Acessibilidade / Reportar erro

Universidade de São Paulo

RESUMOS DE DISSERTAÇÕES E TESES

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

TÍTULO: Morfologia de Elaphoglossum Schott ex J. Smith (Elaphoglossaceae) e suas implicações taxonômicas

AUTOR: Raquel de Fátima Novelino

DATA: janeiro de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Nanuza Luiza de Menezes (orientadora) - IBUSP

Ana Maria Giulietti - IBUSP

Maria Das Graças Sajo - UNESP-Rio Claro

Maria Emília Maranhão Estelita - IBUSP

Jefferson Prado - IBt/SP

RESUMO - Foram feitos estudos morfo-anatômicos de 19 espécies de Elaphoglossum Schott ex J. Smith compreendendo todas as seções que ocorrem no Brasil (7). Foram propostas duas novas espécies: Elaphoglossum nanuzae Novelino e E. pleurothallioides Novelino. Os estudos foram feitos em materiais do campo (16 espécies) e de herbário para a obtenção de informações ecológicas. Foi feita uma abordagem detalhada das escamas existentes em todos os órgãos das plantas, ficando constatada a sua importância para a taxonomia do grupo. Verificou-se que não há muita variação nas características das frondes e que a maioria das espécies apresenta filopódio. As frondes são hipoestomáticas e o mesofilo é formado por parênquimas paliçadico e lacunoso, este último com projeções do tipo braciforme em suas células. Nas frondes (na nervura mediana pecíolo) a camada mais interna do córtex é uma camada de células espessadas que corresponde à bainha externa do feixe vascular. O tipo de espessamento é diferente nas diferentes espécies. Esta bainha não aparece nos meristelos do rizoma, e a endoderme situa-se internamente a ela. O periciclo e a endoderme são camadas de células irmãs. Admitiu-se que a endoderme possa ser dupla. Concluiu-se que os caracteres utilizados para separar seções não são consistentes.

TÍTULO: Revisão das Vellozia tubifloras (Vellozia sect. Radia) e caracteres para o aprimoramento da filogenia de Velloziaceae.

AUTOR: Renato de Mello-Silva

DATA: março de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Ana Maria Giulietti (orientadora) - IBUSP

Nanuza Luiza de Menezes - IBUSP

Hilda Maria Longhi Wagner - UFRG

Volker Bittrich - UNICAMP

João Semir - UNICAMP

RESUMO - Uma revisão taxonômica de Vellozia sect. Radia foi efetuada. De 21 espécies na última revisão da família, apenas quatro foram reconhecidas: Vellozia caput-ardeae L. B. Sm. & Ayensu, V. hirsuta Goethart & Henrard, V. sessilis L. B. Sm. ex Mello-Silva e V. tubiflora (A. Rich.) Kunth. São, porém, consistentemente delimitadas e em geral com grande variação intraespecífica. Uma análise cladística parcial do gênero Vellozia foi realizada. Os terminais incluem as espécies da seção Radia mais 17 espécies que representam uma amostra razoável da diversidade morfológica do gênero. Duas séries diferentes de análises foram efetuadas, num total de oito. Os caracteres foram polarizados usando-se como grupo externo as restantes Velloziaceae mais as famílias Bromeliaceae, Cyclanthaceae e Pandanaceae e também o gênero monoespecífico Nanuza (Velloziaceae). Caracteres de provável maior importância na taxonomia de Vellozia são a filotaxia, papilas, estômatos e células subsidiárias, parênquima aqüífero, cordões floemáticos, densidade das emergências no pedicelo e hipanto, deiscência da cápsula e tegumento da semente. As análises revelaram quatro grupos bem sustentados e comuns a todas elas: os ciados V. abietina + V. prolifera, V. armata + V. luteola, V. sessilis + V. tubiflora e V. albiflora + V. geotegens + V. hirsuta + V. tillandsioides. As análises sugerem que Vellozia sect. Xerophytoides deve constituir um grupo monofilético ainda que talvez indissociável de Vellozia e que as espécies pertencentes a Vellozia sect. Radia formam um grupo polifilético e, portanto, esta última seção não deve ser reconhecida como tal.

TÍTULO: Atividade biodegradadora e cultivo de três espécies comestíveis de Basidiomicetos: Pleurotus spp. e Agrocybe perfecta (Rick) Sing

AUTOR: Marina Capelari

DATA: abril de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Vera Lúcia Ramos Bononi (orientadora) - IBt/SP

João Lúcio Azevedo - ESALQ-Piracicaba

Sandra Farto Botelho Trufem - IBt/SP

José Oswaldo Siqueira - Universidade Federal de Lavras - MG

Flávio Augusto de Souza Berchez - IBUSP

RESUMO - Três espécies de cogumelos Agrocybe perfecta (Rick) Sing. Pleurotus ostreatoroseus Sing. e Pleurotus sp. foram estudadas. A temperatura de crescimento em meio de cultura foi de 25ºC e em substrato sólido de 30ºC Agrocybe perfecta foi o melhor decompositor do substrato e aumentou a digestibilidade da palha de trigo em 25,71 unidades a 25º C, após 60 dias e 20,45 a 30º C após 30 dias à temperatura de incubação influenciou a atividade enzimática. A umidade relativa do substrato foi dependente da espécie. NH4NO3 abaixou o PH inicial do substrato e interferiu na taxa de degradação no teor de nitrogênio do substrato e dos basidiocarpos de A. perfecta. A influência do cádmio foi dependente da espécie. Pleurotus ostreatoroseus apresentou possibilidades de cultivo sobre bagaço de cana de açúcar suplementado com farinha de soja nas proporções de 20 e 30%, com produtividade de 12,97 e 13,34%, respectivamente. Pleurotus sp. e Agrocybe perfecta tiveram maiores índices de produtividade na suplementação com farelo de trigo em 20 e 30% (6,36 e 5,64 e 4,91 e 7,16) respectivamente. Os substratos remanescentes mostraram digestibilidade in vitro negativa em relação aos respectivos controles, não sendo recomendados o uso como ração animal.

TÍTULO: A tribo Pisonieae Meisner (Nyctaginaceae) no Brasil

AUTOR: Antonio Furlan

DATA: abril de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Ana Maria Giulietti (orientadora) - IBUSP

Maria Candida Henrique Mamede - IBt/SP

Inês Cordeiro - IBt/SP

José Rubens Pirani - IBUSP

Angela Borges Martins - UNICAMP

RESUMO - Este trabalho é uma revisão taxonômica da tribo Pisonieae (Nyctaginaceae) para o Brasil. Foram reconhecidos os 3 gêneros da tribo Pisonieae no Brasil: Pisonia, Guapira e Neea. Foi feito um estudo de morfologia floral comparada permitindo reconhecer 30 espécies: Guapira areolata (Heimerl) Lundell, G. campestris (Netto) Lundell, G. gracilifra (Mart. ex. J. A. Schmidt) Lundell, G. hirsuta (Choisy) Lundell, G. laxa (Netto) Furlan, G. nitida (Mart. ex. J.A. Schmidt) Lundell G. noxia (Netto) Lundell, G. obtusata (Jacq.) Little, G. opposita (Vell.) Reitz, G. pernambucensis (Casar) Lundell, G. tomentosa (Casar) Lundell, G. venosa (Choisy) Lundell, Neea duckei (Huber) Furlan, N. floribunda Poepp. & Endi., N. hermaphrodita S. Moore, N. hirsuta Poepp & Endi., N. laxa Poepp. & Endi., N. macrophylla Pepp & Endi., N. madeirana Standl., N. obovata Spruce Ex. Heimerl., N. oppositifolia Ruiz & Pav., N. ovalifolia Spruce Ex. J. A. Schmidt, N. parviflora Poepp. & Endi. N. pendulina Heimerl., N. theifera Oerst., N. uleana (Heimerl.) Furlan, N. verticillata Ruiz & Pav., Pisonia aculeata L., P. ambígua Heimerl e P. zapallo Griseb. Foram feitas chaves de identificação para os gêneros e espécies, bem como descrições, ilustrações, mapas de distribuição geográfica e comentários taxonômicos. Neste trabalho foram propostas 3 combinações novas, 56 nomes foram reduzidos à sinonímia, permanecendo 15 nomes como espécies duvidosas.

TÍTULO: Produção de exopolissacarídeos por Basidiomicetos em cultura submersa: screening, caracterização química preliminar e estudo de produção utilizando Irpex lacteus (Fr:Fr) Fr.

AUTOR: Rosana Maziero

DATA: abril de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Vera Lúcia Ramos Bononi (orientadora) - IBt/SP

João Lúcio Azevedo - ESALQ-Piracicaba

Simone Kirszenzaft Shephard - UNICAMP

Walderez Gambale - ICB - USP

Antonio Salatino - IBUSP

RESUMO - Este trabalho baseou-se no estudo e produção de exopolissacarídeos por Basidiomicetos. A primeira etapa foi o "screening" de 56 linhagens para produção deste biopolímero e de biomassa em cultura agitada em erlenmeyers. As linhagens estudadas eram de fungos nativos brasileiros e de cogumelos comestíveis. A melhor produção de expolissacarídeos foi de Oudemansiella canarii (Jongh) Hohn, em 7 dias de incubação (3,54 gps./l) e a maior produção de biomassa foi de Schizophyllum commune Fr. Fr. (16,68 gps/l). Doze linhagens foram selecionadas para o estudo de caracterização preliminar dos polímeros isolados em termos de conteúdo de carboidrato, proteína, cinzas e monossacarideos. Em alguns casos, o polissacarídeo, quando congelado, formava uma fração gelatinosa. No estudo de recuperação do polímero a acetona proporcionou maior quantidade de produto recuperado. Nos testes de solubilização a utilização de NAOH 2M foi o que proporcionou melhor resultado. Foi também realizado um estudo de fermentação utilizando o fungo Irpex lacteus (Fr.Fr.) Fr. com testes de influência de concentração inicial de glucose, diferentes meios líquidos, diferentes inóculos. Também foi testada a utilização de biorreator para a produção deste fungo.

TÍTULO: Levantamento das espécies de Scrophulariaceae nativas do Brasil

AUTOR: Vinícius Castro Sousa

DATA: maio de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Ana Maria Giulietti (orientadora) - IBUSP

José Rubens Pirani - IBUSP

Maria Das Graças Lapa Wanderley - IBt/SP

Luiza Kinoshita - UNICAMP

Graziela Maciel Barroso - JBRJ

RESUMO - As Scrophulariaceae são representadas no Brasil por 32 gêneros e 143 espécies, que se distribuem, predominantemente, nas formações abertas deste país. O gênero com maior número de espécies é Bacopa com 26 espécies, sendo seguido de Angelonia (18 espécies) e Stemodia (14 espécies). Foram analisados aproximadamente 10.000 exemplares presentes em diversos herbários, incluindo os tipos da maioria das espécies e seus respectivos sinônimos. Além de terem sido vistas em campo cerca de 50% da espécies. Um pouco mais de 50% das espécies são restritas ao Brasil, sendo que 11,2% do total das espécies são restritas a pequenas áreas. O gênero com maior número de espécies restritas é Agalinis, com três espécies restritas a áreas de campo rupestre, em Minas Gerais. Como principais novidades taxonômicas podem ser referidas cerca de 100 novas sinonimizações ao nível de espécie e quatro novas sinonimizações ao nível de gênero, as quais correspondem a Geochorpa, Otacanthus, Hatschbachia e Schizosepala, os quais foram sinonimizados respectivamente a Gonobea, Achetaria, Tetranema e Agalinis. Além disso, foram propostos três novos gêneros: Anamaria, Arenicola e Dardanoa, dez novas espécies, onze novas combinações ao nível de espécies e cinco ao nível de variedade.

TÍTULO: Aspectos estruturais de Tibouchina pulchra Cogn. (Melastomataceae) sob o impacto de poluentes atmosféricos provenientes do complexo industrial de Cubatão, SP - BRASIL

AUTOR: Solange Cristina Mazzoni-Viveiros

DATA: junho de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Verônica Angyalossy Alfonso (orientadora) - IBUSP

Nanuza Luiza de Menezes - IBUSP

Yara Strufaldi de Vuono - IBt/SP

Aristéia Azevedo - UFV

Cecília Gonçalves Costa - JBRJ

RESUMO - O efeito dos poluentes atmosféricos na espécie foi analisado através de estudos: 1. micorrízicos (FMA); 2. morfométricos dos sistemas radicular e caulinar; 3. dos componentes parafínicos da cera epicuticular foliar; 4. da estrutura da superfície foliar; 5. da estrutura do lenho caulinar. Biomonitoramentos, passivo e ativo, e câmaras de topo aberto, usando plantas adultas e jovens, foram aplicados em áreas selecionadas da Serra do Mar - três com níveis diferentes de poluição e três isentas de poluição, avaliando-se, inclusive, a plasticidade fenotípica da espécie. A poluição ocasionou: 1. maior número de associações e maior ocorrência de espécies de FMA no solo. 2. redução no crescimento radicular acompanhado dos caulinar e foliar, sugerindo tendência da espécie à adquirir o hábito arbustivo; 3. aumento na quantidade de cera epicuticular e redução da cadeia dos n-alcanos; 4. menor ornamentação da superfície foliar e aspecto amorfo obliterando estômatos; 5. lenho com redução no grau de elaboração das guarnições das paredes e das pontoações dos elementos de vasos; redução na distribuição do agrupamento fibro-parenquimático e no número de células/espaços intercelulares; redução na espessura das paredes das fibras. Concluiu-se que a espécie é tolerante, tendo como característica bioindicadora da poluição a redução das guarnições dos elementos de vaso de seu lenho caulinar altamente plástico.

TÍTULO: Variação espacial e temporal dos propágulos de macroalgas marinhas e sua relação com o recrutamento na região do Arraial do Cabo e adjacências, Rio de Janeiro

AUTOR: Diclá Pupo Santos

DATA: junho de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Édison José de Paula (orientador) - IBUSP

Eurico Cabral de Oliveira Filho - IBUSP

Flávio Augusto de Souza Berchez - IBUSP

Yocie Yoneshigue Valentin - UFRJ

Elizabeth Aidar - Instituto Oceanográfico - USP

RESUMO - A disponibilidade de propágulos de macroalgas bentônicas na água e o seu recrutamento foram estudados quinzenalmente durante dois anos em cinco locais selecionados em função de diferentes condições hidrológicas na região de Arraial do Cabo. Como hipótese inicial foi admitido que a densidade de propágulos na água é um fator controlador na manutenção das populações de macroalgas nos costões. Os propágulos foram analisados a partir de culturas de filtrados de água superficial coletada junto aos costões. As plântulas recrutadas foram obtidas através de raspagens de pequenas áreas, em quadrados estabelecidos aleatoreamente nas diversas faixas da região litorânea. Foram registrados propágulos de cinqüenta e sete táxons, predominando as algas oportunistas. No recrutamento foram cento e vinte e um táxons tanto de oportunistas quanto de perenes. Variações qualitativas de distribuição espacial e sazonal dos táxons foram atribuídas às características das massas d'água, sendo a temperatura o principal fator. Altas densidades de propágulos foram observadas para as espécies oportunistas. O recrutamento destas foi amplo, ultrapassando os limites das populações adultas. As feofíceas e rodofíceas perenes apresentaram densidades baixas de propágulos e recrutamento restrito à faixa das plantas adultas. A hipótese inicial foi considerada válida apenas para as algas oportunistas.

TÍTULO: Palinotaxonomia e filogenia da família Humiriaceae Juss.

AUTOR: Cláudia Petean Bove

DATA: agosto de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Therezinha Sant'Anna Melhem (orientadora) - IBt/SP

Sigrid Luiza Jung Mendaçolli - IAC

Vânia Gonçalves Lourenço Esteves - MNRJ

Berta Lange de Morretes - IBUSP

Maria Candida Henrique Mamede - IBt/SP

RESUMO - A família Humiriaceae possui pólen isolado, pequenos e médios, exceto em Vantane guianensis (grande a médios); simetrial radial; isopolares; subesferoidais; âmbito circular a triangular, elíptico (pólen z-colporados) e quadrangular (4-colporados) (2) -3-(4)-colporados; endoabertura retangular, lalongada ou circular, raro lolongada; superfície microrreticulada ou psilada com perfurações no apocolpo, raro reticulada. Sexinia columelada, tectada. Nexina-1 com espessamento na margen dos colpos. Nexina-2 inconspícua. Ocorrem dois tipos polínicos. O tipo Humiria apresenta colpos curtos de extremidade arredondadas e camada columelar inconspícua. Ocorre apenas no gênero Humiria e pode ser dividido em três subtipos: 1 - de superfície psilada, com perfurações no apocolpo; 2 - de superfície microrreticulada. O tipo Vantanea apresenta colpos longos, de extremidade acuminadas; sexina microrreticulada nitidamente columelada, raro estriado-reticulada ou regulada. Ocorre nos demais gêneros. Duckesia, Endopleura e Humiriastrum apresentam o teto mais descontínuo e Vantanea se destaca por possuir a maioria de seus representantes com grãos de pólen prolato esferoidais a subprolatos. E realizada uma análise cladística da família.

TÍTULO: Revisão taxonômica de Pilocarpus (Rutaceae)

AUTOR: Ladislau Araújo Skorupa

DATA: agosto de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

José Rubens Pirani (orientador) - IBUSP

Renato Mello-Silva - IBUSP

João Semir - UNICAMP

Angela Borges Martins - UNICAMP

Antonio Salatino - IBUSP

RESUMO - Pilocarpus Vahl é um gênero neotropical, constituído por 16 espécies, 9 subespécies e 12 variedades. No tratamento são reconhecidos 4 novos táxons específicos, 3 subespecíficos e 3 variedades. Nos neotrópicos são identificadas 3 áreas de ocorrência, nas quais grupos de espécies se acham restritas, a maior delas localizada no norte-nordeste e na porção oriental do Brasil com 12 espécies, constituindo o centro de diversidade genética do gênero. O trabalho sistemático levou em consideração a análise morfológica de materiais botânicos de 37 herbários, estudos anatômicos do lenho de 9 espécies, do perfil parafínico da cera foliar epicuticular de 11 espécies, número cromossômico de 8 espécies e do perfil polínico das 16 espécies. As informações obtidas das diversas áreas corroboraram as evidências taxonômicas iniciais baseadas em aspectos morfológicos. Na contagem do número cromossômico foram encontrados 2n=44 e 2n=88. O número cromossômico básico sugerido é x=22. Os perfis parafínicos apresentaramse variáveis, mas em consonância com o tratamento sistemático. Os grãos de pólen são pequenos a médios, na maior parte prolatos com exina reticulada. Esculturas reticulada-estriada, estriada-reticulada, estriada e perfurada também foram identificadas. O lenho apresenta características muito uniformes entre as espécies e comuns em Rutaceae.

TÍTULO: Controle do crescimento e da morfogênese por auxinas e citocininas em três espécies de rodofíceas: Gracilariopsis tenuifrons, Grateloupia dichotoma e Solieria filiformis

AUTOR: Nair Sumie Yokoya

DATA: outubro de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Walter Handro (orientador) - IBUSP

Miguel Pedro Guerra - UFSC

Paulo Roberto Camargo E Castro - ESALQ - Piracicaba

Yocie Yoneshigue Valentin - UFRJ

Estela Maria Plastino - IBUSP

RESUMO - O papel dos fitorreguladores no crescimento e na morfogênese das algas marinhas é pouco conhecido. Com a finalidade de avaliar os efeitos das auxinas e citocininas sobre estes processos, foram selecionadas três espécies de rodofíceas produtoras de ficocolóides: Gracilariopsis ternuifrons, Grateloupia dichotoma e Solieria filiformis. Três auxinas, ácido 3-indolilacético, ácido 2,4-diclorofenoxiacético e ácido naftalenoacético, e três citocininas, 6-benzilaminopurina, cinetina e zeatina foram testadas isoladamente ou em combinação, em concentrações que variaram de 0,01 a 10,0 mg.L1 em meios sólido e líquido. Em segmentos do talo das três espécies estudadas, o 2,4-D apresentou um forte efeito estimulatório sobre o crescimento; por outro lado, as citocininas (BA e K) apresentaram um efeito estimulatório sobre os processos morfogenéticos e inibitório sobre o crescimento. O comportamento das três espécies diferiu quanto às respostas morfogenéticas: o 2,4-D estimulou a morfogênese em Gracilariopsis tenuifrons, enquanto que as citocininas estimularam a morfogênese em Grateloupia dichotoma e em Solieria filiformis. Os resultados apresentados no presente trabalho permitiram caracterizar os efeitos das auxinas e citocininas no crescimento e na morfogênese em três espécies de rodofíceas, sendo que alguns destes efeitos podem ser considerados análogos aos observados em plantas vasculares, sugerindo o envolvimento de mecanismos de ação semelhantes.

TÍTULO: Composição florística dos estratos arbóreo e arbustivo da mata do Parque Santo Dias (São Paulo, SP, Brasil)

AUTOR: Ricardo José Francischetti Garcia

DATA: fevereiro de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

José Rubens Pirani (orientador) - IBUSP

Waldir Mantovani - IBUSP

Maria Candida Henrique Mamede - IBt/SP

RESUMO - O presente trabalho consiste no levantamento das espécies dos estratos arbóreo e arbustivo do Parque Santo Dias, área florestal remanescente no Município de São Paulo, aberta à visitação pública desde 1992. Foram coletados materiais férteis e estéreis por período de quatro anos, que, somados aos coletados na década de 80, resultaram em 154 espécies, pertencendo a 208 gêneros, de 54 famílias, sendo 1 espécie de pteridófita, 2 espécies de gimnosperma, 146 espécies de dicotiledôneas e 4 espécies de monocotiledôneas. As famílias com maior número de espécies são: Leguminosae (14), Lauraceae, Myrtaceae, Rubiaceae e Solanaceae (12 cada) e Melastomatacae (11). São apresentadas chave e descrição das espécies com ênfase em caracteres vegetativos, além de comentários sobre fenologia e distribuição geográfica. A partir de comparações florísticas com outras matas do Estado de São Paulo verificou-se a predominância de elementos da flora do Sul do país e das Matas Mesófilas Semidecíduas de altitude, ressaltando-se ainda a ocorrência de espécies com distribuição restrita aos arredores da cidade. São apresentadas também considerações sobre a fisionomia e estratificação da mata e evidências da interferência antrópica.

TÍTULO: Seleção genética negativa em raízes transformadas de tomate (Lycopersicon esculentum) com o gene da enzima citosina desaminase

AUTOR: Regina Yuri Hashimoto

DATA: abril de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Marie-Anne Van Sluys (orientadora) - IBUSP

Odécio Cáceres - USP/São Carlos

Mariana Cabral de Oliveira - IBUSP

RESUMO - Neste trabalho estabelecemos um sistema de seleção genética negativa utilizando raízes de tomate transformadas com o gene da enzima citosina desaminase. Construímos um vetor binário contendo o gene bacteriano da citosina desaminase e transferimos este vetor para a cepa selvagem de Agrobacterium chizogenes 8196 através de conjugação triparental. A cepa transconjugante foi inoculada em fragmentos caulinares de Lycopersicon esculentum, var. cerasiforme, e as raízes que surgiram no local inoculado foram isoladas. Alguns clones de raízes transformadas foram submetidas à seleção positiva em meio com canamicina, e à seleção negativa em meio com 5-fluorocitosina. Dez clones com o fenótipo Can. (+)/ Fluor(-) e dois clones com fenótipo Can.(-)/Fluor(+) foram analisados molecularmente. Esta análise possibilitou verificar a presença integridade e número de cópias transferidas do CD-T-DNA. Destes dez clones, dois possuem uma única cópia do CD-T-DNA que serão posteriormente utilizados para estudos de mutagênese ou elementos de transposição.

TÍTULO: Cultivo de Lentinula edodes (Berk) Pegler em substratos alternativos

AUTOR: Lucy Lemmi Giovanini Dialetachi

DATA: maio de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Vera Lúcia Ramos Bononi (orientadora) - IBt/SP

Marcelo Pinto Marcelli - IBt/SP

Rosely Piccolo Grandi - IBt/SP

RESUMO - Foram utilizadas duas culturas CCB-48 e CCB-102 de Lentinula edodes, depositadas no Instituto de Botânica e diferenciadas por eletroforese de isozimas-esterase e proteínas total. Foi avaliado o crescimento micelial em meio de batata-agar-dextrose em diferentes temperaturas -15ºC, 20ºC, 25ºC e 30ºC, sendo a temperatura de 25ºC que permitiu a maior velocidade de crescimento. Foi analisada a taxa de decomposição do composto pelas linhagens em quatro diferentes composições: a) serragem 80% + farelo de arroz 20%; b) serragem 80% + farelo de trigo 20%; c) serragem 80% + farelo de soja 20%; d) serragem 100% + Foi utilizada serragem de Pinus sp. e de Tabebuia sp. O composto colonizado pela linhagem CCB-48 apresentou a maior taxa de colonização e decomposição. Foi avaliada a capacidade de frutificação nos compostos A, B e C. O "spawn" utilizado foi constituído de grãos de trigo. Foram comparados dois períodos de incubação: 60 dias e 120 dias. Os corpos de frutificação se desenvolveram somente no composto colonizado pela linhagem CCB-48 e submetido ao período de incubação de 120 dias. Os cogumelos obtidos foram analisados quanti e qualitativamente. O cultivo apresentou eficiência biológica de 81,64% e produtividade de 2,45%. Concluiu-se que há uma certa especificidade entre as linhagens e substratos. O aumento de nitrogênio no composto levou à uma maior produção, porém acima de certo nível foi inibitório.

TÍTULO: Palinotaxonomia de espécies brasileiras de Thymelaeceae Juss.

AUTOR: Eugenia Ninancuro Rosello

DATA: setembro de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Therezinha Sant' Anna Melhem (orientador) - IBt/SP

Maria Stella Fernandes Silvestre-Capelato - IBt/SP

Maria das Graças Lapa Wanderley - IBt/SP

RESUMO - As Thymelaeaceae estão representadas no Brasil por seis gêneros e cerca de 28 espécies, distribuídas nas regiões norte, nordeste, central e sudeste. Palinologicamente foram descritas 21 espécies brasileiras, pertencentes às tribos Daphneae: Daphnopsis Mart. (14 spp), Funifera Leandro ex Mey., (2spp.) e Dicranolepideae: Goodalia Benth. (1 sp.), Lasiadenia Benth. (lsp.) e Lophostoma Meissn. (3spp.); e uma espécie de Schoenobiblus Mart. (Tribo Daphneae) de Trinidad, examinada para caracterização do gênero. O pólen acetolisado foi medido e fotomicrografado; as medidas foram tratadas estatisticamente. Os grãos de pólen são de tamanho médio (grande em Funifera brasiliensis (Raddi) Nevl.), apoiares, esféricos, pantoporados, poros circulares. A sexina, mais espessa do que a nexina, apresenta dois tipos de ornamentação: o padrão-Croton e o padrão crotonóide, que foram definidos sob microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. O padrão-Croton ocorre em todos os táxons aqui estudados, exceto em Daphnopsis aemygdioi Laclette, D. alpestris (Gardn.) Benth & Hook. D. filipedunculata Nevl. & Barringer, D. martii Meissn. e D. pseudosalix Domke, cujo padrão é o crotonóide. Os caracteres polínicos não permitiram diferenciar os gêneros das duas tribos, para Daphnopsis, Funifera e Lophostoma foram elaboradas chaves polínicas específicas.

TÍTULO: Variação intraespecífica da cera foliar de Vellozia hirsuta Goethart & Henrard: Implicações taxonômicas

AUTOR: Paulo Affonso

DATA: setembro de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Maria Luiza Faria Salatino (orientadora) - IBUSP

Renato Mello-Silva - IBUSP

Elenice Mouro Varanda - USP-Ribeirão Preto

RESUMO - Vellozia hirsuta Goethart & Henrard apresenta complexos populacionais denominados Hirsuta e Markgrafii, ambos apresentando variações intra específicas. Foram analisados cinco constituintes da cera foliar epicuticular de 17 populações pertencentes ao complexo Hirsuta, que apresentavam três distintos padrões morfo-anatômicos: Ar B5 e C3. As ceras foram extraídas e as frações purificadas. Os componentes individuais de cada fração foram identificados através de cromatografia gasosa. Os resultados foram analisados através do método UPGMA com o auxílio o programa NTSYS para microcomputador. As frações de álcoois de ésteres e de alcanos revelaram-se como os mais consistentes marcadores taxonômicos. Os resultados mostraram uma maior afinidade entre os indivíduos com os padrões B5 e C3 e as populações C3 se destacaram das demais devido a perfis químicos mais distintos. As análises das ceras foliares permitiram sugerir um posicionamento adequado para a população MS461 entre aquelas de padrão A, do complexo Hirsuta. Com base nos dados morfo-anatômicos ela poderia ser colocada tanto no complexo Hirsuta quanto no complexo Markgrafii. A partir dos dados obtidos pode-se concluir que as diferentes composições das frações analisadas não podem ser consideradas simplesmente como variações ecofenéticas, mas possuem uma base genética. Em conseqüência, ela tem significado taxonômico.

TÍTULO: Caracterização e purificação parcial de inulinases produzidas por Penicillium janczewskii Zaleski isolado da rizosfera de Vernonia herbaceae (Vell) Rusby, Asteraceae do cerrado

AUTOR: Rosemeire Aparecida Bom Pessoni

DATA: outubro de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Rita de Cássia L.F. Ribeiro (orientadora) - IBt/SP

Sandra F.B. Trufem - IBt/SP

Mane Anne Van Sluys - IBUSP

RESUMO - Inuliases extracelulares foram obtidas após crescimento do fungo Penicillium janczewskii por 12 dias em meio líquido contendo inulina extraida de rizóforos de Vernonia herbaceae. Após purificação parcial através de coluna Deae-celulose e bio-gel P 60 e P 100, duas frações ativas sobre inulina e sobre sacarose foram obtidas, sendo denominadas fração I e II. O extrato bruto e as frações isoladas não liberaram oligo frutanos a partir da inulina, indicando que essas enzimas apresentam, primariamente, atividade de exoinulinases. Essas enzimas são termoestáveis, com temperatura ótima ao redor de 5,5º C e pH em torno de 5,0. O peso molecular estimado para a fração I foi de 48 K.D.A. e para a fração II foi de 66 K.D.A. O valor de Km. aparente determinado para a fração I foi de 0,43 sobre a inulina e 18,7 sobre a sacarose e para a fração II foi de 0,87 sobre a inulina e 18,5 sobre a sacarose. Ambas as frações foram ativas sobre inulina de Helianhus tuberosus, de Vernonia herbacea e de Viguieira discolor, sobre oligossacarídeos como sacarose e rafinose e sobre levanos de Aerobacter levanicum e de Gomphrena macrocephala com afinidade maior sobre a inulina. Essas inulinases possuem uso potencial na preparação de concentrados de frutose de alta pureza a partir da inulina, em escala industrial.

TÍTULO: Estudo dos efeitos do etileno endógeno na conversão direta de ápices radiculares de Catasetum fimbriatum (Morren) Lindt. (Orchidaceae) em protocormóides

AUTOR: Silvia Amar

DATA: outubro de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Gilberto B. Kerbauy (orientador) - IBUSP

Antonio Salatino - IBUSP

Marcos Silveira Buckeridge - IBt/SP

RESUMO - Procurou-se estudar o envolvimento do etileno endógeno sobre a conversação direta de raízes de Catasetum fimbriatum em protocormóides. A aplicação de AA e AIB nos meios de cultura mostraram que ambas apresentaram um efeito intensamente inibitório sobre a formação de protocormóides nos ápices dos segmentos radiculares o AIB, mesmo em níveis relativamente elevados, estimulou o crescimento longitudinal, a zeatina estimulou significantemente a formação de PLBs, inibindo o crescimento radicular. Uma nítida correlação inversa entre o crescimento longitudinal dos explantes e a formação de protocormóides foi verificada. A produção de etileno foi detectada em todos os tratamentos utilizados e tendia a decrescer com o tempo de cultura; a formação de etileno abiótico foi também constatada. A aplicação de AVG, um potente inibidor da síntese de etileno, maximizou esta tendência de um modo geral, todavia sob as condições experimentais empregadas, não foi possível verificar nenhuma correlação entre o etileno produzido pelos explantes (mais o etileno abiótico) e o processo de conversão dos ápices radiculares propriamente dito.

TÍTULO: Comportamento do vírus X da batata, anatomia e ultra-estrutura em espécies C4 e C3 - C4 de Amaranthus e Alternanthera (Amaranthaceae)

AUTOR: Eliana Borges Rivas

DATA: outubro de 1996

LOCAL: Universidade de São Paulo - USP

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Maria Emília Maranhão Estelita (orientadora) - IBUSP

Elliot Watanabe Kajima - ESALQ - Piracicaba

Maria Mércia Barradas - IB-SP

RESUMO - Dois gêneros da família Amaranthaceae (Amaranthus deflexus, A. hybridus, A. retroflexus, Alternanthera tenella e A. brasiliana) foram estudados anatómica e ultra-estruturalmente sob condições normais e sob infecção pelo vírus X da batata (P.V.X.) verificou-se que as espécies de Amaranthus e Alternanthera possuem bainha do feixe vascular com cloroplastos que acumulam amido. Tais cloroplastos estão em posição centrípeta em Amaranthus e A. tenella e em posição centrípeta/periférica em A. brasiliana, portanto, com base em características anatômicas e ultra-estruturais que as espécies de Amaranthus são C4 e as Alternanthera são C3e C4. As folhas inoculadas com o PVX reagiram com sintoma local no caso de A. tenella e das espécies de Amaranthus. A. brasiliana foi imune ao PVX em células epidérmicas do mesófilo e da bainha vascular, o PVX induziu a formação de corpos de inclusão (Bead Sheets) no citoplasma, os quais aparentemente estão associados a dictiossomos de protrusões da parede celular e de plasmodesmos extendidos. Cabe ressaltar que tais alterações não constam na literatura sobre PVX. Concluiu-se, nesse estudo, que o vírus não induziu alterações na síndrome Kranz e, tampouco, em estruturas C3 -C4, sendo a bainha do feixe vascular uma barreira à entrada do vírus no sistema vascular.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Out 2011
  • Data do Fascículo
    Dez 1996
Sociedade Botânica do Brasil SCLN 307 - Bloco B - Sala 218 - Ed. Constrol Center Asa Norte CEP: 70746-520 Brasília/DF. - Alta Floresta - MT - Brazil
E-mail: acta@botanica.org.br