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Alceu Lemos de Castro (13/XI/1920 - 27/IX/1988)

NECROLÓGIO

Alceu Lemos de Castro (13/XI/1920 - 27/IX/1988)

Maria Margarida Gomes Corrêa; Iva Nilce da Silva Brum; Idalina Maria Brasil Lima

Professoras Adjuntas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Departamento de Invertebrados, Setor de Carcinologia

Para grande pesar da comunidade científica, faleceu no Rio de Janeiro em 27/IX/1988, Professor Alceu Lemos de Castro, o mais antigo e conceituado carcinólogo do país, vitimado por um fulminante enfarte do miocárdio.

Admitido no Museu Nacional, por concurso, em 1945, como Naturalista Auxiliar do Quadro Permanente do MEC, dedicou-se ao estudo dos crustáceos, em geral, especializando-se em isópodes terrestres e cavernícolas.

Por seus méritos foi bolsista da Guggenheim Memorial Foundation de New York, no período 1957-1958 quando desenvolveu estudos sobre crustáceos em diversos museus americanos, tendo sido em 1958 Pesquisador Associado da Universidade da Califórnia (Davis, USA).

Um dos pioneiros no Brasil no estudo dos crustáceos, preocupou-se com a formação de especialistas tendo formado trés pesquisadores docentes da UFRJ, que darão prosseguimento às suas pesquisas no Museu Nacional, além de ter orientado inúmeros estagiários e pós-graduandos. A maioria dos carcinólogos conhecidos no país recebeu diretamente seus valiosos ensinamentos.

Implantou, junto com o Professor Newton Dias dos Santos, o Curso de Pós-Graduação em Zoologia (Mestrado) no Museu Nacional da UFRJ. Foi Coordenador do Curso de 1971 a 1978, não medindo esforços para lhe dar continuidade, obter credenciamento do CFE e, manter o Curso em bom conceito junto à CAPES. Era docente, responsável por disciplinas e membro da Comissão Coordenadora do Curso.

Participou ativamente de Comissões internas e externas à UFRJ para credenciamento de cursos de graduação e a nível de mestrado e doutorado de inúmeras universidades brasileiras.

Orientou direta ou indiretamente várias dissertações e teses de carcinólogos de diferentes Estados do Brasil.

A coleção carcinológica do Museu Nacional, uma das maiores do mundo, deve grande parte de seu acervo a inúmeroas excursões que para tal fim realizou em todo o território nacional.

Desempenhou importantes funções de consultoria para numerosas revistas brasileiras e estrangeiras (Advisory Editor of Crustaceana, a International Journal of Crustacea Research) como também para órgãos como Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Conselho de Ensino para Graduados e Pesquisa (CEPG) no qual, ultimamente era representante do Museu Nacional.

Foi Membro fundador da Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ), e da Sociedade Brasileira de Carcinologia (SBC), tendo desempenhado funções junto à Diretoria.

Como produto de seus inúmeros estudos e projetos, legou à Ciência um grande número de trabalhos publicados em revistas mundialmente reconhecidas que, somados a todas as suas atividades, o projetaram ao nível dos mais respeitados nomes da comunidade científica nacional e internacional.

A Carcinologia brasileira perdeu seu Mestre mais antigo, seu Mestre Maior, mas ficou seu legado para posteridade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Ago 2009
  • Data do Fascículo
    1988
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