Acessibilidade / Reportar erro

Fatores de personalidade como preditores do consumo de álcool por estudantes universitários

Personality factors as predictors of alcohol consumption by university students

Resumos

Os objetivos deste estudo foram verificar diferenças em fatores de personalidade entre pessoas que consumiram, ou não, álcool na vida, e entre pessoas que ingeriram com maior e menor frequência álcool nos últimos três meses, e testar o poder preditivo dos fatores para o consumo de álcool na vida e para o consumo de álcool, ao menos, mensal. Participaram 169 universitários, 66,7% mulheres, média de idade 21,2 anos. Declararam ter consumido álcool na vida 90,1% dos participantes; 42,3% consumiram até duas vezes nos últimos três meses e 57,7% consumiram, ao menos, mensalmente. Participantes com consumo menos frequente nos últimos três meses obtiveram maiores médias nos fatores de personalidade socialização e realização, já os que consumiram mais frequentemente pontuaram mais em extroversão. Um modelo preditivo revelou que incrementos em extroversão contribuíram no aumento das chances de beber álcool; acréscimos em realização diminuíram as chances do consumo. Características de personalidade foram capazes de diferenciar grupos de bebedores e predizer a frequência de consumo de álcool.

Consumo de Bebidas Alcoólicas; Estudantes; Personalidade


This study aimed to verify differences in personality factors between abstainers and drinkers and between individuals with higher versus lower levels of alcohol consumption in the previous three months, and to test the predictive power of factors for any lifetime alcohol consumption and for at least monthly alcohol consumption. A total of 169 university students participated, of whom 66.7% were women, with a mean age of 21.2 years. Lifetime alcohol consumption was 90.1%; 42.3% had consumed at least twice in the previous three months; and 57.7% consumed alcohol at least monthly. Participants with less frequent consumption in the previous three months showed higher mean scores for personality factors involving socialization and achievement, while those that consumed more frequently scored higher on extroversion. A predictive model showed that increments in extroversion contributed to increased odds of drinking alcohol, while increments in achievement decreased the odds of drinking. Personality characteristics were able to distinguish between different groups of drinkers and predict the frequency of alcohol consumption.

Alcohol Drinking; Students; Personality


ARTIGO ARTICLE

Fatores de personalidade como preditores do consumo de álcool por estudantes universitários

Personality factors as predictors of alcohol consumption by university students

Jean Carlos Natividade; Alba Recalde Aguirre; Lisiane Bizarro; Claudio Simon Hutz

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil

Correspondência Correspondência: J. C. Natividade Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rua Ramiro Barcelos 2600, sala 101 Porto Alegre, RS 90035-003, Brasil jeannatividade@gmail.com

RESUMO

Os objetivos deste estudo foram verificar diferenças em fatores de personalidade entre pessoas que consumiram, ou não, álcool na vida, e entre pessoas que ingeriram com maior e menor frequência álcool nos últimos três meses, e testar o poder preditivo dos fatores para o consumo de álcool na vida e para o consumo de álcool, ao menos, mensal. Participaram 169 universitários, 66,7% mulheres, média de idade 21,2 anos. Declararam ter consumido álcool na vida 90,1% dos participantes; 42,3% consumiram até duas vezes nos últimos três meses e 57,7% consumiram, ao menos, mensalmente. Participantes com consumo menos frequente nos últimos três meses obtiveram maiores médias nos fatores de personalidade socialização e realização, já os que consumiram mais frequentemente pontuaram mais em extroversão. Um modelo preditivo revelou que incrementos em extroversão contribuíram no aumento das chances de beber álcool; acréscimos em realização diminuíram as chances do consumo. Características de personalidade foram capazes de diferenciar grupos de bebedores e predizer a frequência de consumo de álcool.

Consumo de Bebidas Alcoólicas; Estudantes; Personalidade

ABSTRACT

This study aimed to verify differences in personality factors between abstainers and drinkers and between individuals with higher versus lower levels of alcohol consumption in the previous three months, and to test the predictive power of factors for any lifetime alcohol consumption and for at least monthly alcohol consumption. A total of 169 university students participated, of whom 66.7% were women, with a mean age of 21.2 years. Lifetime alcohol consumption was 90.1%; 42.3% had consumed at least twice in the previous three months; and 57.7% consumed alcohol at least monthly. Participants with less frequent consumption in the previous three months showed higher mean scores for personality factors involving socialization and achievement, while those that consumed more frequently scored higher on extroversion. A predictive model showed that increments in extroversion contributed to increased odds of drinking alcohol, while increments in achievement decreased the odds of drinking. Personality characteristics were able to distinguish between different groups of drinkers and predict the frequency of alcohol consumption.

Alcohol Drinking; Students; Personality

Introdução

O álcool é consumido por grande parte das pessoas na maioria dos países do mundo 1. No Brasil, o álcool é a droga consumida por um maior número de pessoas 2. Um levantamento sobre o uso do álcool com amostra representativa da população revelou que 53% dos brasileiros já fizeram uso de álcool, destes, 24% faziam uso frequente desta substância 3, e a proporção de consumo aumenta quando a amostra é composta por universitários 4. Apesar da ingestão de álcool não causar problemas imediatos significativos, ela está associada a inúmeras consequências negativas para o bebedor e a sociedade em geral 1,5. Calcula-se que, mundialmente, o álcool é responsável por 3,2% de todas as mortes e por 4% de lesões incapacitantes 5.

As buscas por encontrar fatores associados ao consumo de álcool têm apontado uma série de variáveis relacionadas ao uso, tais como pressões sociais 6,7, relacionamento com os pais 8,9,10,11, idade 2,3,4,12,13,14, sexo 1,3,4,12 e personalidade 15,16,17,18,19,20,21. A ingestão de álcool é prática comum em eventos sociais e esta norma revela-se motivadora do consumo 6,7, bem como impulsionam a ingestão as pressões exercidas por grupos de pares 8,9,10. Entre crianças e adolescentes beber álcool pode denotar um risco ao desenvolvimento saudável, sobretudo em situações em que os cuidadores são caracterizados como negligentes 9,11,22. Ainda que as pessoas possam começar a beber álcool quando crianças e adolescentes, é na população jovem que se concentra o maior número de bebedores 1,2,3, na faixa etária coincidente com o período em que cursam uma graduação universitária, 18 a 30 anos. Entre os sexos o consumo é diferenciado, sendo maior ao longo da vida entre os homens 1,2,3, no entanto, estas diferenças diminuem em amostras de universitários 4. No que concerne à personalidade, entendida como uma matriz de pensamentos e ações que guia a vida dos indivíduos 23, as relações com o uso de álcool variam de acordo com o modelo teórico pesquisado.

Entre muitos modelos explicativos para a personalidade 23, um deles tem ganhado destaque por sua consistência empírica e replicabilidade: o modelo dos cinco grandes fatores 23,24. A teoria que fundamenta o modelo é proveniente da perspectiva dos traços de personalidade e propõe que as pessoas possuem características amplas que representam predisposições a comportarem-se de determinadas maneiras 23. Pesquisas conduzidas sob essa abordagem compreendem que na língua falada por um povo há termos capazes de caracterizar as pessoas e informar marcadores de diferenças individuais 25.

A partir da década de 1950, pesquisadores conduzindo estudos independentes e empregando técnicas de análises fatoriais a descritores de características individuais, inclusive utilizando instrumentos de aferição da personalidade provenientes de teorias diversas (por exemplo, o 16-PF, o MMPI, a escala de Necessidades de Murray, o Califórnia Q-Set, as escalas de Comrey), verificaram que seus resultados eram possíveis de serem interpretados em cinco grandes dimensões explicativas 26. Tais dimensões agrupam características individuais com conteúdos semelhantes e representativos dos seguintes fatores: socialização, realização, extroversão, neuroticismo e abertura 23,24. Não há consenso sobre a nomenclatura de cada fator (ou dimensão) 26, além disso, o número de subfatores (ou subdimensões) pode variar de acordo com a pesquisa (por exemplo, pesquisas que utilizam o teste NEO-PI-R 27 e as que utilizam o teste BFP 24). Entretanto, o número de dimensões e seus conteúdos têm se mantido estável em variadas épocas e culturas pesquisadas 26,28.

O fator socialização refere-se a características de relacionamento interpessoal direcionadas aos outros, destaca os tipos de interação que vão da compaixão ao antagonismo 24. Pessoas com pontuações altas em socialização são afetuosas, agradáveis, amáveis, cooperativas, altruístas 24. São pessoas preocupadas com os outros e agem de forma a atender as demandas alheias, ainda, acreditam que as outras pessoas irão comportar-se da mesma forma 23,24. Aqueles com baixos escores em socialização tendem a ser pessoas cínicas, não cooperativas e irritáveis, por vezes podem ser pessoas manipuladoras, vingativas e implacáveis 24.

Escores baixos em socialização se correlacionaram tanto com altas frequências de uso álcool quanto com altas quantidades de consumo de álcool 15,19,21. No que diz respeito aos subfatores, honestidade 19,21, cooperação 19, altruismo 21 e afabilidade 21 também foram apontados como correlacionados negativamente com a frequência e quantidade de álcool consumido. Pessoas em clínicas de tratamento para o alcoolismo também apresentaram escores inferiores aos da população em geral no fator socialização e em todos os seus subfatores 29. Incrementos no fator socialização e nos subfatores altruísmo, honestidade e cooperação foram preditores do não uso de álcool entre universitários 19, além disto, aumentos neste fator associaram-se a mais exposição de razões para limitar o uso de álcool 18.

Realização é um fator que salienta o grau de organização, persistência, controle e motivação para atingir metas 24. Destaca aspectos de planejamento e força de vontade para realização de tarefas 24. Pessoas que têm altos escores nesse fator tendem a ser organizadas, confiáveis, trabalhadoras, decididas, pontuais, escrupulosas, ambiciosas e perseverantes 23,24. Enquanto as pessoas que são baixas em realização tendem a não ter clareza em seus objetivos, são menos rígidas em aplicar princípios morais e são desanimadas em lutar por objetivos, geralmente são descritas como não confiáveis, preguiçosas, descuidadas, negligentes e hedonistas 23,24.

O fator realização já foi correlacionado com a frequência 15,20 e com a quantidade de álcool ingerido 15,17,19,20 em todos os casos; escores baixos neste grande fator associaram-se a escores altos de frequência e/ou de consumo. Entre os subfatores de realização que se mostraram correlacionados negativamente com o consumo de álcool, destacam-se: organização 19, prudência 19, competência 21, dever 21, autodisciplina 21 e busca por realização 19,21. Aumentos nas médias de realização 16 e nos seus subfatores dever 19, busca por realização 19 e prudência 19 também foram preditores do não consumo de álcool. Contudo, Mezquita et al. 20 verificaram que quando mediados por variáveis motivacionais para a ingestão de álcool esse fator não foi preditor direto do consumo, mas sim aumentos em realização diminuíram as chances de problemas relacionados com o álcool. Ainda sobre motivos para beber, quanto mais baixos os escores em realização mais as pessoas apresentaram motivos para usar álcool e menos razões para limitar o consumo 18.

O fator que diz respeito às maneiras como as pessoas interagem com os demais, à quantidade e à intensidade de interações sociais é denominado extroversão 24. Destaca uma busca por estimulação social e capacidade em alegrar-se e comunicar-se 24. Pessoas com médias altas em extroversão tendem a ser sociáveis, ativas, falantes, otimistas e afetuosas; já as com médias baixas tendem a ser reservadas, sóbrias, indiferentes, independentes e quietas, mas não necessariamente inamistosas 23,24.

O aumento do consumo de álcool foi relacionado ao aumento de médias no fator extroversão 19,20 e nos subfatores: busca de sensações 19,21, gregarismo 19 e simpatia 19. Diminuições nos escores de extroversão e dos subfatores gregarismo e busca de sensações aumentaram as chances do não uso de álcool 19. Ainda que mediado por variáveis motivacionais, níveis altos nesse fator predisseram alto consumo de álcool 17,20, bem como mais problemas relacionados ao uso 17.

Neuroticismo é o fator que diz respeito ao ajustamento e à instabilidade emocional, representa a maneira como as pessoas lidam com um desconforto psicológico 24. Níveis elevados nesse fator sugerem pessoas que vivenciam com mais intensidade sofrimentos emocionais, preocupações, irritação, melancolia, vergonha; descrevem pessoas com tendência a hostilidade, ansiedade, depressão, autocrítica e baixa tolerância à frustração 23,24. Por sua vez, escores baixos em neuroticismo indicam pessoas calmas, relaxadas e estáveis emocionalmente 23,24. Nunes et al. 24 salientam que baixas médias em neuroticismo não significam necessariamente boa saúde mental, e que os extremos neste fator é que se revelam indicadores de problemas.

O uso de álcool e o fator neuroticismo não se correlacionaram 12,13,14,17, embora aumentos neste fator associaram-se à alta motivação para consumir álcool 18. Quanto a seus subfatores, pontuações altas em impulsividade associaram-se ao alto consumo de álcool 19,21, e escores elevados em constrangimento relacionaram-se ao baixo consumo desta substância 19. Incrementos no grande fator neuroticismo predisseram baixos níveis de consumo diário de álcool 17 e, de modo oposto, incrementos no subfator impulsividade aumentaram as possibilidades de uso 19. No modelo preditivo que incluía motivações para o consumo, escores altos em neuroticismo aumentaram as chances de problemas relacionados ao álcool 20.

Abertura para experiências se caracteriza por ser um fator norteador da busca e valorização de comportamentos exploratórios e inéditos 24. Pessoas com altos escores em abertura costumam apreciar ideias novas nos campos ético, social e político, são imaginativas, têm sensibilidade artística, podem questionar normas e serem pouco convencionais 23,24. Baixos níveis nesse fator retratam pessoas conservadoras, convencionais, com interesses menos amplos, com preferência ao que é familiar e com respostas emocionais contidas 23,24. Escores altos em abertura relacionaram-se à alta frequência de uso de álcool, contudo, esta correlação foi fraca 15 e em outro estudo não foi verificada correlação significativa deste fator com o consumo 19.

Os fatores e subfatores de personalidade no modelo dos cinco grandes já se mostraram relacionados à frequência e à quantidade de uso de álcool, e entraram em modelos explicativos para o consumo desta substância em diversos estudos. De maneira geral, e condizente com uma meta-análise sobre o tema 16, encontrou-se consenso sobre as associações entre níveis altos em socialização e realização e baixo consumo de álcool, e sobre níveis altos em extroversão e alto consumo. Quanto à abertura, resultados discordantes foram encontrados e, assim como ocorreu com neuroticismo, é possível que alguns subfatores correlacionem-se positivamente e outros negativamente. Diante desse quadro, como lembraram McAdams & Donnellan 19, pode ser mais importante descrever as correspondências da personalidade com o consumo de álcool baseando-se nos subfatores do que apenas considerar os grandes fatores nestas relações.

Os esforços no sentido de evidenciar a contribuição das características de personalidade para o uso do álcool vão ao encontro da busca de soluções aos problemas vinculados à ingestão desta substância. Mais que diagnósticos probabilísticos do consumo de álcool, o conhecimento das características pessoais pode nortear intervenções preventivas focadas em necessidades específicas de cada indivíduo. Poucas, se não raras, são as evidências do estabelecimento dessas relações no contexto brasileiro, sobretudo considerando todos os fatores e subfatores de personalidade descritos pelo modelo dos cinco grandes. Com o intuito de preencher essa lacuna, elaborou-se este estudo com os objetivos de: (1) verificar diferenças em fatores e subfatores da personalidade entre as pessoas que já consumiram ou não álcool na vida; (2) verificar diferenças em fatores e subfatores de personalidade entre as pessoas que ingeriram com maior e menor frequências álcool nos últimos três meses; (3) testar o poder preditivo dos fatores e dos subfatores de personalidade para o consumo de álcool na vida; (4) testar o poder preditivo dos fatores e dos subfatores de personalidade para o consumo de álcool mais frequente nos últimos três meses.

Método

Participantes

Participaram 169 estudantes, amostra de conveniência, com Ensino Superior em andamento, idades entre 18 e 28 anos, média de 21,2 anos (DP = 2,5 anos), provenientes de quatro universidades da Região Metropolitana de Porto Alegre; dentre todos, 66,7% eram mulheres.

Instrumentos

Utilizou-se um questionário autoaplicável de respostas fechadas que, além de perguntas sociodemográficas como sexo, idade e escolaridade, continha:

  • Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST): visava a detectar o envolvimento e dependência de álcool e outras drogas, versão traduzida e adaptada para o Bra-sil

    30. Trata-se de um questionário estruturado contendo oito questões sobre o uso de nove tipos de substâncias psicoativas (tabaco, álcool, maconha, cocaína, estimulantes, sedativos, inalantes, alucinógenos e opiáceos). A primeira questão fornece respostas categóricas em relação ao uso dessas substâncias na vida (uso = 1 e não uso = 0). Nas questões dois a sete, cada resposta corresponde a um escore que varia de zero a quatro. A questão oito apresenta resposta variável de 0 a 2. A soma total das oito questões para cada droga pode variar de 0 a 23 pontos; a faixa de escore global de um a três é considerada indicativa de uso ocasional, de 4 a 15 como indicativa de abuso, e igual ou maior que 16, dependência;

  • Bateria Fatorial de Personalidade (BFP)

    24: utilizada para avaliar personalidade com base no modelo dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade. Compreende 126 itens em formato

    Likert de sete pontos para que os participantes julguem o quanto cada uma das afirmativas se aplica a eles, distribuídos em cinco dimensões: socialização (S), que se refere aos tipos de interação que vão da compaixão ao antagonismo, responsividade, empatia, cooperatividade; realização (R), que verifica o grau de organização, persistência, controle e motivação para alcançar um objetivo; extroversão (E), que afere níveis de interação interpessoal em termos de quantidade e intensidade, níveis de atividade, necessidade de estimulação; neuroticismo (N), que avalia o nível de ajustamento emocional e instabilidade, grau de realidade, tolerância à frustração e respostas de

    coping não adaptativas, níveis de vulnerabilidade, autocrítica e impulsividade, ansiedade e depressão; e abertura (A), que avalia comportamentos exploratórios e valorização dos mesmos, convencionalidade. Cada um dos fatores avalia subfatores, tais como: para socialização, amabilidade (S1), pró-sociabilidade (S2) e confiança nas pessoas (S3); para realização, competência (R1), prudência (R2) e comprometimento (R3); para extroversão, comunicação (E1), altivez (E2), dinamismo (E3) e interações sociais (E4); para neuroticismo, vulnerabilidade (N1), instabilidade emocional (N2), passividade (N3) e depressão (N4); para abertura, abertura a ideias (A1), liberalismo (A2) e busca por novidades (A3).

Procedimentos

Para a coleta dos dados, entramos em contato com os responsáveis pelas universidades e apresentamos a proposta de pesquisa. Após autorização, agendaram-se as coletas, nos horários e nas salas de aula das instituições. De forma coletiva, os alunos foram instruídos sobre os objetivos da pesquisa e em que consistiriam suas participações. O tempo de preenchimento do questionário variou de 50 a 70 minutos para cada turma. Além disso, os participantes foram orientados a não se identificarem nas folhas de resposta, a permanecer com uma cópia do termo de consentimento livre e esclarecido, contendo o nome e o telefone dos pesquisadores responsáveis, e a devolver os questionários dentro de um envelope fechado fornecido pelos aplicadores.

Foram utilizadas nas análises apenas as questões 1 e 2 do ASSIST, respectivamente referentes ao uso de álcool alguma vez na vida e uso de álcool nos últimos três meses. Entre os participantes que fizeram uso nos últimos três meses, definiram-se dois grupos de acordo com a frequência de uso: (a) menor consumo - usou menos de duas vezes nos últimos três meses, e (b) maior consumo - usou, pelo menos, uma vez por mês nos últimos três meses. Verificaram-se as associações entre grupos de participantes que já fizeram uso de álcool alguma vez na vida e de uso nos últimos três meses e a variável sexo, usando-se os testes qui-quadrado e exato de Fisher. Testaram-se as diferenças de médias nos fatores e nos subfatores de personalidade entre os grupos de participantes que já consumiram, ou não, álcool na vida e os grupos formados a partir do uso nos últimos três meses por meio dos testes t de Student. Por fim, para testar modelos preditivos do uso (1), ou não uso (0) na vida, e maior consumo nos últimos três meses (1), menor consumo nos últimos três meses (0), realizaram-se regressões logísticas (método Enter) considerando os cinco fatores de personalidade, os subfatores da personalidade, o sexo e a idade como variáveis preditoras. A significância do modelo foi avaliada utilizando-se o teste Omnibus, que verifica se os coeficientes da equação logística são nulos ou não (em um modelo significativo é esperado que os coeficientes não sejam nulos), ou seja, que o teste apresente um valor de p < 0,05. O ajuste do modelo foi examinado usando-se o teste de Hosmer & Lemeshow, que verifica a correspondência entre os valores observados e os previstos das variáveis dependentes (em um modelo ajustado é esperado que haja correspondência), ou seja, que o teste apresente um valor de p > 0,05.

Esta pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob o número de protocolo 08/15.

Resultados

Declararam já ter consumido álcool alguma vez na vida 90,1% dos participantes, sem distinção de uso entre os participantes homens e mulheres (p = 1,00). Quanto ao uso de álcool nos últimos três meses, 18,5% dos participantes afirmaram não ter ingerido, 23,8% usaram uma ou duas vezes, 19% consumiram mensalmente, 33,3% beberam semanalmente e 5,4% assinalaram ter usado todos os dias. Os grupos de participantes formados com base na frequência de uso nos últimos três meses, apontaram 42% dos participantes com consumo igual ou inferior a duas vezes no período e 58% com uso, pelo menos, mensal no período; também não houve associação entre estes grupos e o sexo dos participantes (p = 0,57). Entre os pesquisados que consumiram e não consumiram álcool alguma vez na vida não houve diferenças de idade (p = 0,67), tampouco apresentaram diferenças de idade os grupos de participantes formados a partir do consumo nos últimos três meses (p = 0,78).

As médias dos cinco fatores de personalidade foram: socialização - média de 4,92 pontos (DP = 0,81); realização - 4,75 pontos (DP = 0,77); extroversão - 4,23 pontos (DP = 0,78); neuroticismo - 3,41 pontos (DP = 0,84); abertura - média de 4,64 pontos (DP = 0,69). O fator socialização mostrou diferenças de médias entre homens (M = 4,75 pontos; DP = 0,72) e mulheres (M = 5,03 pontos; DP = 0,84) (p < 0,05), os demais fatores não apresentaram diferenças. As médias para os fatores de personalidade e para os subfatores entre os participantes que usaram e não usaram álcool alguma vez na vida não se diferenciou. Contudo, entre os participantes que consumiram até duas vezes ao longo dos últimos três meses e aqueles que consumiram mensalmente, ou mais vezes, três fatores tiveram médias diferentes, como demonstra a Tabela 1. Já para os subfatores da personalidade as diferenças entre esses grupos foram significativas para oito subfatores, como aponta a Tabela 2.

Destacam-se, entre os fatores de personalidade, maiores pontuações em socialização e realização no grupo de participantes com menor consumo de álcool nos últimos três meses; entre os com maior consumo de álcool observam-se médias mais elevadas no fator extroversão. No que diz respeito aos subfatores, salientam-se escores superiores em pró-sociabilidade, prudência e comprometimento no grupo que ingeriu menos álcool nos últimos três meses; o grupo com maior uso de álcool obteve maiores médias em altivez, interações sociais, instabilidade emocional, passividade, liberalismo.

O modelo preditivo para o uso de álcool alguma vez na vida considerando como variáveis independentes o sexo, a idade e os cinco fatores de personalidade não se mostrou significativo (p = 0,85). Para predizer o consumo, pelo menos, mensal nos últimos três meses, com as mesmas variáveis independentes, obteve-se um modelo significativo (p < 0,001) e ajustado (p = 0,65), com capacidade preditiva geral de 70,5%, como mostra a Tabela 3. Destacam-se, entre as variáveis com nível de significância de 5%, que incrementos de um ponto na média de realização diminuem em 48% as chances dos participantes terem consumido álcool com frequência igual ou superior à mensal nos últimos três meses; por outro lado, cada acréscimo de um ponto na média de extroversão aumenta 2,22 vezes as chances dos participantes terem consumido álcool, pelo menos, mensalmente nos últimos três meses.

A partir da constatação dos fatores realização e extroversão como preditores do consumo de álcool nos últimos três meses, testou-se um modelo preditivo considerando os subfatores deles como variáveis independentes. Um modelo significativo (p < 0,01) e ajustado (p = 0,67), com capacidade preditiva geral de 65,8%, apontou dois subfatores como preditores do uso de álcool, pelo menos, uma vez por mês nos últimos três meses: comprometimento (R3) e altivez (E2), conforme mostra a Tabela 4. A cada um ponto de acréscimo na média da faceta comprometimento, reduziam-se em 37% as chances dos participantes terem consumido álcool mensalmente ou mais nos últimos três meses; já a cada incremento de um ponto na média do subfator altivez as chances dos participantes terem consumido álcool mensalmente ou mais nos últimos três meses aumentavam em 65%.

Discussão

Quase todos os pesquisados deste estudo já consumiram álcool alguma vez na vida, tal resultado é condizente com a realidade brasileira entre universitários 4. No que diz respeito ao uso nos últimos três meses, o grupo formado por aqueles que beberam com maior regularidade teve ligeiramente mais participantes do que o grupo de bebedores menos frequentes, no entanto, mais de 38,7% dos participantes beberam, pelo menos, semanalmente no período questionado. Embora a frequência de consumo, isoladamente, não represente um indicador de risco de problemas com o álcool, podem-se esperar maiores chances de problemas entre aqueles que consomem álcool com maior frequência. Somado a isso, apontamentos de problemas decorrentes do uso de álcool em população com características semelhantes 4,31 advertem para a necessidade de estratégias preventivas específicas para universitários.

As diferenças de médias nos fatores e subfatores de personalidade entre os participantes que já usaram e os que nunca usaram álcool na vida não foram significativas, tampouco os fatores e subfatores predisseram o consumo na vida, o que pode ter ocorrido devido ao baixo número de participantes no grupo dos que nunca consumiram álcool. Uma amostra maior poderia fornecer dados mais precisos sobre a personalidade da população abstêmia. Estudos futuros poderiam investigar se as pessoas que nunca usaram álcool possuem características de personalidade comuns e se elas diferenciam-se de pessoas que já consumiram esta substância.

As diferenças de médias nos fatores de personalidade entre os grupos formados pela frequência de consumo de álcool nos últimos três meses indicaram menores médias em socialização e realização, e maiores escores em extroversão nos participantes com consumo mais frequente. Resultados semelhantes para socialização e realização já foram apontados em outros estudos 15,17,19,20,21, além disto, níveis muito baixos em socialização caracterizam o transtorno antissocial de personalidade e este tem sido associado a quadros de transtornos aditivos 32. A entrada de realização no modelo preditivo do uso mais frequente de álcool reforça a importância deste fator para a descrição de características de bebedores.

Quanto aos subfatores menos pontuados pelos pesquisados com maior consumo de álcool, encontraram-se pró-sociabilidade (subfator de socialização), prudência e comprometimento (subfatores de realização). Pró-sociabilidade diz respeito ao grau de engajamento em situações perigosas, concordância ou confronto de regras sociais e morais 24. Pessoas com escores baixos nesse subfator tendem a envolver-se em eventos que podem colocá-las ou outras pessoas em perigo, também apresentam pouca preocupação em seguir regras, minimizando ou ignorando suas importâncias 24. Subfatores de socialização também foram constatados com escores inferiores entre aqueles com maior consumo e com mais problemas decorrentes do uso de álcool por outros pesquisadores 18,19,21,29.

Os subfatores de realização prudência e comprometimento referem-se, respectivamente: aos níveis de cuidado com a manifestação de opiniões e com as consequências dos comportamentos; e ao grau de empenho dedicado à resolução de tarefas acadêmicas e profissionais 24. Pessoas com baixos escores em prudência tendem a ter menos controle da impulsividade ao resolver problemas, já os indivíduos com baixas médias em comprometimento costumam não demonstrar planejamento na resolução de tarefas 24. Diminuições no subfator comprometimento também aumentaram as chances dos participantes terem consumido álcool mais frequentemente. Sugere-se uma importância central desse subfator como caracterizador de grupos de consumidores de álcool. Além disso, ambos os subfatores encontrados como denotadores de diferenças entre os grupos de bebedores desta pesquisa também foram verificados como associados ao consumo de álcool em outros estudos 19,21.

Ainda entre aqueles com maior frequência de uso de álcool nos últimos três meses, constataram-se médias mais elevadas no fator extroversão. Altos escores em extroversão também foram associados ao alto consumo e problemas decorrentes da ingestão de álcool em outros estudos 17,19,20 e, somada à entrada deste fator no modelo preditivo, salienta-se a extroversão como indispensável no levantamento de diferenças individuais entre consumidores de álcool.

Os subfatores que obtiveram maiores médias entre o grupo com mais uso de álcool foram altivez e interações sociais, do fator extroversão; instabilidade emocional e passividade, do fator neuroticismo; e liberalismo, do fator abertura para experiências. Altos escores nesses fatores caracterizam pessoas: com tendência a uma percepção grandiosa sobre sua própria capacidade e valor (altivez); que buscam envolver-se em situações sociais, tais como festas (interações sociais); com tendência a agir impulsivamente diante de situações desconfortáveis (instabilidade emocional); que tendem a procrastinar o início e conclusão de tarefas (passividade); com tendência a relativizar valores morais e regras sociais (liberalismo) 24. As características dos subfatores interações sociais e instabilidade emocional também já foram relacionadas ao alto consumo de álcool por outros pesquisadores 19,21. As médias no fator abertura não foram diferentes entre os grupos de participantes consumidores, contudo, o subfator altivez, além de diferenciar os consumidores, foi preditor do consumo mais frequente de álcool. Ressalta-se, portanto, a importância de considerar os subfatores em investigações com esse escopo.

Conclusões

Dois grandes fatores de personalidade e dois subfatores se mostraram preditores do consumo de álcool. Tal que, incrementos em extroversão relacionaram-se ao maior consumo e acréscimos em realização predisseram o menor consumo. Quanto aos subfatores, aumentos em altivez foram relacionados ao maior consumo, já acréscimos em comprometimento foram preditores do menor consumo. Além disso, diferenças de médias para os fatores de personalidade entre os participantes com distintos padrões de consumo revelaram que aqueles com uso menos frequente obtiveram maiores médias nos fatores de personalidade socialização e realização, enquanto os que consumiram mais frequentemente pontuaram mais em extroversão e neuroticismo.

Considerando-se os resultados encontrados e a correspondência destes resultados com trabalhos realizados em outros países, conclui-se que fatores e subfatores de personalidade podem diferenciar grupos de pessoas de acordo com níveis de consumo de álcool, e predizer a maior ou menor frequência de ingestão desta substância. Estima-se que mais estudos com a população brasileira aumentem e reforcem o conjunto de evidências a esse respeito e, por fim, espera-se que dados como esses possam fomentar estratégias preventivas cientes de maiores especificidades dos bebedores.

Colaboradores

J. C. Natividade realizou a análise dos dados e redação do manuscrito. A. R. Aguirre realizou a coleta de dados, contribuiu na redação do manuscrito. L. Bizarro orientou a condução da pesquisa e revisou a redação final do manuscrito. C. S. Hutz orientou a elaboração do manuscrito.

Recebido em 09/Dez/2010

Versão final reapresentada em 06/Fev/2012

Aprovado em 28/Fev/2012

  • 1. World Health Organization. Global status report on alcohol 2004. Geneva: WHO Library Cataloguing-in-Publication Data; 2004.
  • 2. Carlini EA, Galduróz JCF, Noto AR, Fonseca AM, Carlini CM, Oliveira LG, et al. II levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país - 2005. São Paulo: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas; 2007.
  • 3. Laranjeira R, Pinsky I, Zaleski M, Caetano R. I levantamento nacional sobre os padrões de consumo de álcool na população brasileira. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas; 2007.
  • 4. Andrade AG, Duarte PCAV, Oliveira LG. I levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das 27 capitais brasileiras. Brasilia: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas; 2010.
  • 5
    World Health Organization. Alcohol and injury in emergency departments: summary of the report from the WHO Collaborative Study on Alcohol and Injuries. Geneva: WHO Library Cataloguing-in-Publication Data; 2007.
  • 6. Kairouz S, Gliksman L, Demers A, Adlaf EM. For all these reasons, I do ... drink: a multilevel analysis of contextual reasons for drinking among Canadian undergraduates. J Stud Alcohol 2002; 63:600-8.
  • 7. Grunbaum JA, Tortolero S, Weller N, Gingiss P. Cultural, social, and intrapersonal factors associated with substance use among alternative high school students. Addict Behav 2000; 25:145-51.
  • 8. Galduroz JCF, Sanchez ZV, Opaleye ES, Noto AR, Fonseca AM, Gomes PLS, et al. Factors associated with heavy alcohol use among students in Brazilian capitals. Rev Saúde Pública 2010; 44:267-73.
  • 9. Bahr S, Hoffmann J, Yang X. Parental and peer influences on the risk of adolescent drug use. J Prim Prev 2005; 26:529-51.
  • 10. Wood MD, Read JP, Mitchell RE, Brand NH. Do parents still matter? Parent and peer influences on alcohol involvement among recent high school graduates. Psychol Addict Behav 2004; 18:19-30.
  • 11. Elaine AB, Carolyn EI-L, Loren DL, Erika ST. Parental monitoring, negotiated unsupervised time, and parental trust: the role of perceived parenting practices in adolescent health risk behaviors. J Adolesc Health 2003; 33:60-70.
  • 12. Baus J, Kupek E, Pires M. Prevalência e fatores de risco relacionados ao uso de drogas entre escolares. Rev Saúde Pública 2002; 36:40-6.
  • 13. Strauch ES, Pinheiro RT, Silva RA, Horta BL. Uso de álcool por adolescentes: estudo de base populacional. Rev Saúde Pública 2009; 43:647-55.
  • 14. Gomes BMR, Alves JGB, Nascimento LC. Consumo de álcool entre estudantes de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil. Cad Saúde Pública 2010; 26:706-12.
  • 15. Ibanez MI, Moya J, Villa H, Mezquita L, Ruiperez MA, Ortet G. Basic personality dimensions and alcohol consumption in young adults. Pers Individ Dif 2010; 48:171-6.
  • 16. Kuntsche E, Knibbe R, Gmel G, Engels R. Who drinks and why? A review of socio-demographic, personality, and contextual issues behind the drinking motives in young people. Addict Behav 2006; 31:1844-57.
  • 17. Kuntsche E, von Fischer M, Gmel G. Personality factors and alcohol use: a mediator analysis of drinking motives. Pers Individ Dif 2008;45:796-800.
  • 18. Loukas A, Krull JL, Chassin L, Carle AC. The relation of personality to alcohol abuse/dependence in a high-risk sample. J Pers 2000; 68:1153-75.
  • 19. McAdams KK, Donnellan MB. Facets of personality and drinking in first-year college students. Pers Individ Dif 2009; 46:207-12.
  • 20. Mezquita L, Stewart SH, Ruiperez MA. Big-five personality domains predict internal drinking motives in young adults. Pers Individ Dif 2010; 49:240-5.
  • 21. Ruiz MA, Pincus AL, Dickinson KA. NEO PI-R predictors of alcohol use and alcohol-related problems. J Pers Assess 2003; 81:226-36.
  • 22. Paiva FS, Ronzani TM. Estilos parentais e consumo de drogas entre adolescentes: revisão sistemática. Psicol Estud 2009; 14:177-83.
  • 23. Pervin LA, John OP. Personalidade: teoria e pesquisa. 8Ş Ed. Porto Alegre: Editora Artmed; 2004.
  • 24. Nunes CHSS, Hutz CS, Nunes MFO. Bateria Fatorial de Personalidade (BFP): manual técnico. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2010.
  • 25. John OP, Angleitner A, Ostendorf F. The lexical approach to personality - a historical review of trait taxonomic research. Eur J Pers 1988; 2:171-203.
  • 26. Hutz CS, Nunes CH, Silveira AD, Serra J, Anton M, Wieczorek LS. O desenvolvimento de marcadores para a avaliação da personalidade no modelo dos cinco grandes fatores. Psicol Reflex Crít 1998; 11:395-411.
  • 27. Costa PT, McCrae RR. NEO PI-R: inventário de personalidade NEO revisado e inventário de cinco fatores NEO revisado NEO-FFI-R [versão curta]. São Paulo: Vetor Editora Psico-Pedagócica; 2007.
  • 28. Costa PT, Terracciano A, McCrae RR. Gender differences in personality traits across cultures: robust and surprising findings. J Pers Soc Psychol 2001; 81:322-31.
  • 29. Nunes CHSS, Nunes MFO, Cunha TF, Hutz CS. Chemical dependence and personality. Interam J Psychol 2009; 43:68-76.
  • 30. Henrique IFS, Micheli D, Lacerda RB, Lacerda LA, Formigoni MLOS. Validação da versão brasileira do teste de triagem do envolvimento com álcool, cigarro e outras substâncias (ASSIST). Rev Assoc Med Bras 2004; 50:199-206.
  • 31. Peuker AC, Fogaça J, Bizarro L. Expectativas e beber problemático entre universitários. Psicol Teor Pesqui 2006; 22:193-200.
  • 32. Kessler RC, Crum RM, Warner LA, Nelson CB, Schulenberg J, Anthony JC. Lifetime co-occurrence of DSM-III-R alcohol abuse and dependence with other psychiatric disorders in the National Comorbidity Survey. Arch Gen Psychiatr 1997; 54:313-21.
  • Correspondência:
    J. C. Natividade
    Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    Rua Ramiro Barcelos 2600, sala 101
    Porto Alegre, RS 90035-003, Brasil
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      31 Maio 2012
    • Data do Fascículo
      Jun 2012

    Histórico

    • Recebido
      09 Dez 2010
    • Aceito
      28 Fev 2012
    • Revisado
      06 Fev 2012
    Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rua Leopoldo Bulhões, 1480 , 21041-210 Rio de Janeiro RJ Brazil, Tel.:+55 21 2598-2511, Fax: +55 21 2598-2737 / +55 21 2598-2514 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
    E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br