-4097.).
  • 23
    Zani (2013ZANI, Antonio Carlos. Arquitetura em madeira. Londrina: Eduel, 2013.).
  • 24
    Souza (2013SOUZA, Vanessa Silva. Arquitetura em madeira: identidade e relação cultural. Thêma et Scientia, Cascavel, v. 3, n. 2, p. 39-46, 2013.).
  • 25
    Claro (1991CLARO, Anderson. A produção de casas em madeira em Santa Catarina. 1991. Dissertação (Mestrado em Tecnologia da Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1991.).
  • 26
    Wittmann (2019WITTMANN, Angelina C. R. Fachwerk: a técnica construtiva enxaimel. Blumenau: Amoler, 2019.).
  • 27
    Schroeder (2016SCHROEDER, Ederson Jean. A importância da arquitetura em madeira na região do Contestado. In: ENCONTRO ANUAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA, 13, 2016, União da Vitória. Anais […]. União da Vitória: Uniuv, 2016. p. 1-3.).
  • 28
    Adimari e Tomporoski, op. cit.
  • 29
    Balbi, Rocha e Rodrigues (2020BALBI, Rafaela Santana; ROCHA, Carla Ariadna Torres; RODRIGUES, Laysa Alves. O uso da tectônica no processo de projetação: como a relação com o sítio de implantação influencia na escolha dos materiais e sistemas construtivos ao longo da elaboração do projeto arquitetônico. In: POISSON (org.). Elementos da arquitetura e urbanismo. Belo Horizonte: Poisson, 2020. v. 1. p. 21-31.).
  • 30
    Mafra (2013MAFRA, Antônio Dias. 100 anos da guerra do Contestado: desvendando a participação de São Bento do Sul. Mafra: Nitram, 2013.).
  • 31
    Melo Jr. et al. (2021MELO JÚNIOR, João Carlos Ferreira de et al. Traditional Knowledge of the Brazilian Atlantic Forest: Environmental History, Current Status, and Policy Challenges. Confluências Culturais , Joinville, v. 10, n. 2, p. 129-143, 2021.).
  • 32
    Fundação Catarinense de Cultura (1997FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURA. Justificativa nº 01/97: tombamento estadual Residência Zipperer. Florianópolis: Gerência de Patrimônio Arquitetônico e Paisagístico, 1997.).
  • 33
    Santi (2013SANTI, Maria Angélica. Mobiliário no Brasil: origens da produção e da industrialização. São Paulo: Senac, 2013., p. 185).
  • 34
    Fundação Catarinense de Cultura, op. cit.
  • 35
    Santi, op. cit. e Sousa (2013).
  • 36
    Lins e Sousa (2014LINS, Hoyêdo Nunes; SOUSA, Gustavo Rugoni de. Exercício de “história local”: uma saga na trajetória moveleira do planalto norte catarinense. História Econômica & História de Empresas, [s. l.], v. 17, n. 2, p. 605-628, 2014., p. 622).
  • 37
    Rio Negrinho (2019aRIO NEGRINHO. Laudo DC no 055, de 16 abril de 2019. Rio Negrinho: Defesa Civil, 2019a.).
  • 38
    Girus e Sebrae (2019GIRUS; SEBRAE. Estudo preliminar do plano de desenvolvimento integrado do turismo sustentável - PDITS Rio Negrinho. Rio Negrinho: Prefeitura Municipal, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3CO5NRz
    https://bit.ly/3CO5NRz...
    ).
  • 39
    Florianópolis (1998bFLORIANÓPOLIS. Conselho Estadual de Cultura. PFCC 561/983. Tombamento estadual da Residência Zipperer. Rio Negrinho, SC. Registro em: 1998b.).
  • 40
    Rio Negrinho (2019bRIO NEGRINHO. Levantamento cadastral e contratação do projeto de restauração da estrutura do Casarão Zipperer. Rio Negrinho: Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente, 2019b., 2020RIO NEGRINHO. Laudo DF nº 003, de 31 de janeiro de 2020. Rio Negrinho: Defesa Civil , 2020.).
  • 41
    Associação Brasileira de Normas Técnicas (1997ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190: projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.).
  • 42
    Amaral (2009AMARAL, Izabel. Quase tudo que você queria saber sobre tectônica, mas tinha vergonha de perguntar. PosFAUUSP, São Paulo, v. 16, n. 26, p. 148-167, 2009.).
  • 43
    Amaral, op. cit. e Cantalice II (2018CANTALICE II, Aristóteles de Siqueira Campos. Redescobrindo a arte científica tectônica. Oculum Ensaios, Campinas, v. 15, n. 2, p. 247-269, 2018.).
  • 44
    Cantalice II (2018CANTALICE II, Aristóteles de Siqueira Campos. Redescobrindo a arte científica tectônica. Oculum Ensaios, Campinas, v. 15, n. 2, p. 247-269, 2018.).
  • 45
    Fundação Catarinense de Cultura, op. cit.
  • 46
    Gomide, Silva e Braga (2005GOMIDE, José Hailon; SILVA, Patrícia Reis da; BRAGA, Sylvia Maria Nelo. Manual de elaboração de projetos de preservação do patrimônio cultural. Brasília, DF: Ministério da Cultura, 2005.).
  • 47
    Vasconcellos (1979VASCONCELLOS, Sylvio de. Arquitetura no Brasil: sistemas construtivos. Belo Horizonte: Universidade de Minas Gerais, 1979.).
  • 48
    Weimer, op. cit.
  • 49
    Gonzaga (2006GONZAGA, Armando Luiz. Madeira: uso e conservação. Brasília, DF: Iphan , 2006.).
  • 50
    Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2011INSTITUTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Roteiros nacionais de imigração: o patrimônio do imigrante. Brasília, DF: Iphan , 2011. v. 2.).
  • 51
    Zani, op. cit.
  • 52
    Wittmann (2019WITTMANN, Angelina C. R. Fachwerk: a técnica construtiva enxaimel. Blumenau: Amoler, 2019.).
  • 53
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Ministério do Meio Ambiente (2003INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA; MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Mapa de biomas do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE , 2003.).
  • 54
    Gasper et al. (2013GASPER, André Luís de et al. Inventário florístico florestal de Santa Catarina: espécies da floresta ombrófila mista. Rodriguésia , Rio de Janeiro, v. 64, n. 2, p. 201-210, 2013.).
  • 55
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1992INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1992.).
  • 56
    Gasper et al., op. cit.
  • 57
    Marchiori e Schulze-Hofer (2009MARCHIORI, José Newton Cardoso; SCHULZE-HOFER, Maria Cristina. O uso da madeira nas reduções jesuítico-guarani do Rio Grande do Sul. 3 - Imagem de São José. Balduinia , Dom Pedrito, n. 15, p. 1-4, 2009.), Melo Jr. (2017MELO JÚNIOR, João Carlos Ferreira de. O uso da madeira em uma serraria do século XX em Santa Catarina. Balduinia , Dom Pedrito, n. 59, p. 19-26, 2017.) e Schulze-Hofer e Marchiori (2010SCHULZE-HOFER, Maria Cristina; MARCHIORI, José Newton Cardoso. O uso da madeira nas reduções jesuítico-guarani do Rio Grande do Sul. 12 - Análise crítica. Balduinia , Dom Pedrito, n. 23, p. 27-31, 2010.).
  • 58
    Ficker (1973FICKER, Carlos. São Bento do Sul: subsídios para a sua história. Joinville: Ipiranga, 1973.).
  • 59
    Kaesemodel (1990KAESEMODEL, Maria Salete Munhoz. A indústria moveleira em São Bento do Sul-SC. 1990. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Centro de Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1990.).
  • 60
    Mafra, op. cit.
  • 61
    Ibid.
  • 62
    Nas estimativas de Blau (1958BLAU, Josef. Baiern in Brasilien : chronik der besiedlung von sao bento durch arme leute aus dem böhmerwald. München: Edmund Gans, 1958.), entre os imigrantes fixados nas primeiras vias da Colônia São Bento nos anos de 1874 a 1878, 46,2% eram bávaros e boêmio da Floresta Boêmia, 36% vinham do norte da Boêmia Reichenberg, seguidos por 13% de poloneses e alemães e 1,8 % de brasileiros, franceses e tchecos.
  • 63
    Blau, op. cit.
  • 64
    Kaesemodel, op. cit.
  • 65
    Vieira Filho e Weissheimer (2011VIEIRA FILHO, Dalmo; WEISSHEIMER, Maria Regina. Roteiros nacionais de imigração: histórico, análise e mapeamento das regiões. Florianópolis: Iphan, 2011. v. 1.).
  • 66
    Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2011INSTITUTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Roteiros nacionais de imigração: o patrimônio do imigrante. Brasília, DF: Iphan , 2011. v. 2.).
  • 67
    Zipperer (1954ZIPPERER, Josef. São Bento no passado: reminiscências da época da fundação e povoação do município. Joinville: Tipografia João Haupt, 1954.).
  • 68
    Ficker, op. cit. e Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 69
    Kaesemodel, op. cit.
  • 70
    Zipperer, op. cit.
  • 71
    Kaesemodel, op. cit. e Kohlrausch (2007KOHLRAUSCH, Arlindo Jonas Fagundes. Introdução à história da arquitetura de Ponta Grossa/PR: as casas de madeira - 1920 a 1950. 2007. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.).
  • 72
    Cruz e Nunes (2005CRUZ, Helena; NUNES, Lina. A madeira como material de construção. Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2005.).
  • 73
    Kaesemodel, op. cit.
  • 74
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 75
    Kaesemodel, op. cit.
  • 76
    Ammon (1923AMMON, Wolfgang. Chronica do municipio de São Bento (Santa Catharina): desde a sua fundação 1873 até 1923. Joinville: Typographia Boehm, 1923.) e Zipperer, op. cit.
  • 77
    Mafra, op. cit.
  • 78
    A Exposição Universal de Saint Louis (Louisiana Purchase Exposition St. Louis) foi realizada durante as comemorações do centenário da aquisição do território da Louisiana pelos Estados Unidos em 1904 (GIANNETTI, 2012GIANNETTI, Ricardo. Artistas de Minas Gerais na Exposição Universal de Saint Louis de 1904. In: COLÓQUIO DO COMITÊ BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA ARTE, 32, 2012, Brasília, DF. Anais […]. Brasília, DF: UnB, 2012. p. 625-644.).
  • 79
    A Exposição Nacional de 1908 foi realizada na cidade de Rio de Janeiro em comemoração ao centenário da abertura dos portos para o livre comércio (LIMA, 2016LIMA, Eliane Baader de. Exposição Nacional de 1908: a beleza e a verdade do pavilhão de Santa Catarina. In: SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO, 14., 2016. Anais […]. São Carlos: USP, 2016. p. 502-511.).
  • 80
    Ammon, op. cit.
  • 81
    Ibid.
  • 82
    Melo Jr. (2012aMELO JÚNIOR, João Carlos Ferreira de. Anatomia de madeiras históricas: um olhar biológico sobre o patrimônio cultural. Joinville: Editora Univille, 2012a.).
  • 83
    Zipperer, op. cit.
  • 84
    Ibid.
  • 85
    Ibid.
  • 86
    Ibid., p. 62.
  • 87
    Ibid.
  • 88
    Ibid.
  • 89
    Ibid.
  • 90
    Ibid.
  • 91
    Ibid.
  • 92
    Ammon, op. cit.
  • 93
    Zipperer, op. cit.
  • 94
    Ibid.
  • 95
    Ibid.
  • 96
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 97
    São Bento do Sul (1925SÃO BENTO DO SUL. Lei no 155, de 13 de dezembro de 1925. São Bento do Sul: Câmara Municipal, 1925.).
  • 98
    Blau, op. cit.
  • 99
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 100
    Ficker, op. cit.
  • 101
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 102
    Mafra, op. cit.
  • 103
    Mafra, op. cit. e Rio Negrinho (2021).
  • 104
    Santi, op. cit.
  • 105
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 106
    Ibid.
  • 107
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980., p. 54).
  • 108
    Ibid.
  • 109
    Ficker, op. cit.
  • 110
    Ficker, op. cit. e Mafra, op. cit.
  • 111
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 112
    Ibid.
  • 113
    Willy Jung faleceu em decorrência da epidemia de gripe espanhola em 1918. Jorge associou-se, então, com André Ehrl, em junho de 1919, surgindo assim a indústria A. Ehrl e Cia. (Ibid.)
  • 114
    Ammon, op. cit., p. 118, grifo nosso.
  • 115
    Kormann (2012KORMANN, José. História de Rio Negrinho. São Bento do Sul: Gráfica São Bento, 2012.).
  • 116
    Ibid.
  • 117
    Santi, op. cit.
  • 118
    Fundação Catarinense de Cultura, op. cit.
  • 119
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 120
    Id., 2005.
  • 121
    Id., 1980.
  • 122
    Id., 2005.
  • 123
    Id., 1980.
  • 124
    Ibid.
  • 125
    Lins e Sousa, op. cit., p. 662.
  • 126
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 127
    Santi, op. cit.
  • 128
    Ammon, op. cit. e Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 129
    Kormann (2012KORMANN, José. História de Rio Negrinho. São Bento do Sul: Gráfica São Bento, 2012.).
  • 130
    Id., 1980.
  • 131
    Rio Negrinho (1998aRIO NEGRINHO. Decreto no 5684, de 1 de abril de 1998. Declara de utilidade pública para fins de desapropriação imóvel localizado no centro da cidade de Rio Negrinho. Rio Negrinho: Câmara Municipal, 1998a.).
  • 132
    Id., 1998bRIO NEGRINHO. Lei no 1047, de 14 de abril de 1998. Autoriza o poder executivo a adquirir por desapropriação, bens imóveis localizados no centro da cidade de Rio Negrinho a dá outras providências. Rio Negrinho: Câmara Municipal , 1998b..
  • 133
    Fundação Catarinense de Cultura, op. cit.
  • 134
    Florianópolis (1998cFLORIANÓPOLIS. Portaria no 025/FCC, de 31 de julho de 1998. Resolve considerar eleito para processo de tombamento. Diário Oficial do Estado de Santa Catarina : Florianópolis, 31 jul. 1998c.).
  • 135
    Fundação Catarinense de Cultura, op. cit., p. 1.
  • 136
    Ibid., p. 2.
  • 137
    Ribeiro (1998RIBEIRO, Gerson Mattos. Vistoria técnica no 006/98: edificação “Casarão Zipperer”. [S. l.]: Gepet, 1998. Parecer técnico.).
  • 138
    Ibid., p. 2.
  • 139
    Florianópolis (1998aFLORIANÓPOLIS. Decreto no 3354, de 10 de novembro de 1998. Homologa tombamentos de imóveis. Florianópolis: Diário Oficial do Estado de Santa Catarina, n. 16.040, 1998a.).
  • 140
    Pereira (2011PEREIRA, Natália Biscaglia. Restauro em coberturas com estruturas em madeira: influência da decisão de projeto na preservação do patrimônio cultural. 2011. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.).
  • 141
    Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2018INSTITUTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Patrimônio cultural. Brasília, DF, 2018. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/2HbDulC . Acesso em: 2 maio 2021.
    https://bit.ly/2HbDulC...
    ).
  • 142
    Termo estabelecido pelo Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937 (BRASIL, 1937BRASIL. Decreto-Lei no 25, de 30 de novembro de 1937. Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Brasília, DF: Presidência da República, [1937].).
  • 143
    Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2018INSTITUTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Patrimônio cultural. Brasília, DF, 2018. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/2HbDulC . Acesso em: 2 maio 2021.
    https://bit.ly/2HbDulC...
    ).
  • 144
    Silva (2003SILVA, Fernando Fernandes da. As cidades brasileiras e o patrimônio cultural da humanidade. São Paulo: Edusp, 2003.).
  • 145
    Ibid.
  • 146
    Ibid.
  • 147
    Ibid.
  • 148
    Carta de Atenas [20--]CARTA de Atenas. Brasília, DF: Iphan, [20--]..
  • 149
    Silva, op. cit.
  • 150
    Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (1964CONSELHO INTERNACIONAL DE MONUMENTOS E SÍTIOS. Carta de Veneza: sobre a conservação e o restauro de monumentos e sítios. Veneza: Icomos, 1964.).
  • 151
    Silva, op. cit.
  • 152
    Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, op. cit.
  • 153
    De acordo com Ferreira, O. (2019FERREIRA, Oscar Luís. A madeira no patrimônio moderno: o caso de Brasília. In: SEMINÁRIO DOCOMOMO BRASIL, 13, 2019, Salvador. Anais […]. Salvador: UFBA, 2019. p. 1-13.), o termo surge pela primeira vez na Carta de Brasília.
  • 154
    Silva, op. cit.
  • 155
    Australia Icomos (2013AUSTRALIA ICOMOS. The Burra Charter: the Australia ICOMOS Charter for Places of Cultural Significance. Burwood: Australia ICOMOS , 2013.).
  • 156
    Australia Icomos (1999AUSTRALIA ICOMOS. The Burra Charter: the Australia ICOMOS Charter for Places of Cultural Significance. Burwood: Australia ICOMOS, 1999.).
  • 157
    Ferreira, O. (2019FERREIRA, Oscar Luís. A madeira no patrimônio moderno: o caso de Brasília. In: SEMINÁRIO DOCOMOMO BRASIL, 13, 2019, Salvador. Anais […]. Salvador: UFBA, 2019. p. 1-13.).
  • 158
    Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (1999CONSELHO INTERNACIONAL DE MONUMENTOS E SÍTIOS. Princípios para a preservação das estruturas históricas em madeira. México: Icomos, 1999.).
  • 159
    Ferreira, T. (2010FERREIRA, Thiago Turino. Técnicas de conservação e restauro das estruturas em madeira de telhados históricos no Brasil. 2010. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.).
  • 160
    Ibid.
  • 161
    Ibid.
  • 162
    Pereira, op. cit.
  • 163
    Ibid.
  • 164
    Ferreira, T. (2010FERREIRA, Thiago Turino. Técnicas de conservação e restauro das estruturas em madeira de telhados históricos no Brasil. 2010. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.).
  • 165
    Ibid.
  • 166
    Zani, op. cit.
  • 167
    Ibid.
  • 168
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 169
    Kaesemodel, op. cit.
  • 170
    Janjulio (2013JANJULIO, Maristela da Silva. Bangalô - subúrbio: a circulação intercontinental de uma nova cultura da habitação no início do século XX. Oculum Ensaios , Campinas, n. 13, p. 46-58, 2013.).
  • 171
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 172
    Janjulio (2013JANJULIO, Maristela da Silva. Bangalô - subúrbio: a circulação intercontinental de uma nova cultura da habitação no início do século XX. Oculum Ensaios , Campinas, n. 13, p. 46-58, 2013.).
  • 173
    Santos e Ghirardelo (2017SANTOS, Karla Di Giacomo Dias Oliveira dos; GHIRARDELO, Nilson. Una nueva forma de vivir en el siglo XX: bungalós en la ciudad de Bauru. Processos Urbanos, Sincelejo, v. 4, p. 28-38, 2017.).
  • 174
    King (1995) apudJanjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 175
    Villarim e Cavalcanti (2018VILLARIM, Lizia Agra; CAVALCANTI, Ivan. Identificação e reconhecimento de uma arquitetura tradicional: pela preservação dos bangalôs na cidade de João Pessoa. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO, 5, 2018, Salvador. Anais […]. Salvador: UFBA , 2018. p.5619-5632.).
  • 176
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 177
    Ibid.
  • 178
    McCausland (2015MCCAUSLAND, Annie. California Craftsman Architecture: an Interactive Historical Database. 2015. Dissertação (Mestrado em Artes) - Departamento de História, Universidade do Estado da Califórnia, Sacramento, 2015.).
  • 179
    Hopkins (2017HOPKINS, Owen. Arquitetura: guia visual de estilos arquitetônicos ocidentais do período clássico até o século XXI. São Paulo: Publifolha, 2017.).
  • 180
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.) e Hopkins, op. cit.
  • 181
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009., 2013).
  • 182
    Serafim (2020SERAFIM, Cindi Caroline. Arquitetos imigrantes em Joinville, SC: o caso Keller & Cia no século XX. 2020. Dissertação (Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade) - Universidade da Região de Joinville, Joinville, 2020.).
  • 183
    Hopkins, op. cit.
  • 184
    A emergência do conceito de estilo arquitetônico é atribuída às disciplinas de história da arquitetura, ministradas na Europa no século XIX, partindo do princípio da análise de atributos formais e estéticos de obra arquitetônica (HOPKINS, op. cit.). Uma determinada obra arquitetônica deve ter características e elementos construtivos mínimos, denominados estilemas, para caber conceitualmente em um determinado estilo arquitetônico (ATIQUE, 2007 apudJANJULIO, 2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 185
    Ibid.
  • 186
    Santos e Ghirardelo, op. cit.
  • 187
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.) e Santos (2016SANTOS, Carla Di Giacomo Dias Oliveira dos. Bangalôs em Bauru: uma nova forma de morar para o século XX. 2016. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2016.).
  • 188
    Janjulio (2013JANJULIO, Maristela da Silva. Bangalô - subúrbio: a circulação intercontinental de uma nova cultura da habitação no início do século XX. Oculum Ensaios , Campinas, n. 13, p. 46-58, 2013.).
  • 189
    Kohlrausch, op. cit.
  • 190
    Ibid.
  • 191
    Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2011INSTITUTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Roteiros nacionais de imigração: o patrimônio do imigrante. Brasília, DF: Iphan , 2011. v. 2.).
  • 192
    Claro, op. cit.
  • 193
    Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2011INSTITUTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Roteiros nacionais de imigração: o patrimônio do imigrante. Brasília, DF: Iphan , 2011. v. 2., p. 157).
  • 194
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 195
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 196
    Sousa (2013SOUSA, Gustavo Rugoni de. Móveis CIMO S.A: estudo exploratório de história econômica com foco empresarial e regional. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Econômicas) - Centro Socioeconômico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.).
  • 197
    Fundação Catarinense de Cultura, op. cit., p. 1.
  • 198
    Foucault (1991FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1991.).
  • 199
    Janjulio (2013JANJULIO, Maristela da Silva. Bangalô - subúrbio: a circulação intercontinental de uma nova cultura da habitação no início do século XX. Oculum Ensaios , Campinas, n. 13, p. 46-58, 2013.).
  • 200
    Hopkins, op. cit.
  • 201
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 202
    Kormann (1980KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Curitiba: Tipowest, 1980.).
  • 203
    Ammon, op. cit. e Zipperer, op. cit.
  • 204
    Kormann (2012KORMANN, José. História de Rio Negrinho. São Bento do Sul: Gráfica São Bento, 2012.).
  • 205
    Hopkins, op. cit.
  • 206
    Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 207
    Ibid.
  • 208
    Ibid.
  • 209
    Giovanni (2008GIOVANNI, Eduardo Nogueira. Pau pra toda obra: o uso da madeira na arquitetura catarinense. 2008. Dissertação (Mestrado em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade) - Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.) e Janjulio (2009JANJULIO, Maristela da Silva. Arquitetura residencial paulistana dos anos 1920: ressonâncias do arts and crafts? 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009.).
  • 210
    Ribeiro, op. cit.
  • 211
    Zani, op. cit. e Cachim (2014CACHIM, Paulo Barreto. Construção em madeira: a madeira como material de construção. Porto: Publindustria, 2014.).
  • 212
    Unger, Schniewind e Unger (2001UNGER, Achm; SCHNIEWIND, Arno; UNGER, Wibke. Conservation of Wood Artifacts. Berlin: Springer, 2001.).
  • 213
    Associação Brasileira de Normas Técnicas, op. cit.
  • 214
    Cachim, op. cit.
  • 215
    Hoffmann e Pelegrini, op. cit.
  • 216
    Zani, op. cit.
  • 217
    Ibid.
  • 218
    Vasconcellos, op. cit.
  • 219
    Fundação Catarinense de Cultura, op. cit.
  • 220
    Vasconcellos, op. cit.
  • 221
    Ibid.
  • 222
    Crochet (2005CROCHET, Treena. Bungalow style: Creating Classic Interiors in Your Arts and Crafts Home. Newtown: Taunton, 2005.).
  • 223
    Vasconcellos, op.lcit.
  • 224
    Termo designado para portas e janelas que apresentam abertura de 90º e possuem dobradiças verticais nas guarnições laterais ou ombreiras.
  • 225
    Ribeiro, op. cit.
  • 226
    Vasconcellos, op. cit.
  • 227
    Crochet, op. cit.
  • 228
    Ibid.
  • 229
    Ibid.
  • 230
    Vasconcellos, op. cit.
  • 231
    Crochet, op. cit.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Nov 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    09 Dez 2021
  • Aceito
    09 Set 2022
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