Acessibilidade / Reportar erro

Vida e obra de João Murça Pires (1917-1994)

João Murça Pires (1917-1994): life and works

Vida e obra de João Murça Pires (1917-1994)

João Murça Pires (1917-1994): life and works

Pedro L. B. LisboaI; Samuel Soares de Almeida

IMuseu Paraense Emílio Goeldi/CNPq

João Murça Pires, conhecido taxonomista vegetal e fitogeográfico, morreu de aneurisma cerebral no dia 21 de dezembro de 1994. Murça Pires, como era conhecido por todos , foi inicialmente orientado por Adolpho Ducke, tornando-se um expert da taxonomia da flora amazônica e, em especial, das famílias Quiinaceae, Sapotaceae e do gênero Hevea (Euphorbiaceae). Teve uma profícua produção em taxonomia botânica, que incluiu a descrição de vários taxa novos, destacando-se uma família (Saccifoliaceae), três gêneros (Belemia/Nyctaginaceae; Froes/a/Quiinaceae e Sacci folia/Saccifoliaceae) e quarenta e sete espécies, sendo a maioria da família Quiinaceae (16 spp.) e Sapotaceae (15 spp.). As coleções botânicas feitas por Murça Pires estão principalmente nos herbários do Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Oriental/CPATU, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade de Brasília, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, New York Botanical Garden/EUA e Smithsonian Institution/EUA.

Seus trabalhos sobre a vegetação da Amazônia tornaram-se clássicos e até hoje são os mais completos e consultados. Apesar dos recentes avanços tecnológicos no campo do sensoriamento remoto, a contribuição de Murça Pires ao conhecimento da flora amazônica é o mais significativo e consistente que existe. A tipologia por ele publicada em 1973 e 1989 (conforme produção científica) é aceita pela maioria dos botânicos da região e do exterior, inclusive pelo tratado de vegetação do Projeto RADAMBRASIL.

Durante sua carreira de taxonomista, Murça Pires fundou quatro herbários. O primeiro foi o do IAN, com a cooperação de Willian Andrew Archer, técnico em organização de herbários, cedido pelo U.S Departament de Beltsville/USA. Entre 1963/1965 fundou o herbário da Universidade de Brasília onde também criou o Departamento de Botânica, do qual foi professor. O terceiro, em 1964, quando estava sediado em Brasília, foi o herbário da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira/CEPLAC, em Itabuna, com a participação de Basset Maguire e Paulo de Tarso Alvim/CEPLAC, que se tornaria o mais importante herbário do nordeste. O quarto herbário fundado foi o da Universidade Federal do Maranhão, em 1978, através o Laboratório de Hidrologia. Em abril de 1978 já possuia uma boa coleção de algas e estava iniciando as coleções de espermatófitas.

Murça Pires nasceu no dia 08 de julho de 1917 em Bariri, São Paulo. Recebeu o grau de bacharel do Curso de Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós/ESALQ/USP, Piracicaba, em 1942 e o grau de doutor (D.Sc.) em Ecologia Florestal aos 56 anos de idade, em 1973, pela mesma Escola onde se graduara.

No começo do ano seguinte à sua graduação chegou ao Maranhão para assumir o setor agronômico das Indústrias Babaçu Ltda implantada na região de Quelru, a 107 km da capital, São Luis. A empresa fazia a industrialização e aproveitamento integral do babaçu, a palmeira que ainda hoje é a mais importante na economia do vizinho estado. Um ano depois, com a falência da Indústria, passou para o Fomento Agrícola do Maranhão, órgão do Ministério da Agricultura onde até junho de 1944 foi o responsável pelo Campo de Sementes de Pedro II (atual D. Pedro). Em seguida transferiu-se para a Estação Escola Cristino Cruz, do mesmo Ministério, nos subúrbios de São Luis. Na Estação trabalhou com pequenos animais e horticultura e foi encarregado de fornecer alimentos à Base Aérea Americana instalada no Maranhão durante a segunda guerra mundial.

Quando o mundo já vivia a euforia da perspectiva do final da guerra mundial em 1945, Murça Pires chegava à Amazônia. Afinado com seu espírito aventureiro fez a viagem em barco à vela a partir de São Luis aportando na cidade de Bragança, às proximidades do Atlântico, no litoral do Pará. Como seu destino era Belém, capital do Estado, logo venceu por via ferroviária os 192 km que separam as duas cidades. Em abril foi contratado pelo antigo Instituto Agronômico do Norte/IAN1 1 Instituição precursora do Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Norte/IPEAN, hoje chamado Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Oriental/CPATU/EMBRAPA. , que estava em início de operação em Belém, sob a dinâmica direção de Felisberto Cardoso de Camargo, de quem Murça já era amigo. Nesta instituição, Murça trabalhou por 31 anos (1945-1975), reconstruindo a botânica clássica que nesta ocasião estava em forte declínio no Museu Goeldi, instituição tradicional de pesquisa da Amazônia subordinada ao Estado, que ainda não se recuperara dos efeitos da queda da exploração da seringa (Hevea brasiliensis) na Amazônia. No IAN, o botânico assumiu a chefia da Seção de Botânica e fundou o seu herbário no mesmo ano.

No ano de sua contratação pelo IAN, Murça Pires começou um intenso programa de exploração botânica que perdurou por mais de 40 anos. A primeira viagem, que durou três meses, foi realizada, sob a orientação de Ducke, que mesmo residindo em Manaus na época, colaborava com o IAN. A excursão começou na foz do rio Javari, no alto Solimões, de onde alcançaram o Trapézio Colombiano (Colômbia), Iquitos (Peru), Departamento de Loreto e rio Nanai. No ano seguinte, de novo em companhia de Ducke, esteve no Ceará onde registrou através de coleta a única Teofrastácea (Joaquinia sp.) conhecida no Ceará.

Nessas andanças pelo Brasil trabalhou e publicou com botânicos ilustres como Richard Evans Schultes/Smithsonian Institution, Dárdano de Andrade Lima/Universidade Federal de Pernambuco, Theodosius Dobzhansky/Universidade de Harvard, Crodovaldo Pavan/Universidade de São Paulo/USP, R. L. Fróes/IAN e George A. Black/IAN. Com Black viajou seis vezes entre 1949 e 1957. Na última vez, para os campos do Cururu, no Tapajós, a expedição foi interrompida no rio Maicuru, com a morte acidental de Black, por afogamento quando nadava em um canal artificial, aberto pelo IAN, que corre do rio Amazonas para um lago.

No final da década de 40 Murça Pires realizou uma produtiva expedição com Theodosius Dobzhansky da Universidade de Harvard, prêmio Nobel de Genética e Crodovaldo Pavan da USP, também geneticista. Da viagem resultaram quatro artigos (conforme produção cientifica), saindo o primeiro em 1953 sob o título de An estimate ofthe number of species oftrees in an Amazonian Forest Community. Neste trabalho foi aplicada pela primeira vez, em floresta tropical, o modelo de curva lognormal truncada de Preston2 2 Preston, F. W. 1948. The commonness and rarity of species. Ecology 29:254-283. , para análise ecológica de comunidades de árvores tropicais.

Em 1962 ao alto Amazonas e Manacapuru, Paraná do Rei, várzeas e lagos da região de Tefé e rio Japurá. Nesta viagem, que durou um mês, Murça Pires acompanhou o Rei Leopoldo III, da Bélgica, com quem trocaria correspondência por longos anos. Leopoldo trouxe para a Amazônia um especialista em peixes, que coletou uma ampla coleção para o Museu de Bruxelas. Em 1965 esteve na serra da Neblina, na fronteira do Brasil com a Venezuela, em companhia de Basset Maguire e a esposa Célia Maguire, e Julian Steyermark, acompanhando a Comissão Demarcadora de Limites, cujo diretor era o general Bandeira Coelho. Chegaram ao ponto mais alto do Brasil, o Pico da Neblina, na fronteira da Venezuela. Desta excursão, muitas plantas coletadas foram descritas como novas, incluindo uma família nova, Saccifoliaceae, descrita em co-autoria com Maguire. A espécie tipo da família, Saccifolia bandeirae, foi denominada em homenagem ao general.

Em 1976, em companhia de William Rodrigues do INPA, esteve na serra dos Pacaás Novos, com o apoio de helicópteros do projeto RADAMBRASIL. Desta viagem resultou a descoberta de coníferas (que inicialmente Murça pensou ser do gênero Taxus) para a Amazônia, pertencentes ao gênero Podocarpus. Uma delas diferia morfologicamente das outras espécies de Podocarpus, por isso foi depois classificada no gênero Decussocarpus (D. rospigliosii). Finalmente foi descrita como uma espécie nova (.Decussocarpus piresii J. Silba), em homenagem ao seu descobridor. De acordo com Mainieri & Pires (1973), no Brasil ocorrem apenas dois gêneros de Gimnospermas arbóreas. Com a descrição de Decussocarpus piresii J. Silba, um terceiro gênero foi assinalado para o Brasil, com registro para a região de Rondônia. Entretanto, Murça Pires achava que a conceituação das duas espécies podia não ser a ideal, uma vez que as diferenças das formas andina e amazônica segundo ele não eram convincentes, talvez tratando-se apenas de variedades botânicas.

No período de 11 a 25 de janeiro de 1981 Murça Pires fez uma viagem ao Equador para participar da reunião anual da Organização da Flora Neotropica programada para se realizar no dia 13 em Quito. Após a reunião, o grupo, a bordo de um velho Eletra turbo-hélice, viajou para o Arquipélago Galápagos voando duas horas sobre o Pacífico. Junto com Murça Pires viajavam Ghillean. T. Prance/NYBG e Al Gentry do Missouri Botanical Garden. O grupo visitou as ilhas de Santa Fé, Floriano, Santa Cruz, Santiago, Baltra, Plaza e Rabida. Murça deixou um detalhado relatório sobre esta viagem onde aborda aspectos do clima, da geologia, da vegetação, da flora e do comportamento de inúmeros animais incluindo aves, mamíferos aquáticos e quelônios do Arquipélago. Voltando a Quito, Murça desejoso de conhecer a vegetação dos Páramos Andinos aceitou o convite de Gentry para uma viagem a 40km de Quito e 3.000m acima do nível do mar em região muito acidentada e fria. Perto do anoitecer os dois botânicos desceram do veículo Mitsubishi para coletar plantas. Tendo Gentry deixado o carro mal freado, este deslizou lentamente em direção a um precipício de mais de 30 metros de altura. A camionete foi perdida. Os dois botânicos foram socorridos por um grupo de missionários protestantes que atuava na área. Gentry permaneceu no local tentando, inutilmente, salvar sua camioneta e Murça regressou a Quito de onde se deslocaria para Bogotá no dia seguinte.

Atividades no Museu Goeldi

Em 1975, quando começou um dos períodos mais promissores para a botânica amazônica, Murça Pires deixou os seus 31 anos de CPATU e foi trabalhar no Museu Goeldi. Foi admitido no dia primeiro de novembro como celetista3 3 Regime de emprego temporário regido pela chamada Consolidação das Leis do Trabalho/CLT, que se caracteriza por não haver estabilidade funcional. , com vigência de contrato até 1976. Seus contratos foram renovados até aposentar-se. No Museu, Murça chefiou o Departamento de Botânica por sete anos, a partir de 26 de janeiro de 1976.

No primeiro ano à frente do Departamento, Murça Pires se empenhou na reestruturação do programa de exploração botânica, na re-estruturação do herbário e na unificação dos herbários da EMBRAPA e do Museu Goeldi. Esta foi uma causa que o botânico abraçou, mas que infelizmente não logrou êxito. A expansão física do Museu Goeldi que culminou com a construção do Campus de Pesquisa nasceu a partir da idéia da unificação dos herbários em 1971 quando Paulo Cavalcante e Murça Pires lançaram a idéia no Simpósio sobre Política Florestal para a Amazônia. Ficou acertado que, para abrigar as duas coleções seria pleiteado junto ao CNPq a construção de um prédio em terreno que seria cedido pelaEMBRAPA. Germinava assim o embrião que daria origem ao Campus de Pesquisa do Museu Goeldi na avenida Perimetral da Ciência, às proximidades do rio Guamá. Os herbários, entretanto, não foram unificados.

Um ano antes de Murça Pires assumir a Botânica no Museu, o CNPq convocara os botânicos brasileiros para avaliar a situação da botânica no Brasil. Diante do precário quadro delineado na reunião, onde ficou claro que havia escassez de botânicos e infraestrutura deficiente de herbários, nasceu a idéia do Programa Flora. Um Plano Básico do Programa Flora foi logo elaborado, definindo que o objetivo era estabelecer os meios de execução de um levantamento básico da vegetação e da flora do Brasil, a curto prazo, focalizando a potencialidade científica, econômica e social das espécies.

O Projeto Flora Amazônica foi desenvolvido em dois núcleos. Em 1976 iniciaram-se as atividades dos núcleos Amazônia Ocidental sediado no INPA e da Amazônia Oriental sediado no Museu Paraense Emílio Goeldi, sob a coordenação de João Murça Pires. O produto dessa fértil colaboração, que envolveu a participação do INPA e do Museu Costa Lima, do Amapá, perdurou até 1987. Foram registradas milhares de plantas coletadas nas expedições que se realizaram no período, dezenas de trabalhos científicos foram publicados, e diversos botânicos brasileiros visitaram o NYBG e vice-versa. No percurso do PFA foram coletados 43 mil números de fanerógamas, 6 mil de briófitas e 1.300 de fungos ou liquens. Das 24.411 plantas coletadas até 1981, cerca de 81 espécies foram descritas como novas para a ciência.

Cooperação Nacional e Internacional

Murça Pires, Walter A. Egler, diretor do Museu Goeldi e Basset Maguire/ NYBG encontraram-se em 1959 durante uma expedição científica à São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará e elaboraram um convênio informal de dois anos de cooperação, para a realização de excursões botânicas pelas bacias principais do Amapá, desde as suas fontes na serra do Tumucumaque até a foz, bem como pelo litoral e aos campos (savanas adjacentes). Era o chamado Programa Guiana, que teve o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq e da National Science Foundation/EUA. O programa de campo foi iniciado em 1960. A primeira excursão composta por Egler, Murça Pires, H. Irwin e Lubbert Th. Westra subiu o rio Oiapoque, no Amapá, até 10 km da fonte. Apesar de transtornos causados por chuvas fortes, com quedas de árvores, que interromperam a expedição, ela foi bem proveitosa porque estendeu o conhecimento da distribuição geográfica de várias espécies da Amazônia brasileira e das Guianas. Num período de quatro meses foram realizadas quase 1900 coletas. No ano seguinte foram feitas duas expedições simultâneas. Um grupo, composto por Murça Pires, William A. Rodrigues e o norte americano Gary C. Irvine, trabalhou nos rios Araguari e Amapari. De 26 de julho a 10 de outubro de 1961 o grupo recolheu 1.314 coleções. O outro grupo era formado por H. Irwin, Walter A. Egler e os técnicos Raimundo R. dos Santos, Temístocles N. Guedes e Raimundo Souza do IAN e, por algum tempo, o estudante norte americano Robert M. King. Os trabalhos deste grupo no rio Jari foram interrompidos com a morte trágica de Walter A. Egler, na cachoeira Macacoara, no dia 28 de agosto, quando o motor de popa da embarcação parou de funcionar próximo à queda. Da coleção de 790 números de plantas, salvaram-se 291 espécimes cuidadosamente recuperadas pelo botânico Paulo Bezerra Cavalcante, do Museu Goeldi, que havia cedido seu lugar na excursão à Walter Egler, a pedido deste. A morte violenta de Egler pôs termo ao programa.

Preocupação com áreas conservadas

Uma preocupação constante de Murça Pires dizia respeito à acelerada destruição das áreas naturais na década de 80. Em declarações a jornais do Sul do Brasil e em palestras que proferia ou artigos que escrevia, sempre condenava a exagerada pressa do Governo em implantar projetos de desenvolvimento na Amazônia sem qualquer planejamento prévio. Criticava também a política que incentivava a derrubada e queimada de árvores como benfeitorias, para obtenção de financiamentos.

Murça Pires entendia a necessidade da pesquisa de longo prazo, que só pode ser realizada em área conservada. Sua experiência com a Reserva Mocambo, um resíduo de 6 hectares de floresta de terra firme situada em área do CPATU, nos arredores de Belém, revelavam ao pesquisador que suas observações precisavam ser comparadas com outras áreas. No Mocambo ele promoveu o mais intenso e longo estudo de um trato de floresta úmida no neotrópico. Bem antes da implantação das estações de pesquisa de Barro Colorado/Panamá e La Selva/Costa Rica, este eminente cientista instalou na década de 50 uma parcela permanente de 2 hectares para monitoramento da dinâmica florestal que foi acompanhada bianualmente por 40 anos. A primeira sugestão de área para estudo comparativo de longo prazo com o Mocambo foi feita em relatório do projeto APEG, na década de 60, quando indicou a região de Caxiuanã, onde hoje está implantada a Estação Científica do Museu Goeldi. Não obtendo êxito continuou a busca, quando já trabalhando no Museu Goeldi surgiu uma nova oportunidade. Em meados dos anos 70, Murça Pires pleiteou junto ao Governo do Estado do Pará a concessão de uma área de 10.000 hectares situada no Município de Acará-Pa, que foi chamada Reserva Biológica Curupira. Esta área, que foi cedida ao Museu, estava situada em zona de conflito agrário e não chegou sequer a ser ocupada pela instituição, face aos sérios riscos. Lamentavelmente, a Reserva Curupira terminou por ser invadida, abortando então a tentativa do Museu de implantar uma Estação de Pesquisa.

Em 1990, o Museu Goeldi, sob a direção de Dr. Guilherme De La Penha retomou a questão da área conservada proposta por Murça Pires. O próprio Murça, assistido por jovens botânicos, foi requisitado para selecionar uma área que pudesse atender as características de uma unidade de conservação. O pesquisador sugeriu novamente a região de Caxiuanã, nos municípios de Melgaço e Portel como o lugar apropriado para o estabelecimento de uma Estação Científica. Foi delegada a nós a tarefa de coordenar a construção da base física inaugurada em 1993 e a própria coordenação das atividades administrativas e científicas da Estação Científica Ferreira Penna, nome dado à Estação em homenagem ao fundador do Museu Goeldi.

Atividades ligadas ao ensino e consultoria

Murça Pires exerceu o magistério na Escola de Agronomia da Amazônia/EAA, atual Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, onde atuou por oito anos entre os anos de 1952 a 1959, como professor, tornando-se inclusive seu diretor. Neste período foi também diretor (1955/1956) do Instituto Agronômico do Norte/IAN, ao qual a Escola era anexa.

Mas essa não seria sua única investida em atividades didáticas. A participação de Murça Pires junto à Universidade de Brasília/UnB começou em 1963. Brasília havia sido inaugurada em abril de 1960 e os candangos ainda estavam deixando os canteiros de obras quando Murça foi convidado a implantar o Departamento de Botânica na nova Universidade do Planalto Central do Brasil. O botânico esteve na UnB por dois períodos. O primeiro de 1963-1965 e outro de 1969-1970, totalizando quatro anos e meio no Distrito Federal. Na primeira estada, Murça que foi cedido pelo IPEAN sem desvincular-se da instituição, fundou o Departamento de Botânica e o herbário da UnB e em ambos atuou como professor de Botânica. Nesses períodos empreenderia um intenso programa de exploração na região dos cerrados, em cooperação com o NYBG, cujo esforço de coleta total dos quatro anos e meio deixou o herbário da UnB com mais de 60.000 exsicatas.

No final da carreira foi professor do Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas criado pelo convênio entre a Universidade Federal do Pará e o Museu Paraense Emílio Goeldi.

Aposentadoria, consultorias e atividades

Logo após a aposentadoria atuou como consultor botânico do Centro Nacional de Recursos Genéticos/CENARGEN, para o Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola/IICA, órgão da Organização das Nações Unidas/ONU, ficando sediado no CPATU, em Belém no período de 1983/1985.

Encerrou sua carreira de botânico no Museu Goeldi, mesmo depois de aposentado. No interstício entre a aposentadoria e sua morte esteve duas vezes nos Estados Unidos, ondejá tinha estado por 10 meses em 1955/1956, para estudos no NYBG e em 1968, quando desenvolveu pesquisas na Smithsonian Institution, em Washington.

A primeira viagem aos EUA, depois de aposentado foi feita em 1985, como bolsista da Simon Guggenheim Foundation. Trabalhou no New York Botanical Garden, onde desenvolveu estudos sobre Fitogeografia da Amazônia. O segundo período foi entre 1987/1989, também como bolsista contratado pelo New York Botanical Garden. Por sua experiência em taxonomia de plantas amazônicas atuou como consultor para vegetação neotropical. Dedicou-se a identificação de plantas amazônicas e em estudar a taxonomia do complexo grupo das Sapotaceae.

Retornando ao Brasil em 1987, obteve uma bolsa de Pesquisador Visitante nível IA a partir de 1988. Ficou no Museu Goeldi onde passou a orientar jovens estudantes bolsistas de Iniciação Científica e Aperfeiçoamento do CNPq e alunos de mestrado da Faculdade de Ciências Agrárias do Pará e como Professor do Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará e Museu Goeldi.

A partir de 1989 atuou como conselheiro da Fundação Botânica Margaret Mee, desde a criação da entidade em 1989.

Associações científicas e homenagens

Nas décadas de 50 e 60 foi por duas vezes Presidente da Sociedadae Botânica do Brasil à qual sempre esteve filiado. Em 1962, atendendo convite da UNESCO, participou de uma reunião na ilha de Trinidad, quando foi fundada a Association for Tropical Biology, e da qual foi sócio fundador. Nesta ocasião foi criada a Comissão para a Organização da Flora Neotropica, sendo seu membro fundador. Foi sócio honorário da Associação dos Engenheiros Florestais do Pará e membro da Association for Plant Taxonomy. Em 1974, a Sociedade dos Engenheiros Agrônomos do Pará homenageou-o com a medalha Ramiro Coutinho.

Após deixar a EMBRAPA, em 1976, foi homenageado pela instituição, em reconhecimento aos bons serviços prestados na área de desenvolvimento agrícola nacional, com a outorga do Prêmio Frederico Menezes Veiga, recebendo uma medalha de ouro em Brasília no dia 26 de abril. Era o terceiro prêmio da sua carreira, uma vez que em 1957, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro concedeu-lhe a Medalha D. João VI, por bons serviços prestados àquela instituição.

Uma das mais tradicionais e atuantes entidades científicas da área da biologia é a The Linnean Society ofLondon, Inglaterra. No dia 18 de fevereiro 1983 Murça Pires ingressou como membro eleito dessa sociedade. No mesmo ano, a Academia Brasileira de Ciência, com sede na rua Anfilóquio de Carvalho, no Rio de Janeiro, o elegeu seu membro na Assembléia Geral no dia 28 de dezembro, acatando proposta submetida pelo acadêmico José Cândido de Melo Carvalho. Foi sócio honorário da Sociedade Brasileira de Silvicultura/SBS que outorgou-lhe a Medalha Navarro de Andrade, em 1980, entregue pelo Secretário de Agricultura de São Paulo, Sr. Afif Domingos. Numa cerimômia bastante rica, Murça foi saudado por José Carlos Reis, presidente da SBS, que fez uma síntese de sua vida, enaltecendo-a. O pesquisador dentro da sua modéstia agradeceu dizendo: Espero ser merecedor do alto conceito que fizeram sobre a minha pessoa... Diante de tantos elogios, espero ter feito o bastante para merecer este privilégio porque sempre temos a impressão de que poderíamos ter realizado um pouco mais. Mas, o que já foi feito pertence ao passado, que não podemos mais modificar, e o melhor que fazemos é pensar na programação futura para usar produtivamente o tempo que ainda nos resta, agora contando com a experiência que usa chegar juntamente com os cabelos brancos. Em seguida palestrou sobre a ocupação da floresta pela agropecuária pioneira.

Quando se aposentou em 1982, foi homenageado pelos funcionários do Departamento de Botânica do Museu Goeldi, com a denominação de João Murça Pires para o centenário herbário da instituição.

Traços da personalidade de João Murça Pires

Era um homem muito simples, mas de uma personalidade muito forte e segura. A modéstia era um dos traços mais fortes da sua personalidade. Não tinha qualquer apego aos prazeres comuns. Só a ciência importava. Era curioso de mecânica de automóveis e já com mais de setenta anos trafegava de motocicleta no trânsito caótico da cidade de Belém. Quando retornou da sua última viagem aos Estados Unidos, estava entusiasmado com o a utilização de computadores pessoais que aprendera a manusear no NYBG. Tomara contato com as máquinas aos 68 anos, com a naturalidade dos jovens.

Sempre ocupou uma posição de vanguarda no cenário da botânica brasileira e mundial. Isto lhe valeu desafetos gratuitos no Brasil, a maioria nas décadas de 50 e 60, que provavelmente invejavam sua capacidade de estabelecer uma forte cooperação internacional quando este tipo de ação ainda era uma novidade na ciência brasileira e, em especial, no mundo da Botânica. Por esse intercâmbio constante com entidades e botânicos estrangeiros, de onde fluiam muitos recursos para as suas explorações botânicas foi acusado de anti-nacionalista ou entreguista. Chegou a estar preso incomunicável em Brasília durante o regime militar, sob a falsa denúncia de relacionamento com guerrilheiros, devido seus freqüentes deslocamentos pela rodovia Belém/ Brasília. Felizmente uma checagem na vida irrepreensível do botânico mostrou que ele sequer se interessava por política. Era convicto de que a ciência não tem fronteira, por isso reclamava dos obstáculos que sempre foram colocados para a entrada de cientistas estrangeiros no Brasil, enquanto a invasão de imigrantes para a Amazônia destruia imensos trechos de floresta causando a perda pura e simples da biodiversidade.

Certa feita o Jornal do Brasil, na sua edição de 4 de maio de 1981, publicou uma matéria com declarações de Murça, durante uma visita às instalações da Cia. Vale do Rio Doce no Porto de Tubarão, no Espírito Santo. Murça atribuíra a destruição da Amazônia ao Governo, que patrocinava incentivos fiscais sem critérios. Afirmava que o Incra e o Governo estavam leiloando a Amazônia, prevendo desastres ecológicos incontornáveis. O botânico, em esclarecimento posterior feito ao Diretor do Museu Goeldi deixou claro que não era político nem contra o Governo, mas que os problemas existiam e forneceu três laudas de esclarecimento reafirmando de maneira consistente o que dissera na estrevista, porém dentro do contexto que fora ignorado pelo jornalista quando da publicação da matéria.

Moralmente ético e rigoroso cientificamente, Murça Pires aperfeiçoava por anos as suas descobertas, sempre acrescentando novos dados até certificar-se de que suas informações eram consistentes e de fato constituíam uma contribuição científica relevante. Crítico e avesso aos modismos científicos, era muitas vezes mal interpretado nas suas observações quando atuava como revisor de manuscritos submetidos às revistas das quais participava do corpo editorial, entre elas a Acta Amazônica, Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi e Revista da CVRD, dentre outras.

Anexo 1: Produção Científica

PIRES, J. M. 1948. Notas sobre plantas amazônicas. Boletim Técnico do IAN. 15: 1-32.

PIRES, J. M. 1949a. Guaraná e Cupana. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará, 3: 9-20.

PIRES, J. M. 1949b. Identificação das plantas do Bosque Municipal Rodrigues Alves. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 2:52-77.

PIRES, J. M. & SCHULTES, R. E. 1950a. The identify of Ucuqui. Bot. Mus. Leaflets, Harvard Univ. 14 (4): 87-96.

PIRES, J. M. 1950b. Contribuição para a flora amazônica. Boletim Técnico do IAN. 20:44-51.

PIRES. J. M. 1950c. Variedades de dendê da Bahia. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 4:5-10.

PIRES, J. M. 1953a. Plantas novas da Amazônia. Boletim Técnico do IAN. 28:45-48.

PIRES, J. M. 1953b. Sobre algumas palmeiras oleaginosas. Norte Agronômico. 1(1): 21-30.

PIRES, J. M.; DOBZHANSKY, TH. & BLACK, G. A. 1953c. An estimate of the number of species of trees in an amazonian forest community. Botanical Gazette. 114(4): 467-477.

DOBZHANSKY, TH. & PIRES, J. M. 1954. Strangler trees. Scientific American. 190 (1): 76-80.

DOBZHANSKY, TH. & PIRES, J. M. 1956a. Strangler trees. New World of Modem Science, Dell Pull. Co.: 180-185.

CAIN, S. A.; CASTRO, C. N. O. & PIRES, J. M. 1956b. Composition and structure of terra firme rain forest at Mocambo. American J. Bot. 43 (10): 911-941.

PIRES, J. M. 1956c. Quiinaceae. In: Catálogo e estatística dos gêneros botânicos. Gamers, 3, J. Angely (editor).

SMITH, L. B. & PIRES, J. M. 1956d. An evaluation of Benjaminiea Mart. ex Benj. Journal Washington Academy Science. 46(3): 86.

ADDISON, G. O. N. & PIRES, J. M. 1957a. Considerações relativas à sistemática de algumas plantas úteis. Norte Agronômico. 3(3): 21-26.

DOBZHANSKY, TH. & PIRES, J. M. 1957b. Strangler trees. Plant Life. A Scientific American Book: 131-136.

PIRES, J. M. 1957c. Noções sobre ecologia e fitogeografia da Amazônia. Norte Agronômico. 3:37-54.

PIRES, J. M. & KOURY, H. M. 1958a. Estudos de um trecho de mata de várzea de Belém. Boletim Técnico do IAN. 36: 1-153.

PIRES, J. M. 1958b. Importância da Botânica e a atuação da seção de Botânica do IAN na Amazônia. Norte Agronômico. 4: 75-79.

PIRES, J. M. 1958c. Moderno conceito de espécie. Norte Agronômico. 4: 28-37.

PIRES, J. M. 1958d. Vegetal, fotossíntese e matéria orgânica. Norte Agronômico. 4:11-20.

PIRES, J. M. 1959a. Dr. Adolfo Ducke (1876-1959). Boletim Técnico do IAN. 36:161-162.

PIRES, J. M. 1959b. George Alexander Black (1916-1957). Boletim Técnico do IAN. 36: 155-160.

PIRES, J. M. 1959c. Plantas amazônicas de uso regional: inebriantes e entorpecentes. Norte Agronômico. 5: 115-119.

PIRES, J. M. 1959d. Plantas da Amazônia de uso regional, inebriantes e entorpecentes. Norte Agronômico. 5:115-119.

PIRES, J. M. 1959e. Sobre a necessidade de reservas florestais na Amazônia. Norte Agronômico. 5:120-124.

PIRES, J. M. & CAVALCANTE, P. B. 1960a. Três espécies novas da flora amazônica (Ebenaceae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi 9: 1-4.

PIRES, J. M. 1960b. Plantas novas da Amazônia. Boletim Técnico do IAN. 38: 23-43.

EGLER, W. A. & PIRES, J. M. 1961a. Notas sobre a redescoberta da Hevea camporum Ducke. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. 13: 1-6.

PIRES, J. M. 1961b. Informações sobre madeiras da Amazônia. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 7: 49-59.

PIRES, J. M. 1961c. Reconhecimento de espécies do gênero Hevea. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 7:25-28.

PIRES, J.M. 1961 d. Esboço fitogeográfico da Amazônia. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 7: 3-8.

PIRES, J. M. 1964a. Exploração botânica no Território do Amapá (rio Oiapoque). Anais do XIII Congresso Nacional de Botânica. 164-169.

PIRES, J. M. 1964b. Sobre a flora das Caatingas do rio Sampaio. Anais do XIII Congresso Nacional de Botânica. 271-175.

PIRES, J. M. 1964c. Theobroma cemumanense Pires & Fróes n. sp. (ex Cuatrecasas) Contr. U. S. Nat. Herb. 35 (6): 577-579.

PIRES, J. M. 1966. The estuaries of Amazon and Oiapoque rivers and their floras in humid tropic research. Proceedings of the Dacca Synmposium, 1964, Unesco: 211-218.

PIRES, J. M. 1969. Quiina maguarei n. sp. Memoirs of the New York Botanical Garden. 2(2): 54-55.

LIOMIS, R. S.; RODRIGUES, W. A. & PIRES, J. M. 1971a. VHFM. California University, Davis Papers 3.

PIRES, J. M. & RODRIGUES, W. A. 1971b. Notas sobre os gêneros Polygonanthus e Anisophyllea. Acta Amazônica. 1(2): 2-15.

PIRES, J.M. 1972. Vegetação. In : Falesi, I. C. Solos da rodovia Transamazônica. Boletim Técnico do IPEAN. 55:20-27.

PIRES, J. M. 1973a. Taxonomia do gênero Hevea. In: Curso Intensivo de heveacultura e seringais nativos. Embrapa, Trópicos Húmidos, Resumos Informativos 2:125.

PIRES, J.M. 1973b. O gênero Podocarpus no Brasil. Silvicultura. 8: 1-24.

PIRES, J.M. 1973c. Tipos de vegetação da Amazônia. Museu Goeldi. Publicações Avulsas. 20:179-202.

PIRES, J. M. 1974. Tipos de Vegetação da Amazônia. Brasil Florestal. 5 (17): 48-58.

PIRES, J.M. 1976. Aspectos ecológicos da floresta amazônica. Anais do II Congresso Brasileiro de Florestas Tropicais, Mossoró, RN, Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais, 235-287.

PIRES, J. M. & PRANCE, G. T. 1977. The Amazon forest: a heritage to be preserved. In G. T. Prance: Extinction in forever. The New York Botanical Garden: 183-220.

MAGUIRE, B. & PIRES, J. M. 1978a. Saccifoliaceae, a new monotipic family of the Gentianales. Memoirs of the New York Botanical Garden. 29 (10): 230-245.

PIRES, J. M. 1978b. A flora amazônica e os recursos naturais da floresta. Embrapa, Trópicos Húmidos, Resumos Informativos 2:181.

PIRES, J. M. 1978c. Inventário florestal na rodovia Santarém-Cuiabá. Embrapa, Trópicos Húmidos, Resumos Informativos 2:182.

PIRES, J. M. 1978d. The forest ecosystems of the brazilian Amazon. Unesco, Natural Resources Research XIV: 607-727.

PIRES, J. M. 1978e. Tipos de vegetação da bacia do rio Branco. Embrapa, Trópicos Húmidos, 2o. vol. Resumos Informativos 2:161.

PIRES, J. M. 1979. A política florestal para o desenvolvimento da Amazônia. Acta Amazônica 9 (4): 131-140

PIRES, J. M. 1980a. Palestra proferida ao receber a medalha Navarro de Andrade. Silvicultura. 17:12-16.

PIRES, J. M. 1980b. Plantas ictiotóxicas: aspecto da botânica sistemática. In: Simpósio de plantas medicinais do Brasil, 5, 1978. Ciência e Cultura, 32. Supl.

PIRES, J. M. 1980c. Tipos de vegetação da Amazônia. Vegetalia. 4:1-32.

PIRES, J. M. 1981a. O conceito de floresta tropical. Revista da CVRD. 2(5): 17-20.

PIRES, J. M. 1981b. Sobre a ocupação das áreas virgens. Boletim FBCN. 16:67-76.

PIRES, J. M. 1981c. Corythophora amapaensis Pires ex Mori et Prance. Brittonia. 33(3): 365-369.

PIRES, J. M. 1981 d. Notas de herbário I. Um gênero novo de Nyctaginaceae (Belemia) e duas espécies novas: Belemia fucsioides e Hevea camargoana. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. 52, n. sér., Botânica, 11p + 7 estampas.

PIRES, J. M. 1982. Aspectos da vegetação do Nordeste do Brasil. Anais XXXII Congresso da Sociedade Botânica do Brasil: 157-170.

PIRES, J. M. 1984. The Amazon forest. In: H. Sioli (ed.) The Amazon. Liminology and Landscape Ecology. 581-602. Dr. W. Junk Publ.

PIRES, J. M. & PRANCE, G. T.1985. The vegetation types of Brazilian Amazon. In: G. T. Prance & I. E. Lovejoy (ed.), Key Environment: Amazonia, capítulo 7:109-145. Pergamom Press.

PIRES, J. M. 1986a. Notas sobre a ocupação de áreas primevas. 1º Simpósio do Trópico Úmido, Belém, vol 6: 261-276.

PIRES, J. M. 1986b. Notas sobre conservacionismo, uma análise sumária do problema da Amazônia. Revista de Cultura do Pará. 10(2):33-65.

Trabalho no prelo

PIRES, J. M. 1994. Notas sobre nomenclatura dos gêneros Elaes, Alfonsia e Barcella. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, s. botânica, 10 (2).

  • PIRES, J. M. 1948. Notas sobre plantas amazônicas. Boletim Técnico do IAN. 15: 1-32.
  • PIRES, J. M. 1949a. Guaraná e Cupana. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará, 3: 9-20.
  • PIRES, J. M. 1949b. Identificação das plantas do Bosque Municipal Rodrigues Alves. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 2:52-77.
  • PIRES, J. M. & SCHULTES, R. E. 1950a. The identify of Ucuqui. Bot. Mus. Leaflets, Harvard Univ. 14 (4): 87-96.
  • PIRES, J. M. 1950b. Contribuição para a flora amazônica. Boletim Técnico do IAN. 20:44-51.
  • PIRES. J. M. 1950c. Variedades de dendê da Bahia. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 4:5-10.
  • PIRES, J. M. 1953a. Plantas novas da Amazônia. Boletim Técnico do IAN. 28:45-48.
  • PIRES, J. M. 1953b. Sobre algumas palmeiras oleaginosas. Norte Agronômico. 1(1): 21-30.
  • PIRES, J. M.; DOBZHANSKY, TH. & BLACK, G. A. 1953c. An estimate of the number of species of trees in an amazonian forest community. Botanical Gazette. 114(4): 467-477.
  • DOBZHANSKY, TH. & PIRES, J. M. 1954. Strangler trees. Scientific American. 190 (1): 76-80.
  • DOBZHANSKY, TH. & PIRES, J. M. 1956a. Strangler trees. New World of Modem Science, Dell Pull. Co.: 180-185.
  • CAIN, S. A.; CASTRO, C. N. O. & PIRES, J. M. 1956b. Composition and structure of terra firme rain forest at Mocambo. American J. Bot. 43 (10): 911-941.
  • PIRES, J. M. 1956c. Quiinaceae. In: Catálogo e estatística dos gêneros botânicos. Gamers, 3, J. Angely (editor).
  • SMITH, L. B. & PIRES, J. M. 1956d. An evaluation of Benjaminiea Mart. ex Benj. Journal Washington Academy Science. 46(3): 86.
  • ADDISON, G. O. N. & PIRES, J. M. 1957a. Considerações relativas à sistemática de algumas plantas úteis. Norte Agronômico. 3(3): 21-26.
  • DOBZHANSKY, TH. & PIRES, J. M. 1957b. Strangler trees. Plant Life. A Scientific American Book: 131-136.
  • PIRES, J. M. 1957c. Noções sobre ecologia e fitogeografia da Amazônia. Norte Agronômico. 3:37-54.
  • PIRES, J. M. & KOURY, H. M. 1958a. Estudos de um trecho de mata de várzea de Belém. Boletim Técnico do IAN. 36: 1-153.
  • PIRES, J. M. 1958b. Importância da Botânica e a atuação da seção de Botânica do IAN na Amazônia. Norte Agronômico. 4: 75-79.
  • PIRES, J. M. 1958c. Moderno conceito de espécie. Norte Agronômico. 4: 28-37.
  • PIRES, J. M. 1958d. Vegetal, fotossíntese e matéria orgânica. Norte Agronômico. 4:11-20.
  • PIRES, J. M. 1959a. Dr. Adolfo Ducke (1876-1959). Boletim Técnico do IAN. 36:161-162.
  • PIRES, J. M. 1959b. George Alexander Black (1916-1957). Boletim Técnico do IAN. 36: 155-160.
  • PIRES, J. M. 1959c. Plantas amazônicas de uso regional: inebriantes e entorpecentes. Norte Agronômico. 5: 115-119.
  • PIRES, J. M. 1959d. Plantas da Amazônia de uso regional, inebriantes e entorpecentes. Norte Agronômico. 5:115-119.
  • PIRES, J. M. 1959e. Sobre a necessidade de reservas florestais na Amazônia. Norte Agronômico. 5:120-124.
  • PIRES, J. M. & CAVALCANTE, P. B. 1960a. Três espécies novas da flora amazônica (Ebenaceae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi 9: 1-4.
  • PIRES, J. M. 1960b. Plantas novas da Amazônia. Boletim Técnico do IAN. 38: 23-43.
  • EGLER, W. A. & PIRES, J. M. 1961a. Notas sobre a redescoberta da Hevea camporum Ducke. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. 13: 1-6.
  • PIRES, J. M. 1961b. Informações sobre madeiras da Amazônia. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 7: 49-59.
  • PIRES, J. M. 1961c. Reconhecimento de espécies do gênero Hevea. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 7:25-28.
  • PIRES, J.M. 1961 d. Esboço fitogeográfico da Amazônia. Revista da Sociedade dos Agrônomos e Veterinários do Pará. 7: 3-8.
  • PIRES, J. M. 1964a. Exploração botânica no Território do Amapá (rio Oiapoque). Anais do XIII Congresso Nacional de Botânica. 164-169.
  • PIRES, J. M. 1964b. Sobre a flora das Caatingas do rio Sampaio. Anais do XIII Congresso Nacional de Botânica. 271-175.
  • PIRES, J. M. 1964c. Theobroma cemumanense Pires & Fróes n. sp. (ex Cuatrecasas) Contr. U. S. Nat. Herb. 35 (6): 577-579.
  • PIRES, J. M. 1966. The estuaries of Amazon and Oiapoque rivers and their floras in humid tropic research. Proceedings of the Dacca Synmposium, 1964, Unesco: 211-218.
  • PIRES, J. M. 1969. Quiina maguarei n. sp. Memoirs of the New York Botanical Garden. 2(2): 54-55.
  • LIOMIS, R. S.; RODRIGUES, W. A. & PIRES, J. M. 1971a. VHFM. California University, Davis Papers 3.
  • PIRES, J. M. & RODRIGUES, W. A. 1971b. Notas sobre os gêneros Polygonanthus e Anisophyllea. Acta Amazônica. 1(2): 2-15.
  • PIRES, J.M. 1972. Vegetação. In : Falesi, I. C. Solos da rodovia Transamazônica. Boletim Técnico do IPEAN. 55:20-27.
  • PIRES, J. M. 1973a. Taxonomia do gênero Hevea. In: Curso Intensivo de heveacultura e seringais nativos. Embrapa, Trópicos Húmidos, Resumos Informativos 2:125.
  • PIRES, J.M. 1973b. O gênero Podocarpus no Brasil. Silvicultura. 8: 1-24.
  • PIRES, J.M. 1973c. Tipos de vegetação da Amazônia. Museu Goeldi. Publicações Avulsas. 20:179-202.
  • PIRES, J. M. 1974. Tipos de Vegetação da Amazônia. Brasil Florestal. 5 (17): 48-58.
  • PIRES, J.M. 1976. Aspectos ecológicos da floresta amazônica. Anais do II Congresso Brasileiro de Florestas Tropicais, Mossoró, RN, Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais, 235-287.
  • PIRES, J. M. & PRANCE, G. T. 1977. The Amazon forest: a heritage to be preserved. In G. T. Prance: Extinction in forever. The New York Botanical Garden: 183-220.
  • MAGUIRE, B. & PIRES, J. M. 1978a. Saccifoliaceae, a new monotipic family of the Gentianales. Memoirs of the New York Botanical Garden. 29 (10): 230-245.
  • PIRES, J. M. 1978b. A flora amazônica e os recursos naturais da floresta. Embrapa, Trópicos Húmidos, Resumos Informativos 2:181.
  • PIRES, J. M. 1978c. Inventário florestal na rodovia Santarém-Cuiabá. Embrapa, Trópicos Húmidos, Resumos Informativos 2:182.
  • PIRES, J. M. 1978d. The forest ecosystems of the brazilian Amazon. Unesco, Natural Resources Research XIV: 607-727.
  • PIRES, J. M. 1978e. Tipos de vegetação da bacia do rio Branco. Embrapa, Trópicos Húmidos, 2o. vol. Resumos Informativos 2:161.
  • PIRES, J. M. 1979. A política florestal para o desenvolvimento da Amazônia. Acta Amazônica 9 (4): 131-140
  • PIRES, J. M. 1980a. Palestra proferida ao receber a medalha Navarro de Andrade. Silvicultura. 17:12-16.
  • PIRES, J. M. 1980b. Plantas ictiotóxicas: aspecto da botânica sistemática. In: Simpósio de plantas medicinais do Brasil, 5, 1978.
  • Ciência e Cultura, 32. Supl.
  • PIRES, J. M. 1980c. Tipos de vegetação da Amazônia. Vegetalia. 4:1-32.
  • PIRES, J. M. 1981a. O conceito de floresta tropical. Revista da CVRD. 2(5): 17-20.
  • PIRES, J. M. 1981b. Sobre a ocupação das áreas virgens. Boletim FBCN. 16:67-76.
  • PIRES, J. M. 1981c. Corythophora amapaensis Pires ex Mori et Prance. Brittonia. 33(3): 365-369.
  • PIRES, J. M. 1981 d. Notas de herbário I. Um gênero novo de Nyctaginaceae (Belemia) e duas espécies novas: Belemia fucsioides e Hevea camargoana. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. 52, n. sér., Botânica, 11p + 7 estampas.
  • PIRES, J. M. 1982. Aspectos da vegetação do Nordeste do Brasil. Anais XXXII Congresso da Sociedade Botânica do Brasil: 157-170.
  • PIRES, J. M. 1984. The Amazon forest. In: H. Sioli (ed.) The Amazon. Liminology and Landscape Ecology. 581-602. Dr. W. Junk Publ.
  • PIRES, J. M. & PRANCE, G. T.1985. The vegetation types of Brazilian Amazon. In: G. T. Prance & I. E. Lovejoy (ed.), Key Environment: Amazonia, capítulo 7:109-145. Pergamom Press.
  • PIRES, J. M. 1986a. Notas sobre a ocupação de áreas primevas. 1ş Simpósio do Trópico Úmido, Belém, vol 6: 261-276.
  • PIRES, J. M. 1986b. Notas sobre conservacionismo, uma análise sumária do problema da Amazônia. Revista de Cultura do Pará. 10(2):33-65.
  • PIRES, J. M. 1994. Notas sobre nomenclatura dos gêneros Elaes, Alfonsia e Barcella. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, s. botânica, 10 (2).
  • 1
    Instituição precursora do Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Norte/IPEAN, hoje chamado Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Oriental/CPATU/EMBRAPA.
  • 2
    Preston, F. W. 1948. The commonness and rarity of species.
    Ecology 29:254-283.
  • 3
    Regime de emprego temporário regido pela chamada Consolidação das Leis do Trabalho/CLT, que se caracteriza por não haver estabilidade funcional.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Jun 2011
    • Data do Fascículo
      Dez 1995
    Sociedade Botânica do Brasil SCLN 307 - Bloco B - Sala 218 - Ed. Constrol Center Asa Norte CEP: 70746-520 Brasília/DF. - Alta Floresta - MT - Brazil
    E-mail: acta@botanica.org.br