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Santiago wittmanni sp. nov. do Peru e notas sobre Eucerini (Hymenoptera, Anthophoridae)

Santiago wittmanni sp. nov. from Peru and notes on Eucerini (Hymenoptera, Anthophoridae)

Resumo

Santiago wittmanni sp. nov. from Canchaque, Huancabamba, Piura, Peru, is described and illustrated. For the first time, the female from Svastrina subapicalis (Brèthes, 1910) and the males of three species from Gaesischia Michener, LaBerge & Moure, 1955, are described.

Anthophoridae; Eucerini; Hymenoptera; Neotropical; taxonomy


Anthophoridae; Eucerini; Hymenoptera; Neotropical; taxonomy

Santiago wittmanni sp. nov. do Peru e notas sobre Eucerini (Hymenoptera, Anthophoridae)1 1 Contribuição número 1394 do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná

Santiago wittmanni sp. nov. from Peru and notes on Eucerini (Hymenoptera, Anthophoridae)

Danúncia Urban

Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. Caixa Postal 19020, 81531-980 Curitiba, Paraná, Brasil. Bolsista do CNPq

ABSTRACT

Santiago wittmannisp. nov. from Canchaque, Huancabamba, Piura, Peru, is described and illustrated. For the first time, the female from Svastrina subapicalis (Brèthes, 1910) and the males of three species from Gaesischia Michener, LaBerge & Moure, 1955, are described.

Key words: Anthophoridae, Eucerini, Hymenoptera, Neotropical, taxonomy.

A identificação de espécimes coletados no Peru levou à descrição de uma espécie nova de Santiago Urban, 1989b, conhecido anteriormente só pela espécie-tipo. Pela primeira vez são dados a conhecer: a fêmea de Svastrina subapicalis (Brèthes, 1910) única espécie conhecida de Svastrina Moure & Michener, 1955; e os machos de três espécies de Gaesischia Michener, LaBerge & Moure, 1955. Na distribuição geográfica, o asterísco indica nova ocorrência.

Santiago wittmanni sp. nov.

Figs 1-2




Figuras 1-6. (1-2) Santiago wittmanni sp. nov.: (1) cabeça e mesosoma do alótipo macho; (2) tergos do holótipo fêmea; (3) Santiago mourei, cabeça e mesosoma do holótipo; (4) Svastrina subapicalis, cabeça da fêmea; (5) Gaesischia glabrata, cabeça do macho; (6) Gaesischia interrupta, tergos do macho.

Diagnose. Quase todo o tegumento e a pilosidade pretos. Cabeça, parte do mesoscuto e das pernas com pêlos brancos (Fig. 1) e, do segundo ao quarto tergo com nódoas arredondadas ou faixas laterais de pilosidade branca densa (Fig. 2); palpos maxilares com seis artículos, os segundo e terceiro quase do mesmo comprimento e os três distais juntos tão longos como a soma do segundo e terceiro; o macho com o clípeo amarelo-pálido orlado com preto junto à sutura epistomal.

Holótipo fêmea. Comprimento aproximado 11,61 mm; comprimento da asa anterior a partir do esclerito costal 8,77 mm, largura da cabeça 4,39 mm. Tegumento preto exceto a metade apical amarelo-dourada nas mandíbulas e o lado ventral das antenas ferrugíneo a partir do quarto flagelômero.

Pilosidade predominante preta, porém branca na cabeça e ao redor do mesoscuto, menos nas proximidades dos lobos pronotais; nas pernas anteriores e medianas com pêlos castanho-amarelados no ápice das tíbias e cerdas castanho-ferrugíneas na face ventral dos tarsômeros; nas tíbias e basitarsos posteriores esbranquiçada, com uma área preto-pilosa junto à placa basitibial; castanho-amarelada nos artículos intermediários e distais dos tarsos. Preta nos tergos, exceto o basal com pêlos brancos esparsos nos lados, segundo tergo (Fig. 2) com dois pares de nódoas láterais brancas arredondadas, as basais mais próximas e em parte encobertas pelo tergo anterior e as apicais mais afastadas uma da outra; terceiro e quarto com faixas látero-apicais de pilosidade branca densa e curta, as do terceiro separadas por uma distância maior que o dobro do comprimento do escapo, mais estreitas e um pouco afastadas do bordo medialmente e, as do quarto tergo com o contorno basal recurvo e quase fundidas no meio, quinto com fímbria branco-creme; tergo distal e os esternos com pêlos pretos, terceiro ao quinto esterno com tufos laterais brancos.

Alótipo macho. Comprimento aproximado 11,09 mm; comprimento da asa anterior a partir do esclerito costal 9,16 mm; largura da cabeça 4,06 mm. Tegumento preto excetuando o disco do labro e quase todo o clípeo amarelo-pálidos, o clípeo com fina orla preta acompanhando a sutura epistomal entre as fóveas tentoriais, a área preta mais larga e triangular junto às fóveas tentoriais; mandíbulas com mácula amarelo-dourada no terço apical; flagelômeros castanhos ventralmente.

Pilosidade como na fêmea, porém com pêlos brancos em parte dos fêmures, tíbias e tarsos anteriores, ápice das tíbias e nos tarsos medianos e posteriores, nestes com mescla de brancos e pretos; tergo basal com pêlos brancos nos cantos; flancos do segundo e terceiro com máculas brancas arredondadas, as máculas do segundo basais e as do terceiro subapicais; quarto e quinto tergos com faixas laterais brancas separadas por distância maior que o dobro do comprimento do escapo; nos esternos enegrecida com tufos laterais brancos.

Basitarsos posteriores com projeção arredondada na extremidade posterior, ultrapassando a articulação com o tarsômero seguinte.

Variação. Um parátipo fêmea com pilosidade preta no vértice, em quase todo o mesoscuto e com redução no tamanho das nódoas brancas do segundo tergo.

Holótipo fêmea. Peru, Piura: Huancabamba, Canchaque, coletado por Weigend & Dostert em outubro de 1995, em flores de Nasa bicornuta (Weigend) Weigend [Loasaceae]. Alótipo e três parátipos fêmeas com as mesmas etiquetas. Holótipo no Zoologische Staatsammlung Muenchen, Alemanha. Demais parátipos na Coleção de Entomologia Pe. J.S. Moure, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná.

Comentário. Santiago mourei Urban, 1989b, a única outra espécie do gênero, tem a pilosidade predominantemente amarelo-fulva, margem translúcida larga amarelo-fulva nos tergos e cinco artículos nos palpos maxilares sendo que o segundo é distintamente mais longo que os demais; o clípeo do macho tem uma grande mácula amarela apical trilobulada (Fig. 3) e os basitarsos posteriores não têm projeção apical além da articulação com o tarsômero adjacente.

Etimologia. Espécie dedicada ao Dr. Dieter Wittmann do Institut für Landwirtschaftliche Zoologie und Bienenkunde, Universität Bonn, Alemanha.

Svastrina subapicalis (Brèthes, 1910)

Fig. 4

Svastra subapicalis Brèthes, 1910: 305.

Svastrina anaroliata Moure & Michener, 1955: 318.

Svastrina subapicalis; Michener & Moure, 1956: 284. - Urban, 1974: 313 (syn. S. anarolinata [sic]).

Diagnose. Como o macho, a fêmea é reconhecida pela ausência de arólios, pilosidade branca e creme na cabeça, amarelo-fulva predominando no mesosoma, curta e castanha no segundo e terceiro tergos. Placa basitibial sem rebordo liso evidente.

Fêmea. Comprimento 11,68 mm; largura da cabeça 4,45 mm. Tegumento em grande parte preto, antenas castanho-enegrecidas na face dorsal e ferrugíneas na ventral a partir do terceiro flagelômero, tégulas e tarsômeros distais castanho-amarelados, asas translúcidas com as veias enegrecidas, pernas e esternos castanho-escuros.

Pilosidade creme esbranquiçada na cabeça, porém no vértice castanha passando a amarelo-fulva na orla posterior (Fig. 4), branca nas genas; amarelo-fulva no mesosoma passando a esbranquiçada no propódeo; cerdas longas e lisas castanho-enegrecidas na face ventral dos mesepisternos; castanha nas pernas porém branca no lado externo das tíbias anteriores e medianas e, as tíbias posteriores somente com uma estria de pilosidade branca ao longo do comprimento; cerdas finas densamente ramificadas nas escopas tibiais. Creme e alongada no tergo basal, um pouco fulva nos lados; no segundo e terceiro os pêlos castanhos e curtos; quarto tergo com faixa amarela decumbente de pêlos ramificados, a faixa afastada da margem medialmente deixando uma área angulosa com pilosidade castanha; fímbria do quinto tergo castanho-enegrecida no meio e de cor creme nos cantos, a área com pilosidade castanho-enegrecida contornada basalmente com uma fina estria de pêlos creme; nos esternos castanha e formando franjas apicais.

Variação. Uma fêmea coletada em Sta. Rita do Passa Quatro com faixas laterais de pêlos lisos decumbentes e esparsos, amarelo-pálidos no segundo e terceiro tergos.

Distribuição geográfica. Brasil, Minas Gerais, Lagoa Santa; Mato Grosso, Corumbá, *Pantanal; *São Paulo, Sta. Rita do Passa Quatro. Argentina, Formosa, Gran Guardia; Santa Fé, Rosário.

Comentário. Na chave para os gêneros de Eucerini proposta por Michener (2000) a fêmea de Svastrina Moure & Michener, 1955 entra juntamente com Pachysvastra Moure & Michener, 1955 pela ausência de arólios. Embora muito parecidas, podem ser separadas pelos seguintes caracteres: Svastrina tem cerdas lisas e esparsas no premento e nos estípites, os estípites têm um retículo pouco marcado e quase sem pontuação, e o primeiro flagelômero é muito estreito na base e mais longo que o dobro da largura máxima; em Pachysvastra o premento e os estípites têm revestimento denso com cerdas finas, eretas e onduladas ou dobradas na ponta, os estípites são ornados com pontuação forte excetuando uma área alongada discal reticulada, e o primeiro flagelômero é robusto desde a base, aproximadamente tão longo como uma vez e meia sua largura máxima.

Gaesischia glabrata Urban, 1989

Figs 5, 8

Gaesischia (Gaesischia) glabrata Urban, 1989a: 77.

Figuras 7-9. (7) Gaesischia interrupta, sétimo esterno do macho com a face dorsal no lado esquerdo; (8) Gaesischia glabrata, parte do sétimo esterno do macho em vista ventral; (9) Gaesischia interrupta, vista dorsal da genitália. Escala = 0,5 mm.

Diagnose. O macho é caracterizado pelo labro preto, clípeo com mácula amarela trilobulada na metade apical, tergos pretos, o quarto e quinto com faixas brancas denso-plumosas nos lados.

Macho. Comprimento aproximado 10,67 mm; comprimento da asa anterior 7,50 mm; largura da cabeça 3,64 mm. Tegumento preto inclusive no labro, clípeo com faixa subapical amarela trilobulada (Fig. 5); antenas castanho-amareladas ventralmente do segundo flagelômero ao apical e, no lado dorsal castanhas; tégulas castanhas.

Pilosidade creme na cabeça passando a enegrecida no vértice; fulvo-acastanhada no mesoscuto e bordo posterior do escutelo, um pouco mais clara e com pêlos enegrecidos de permeio nos lobos pronotais; castanho-escura no disco do escutelo, metanoto, propódeo e metade dorsal dos mesepisternos; esbranquiçada no restante dos mesepisternos; pernas anteriores com pêlos esbranquiçados mesclados com enegrecidos nos três artículos basais, nas tíbias e tarsos predominam os enegrecidos; nas pernas medianas e posteriores predominam os enegrecidos, as medianas com pêlos brancos nos tarsos, e as posteriores com pêlos brancos nas coxas, parte das tíbias e nos tarsos; cerdas do lado ventral dos basitarsos enegrecidas, porém com uma tonalidade acastanhada nos anteriores. Primeiro tergo com pêlos brancos na base e enegrecidos no disco e ápice; dos demais tergos preta esparsa e fina com faixas pouco conspícuas de pêlos brancos curtos e denso-plumosos, os pêlos brancos nos cantos basais do segundo, formando faixa branca basal muito estreita no terceiro; faixas látero-discais largas no quarto tergo, mais afastadas do bordo dorsalmente, o quinto com faixa larga nos lados e muito estreita no meio; nos dois tergos distais e nos esternos enegrecida, nos esternos os pêlos muito curtos no disco e alongados nos lados formando franjas.

Antenas sem franja pilosa, a esquerda com sulco ao longo do quinto ao oitavo flagelômero e a direita com sulco no sétimo e oitavo; palpos maxilares com cinco artículos; coxa anterior sem espinho apical; fêmur anterior com a face posterior em arco rebaixado, sem carena, com pêlos mais curtos que sua largura máxima; pernas posteriores com o fêmur brilhante no lado ventral, abaulado e com carena posterior; trocanter abaulado, sem carena, com pêlos alongados, mais curtos na porção apical; basitarso mais longo que três vezes sua largura, tão largo no ápice como na base, a face externa lisa sem tufo cerdoso; sexto esterno com carenas laterais fracas, paralelas às bordas e separadas no meio por aproximadamente um diâmetro de ocelo; sétimo esterno com as placas medianas esparsamente pilosas (Fig. 8 ).

Distribuição geográfica. Brasil: Pernambuco: Petrolina; Bahia: Brumado, Vitória da Conquista; *Espírito Santo: São Domingos.

Comentário. Na chave elaborada por Urban (1989a) o macho entra no item 16 junto com Gaesischia hyptidis (Ducke, 1910), a qual difere de G. glabrata por apresentar labro preto, clípeo amarelo, pilosidade creme, densa e curta na base do segundo tergo e na base e no disco dos demais tergos.

Gaesischia interrupta Urban, 1989

Figs 6, 7 , 9

Gaesischia (Gaesischiana) interrupta Urban, 1989a: 90.

Urban (1989a) descreveu somente a fêmea, com três artículos nos palpos maxilares, a qual foi alocada em Gaesischia (Gaesischiana) Michener, Laberge & Moure, 1955, por não possuir espinho coxal nas pernas anteriores e pela predominância de cerdas lisas nas escopas tibiais; entretanto o macho não tem modificações nas pernas posteriores.

Diagnose do macho. Labro e clípeo amarelos, tergos e esternos castanhos com margem translúcida amarelada larga, faixas discais amarelas de pêlos curtos decumbentes do segundo ao último tergo (Fig. 6).

Macho. Comprimento aproximado 10,17 mm; comprimento da asa anterior 8 mm; largura da cabeça 3,80 mm. Tegumento preto, exceto a metade basal das mandíbulas, o labro e clípeo amarelos; flagelômeros castanho-amarelados ventralmente e castanhos no lado dorsal, somente a parte distal do nono flagelômero e os dois apicais pretos; tégulas e pernas castanho-amareladas, coxas e base dos trocanteres enegrecidos; tergos e esternos largamente castanhos com margem translúcida amarelada larga.

Pilosidade branca na cabeça passando a levemente acastanhada no vértice; castanha e margeada com esbranquiçada no mesoscuto e escutelo; esbranquiçada na face ventral do mesosoma, nas pernas e propódeo; os basitarsos com as cerdas amarelo-fulvas na face ventral. Tergo basal com pêlos brancos na base e no disco, margem com pêlos castanhos curtos e nos lados pequenas faixas denso-plumosas amarelas; segundo com faixa discal amarela denso-plumosa estreita e interrompida no meio, com cerdas enegrecidas na faixa marginal, a faixa mais larga no meio; terceiro ao quinto tergo (Fig. 6) com cerdas curtas enegrecidas e faixa discal estreita amarela denso-plumosa, nos lados chegando ao ápice; amarela no sexto e nos flancos do sétimo tergo. Nos esternos predominam os pêlos castanho-claros, formando franja esparsa na margem do terceiro ao quinto, os pêlos esbranquiçados denso-plumosos no disco.

Flagelômeros sem carenas e sem franja pilosa; coxas anteriores sem espinho apical; fêmures anteriores com a face posterior levemente arredondada, brilhante e sem área mate, a pilosidade mais curta que sua largura máxima; nas pernas posteriores o fêmur brilhante no lado ventral e o bordo posterior carenado ao longo do comprimento, trocanter sem carena e com pilosidade alongada, mais curta no ápice; basitarso mais longo que três vezes sua largura máxima, tão largo no ápice como no meio, com pilosidade longa e densa no lado externo e um pouco mais curta no lado interno; sexto esterno sem tufo piloso, com carenas laterais convergentes, separadas no meio por aproximadamente dois diâmetros de ocelo; sétimo esterno com pilosidade longa e plumosa na placa média e nos lobos médio-basais, nestes mais longa que o comprimento dos lobos (Fig. 7 ); gonóstilos capitado-truncados (Fig. 9 ).

Distribuição geográfica. Brasil: Ceará: Barbalha; Bahia: Brumado; *Mato Grosso: Cáceres.

Comentário. Como a fêmea, com três artículos nos palpos maxilares, o segundo alargado e mais longo que o dobro do terceiro. O ocorrência de lobos médio-basais denso-pilosos no sétimo esterno do macho é exclusiva desta espécie. Na chave de Urban (1989a), deve ser feita uma modificação para incluir esta espécie no ítem 3 pelo número de artículos dos palpos maxilares.

Gaesischia rosadoi Urban, 1989

Gaesischia (Gaesischia) rosadoi Urban, 1989a: 81.

Diagnose. Macho com labro e clípeo amarelo-pálidos, cabeça e mesosoma com pilosidade amarelo-palha e franjas curtas nos esternos.

Macho. Comprimento aproximado 8,67 mm; comprimento da asa anterior a partir do esclerito costal 7 mm; largura da cabeça 3,24 mm. Tegumento preto, labro e clípeo amarelo-pálidos, antenas com os flagelômeros ferrugíneos; tarsômeros amarelo-acastanhados; tergos com orla translúcida amarelada.

Pilosidade amarelo-palha na cabeça e mesosoma exceto as genas e na face ventral dos mesepisternos, branco-pilosas. Nos tergos predomina o amarelo-palha, segundo tergo com pêlos curtos e denso-plumosos na base e nas faixas látero-apicais, no restante com pêlos pretos, no terceiro quase inteiramente amarelo-pálida, deixando área triangular mediana revestida com pêlos pretos curtos e esparsos; do quarto ao sexto amarelo-palha, com pilosidade preta na base; flancos do sétimo e nos esternos amarelo-pálida, franjas esternais curtas, os pêlos esparsos.

As antenas incompletas no exemplar estudado, sem sulcos e sem franja nos três flagelômeros basais; coxas anteriores sem espinho apical; fêmures anteriores com a face posterior em arco rebaixado e sem carena, os pêlos pouco mais longos que sua largura máxima; nas pernas posteriores, o lado ventral dos fêmures abaulado com fraca carena posterior, trocanteres abaulados e sem carena distinta, basitarsos tão longos como quatro vêzes sua largura, os lados paralelos e sem tufo piloso na face externa; sexto esterno com as carenas laterais fracas, unidas apicalmente; sétimo esterno com o mesmo padrão de G. glabrata, com as placas médias um pouco mais alargadas distalmente e as laterais com o recorte em arco, no lado externo.

Distribuição geográfica. Brasil: *Rio Grande do Norte: Serra Negra do Norte, Seridó; Paraíba: Germânia/Santa Luzia.

Comentário. Na chave proposta por Urban (1989a) entra no último item juntamente com G. nigra Moure in Urban, 1968, porém difere pelo colorido amarelo-palha do mesosoma e pelas franjas curtas do segundo ao quarto esterno. G. nigra tem pilosidade inteiramente negra ou com áreas esbranquiçadas no mesosoma e a borda desprovida de franja no meio do segundo ao quarto esterno.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Albino Morimasa Sakakibara pelas fotos que ilustram o trabalho e ao Dr. Dieter Wittmann pela doação de espécimens à Coleção de Entomologia Pe. J.S. Moure.

Recebido em 28.X.2002; aceito em 29.IV.2003.

  • Brèthes, J. 1910. Himenópteros Argentinos. Anales del Museo Nacional de Historia Natural de Buenos Aires, Buenos Aires, 20: 205-316.
  • Michener, C.D. 2000. The Bees of the World. Baltimore, John Hopkins University Press, I-XIV+913p.
  • Michener, C.D & J.S. Moure 1956. The generic positions of certain South American Eucerini bees (Hymenoptera, Apoidea). Dusenia, Curitiba, 7 (5): 277-290.
  • Moure, J.S. & C.D. Michener 1955. A contribution toward the classification of neotropical Eucerini (Hymenoptera, Apoidea). Dusenia, Curitiba, 6 (6): 239-331.
  • Urban, D. 1974. O gênero Svastrina Moure & Michener, 1955 (Hymenoptera, Apoidea). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, 34 (3): 309-314.
  • _____. 1989a. Espécies novas e notas sobre o gênero Gaesischia Michener, LaBerge & Moure, 1955 (Hym., Apoidea). Revista Brasileira de Entomologia, São Paulo, 33, (1): 75 - 102.
  • _____. 1989b. Dois gêneros novos de Eucerinae Neotropicais (Hymenoptera, Apoidea). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, 6 (1): 117-124.
  • 1
    Contribuição número 1394 do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Set 2003
    • Data do Fascículo
      Jun 2003

    Histórico

    • Aceito
      29 Abr 2003
    • Recebido
      28 Out 2002
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