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Diferentes tipos de ambiente protegido e substratos na produção de pimenteiras

Different type of greenhouse and substrata on pepper production

RESUMO

O valor comercial da cultura da pimenta aumentou para uso ornamental e alimentício, necessitando do aprimoramento de técnicas de cultivos como o tipo de ambiente protegido e substratos de baixo custo. Assim, o objetivo foi avaliar parâmetros de emergência e crescimento de mudas em bandeja, bem como crescimento de plantas e produção em vasos de cultivares de pimenteiras Tupã Bode Vermelha, Boyra Habanero Vermelha e cultivares de pimenteiras ornamentais Etna e Pirâmide em três ambientes protegidos e seis substratos. Os três ambientes protegidos foram: 1) estufa agrícola com filme de polietileno de baixa densidade transparente e tela termo refletora sob o filme; 2) viveiro agrícola, telado de mono filamento de cor preta e; 3) viveiro agrícola, com tela termo refletora aluminizada. Foram avaliados os substratos: a) ½E (esterco bovino) + ½H (húmus); b) ½E+½V (vermiculita); c) ½E+½R (rama de mandioca); d) ⅓E+⅓H+⅓V; e) ⅓E+⅓H+⅓R e f) ¼E+¼H +¼V+¼R. Cada ambiente protegido foi considerado um experimento os quais foram comparados pela análise conjunta. Para as cultivares Etna, Pirâmide, Tupã e Boyra o uso dos substratos ½E+½R, ⅓E+⅓H+⅓R e ⅓E+⅓H+⅓V possibilitaram maior diâmetro de colo, altura de planta e índice de qualidade de Dickson na fase de formação de mudas, enquanto que o número de frutos foi superior com a utilização dos substratos ½E+½R e ⅓E+⅓H+⅓V. O ambiente protegido de estufa foi o mais adequado para todas as cultivares, seguido pelo sombrite® (Tupã e Boyra) e aluminet® (Pirâmide).

Palavras-chave:
Capsicum frutescens; esterco bovino; ramas de mandioca; húmus; vermiculita; produtividade.

ABSTRACT

Pepper production has great commercial value for ornamental and food use. This makes it necessary to improve cultivation techniques, such as environmental control and low cost substrata. Therefore, this study aimed to evaluate the emergence parameters and growth of seedlings in tray, as well as plant growth and production in pots of pepper cvs. Tupã Bode Vermelha and Boyra Habanero Vermelha and ornamental pepper cultivars Etna and Pirâmide, in three different types of greenhouse and six types of substrata. Three greenhouses were evaluated: 1) a greenhouse with low-density transparent polyethylene film and reflective aluminized screen under the film; 2) sombrite® mono black filament with 50% shade; and 3) aluminet®, reflective aluminized screen. In these environments we tested six substrata a) ½ cattle manure (E) and ½ humus (H); b) ½E and ½ vermiculite (V); c) ½E and ½ cassava’s leaves (R); d) ⅓E+⅓H+⅓V; e) ⅓E+⅓H+⅓R and f) ¼E+¼H +¼V+¼R. Since no replication of cultivation was carried out, each environment was considered as one experiment. The use of substrata ½E+½R; ⅓E+⅓H+⅓R and ⅓E+⅓H+⅓V allowed greater stem diameter, plant height and Dickson quality index in seedling stage of cultivars Etna, Pirâmide, Tupã and Boyra. The number of fruit was higher with the use of the substrata ½E+½R and ⅓E+⅓H+⅓V. The most suitable environment for pepper production is the greenhouse for all cultivars, followed by sombrite® (especially for cultivars Tupã and Boyra) and aluminet® (Pirâmide).

Keywords:
Capsicum frutescens; cattle manure; cassava’s leaves; humus; vermiculite; productivity.

O cenário da produção de cultivares de pimenteiras se apresenta promissor em função do aumento do consumo para uso alimentício e ornamental, e por esta razão faz-se necessário o aprimoramento do sistema de produção.

A produção de pimenteiras do gênero Capsicum apresenta crescimento considerável no agronegócio brasileiro em função de sua rentabilidade, empregabilidade, e principalmente pela apreciação na alimentação, na indústria farmacêutica e como planta ornamental (Silva Neto et al., 2014SILVA NETO, JJD; RÊGO, ER; NASCIMENTO, MF; SILVA NETO, VAL; ALMEIDA NETO, JX; RÊGO, MM. 2014. Variabilidade em população base de pimenteiras ornamentais (Capsicum annuum L.). Revista Ceres 61: 84-89.). Os frutos provenientes de Capsicum spp. são fontes importantes de antioxidantes naturais, tais como vitamina C, carotenoides e vitamina E (Rêgo et al., 2012RÊGO, ER; FINGER, FL; RÊGO, MM. 2012. Consumption of pepper in Brazil and its implicarions on nutrition and health of humans and animals. In: Peppers: Nutrition, Consumption and Health. Proceedings... New York: Nova Science Publishers. p.159-170.).

O desafio da produção agropecuária em países de clima tropical e subtropical, como o Brasil, é em decorrência das temperaturas elevadas que interferem na cultura, fazendo com que produtores optem pelo uso de ambientes protegidos. Neste contexto, a utilização de ambiente protegido na produção de pimenta auxilia no controle das condições ambientais bem como na questão hídrica. Recomenda-se o cultivo em ambiente protegido, em regiões com altas temperaturas, excesso de radiação e períodos longos de chuvas, visando reduzir danos causados nos tecidos celulares de plantas em estado juvenil por estas intempéries climáticas. Ainda, auxilia no manejo da cultura, promovendo melhores condições para o desenvolvimento da planta, aumento da produtividade (produção na entressafra) e qualidade, por consequência, a rentabilidade (Rêgo et al., 2012RÊGO, ER; FINGER, FL; RÊGO, MM. 2012. Consumption of pepper in Brazil and its implicarions on nutrition and health of humans and animals. In: Peppers: Nutrition, Consumption and Health. Proceedings... New York: Nova Science Publishers. p.159-170.).

A etapa mais critica na produção final da pimenteira consiste na produção de mudas, pois essa exerce influência no desempenho final da planta, tanto do ponto de vista nutricional como do produtivo, visto que há uma relação direta entre mudas sadias e produção a campo; já o substrato influência a arquitetura do sistema radicular e o estado nutricional da planta (Finger et al., 2012FINGER, FL; RÊGO, ER; SEGATTO, FB; NASCIMENTO, NFF; RÊGO, MM. 2012. Produção e potencial de mercado para pimenta ornamental. Informe Agropecuário 33: 14-20.). Mudas bem formadas podem incrementar a produção, enquanto que aquelas mal formadas podem ampliar o ciclo da cultura e, consequentemente, causar prejuízos ao produtor (Guimarães et al., 2002GUIMARÃES, VF; ECHER, MM; MINAMI, K. 2002. Métodos de produção de mudas, distribuição de matéria seca produtividade de plântulas de beterraba. Horticultura Brasileira 20: 505-509.).

Dessa forma, a escolha do substrato adequado, empregando em sua composição matéria prima de baixo custo com boas propriedades químicas e físicas, auxilia positivamente na germinação das sementes e desenvolvimento das plântulas. Entretanto, a utilização de apenas um substrato contendo todas as características necessárias é desafiador; por isso há a necessidade da união de vários materiais para produção de um único substrato. Assim, o sucesso na produção de pimenteiras, está em função do ambiente protegido e do substrato escolhido.

Visando o conjunto, ambiente protegido e sistema de cultivo de hortaliças, os substratos vêm sendo muito pesquisados para obtenção do melhor acondicionamento ao sistema radicular e ao crescimento e desenvolvimento das plântulas. Vários autores relatam a importância da escolha de substratos adequados para a produção de mudas de hortaliças. O papel fundamental da pesquisa é identificar as melhores combinações de substratos, utilizando dois ou mais materiais, de origem orgânica, mineral ou sintética, procurando atender a exigências de cada espécie (Silva Neto et al., 2014SILVA NETO, JJD; RÊGO, ER; NASCIMENTO, MF; SILVA NETO, VAL; ALMEIDA NETO, JX; RÊGO, MM. 2014. Variabilidade em população base de pimenteiras ornamentais (Capsicum annuum L.). Revista Ceres 61: 84-89.; Oliveira et al., 2014OLIVEIRA, FA; MEDEIROS, JF; LINHARES, PSF; ALVES, RC; MEDEIROS, A; OLIVEIRA, MK. 2014. Pepper seedlings production fertigated with various nutrient solutions. Horticultura Brasileira 32: 458-463.).

Os substratos comerciais são os mais utilizados para a produção de pimenteiras ornamentais (Finger et al., 2012FINGER, FL; RÊGO, ER; SEGATTO, FB; NASCIMENTO, NFF; RÊGO, MM. 2012. Produção e potencial de mercado para pimenta ornamental. Informe Agropecuário 33: 14-20.). Entretanto, sabe-se que substratos orgânicos promovem melhores níveis de oxigênio nas raízes que alguns substratos minerais, com uma boa aeração. Ao decompor a matéria orgânica presente no material, de forma gradativa, fornecem os nutrientes na quantidade que a planta necessita, para seu crescimento e produção, sem causar lixiviação. Para os produtores, esses substratos minimizam custos de produção, pois muitas vezes são obtidos no próprio local (Gomes et al., 2003GOMES, JM; COUTO, L; LEITE, HG; XAVIER, A.; GARCIA, SLR. 2003. Crescimento de mudas de Eucalyptus grandis em diferentes tamanhos de tubetes e fertilização N-P-K. Revista Árvore 27: 113-127.). Em pimenteiras existem estudos utilizando o lodo de curtume (Silva et al., 2011SILVA, AR; RÊGO, ER; CECON, PR. 2011. Tamanho de amostra para caracterização morfológica de frutos de pimenteira. Horticultura Brasileira 29: 125-129.), o vermicomposto, fibra de coco e húmus de minhoca e composto orgânico à base de folhas de figueira (Ficus elastica), parte aérea de grama (Paspalum notatum) e esterco bovino; estudos esses que visaram avaliar a germinação e/ou o desenvolvimento inicial de mudas.

Diante do exposto, o objetivo foi avaliar parâmetros de emergência e crescimento de mudas em bandeja, bem como crescimento de plantas e produção em vasos de cultivares de pimenteiras Tupã e Boyra e as ornamentais Etna e Pirâmide, em três ambientes protegidos e seis substratos.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi conduzido no setor de Horticultura da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Aquidauana, no período de janeiro a maio do ano de 2012. Foi usado delineamento inteiramente casualizado com vinte e quatro tratamentos, sendo seis subtratos e quatro cultivares de pimenteiras: Tupã Bode Vermelha, Boyra Habanero Vermelha e as ornamentais Etna e Pirâmide. Esses experimentos foram realizados em três ambientes de cultivo e em duas fases: formação de mudas e produção de frutos, sendo usadas oito repetições de cinco plântulas na fase de mudas em bandeja e dez repetições (vaso) na fase de produção no vaso.

Os substratos utilizados foram: a) 50% esterco bovino + 50% húmus (½E+½H); b) 50% esterco bovino + 50% vermiculita (½E+½V); c) 50% esterco bovino + 50% rama de mandioca (½E+½R); d) 33,3% esterco bovino + 33,3% húmus + 33,3% vermiculita (⅓E+⅓H+⅓V); e) 33,3% esterco bovino + 33,3% húmus + 33,3% ramas de mandioca (⅓E+⅓H+⅓R); e f) 25% esterco bovino + 25% húmus + 25% vermiculita + 25% ramas de mandioca (¼E+¼H+¼V+¼R).

Os ambientes protegidos foram: 1) estufa agrícola em arco (8x18x4 m) de estrutura em aço galvanizado, com abertura zenital na cumeeira, coberta com filme difusor de luz de polietileno de baixa densidade de 150 μm de espessura, possuindo tela termo refletora aluminizada de 50% de sombreamento sob o filme e fechamentos laterais e frontais com tela de monofilamento na cor preta de 50% de sombreamento (estufa); 2) viveiro agrícola telado, de estrutura em aço galvanizado (8,0x18,0x3,5 m), fechamento em 45º de tela de monofilamento na cor preta de 50% de sombreamento (sombrite®) e 3) viveiro agrícola telado, de estrutura em aço galvanizado (8,0x18,0x3,5 m), fechamento em 45º de tela termo refletora aluminizada com 50% de sombreamento (aluminet®).

Obtenção e caracterização dos substratos

As ramas de mandioca foram trituradas em moinho de martelo, utilizando peneira de 8 mm, e posteriormente as mesmas foram colocadas para compostagem por 72 dias, sendo molhadas diariamente e reviradas a cada dois dias. O esterco bovino, obtido de frigorífico da região de Aquidauana-MS com mistura de material de curral e do rumem dos animais, foi compostado por 72 dias. O húmus de minhoca foi obtido da empresa sediada no município de Dois Irmãos do Buriti-MS, com material de alimentação das minhocas sendo água residuária de frigorífico e esterco bovino. Foi utilizada vermiculita comercial de textura classificada como superfina. A irrigação foi realizada manualmente com regador, duas vezes ao dia quando necessária. Após a compostagem dos materiais, os mesmos foram submetidos à análise química que apresentaram as seguintes características de N, P, K, Ca, Mg, S, C, matéria orgânica (g/kg), de Cu, Zn, Fe, Mn, B (mg/kg) e de pH, umidade e relação carbono/nitrogênio, respectivamente: esterco bovino (10,60; 3,66; 1,00; 9,80; 1,65; 1,81; 96,50; 166,00; 17,50; 75,00; 7800,00; 310,00; 11,47; 6,50; 2,86; 15,66); ramas de mandioca (19,50; 2,89; 7,00; 18,80; 6,15; 2,42; 376,00; 647,00; 20,50; 87,50; 3440,00; 520,00; 20,70; 7,20; 11,23; 19,50) e húmus de minhoca (14,80; 4,46; 1,00; 26,70; 12,50; 3,53; 163,00; 281,00; 30,00; 130,00; 14800,00; 370,00; 14,40; 6,90; 13,46; 11,01).

Formação de mudas em bandejas

As mudas foram produzidas em bandejas de poliestireno expandido de 128 células (3,5 cm de largura por 6,2 cm de altura e volume de 34,6 cm3 por célula), preenchidas com os substratos citados anteriormente.

A semeadura ocorreu no dia 05 de janeiro de 2012. As avaliações na formação de mudas tiveram início cinco dias após a semeadura, sendo realizada a contagem das plantas emergidas diariamente, onde a mesma se estendeu até a estabilização de um dos tratamentos. Isso ocorreu aos 15 dias após a semeadura, quando os valores das contagens de plantas emergidas começou a se repetir nas últimas três coletas e nessa etapa foi avaliado o índice de velocidade (IVE).

As avaliações das mudas ocorreram aos 28 dias (quando as plantas apresentavam de quatro a cinco folhas definitivas), e posteriormente foram mensurados os parâmetros de altura de planta (AP), diâmetro do colo (DC), as fitomassas das matérias secas da parte aérea (MSPA) e do sistema radicular (MSSR). A secagem da fitomassa foi realizada em estufa com circulação forçada de ar, a 65ºC por 72 horas. Somaram-se as MSPA e MSSR para obtenção da fitomassa da matéria seca total (MST). Foi determinado o índice de qualidade de Dickson (IQD):

I Q D = M S T A P D C + M S P A M S S R Equação 1

Variáveis ambientais de temperatura (Tbs, ºC) e umidade relativa (UR, %) foram mensuradas por meio de um termohigrógrafo (modelo THDL-400, marca Instrument®) diariamente às 09, 12 e 15 h, no ambiente interno e externo das instalações no período entre os dias 05 de janeiro e 07 de fevereiro 2012. No ambiente interno os equipamentos foram posicionados nas bancadas nas três instalações avaliadas, enquanto no meio externo o equipamento estava instalado em um esteio de madeira a 1,20 m do solo. Posteriormente, a umidade relativa do ar foi determinada com auxílio do programa Psychrometric Function Demo®. Os valores das variáveis ambientais de Tbs e UR dos ambientes 1), 2), 3) e externo, foram: 1) estufa (28,63; 32,47; 32,54; 74,56; 60,50; 59,90); 2) sombrite (29,28; 33,44; 34,99; 70,66; 51,06; 53,03); 3) aluminet (28,29; 32,65; 33,67; 77,13; 62,73; 58,41) e externo (28,36; 32,73; 33,94; 74,88; 61,75; 59,11).

Produção dos frutos em vasos

Nessa fase experimental foram utilizados os mesmos ambientes e substratos, excetuando o substrato 50% de ramas de mandioca + 50% de húmus (M + H), onde houve elevada mortalidade das mudas. Foram utilizados vasos de 5,0 L. A irrigação foi realizada manualmente com regador, duas vezes ao dia quando necessária.

O transplante para o vaso ocorreu no dia 08 de fevereiro de 2012, quando as plantas apresentavam de quatro a cinco folhas definitivas. As cultivares de pimenta ornamental foram conduzidas verticalmente em haste única utilizando barbante para o tutoramento, sendo cultivada uma planta por vaso. Foi mensurado o número de frutos por planta (NFP) e produção por planta (PP). Os frutos foram colhidos no período entre 27 de abril e 27 de maio de 2012. Durante a fase de produção dos frutos foram verificadas incidência de pragas como pulgão, mosca branca e larva minadora, sendo realizado o tratamento fitossanitário adequado com produtos registrados.

Foram mensuradas diariamente variáveis ambientais Tbs e UR às 9, 12 e 15 h, em cada ambiente de cultivo e no ambiente externo, no período entre 08 de fevereiro e 27 de maio de 2012. Posteriormente, a umidade relativa do ar foi determinada pelo programa Psychrometric Function Demo®. Os valores das variáveis ambientais de Tbs e UR dos ambientes 1), 2), 3) e externo, foram: 1) estufa (28,08; 31,58; 30,55; 70,62; 59,39; 63,90); 2) sombrite (28,76; 32,61; 32,27; 65,87; 54,50; 55,89); 3) aluminet (27,18; 31,13; 30,55; 73,70; 61,34; 64,48) e externo (27,18; 31,51; 30,91; 71,86; 60,00; 62,20).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a cultivar Etna, a relação entre o maior e o menor quadrado médio do resíduo (RQMR) das análises individuais (substratos) dos três ambientes de cultivo (experimentos) para as variáveis altura da planta (AP), fitomassa da matéria seca do sistema radicular (MSSR), fitomassa da matéria seca da parte aérea (MSPA), fitomassa da matéria seca total (MST), índice de qualidade de Dickson (IQD), foi verificado que a RQMR foi maior que 7, não permitindo a comparação dos ambientes de cultivo destas variáveis pela análise conjunta (Banzatto & Kronka, 2013BANZATTO, DA.; KRONKA, SN. 2013. Experimentação agrícola. Jaboticabal: Funep. 247p.). Para as demais variáveis, índice de velocidade (IVE), diâmetro do colo (DC), número de frutos por planta (NFP) e produção por planta (PP) a RQMR foi menor que 7, permitindo a comparação dos ambientes. Para todas as variáveis que permitiram a análise conjunta, houve interação entre ambientes e substratos.

Para a cultivar Pirâmide, nas análises individuais (substratos) dos três ambientes de cultivo (experimentos), todas as variáveis (IVE, AP, DC, MSPA, MSSR, MST, IQD, NFP e PP) apresentaram RQMR menor que 7, permitindo, portanto a análise conjunta e comparação dos ambientes de cultivo (Banzatto & Kronka, 2013BANZATTO, DA.; KRONKA, SN. 2013. Experimentação agrícola. Jaboticabal: Funep. 247p.). Para todas as variáveis houve interação entre os ambientes de cultivo e substratos.

Para a cultivar Tupã, nas análises individuais (substratos) dos três ambientes de cultivo (experimentos), observa-se para as variáveis AP, MSPA e MST da fase de produção das mudas em bandejas que a RQMR foi maior que 7, não permitindo a comparação dos ambientes de cultivo destas variáveis pela análise conjunta (Banzatto & Kronka, 2013BANZATTO, DA.; KRONKA, SN. 2013. Experimentação agrícola. Jaboticabal: Funep. 247p.). Para as demais variáveis, a RQMR foi menor que 7, permitindo a comparação dos ambientes. Para todas as variáveis houve interação entre os ambientes de cultivo e substratos.

Para a cultivar Boyra, nas análises individuais (substratos) dos três ambientes de cultivo (experimentos), verifica-se na fase de produção das mudas em bandejas, que as variáveis MSPA, MSSR, MST e IQD apresentaram RQMR maior que 7, não permitindo a comparação dos ambientes de cultivo destas variáveis pela análise conjunta (Banzatto & Kronka, 2013BANZATTO, DA.; KRONKA, SN. 2013. Experimentação agrícola. Jaboticabal: Funep. 247p.). Para as demais variáveis, a RQMR foi menor que 7, permitindo a comparação dos ambientes. Para as variáveis que permitiram a análise conjunta, houve interação entre esses dois fatores estudados (ambientes e substratos).

Cultivar ornamental Etna

Os ambientes de cultivo utilizados foram adequados, principalmente a estufa, quando combinado ao uso do substrato contendo 50% de esterco e 50% de ramas de mandioca triturada (½E+½R), formando, assim, mudas de melhor qualidade em menor tempo, ou seja, com valores maiores do IVE, DC, MSSR, IQD, superior às demais, (Tabela 1). Isso corroborou com os resultados obtidos por Costa et al. (2015aCOSTA, E; SANTO, TLE; SILVA, AP; SILVA, LE; OLIVEIRA, LC; BENETT, CGS; BENETT, KSS. 2015a. Ambientes e substratos na formação de mudas e produção de frutos de cultivares de tomate cereja. Horticultura Brasileira 33: 110-118.), que verificaram melhores mudas do tomate cereja no substrato contendo 50% de rama de mandioca + 50% de esterco bovino, assim como no substrato contendo 25% de rama de mandioca + 25% de Vida Verde® + 25% de esterco aviário + 25% de esterco bovino.

O emprego de matéria orgânica no substrato de cultivo promove maior disponibilidade de nutrientes às plântulas e melhora as condições físicas do substrato (Rodrigues et al., 2010RODRIGUES, ET; LEAL, PAM; COSTA, E; PAULA, TS; GOMES, VA. 2010. Produção de mudas de tomateiro em diferentes substratos e recipientes em ambiente protegido. Horticultura Brasileira 28: 483-488.), resultando, portanto, em mudas melhor desenvolvidas. No presente trabalho, essa mistura contendo 50% de esterco + 50% de ramas trituradas de mandioca se assemelha à formação de mudas de melhor qualidade de pimentão em substrato contendo 50% esterco bovino + 50% Plantmax® (Costa et al., 2013aCOSTA, E; JORGE, MHA; SCHWERZ, F; CORTELASSI, JAS. 2013a. Emergência e fitomassa de mudas de pimentão em diferentes substratos. Revista Brasileira de Ciências Agrárias 8: 396-401.).

O substrato contendo 50% de esterco bovino e 50% de vermiculita não propiciou mudas de elevada qualidade da pimenteira ornamental comparado com os substratos utilizados, corroborando com os resultados obtidos por Costa et al. (2015aCOSTA, E; SANTO, TLE; SILVA, AP; SILVA, LE; OLIVEIRA, LC; BENETT, CGS; BENETT, KSS. 2015a. Ambientes e substratos na formação de mudas e produção de frutos de cultivares de tomate cereja. Horticultura Brasileira 33: 110-118.) para o tomate cereja. Costa et al. (2015b), estudando distintas proporções de vermiculita e esterco bovino para produção de mudas de pimenteira ornamental, cultivar Etna, na região de Cassilândia-MS, constataram que altas proporções de vermiculita no substrato de cultivo aumentam a velocidade e porcentagem de emergência, não influindo porem sobre os aspectos de qualidade de mudas.

Para este estudo as ramas de mandioca trituradas foram compostadas por 72 dias e, no trabalho de Costa et al. (2015aCOSTA, E; SANTO, TLE; SILVA, AP; SILVA, LE; OLIVEIRA, LC; BENETT, CGS; BENETT, KSS. 2015a. Ambientes e substratos na formação de mudas e produção de frutos de cultivares de tomate cereja. Horticultura Brasileira 33: 110-118.) por 30 dias, propiciando mudas de qualidade. Contudo, ramas de mandioca trituradas e compostadas por 30 dias não foram favoráveis à formação de mudas de bocaiuva (Costa et al., 2014COSTA, E; MARTINS, RF; FARIA, TAC.; JORGE, MHA; LEAL, PAM. 2014. Seedlings of Acrocomia aculeata in diferent substrates and protected environments. Engenharia Agrícola 34: 395-404.) e baruzeiro (Costa et al., 2012COSTA, E; OLIVEIRA, LC; SANTO, TLE; LEAL, PAM. 2012. Production of baruzeiro seedling in different protected environments and substrates. Engenharia Agrícola 32: 633-641.), mesmo utilizando adubação química na formação das mudas. Mistura de 50% de ramas de mandioca triturada e 50% de vermiculita adubadas com 2,5 kg de superfosfato simples (18% de P2O5), 0,3 kg de cloreto de potássio (60% de K2O) e 1,5 kg de calcário dolomítico (100% de PRNT), por metro cúbico de substrato, em que as ramas foram apenas secadas ao sol, propiciaram as melhores mudas de berinjela (Costa et al., 2011COSTA, E; DURANTE, LGY; NAGEL, PL; FERREIRA, CR; SANTOS, A. 2011. Qualidade de mudas de berinjela submetida a diferentes métodos de produção. Revista Ciência Agronômica 42: 1017-1025.), assim como substrato contendo 20% de ramas de mandioca trituradas e secas ao sol por uma semana (revirada diariamente) e 80% de esterco compostado por 15 dias (Costa et al., 2013bCOSTA, E; DURANTE, LGY; SANTOS, A; FERREIRA, CR. 2013b. Production of eggplant from seedlings produced in different environments, containers and substrates. Horticultura Brasileira 31: 139-146.). Portanto, a compostagem de ramas de mandioca é benéfica para produção de mudas de solanáceas.

As mudas com melhores características de diâmetro, fitomassas e índice de qualidade de Dickson foram formadas na estufa agrícola coberta com filme de polietileno de baixa densidade em comparação com os outros ambientes avaliados (Tabela 1). A ambiência vegetal propiciada por este tipo de cobertura permitiu melhor adaptação da pimenteira, assim como observado por Costa et al. (2015aCOSTA, E; SANTO, TLE; SILVA, AP; SILVA, LE; OLIVEIRA, LC; BENETT, CGS; BENETT, KSS. 2015a. Ambientes e substratos na formação de mudas e produção de frutos de cultivares de tomate cereja. Horticultura Brasileira 33: 110-118.) para as mudas de tomate cereja, os quais verificaram maior diâmetro, maior fitomassa seca da raiz e índice de qualidade de Dickson da cultivar Pera Amarela, assim como maior índice de velocidade emergência e diâmetro do colo da cultivar Pêra Vermelha e diâmetro do colo, fitomassa seca da parte aérea, radicular, total e índice de qualidade de Dickson da cultivar Carolina.

Dentre os horários de coletas não houve diferenças consideráveis de temperatura e umidade entre os ambientes. Portanto, a produção das mudas de pimenteira ornamental que foi favorecida na estufa agrícola pode ser atribuída a outros fatores micrometeorológicos, os quais segundo Costa et al. (2012COSTA, E; OLIVEIRA, LC; SANTO, TLE; LEAL, PAM. 2012. Production of baruzeiro seedling in different protected environments and substrates. Engenharia Agrícola 32: 633-641.) podem ser luminosidade e radiação fotossintética ativa.

Assim como observado por Costa et al. (2015aCOSTA, E; SANTO, TLE; SILVA, AP; SILVA, LE; OLIVEIRA, LC; BENETT, CGS; BENETT, KSS. 2015a. Ambientes e substratos na formação de mudas e produção de frutos de cultivares de tomate cereja. Horticultura Brasileira 33: 110-118.), possivelmente, em períodos de maior volume de chuvas (janeiro no presente trabalho), o filme de polietileno propicia condições mais adequadas de proteção à formação de mudas de hortaliças, conforme verificado no presente estudo, uma vez que não ocorre excedente hídrico, que pode prejudicar o desenvolvimento inicial das mudas de pimenteira, bem como a formação do stand.

Avaliando o crescimento da cultivar Etna (Tabela 1), não foi possível avaliar as plantas oriundas do substrato ½E+½H, pois as poucas plantas emergidas nesse substrato não sobreviveram, portanto, não se recomenda esta formulação para cultivo. O substrato composto de ½E+½R propiciou as maiores médias de número de frutos por planta em combinação com o ambiente aluminet®.

As melhores médias de produção da cultivar Etna ocorreram nos ambientes estufa e aluminet®, podendo ser indicados para cultivo na região de Aquidauana. As misturas de substratos que propiciaram os melhores resultados foram ½E+½V e ½E+½R, sendo indicado o uso de ambos quando o cultivo ocorrer no interior da estufa e a mistura ½E+½R quando utilizado o ambiente aluminet® (Tabela 1). Os bons resultados obtidos pelos substratos apresentam o efeito benéfico quando há mistura de materiais orgânicos em proporções corretas para formular o substrato, pois a combinação dos materiais disponibiliza maiores quantidades de nutrientes, retém maior quantidade de água e muitas vezes obtem-se os componentes da mistura no próprio local de produção. O cultivo no ambiente sombrite® apresentou as maiores temperaturas comparado com os ambientes protegidos como a estufa e a aluminet®; este fator pode ter contribuído para o maior abortamento floral e por consequência as menores médias de geração de frutos. Altas temperaturas podem causar perdas significativas na produção de muitas espécies, pela redução no número de sementes e aumento da abscisão das flores (Erickson & Markhart, 2002ERICKSON, AN; MARKHART, AH. 2002. Flower developmental stage and organ sensitivity of bell pepper (Capsicum annuum L.) to elevated temperature. Plant, Cell and Environment 25: 123-130.).

O ambiente de cultivo estufa agrícola propiciou as melhores médias de crescimento para as avaliações de altura das plantas (Tabela 1). Tal fato pode ser explicado devido ao maior armazenamento de energia interna no ambiente, em função do filme de polietileno. Esta energia influi diretamente no metabolismo das plantas, resultando no maior crescimento das mesmas.

Holcman (2009HOLCMAN, E. 2009. Microclima e produção de tomate tipo cereja em ambientes protegidos com diferentes coberturas plásticas. Piracicaba: ESALQ. 127p. (Dissertação mestrado).), estudando a produção de tomate cereja em ambiente protegido (cobertura plástica difusora e anti-UV), verificou que há maior acumulo de radiação solar e radiação difusa no ambiente com plástico difusor, sendo que estas formas de energia são utilizadas pelas plantas na fotossíntese. Tal resultado contrasta com o obtido no presente trabalho pois, o ambiente estufa agrícola permitiu o desenvolvimento de mudas melhores.

Tabela 1
Ambientes e substratos na fase de produção das mudas em bandejas e de produção de frutos em vasos de pimenteira em bandejas, cultivar Etna (environments and substrata during seedlings and fruit production phase for pepper production, cv. Etna). Aquidauana, UEMS, 2012.

Cultivar ornamental Pirâmide

Os substratos ½E+½V, ⅓E+⅓H+⅓V e ⅓E+⅓H+⅓R propiciaram melhores condições de crescimento e formação das mudas (Tabela 2), ou seja, uma rápida formação do stand de plantas. Mudas com maiores diâmetros, fitomassas e índice de qualidade de Dickson são provenientes dos substratos ½E+½R, ⅓E+⅓H+⅓V e ⅓E+⅓H+⅓R. Esses resultados se assemelham aos observados para a cultivar Etna no presente estudo (Tabela 1). A altura e a velocidade de emergência da planta conferem mudas mais resistentes ao estresse térmico e mais aptas ao transplante (Silva et al., 2011SILVA, AR; RÊGO, ER; CECON, PR. 2011. Tamanho de amostra para caracterização morfológica de frutos de pimenteira. Horticultura Brasileira 29: 125-129.).

Tabela 2
Ambientes e substratos na fase de produção das mudas em bandejas e de produção de frutos em vasos de pimenteira em bandejas, cultivar Pirâmide (environments and substrata during seedlings and fruit production phase for pepper production, cv. Pirâmide). Aquidauana, UEMS, 2012.

Assim como para cultivar Etna, as plântulas emergidas no substrato ½E+½H não sobreviveram, confirmando-se, portanto, que esta composição não é benéfica para produção de pimenteira ornamental. Avaliando-se a produção da pimenteira Pirâmide, verifica-se que as maiores médias de produção de frutos foram verificadas no substrato ½E+½R em combinação com o ambiente aluminet®, assim como as combinações ⅓E+⅓H+⅓V e ¼E+¼H+¼V+¼R na estufa agrícola (Tabela 2).

Em relação aos ambientes de produção, bem como para cultivar Etna (Tabela 1), os ambientes estufa agrícola e aluminet® propiciaram as melhores condições para produção de mudas de pimenteira ornamental, cultivar Pirâmide (Tabela 2).

Desta forma, pode-se afirmar que na fase de formação das mudas o substrato indicado seria ⅓E+⅓H+⅓R o qual apresentou melhores resultados dos parâmetros estudados no ambiente de estufa agrícola. Para a fase de produção de frutos destacaram-se os substratos ⅓E+⅓H+⅓V e ¼E+¼H+¼V+¼R no ambiente estufa, embora a maior produção foi no ambiente aluminet® com o substrato ½E+½R.

Cultivar Tupã Bode Vermelha

O substrato composto ½E+½R, o qual não diferenciou dos outros, apresentou rápida emergência (Tabela 3). Aponta-se que a maior velocidade de emergência de plântulas é importante para ter um stand bem formado em menor tempo, crucial na produção de mudas de hortaliças de elevada qualidade, fator verificado no presente estudo. Na comparação dos ambientes de cultivo, verifica-se que os melhores resultados de emergência foram no ambiente de estufa.

Tabela 3
Ambientes e substratos na fase de produção das mudas em bandejas e de produção de frutos em vasos de pimenteira em bandejas, cultivar Tupã (environments and substrata during seedlings and fruit production phase for pepper production, cv. Tupã). Aquidauana, UEMS, 2012.

Maiores Índices de Dickson, fitomassas e diâmetros de mudas foram obtidos nas mudas produzidas nos substratos ½E+½R e ⅓E+⅓H+⅓V (Tabela 3), sendo que este resultado é similar ao obtido para as cultivares ornamentais Etna (Tabela 1) e Pirâmide (Tabela 2). Estas misturas também beneficiaram a altura das plantas após o transplantio. Os melhores resultados estão em função do ambiente de estufa, corroborando com os resultados de Oliveira et al. (2014OLIVEIRA, FA; MEDEIROS, JF; LINHARES, PSF; ALVES, RC; MEDEIROS, A; OLIVEIRA, MK. 2014. Pepper seedlings production fertigated with various nutrient solutions. Horticultura Brasileira 32: 458-463.).

Maiores valores de produção e de número de frutos por planta foram verificados em pimenteiras produzidas nos substratos ⅓E+⅓H+⅓R e ½E+½R, combinado com o ambiente de estufa e aluminet®, respectivamente.

Assim foi possível observar que para a fase de formação de mudas os substratos ½E+½R e ⅓E+⅓H+⅓V apresentaram melhor desempenho nos parâmetros avaliados, sendo o ambiente estufa com o filme de polietileno o mais adequado, corroborando com Costa et al. (2015bCOSTA, E; PRADO, JCL; CARDOSO, ED; BINOTTI, FFS. 2015b. Substrate from vermiculite and cattle manure for ornamental pepper seedling production. Horticultura Brasileira 33: 163-167.), seguido de sombrite® e aluminet®. Já na fase de produção dos frutos o substrato ½E+½R apresentou melhor desempenho sendo o ambiente estufa o mais indicado, seguido pelo aluminet® e sombrite®.

Cultivar Boyra Habanero Vermelha

Os parâmetros obtidos na fase de formação de mudas e produção estão em função do substrato e do tipo de ambiente protegido (Tabela 4).

Tabela 4
Ambientes e substratos na fase de produção das mudas em bandejas e de produção de frutos em vasos de pimenteira em bandejas, cultivar Boyra (environments and substrata during seedlings and fruit production phase for pepper production, cv. Boyra). Aquidauana, UEMS, 2012.

A cultivar apresentou bom desempenho do índice de velocidade de emergência no uso do substrato ⅓E+⅓H+⅓V vinculado ao ambiente de estufa. O substrato ½E+½H não é recomendado para o cultivo uma vez que as poucas plantas emergidas não sobreviveram na fase de produção de frutos, da mesma forma que ocorreu para as cultivares Etna, Pirâmide e Tupã.

O diâmetro do colo foi maior quando aplicados os substratos ½E+½R e ⅓E+⅓H+⅓V no ambiente protegido de estufa e posteriormente de aluminet®. Resultado similar foi obtido para a massa seca total e índice de qualidade de Dickson.

Em relação à fase de produção de frutos, a produção e o número de frutos foram satisfatórios para o substrato ¼E+¼H+¼V+¼R no ambiente de estufa, e em segundo lugar o melhor substrato foi ½E+½R vinculado à instalação de aluminet®. De maneira geral foi possível observar que para a cultivar Boyra na fase de formação de muda é mais aconselhado a utilização da estufa associado aos substratos ½E+½R e ⅓E+⅓H+⅓V, enquanto que para a fase de produção de frutos o substrato ¼E+¼H+¼V+¼R é mais adequado para ambiente de estufa, seguido do substrato ½E+½R no sombrite® e aluminet®.

Em síntese, a partir dos resultados obtidos na pesquisa foi possível concluir que para a produção de pimentas das cultivares Etna, Pirâmide, Tupã e Boyra o uso dos substratos ½E+½R, ⅓E+⅓H+⅓R e ⅓E+⅓H+⅓V possibilitou maior diâmetro de colo, altura de planta e índice de qualidade de Dickson na fase de formação de mudas, enquanto que o número de frutos foi superior com a utilização dos substratos ½E+½R e ⅓E+⅓H+⅓V. O ambiente protegido de estufa foi o mais adequado para todas as cultivares, seguido pelo sombrite (Tupã e Boyra) e aluminet (Pirâmide).

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq Proc. Nº 300829/2012-4 e à FUNDECT, proc. nº 23/200.647/2012 (Edital Chamada FUNDECT/CNPqN° 05/2011 - PPP - Programa Primeiros Projetos); CAPES.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2017

Histórico

  • Recebido
    15 Fev 2016
  • Aceito
    30 Dez 2016
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