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Características de produção de frutos de melancia sem sementes em função de fontes e doses de potássio

Fruit yield characteristics of seedless watermelon as influenced by sources and doses of potassium

Resumos

O experimento foi conduzido em uma propriedade rural, próxima à cidade de Borborema - SP, no período de fevereiro a abril de 2002, com o objetivo de avaliar a produtividade de frutos de melancia sem sementes, híbrido Shadow, em função de fontes e doses de potássio. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados em esquema fatorial 3 x 4, com três repetições, sendo avaliadas as fontes cloreto, nitrato e sulfato de potássio e as doses 50, 100, 200 e 300 kg ha-1 de K2O, em Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico. O maior número de frutos por planta (1,7) foi obtido com as fontes KNO3 e KCl, respectivamente nas doses de 172 e 182 kg ha-1 de K2O. A massa do fruto foi influenciada somente pela dose de potássio e a maior massa foi obtida com 158 kg ha-1 K2O. As produtividades máximas foram obtidas com 94,1; 183 e 193,4 kg ha-1 de K2O, respectivamente, nas fontes K2SO4, KCl e KNO3. Para cada 1 kg de K2O utilizado na fonte K2SO4, obteve-se 201,6 kg de frutos, enquanto a mesma quantidade de K2O nas fontes KCl e KNO3 proporcionou a produção de 111,5 e 109,6 kg ha-1 de frutos.

Citrullus lanatus; nutrição de plantas; fertilizantes potássicos


The experiment was carried out on a farm, in the Borborema County, State of São Paulo, from February to April 2002, in Typic Paleudult. The objective of this work was to investigate the influence of sources and doses of potassium on fruit yield characteristics of seedless watermelon. The experimental design was randomized complete blocks, with three replications, in 3 x 4 factorial scheme, corresponding respectively to potassium sources (potassium chloride, nitrate, and sulphate) and doses (50, 100, 200, and 300 kg K2O ha-1). The highest number of fruits per plant (1,7) was achieved with 172 and 182 kg ha-1 K2O, using respectively KNO3 and KCl as fertilizers. Fruit weight was influenced only for potassium doses and 158 kg ha-1 K2O promoted the largest weight. Maximum yield were obtained with 94.1, 183.0, and 193.4 kg ha-1 K2O, using respectively K2SO4, KCl, and KNO3. Each kg of K2O used as K2SO4 yielded 201,6 kg of fruits, whereas the same amount of K2O as KCl and KNO3 yielded respectively 111,5 and 109,6 kg of fruits.

Citrullus lanatus; plant nutrition; potassium fertilizers


PÁGINA DO HORTICULTOR

Características de produção de frutos de melancia sem sementes em função de fontes e doses de potássio

Fruit yield characteristics of seedless watermelon as influenced by sources and doses of potassium

Leilson C GrangeiroI; Arthur Bernardes Cecílio FilhoII

IUFERSA-Depto. Fitotecnia, C. Postal 137, 59625-900 Mossoró-RN

IIUNESP-FCAV- Depto. Produção Vegetal, Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n°, 14884-900 Jaboticabal-SP; E-mail: leilson@ufersa.edu.br; rutra@fcav.unesp.br

RESUMO

O experimento foi conduzido em uma propriedade rural, próxima à cidade de Borborema – SP, no período de fevereiro a abril de 2002, com o objetivo de avaliar a produtividade de frutos de melancia sem sementes, híbrido Shadow, em função de fontes e doses de potássio. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados em esquema fatorial 3 x 4, com três repetições, sendo avaliadas as fontes cloreto, nitrato e sulfato de potássio e as doses 50, 100, 200 e 300 kg ha-1 de K2O, em Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico. O maior número de frutos por planta (1,7) foi obtido com as fontes KNO3 e KCl, respectivamente nas doses de 172 e 182 kg ha-1 de K2O. A massa do fruto foi influenciada somente pela dose de potássio e a maior massa foi obtida com 158 kg ha-1 K2O. As produtividades máximas foram obtidas com 94,1; 183 e 193,4 kg ha-1 de K2O, respectivamente, nas fontes K2SO4, KCl e KNO3. Para cada 1 kg de K2O utilizado na fonte K2SO4, obteve-se 201,6 kg de frutos, enquanto a mesma quantidade de K2O nas fontes KCl e KNO3 proporcionou a produção de 111,5 e 109,6 kg ha-1 de frutos.

Palavras-chave:Citrullus lanatus, nutrição de plantas, fertilizantes potássicos.

ABSTRACT

The experiment was carried out on a farm, in the Borborema County, State of São Paulo, from February to April 2002, in Typic Paleudult. The objective of this work was to investigate the influence of sources and doses of potassium on fruit yield characteristics of seedless watermelon. The experimental design was randomized complete blocks, with three replications, in 3 x 4 factorial scheme, corresponding respectively to potassium sources (potassium chloride, nitrate, and sulphate) and doses (50, 100, 200, and 300 kg K2O ha-1). The highest number of fruits per plant (1,7) was achieved with 172 and 182 kg ha-1 K2O, using respectively KNO3 and KCl as fertilizers. Fruit weight was influenced only for potassium doses and 158 kg ha-1 K2O promoted the largest weight. Maximum yield were obtained with 94.1, 183.0, and 193.4 kg ha-1 K2O, using respectively K2SO4, KCl, and KNO3. Each kg of K2O used as K2SO4 yielded 201,6 kg of fruits, whereas the same amount of K2O as KCl and KNO3 yielded respectively 111,5 and 109,6 kg of fruits.

Keywords:Citrullus lanatus, plant nutrition, potassium fertilizers.

No Brasil, a produção de melancia sem sementes é ainda incipiente. Embora algumas pequenas áreas comerciais tenham sido implantadas em São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte acredita-se que será neste último Estado que a produção de melancia sem sementes irá se concentrar (Schiavon Jr., Comunicação pessoal). O menor tamanho do fruto, característica que facilita o transporte e acondicionamento, e a ausência de sementes, explorada comercialmente pelas empresas como novidade de mercado, são os principais aspectos que contribuem para a expansão de seu cultivo.

A exigência de potássio pela cultura da melancia é superior à de nitrogênio, sendo aquele nutriente necessário em maior quantidade com o início da frutificação (Grangeiro & Cecílio Filho, 2004). Em trabalho desenvolvido por Grangeiro & Cecílio Filho (2003), o potássio foi o nutriente mais absorvido pela melancia, híbrido Nova, também sem sementes, com maior demanda no período de 45 a 60 dias após transplantio. Do total extraído pela cultura, a parte vegetativa contribuiu com 50% e os frutos com o restante. A grande relação do potássio com a frutificação (Potash & Phosphate Institute of Canada, 1990) explica os resultados obtidos por Sundstrom & Carter (1983), Deswal & Patil (1984), Zeng & Jiang (1989), Simonne et al. (1992) e Locascio & Hochmuth (2002), que observaram incrementos significativos na produtividade da melancia em função da adubação potássica.

A nível mundial, os principais fertilizantes potássicos utilizados na agricultura são o cloreto de potássio - KCl (60 a 62% de K2O e 48% de Cl), o sulfato de potássio K2SO4 (50 a 53% de K2O e 17% de S), o nitrato de potássio KNO3 (44 a 46% de K2O e 13 a 14% de N) e o sulfato de potássio e magnésio K2SO4.2MgSO4 (22% de K2O, 22% de S e 12 a 18% de Mg). Dentre essas fontes, o KCl é comercialmente dominante, respondendo por cerca de 95% de todo o potássio usado na agricultura. As principais razões para isto são as altas concentrações de K, abundante suprimento e menor preço em relação às outras fontes (Potash & Phosphate Institute of Canada, 1990). Na cultura da melancia, o cloreto de potássio é, com certeza, a fonte mais utilizada devido ao menor preço. Entretanto, não existem pesquisas que comprovem a maior eficiência desta fonte para a cultura.

Esta ou aquela forma de potássio não é preferível em relação à outra. O importante é que o fertilizante seja aplicado em quantidade e métodos adequados. No entanto, quando se utiliza quantidades elevadas de potássio continuamente, a aplicação de sulfato de potássio ou sulfato de potássio e magnésio implica em menor risco de alta concentração salina do solo em relação às outras fontes, uma vez que o índice salino do KCl é 116,3, enquanto os índices salinos do K2SO4 e K2SO4.2MgSO4 são, respectivamente, 46,1 e 43,2 (Rosa, 1997). Altas concentrações salinas podem também aparecer em função da aplicação localizada do fertilizante, mesmo quando a dose é baixa (Malavolta, 1996). Desta forma, a escolha da fonte de potássio deve ser baseada na necessidade da cultura, no método de aplicação, no preço e na disponibilidade. Outro fator que pode ser levado em consideração é o íon acompanhante (Cl-, NO3-, Mg+2, SO4-2), sua função na planta e disponibilidade no solo (Stewart, 1985).

Mengel & Kirkby (1987) recomendam a utilização de fontes de potássio isentas de cloro para aquelas espécies sensíveis a esse micronutriente como, por exemplo, as hortaliças de frutos (Zehler et al., 1986), em que se observa queda no rendimento em situações de excesso deste elemento no solo. As folhas mais velhas tornam-se duras, espessas e quebradiças e tanto o crescimento vegetativo, quanto o desenvolvimento dos frutos são reduzidos.

Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a produtividade de frutos de melancia sem sementes, em função de fontes e doses de potássio.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em uma propriedade rural, localizada próxima à cidade de Borborema – SP, no período de fevereiro a abril de 2002, em solo classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico textura média (EMBRAPA, 1999). Amostras do solo coletadas na área experimental antes da instalação do experimento, apresentaram os seguintes resultados: pH(CaCl2)= 4,8; P(resina)= 3 mg dm-3; S= 5 mg dm-3; M.O.= 11 g dm-3; K= 1,0 mmolc dm-3; Ca= 9 mmolc dm-3; Mg= 5 mmolc dm-3; SB= 15 mmolc dm-3; H+Al= 16 mmolc dm-3, T= 31 e V= 48%. As análises foram realizadas no Laboratório do Departamento de Solos e Adubos, da UNESP, Jaboticabal, segundo metodologias descritas por Raij et al. (2001).

O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, em esquema fatorial 3 x 4, com três repetições, sendo avaliadas as fontes cloreto, nitrato e sulfato de potássio e as doses 50, 100, 200 e 300 kg ha-1 de K2O. As doses foram propostas baseando-se na recomendação de Trani et al. (1997) para adubação da melancia em São Paulo. Cada parcela foi composta por três linhas de oito plantas, utilizando-se para avaliação apenas as seis plantas centrais da linha central da parcela. A cultivar empregada foi o híbrido de melancia sem sementes Shadow, cujo ciclo na região Sudeste é de aproximadamente 70 dias pós-transplante. O híbrido Shadow tem fruto redondo-ovalado, de casca verde-mediano com faixas verde-escuras polpa firme e vermelha. A semeadura foi realizada em bandejas de poliestireno expandido para 128 mudas, preenchidas com substrato Plantmax. As mudas permaneceram em casa-de-vegetação por um período de 30 dias até o transplantio. Entre as parcelas, como polinizador, foi plantada uma linha do híbrido de melancia com semente Tide, no espaçamento de 1,7 x 3,0m.

Após a aração e gradagem fez-se a distribuição de 1 t ha-1 de calcário dolomítico na área total, incorporando-se com grade, 50 dias antes do transplantio. O objetivo da calagem foi elevar a saturação por bases a 70% (Trani et al., 1997). Após esse período, procedeu-se a abertura dos sulcos com aproximadamente 0,30 m de profundidade e realizou-se a adubação.

O N foi aplicado na forma de nitrato de amônio em doses equivalentes a 30 kg ha-1 de N, no sulco, e 90 kg ha-1 de N parcelado em três vezes (Trani et al., 1997). No entanto, à medida que aumentou a dose de potássio aplicado na forma de nitrato de potássio, maior foi a quantidade fornecida de N pela mesma fonte. Em virtude disto, as doses de nitrato de amônio foram proporcionalmente reduzidas, de tal forma que a dose final de N não excedesse 120 kg ha-1 (30 no plantio e 90 em cobertura). Assim, para as doses de 50, 100, 200 e 300 kg ha-1 de K2O aplicados na forma de nitrato de potássio, foram aplicados, respectivamente, 26,3; 22,6; 15,2 e 7,8 kg ha-1 de N na forma de nitrato de amônio, para complementar a dose de 30 kg ha-1 de N no plantio e de 30 kg ha-1 de N em cada uma das três coberturas: 7, 21 e 35 dias após o transplantio (DAT).

No sulco foram aplicados também 240 kg ha-1 de P2O5 (Trani et al., 1997) nas formas de superfosfato simples e de superfosfato triplo, objetivando fornecer 50 kg ha-1 de enxofre em todos os tratamentos. Os tratamentos com dose de 200 e 300 kg ha-1 K2O na fonte de K2SO4, receberam 67 e 100 kg S ha-1. As doses totais de K estabelecidas nos tratamentos foram parceladas em quatro partes iguais, sendo 25% no sulco e 25% em cada uma das coberturas, realizadas simultaneamente às coberturas com nitrogênio.

A partir de 20 DAT, por interesse do produtor e sem recomendação técnica específica, foram feitas adubações foliares semanalmente, junto com os defensivos, empregando 200 mL por 100 L de solução dos produtos contendo: 0,6 g L-1 de Mg; 0,8 g L-1 de Ca e 0,05 g L-1 de B; 0,3 g L-1 de Zn; 0,2 g L-1 de Mn e 0,01 g L-1 de Mo. Além das pulverizações com defensivos agrícolas, foram realizadas capinas e penteamento das ramas. A precipitação ocorrida no período do experimento foi de 253 mm e não foi realizada irrigação complementar, pois não existia fonte de captação de água na área. Esta precipitação foi bem distribuída até 20 dias antes da colheita, quando a estiagem prejudicou o crescimento dos frutos.

A colheita foi iniciada 65 DAT, quando os frutos encontravam-se com coloração verde-brilhante, pedúnculo secando e a parte aérea senescente. Foram realizadas duas colheitas, com intervalo de sete dias. As características avaliadas foram: massa de fruto (kg), número de frutos por planta, produção por planta (kg planta-1) e produtividade (t ha-1). A eficiência dos fertilizantes foi avaliada por meio da razão entre a máxima produtividade e a dose necessária para obtê-la, expressando-a em kg de frutos por kg de K2O.

As análises de variância foram realizadas através do software ESTAT, da UNESP-Jaboticabal. Para o fator quantitativo (doses) foi feita análise de regressão (Gomes, 1990)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se efeito significativo da interação fontes e doses de potássio para as características número de frutos, produção por planta e produtividade.

O maior número de frutos por planta foi obtido com os fertilizantes KNO3 e KCl, ambos com 1,7 fruto planta-1 e K2SO4 (1,5 fruto planta-1), respectivamente, nas doses estimadas de 172, 182 e 106,2 kg ha-1 de K2O (Tabela 1). Embora as quantidades de frutos por planta tenham sido muito próximas entre as fontes, verifica-se que foram necessários 65,8 e 75,8 kg ha-1 de K2O a mais nas fontes KNO3 e KCl. Ao contrário, Anders & Oliveira (1996) observaram aumento de 71% no número de frutos por planta de melancia cultivar Crimson Sweet, quando a dose de K aplicada no solo passou de 30 para 90 kg ha-1 de K2O, na forma de KCl. Em tomate, embora o potássio seja favorável ao incremento na massa do fruto, o efeito positivo é percebido principalmente no aumento do número de frutos por planta (Mengel & Viro, 1976). Também em meloeiro observou-se acréscimo na fixação de frutos com aumento na concentração de potássio na solução nutritiva (Costa, 2002).

A máxima massa do fruto foi de 5,3 kg, obtida com a dose estimada de 158 kg ha-1 de K2O (Tabela 1). A massa do fruto foi influenciada apenas pelo fator dose de potássio. As fontes usadas não apresentaram efeito. Aumentos na massa de fruto ocasionados pela adubação potássica também foram verificados em melão (Kano, 2002) e tomate (Pujos & Morard, 1997). Este aumento, segundo os autores, é atribuído ao papel importante que esse nutriente desempenha na translocação de fotossintatos das folhas para os frutos. Não obstante, plantas bem supridas em potássio têm concentração de K elevada e conseqüente redução do potencial hídrico, o que induz a um maior acúmulo de água nos tecidos (Montoya et al., 2002).

O desdobramento do efeito das doses de potássio dentro de cada fonte para a produção por planta revelou efeito quadrático para KCl e KNO3 e exponencial para K2SO4 (Tabela 1). A maior produção estimada por planta (8,7 kg) foi obtida com a aplicação de 176 e 183 kg ha-1 de K2O nas formas de KNO3 e KCl. Em seguida, obteve-se maior produção pelo K2SO4 (8,3 kg) com a aplicação de 90,2 kg ha-1 de K2O. O KCl (60% de K2O) proporcionou maior incremento na produção de frutos por planta, em relação ao KNO3 (46% de K2O) e K2SO4 (42%K2O), comparando-se os valores obtidos com a aplicação de 50 kg ha-1 de K2O com aquele que favoreceu a produção máxima.

A produtividade em função das doses de potássio apresentou comportamento quadrático para KCl e exponencial para as fontes KNO3 e K2SO4, com pontos de máximos atingidos nas doses de 94,1; 183 e 193,4 kg ha-1 de K2O, respectivamente, para K2SO4, KCl e KNO3, sendo as respectivas produtividades de 19; 20,4 e 21,2 t ha-1 (Figura 1). A diferença entre as doses necessárias para atingir produtividades máximas foi expressiva, sendo necessária a aplicação de 88,9 e 99,3 kg ha-1 K2O a mais como KCl e KNO3 para se atingir a produtividade máxima, em relação ao K2SO4, representando acréscimos de 94,5 e 105,5%, respectivamente. Do ponto de vista de eficiência, verifica-se que o K2SO4 foi superior às demais, pois para cada 1 kg de K2O utilizado na forma deste fertilizante, obteve-se 201,9 kg de frutos, superior aos 111,5 e 109,6 kg obtidos, respectivamente, com KCl e KNO3 (Tabela 1).


Em melancia, não há muitas informações que relacionem a produtividade à fonte de K utilizada na adubação. Em tomateiro, o efeito da fonte de K sobre a produtividade é controverso. Há relatos de aumento da produtividade comercial em 19% com aplicação de KNO3 em relação a KCl, não diferindo significativamente do K2SO4 (Locascio et al., 1997). Por outro lado, em um trabalho anterior quando foram comparadas as fontes KNO3 e KCl, não houve influência significativa sobre a produtividade (Locascio et al., 1990). Em berinjela e batata,a utilização de K2SO4 proporcionou rendimentos superiores aos obtidos com KCl (Westermann et al., 1994; Wuzhong, 2002).

Tomando-se por base as doses de K2O que proporcionaram a produtividade máxima em todas as fontes, verifica-se que a fertilização potássica com emprego de K2SO4 proporcionou redução de 50% na dose de K2O em relação à recomendada por Trani et al. (1997) para a cultura da melancia no Estado de São Paulo (190 kg ha-1 de K2O), enquanto o emprego de KCl e KNO3 praticamente não diferiram do recomendado. Portanto, os resultados mostraram maior eficiência do fertilizante sulfato de potássio na produção de frutos de melancia.

AGRADECIMENTOS

À FAPESP pelo auxílio financeiro concedido (processo 2000/01797-0); ao produtor rural Sr. Colombo e a Alécio Schiavon Júnior, da empresa Syngenta Seeds; ao CNPq, pela bolsa de pesquisador ao segundo autor.

LITERATURA CITADA

Recebido para publicação em 14 de novembro de 2005; aceito em 19 de dezembro de 2006

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Jun 2007
  • Data do Fascículo
    Dez 2006

Histórico

  • Aceito
    19 Dez 2006
  • Recebido
    14 Nov 2005
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