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Espongofauna da Área de Proteção Ambiental Meandros do rio Araguaia (GO, MT, TO), Brasil, com descrição de Heteromeyenia cristalina sp. nov. (Porifera, Demospongiae)

Sponge fauna of the protected area of Meandros do Rio Araguaia (GO, MT, TO), Brazil, with description of Heteromeyenia cristalina sp. nov. (Porifera, Demospongiae)

Resumos

A Área de Proteção Ambiental Meandros do rio Araguaia abrange um trecho do rio Araguaia com sua complexa rede de meandros e tributários sazonalmente inundados. Foi realizado um levantamento da fauna de esponjas, visando estabelecer os fundamentos taxonômicos para uma correlação futura com os distintos habitats aquáticos e suas características físicas, químicas, além do conteúdo de espículas em seus sedimentos. As amostragens foram realizadas em seis expedições, quatro em época de águas baixas (2002-2005) e duas em período de águas altas (2004-2005), contemplando 27 estações georreferenciadas. Heteromeyenia cristalina sp. nov. é descrita e incluída na chave apresentada para as esponjas da área da APA.

Amazônia; área protegida; esponjas; habitats aquáticos


The protected area "Meandros do rio Araguaia" encompasses a stretch of the river Araguaia with its complex network of seasonally flooded meanders and tributaries. A survey was undertaken aiming to set the background for a future correlation of the sponge fauna with some of the distinct aquatic habitats and their physical, chemical and productivity characteristics, as well as with the spicule contents in their sediments. The sampling was undertaken at four low (2002-2005) and two high (2004-2005) water periods at 27 GPS referred stations. H. cristalina sp. nov. is described and included in the key for the sponges at the surveyed area.

Amazonian; aquatic habitats; protected area; sponges


Espongofauna da Área de Proteção Ambiental Meandros do rio Araguaia (GO, MT, TO), Brasil, com descrição de Heteromeyenia cristalina sp. nov. (Porifera, Demospongiae)

Sponge fauna of the protected area of Meandros do Rio Araguaia (GO, MT, TO), Brazil, with description of Heteromeyenia cristalina sp. nov. (Porifera, Demospongiae)

Twiggy C. A. BatistaI; Cecília Volkmer-RibeiroII; Maria da Graça G. MelãoIII

IPrograma de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos. Rodovia Washington Luís, km 235, 13565-905 São Carlos, São Paulo, Brasil. E-mail: twiggybat@hotmail.com; twiggy@saude.to.gov.br

IIMuseu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Rua Dr. Salvador França 1427, 90690-000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Bolsista PQ do CNPq. E-mail: cvolkmer@fzb.rs.gov.br

IIIDepartamento de Hidrobiologia, Universidade Federal de São Carlos. Rodovia Washington Luís, km 235, 13565-905 São Carlos, São Paulo, Brasil. E-mail: dmgm@power.ufscar.br

RESUMO

A Área de Proteção Ambiental Meandros do rio Araguaia abrange um trecho do rio Araguaia com sua complexa rede de meandros e tributários sazonalmente inundados. Foi realizado um levantamento da fauna de esponjas, visando estabelecer os fundamentos taxonômicos para uma correlação futura com os distintos habitats aquáticos e suas características físicas, químicas, além do conteúdo de espículas em seus sedimentos. As amostragens foram realizadas em seis expedições, quatro em época de águas baixas (2002-2005) e duas em período de águas altas (2004-2005), contemplando 27 estações georreferenciadas. Heteromeyenia cristalina sp. nov. é descrita e incluída na chave apresentada para as esponjas da área da APA.

Palavras-chave: Amazônia; área protegida; esponjas; habitats aquáticos.

ABSTRACT

The protected area "Meandros do rio Araguaia" encompasses a stretch of the river Araguaia with its complex network of seasonally flooded meanders and tributaries. A survey was undertaken aiming to set the background for a future correlation of the sponge fauna with some of the distinct aquatic habitats and their physical, chemical and productivity characteristics, as well as with the spicule contents in their sediments. The sampling was undertaken at four low (2002-2005) and two high (2004-2005) water periods at 27 GPS referred stations. H. cristalina sp. nov. is described and included in the key for the sponges at the surveyed area.

Key words: Amazonian; aquatic habitats; protected area; sponges.

A espongofauna da região amazônica tem estudos expressivos, com resultados já publicados por VOLKMER-RIBEIRO & DE ROSA BARBOSA (1972, 1974), VOLKMER-RIBEIRO (1973, 1976, 1981, 1986, 1990), VOLKMER-RIBEIRO & MOTHES-DE-MORAES (1981), VOLKMER-RIBEIRO & MACIEL (1983), VOLKMER-RIBEIRO & COSTA (1992), VOLKMERRIBEIRO & TAVARES (1995). Na Amazônia Venezuelana, VOLKMERRIBEIRO & PAULS (2000) realizaram estudo sobre habitats, distribuição e produziram chave taxonômica para as esponjas da bacia do rio Orinoco.

Os levantamentos de esponjas realizados na bacia Araguaia/Tocantins, tiveram início com o registro de Tubella meloleitaoi, feito por MACHADO (1947) para um contribuinte da margem esquerda do rio Araguaia (rio Tapirapés). Essa espécie foi colocada em sinonímia, parte em Metania reticulata (Bowerbank, 1863) e parte em Trochospongilla pennsylvanica (Potts, 1882), por VOLKMER-RIBEIRO (1984). A seguir, VOLKMER-RIBEIRO & HATANAKA (1991), registraram esta fauna no leito exposto do rio Tocantins, abaixo da Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. BATISTA et al. (2003), realizaram estudo de caráter ecológico, tendo as esponjas como indicadoras ambientais e listaram os registros até então feitos para a fauna espongológica no curso inferior do Araguaia. Nessa bacia, nenhum levantamento de esponjas havia sido feito em Área de Proteção Ambiental, no entanto para áreas protegidas na região amazônica, esses levantamentos já foram feitos para a Estação Ecológica de Maracá-RR (VOLKMERRIBEIRO et al. 1998) e para a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé-AM (VOLKMER-RIBEIRO & ALMEIDA 2005). Em razão do exposto, foi escolhida a Área de Proteção Ambiental (APA) Meandros do rio Araguaia, visando relacionar a espongofauna à qualidade do ambiente hídrico e ao estabelecimento de indicadores ambientais, para futuros monitoramentos. No tópico pertinente aos recursos hídricos e ecossistemas aquáticos, uma das características mais marcantes dessa APA é justamente a abundância e diversidade dos mananciais hídricos, tanto lóticos (rios, ribeirões e córregos) quanto lênticos (lagoas e lagos de várzea).

O estudo de diversos espécimes do gênero Heteromeyenia, provenientes das amostragens realizadas, indicou a necessidade da descrição de uma nova espécie para o continente Sul-Americano.

É apresentada a chave taxonômica das espécies de esponjas da APA, com a relação dos materiais examinados e catalogados, aí incluída a nova espécie.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

A Área de Proteção Ambiental dos Meandros do rio Araguaia (Diário Oficial da União (D.O.U) nº 190 de 05 de outubro de 1998), visa a proteção da fauna (principalmente de vertebrados) e da flora, garantindo a conservação dos remanescentes da Floresta Estacional Semidecidual Aluvial e Submontana, do Cerrado Típico, do Cerradão e dos Campos de inundações dos ecossistemas fluviais e lacustres, bem como dos recursos hídricos no seu domínio. Está localizada na ponta sul da Ilha do Bananal (Fig. 1), compreendendo as várzeas situadas nos rios Araguaia, Crixás-Açu, Verde e Cristalino, as águas interiores e áreas lagunares e lacustres, bem como as planícies de inundação e demais sítios especiais situados em suas margens. Abrange os Estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins, nos respectivos Municípios de Nova Crixás e São Miguel do Araguaia, Cocalinho e Araguaçu, com uma área de 358.717,11 hectares. A vegetação é caracterizada por remanescentes da Floresta Estacional Semidecidual Aluvial e Submontana, Cerrado Típico, Cerradão e Campos de Inundação (BRASIL 1998).


Diferentes habitats da APA foram examinados em 27 estações de amostragens (Fig. 1, Tab. I), georreferenciadas com aparelho GPS Garmin III, nos diversos ambientes existentes, distribuídos em lagos de várzea, fundo rochoso ou barranca dos rios Araguaia, Cristalino e Crixás-Açu e em substratos vegetais nas margens dos rios, sujeitos à inundação. Os substratos amostrados foram: raízes e caules pendentes de lianas, galhos, troncos, restos de barco naufragado, rochas de laterita perfurada, todos sujeitos à inundação pelas águas dos rios. O registro fotográfico, tanto dos ambientes como dos espécimes, foi realizado com máquina digital Nikon Coolpix (2100 e 3200).

Métodos

As amostragens de esponjas foram realizadas na área da APA Meandros do rio Araguaia, nas temporadas de seca, nos meses de março/abril (2002 a 2005) e cheia, nos meses de setembro e outubro (2004 e 2005).

As amostras foram coletadas manualmente, triadas em campo, preservadas em seco e depositadas na coleção de Porifera do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN/FZB). Destas, foram retiradas em laboratório, pequenas porções com gêmulas para dissociações espiculares em lâminas permanentes, as quais foram preparadas segundo VOLKMER-RIBEIRO (1985), visando às determinações taxonômicas.

Desenhos das espículas foram feitos em microscópio óptico Leitz-SM-Lux, com câmara clara. A fim de identificar diferenças estruturais das gemoscleras, tubo foraminal das gêmulas, megascleras e microscleras, foram obtidas eletromicrografias em Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) Philips, modelo XL-20 de gêmulas e espículas. Para tal, o material já dissociado e gêmulas inteiras foi depositado em fita dupla face de carbono ou de cobre, nos suportes apropriados do MEV (stubbs). Medidas das três categorias de escleras de 11 espécimes (MCN-POR 6033, 6062, 6073, 6660, 6147, 6152, 6162-64, 7103 e 7138) da nova espécie de Heteromeyenia foram feitas em microscópio óptico munido de ocular micrometrada, num total de 50 medidas de cada categoria.

RESULTADOS

Foram registradas 21 espécies, no conjunto de 27 estações de amostragem da APA. O maior número de amostragens foi realizado em ambientes da margem esquerda (ME) do rio Araguaia (11 estações, entre margem, fundo de rio e lagos de várzea). A riqueza de espécies variou de 01 a 11 espécies por estação (média ± DP = 5,3 ± 2,6). A maior riqueza (17) foi encontrada no conjunto dos lagos de inundação e, em ambiente de fundo rochoso variou de 04 a 11 nos três rios amostrados, que tiveram incrustação abundante por esponjas.

A amostragem realizada nos períodos de águas baixas revelou uma fauna abundante de esponjas, a qual se distinguiu por ocupar nas áreas de várzea (Figs 2-3), os substratos vegetais marginais (Fig. 4), submersos na estação de água alta, destacando-se entre estes, as raízes pendentes de lianas, particularmente de Cissus sp. (Fig. 5), onde esponjas de esqueleto delicado, diminutas, pertencentes à família Spongillidae foram as predominantes (Figs 6-8). Já nos fundos rochosos e barrancas de laterita perfurada dos rios Araguaia, Crixás (Fig. 9) e Cristalino, a maior ocorrência foi de espécies das famílias Potamolepidae e Metaniidae (Figs 10-13), representadas por Oncosclera navicella, O. spinifera, Uruguaya corallioides, D. ctenosclera e D. uruguayensis. Trochospongilla repens (Spongillidae) também ocorreu em ambiente de fundo rochoso (Fig. 14), confirmando, portanto sua preferência por esse tipo de ambiente.







Tendo em vista a ocorrência na APA de uma espécie do gênero Heteromeyenia, foi feito estudo comparado ao MEV de materiais das espécies do gênero até então registradas para o Brasil. Esse levou à distinção de nova espécie, com gêmulas revestidas por uma única categoria de gemoscleras, já que, na gêmula inteira não se distinguia o que seria a projeção das gemoscleras maiores. Esse talvez o melhor critério para fazer-se essa distinção, aliado ao fato de que a pouca variabilidade de tamanhos nas gemoscleras da nova espécie, faz com que a transição de tamanhos dê-se de modo contínuo. Em razão do exposto é descrita Heteromeyenia cristalina sp. nov. e redefinido o gênero para contê-la, pois as características distintivas do gênero, como a presença de gemoscleras birrotuladas com as duas rótulas iguais e os eixos espinhados, microscleras óxeas com espinhos maiores agrupados no centro da espícula e megascleras espinhadas, ocorrem nessa espécie. Essas características foram bem destacadas na revisão criteriosa do gênero proposta por PENNEY & RACEK (1968), mas não abordada por MANCONI & PRONZATO (2002).

Espécies da espongofauna registradas para a APA Meandros do rio Araguaia

Spongilidae Gray, 1867

Spongilla Lamarck, 1816 Spongilla spoliata Volkmer-Ribeiro & Maciel, 1983

(Figs 12, 24 )




Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia, (rio Cristalino, E.07, 22L0532708, UTM 8598024), 09.10.2002, MCN-POR 5945, T.C.A. Batista leg.; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.15, 22L 0542239/UTM 8524957), 12.10.2002, MCN-POR 6081, 6085, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 22.09.2005, MCN-POR 7119, 7121-22, 7128, T.C.A. Batista leg. 22L 0540552/UTM 8557382.

Heteromeyenia Potts, 1881

Espécie tipo: H. baileyi (Bowerbank, 1863) por designação subseqüente (H. repens Potts, 1887, por De Laubenfels, 1936) e sinonimização subseqüente de H. repens em H. baileyi (Penney & Racek, 1968) Heteromeyenia Penney & Racek, 1968: 104-114, Manconi & Pronzato, 2002: 942-945.

Definição: esponjas com gemoscleras birrotuladas, com ambas as rótulas iguais, constituindo numa mesma gêmula, duas categorias distintas em forma e tamanho ou somente em tamanho, ou ainda uma única categoria, quando ocorre gradação de tamanhos que não permite o estabelecimento de duas categorias, com microscleras anfióxeas de curtas a longas, de retas a levemente curvas, extremidades não muito aguçadas e inteiramente espinhadas, com espinhos maiores no centro da esclera.

Descrição: esponjas estacionais, frágeis, geralmente verdes devido à associação com algas, formando crostas de forma e tamanho variáveis. Esqueleto constituindo um retículo irregular, de fibras pobres em espículas e espongina abundante com gêmulas numerosas, ocupando todo esqueleto, particularmente ao fim do outono e previamente à desintegração do espécime. Megascleras anfioxeas delgadas, fusiformes, cobertas irregularmente por espinhos diminutos, exceto nas extremidades. Microscleras anfióxeas longas, inteiramente espinhadas, com espinhos maiores no centro da esclera. Gemoscleras birrotuladas, constituindo numa mesma gêmula duas categorias distintas em forma e tamanho ou somente em tamanho ou ainda uma única cate-camada pneumática espessa. Quando em duas categorias, disgoria, quando ocorre gradação de tamanhos que não permite o tintas em forma e tamanho ou apenas em tamanho, as gemosestabelecimento de duas categorias, inseridas radialmente na cleras mais longas, menos numerosas, ultrapassam o limite externo da camada pneumática, projetando-se livremente na superfície da gêmula e as maiores, possuem rótulas nitidamente umbonadas, com a borda recortada em ganchos curvos em direção ao eixo, esse provido de poucos espinhos ou mesmo liso. Gêmulas providas de tubo foraminal conspícuo orlado ou não por expansões laterais ou prolongamentos filiformes.

Distribuição: O gênero distribui-se nas Regiões Paleártica, Oriental, Neártica, onde apresenta a maior riqueza de espécies, Neotropical e Australiana, sem registro, até o presente, na região Etiópica.

Heteromeyenia cristalina sp. nov. (Figs 8, 15-23)

Heteromeyenia stepanowii, Volkmer-Ribeiro et al. 1975: 40-41; Volkmer-Ribeiro & Grosser, 1981: 177-179; Volkmer-Ribeiro et al. 1981: 16, 18; De Rosa-Barbosa, 1984: 132; ? Heteromeyenia stepanowii Ezcurra De Drago, 1979: 51-53 non Heteromeyenia stepanowii Dybowsky, 1884.

? Heteromeyenia insignis Bonetto & Ezcurra, 1964: 252-253 non Heteromeyenia insignis Weltner, 1895.

Diagnose: Heteromeyenia constituindo gemoscleras birrotuladas de uma única categoria, com rótulas densamente microespinhadas, de bordas grossas e serrilhadas. Megascleras óxeas, esparsamente microespinhadas, exceto nas extremidades. Microscleras óxeas, delgadas, com número reduzido de espinhos curtos na porção central. Gêmulas com tubo foraminal curto, provido de colarinho em forma de roseta. Camada pneumática grossa, com as gemoscleras embebidas radialmente.

Holótipo: MCN-POR 7056. BRASIL, Mato Grosso: município de Cocalinho (Área de Proteção Ambiental Meandros do rio Araguaia, rio Cristalino, margem direita, estação 06, 22L 0531773/UTM 8596791), 24.09.2005, T.C.A. Batista leg. Parátipos: MCN-POR 6073, 7392-98. Brasil, Mato Grosso: município de Cocalinho (Área de Proteção Ambiental Meandros do rio Araguaia, rio Araguaia, margem esquerda, Lagoão, estação 12, 22L 0538188/UTM 8562205), 11.10.2002, T.C.A. Batista & C.V. Ribeiro leg.

Etimologia: o nome da espécie é referido à localidade tipo.

Habitat: a espécie é típica de ambientes pleustônicos, tanto em rios quanto em lagoas, incrustando substratos vegetais submersos, preferencialmente em ambiente sombreado e protegido da correnteza no caso de rios.

Descrição: esponjas diminutas, cor amarelada a marrom quando secas, constituídas por um acúmulo de gêmulas envolvidas por esqueleto extremamente reduzido, delicado, com quantidade escassa de espongina, formado por uma disposição irregular de megascleras e microscleras, que não chegam a constituir um retículo organizado (Fig. 8). Geralmente aderidas a raízes temporariamente submersas de macrófitas e de lianas (Fig. 5).

Megascleras: óxeas, de retas a pouco curvas, esparsamente microespinhadas na porção central, com extremidades lisas, gradualmente aguçadas, variando de 180 a 428 µm de comprimento e de 8 a 19 µm de largura (Tab. II, Fig. 19).

Microscleras: óxeas, delgadas, de retas a levemente curvas, com número reduzido de espinhos curtos, esparsos na porção central e com extremidades rombas, com comprimento variando de 66 a 114 µm de comprimento e 3 a 5 µm de largura (Tab. II, Fig. 20).

Gemoscleras: birrotuladas, constituindo uma única categoria, com rótulas iguais, levemente umbonadas, cobertas por microespinhos, bordas serrilhadas, eixos de retos a levemente curvos, densamente espinhados, espinhos retos de tamanhos irregulares com distribuição irregular ao longo do eixo, comprimentos variando de 55 a 81 µm, largura de 4 a 9 µm e rótulas de 12,5 a 28 µm de diâmetro (Tab. II, Figs 21-22).

Gêmulas: pequenas e abundantes, formando grupamentos irregulares envolvidas por esqueleto ralo. Esféricas, de coloração amarela clara, variando de 419 a 462 µm de diâmetro, tubo foraminal curto, provido de colarinho em forma de roseta, sustentado por implantação radial de algumas gemoscleras (Tab. II, Figs 15-16). Camada pneumática: grossa, com espaços aéreos pequenos irregulares (Fig. 17), gemoscleras implantadas radialmente na camada pneumática, camada interna da gêmula laminada e camada externa de conformação irregular (Fig. 18).

Comentários: a distinção de Heteromeyenia cristalina sp. nov. das demais espécies já registradas para a América do Sul, quais sejam H. insignis (Weltner, 1895), H. horsti Kilian & Wintermann-Kilian, 1976, H. stepanowii Dybowsky, 1884 e H. baileyi (Bowerbank, 1863) faz-se pela característica de ser ela a única que apresenta apenas uma categoria de gemoscleras (Tab. II), dentre as demais pertencentes ao gênero Heteromeyenia (PENNEY & RACEK 1968), o que levou à atual redefinição do gênero. Em relação às gemoscleras, a nova espécie apresenta a característica de microespinhadura que cobre as rótulas, já em H. insignis, as gemoscleras birrotuladas compõem duas classes distintas em forma e tamanho (Tab. II), com rótulas lisas, as da categoria menor com a borda irregularmente recortada em dentes retos, de tamanhos variáveis e com eixo provido de espinhos salientes, retos ou curvos, enquanto a classe de gemoscleras mais longas apresenta a borda das rótulas profundamente recortada em ganchos curvos em direção ao eixo, esse orlado de poucos espinhos. Em H. horsti, as gemoscleras constituem duas categorias distintas apenas em tamanho (Tab. II), com rótulas expandidas, quase planas, de bordas profundamente fendidas em recortes cônicos ou digitiformes microespinhados. H. stepanowii por sua vez, apresenta gemoscleras com duas classes distintas somente em tamanho (Tab. II), as mais longas projetam-se além da membrana gemular externa, distintamente umbonadas, com a borda recortada em um grande número de dentes irregulares, fortemente recurvados e com extremidades microespinhadas. H. cristalina sp. nov. distingue-se ainda, pela estrutura do tubo foraminal curto, expandido terminalmente em colarinho sustentado por roseta de gemoscleras, enquanto em H. insignis esse tem forma irregular, com implantação de algumas gemoscleras com disposição também irregular, em H. horsti não ocorre expansão terminal do tubo foraminal e em H. stepanowii esse apresenta-se longo e delgado, terminalmente expandido numa coroa de projeções lobadas, destituído de gemoscleras e com um número irregular de filamentos de comprimentos variáveis. H. cristalina sp. nov. é típica de ambiente de inundação marginal de rios ou lagos de várzea, incrustando raízes de macrófitas ou de lianas, enquanto H. horsti e H. insignis são espécies de ambientes lóticos de fundos rochosos, sobre os quais se incrustam.

Os materiais registrados como H. stepanowii para o Brasil (VOLKMER-RIBEIRO et al. 1998, TAVARES et al. 2003), foram todos revistos e sinonimizados na nova espécie. Os registros de H. stepanowii e de Heteromeyenia baileyi para a Argentina (EZCURRA-DE-DRAGO 1988), ficam ainda pendentes de estudo revisivo frente às características da nova espécie e às descontinuidades geográficas a nível de continentes resultante desses dois registros.

Material examinado proveniente da APA Meandros do Rio Araguaia: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, Lago Comprido E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 08.10.2002, MCN-POR 6033, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, Lago Comprido, E.02, 22L 0544274/UTM 8577552), 08.10.2002, MCN-POR 6045, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 08.03.2005, MCN-POR 6875, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147) 04.04.2004, MCN-POR 6164, 6829, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6621, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.06, 22L 0531773/ UTM 8596791) 04.04.2004, MCN-POR 6786, 6789, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 03.03.2005, MCN-POR 6866, T.C.A. Batista leg., 24.09.2005, MCN-POR 7043, 7052, 7056, 7085, 7089, 7100, 7103, 7107, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lago do Goiaba, E.10, 22L 0550795/UTM 8579843), 10.10.2002, MCN-POR 6060, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; MCN-POR 6062, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 01.04.2004, MCN-POR 6163, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 14.09.2004, MCNPOR 6646, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.11, 22L 0537401/UTM 8562590), 03.04.2004, MCN-POR 6162, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.12, 22L 0538188/UTM 8562205), 11.10.2002, MCN-POR 6073, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; MCN-POR 6074, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, Lago da Montaria, E.17, 22L 0536467/UTM 8521649), 06.04.2004, MCN-POR 6141, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 20.09.2004, MCNPOR 6660, T.C.A. Batista leg., 04.03.2005 MCN-POR 7000-01, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lago do Varal, E.27, 22L 0540783/UTM 8557693), 15.10.2003, MCN-POR 6843-45 e associada a MCN-POR 6848, T.C.A. Batista leg.; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.13, 22L 0541943/UTM 8526176), 20.09.2004, MCN-POR 6601, T.C.A. Batista leg.; (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/UTM 8522771), 12.10.2002, MCN-POR 6089, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, Lago Luiz Alves, E.19, 22L 0546415/UTM 8536461), 14.10.2003, MCN-POR 6768-69, 6774, T.C.A. Batista leg., MCN-POR 6147, T.C.A. Batista leg.; 21.09.2004, MCN-POR 6664, 6669, T.C.A. Batista leg., 21.09.2005, MCN-POR 7131, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Brito, E.20, 22L 0544936/UTM 8542187), 21.09.2004, MCN-POR 6684, T.C.A. Batista leg., 21.09.2005, MCN-POR 7137-38, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lago da Piratinga, E.22, 22L 0543993/UTM 8554875), 15.10.2003, MCN-POR 6152, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lago da Piratinga, E.24, 22L 0546762/UTM 8556738), 16.09.2004, MCN-POR 6704, T.C.A. Batista leg.

Material examinado do Brasil, anteriormente identificado como Heteromeyenia stepanowii: BRASIL, Roraima: Ilha de Maracá (Canal Lateral à esquerda do acesso a sede da Estação Ecológica de Maracá), 23.07.1987, MCN-POR 1373, 1375, C.V. Ribeiro leg.; Igarapé na trilha para Santa Rosa, 26.07.1977, MCN-POR 1363, C.V. Ribeiro leg.; Amazonas: Manaus (Rio Solimões, Ilha da Manchanteria), 30.07.1987, MCN-POR 1428, C.V. Ribeiro leg.; Pará: Santarém (Alagado, Margem Direita, Curuá-Una, Jusante UHE), 11.10.1991, MCN-POR 2331, C.V. Ribeiro leg.; Maranhão: Penalva (Lago Formoso – Bacia do Rio Pindarí), 18.05.1986, MCNPOR 1257, G.C. Ferraz leg; Alagoas: Maceió (Lagoa Mundaú), 16.12.1984, MCN-POR 1556, 1559, 1563, G.J. Formasaro leg.; Bahia: Casa Nova (Rio São Francisco), 27.10.1988, MCN-POR 1719, M.C.D. Mansur leg.; Rio de Janeiro: Arraial do Cabo, 26.07.1977, MCN-POR 0491, S.M. Pauls leg.; Rio Grande do Sul: Soledade (Arroio do Fão), 17.02.1980, MCN-POR 757-58, R. De R. Barbosa leg.; Santa Maria (Barragem Saturnino de Brito – rio Ibicuí Mirim), 13.07.1982, MCN-POR 1042, R. De R. Barbosa leg.; (margem esquerda do rio Ibicuí-Mirim, acima da Barragem Saturnino de Brito), 14.07.1982, MCN-POR 1049, R. De R. Barbosa leg.; Montenegro (Açude na Fazenda das Marrecas), 07.06.1977, MCN-POR 488-9, 27.09.1977 MCN-POR 0496, 06.12.1977 MCN-POR 516, 10.12.1977 MCN-POR 0540, R. De R. Barbosa leg.; (Arroio Bom Jardim – P.3.), 17.12.1980, MCNPOR 651-2, R. De R. Barbosa leg.; São Vicente do Sul (Lagoa na confluência dos rios Ibicuí – Mirim com Toropí), 04.05.1981, MCN-POR 0927, 0931, A. Cargnin leg.; Triunfo (Açude na Fazenda Delapieve), 04.10.1977, MCN-POR 0497, R. De R. Barbosa leg., (desembocadura do rio Caí e Jacuí, margem esquerda), 09.02.2000, MCN-POR 4729-32, R. De R. Barbosa & G. Cunha leg., (Arroio Passo Raso, Rio Jacuí. P t. 3), 28.06.1977, MCN-POR 0492, R. De R. Barbosa leg., 19.07.1977, MCN-POR 0494, C.V. Ribeiro leg., (Arroio Passo Raso, rio Jacuí – Pólo Petroquímico. PT.3), 03.06.1977, MCN-POR 0485-6, S.M. Pauls leg., MCN-POR 0487, R. De R. Barbosa leg., (Arroio Bom Jardim – P.2), 17.12.1980, MCN-POR 0650, F. Silva leg., (Arroio Bom Jardim – PT.3), 13.05.1977, MCN-POR 0483, 19.07.1977, MCN-POR 0493, C.V. Ribeiro leg., (Arroio Bom Jardim – Pt.3 próximo a cascatinha), 20.12.1977, MCN-POR 0542, R. De Rosa Barbosa leg., (Arroio Bom Jardim – Copesul, estação 10), 31.05.2001, MCN-POR 61136116, C.V. Ribeiro & R. De R. Barbosa leg., (Arroio Bom Jardim – Copesul), 18.02.2002, MCN-POR 6011, 6013-18, C.V. Ribeiro & R. De R. Barbosa leg.; Nova Santa Rita (rio Caí – Parque Estadual Delta do Jacuí), 10.05.2000, MCN-POR 5485-87, 5489, 5491-94, 5497-5500, 22.08.2001, MCN-POR 5559,5586-5589, M.C.M. Tavares, R. De R. Barbosa & G. Cunha leg.; Canoas (rio Caí – M.E. Próximo ponte Tabaí – Canoas), 06.05.1977, MCN-POR 0490, R. De R. Barbosa leg., (açude do Horto Florestal da REFAP), 15.04.1991, MCN-POR 2310, R. De R. Barbosa leg., MCN-POR 2311-12, M.C.M. Tavares leg., (açude do Horto Florestal da REFAP, margem esquerda), 15.04.1991, MCN-POR 2308-09, M.C.M. Tavares leg., (açude do Horto Florestal da REFAP, margem direita), 29.10.1991, MCN-POR 2300, 2307, R. De R. Barbosa leg., (banhado 2 do Horto Florestal da REFAP), 14.01.1991, MCNPOR 2303, M.C.M. Tavares leg., MCN-POR 2304, R. De R. Barbosa leg., (açude do Horto Florestal da REFAP, ancoradouro), 14.01.1991, MCN-POR 2305, M.C.M. Tavares leg., MCN-POR 2306, R. De R. Barbosa leg.; Canoas/Porto Alegre (rio Gravataí), 28.08.1974, MCN-POR 0292, 0378, 1037, S.M. Pauls leg.; Viamão (Lagoa Negra – Parque Estadual de Itapuã), 19.01.1978, MCNPOR 0646, C.V. Ribeiro leg., S/data, MCN-POR 0866-67, 19.01.1978, MCN-POR 0868-69, A.G. Pereira leg., (Lagoa Negra – Radial 1 – P.2 – Parque Estadual de Itapuã), 23.08.1979, MCNPOR 0865, C.V. Ribeiro leg., (Lagoa Negra. Pt.3 Radial 1. Zona Limnética), 23.08.1979, MCN-POR 0672, R. De R. Barbosa leg.; Porto Alegre (Parque Estadual Delta do Jacuí, Saco da Pólvora), 13.09.1974, MCN-POR 0283-91, S. M. Pauls leg., (Arroio Formoso), 14.06.1974, MCN-POR 0293-95, 0591, S. M. Pauls leg., (Saco do Quilombo), 30.12.1999, MCN-POR 4688, R. De R. Barbosa leg., 09.05.2000, MCN-POR 4734, 4736, R. De R. Barbosa & M.C.M. Tavares leg. MCN-POR 5518-20, 5524-25, 5531-32, 5535, 5537, M.C.M. Tavares, R. De R. Barbosa & G. Cunha leg., (Saco do Quilombo, margem direita, meio. Ilha das Flores), 09.02.2000, MCN-POR 4694-5, 4698-9, R. De R. Barbosa & L.P. Rego leg., (Saco do Quilombo, montante), 24.09.1999, MCN-POR 432930, C.V. Ribeiro, R. De R. Barbosa & C. Rocha leg., (Saco do Quilombo, meio), 24.09.1999, MCN-POR 4331, 4340, C.V. Ribeiro, R. De R. Barbosa & C. Rocha leg., (Saco do Quilombo, margem direita), 21.10.1999, MCN-POR 4316-17, (Saco do Quilombo, jusante), 21.10.1999, MCN-POR 4313, 4315 24.09.1999, MCN-POR 4325-26 C.V. Ribeiro, R. De R. Barbosa & C. Rocha leg., (Canal Feliz), 09.05.2000, MCN-POR 5551, 5554, 5559, 5566, 5571, 5574, 5580, 5582, 22.08.2001, MCN-POR 5591-92, (Saco da Alemoa), 09.V.2000, MCN-POR 5504-5507, 5509-11, 23.08.2001, MCN-POR 5593-94, 5596, 5598-5600, 5602-03, 5605, 5607, 5608-16, 5622-23, 5625-26, M.C.M. Tavares, R. De R. Barbosa & G. Cunha leg., 10.05.2000, MCNPOR 4724-26, R. De R. Barbosa & G. Cunha leg., (Saco da Alemoa, jusante, margem direita), 30.12.1999, MCN-POR 4690-92, R. De R. Barbosa leg., (Saco do Ferraz – Ilha da Pólvora), 13.09.1974, MCN-POR 0282, 0296, 0595-96, S.M. Pauls leg., (Saco do Ferraz), 23.08.2001, MCN-POR 5629-32, 5637, 5642, 5645, 5649, 5658, 5664, 5666-67, 5670, 5680, 5683, 5687-88, 5691, 5393-94, 5696, 5698-5701, 5703-04, 5708, 5711-12, 5714, 5716, 5718, 572021, 5723, 5726, 5734, 5738, 5742, (Saco dos assombrados), 23.08.2001, MCN-POR 5757-59, 5761-62, 5778, 5793, 5795, 5797, (Canal Furado Grande), 23.08.2001, MCN-POR 5807-09, M.C.M. Tavares, R. De R. Barbosa & G. Cunha leg., 10.05.2000, MCN-POR 4674, R. De R. Barbosa & G. Cunha leg. (Arroio da Maria Conga – Estação ao lado do Saco Assombrado, Margem Ilha das Flores), 08.05.1974, MCN-POR 0586, S.M. Pauls leg., (Arroio da Maria Conga – Estação ao lado do Rio Jacuí, Margem Ilha da Pólvora), 08.V.1974, MCN-POR 587, S.M. Pauls leg., (Arroio Maria Conga – Centro do canal – Margem da Ilha das Flores), 08.05.1974, MCN-POR 0600, S.M. Pauls leg., (Saco da Maria Conga), 10.05.2000, MCN-POR 4623, 4723, R. De R Barbosa & G. Cunha leg., (Canal da Maria Conga), 18.01.2000, MCN-POR 4685, I. Heydrich leg., (Pequena Ilha em frente à ponta da cadeia, Ilha Balseiras), 14.08.1974, MCN-POR 0593, S.M. Pauls leg.; (rio Jacuí ao largo da Ilha das Flores), 14.06.1974, MCN-POR 0598, S.M. Pauls leg., (Arroio das Garças-Meio, margem esquerda), 07.06.1999, MCN-POR 4057, 4059, 4078, C.V. Ribeiro, R. De R. Barbosa & C.F. Rocha leg.; Cambará do Sul (rio Camisas, Lajeado da Margarida), 05.11.1993, MCN-POR 2783, C.V. Ribeiro & R. de R. Barbosa leg.; Rio Grande (Estação Ecológica do Taim, lagoa do Nicola), 15.10.1985, MCN-POR 1336-37, 1341-42, C.V. Ribeiro leg., (lagoa do Jacaré), 15.11.1985, MCN-POR 1350, C.V. Ribeiro leg.; BR que liga São Sepé a Santa Maria (Arroio Sanga Funda), 04.03.1978, MCN-POR 0548, M.C.D. Mansur leg.

Material examinado para distinção da espécie nova Heteromeyenia insignis (Weltner, 1895)

Material examinado: BRASIL: Rio Grande do Sul, São Francisco de Paula, Arroio D. Pedro, 05.01.1961, MCN-POR 0002, C.V. Ribeiro leg.; 09.02.1962, MCN-POR 0016-18, C.V. Ribeiro leg.; 06.08.1960, MCN-POR 1028, 06.08.1960, C.V. Ribeiro leg.; MCNPOR 1029, 1961, C. Volkmer leg.; Arroio Esq. Represa Hampel, 10.02.1962, MCN-POR 0011, C. Volkmer leg.; Escoadoro Repres. Hampel, 09.02.1962, MCN-POR 0012, C. Volkmer leg.; Arroio Cascata Hampel, 09.02.1962, MCN-POR 0013-14, C. Volkmer leg.; Arroio Prof. Glich, 09.02.1962, MCN-POR 0015, C. Volkmer leg.; Arroio Corneta, 24.01.2005, MCN-POR 6386-87, C.V.Ribeiro & C. Mostardeiro leg.; Torres, Lagoa entre dunas, 05.07.1972, MCN-POR 0202, M.L.Porto leg.; Rio Grande, Banhado a 5Km da sede da Faz. Caçapava, Taim, 20.11.1985, MCN-POR 1204, R. De R. Barbosa leg., Porto Alegre, Lago FZB, 09.11.1987, MCN-POR 1444, R. De R. Barbosa leg., Cambará do Sul, Lageado da Margarida, Rio Camisas, 12.01.1994, MCN-POR 2794, C.V. Ribeiro leg., MCN-POR 2800, C. Mansur leg., Triunfo, Arroio Bom Jardim, ponto 10, 09.09.2005, MCN-POR 7325, C. Volkmer leg.; Arroio Bom Jardim, ponto 11, 01.09.2005, MCN-POR 6857, C.V.Ribeiro leg., 09.09.2005 MCN-POR 7322-24, 7326-27; Rio Caí, ponto 41, 09.09.2005, MCN-POR 7328, C. Volkmer leg.; Santa Catarina, Pessegueiro, Banhado antigo Rio Pessegueiro, 01.10.2004, MCN-POR 6365, C.V. Ribeiro & J. Amza leg.; URUGUAI: Dep. Artigas, Arroio Pintado, 02.11.1991, MCN-POR 2332, R.O.C. & C.V. Ribeiro leg.

Heteromeyenia horsti Kilian & Wintermann-Kilian, 1976

Material examinado: CHILE: Provincia de Osorno, Rio Damas, 03.1961, MCN-POR 0582 (esquizoparátipo), E. Kilian & C. Kilian leg.

Heteromeyenia stepanowii (Dybowsky, 1884)

Material examinado: JAPÃO: Lake Biwa, 07.11.1982, MCNPOR 1110-11, Yoko Watanabe leg.

Trochospongilla Vejdowsky, 1883

Trochospongilla gregaria (Bowerbank, 1863)

Fig. 25

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia, (rio Araguaia, lago Comprido, E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 08.10.2002, MCN-POR 7151-53,T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 14.09.2004, MCN-POR 6615-16, T.C.A. Batista leg., 08.03.2005, MCN-POR 6874, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.03, 22L 0533197/UTM 8599150), 09.10.2002, MCN-POR 6804-05, 6807, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.06, 22L 0531773/UTM 8596791) 04.04.2004, MCN-POR 6783-84, 6787, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, associada a MCN-POR 6633, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.07, 22L 0532708/UTM 8598024) 15.09.2004, MCN-POR 6640 T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Goiaba, E.10, 22L 0550795/UTM 8579843), 10.10.2002, MCN-POR 6059, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.11, 22L 0537401/UTM 8562590), 11.10.2002, MCN-POR 6877, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.25, 22L 0540552/UTM 8557382), 15.10.2003, MCN-POR 6821, T.C.A. Batista leg; (rio Araguaia, Lago do Varal, E.27, 22L 0540783/UTM 8557693), 15.10.2003, associada a MCN-POR 6856, T.C.A. Batista leg.; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.13, 22L 0541943/UTM 8526176), 12.10.2002, MCN-POR 6075, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6076 T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 20.09.2004, MCN-POR 6599, T.C.A. Batista leg.; (rio Crixás Açu, E.15, 22L 0542239/UTM 8524957), 20.09.2004, MCN-POR 6603, T.C.A. Batista leg.; (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/UTM 8522771), 20.09.2004, MCN-POR 6654, T.C.A. Batista leg.; São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Luiz Alves, E.19, 22L 0546415/UTM 8536461), 14.10.2003, MCN-POR 6146, T.C.A. Batista leg., 21.09.2004, MCN-POR 6674 e associada a MCN-POR 6667, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Brito, E.20, 22L 0544936/UTM 8542187), 14.10.2003, MCN-POR 7170, T.C.A. Batista leg., MCN-POR 6148 T.C.A. Batista leg., 21.09.2004, MCN-POR 6687, T.C.A. Batista leg., 21.09.2005, MCN-POR 7140-41, 7142-43, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Brito, E.21, 22L 0545400/UTM 8543209), 07.04.2004, MCN-POR 6139, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.23, 22L 0544581/UTM 8555077), 16.09.2004, MCN-POR 6697, T.C.A. Batista leg; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.24, 22L 0546762/UTM 8556738), 15.10.2003, MCN-POR 6825, 6828, T.C.A. Batista leg. 16.09.2004, MCN-POR 6701, 6703, T.C.A. Batista leg.

Trochospongilla paulula (Bowerbank, 1863)

Figs 7, 26

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Comprido, E.02, 22L 0544274/UTM 8577552), 08.10.2002, MCN-POR 6042, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.03, 22L 0533197/UTM 8599150), 09.10.2002, MCN-POR 6793, 6797, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147), 09.10.2002, associada a MCN-POR 6049, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCNPOR 6623; 03.03.2005, MCN-POR 6872, 6873, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.06, 22L 0531773/UTM 8596791), 09.10.2002, MCN-POR 6058, 04.04.2004, MCN-POR 6142, 6785, 6790-91, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004 MCN-POR 6628, 6630, 6634, 6637, associada a MCN-POR 6631, 6636, T.C.A. Batista leg; 24.09.2005, MCN-POR 7014, 7019, 7029, 7032, 7041,7047, 7060, 7091, 7095, 7097, T.C.A. Batista leg; (rio Cristalino, E.07), 09.10.2002, MCN-POR 5943-44, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago do Goiaba, E.10, 22L 0550795/UTM 8579843), 14.09.2004, MCN-POR 6647, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.11, 22L 0537401/UTM 8562590), 11.10.2002, MCN-POR 6065, 6878, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago da Montaria, E.17, 22L 0536467/UTM 8521649), 20.09.2004 e associada a MCNPOR 6658, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.25, 22L 0540552/UTM 8557382), 15.10.2003, MCN-POR 6822, T.C.A. Batista leg. 16.09.2004, MCN-POR 6715, 6717-18, T.C.A. Batista leg; (rio Araguaia, lago do Varal, E.26, 22L 0540520/UTM 8558134), 15.10.2003, MCN-POR 6832, T.C.A. Batista leg., 16.09.2004, MCN-POR 6719-21, 6724-25, 6727, T.C.A. Batista leg; (rio Araguaia, lago do Varal, E.27, 22L 0540783/UTM 8557693), 15.10.2003, MCN-POR 6846, 6853 e associada a MCNPOR 6852, T.C.A. Batista leg; 16.09.2004, MCN-POR 6730, T.C.A. Batista leg; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/UTM 8522771), 12.10.2002, MCN-POR 6087, 6752, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 06.04.2004, MCN-POR 6138, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Luiz Alves, E.19, 22L 0546415/UTM 8536461), 14.10.2003, MCN-POR 6838, 6840, T.C.A. Batista leg.; MCN-POR 6841 e associada a MCN-POR 6146, T.C.A. Batista leg., MCN-POR 6830, T.C.A. Batista leg.; 07.04.2004, MCN-POR 6140, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; 21.09.2004, MCN-POR 6663, 6666, 6672, 6675 e associada a MCN-POR 6664, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Brito, E.20, 22L 0544936/UTM 8542187), 14.10.2003, MCN-POR 683637 e associada a MCN-POR 7170, T.C.A. Batista leg.; 21.09.2004, MCN-POR 6677, 6680-81, 6683 e associada a MCN-POR 6682, T.C.A. Batista leg.; 24.09.2005, MCN-POR 7134-36, 7139, T.C.A. Batista leg; (rio Araguaia, lago do Brito, E.21, 22L 0545400/UTM 8543209), 14.10.2003, MCN-POR 6149, 6835, T.C.A. Batista leg.; 21.09.2004, MCN-POR 6606 e associada a MCN-POR 6607, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.22, 22L 0543993/ UTM 8554875), 15.10.2003, MCN-POR 6150, T.C.A. Batista leg. MCN-POR 6831 e associada a MCN-POR 6151, T.C.A. Batista leg., MCN-POR 6153, T.C.A. Batista leg; 16.09.2004, MCN-POR 6688, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.23, 22L 0544581/UTM 8555077), 15.10.2003, MCN-POR 6154, T.C.A. Batista leg. MCN-POR 6155-56, T.C.A. Batista leg., 16.09.2004, MCN-POR 6692-96, 6698, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.24, 22L 0546762/UTM 8556738), 15.10.2003, MCN-POR 6827, T.C.A. Batista leg; 16.09.2004, MCN-POR 6700, 6702, 6705, 6709, T.C.A. Batista leg.

Trochospongilla minuta (Potts, 1887)

Fig. 27

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Comprido, E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 01.04.2004, MCN-POR 6161, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147) 09.10.2002, MCN-POR 6052, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.

Trochospongilla repens (Hinde, 1888)

Figs 14, 28

Material examinado: BRASIL, Tocantins: Sandolândia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, E.08, 22L 0539173/ UTM 8595760), 15.09.2004, MCN-POR 6642, T.C.A. Batista leg.; Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, curva do Rebojinho, E.09, 22L 0539659/UTM 8588456), 15.09.2004, MCN-POR 6597, e associada a MCNPOR 6595, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Base da Montaria, E.18, 22L 0536710/UTM 8521791), 23.09.2005, MCN-POR 7399, T.C.A. Batista leg.; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.15, 22L 0542239/UTM 8524957), 22.09.2005, MCN-POR 7116, T.C.A. Batista leg.

T. lanzamirandai Bonetto & Ezcurra, 1964

Fig. 29

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Comprido, E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 08.10.2002, associada a MCN-POR 6039, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago Comprido, E.02, 22L 0544274/UTM 8577552), 08.10.2002, MCNPOR 6043, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147), 15.09.2004, MCN-POR 6620, 03.03.2005, MCN-POR 6869, 6871, T.C.A. Batista leg., 15.09.2004, MCN-POR 6620, T.C.A. Batista leg., 03.03.2005, MCN-POR 6869, 6871 T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.05, 22L 0532699/UTM 8598539), 24.09.2005, MCN-POR 7003, 7035, 7042, 7044, 7068, 7084, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Goiaba, E.10, 22L 0550795/UTM 8579843), 10.10.2002, MCNPOR 6061, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.11, 22L 0537401/UTM 8562590), 11.10.2002, MCNPOR 6071, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago da Montaria, E.17, 22L 0536467/UTM 8521649), 12.10.2002, MCN-POR 6739, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; 06.04.2004, MCN-POR 6818, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 20.09.2004, MCN-POR 6659, 6662, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.27, 22L 0540783/UTM 8557693), 16.09.2004, MCN-POR 6732, T.C.A. Batista leg; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/UTM 8522771), 12.10.2002, MCN-POR 6089, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Luiz Alves, E.19, 22L 0546415/UTM 8536461), 14.10.2003, MCN-POR 6770, 6772-73, 6775, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Brito, E.20, 22L 0544936/UTM 8542187), 21.09.2004, associada a MCN-POR 6678, T.C.A. Batista leg.

Trochospongilla delicata Bonetto & E. de Drago, 1967

Fig. 30

Material examinado: BRASIL, Goiás: São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago do Brito, E.20, 22L 0544936/UTM 8542187), 21.09.2004, MCNPOR 6686, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.24, 22L 0546762/UTM 8556738), 16.09.2004, MCN-POR 6708, T.C.A. Batista leg.; Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago do Varal, E.26), 16.09.2004, associada a MCN-POR 6719, T.C.A. Batista leg.

Trochospongilla variabilis Bonetto & E. de Drago, 1973

Fig. 31

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Comprido, E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 08.10.2002, associada a MCN-POR 6039, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago Comprido, E.02, 22L 0544274/UTM 8577552), 08.10.2002, MCNPOR 6045, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.12, 22L 0538188/UTM 8562205), 11.10.2002, MCNPOR 6074, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.

Trochospongilla pennsylvanica (Potts, 1882)

Fig. 32

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/ UTM 8599147), 09.10.2002, MCN-POR 6049, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.07, 22L 0532708/UTM 8598024), 09.10.2002, MCN-POR 5940, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.

Corvospongilla Annandale, 1911

Corvospongilla seckti Bonetto & E. de Drago, 1966

Fig. 33

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Comprido, E.02, 22L 0544274/UTM 8577552), 08.10.2002, MCN-POR 6045, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.03, 22L 0533197/UTM 8599150), 09.10.2002, MCN-POR 6047, 6740, 6798-6803, 6806, 6808-09, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.05, 22L 0532699/UTM 8598539), 09.10.2002, MCN-POR 6056, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.07, 22L 0532708/UTM 8598024), 09.10.2002, MCN-POR 5949, 5933-34, 5948, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, curva do Rebojinho, E.09, 22L 0539659/UTM 8588456), 09.10.2002, MCN-POR 5966-67, 6736-37 e associada com MCN-POR 5963, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6596, T.C.A. Batis ta leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.11, 22L 0537401/UTM 8562590), 11.10.2002, MCN-POR 6067, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 22.09.2004, MCN-POR 6613, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.12, 22L 0538188/UTM 8562205), 11.10.2002, MCN-POR 6074, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.25, 22L 0540552/UTM 8557382), 15.10.2003, MCN-POR 6158, 6819, T.C.A. Batista leg., 16.09.2004, MCN-POR 6713, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.26, 22L 0540520/UTM 8558134), 15.10.2003, MCN-POR 6833, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.27, 22L 0540783/UTM 8557693), 15.10.2003, MCN-POR 6160, 6850-51, T.C.A. Batista leg., 16.09.2004, MCN-POR 6729, T.C.A. Batista leg.; Tocantins: Sandolândia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, E.08, 22L 0539173/UTM 8595760), 09.10.2002, MCN-POR 5951-53, 5955-61, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6643-44, T.C.A. Batista leg., 24.09.2005, MCN-POR 7110, 7113, T.C.A. Batista leg.; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.13, 22L 0541943/UTM 8526176), 12.10.2002, MCN-POR 6077, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Crixás Açu, E.14, 22L 0541744/UTM 8525341), 12.10.2002, MCN-POR 6078, 6742-43, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Crixás Açu, E.15, 22L 0542239/UTM 8524957), 12.10.2002, MCN-POR 6080, 6746-48, 6751, 6753-57, 6762-64, 6767 e associada com MCN-POR 6759, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6084, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 20.09.2004, MCN-POR 6605, T.C.A. Batista leg.; (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/UTM 8522771), 12.10.2002, MCN-POR 6089, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Luiz Alves, E.19, 22L 0546415/UTM 8536461), 14.10.2003, MCN-POR 6145, 6839, T.C.A. Batista leg.

Radiospongilla Penney & Racek, 1968

R. amazonensis Volkmer-Ribeiro & Maciel, 1983

Fig. 34

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Comprido, E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 08.10.2002, MCN-POR 6036, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147), 09.10.2002, MCN-POR 6052, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, associada a MCN-POR 6623, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.05, 22L 0532699/UTM 8598539), 24.09.2005, MCN-POR 7006, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.12, 22L 0538188/UTM 8562205), 11.10.2002, MCN-POR 6074, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; Goiás: São Miguel do Araguaia, APA Me-andros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago do Brito, E.21, 22L 0545400/UTM 8543209), 02.03.05, MCN-POR 6862-64, T.C.A. Batista leg.

Saturnospongilla Volkmer-Ribeiro, 1976

Saturnospongilla carvalhoi Volkmer-Ribeiro, 1976

Figs 6, 35

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago do Comprido, E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 08.10.2002, MCN-POR 6032, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147) 09.10.2002, MCN-POR 6050, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6619, 6622, T.C.A. Batista leg., 03.03.2005, MCN-POR 6868, T.C.A. Batista leg.; 24.09.2005, MCN-POR 7002, 7004-05, 7007, 7009-11, 7013, 7015-16, 7018, 7020-26, 7028, 7031, 7033-34, 7037-38, 7040, 7046, 7049, 7051, 7053, 7055, 7057, 7059, 7061- 62, 7064-67, 7069, 7071, 7073, 7075-80, 7088, 7090, 7092-94, 7096, 7098-99, 7101-02, 7104-06, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.06, 22L 0531773/UTM 8596791), 09.10.2002, MCN-POR 6057, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 04.04.2004, MCN-POR 6781, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6626-27, 6631-32, 6635-36, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.07, 22L 0532708/UTM 8598024), 15.09.2004, associada a MCN-POR 6639, T.C.A. Batista leg; (rio Araguaia, lago do Goiaba, E.10, 22L 0550795/UTM 8579843), 14.09.2004, MCN-POR 6645, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.11, 22L 0537401/UTM 8562590), 11.10.2002, MCN-POR 6070, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 22.09.2004, MCN-POR 6611 e associada a MCN-POR 6612, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Montaria, E.17, 22L 0536467/UTM 8521649), 12.10.2002, MCN-POR 6090, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.25, 22L 0540552/UTM 8557382), 15.10.2003, MCN-POR 6820, T.C.A. Batista leg., 16.09.2004, MCN-POR 6714, 6716, T.C.A. Batista leg., 26.09.2005, MCN-POR 7144, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.26, 22L 0540520/UTM 8558134), 15.10.2003, MCN-POR 6159, 6834, T.C.A. Batista leg., 16.09.2004, MCN-POR 6719, 6723, 6726 e associada a MCN-POR 6724, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.27, 22L 0540783/UTM 8557693), 15.10.2003, MCN-POR 6848-49 e associada a MCN-POR 6844, T.C.A. Batista leg., 16.09.2004, MCN-POR 6728, 6731, T.C.A. Batista leg.; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.13, 22L 0541943/UTM 8526176), 20.09.2004, MCN-POR 6600, T.C.A. Batista leg.; (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/UTM 8522771), 20.09.2004, MCN-POR 6649-50, 6652 e associada a MCN-POR 6648, T.C.A. Batista leg.; São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Luiz Alves, E.19, 22L 0546415/UTM 8536461), 14.10.2003, MCN-POR 6144, T.C.A. Batista leg.; 21.09.2004, MCN-POR 6670-71, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Brito, E.20, 22L 0544936/UTM 8542187), 21.09.2005, MCN-POR 7133, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Brito, E.21, 22L 0545400/UTM 8543209), 21.09.2004, MCN-POR 6607, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.23, 22L 0544581/ UTM 8555077), 16.09.2004, MCN-POR 6699, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.24, 22L 0546762/UTM 8556738), 15.10.2003, MCN-POR 6157, T.C.A. Batista leg., 16.09.2004, MCN-POR 6706-07, T.C.A. Batista leg.

Potamolepidae Brien, 1967

Oncosclera Volkmer-Ribeiro, 1970

Oncosclera navicella (Carter, 1881)

Fig. 36


Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Comprido, E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 08.10.2002, MCN-POR 6035, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago Comprido, E.02, 22L 0544274/UTM 8577552), 08.10.2002, MCNPOR 6045, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.03, 22L 0533197/UTM 8599150), 09.10.2002, MCN-POR 6792, 6796, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6618, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147) 09.10.2002, MCN-POR 6051, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6052, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.05, 22L 0532699/UTM 8598539), 09.10.2002, MCN-POR 6054, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6624, T.C.A. Batista leg., 24.09.2005, MCN-POR 7008, 7012, 7017, 7027, 7030, 7036, 7039, 7045, 7048, 7058, 7070, 7072, 7074, 7087, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.06, 22L 0531773/ UTM 8596791), 04.04.2004, MCN-POR 6788, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6638 e associada a MCN-POR 6630, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.07, 22L 0532708/UTM 8598024), 09.10.2002, MCN-POR 5939, 5941-42, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, curva do Rebojinho, E.09, 22L 0539659/UTM 8588456), 09.10.2002, MCN-POR 6738, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6595, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Goiaba, E.10, 22L 0550795/UTM 8579843), 10.10.2002, MCN-POR 6061, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.11, 22L 0537401/UTM 8562590), 11.10.2002, MCN-POR 6066, 6857-58, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6068 T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6069, 6859 T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.27, 22L 0540783/UTM 8557693), 16.09.2004, MCN-POR 6733, T.C.A. Batista leg.; Tocantins: Sandolândia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, E.08, 22L 0539173/UTM 8595760), 24.09.2005, MCN-POR 7108-09, 7114, T.C.A. Batista leg., Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.13, 22L 0541943/UTM 8526176), 20.09.2004, MCN-POR 6602, T.C.A. Batista leg.; (rio Crixás Açu, E.15, 22L 0542239/ UTM 8524957), 22.09.2005, MCN-POR 7125, T.C.A. Batista leg.; (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/ UTM 8522771), 12.10.2002, MCN-POR 6089, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Luiz Alves, E.19, 22L 0546415/UTM 8536461), 14.10.2003, MCN-POR 6771, 6776, T.C.A. Batista leg., 21.09.2004, MCN-POR 6665, 6668, 6676, T.C.A. Batista leg., 21.09.2005, MCN-POR 7132, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Brito, E.20, 22L 0544936/UTM 8542187), 21.09.2005, associada a MCN-POR 7137, T.C.A. Batista leg., (rio Araguaia, lago do Brito, E.21, 22L 0545400/UTM 8543209), 21.09.2004, MCN-POR 6608-09, T.C.A. Batista leg., 21.09.2005, MCN-POR 7137-38, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.22, 22L 0543993/UTM 8554875), 16.09.2004, MCN-POR 6689, 6691, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.24, 22L 0546762/UTM 8556738), 16.09.2004, MCN-POR 6711, T.C.A. Batista leg.

Oncosclera spinifera (Bonetto & E. de Drago, 1973)

Figs 10, 37

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Cristalino, E.03, 22L 0533197/ UTM 8599150), 09.10.2002, MCN-POR 6794, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6617, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147) 09.10.2002, MCN-POR 6051, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.05, 22L 0532699/UTM 8598539), 04.04.2004, associada a MCN-POR 6164, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.07, 22L 0532708/UTM 8598024), 09.10.2002, MCN-POR 5930, 5938, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6641, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, curva do Rebojinho, E.09, 22L 0539659/ UTM 8588456), 09.10.2002, MCN-POR 5962-65, 5973 e associada a MCN-POR 5967, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 5968-72, 5974-76, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, Base da Montaria, E.18, 22L 0536710/ UTM 8521791), 12.10.2002, MCN-POR 6091, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; Tocantins: Sandolândia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, E.08), 09.10.2002, MCN-POR 5954, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 24.09.2005, MCN-POR 7111-12, 7115, T.C.A. Batista leg.; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.15, 22L 0542239/UTM 8524957), 12.10.2002, MCN-POR 6082, 6758, 6761, 6765, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6083, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 20.09.2004, MCN-POR 6604, T.C.A. Batista leg.; (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/UTM 8522771), 12.10.2002, MCN-POR 6088, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.

Uruguaya Carter, 1881

Uruguaya corallioides (Bowerbank, 1863)

Fig. 38

Material examinado: BRASIL, Goiás: São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.15, 22L 0542239/UTM 8524957), 22.09.2005, MCN-POR 7117 e associada a MCN-POR 7126, T.C.A. Batista leg.

Metaniidae Volkmer-Ribeiro, 1986

Acalle Gray, 1867

Acalle recurvata (Bowerbank, 1863)

Fig. 39


Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, Lago Comprido, E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 14.09.2004, associada a MCN-POR 6616, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147) 15.09.2004, associada a MCN-POR 6623, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.06, 22L 0531773/UTM 8596791), 04.04.2004, MCN-POR 6782, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6633, T.C.A. Batista leg. 24.09.2005, MCNPOR 7050, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.07, 22L 0532708/ UTM 8598024), 09.10.2002, MCN-POR 5935, 5947, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.11, 22L 0537401/UTM 8562590) 22.09.2004, MCN-POR 6612 e associada a MCN-POR 6611, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.27), 15.10.2003, MCN-POR 6847, 6856, T.C.A. Batista leg.; Goiás: São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Luiz Alves, E.19, 22L 0546415/UTM 8536461), 21.09.2004, MCN-POR 6667, 6673, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Brito, E.20, 22L 0544936/UTM 8542187), 21.09.2005, associada a MCN-POR 7141, 7143, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.23, 22L 0544581/UTM 8555077), 15.10.2003, MCN-POR 6842, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.24, 22L 0546762/UTM 8556738), 16.09.2004, MCN-POR 6710, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.25, 22L 0540552/UTM 8557382), 16.09.2004, associada a MCN-POR 6715, T.C.A. Batista leg.; Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia T.C.A. Batista leg.; (rio Crixás Açu, E.15, 22L 0542239/UTM (Rio Crixás Açu, E.13, 22L 0541943/UTM 8526176), 12.10.2002, 8524957), 22.09.2004 e associada a MCN-POR 6603, T.C.A. Batisassociada a MCN-POR 6075, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro ta leg.; (Rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/ leg., 20.09.2004, MCN-POR 6598 e associada a MCN-POR 6599, UTM 8522771), 20.09.2004, MCN-POR: 6648, T.C.A. Batista leg.

Drulia Gray, 1867

Drulia browni (Bowerbank, 1863)

Fig. 40

Material examinado: BRASIL, Goiás: São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.21, 22L 0545400/UTM 8543209), 02.03.2005, MCNPOR: 6861, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.22, 22L 0543993/UTM 8554875), 15.10.2003, MCN-POR 6151, 6734-35 T.C.A. Batista leg.; 16.09.2004, MCN-POR 6690 T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago da Piratinga, E.24, 22L 0546762/UTM 8556738), 15.10.2003, MCN-POR 6823, 6826 T.C.A. Batista leg.; Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago do Varal, E.25, 22L 0540552/ UTM 8557382), 16.09.2004, MCN-POR 6712 T.C.A. Batista leg.

Drulia ctenosclera Volkmer-Ribeiro & Mothes de Moraes, 1981

Figs 11, 41

Material examinado: BRASIL, Goiás: São Miguel do Araguaia, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, E.15, 22L 0542239/UTM 8524957), 12.10.2002, MCN-POR 6079, 6759, 6760, 6766, 6744-45, 6749, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6086 T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; 22.09.2005, MCN-POR: 7118, 7120, 7123-24, 7126-27, 7129-30, T.C.A. Batista leg.

Drulia uruguayensis Bonetto & E. de Drago, 1969

Figs 13, 42

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Cristalino, E.05, 22L 0532699/ UTM 8598539), 15.09.2004, associada a MCN-POR 6624, T.C.A. Batista leg.; 24.09.2005, MCN-POR: 7063 T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.07, 22L 0532708/UTM 8598024), 09.10.2002, MCN-POR 5929, 5932, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Araguaia, lago da Montaria, E.17, 22L 0536467/UTM 8521649), 20.09.2004, MCN-POR 6658, 6661, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.27, 22L 0540783/UTM 8557693), 16.09.2004, MCN-POR 6722, T.C.A. Batista leg.; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/UTM 8522771), 20.09.2004, MCN-POR 6651, 6653, 6655-57, T.C.A. Batista leg.

Metania Gray, 1867

Metania reticulata (Bowerbank, 1863)

Fig. 43

Material examinado: BRASIL, Mato Grosso: Cocalinho, APA Meandros do rio Araguaia (rio Araguaia, lago Comprido, E.01, 22L 0545638/UTM 8578692), 08.10.2002, MCN-POR 6034, 7150, 7154-57, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6037, 6039, 6777-80, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6040, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCNPOR 6041, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 14.09.2004, MCN-POR 6614, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago Comprido, E.02, 22L 0544274/UTM 8577552), 08.10.2002, MCN-POR 6038, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6044, 6810-14, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6045, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.03, 22L 0533197/UTM 8599150), 09.10.2002, MCN-POR 6046, 6741, 6795, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Crista-lino, E.04, 22L 0533075/UTM 8599147), 09.10.2002, MCN-POR 6048, 6815-17 e associada a MCN-POR 6049, 6051, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6052, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.; (rio Cristalino, E.05, 22L 0532699/UTM 8598539), 09.10.2002, MCN-POR 6053, 15.09.2004, MCN-POR 6625, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCNPOR 6625, T.C.A. Batista leg., 03.03.2005, MCN-POR 6865, 6867 T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.06, 22L 0531773/UTM 8596791), 15.09.2004, MCN-POR 6629 e associada a MCN-POR 6631, 6633, 6638, T.C.A. Batista leg., 03.03.2005, MCN-POR 6865, 6867, T.C.A. Batista leg., 24.09.2005, MCN-POR 7081-83, T.C.A. Batista leg.; (rio Cristalino, E.07, 22L 0532708/UTM 8598024), 09.10.2002, MCN-POR 5931, 5936-37, 5946, 5950, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 15.09.2004, MCN-POR 6639, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, Lagoão, E.11, 22L 0537401/UTM 8562590), 11.10.2002, MCN-POR 6063, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR: 6064, 6876, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., MCN-POR 6072, 6860, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg., 22.09.2004, MCN-POR 6610 e associada a MCN-POR 6612, T.C.A. Batista leg.; (rio Araguaia, lago do Varal, E.27, 22L 0540783/UTM 8557693), 15.10.2003, MCN-POR 6852, 6854-55, T.C.A. Batista leg.; Goiás: Nova Crixás, APA Meandros do rio Araguaia (rio Crixás Açu, RPPN Pontal do Jaburu, E.16, 22L 0540912/UTM 8522771), 12.10.2002, MCN-POR 6089, T.C.A. Batista & C. Volkmer-Ribeiro leg.

Chave para determinação das espécies de esponjas da APA

Meandros do rio Araguaia

1a. Gêmulas providas de gemoscleras ..................................... 2

1b. Gêmulas desprovidas de gemoscleras, contidas em cápsulas de megascleras do esqueleto (Figs 12, 24 ) .............................................................................................. Spongilla spoliata

2a. Microscleras presentes ...................................................... 3

2b. Microscleras ausentes ......................................................... 8

3a. Microscleras anfióxeas espinhadas ................................... 4

3b. Microscleras anfidiscos diminutos com bordas recortadas em ganchos (Fig. 33) ........................... Corvospongilla seckti

4a. Gemoscleras anfidiscos com rótulas distintas em forma e tamanho ou ausência de uma das rótulas ....................... 5

4b. Gemoscleras anfidiscos, com rótulas iguais (Figs 08, 15-23) .......................................... Heteromeyenia cristalina sp. nov.

5a. Gemoscleras boletiformes, rótula inferior expandida e superior reduzida a uma protuberância com ganchos (Figs 08, 15-23, 43) ........................................... Metania reticulata

5b. Gemoscleras escuteliformes, rótula inferior expandida e eixo reduzido a um pequeno espinho ...................................... 6

6a. Gêmulas presas ao esqueleto por cápsula constituída de megascleras de tamanho menor do que as do esqueleto 7

6b. Gêmulas individualmente soltas no esqueleto (Figs 11, 41) ................................................................... Drulia ctenosclera

7a. Microscleras óxeas diminutas, providas de alguns espinhos maiores na porção mediana e aderidas às paredes da gêmula (Fig. 40) ........................................................... Drulia browni

7b. Microscleras óxeas extremamente delgadas, com raros espinhos diminutos espaçados, aderidas às fibras do esqueleto (Figs 13, 42) .......................... Drulia uruguayensis

8a. Gêmulas com duas categorias de gemoscleras, distintas em forma e tamanho ............................................................... 9

8b. Gêmulas com uma categoria de gemoscleras ................. 10

9a. Gêmula esférica, circundada por anel de espongina, gemoscleras da esfera anfidiscos diminutos em forma de carretel com eixos curtos e grossos, gemoscleras do anel anfióxeas, uniforme e densamente espinhadas (Figs 6, 35) ...................................................... Saturnospongilla carvalhoi

9b. Gêmulas esféricas, providas de duas camadas de gemoscleras, distintas em forma e tamanho, a externa de anfidiscos curtos, com eixos grossos espinhados e rótulas pequenas, umbonadas e recortadas em ganchos fortes e curvos e a interna, de gemoscleras boletiformes, com eixos longos, lisos, extremamente delicados com a rótula interna expandida e externa diminuta e recortada em pequenos ganchos (Fig. 39) ........................................................ Acalle recurvata

10a. Gemoscleras em forma de bastão .................................. 11

10b. Gemoscleras anfidiscos .................................................. 14

11a. Gemoscleras lisas, grossas, geralmente curvas ............. 12

11b. Gemoscleras completamente espinhadas, delgadas, de retas a levemente curvas, com círculo de espinhos curvos irregulares e maiores em ambas as extremidades (Fig. 34) ............................................................ Radiospongilla amazonensis

12a. Gemoscleras com extremidades arredondadas ............ 13

12b. Gemoscleras com extremidades aguçadas (Fig. 36) ........................................................................ Oncosclera navicella

13a. Megascleras anfiestrôngilos retos, delicados e espinhados (Figs 10, 37) ........................................... Oncosclera spinifera

13b. Megascleras anfiestrôngilos curvos, robustos e lisos (Fig. 38) ........................................................ Uruguaia corallioides

14a. Gemoscleras anfidiscos com ambas as rótulas encurvadas na mesma direção ............................................................ 15

14b. Gemoscleras anfidiscos, eixos extremamente reduzidos, rótulas planas e paralelas (Fig. 25 ) ............................................................................................... Trochospongilla gregaria

15a. Anfidiscos com eixos delgados ...................................... 16

15b. Anfidiscos com eixos curtos e grossos .......................... 17

16a. Megascleras anfióxeas lisas, robustas, de retas a levemente curvas (Figs 7, 26 ) ........................... Trochospongilla paulula

16b. Megascleras anfiestrôngilos microespinhadas, retas e delicadas (Fig. 29 ) ................ Trochospongilla lanzamirandai

17a. Rótula superior dos anfidiscos ligeiramente menor que a inferior .............................................................................. 18

17b. Rótula superior dos anfidiscos praticamente ausente, reduzindo-se a uma diminuta expansão da extremidade do eixo (Fig. 32) ......................... Trochospongilla pennsylvanica

18a. Rótula superior dos anfidiscos inteira .......................... 19

18b. Rótula superior dos anfidiscos recortada em forma de corola de flor (Fig. 31 ) ................. Trochospongilla variabilis

19a. Megascleras com duas categorias distintas de tamanho, uma a metade da outra .................................................... 20

19b. Megascleras óxeas lisas (Fig. 30 ) ............................................................................................... Trochospongilla delicata

20a. Megascleras anfiestrôngilos curvos, lisos ou microgranulados (Figs 14, 28 ) ............................. Trochospongilla repens

20b. Megascleras anfióxeas, levemente curvas, densamente espinhadas (Fig. 27 ) ........................ Trochospongilla minuta

DISCUSSÃO

A fauna de esponjas detectada na APA Meandros do rio Araguaia, distingue-se daquela levantada no curso inferior do rio (BATISTA et al. 2003), tanto qualitativa quanto quantitativamente (Tab. III). O estudo dessa tabela mostra que a fauna encontrada na APA apresentou maior riqueza específica, com 21 espécies, se distinguindo da do curso inferior, onde foram registradas 15 espécies. Duas são as probabilidades que explicam esta maior riqueza, uma de que ela deva-se a amostragem mais intensiva e detalhada levada a efeito na APA. Neste sentido, a proposta inicial de se realizar amostragens em distintos habitats, dada a riqueza dos mesmos que a APA apresenta, mostrou-se compensadora. A segunda é, de fato, que ocorra uma maior diversidade na área da APA, devido justamente a uma riqueza maior de habitats. No caso do curso inferior do rio, com respeito ao leito, foram examinados apenas um trecho rochoso e as barrancas arenosas com exposição das raízes da vegetação ripária, devido a serem esses os dois tipos distintos de ambientes encontrados, o mesmo ocorrendo no pertinente aos lagos, apenas um tipo, qual fossem lagos pequenos na mata inundada e dos contribuintes, apenas o rio Urubu (BATISTA et al. 2003). Na APA, ao contrário, foram amostrados três rios, Crixás, Cristalino e o próprio Araguaia e lagos os mais diversos constituídos por meandros de rios, lagos pequenos na mata inundada e lagos permanentes, como o Lagoão.

Foi verificada na APA uma riqueza maior de espécies, seja nos substratos rochosos de fundo e barrancas quanto nos lagos temporários. Das espécies típicas de fundo rochoso Drulia ctenosclera, Uruguaya corallioides e Spongilla spoliata foram detectadas somente na área da APA, em oposição a apenas uma espécie, Drulia cristata, para o substrato rochoso do fundo do rio no curso inferior (BATISTA et al. 2003). Na APA, ao contrário, as barrancas de laterita perfurada (Fig. 9) constituíram um acréscimo apreciável desses substratos, não se computando as porções dos mesmos, permanentemente inundadas no período de águas baixas e inacessíveis para a amostragem feita.

Para áreas dos lagos de várzea, Heteromeyenia cristalina sp. nov., Trochospongilla minuta, T. variabilis e T. pennsylvanica, foram registradas somente na APA, não se detectando qualquer espécie restrita aos ambientes de lagos do curso inferior do rio, pois todas que ocorreram neste local, ocorreram também na APA.

Em termos de distinções fenotípicas, a espécie Metania reticulata foi detectada no curso inferior do rio Araguaia com formas volumosas, de aspecto globoso ou tuberoso, incrustando as raízes de mata ripária expostas nas barrancas arenosas do rio. Na área da APA, no entanto, M. reticulata mostrou-se sempre com espécimes rasos, incrustantes, formando manchas dispersas ou incrustações mais extensas. A explicação reside talvez no fato de que no curso inferior, com barrancas arenosas e profusão de areia no leito, as raízes da vegetação ripária expostas nas barrancas constituem os únicos substratos disponíveis, ocasionando crescimentos sucessivos com cada inundação nos mesmos locais.

O fato de Drulia ctenosclera, D. uruguayensis, Oncosclera navicella, O. spinifera, Corvospongilla seckti, Spongilla spoliata, Trochospongilla repens e Uruguaya corallioides terem sido registradas na APA para substratos mais duros e rochosos e que Acalle recurvata, Heteromeyenia cristalina sp. nov., Trochospongilla paulula, T. pennsylvanica. T. variabilis, T. gregaria, T. lanzamirandai, Radiospongilla amazonensis e Saturnospongilla carvalhoi terem demonstrado preferência por ambientes de inundação sazonal, protegidos de luz e correnteza, vem reafirmar os trabalhos anteriores dedicados ao estudo da indicação de ambientes por esses animais, realizados por VOLKMER-RIBEIRO & PAULS (2000) e BATISTA et al. (2003), que mostraram a preferência de determinadas comunidades de esponjas por substratos de fundo rochoso ou de áreas de inundação na região Amazônica.

O retorno da água dos lagos ao rio, com a diminuição do nível das águas, tende a ser o responsável pelo registro de gêmulas de algumas espécies de ambientes de lagos de várzeas, em ambientes de fundo rochoso. O mesmo acontece com algumas espécies de fundo rochoso, como Oncosclera navicella, que não raramente é registrada em forma de gêmulas, associadas a esqueleto de outras espécies de área de inundação, como descrito por BATISTA et al. (2003) em Caseara, Tocantins.

O substrato mostrou-se de extrema importância na implantação dessa fauna, seja ele composto por vegetação marginal ou de fundo rochoso. Enquanto no primeiro caso prevalecem esponjas de esqueleto delicado, diminutas, pertencentes à família Spongillidae, nos fundos rochosos dos rios, a maior ocorrência foi de espécies das famílias Potamolepidae, representada por Oncosclera navicella, O. spinifera, Uruguaya corallioides e Metaniidae com Drulia uruguayensis, D. ctenosclera e D. cristata, todas possuindo esqueletos mais resistentes, ricos em sílica para suportar a força da correnteza.

Heteromeyenia cristalina sp. nov. ocorreu na APA, ocupando preferencialmente ambientes sombreados, protegidos da correnteza, incrustando substratos vegetais, tais como raízes de lianas que ficam submersas em época de cheia.

Uma diferença apresentada nos dois trechos do rio amostrados, consiste nas barrancas do curso inferior, retidas por raízes de vegetação ripária, enquanto na APA as barrancas são de laterita perfurada e com isto é levada para a margem dos rios, a fauna de esponjas de fundo rochoso.

As espécies comuns aos substratos rochosos amostrados na área da APA e no curso inferior do Araguaia (BATISTA et al. 2003) foram Drulia uruguayensis, Oncosclera navicella, O. spinifera e T. repens, constituindo esponjas comuns a esse ambiente, tanto na região Amazônica, quanto na bacia do Paraná, como visto por BONETTO & EZCURRA-DE -DRAGO (1967).

Acalle recurvata, Trochospongilla delicata, T. gregaria, T. lanzamirandai, T. paulula e Metania reticulata aparecem mais uma vez, constituindo comunidades típicas dos lagos de várzea em toda a Amazônia, do Orinoco e do rio Juruá ao Araguaia (VOLKMER-RIBEIRO & DE ROSA-BARBOSA 1972, VOLKMER-RIBEIRO 1984, VOLKMER-RIBEIRO & PAULS 2000, BATISTA et al. 2003). Saturnospongilla carvalhoi e Drulia browni vem confirmando sua colonização nesse tipo de ambiente, como visto em trabalhos publicados por VOLKMER-RIBEIRO (1976) e TAVARES & VOLKMER-RIBEIRO (1995).

AGRADECIMENTOS

À Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins, ao Laboratório Central (LACENTO), à Universidade Federal de São Carlos, ao Museu de Ciências Naturais/Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, ao IBAMA-GO, ao IBAMA-DF e à administração da APA Meandros do rio Araguaia. Ao CNPq pelas bolsas de Doutorado e de Produtividade em pesquisa concedidos. À PIBIC Vanessa de S. Machado, Carolina C. Mostardeiro, Cristiane M. Mendonça, Francielly Benetti e Karina F. de Oliveira, pelo apoio em laboratório, catalogação dos materiais na Coleção Científica e no banco de dados de Porifera do MCN/FZB; a Rodney Scmidt e C. Pairet Jr, do Herbário Prof. Dr. Alarich Schultz (MCN/ FZB), pela determinação do material de Cissus sp. e seu catálogo na coleção do Herbário; à Rejane Rosa, pela arte final nos desenhos dos conjuntos espiculares. A Leandro Gianluppi, do Centro de Microscopia Eletrônica da Universidade Luterana Brasileira (ULBRA) pelas fotos ao MEV. A Cleomar P. Jorge, Raimundo da C. Carneiro (SESAU-TO) e Valdivino R. Fernandes (IBAMA-GO), pela assistência espontânea em campo.

Recebido em 30.XI.2006; aceito em 30.VII.2007.

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      22 Out 2007
    • Data do Fascículo
      2007

    Histórico

    • Recebido
      30 Nov 2006
    • Aceito
      30 Jul 2007
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