EDITORIAL
Eletroconvulsoterapia: critérios e recomendações da Associação Mundial de Psiquiatria
Neste número, publicamos os critérios e as recomendações da Associação Mundial de Psiquiatria (WPA) para as indicações e o uso da eletroconvulsoterapia (ECT). O trabalho foi escrito por Mohamed Abou Salleh, Ioannis Papakostas, Ioannis Zervas e George Christodoulou e publicado no periódico Science and Care Bulletin, da WPA, no exemplar de janeiro-março de 2004. Agradecemos à WPA e aos autores do trabalho, que autorizaram a publicação da tradução em português na Revista de Psiquiatria Clínica. Com isso, visamos ampliar o alcance deste documento sobre a ECT, para orientar nossos leitores e estimulá-los à discussão sobre um possível consenso para o uso dessa estratégia eficaz no tratamento de alguns quadros neuropsiquiátricos. Além disso, tenho a impressão de que o texto está formulado com tal clareza que cópias dele podem ser usadas para informar familiares e pacientes que se submeterão ao tratamento.
O estranho caso do Dr. Edmund Forster e Adolf Hitler
No último número da Revista, publicamos o artigo de Gerhard Köpf sobre a Cegueira histérica de Adolf Hitler (vol. 33; no 4: pp. 218-224, 2006). A partir daquele trabalho, entrei em contato com o livro The man who invented Hitler: the making of the Führer, escrito pelo neuropsicólogo inglês David Lewis (Headline Book Publishing, Londres, 2003).
Neste livro, o Dr. Lewis documenta o resultado de suas pesquisas históricas para desvendar o impacto que o tratamento de Hitler, em 1918, pelo psiquiatra Edmund Forster, pode ter tido no destino daquele que viria a ser o Führer da Alemanha na década seguinte. A leitura fascinante, repleta de detalhes e embasamento histórico, nos dá também uma visão da psiquiatria daquela época. Durante a leitura, entrei em contato direto com o Dr. Lewis, que se prontificou em escrever exclusivamente para a Revista de Psiquiatria Clínica o artigo O estranho caso do Dr. Edmund Forster e Adolf Hitler, o qual publicamos neste volume. Esse artigo seguramente completa e amplia o alcance da informação histórica sobre o tema.
David Lewis nasceu em 1952 na França, tendo vivido também nos Estados Unidos e na Inglaterra. É doutor em psicologia pela Universidade de Sussex, Inglaterra. Faz pesquisa em neuropsicologia, estudando a atividade cerebral sob diferentes condições. Seu interesse em neurociência surgiu durante o seu magistério nas disciplinas de psicologia clínica e psicopatologia na Universidade de Sussex, nos anos de 1980. Recebeu inúmeros prêmios científicos e é membro de importantes associações, como a British Psychological Society e a New York Academy of Science. Além disso, David Lewis é um especialista sobre a história da prática psiquiátrica da Primeira Guerra Mundial. Nesse contexto, iniciou suas pesquisas a respeito do Dr. Edmund Forster e seu envolvimento com Adolf Hitler, mantendo um site na internet sobre este tema (www.dredmundforster.com).
Wagner F. Gattaz
Editor
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
21 Nov 2006 -
Data do Fascículo
2006
