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Mamíferos do Parque Florestal Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil

Resumo

Durante um período de 29 meses consecutivos foram realizados inventários de mamíferos em habitais de floresta nativa e exótica, além de área de campo, todos situados no Parque Florestal Estadual do Rio Doce, localizado na região ocidental da Mata Atlântica no estado de Minas Gerais. Foram registradas para o Parque um total de 60 espécies de mamíferos, distribuídas por 9 ordens, 24 famílias e 49 gêneros. De um esforço total de 64.300 armadilhas-noite, foram realizados 2.129 capturas de pequenos mamíferos não-voadores pertencentes a 20 espécies. Foram também capturadas 14 espécies de quirópteros, representando 12 gêneros e 4 famílias. Em 300 Km de censos diurnos repetidos nas áreas de mata nativa foram registradas 12 espécies de mamíferos de médio e grande porte, além de 14 outras observadas através de meios diversos. Estes dados reforçam a idéia que a mastofauna da Mata Atlântica é bastante diversa. O Parque Estadual Florestal do Rio Doce deve ser considerado como uma das principais áreas para a conservação de fauna desta região e sua proteção deve ser priorizada.


Mamíferos do Parque Florestal Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil

Jody R. StallingsI; Gustavo A. B. da FonsecaI; Luiz Paulo de Souza PintoI; Ludmilla Moura de Souza AguiarI; Eduardo Lima SábatoII

IPrograma de Mestrado em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG

IIDepartamento de Zoologia. Instituto de Ciências Biológicas. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

RESUMO

Durante um período de 29 meses consecutivos foram realizados inventários de mamíferos em habitais de floresta nativa e exótica, além de área de campo, todos situados no Parque Florestal Estadual do Rio Doce, localizado na região ocidental da Mata Atlântica no estado de Minas Gerais. Foram registradas para o Parque um total de 60 espécies de mamíferos, distribuídas por 9 ordens, 24 famílias e 49 gêneros. De um esforço total de 64.300 armadilhas-noite, foram realizados 2.129 capturas de pequenos mamíferos não-voadores pertencentes a 20 espécies. Foram também capturadas 14 espécies de quirópteros, representando 12 gêneros e 4 famílias. Em 300 Km de censos diurnos repetidos nas áreas de mata nativa foram registradas 12 espécies de mamíferos de médio e grande porte, além de 14 outras observadas através de meios diversos.

Estes dados reforçam a idéia que a mastofauna da Mata Atlântica é bastante diversa. O Parque Estadual Florestal do Rio Doce deve ser considerado como uma das principais áreas para a conservação de fauna desta região e sua proteção deve ser priorizada.

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AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer à P. Procópio e L. C. Bedê pela ajuda na coleta dos dados de campo. Também ao Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais que proporcinou acomodação no Parque e, em especial, à administração do Parque, nas pessoas de A. Lopes, H. Silva-Neto e J. Ladeira, que ajudaram nos problemas logísticos diários. Gostaríamos de agradecer também a M. Carleton, K. Creighton, L. Emmons, G. Musser, P. Myers e J. Patton, que generosamente identificaram alguns espécimens de pequenos mamíferos. Este estudo foi financiado pelo Fundo Mundial para a Vida Silvestre (WWF), Programa de Estudos sobre Conservação dos Trópicos (PSTC-University of Florida), Conselho de Pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais, Organização dos Estados Americanos e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Jul 2009
  • Data do Fascículo
    1990
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