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Produtividade do maxixeiro cultivado em substrato e fertirrigado com soluções nutritivas

Yield of gherkin cultivated in substrate and fertirrigated with different nutrient solutions

Resumos

O cultivo em substrato vem se expandindo consideravelmente entre os horticultores. No entanto, ainda são escassos estudos para muitas culturas. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a produtividade do maxixeiro cultivado em fibra de coco e fertirrigado com diferentes soluções nutritivas. Os tratamentos foram constituídos pelas soluções nutritivas, tomando-se como base as soluções recomendadas para as culturas do meloeiro e do pepino para o cultivo hidropônico no sistema NFT, utilizando-se três soluções a partir da solução recomendada para o meloeiro (S1: 50%, S2: 100% e S3: 150%) e três soluções a partir da recomendação para o pepino (S4: 50%, S5: 100% e S6: 150%), além de uma solução obtida a partir dos valores médios das soluções nutritivas para o meloeiro e pepino (S7: média de S2 e S5). Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com sete tratamentos e quatro repetições. Foram realizadas cinco colheitas em intervalos semanais, sendo a primeira aos 60 dias após a semeadura. Foram avaliados os seguintes parâmetros de produtividade: número de frutos por planta, massa média de frutos, diâmetros transversal e longitudinal e a produção de frutos por planta. Existe potencial para o cultivo do maxixeiro em substrato com o uso de fertirrigação, utilizando solução nutritiva com concentração iônica correspondente a 100% da recomendação para a cultura do meloeiro ou em concentração maior que 50% em relação à solução recomendada para o pepineiro.

Cucumis anguria; cultivo sem solo; nutrição mineral.


Cultivation in substrate has expanded considerably among farmers, but studies are still scarce for many crops. This research was developed at the Universidade Federal do Rio Grande do Norte, in Mossoró, Brazil, to evaluate the yield of gherkin plants cultivated in coconut fiber and fertigated with different nutrient solutions. We used a completely randomized design with seven treatments and four replications. Treatments consisted of different nutrient solutions, based on the recommended solutions for melon and cucumber for the NFT hydroponic system. Three solutions were defined from the recommended solution for melon (S1: 50%, S2: 100% and S3: 150%), three solutions based on recommendations for cucumber plants (S4: 50%, S5: 100% and S6: 150%), and a solution obtained from the average values of nutrient solutions for melon and cucumber plants (S7: average value of S2 and S5). Five harvests were carried out at weekly intervals, the first 60 days after sowing. We evaluated the yield parameters: number of fruits per plant, mean fruit mass, transversal and longitudinal diameters and fruit production per plant. Cultivating gherkin plants on substrate with fertigations is potentially interesting using recommended nutrient solution corresponding to 100% of the recommendation for melon or greater than 50% the solution concentration for the cucumber.

Cucumis anguria; soiless culture; mineral nutrition.


O maxixeiro (Cucumis anguria) pertencente à família das cucurbitáceas produz frutos que são apreciados pela culinária brasileira, especialmente na região Nordeste, apesar de ainda ser considerada cultura secundária.

Atualmente, novos mercados estão se abrindo para o maxixe, como por exemplo na forma de conserva (Nascimento et al., 2011NASCIMENTO AMCB; NUNES RGFL; NUNES LAPL. 2011. Elaboração e avaliação química, biológica e sensorial de conserva de maxixe (Cucumis anguria). Revista ACTA Tecnológica 6: 123-136.), entretanto, a produção desta hortaliça é insuficiente para atender a demanda nacional.

Dados do senso agropecuário de 2006 revelam que a produção nacional de maxixe é de aproximadamente 33.722 toneladas, sendo que a região Nordeste é responsável por 21.124 toneladas. O estado do Rio Grande do Norte apresenta pequena produção de maxixe, ficando em último lugar, com produção anual de 36 toneladas, e participação em nível nacional de 0,11% (IBGE, 2009)

Para atender a demanda regional e nacional, o cultivo desta hortaliça deve ser intensificado, tanto em área quanto em tecnologia no sistema produtivo, pois grande parte da produção desta hortaliça é proveniente de plantas espontâneas que nascem em áreas cultivadas com outras espécies, como o feijão e o milho, de forma que não são realizadas práticas culturais específicas para a cultura.

Na literatura são encontrados alguns trabalhos que evidenciam resposta do maxixeiro à adubação, tanto com adubação orgânica como química. Porém, esses trabalhos foram desenvolvidos para condições de campo e com sistema convencional de cultivo (Oliveira et al., 2008OLIVEIRA AP; OLIVEIRA FJV; SILVA JA;; OLIVEIRA ANP; SANTOS RR. SILVA DF 2010. Parcelamento e fontes de nitrogênio para produção de maxixe. Horticultura Brasileira 28: 218-221.a, 2008b, 2010).

O cultivo de plantas em substrato vem se difundido consideravelmente entre os produtores de hortaliças, sendo utilizado principalmente na produção de hortaliças tipo fruto, dentre estas algumas espécies da família das cucurbitáceas, principalmente meloeiro (Dias et al., 2010DIAS NS; LIRA RB; BRITO RF; SOUSA NETO ON; FERREIRA NETO M; OLIVEIRA AM. 2010. Produção de melão rendilhado em sistema hidropônico com rejeito da dessalinização de água em solução nutritiva. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental 14: 755-761.) e pepino (Silva et al., 2011SILVA GF; FONTES PCR; LIMA LPF; ARAÚJO TA; SILVA LF. 2011. Aspectos morfoanatômicos de plantas de pepino (Cucumis sativus) sob omissão de nutrientes. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável 6: 13-20.).

O cultivo em substrato apresenta vantagens em relação ao cultivo no solo como maior produtividade, obtenção de produtos com melhor qualidade, mais uniformes e com maior valor comercial. Ainda, permite o plantio em áreas cujos solos não são apropriados para o cultivo ou salinizados, redução de gastos com mão de obra, maior eficiência no uso da água na irrigação e melhor controle da nutrição do cultivo (Miranda et al. ,2011MIRANDA FR; MESQUITA ALM; MARTINS MVV; FERNANDES CMF; EVANGELISTA MIP; SOUSA AAP. 2011. Produção de tomate em substrato de fibra de coco. Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical. 20 p. (Circular Técnica, 33)).

Nesse sistema de cultivo geralmente é utilizado substrato inerte, de tal forma que se torna necessário o fornecimento de nutrientes via fertirrigação para atender às necessidades nutricionais das plantas (Dias et al., 2010DIAS NS; LIRA RB; BRITO RF; SOUSA NETO ON; FERREIRA NETO M; OLIVEIRA AM. 2010. Produção de melão rendilhado em sistema hidropônico com rejeito da dessalinização de água em solução nutritiva. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental 14: 755-761.; Charlo et al., 2011CHARLO HCO; OLIVEIRA SF; CASTOLDI R; VARGAS PF; BRAZ LT; BARBOSA JC. 2011. Growth analysis of sweet pepper cultivated in coconut fiber in a greenhouse. Horticultura Brasileira 29: 316-323.).

Na literatura são encontradas diversas soluções nutritivas para várias culturas, apresentando variações entre a proporção e concentração de nutrientes entre elas, de tal forma que ainda são necessários estudos para várias espécies. Para o maxixeiro em especial, praticamente inexiste recomendação de solução nutritiva, sendo utilizadas em alguns estudos, soluções nutritivas recomendadas para outras cucurbitáceas, como o pepino (Modolo & Costa, 2003MODOLO VA; COSTA CP. 2003. Avaliação de linhagens de maxixe paulista cultivadas em canteiros com cobertura de polietileno. Horticultura Brasileira21: 534-538.).

Para que o cultivo de maxixe nesse sistema de produção seja realizado com sucesso, ainda são escassas informações que possibilitem a adoção desta tecnologia pelos produtores, com destaque para a concentração de nutrientes na solução nutritiva. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a resposta do maxixeiro cultivado em substrato de fibra de coco e fertirrigado com diferentes soluções nutritivas.

Material e métodos

O experimento foi desenvolvido na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (5º11'31"S, 37º20'40"O, altitude 18 m). O clima da região, segundo classificação de Köppen, é do tipo BSwh (quente e seco), com precipitação pluviométrica irregular e média anual de 673,9 mm; temperatura média de 27°C e umidade relativa do ar média de 68,9% (Carmo Filho & Oliveira, 1995CARMO FILHO F; OLIVEIRA OF. 1995. Mossoró: um município do semi-árido nordestino, caracterização climática e aspecto florístico. Mossoró: ESAM. 62p. (Coleção Mossoroense, série B).).

Utilizou-se o delineamento estatístico inteiramente casualizado, com sete tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos por diferentes soluções nutritivas (SN), tomando-se como base as soluções recomendadas para as culturas do meloeiro e do pepino para o cultivo hidropônico, conforme Castellane & Araújo (1994CASTELLANE PD; ARAUJO JC. 1994. Cultivo sem solo-hidroponia. Jaboticabal: FUNEP. 43p.), utilizando-se três tratamentos a partir da SN recomendada para o meloeiro (S1: 50%, S2: 100% e S3: 150%) e três SN a partir da recomendação para o pepino (S4: 50%, S5: 100% e S6: 150%), além de uma SN obtida a partir dos valores médios das soluções nutritivas para o meloeiro e pepino (S7: média de S2 e S5) (Tabela 1).

Tabela 1.
Concentração de nutrientes e condutividade elétrica (CE) das soluções nutritivas utilizadas no experimento [ concentration andelectrical conductivity (CE) of nutrient solutions used in the experiment ]. Mossoró, UFERSA, 2011.

Tabela 2.
Número de frutos por planta (NF), massa de frutos (MFR), diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT) e produção (PROD) do maxixeiro em resposta a diferentes soluções nutritivas [number of fruits per plant (NF), weight of fruit (MFR), longitudinal (DL) and transversal diameter (DT) and yield (PROD) of gherkin plants in response to different nutrient solutions]. Mossoró, UFERSA, 2011.

Para preparo das SN foram utilizados KH2PO4, KNO3, Ca(NO3)2.4H2O, KCl, CaCl2.2H2O, NaNO3, Mg(SO4)2.7H2O. Como fonte de micronutrientes foi utilizada uma mistura de micronutrientes quelatizados por EDTA, contendo 0,28% de Cu, 5,7% de Fe, 3,5% de Mn, 0,7% de Zn, 0,65% e B e 0,3% de Mo, na proporção de 6 g/100 L de solução. Após o preparo das soluções foram realizadas análises de pH, utilizando um peagâmetro de bancada marca Quimis modelo Q400A, e, quando necessárias, correções a partir de soluções de KOH ou H2SO4 (0,1 mol/L), mantendo-se pH entre 5,5 e 6,5.

O cultivo foi realizado em substrato de fibra de casca de coco, Golden Mix Granulado, composto a partir de 100% de fibra de coco, de textura fina, sem adubação de base. Este substrato foi escolhido por ser amplamente utilizado entre vários pesquisadores para estudos neste sistema de cultivo (Dias et al., 2010DIAS NS; LIRA RB; BRITO RF; SOUSA NETO ON; FERREIRA NETO M; OLIVEIRA AM. 2010. Produção de melão rendilhado em sistema hidropônico com rejeito da dessalinização de água em solução nutritiva. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental 14: 755-761.; Charlo et al., 2011CHARLO HCO; OLIVEIRA SF; CASTOLDI R; VARGAS PF; BRAZ LT; BARBOSA JC. 2011. Growth analysis of sweet pepper cultivated in coconut fiber in a greenhouse. Horticultura Brasileira 29: 316-323.).

Foram utilizados vasos plásticos de cor preta apresentando as dimensões de 20 cm na base superior, 14 cm na base inferior e 18 cm de altura, os quais foram preenchidos com 13 litros de substrato. Em cada vaso foram semeadas cinco sementes de Maxixe do Norte, sendo que cinco dias após a emergência realizou-se o desbaste, deixando-se em cada vaso a plântula mais vigorosa. Após a semeadura, os vasos foram irrigados com água proveniente do sistema de abastecimento, coletada em poço profundo, cujas análises físico-químicas demonstraram pH= 7,5; CE= 0,5 dS/m; Ca= 2,0; Mg= 0,9; Na= 2,8; K= 0,4; HCO3= 0,2; CO3= 1,8; Cl= 1,8; RAS= 2,32 mmolc/L. As irrigações foram realizadas após o desbaste utilizando-se as soluções nutritivas estabelecidas em cada tratamento.

As plantas foram cultivadas ao ar livre, sendo conduzidas sem tutoramento e sem poda do ramo principal. Utilizou-se o espaçamento entre vasos de 1,5 x 0,5 m. Durante o experimento foram realizadas capinas nas entrelinhas, a fim de evitar a competição com plantas daninhas.

As irrigações foram realizadas manualmente, utilizando-se um becker com capacidade para 500 mL. Como o cultivo foi realizado em substrato inerte, todas as irrigações foram realizadas utilizando solução nutritiva, sendo realizadas duas aplicações diárias e aplicando-se em cada uma delas o volume de solução suficiente para elevar a umidade do substrato à máxima capacidade de armazenamento de água, capacidade de vaso (Casaroli & Lier, 2008CASAROLI D J; LIER Q. 2008. Critérios para determinação da capacidade de vaso. Revista Brasileira de Ciência do Solo 32: 59-66, 2008.), e iniciar a lixiviação, de maneira a promover a mínima drenagem dos vasos e garantir a uniformidade na distribuição da solução nos vasos. Desta forma, não foi possível realizar o monitoramento do pH nem da condutividade elétrica do solução drenada.

Foram realizadas cinco colheitas em intervalos semanais, sendo a primeira realizada aos 60 dias após a semeadura. Os frutos foram colhidos quando apresentavam coloração verde intenso e ainda imaturos. Segundo Medeiros et al. (2010)MEDEIROS MA; GRANGEIRO LC; TORRES SA; FREITAS AVL. 2010. Maturação fisiológica de sementes de maxixe (Cucumis anguria). Revista Brasileira de Sementes 32: 17-24., os frutos destinados ao consumo humano devem ser consumidos até 20 dias após a antese, pois nesta fase os frutos encontram-se verdes e tenros, apresentando sementes brandas, o que os torna agradáveis ao paladar.

Os frutos foram transportados para o laboratório e em seguida foram limpos e pesados em balança de precisão de duas casas decimais. A produção foi determinada considerando todos os frutos de uma planta e a massa média de frutos foi determinada pelo quociente entre a produção e o número total de frutos (cinco colheitas). Os diâmetros transversal (DT) e longitudinal (DL) foram determinados utilizando um paquímetro digital. De acordo com Oliveira et al. (2010OLIVEIRA AP; OLIVEIRA FJV; SILVA JA;; OLIVEIRA ANP; SANTOS RR. SILVA DF 2010. Parcelamento e fontes de nitrogênio para produção de maxixe. Horticultura Brasileira 28: 218-221.) ainda não existem relatos na literatura sobre o padrão comercial de frutos para o maxixeiro quando ao tamanho, de forma que os frutos devem serem colhidos quando apresentarem coloração verde intensa e massa acima de 15 g.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste Tukey utilizando-se software estatístico SISVAR versão 4.2 (Ferreira, 2003FERREIRA PV. 2003. Estatística experimental aplicada à agronomia. 2. ed. Maceió: UFAL/EDUFAL/FUN-DEPES. 437 p.).

Resultados e discussão

As soluções nutritivas afetaram significativamente o número de frutos (NF) e a produção de frutos (PROD) por planta (p<0,01), mas não afetaram a massa (MFR), o diâmetro longitudinal (DL), assim como o diâmetro transversal (DT) dos frutos (p>0,05) (Tabela 2).

As plantas fertirrigadas com a solução nutritiva S2 apresentaram maior número de frutos (NF) por planta (31,5), não diferindo, entretanto, das soluções S3 e S5, que por sua vez apresentaram valores intermediários e não diferiram das demais soluções, à exceção da solução S4 que apresentou o menor valor, 11,9 frutos por planta. O menor NF obtido na solução S4 correspondeu à diferença de, aproximadamente, 128,6% em relação a S2. As demais soluções proporcionaram NF estatisticamente semelhantes entre si.

A redução no número de frutos por planta nas soluções mais concentradas pode estar relacionada com a elevada condutividade elétrica da solução de alguns tratamentos, principalmente S3 e S6 (2,30 e 2,43 dS/m respectivamente) pois, em trabalho desenvolvido por Oliveira et al. (2014) foi constatado que o maxixeiro apresentou sensibilidade à salinidade da água utilizada na irrigação, apresentando redução na produtividade quando as irrigações foram realizadas com água de salinidade acima de 0,5 dS/m. Redução no número de frutos em plantas sob condições de elevada salinidade também foram constatadas na cultura do pepino (Medeiros et al., 2009MEDEIROS PRF; DUARTE SN; DIAS CTS. 2009. Tolerância da cultura do pepino à salinidade em ambiente protegido. Revista Brasileira Engenharia Agrícola Ambiental 13: 406-410.).

O número de frutos por planta obtido neste trabalho está próximo ao valor obtido por outros autores no sistema de cultivo convencional. Oliveira et al. (2008OLIVEIRA AP;; OLIVEIRA ANP; ALVES EU; ALVES AU; LEONARDO FAP. SANTOS RR 2008b. Rendimento de maxixe em função de doses de P2O5 em solo arenoso. Ciência e Agrotecnologia 32: 1203-1208.b) avaliaram a resposta do maxixeiro, cv. Nordestino, a doses de fósforo e obtiveram valor máximo de 27 frutos por planta num total de 16 colheitas. Oliveira et al. (2010)OLIVEIRA AP;; OLIVEIRA ANP; ALVES EU; ALVES AU; LEONARDO FAP. SANTOS RR 2008b. Rendimento de maxixe em função de doses de P2O5 em solo arenoso. Ciência e Agrotecnologia 32: 1203-1208. estudaram a resposta da mesma cultivar de maxixeiro a fontes e parcelamento da adubação nitrogenada e observaram variação de 21 a 34 frutos por planta em oito colheitas. Vale salientar que neste trabalho foram realizadas apenas cinco colheitas, o que evidencia que esta cultura apresenta elevada prolificidade.

Para massa de frutos (MFR) não houve diferença significativa entre os tratamentos, com valor médio de 23,5 g por fruto (Tabela 2). Todas as soluções proporcionaram frutos com MFR dentro da faixa obtida com a cultura do maxixeiro, conforme trabalho desenvolvido por Oliveira et al. (2010)OLIVEIRA AP; OLIVEIRA FJV; SILVA JA;; OLIVEIRA ANP; SANTOS RR. SILVA DF 2010. Parcelamento e fontes de nitrogênio para produção de maxixe. Horticultura Brasileira 28: 218-221. que, trabalhando com a cultura do maxixeiro em cultivo convencional, observaram frutos com massa variando de 15 a 38 g, trabalhando com o mesmo material genético utilizado neste trabalho, porém em cultivo convencional.

A partir dos resultados encontrados para MFR no presente trabalho e em confronto com a literatura, percebe-se que os frutos apresentaram desenvolvimento satisfatório.

Com relação ao diâmetro longitudinal (DL) e transversal (DT) também não ocorreu resposta significativa, sendo encontrados valores médios de 44,1 e 28,3 mm, para DL e DT, respectivamente (Tabela 2). Trabalhando com a cultura do meloeiro, Purqueiro et al. (2003)PURQUERIO LFV; CECÍLIO FILHO AB; BARBOSA JC. 2003. Efeito da concentração de nitrogênio na solução nutritiva e do número de frutos por planta sobre a produção do meloeiro. Horticultura Brasileira21: 186-191. constataram que reduções no diâmetro de frutos estão diretamente correlacionadas com redução na massa de frutos. Para a produção do maxixeiro (PROD), verificou-se que as soluções S2 e S5 destacaram-se por proporcionarem maior produtividade, não diferindo entre si estatisticamente, obtendo-se nestas soluções valor médio de 616,45 g/planta, enquanto o menor valor foi obtido no tratamento S4, com produtividade de 277,3 g/planta, correspondendo à diferença percentual entre estas soluções de 122,3%. Para as demais soluções nutritivas não houve diferença significativa entre si e S5, obtendo-se valor médio de 509 g/planta (Tabela 2).

Os resultados obtidos neste trabalho demonstram a potencialidade do cultivo do maxixeiro em substrato com o uso de fertirrigação, utilizando solução nutritiva com concentração iônica correspondente a 100% da recomendação para a cultura do meloeiro ou em concentração maior que 50% em relação à solução recomendada para o pepineiro.

  • CARMO FILHO F; OLIVEIRA OF. 1995. Mossoró: um município do semi-árido nordestino, caracterização climática e aspecto florístico. Mossoró: ESAM. 62p. (Coleção Mossoroense, série B).
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  • OLIVEIRA AP;; OLIVEIRA ANP; ALVES EU; ALVES AU; LEONARDO FAP. SANTOS RR 2008b. Rendimento de maxixe em função de doses de P2O5 em solo arenoso. Ciência e Agrotecnologia 32: 1203-1208.
  • OLIVEIRA AP; OLIVEIRA FJV; SILVA JA;; OLIVEIRA ANP; SANTOS RR. SILVA DF 2010. Parcelamento e fontes de nitrogênio para produção de maxixe. Horticultura Brasileira 28: 218-221.
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  • PURQUERIO LFV; CECÍLIO FILHO AB; BARBOSA JC. 2003. Efeito da concentração de nitrogênio na solução nutritiva e do número de frutos por planta sobre a produção do meloeiro. Horticultura Brasileira21: 186-191.
  • SILVA GF; FONTES PCR; LIMA LPF; ARAÚJO TA; SILVA LF. 2011. Aspectos morfoanatômicos de plantas de pepino (Cucumis sativus) sob omissão de nutrientes. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável 6: 13-20.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2014

Histórico

  • Recebido
    11 Set 2013
  • Aceito
    08 Ago 2014
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