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Método multicritério ELECTRE IV-H para priorização de atividades em projetos

Resumos

Este trabalho está relacionado ao problema de priorização de atividades em projetos de construção. A questão básica a ser tratada é o meio pelo qual pode ser realizada uma priorização das diversas atividades que ocorrem em paralelo em projetos de construção, à luz de múltiplos critérios. Devido às características intrínsecas do problema, foi desenvolvido um método multicritério ELECTRE IV-H, baseado no método ELECTRE IV, apresentando uma nova abordagem para determinação das relações de sobreclassificação. Portanto, este trabalho apresenta uma proposta para lidar com problemas de priorização de atividades em projetos de construção considerando a dificuldade de obtenção de informações para estruturação do problema de decisão, isto é, quando os decisores não podem estabelecer a importância relativa entre os critérios.

decisão multicritério; ELECTRE; priorização; projetos de construção


This paper deals with activities prioritization of construction projects. The key question is related to the establishment of activities prioritization procedure in a multiple-project view, considering multiple criteria. Taking into account particular aspects of this problem, a new multicriteria method ELECTRE IV-H (based on ELECTRE IV method) was developed as a new approach to build an outranking relation. Thus, this paper presents this new proposed method to evaluate activities prioritization problem in construction projects, considering the difficulty of obtaining information during the structuring of the decision problem, i.e., when decision-makers can not establish the relative importance among criteria.

multicriteria decision aid; ELECTRE; prioritization; construction project management


Método multicritério ELECTRE IV-H para priorização de atividades em projetos

Caroline Maria de Miranda MotaI; Adiel Teixeira de AlmeidaII , * * Corresponding author / autor para quem as correspondências devem ser encaminhadas

IUniversidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife – PE, carolmm@ufpe.br

IIUniversidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife – PE, aalmeida@ufpe.br

RESUMO

Este trabalho está relacionado ao problema de priorização de atividades em projetos de construção. A questão básica a ser tratada é o meio pelo qual pode ser realizada uma priorização das diversas atividades que ocorrem em paralelo em projetos de construção, à luz de múltiplos critérios. Devido às características intrínsecas do problema, foi desenvolvido um método multicritério ELECTRE IV-H, baseado no método ELECTRE IV, apresentando uma nova abordagem para determinação das relações de sobreclassificação. Portanto, este trabalho apresenta uma proposta para lidar com problemas de priorização de atividades em projetos de construção considerando a dificuldade de obtenção de informações para estruturação do problema de decisão, isto é, quando os decisores não podem estabelecer a importância relativa entre os critérios.

Palavras-chave: decisão multicritério; ELECTRE; priorização; projetos de construção.

ABSTRACT

This paper deals with activities prioritization of construction projects. The key question is related to the establishment of activities prioritization procedure in a multiple-project view, considering multiple criteria. Taking into account particular aspects of this problem, a new multicriteria method ELECTRE IV-H (based on ELECTRE IV method) was developed as a new approach to build an outranking relation. Thus, this paper presents this new proposed method to evaluate activities prioritization problem in construction projects, considering the difficulty of obtaining information during the structuring of the decision problem, i.e., when decision-makers can not establish the relative importance among criteria.

Keywords: multicriteria decision aid; ELECTRE; prioritization; construction project management.

1. Introdução

Este trabalho apresenta um modelo de decisão multicritério desenvolvido para apoiar o processo de gestão de projetos de construção (empreendimentos). A gestão de projetos é reconhecida como uma disciplina que é amplamente estudada por associações, como o PMI (Project Management Institute) e a IPMA (International Project Management Association), além de associações em geral relacionadas à Engenharia de Produção.

A gestão de projetos abrange as fases de planejamento, que ocorre antes de se iniciar o desenvolvimento do projeto; de execução e controle, que englobam o seu desenvolvimento e acompanhamento, e de finalização, que avalia o resultado do projeto junto ao cliente. Na visão de Maylor (2002), o gerenciamento de projetos inclui planejamento, organização, direção, controle de atividades e motivação de pessoal. Maylor (2002) ainda afirma que, atualmente, o gerenciamento de projetos não está rodeado de teorias, mas é praticamente baseado em várias conclusões que têm sido alcançadas de estudos empíricos.

Quando lidamos com a gestão de projetos duas abordagens podem ser adotadas: a visão integrada ou visão localizada. Na visão localizada, cada empreendimento é planejado de forma isolada, sem serem considerados os outros projetos da empresa. Na abordagem integrada, os empreendimentos são gerenciados na visão do conjunto do plano de empreendimentos, isto é, todos os empreendimentos são considerados em conjunto, a serem executados num determinado período. Nesse caso, as estimativas de tempo com base na técnica PERT/CPM são importantes para o estabelecimento dos prazos básicos para as etapas do empreendimento. Esta também é denominada abordagem de múltiplos projetos (Miranda, 2005).

Na visão multi-projetos, é importante que o processo de gestão envolva a priorização de atividades dos projetos da organização com base nos aspectos críticos dos projetos, isto é, daqueles aspectos que contribuem para o insucesso do projeto. Neste caso, faz-se uma ordenação de um conjunto de atividades dos projetos em função da criticidade, em que as primeiras colocadas são aquelas mais críticas, numa visão integrada dos projetos de uma organização.

O problema de gestão de múltiplos projetos pode ser bastante complexo. Além das dificuldades inerentes a cada projeto, soma-se o problema de integrar a gestão do conjunto de projetos em questão. Na analise de múltiplos projetos a complexidade da decisão aumenta, assim como os atores envolvidos no processo de decisão. Quando se considera um plano de projetos de uma organização, cada departamento tem prioridades diferentes em função de suas necessidades específicas. As decisões, nesse caso, devem considerar esses aspectos.

Os problemas de decisão em gestão de projetos têm um contexto bem específico. Essas decisões não são estáticas, isto é, elas mudam, constantemente, durante o ciclo de vida dos projetos. O processo de planejamento e controle de projetos é iterativo, após o início da execução do projeto, pode ser necessário fazer alguns ajustes na programação proposta, ou seja, é preciso fazer um replanejamento, como representado na Figura 1. Isso é devido à natureza incerta dos projetos.


O processo de execução e controle de projetos envolve, além do processo de acompanhamento e controle propriamente dito, um processo de reavaliação e ajustes que implica o replanejamento do projeto ao longo do processo de implementação.

A priorização de atividades em projetos é importante, pois não é possível gerenciar e monitorar todas as atividades dos projetos com a mesma atenção. Algumas atividades estão mais sujeitas a sofrerem alterações durante a execução do que outras e o gerente dos projetos deve dedicar um maior esforço no monitoramento e controle dessas atividades. Essas decisões de priorização são, então, tomadas repetidamente durante cada fase do projeto. Em outras palavras, a cada etapa do projeto um conjunto de atividades deve ser priorizado e isso irá se repetir diversas vezes durante o ciclo de vida do projeto.

A priorização das atividades do plano de empreendimentos de construção de uma organização em função da criticidade deve considerar diversos fatores, a depender do problema. Exemplos típicos de fatores são: o custo da atividade, a variabilidade da duração, a influencia do clima, mobilização de recursos, necessidade de pessoal qualificado, segurança, dentre outros (Miranda & Almeida, 2002).

Esse processo de gestão de empreendimentos pode ser suportado por métodos de apoio multicritério a decisão, envolvendo o estudo dos aspectos críticos dos projetos, isto é, gerenciar as atividades em função de outros aspectos além do tempo, tais como priorizar atividades de baixa segurança, alto custo, dentre outros aspectos que sejam relevantes para o gerente.

O estudo dos métodos multicritério, para tratar o problema de priorização de atividades em projetos, refletiu na mesma conclusão: precisava-se de uma abordagem simples, de fácil utilização e entendimento por parte dos gerentes dos empreendimentos. Nesse tipo de problema o modelo de decisão deve ser aplicado periodicamente com o objetivo de ordenar as atividades do plano de empreendimentos da organização e para considerar as variações nos desempenhos das atividades durante o ciclo de vida dos projetos.

Para atingir dado objetivo, foi desenvolvido, um novo método multicritério chamado ELECTRE IV-H, que permite ordenar um conjunto de atividades em situações em que é difícil definir uma relação de importância entre os critérios considerados e quando esses critérios são expressos em escalas ordinais.

Este trabalho está organizado da seguinte forma: o item 2 apresentada uma breve descrição sobre métodos multicritério de apoio a decisão, com ênfase na família ELECTRE. Em seguida faz-se uma explanação sobre o método ELECTRE IV, a fim facilitar a apresentação do novo método proposto. Logo após, é feita a apresentação dos fundamentos do ELECTRE IV-H, destacando suas vantagens em relação ao ELECTRE IV. O item 4 apresenta um estudo de casos em que o ELECTRE IV-H é aplicado ao problema de priorização de atividades em projetos de construção de subestações elétricas. Ao final, faz-se um fechamento do trabalho, destacando-se as principais contribuições.

2. Métodos Multicritério de Apoio a Decisão

Os métodos de decisão multicritério podem ser classificados de diversas formas. Neste trabalho, é considerada a visão de Roy (1996), em que os métodos multicritério podem ser divididos em três grandes abordagens, relativamente aos princípios de modelagem de preferências:

  • Abordagem do critério único de síntese: consiste em agregar diferentes pontos de vista dentro de uma única função de síntese, que pode ser posteriormente otimizada. Nesse caso, devem-se analisar as condições de agregação da função e de construção do modelo. Como exemplo cita-se a Teoria da Utilidade Multiatributo (Keneey & Raiffa, 1976; Almeida, 2005).

  • Abordagem da Sobreclassificação (ou subordinação – termo em inglês: outranking): inspirada na Escola Francesa, essa família apóia, em primeiro lugar, a construção de uma relação de Sobreclassificação, que representa as preferências estabelecidas pelo decisor. O segundo passo consiste em explorar a relação de Sobreclassificação de tal forma que ajude o decisor a resolver o seu problema. Exemplos são os métodos da família ELECTRE (Roy, 1996; Belton & Stewart, 2002).

  • Abordagem do julgamento Interativo: são métodos que utilizam a abordagem de tentativas e erros e estruturas de programação matemática multiobjetivo (Clímaco et al., 2003).

De acordo com Vincke (1992), os métodos de apoio multicritério a decisão ajudam o decisor a solucionar problemas complexos de decisão, nos quais são considerados vários pontos de vista, freqüentemente contraditórios, em que o aumento do nível de um pode vir acompanhado do decréscimo de outros.

2.1 Métodos de Sobreclassificação - Família ELECTRE

Os métodos de Sobreclassificação fundamentam-se na construção de uma relação de sobreclassificação que incorpora as preferências estabelecidas pelo decisor diante dos problemas e das alternativas disponíveis.

Dentre os métodos de Sobreclassificação destacam-se os métodos da família ELECTRE (Elimination and Choice Translating algorithm), também denominados métodos de subordinação ou prevalência (termo em inglês: outranking), composta pelos métodos ELECTRE I, II, III, IV, IS e TRI.

Os métodos ELECTRE I e ELECTRE II envolvem apenas critérios verdade e são destinados a problemas que envolvem seleção e ordenação de alternativas, respectivamente. Com o desenvolvimento de novos tipos de modelagem de preferências, foram construídos os métodos ELECTRE III, IV, IS e TRI, que inserem na sua estrutura modelagens de preferências mais refinadas. Trata de problemas que são modelados por uma família de pseudocritérios (Vinke, 1992). Os métodos ELECTRE III e IV têm como objetivo ordenar as alternativas da melhor para a pior. O ELECTRE IV por sua vez é destinado a problemas em que não se pode introduzir qualquer ponderação nos critérios.

O ELECTRE TRI é um método multicritério de classificação, isto é, um método que aloca alternativas em categorias pré-definidas (P.b). A alocação de uma alternativa a resulta da comparação de a com perfis definidos de limites das categorias. (Mousseau & Slowinski, 1998).

2.2 Métodos Multicritério com Informação Parcial

Atualmente, os estudos sobre métodos multicritério têm enfatizado a construção de modelos com informação parcial (Dias & Clímaco; 1999; Dias et al., 2002; Jacquet-Lagreze & Siskos, 2001; Mousseau & Dias, 2004). Esses modelos são justificados pela dificuldade, por parte do decisor, de se estabelerecem os pesos dos critérios e permitem análises mais refinadas do problema. Nesses casos, o decisor precisa estabelecer, pelo menos, uma ordenação dos critérios.

Os modelos com informação parcial são, em sua maioria, baseados na construção da relação de sobreclassificação (ou subordinação). Ressalta-se o algoritmo VIP Analysis, proposto por Dias & Clímaco (2000), que considera uma agregação aditiva dos critérios. Nesse caso específico, deve-se tomar cuidado ao estabelecer a ordenação inicial dos pesos, pois os pesos, nos modelos aditivos, têm a noção de taxa de substituição, representando a compensação entre os critérios.

Por outro lado, os modelos com informação parcial com base nos métodos de sobreclassificação, geralmente, são mais complexos devido à sua característica não-compensatória. Nesses casos, a verificação da discordância não é considerada, ou é considerada como uma aproximação da definição conceitual.

O método ELECTRE IV, como apresentado anteriormente, foi desenvolvido para tratar casos em que não se pode definir os pesos dos critérios, nem mesmo é considerada uma ordenação deles. Sua estrutura é diferente, pois não calcula índices de concordância e discordância. As relações de sobreclassificação são estabelecidas por referência direta às alternativas. Dessa forma, o método permite o uso de escalas puramente ordinais. Entretanto, a estrutura do método ELECTRE IV foi elaborada para tratar, especificamente, o problema de planejamento urbano apresentado em Hugonnard & Roy (1984).

Um problema em reaplicar o ELECTRE IV em outros problemas está relacionado a sua estrutura rígida com relação ao estabelecimento das relações de sobreclassificação. O decisor não pode escolher o nível de exigência para formar essas relações.

3. ELECTRE IV-H: Nova proposta baseada no ELECTRE IV

O método ELECTRE IV-H foi desenvolvido com o intuito de apoiar o processo de priorização de atividades em projetos, sendo adequado aos casos em que não se pode considerar os pesos dos critérios e, em outros casos, quando há apenas critérios representados por escalas ordinais.

O novo método ELECTRE IV-H, baseado no ELECTRE IV (motivo da escolha do nome), tem a intenção de modificar a forma como as relações de sobreclassificação são estabelecidas, de modo a oferecer maior flexibilidade e interação do decisor nas etapas de construção e investigação do problema. O método ELECTRE IV é bastante rígido e não oferece muita interação com o decisor. No entanto, a modificação proposta não foge aos princípios da modelagem da família ELECTRE.

De acordo com Roy (1996), a família ELECTRE baseia-se numa lógica não-compensatória, com poder de veto, usando as noções de concordância e discordância para estabelecer a relação de sobreclassificação entre duas alternativas. Para validar a afirmação aSb (a é pelo menos tão boa quanto b), devem ser verificadas duas condições: concordância: para uma sobreclassificação aSb ser aceita, a maioria dos critérios devem estar a favor da afirmação aSb; e não-discordância: quando a condição de concordância não for atendida, nenhum dos critérios deve opor-se à afirmação aSb.

Na modelagem de pseudocritério, em que existe a preferência fraca (Q), os princípios de concordância e discordância intra-critério são estabelecidos da seguinte forma:

Índice de concordância parcial no critério j cj(a, b) "j Î F:

- a é pelo menos tão bom quanto b (de acordo com o critério j) se não há, sequer, uma fraca preferência de b por a. O valor do índice de concordância é 1.

- De outro lado, se b é estritamente preferível a a (em j), então a definitivamente não sobreclassifica b (de acordo com o critério j), isto é, cj(a, b) = 0.

- Quando a alternativa b é fracamente preferível, mas não estritamente preferível a a, então a evidência fica ambígua, e o valor do índice de concordância recai entre 0 e 1.

A Figura 2 ilustra a definição do índice de concordância cj(a, b), para o caso em que os limiares de preferência p e indiferença q são constantes.


Índice de discordância dj(a, b) "j Î F:

- a sobreclassificação de b por a é vetada (a não S b) se a performance de b exceder a de a por uma quantidade maior que o limiar de veto. Roy & Hugonnard (1984) sugerem que o limiar de veto seja duas vezes o limiar de preferência.

As relações intracritérios são definidas pelos índices de concordância parcial e de discordância. Quando se considera a relação intercritério, o estabelecimento da relação de sobreclassificação deixa de ser trivial.

A construção do ELECTRE IV-H requer a definição das novas relações de sobreclassificação forte e fraca. Essas relações devem estar baseadas nos princípios da concordância e discordância descritos acima. Suponha-se a seguinte notação:

NP (a,b) = número de critérios em que aPb

NQ (a,b) = número de critérios em que aQb

NI (a,b) = número de critérios em que aIb

N = NP (a,b) + NQ (a,b) + NI (a,b) + NQ (b,a) + NP (b,a) = número total de critérios

Segundo a definição do índice de concordância, quando bPa ocorre em um critério j, então a não sobreclassifica b nesse critério. Por outro lado, quando bQa ocorre em um critério j, então a sobreclassificação de a por b, no critério j, fica ambígua. Assim, numa visão mais restritiva e considerando-se o todo o conjunto de critérios, caso ocorra, em pelo menos um critério, a relação bPa, então a não sobreclassifica b e, caso ocorra, em pelo menos um critério, a relação bQa, então será necessária mais informação para definir a sobreclassificação de a por b.

3.1 Sobreclassificação Forte - aSFb

Diante do que foi exposto acima, fica claro que, numa visão mais restritiva da relação de sobreclassificação, a primeira condição para que a sobreclassifique fortemente b é que, para todos os critérios, não ocorra bPa. Isso pode ser escrito da seguinte forma:

Diferente da primeira condição, as condições seguintes para se definir a relação de sobreclassificação forte não podem ser estabelecidas diretamente. Esse é o caso de quando ocorre a relação bQa. Para estabelecer as regras necessárias para se verificar essa relação, é preciso reanalisar os conceitos de concordância e discordância nos quais a relação de sobreclassificação é baseada.

Pela definição do índice de concordância parcial, a sobreclassificação de b por a (aSb) é verificada, com certeza, quando existe aPb ou aQb ou aIb, e duvidosa quando existe bQa. Assim, por essa definição podemos dizer que: os critérios em que existem as relações aPb ou aQb ou aIb contribuem totalmente para validar a afirmação aSb, os critérios em que existe bQa podem contribuir para validar a afirmação aSb, e os critérios em que bPa existe não validam essa afirmação.

(1) se aPb ou aQb ou aIb ® contribuem totalmente para validar aSb

(2) se bQa ® tem pouca contribuição (dúvida) para validar aSb

(3) se bPa ® contribui para não validar aSb

Segundo o princípio da concordância uma maioria dos critérios deve estar a favor da afirmação aSb. Então, as condições seguintes devem ser atendidas para ocorrer a sobreclassificação de a por b (aSb):

Os critérios em que ocorre bQa são multiplicados por 0,5 pois representam uma dúvida quanto a sobreclassificação de a por b (ver Figura 2).

Considerando S’F (a,b) = NP (a,b) + NQ (a,b) + NI (a,b) + 0,5*NQ (b,a)

A relação (iii) verifica se o número de critérios a favor de a é maior que o número de critérios a favor de b. Essa relação também é importante para evitar que se formem circuitos entre as duas alternativas a e b, geradas por situações de dúvida entre uma fraca preferência de uma identificada das duas alternativas e indiferença entre elas. Assim:

NP (a,b) + NQ (a,b) + NI (a,b) + 0,5*NQ (b,a) > NP (b,a) + NQ (b,a) + NI (a,b) + 0,5*NQ (a,b), é equivalente a:

Como para primeira condição de sobreclassificação forte NP (b,a) = 0, então:

Considerando-se, SF (a,b) = NP (a,b) + 0,5*NQ (a,b), e SF (b,a) = 0,5*NQ (b,a)

A relação (v) é mais restritiva que a relação (ii), sendo necessário apenas verificar a relação (v).

Para a relação de sobreclassificação forte, não há necessidade de se verificar a discordância entre os pares de alternativas, isso porque se se considera que não ocorre bPa, para todos os critérios, então não pode haver discordância.

Em resumo, a sobreclassificação forte de a por b (aSFb) é definida da seguinte forma:

Também pode ser escrita como:

Devido à ambigüidade e à natureza imprecisa dos dados, quando SF (a,b) > SF (b,a) não necessariamente implicar dizer que a alternativa a é melhor que b. Essa conclusão requer que SF(a,b) seja substancialmente maior que SF(b,a). Assim, sugere-se que a condição (vi) necessária para que uma alternativa a sobreclassifique fortemente uma alternativa b seja, agora, dada por:

em que lF é definido pelo decisor e deve variar entre 1 < lF< N.

aSFb (a sobreclassifica fortemente b) se:

3.2 Sobreclassificação fraca – aSfb

Diferente da relação de sobreclassificação forte, a relação de sobreclassificação fraca de a por b não precisa exigir que não ocorra bPa para todos os critérios. Assim, seguindo a mesma análise realizada para definir a relação de sobreclassificação forte, é preciso verificar os princípios de concordância e discordância.

Segundo o princípio de concordância, uma maioria dos critérios devem estar a favor da afirmação aSb. Então, as seguintes condições devem ser atendidas para ocorrer a sobreclassificação fraca de a por b (aSfb):

Considerando-se, S'f (a,b) = NP (a,b) + NQ (a,b) + NI (a,b) + 0,5*NQ (b,a)

Assim como na análise da relação de sobreclassificação forte, a relação (viii) verifica se o número de critérios a favor de a é maior que o número de critérios a favor de b. Assim:

NP (a,b) + NQ (a,b) + NI (a,b) + 0,5*NQ (b,a) > NP (b,a) + NQ (b,a) + NI (a,b) + 0,5*NQ (a,b), é equivalente a:

Sendo S'f(a,b) = NP (a,b) + 0,5*NQ (a,b) e Sf(b,a) = NP (b,a) + 0,5*NQ (b,a), então:

É necessário apenas verificar a relação (xi) por esta ser mais restritiva que a (viii).

Assim como na relação de sobreclassificação forte, devido à ambigüidade e à natureza imprecisa dos dados, para que a alternativa a seja melhor que b, Sf(a,b) deve ser substancialmente maior que Sf(b,a). Assim, sugere-se que a condição (xi) necessária para que uma alternativa a sobreclassifique fracamente uma alternativa b seja, agora, dada por:

em que lf é definido pelo decisor e deve variar entre 1 < lf < lF.

Para estabelecer a relação de sobreclassificação fraca, é necessário verificar também o princípio da discordância. Para duas alternativas a e b, caso em apenas um critério, a diferença de avaliação de b por a for maior que o veto, então a sobreclassificação de a por b é invalidada. A discordância é verificada pela relação (xii), abaixo.

aSfb (a sobreclassifica fracamente b) se:

Com essa mudança, o decisor tem maior liberdade para definir um modelo mais restritivo ou não, por meio da definição dos limiares de sobreclassificação forte - lF e fraco - lf, estando ainda de acordo com os princípios de sobreclassificação.

Definidas as relações de sobreclassificação forte e fraca, a ordenação das atividades é encontrada por meio do processo de destilação do ELECTRE III. São definidas duas preordens que levam a uma ordem parcial.

Dentro dessa visão, o objetivo do ELECTRE IV-H é propor uma ordem parcial que servirá como guia para a ordenação final feita pelo decisor, o que naturalmente deve ser uma preordem completa.

4. Estudo de Caso

A fim de ilustrar a aplicação do novo modelo, é apresentada a aplicação do ELECTRE IV-H para um problema de construção de subestações elétricas.

4.1 Problema de gestão de projetos com o ELECTRE IV-H: construção de subestações

Neste item é apresentada uma simulação da aplicação do método ELECTRE IV-H ao problema de construção de subestações elétricas.

O estudo de caso refere-se ao processo de planejamento de construção de subestações elétricas, atendendo a múltiplos critérios, envolvendo prazos, custos e aspectos relacionados ao desempenho futuro da organização. O estudo envolve uma visão integrada dos empreendimentos da organização, no entanto, para fins de ilustração é apresentado apenas um empreendimento (Almeida, 2003; Miranda & Almeida, 2003; Almeida et al., 2001; Miranda et al., 2001).

Em geral, o processo de construção de uma subestação elétrica envolve a participação de vários departamentos, tais como o departamento de planejamento, o de operações, o de manutenção, o de automação, o de suprimentos, dentre outros. Esse processo pode, ainda, envolver a participação de outras organizações externas, como um contrato terceirizado para executar parte do empreendimento.

A estruturação do problema envolveu o levantamento dos macroprocessos do projeto, sendo realizado por meio de entrevistas com o gerente geral do projeto, permitindo construir uma estrutura com uma visão geral do empreendimento. Após esse primeiro levantamento, as relações entre os processos levantados foram revisadas com o apoio da equipe do projeto, envolvendo os departamentos de planejamento, de operações, de manutenção, de automação e de suprimentos.

Esse levantamento resultou nos seguintes macroprocessos básicos:

- Planejamento da subestação: no planejamento são considerados os aspectos da qualidade do fornecimento de energia, as exigências ambientais, o crescimento do mercado com a previsão de incremento de novos clientes, além de um plano específico de renovação de equipamentos e instalações, em função dos indicadores de qualidade de energia que se deseja assegurar.

- Projeto da subestação: consiste na elaboração de estudos, desenhos executivos, especificações técnicas, listas de materiais e equipamentos, planilha de custos e quantitativos, cronograma físico-financeiro e demais informações que viabilizam a correta execução da obra.

- Construção da subestação: trata-se do processo de execução das obras com base nos projetos executados na etapa anterior. Esta etapa pode ser realizada por terceiros, porém deve ser controlada, periodicamente, mediante a fiscalização da obediência ao projeto executivo e suas especificações, e no que se refere aos aspectos qualitativos, quantitativos e de segurança do pessoal e das instalações.

- Comissionamento da subestação: corresponde a etapa final da implantação do empreendimento, quando é verificado o cumprimento integral das especificações técnicas e dos projetos executivos na fase de construção. Ao mesmo tempo, esse processo possibilita que as equipes de operação e manutenção se estruturem adequadamente para realizar tais serviços, a partir do momento em que as instalações forem efetivamente energizadas.

- Suprimento da subestação: etapa responsável pela contratação de bens e serviços e pela gestão de materiais.

A definição desses processos permitiu a construção do diagrama do processo global da subestação, que serviu como base para identificação das atividades do projeto em estudo. Essas atividades estão apresentadas nas duas primeiras colunas da Tabela 2.

A programação das atividades foi determinada com apoio da ferramenta Ms Project, a partir do diagrama global dos processos básicos. Foram identificadas 36 atividades para representar o processo de construção de subestações elétricas. As durações médias e relações de precedência foram determinadas a partir da visão dos macroprocessos e mediante a aplicação da técnica PERT.

As estimativas de tempo baseadas na técnica PERT são obtidas por meio de entrevistas com membros da equipe do projeto, sendo definidos os três pontos da distribuição beta que representam, cada um, as estimativas Otimista, Mais Provável e Pessimista. Essas estimativas são baseadas na experiência do pessoal envolvido no projeto.

Os critérios de análise do problema de construção da subestação são apresentados na Tabela 1. Esses critérios foram definidos pelo gerente do projeto.

As avaliações de cada um dos critérios para cada uma das atividades são apresentadas na Tabela 2.

4.1.1 Aplicação do Método ELECTRE IV-H

Inicialmente o método ELECTRE IV-H pode ser utilizado para se ter uma visão geral das atividades mais críticas do empreendimento. As atividades são ordenadas da mais crítica para a menos crítica. Em outras palavras, a aplicação do método ELECTRE IV-H permitirá ordenar as atividades do projeto em função da sua necessidade de maior atenção gerencial, isto é, as atividades posicionadas nas primeiras posições merecem uma atenção especial, podendo ser mais detalhadas as tarefas que compõem essas atividades. Assim, nessa etapa, é interessante que o modelo seja aplicado momento antes de se iniciar a execução das atividades, para que se possam avaliar quais atividades devem ter seu processo de gerenciamento diferenciado.

Em outra etapa, o método ELECTRE IV-H deve ser aplicado periodicamente com o objetivo de ordenar as atividades do plano de empreendimentos da organização e para considerar as variações nos desempenhos das atividades durante o ciclo de vida dos projetos.

Estabelecidos os aspectos críticos da construção de subestações, e determinado os valores de cada uma das atividades nos respectivos critérios, o método ELECTRE IV-H pode ser aplicado na etapa inicial do processo de gestão.

O decisor precisa definir os parâmetros do modelo, que são os limiares de preferência p[gj(a)], indiferença q[gj(a)] e de sobreclassificação lF e lf.

A Tabela 3 apresenta os valores dos limiares de preferência p[gj(a)], indiferença q[gj(a)]e de veto. O limiar de veto é igual a duas vezes o limiar de preferência.

No caso dos critérios qualitativos (mobilização de recursos e impacto no comissionamento), o decisor poderia definir uma tabela com as atividades consideradas indiferentes e preferíveis. No entanto, é apresentado um valor fixo a fim de simplificar a aplicação.

Como análise inicial, foram estabelecidos os valores, lF = lf = 2, no entanto o gerente está livre para variar esses índices e analisar os resultados. Definidos os valores dos parâmetros passa-se a etapa de investigação em que é efetuada a ordenação das atividades críticas.

As Tabelas A3 e A4 do anexoanexo apresentam as alternativas sobreclassificadas fortemente e fracamente, respectivamente.

Pela relação de sobreclassificação forte, a alternativa com a maior qualificação é a A25 (Montagem do MPCC), com qualificação 22. Percebe-se também que essa alternativa não foi sobreclassificada por nenhuma outra, pois sua fraqueza é 0. Isso mostra que essa alternativa é realmente crítica e merece uma atenção especial no gerenciamento de sua execução. Retirando-se essa alternativa do processo, a segunda colocada é a alternativa A15 (Contratação da construção) e, logo em seguida encontra-se a alternativa A10 (Projeto executivo MPCC), como terceira colocada. A quarta posição é formada pelas alternativas A9 (Projeto executivo eletromecânico), A14 (Formalização da aquisição do terreno), A17 (Terraplanagem) e A24 (Equipamentos). Essa equivalência não se desfez pela análise da relação de sobreclassificação fraca. Em resumo, a ordenação descendente para lF = lf = 2, pode ser visualizada na Tabela 4.

A ordenação ascendente apresentou um resultado um pouco diferente. Esse resultado pode ser visualizado na Tabela 5. As atividades A14 (Formalização da aquisição do terreno), A24 (Equipamentos) e A25 (Montagem do MPCC) foram colocadas na primeira posição, estando as três, consideradas equivalentes para esta ordenação. Em seguida, têm-se as atividades: A4 (Escolha do terreno), A13(Aquisição dos componentes) e A15 (Contratação da construção). As atividades A4 e A13 foram posicionadas no 10º e no 13º lugar, respectivamente, na ordenação descendente. Essas duas atividades são sobreclassificadas fortemente apenas pela atividade A25. A atividade A4 sobreclassifica fortemente duas atividades, e a atividade A13 sobreclassifica apenas uma atividade. Assim, essas atividades foram posicionadas diferentemente nas duas ordenações, por haver poucas relações de sobreclassificação entre essas atividades e as outras.

Como resultado final tem-se uma preordem parcial, com a presença de incomparabilidade entre as atividades, como no caso das atividades A14 e A24 que são incomparáveis a A10 e A15; A26 que está melhor colocada que A22, mas ambas são incomparáveis a A2, entre outros casos. Essa incomparabilidade é percebida quando as alternativas não são capazes de sobreclassificar outras e são sobreclassificadas por poucas. Apesar das incomparabilidades, o decisor deve ser capaz de definir uma ordenação final para as primeiras colocadas. Em outros métodos multicritério (modelagem tradicional) a incomparabilidade é tratada como indiferença.

4.1.2 Análise de sensibilidade

Para verificar o comportamento do modelo, procurou-se variar o valor do limiar de sobreclassificação fraco para verificar se algumas equivalências formadas nas ordenações anteriores poderiam ser desmanchadas.

Variando lf de 2 para 1, temos a seguinte ordenação descendente (Tabela 6):

Para um valor menos exigente do limiar de sobreclassificação fraco, apenas a atividade A31 foi diferenciada das atividades A11, A13 e A29, na ordenação descendente.

Para a ordenação ascendente, variando lf de 2 para 1, temos as seguintes diferenças nas equivalências (Tabela 7):

Para um valor menos exigente do limiar de sobreclassificação fraco, na ordenação ascendente, a atividade A4 se diferenciou das atividades A13 e A15, a A30 não ficou mais equivalente a A7 e A22. As atividades A18 e A23 também não ficaram equivalentes e por fim, A11 se diferenciou de A5 e A31.

A análise do problema de gestão para o problema de construção de subestações com o uso do método ELECTRE IV-H mostrou-se coerente com os resultados esperados. Conclui-se que, as duas ordenações estabelecidas pelo novo método provêem mais informações ao decisor, permitindo identificar as atividades de difícil comparação e analisar melhor o problema pela variação dos limiares, relaxando ou restringindo a relação de sobreclassificação fraca.

Nesse caso, cabe ao decisor uma análise final para escolher as atividades que devem ser gerenciadas com mais atenção, definindo um limite de atividades consideradas mais críticas. Isso é necessário porque o resultado do problema é uma ordenação das atividades em função da sua criticidade e não uma seleção das atividades mais críticas.

5. Conclusão

Neste trabalho, foi apresentado um modelo multicritério para tratar o problema de priorização de atividades em projetos por meio da análise dos fatores considerados críticos, numa visão integrada dos empreendimentos. A literatura, por sua vez, apresenta relativamente poucos estudos relacionados ao uso de uma abordagem multicritério para o tratamento da gestão de projetos. Muitos estudos relatam experiências vividas por equipes de projetos relacionados, basicamente, ao contexto de energia elétrica e de construção civil. De uma maneira geral, esses estudos ressaltam as mesmas questões: a necessidade de educação em gestão de projetos e de integração da equipe, permitindo uma boa comunicação entre os membros.

Os aspectos críticos do projeto variam de projeto para projeto e devem ser avaliados de forma a identificar as atividades que apresentam maior chance de falhar, sendo essas as atividades realmente críticas. Devido ao longo período de vida dos projetos, as incertezas aumentam e, consequentemente, as falhas tendem a ocorrer com maior freqüência. Dessa forma, o monitoramento, por meio da identificação das atividades críticas, e replanejamentos necessários durante a execução dos projetos podem contribuir de forma mais realista para o tratamento da incerteza na gestão de projetos.

O método multicritério ELECTRE IV-H foi desenvolvido para tratar este problema de priorização de atividades em projetos, onde se considera a dificuldade dos gerentes em se estabelecer os pesos dos critérios.

Recentemente, as aplicações de modelos multicritério têm relatado essa dificuldade de estabelecimento da importância relativa entre critérios, o que resultou em vários estudos dedicados ao tema (Dias & Clímaco, 1999; Dias et al., 2002; Jacquet-Lagreze & Siskos, 2001; Mousseau & Dias, 2004).

O método ELECTRE IV-H foi aplicado ao problema de construção de subestações elétricas, envolvendo, no processo de decisão, vários departamentos da organização. O resultado da aplicação de tal método mostrou-se coerente e permitiu analisar de forma mais criteriosa o processo de gestão de empreendimentos.

O modelo desenvolvido para o planejamento e gestão de empreendimentos requer envolvimento de toda a equipe do projeto e uma integração dos órgãos da empresa. A aplicação do modelo consome tempo e energia da equipe e requerem uma grande dedicação para atualização das informações e realização das constantes avaliações. Nesse sentido, o desenvolvimento de sistemas de apoio a decisão e sistemas de integração para facilitar a comunicação entre as equipes é fundamental para aplicação do modelo proposto.

O método ELECTRE IV-H pode ser adaptado para aplicação noutros contextos, sendo destinado a problemas de ordenação com informação parcial, com o objetivo de aumentar a interação do decisor na construção e exploração das relações de sobreclassificação.

Agradecimentos

Este trabalho foi desenvolvido com o apoio do CNPq.

(2) Almeida, A.T. de (2003). Processo de Planejamento e Gestão de Empreendimentos com Avaliação Multicritério. Relatório do Projeto RHAE/CNPq.

(3) Almeida, A.T. de (2005). Modelagem Multicritério para Seleção de Intervalos de Manutenção Preventiva Baseada na Teoria da Utilidade Multiatributo. Pesquisa Operacional, 25(1), 69-81.

(4) Almeida, A.T. & Costa, A.P.C.S. (2003). Aplicações com Métodos Multicritério de Apoio a Decisão. Livro Organizado, Ed. Universitária, Recife, v.XIV.

(5) Belton, V. & Stewart, J. (2002). Multiple Criteria Decision Analysis – an Integrated Approach. Kluwer Academic Publishers, London.

(6) Clímaco, J.N.; Antunes, C.H. & Alves, M.J.G. (2003). Programação Linear Multiobjectivo: do modelo de programação linear multiobjectivo à consideração explicita de várias funções objectivo. Imprensa da Universidade de Coimbra.

(7) Dias, L.C. & Clímaco, J.N. (1999). On computing ELECTRE’s credibility indices under partial information. Journal of Multi-Criteria Decision Analysis, 8(2), 74-92.

(8) Dias, L.C. & Clímaco, J.N. (2000). Additive aggregation with variable interdependent parameters: the VIP analysis software. Journal of the Operational Research Society, 51, 1070-1082.

(9) Dias, L.C.; Mousseau, V.; Figueira, J. & Clímaco, J. (2002). An aggregation/ disaggregation approach to obtain robust conclusions with ELECTRE TRI. European Journal of Operational Research, 138(2), 332-348.

(10) Gomes, L.F.A.M.; Gomes, C.F.S. & Almeida, A.T. de (2002). Tomada de Decisão Gerencial: enfoque multicritério. Atlas, São Paulo.

(11) Hugonnard, J. & Roy, B. (1984). Ranking of suburban line extension projects for the Paris metro system by multicriteria method. Transportation Research, 16, 301-312.

(12) Jacquet-Lagreze, E. & Siskos, Y. (2001). Preference disaggregation, 20 years of MCDA experience. European Journal of Operational Research, 130(2), 233-245.

(13) Jüngen, F.J. & Kowalczyk, W. (1995). An Intelligent interactive Project Management Support System. European Journal of Operations Research, 84(1), 60-81.

(14) Keeney, R.L. & Raiffa, H. (1976). Decision with Multiple Objectives: Preferences and Value Trade-offs. John Wiley & Sons.

(15) Maylor, H. (2002). Project Management. Paperback, July.

(16) Miranda, C.M. & Almeida, A.T. (2003). Gestão de Empreendimentos de Construção Civil com Avaliação Multicritério. In: Qualidade e Inovação em Serviços: Contribuições da Engenharia de Produção. Universitária, Recife, 23-43.

(17) Miranda, C.M. (2005). Modelagem multicritério em gerenciamento de projetos. Recife, 2005. Tese (Doutorado), Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção.

(18) Miranda, C.M.; Ferreira, R.J.; Gusmão, A.P. & Almeida, A.T. de (2004a). Sistema de apoio a decisão para seleção de atividades críticas no gerenciamento de projetos com avaliação multicritério. Revista Produção on-line, 1-8.

(19) Miranda, C.M.; Alencar, L.H. & Almeida, A.T. de (2004b). Project management based on multicriteria evaluation – selection of critical activities. Review of Business Research, Washington, 01, 01-11.

(20) Miranda, C.M. & Almeida, A.T. de (2002). Seleção de Atividades Críticas em Projetos com Avaliação Multicritério. XXXIV Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional, Rio de Janeiro, 1-14.

(21) Mousseau, V. & Slowinski, R. (1998). Inferring an ELECTRE TRI Model from Assignment Examples. Journal of Global Optimisation, 12, 157-174.

(22) Mousseau, V. & Dias, L. (2004). Valued outranking relations in ELECTRE providing manageable disaggregation procedures. European Journal of Operational Research, 156, 467-482.

(23) Roy, B. (1978). ELECTRE III: Algorithme de Classement Basé Sur Une Représentation Floue Des Préférences en Présence de Critères Multiples. Cahiers du CERO, 20(1), 3-24. Apud Vincke (1992).

(24) Roy, B. (1996). Multicriteria Methodology Goes Decision Aiding. Kluwer Academic Publishers.

(25) Roy, B. (1996). Multicriteria Methodology for Decision Aiding. Kluwer Academic Publishers, Netherlands.

(26) Vincke, P. (1992). Multicriteria decision-aid. Wiley, Bruxelles.

Recebido em 04/2006; aceito em 05/2007 após 1 revisão

Received April 2006; accepted May 2007 after one revision

ANEXO

A1. Aplicação do ELECTRE IV e ELECTRE IV-H para o problema de planejamento urbano.

O problema apresentado por Roy & Hugonnard (1984) consiste em ranquear (ordenar) 12 possíveis extensões do sistema de metrô de Paris. A Tabela A3 apresenta as possíveis alternativas e os seis critérios de avaliação do problema. Dois dos critérios considerados, G5 e G6, são puramente qualitativos, de tal forma que o valor das alternativas nesses critérios representa o número na ordenação de 1 a 12, em ordem decrescente de interesse das alternativas. Os limiares de preferência e indiferença considerados também estão apresentados na Tabela A4. O limiar de veto é igual a duas vezes o limiar de preferência.

A1.1. Resultado da aplicação com o ELECTRE IV

A aplicação do ELECTRE IV resultou nas duas preordens que podem ser visualizadas na Figura A2.


A1.2. Resultado da aplicação com o ELECTRE IV-H

Para a aplicação do novo modelo e cálculo das relações de sobreclassificação os limiares lF e lf foram como definidos inicialmente como lF = lf = 1,5. Pela definição do modelo lF deve ser maior que 1 e menor que o número de critérios, isto é, menor que 6 e lf deve ser menor ou igual a lF. As Tabelas A5 e A6 apresentam as relações de sobreclassificação forte e fraca.

O resultado da aplicação do ELECTRE IV-H para lF e lf = 1,5, na destilação descendente, não considerou uma equivalência entre a alternativa 10 e as alternativas 13N e 13s, como no caso do ELECTRE IV (ver Figura A2). Já na destilação ascendente, não foi verificada equivalência entre as alternativas 4 e 7s, ficando a alternativa 7s em posição prioritária em relação à 4. O resultado das duas preordens do ELECTRE IV-H pode ser visualizado na Figura A3.


O resultado final será uma preordem parcial, com a presença de incomparabilidade entre as alternativas, como é o caso das alternativas 1 e 8.

  • (1) Almeida, A.T. de; Santos, R.B. & Miranda, C.M.G. de (2001). Choices In Project Management Based On Multicriteria Aid. In: INFORMS International Conference, Hawaii.

anexo

  • *
    Corresponding author / autor para quem as correspondências devem ser encaminhadas
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Set 2007
    • Data do Fascículo
      Ago 2007

    Histórico

    • Aceito
      Maio 2007
    • Recebido
      Abr 2006
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