Estudos em "sempre-vivas": taxonomia com ênfase nas espécies de Minas Gerais, Brasil

Giulietti, Ana Maria; Wanderley, Maria das Graças Lapa; Longhi-Wagner, Hilda Maria; Pirani, José Rubens; Parra, Lara Regina

doi:10.1590/S0102-33061996000200007

Resumos

"Sempre-vivas" é o nome dado no Brasil a partes de plantas, geralmente escapos e inflorescências, que conservam a aparência de estruturas vivas mesmo depois de destacadas e secas e que são comercializadas e exportadas para decoração de interiores. Folhas, frutos e sementes também são utilizados, mas em menor escala. As espécies de "sempre-vivas" são oriundas dos cerrados do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil e, as de maior valor comercial, dos campos rupestres de Minas Gerais, Bahia e Goiás. Entre estas, predominam espécies de Eriocaulaceae, Poaceae (Gramineae), Xyridaceae, Cyperaceae e Rapateaceae, em ordem decrescente de importância. O maior centro de comercialização é a cidade de Diamantina, em Minas Gerais, com 25 espécies de Eriocaulaceae, 12 de Poaceae, 9 de Xyridaceae, 2 de Cyperaceae e 1 de Rapateaceae. São apresentadas chaves para identificação dos gêneros, baseadas em caracteres do material comercializado, além de breves descrições, ilustrações, listagem de material analisado, nomes populares e comentários sobre as espécies.

Sempre-vivas; Eriocaulaceae; Poaceae (Gramineae); Xyridaceae; Cyperaceae; Rapateaceae; Brasil

"Sempre-vivas" is the name given in Brazil to parts of plants, usually scapes and inflorescences, that conserve the appearance of the living structures even after dryed out (everlasting). They are sold locally and exported for interior decoration. In a smaller scale, leaves, fruits and seeds are also used. "Sempre-vivas" species are gathered in the savanna-like formations ("cerrados") of the Central-West and Southeast regions of Brazil, while species of greater commercial value originate from the grasslands with rocky outcrops ("campos rupestres") from the States of Minas Gerais, Bahia and Goiás. Species of Eriocaulaceae, Poaceae (Gramineae), Xyridaceae, Cyperaceae and Rapateaceae predominate in a decreasing order. The largest commercial center for this material is the city of Diamantina, in the State of Minas Gerais, where 25 species of Eriocaulaceae, 12 of Poaceae, 9 of Xyridaceae, 2 of Cyperaceae and 1 of Rapateaceae are commercialized. Identification keys for the genera based on characters found in the commercialized parts, brief descriptions, illustrations, list of the analysed material, popular names and comments on the species are presented.

Everlasting plants; Eriocaulaceae; Poaceae (Gramineae); Xyridaceae; Cyperaceae; Rapateaceae; Brazil

Estudos em "sempre-vivas": taxonomia com ênfase nas espécies de Minas Gerais, Brasil^* * Parte do projeto "Sempre-vivas" financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), sob a coordenação da Profa. Dra. Nanuza Luiza de Menezes. Apresentado no XLVII Congresso Nacional de Botânica, realizado em julho de 1996, na cidade de Nova Friburgo, RJ, Brasil

Studies in "sempre-vivas" (everlasting plants): taxonomy foccusing the species from Minas Gerais, Brazil

Ana Maria Giulietti^I,II; Maria das Graças Lapa Wanderley^III; Hilda Maria Longhi-Wagner^IV José Rubens Pirani^I; Lara Regina Parra^V

^IDepart. de Botânica, IB, USP, C.P. 11461, CEP 05422-970, São Paulo, SP, Brasil. Bolsista de Produtividade do CNPq

^IIDepart. de Ciências Biológicas, UEFS, Km 03, BR 116N, CEP 44031-460 Feira de Santana, BA, Brasil

^IIIInstituto de Botânica - C.P. 4005, CEP 01061-970, São Paulo, SP, Brasil. Bolsista de Produtividade do CNPq

^IVDepart. de Botânica, UFRGS, Av. Paulo Gama, CEP 90046-900, Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista de Produtividade do CNPq

^VPós-graduanda, IB; USP, C.P. 11461, CEP 05422-970, São Paulo, SP, Brasil

RESUMO

"Sempre-vivas" é o nome dado no Brasil a partes de plantas, geralmente escapos e inflorescências, que conservam a aparência de estruturas vivas mesmo depois de destacadas e secas e que são comercializadas e exportadas para decoração de interiores. Folhas, frutos e sementes também são utilizados, mas em menor escala. As espécies de "sempre-vivas" são oriundas dos cerrados do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil e, as de maior valor comercial, dos campos rupestres de Minas Gerais, Bahia e Goiás. Entre estas, predominam espécies de Eriocaulaceae, Poaceae (Gramineae), Xyridaceae, Cyperaceae e Rapateaceae, em ordem decrescente de importância. O maior centro de comercialização é a cidade de Diamantina, em Minas Gerais, com 25 espécies de Eriocaulaceae, 12 de Poaceae, 9 de Xyridaceae, 2 de Cyperaceae e 1 de Rapateaceae. São apresentadas chaves para identificação dos gêneros, baseadas em caracteres do material comercializado, além de breves descrições, ilustrações, listagem de material analisado, nomes populares e comentários sobre as espécies.

Palavras-chave: Sempre-vivas, Eriocaulaceae, Poaceae (Gramineae), Xyridaceae, Cyperaceae, Rapateaceae, Brasil

ABSTRACT

"Sempre-vivas" is the name given in Brazil to parts of plants, usually scapes and inflorescences, that conserve the appearance of the living structures even after dryed out (everlasting). They are sold locally and exported for interior decoration. In a smaller scale, leaves, fruits and seeds are also used. "Sempre-vivas" species are gathered in the savanna-like formations ("cerrados") of the Central-West and Southeast regions of Brazil, while species of greater commercial value originate from the grasslands with rocky outcrops ("campos rupestres") from the States of Minas Gerais, Bahia and Goiás. Species of Eriocaulaceae, Poaceae (Gramineae), Xyridaceae, Cyperaceae and Rapateaceae predominate in a decreasing order. The largest commercial center for this material is the city of Diamantina, in the State of Minas Gerais, where 25 species of Eriocaulaceae, 12 of Poaceae, 9 of Xyridaceae, 2 of Cyperaceae and 1 of Rapateaceae are commercialized. Identification keys for the genera based on characters found in the commercialized parts, brief descriptions, illustrations, list of the analysed material, popular names and comments on the species are presented.

Key words: Everlasting plants, Eriocaulaceae, Poaceae (Gramineae), Xyridaceae, Cyperaceae, Rapateaceae, Brazil

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Agradecimentos

Os autores agradecem à FINEP, pelo financiamento deste projeto, e ao Prof. Dr. Paulo Windisch, pela versão inglesa do resumo deste trabalho.

Recebido em 30/7/96.

Aceito em 23/12/96.

Doell, J.C. 1878. Gramineae II. In Martius, C.F.P. (ed.). Flora Brasiliensis 2 (3): 1-242.
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Wanderley, M.G.L. & Cerati, T.M. 1987. Studies in Xyridaceae II. Two new species of Xyris from Brazil. Brittonia 39:298-301.

*

Parte do projeto "Sempre-vivas" financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), sob a coordenação da Profa. Dra. Nanuza Luiza de Menezes. Apresentado no XLVII Congresso Nacional de Botânica, realizado em julho de 1996, na cidade de Nova Friburgo, RJ, Brasil

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
14 Out 2011
Data do Fascículo
Dez 1996

Histórico

Aceito
23 Dez 1996
Recebido
30 Jul 1996

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[1] Doell, J.C. 1878. Gramineae II. In Martius, C.F.P. (ed.). Flora Brasiliensis 2 (3): 1-242.

[2] Ferreira, M.B. & Saturnino, H.M. 1977. Algumas considerações sobre os arranjos ornamentais confeccionados com plantas secas em Minas Gerais. In Ferreira, M.B.; del Laca-Buendia, J.P. & Tenório, E.C. (eds.) Anais do XXVIII Congresso Nacional de Botânica. Belo Horizonte, p. 201-211.

[3] Giulietti, A.M. 1984. Estudos taxonômicos no gênero Leiothrix Ruhl. (Eriocaulaceae). São Paulo: Universidade de São Paulo. Tese de Livre-Docência.

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[6] Moldenke, H.N. 1977. Additional notes on the Eriocaulaceae LXXIII. Phytologia 37(1): 22-58.

[7] Pirani, J.R. & Giulietti, A.M. 1989. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Rapateaceae. Bolm. Botânica Univ. São Paulo 11: 171-174.

[8] Renvoize, S.A. 1984. The Grasses of Bahia. Kew, Royal Botanic Gardens, Kew. 301p.

[9] Ruhland, W. 1903. Eriocaulaceae. In Engler, A. (ed.) Das Pflanzenreich 4 (3): 1-294. Wilhelm Engelmann. Leipzig.

[10] Saturnino, H.M.; Saturnino, M.A.C. & Ferreira, M.B. 1977. Algumas considerações sobre exportação e importação de plantas ornamentais em Minas Gerais. In M.B. Ferreira,; J.P. del Laca-Buendia, & E.C. Tenório, (eds.) Anais do XXVIII Congresso Nacional de Botânica. Belo Horizonte, p. 213-217.

[11] Smith, L. B. & Downs, R. 1968. Xyridaceae. In F. C. Hoehne, (ed.) Flora Brasílica 9(12):1-211.

[12] Smith, L.B.; Wasshausen, D.C. & Klein, R.M. 1981. Gramíneas. Flora Ilustrada Catarinense (Gram.): 1-435.

[13] Smith, L.B.; Wasshausen, D.C. & Klein, R.M. 1982. Gramíneas. Flora Ilustrada Catarinense (Gram.): 516-538.

[14] Wanderley, M.G.L. 1992. Estudos taxonômicos no gênero Xyris L. (Xyridaceae) da Serra do Cipó, Minas Gerais , Brasil. São Paulo: Universidade de São Paulo. Tese de doutorado.

[15] Wanderley, M.G.L. & Cerati, T.M. 1987. Studies in Xyridaceae II. Two new species of Xyris from Brazil. Brittonia 39:298-301.