In Memoriam
Joarez Fagundes Tessis
Joarez Fagundes Tessis, um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Geofísica, faleceu no último dia 4 de agosto de 1997, na cidade do Rio de Janeiro, após prolongada enfermidade. Ele entrou para a Petrobras em 1956, como auxiliar de escritório, sendo logo promovido para função de maiores responsabilidades. Em 1968, depois de graduar-se em física pela Universidade do Rio de Janeiro e concluir o Curso de Pós-Graduação em Geofísica pela Universidade Federal da Bahia, foi reclassificado como geofísico. Em 1969, quando da criação do Centro de Processamento de Dados da Petrobras, foi o líder do pequeno grupo encarregado do processamento dos dados de reflexão sísmica. Alguns anos depois, tornou-se chefe da Divisão de Exploração e Processamento de Dados. Durante a sua gestão, a Divisão de Exploração passou por uma fase de grande progresso, chegando, no início da década de 80, a um status comparável ao dos melhores centros de processamento do mundo. Sua atuação como gerente foi marcada por um excelente relacionamento com os subordinados. Numa época na qual acreditava-se haver uma incompatibilidade natural entre os objetivos da empresa e os objetivos dos empregados, ele conseguiu integrar estes dois aspectos, aparentemente conflitantes, da atividade gerencial conseguindo resultados extraordinários, tanto para a empresa, como para o corpo técnico. Quando leio sobre o milagre japonês e de como os empresários japoneses conseguiram isto através da valorização do ser humano, me vem sempre a mente que o Joarez já usava estes métodos, muito antes deles serem considerados milagrosos.
Ele gostava de música clássica, literatura e política. No dia a dia, era sempre cordial. Sua sala estava sempre aberta aos colegas os quais, via de regra, eram recebidos com uma frase jocosa. Uma das expressões que ele mais gostava de usar era "como vai o nobre mancebo?". Em uma ocasião, um colega não muito afeito ao significado de mancebo ficou profundamente ofendido. A saudação nunca mais foi usada. Joarez Tessis foi um exemplo de profissionalismo. A despeito das inúmeras responsabilidades gerenciais, fazia questão de se manter atualizado, bem como, garantir o progresso profissional dos seus subordinados. Foi membro ativo da Society of Exploration Geophysicists. Aposentou-se da Petrobras em 1988. Deixa a esposa Lúcia e quatro filhas.
Osvaldo de Oliveira Duarte
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
08 Jun 2001 -
Data do Fascículo
Jul 1997
