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RESUMOS DE DISSERTAÇÕES E TESES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

TÍTULO: A vegetação rupestre heliófila do Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS

AUTOR(A): Celso Copstein Waldemar

DATA: 24/abril/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Bruno Edgar Irgang - UFRGS (orientador)

Sérgio Tadeu Meirelles - USP

Maria Luiza Porto - UFRGS

Luis Rios de Moura Baptista - UFRGS

RESUMO - O Parque Estadual de Itapuã, localizado em Viamão, RS, é a única unidade de conservação do Estado que abriga a flora associada ao Escudo Sul-riograndense. Considerandose 17 estações distribuídas no seu interior realizou-se a identificação das comunidades rupestres heliófilas, bem como o levantamento da composição e estrutura florística, especificamente da comunidade de ilhas de vegetação localizada num afloramento situado no Morro da Grota, a caracterização do seu substrato e o estudo da sua dinâmica sucessional. A descrição da relação ecológica entre o cupim Cortaritermes silvestrii (Nasutitermitinae) e algumas espécies vegetais e o levantamento dos fatores ambientais responsáveis pela variação da vegetação rupestre também são apresentados. Devido a diversidade de fitofisionomias, substratos e padrões de organização espacial encontrados, a vegetação rupestre foi classificada em comunidade epilítica, comunidade rupícola dominada por Aechmea recurvata, comunidade fissurícola, comunidade hemiepilítica, conceito novo definido neste trabalho, e comunidades de ilhas de vegetação. Na estação Morro da Grota, realizou-se o estudo da sucessão primária desta última comunidade. A ocupação da rocha nua pela vegetação dá-se pelo surgimento e expansão dos mantos de Campylopus sp. (Dicranaceae) em calhas e sulcos, bem como nas porções relativamente lisas da superfície por onde passa o fluxo das águas pluviais. No modelo de colonização espacial encontrado neste sítio predomina número elevado de ilhas com pequena área e poucas ilhas com áreas acentuadamente maiores. Das 36 famílias identificadas, Graminae e Asteraceae contam com maior número de espécies. Predominam nesta estação plantas hemicriptófitas e caméfitas. Independente da colonização prévia da superfície do Sieno-granito por liquens crostosos, constatou-se três táxons pioneiros nestes ambientes de elevada exposição solar: Campylopus sp., Parodia erinacea e Aechmea recurvata. Progressivamente, segundo o modelo sucessional sugerido para ilhas na superfície do afloramento e em suas depressões rasas, a partir da rocha nua sucedem-se a etapa de liquens (facultativo), a etapa de Campylopus sp. e a etapa de Dyckia marítima. Em ambiente mesofítico, criado basicamente a partir de um processo autogênico, instalam-se, posteriormente, a etapa Campestre e a etapa do Vassourai. A presença de colônias de C. silvestrii é comum em muitos afloramentos em Itapuã. As características apresentadas pela interação entre este cupim e D. marítima, pela primeira vez descrita na literatura e que, freqüentemente, coloniza a superfície externa do cupinzeiro, permitem indicar esta relação ecológica como mutualismo facultativo. Aechmea recurvata (Bromeliaceae) possui gradiente morfológico em relação à forma da sua roseta e variabilidade cromática desde o verde escuro ao verde-amarelado, em resposta ao aumento da intensidade do espectro luminoso. A ausência de populações desta espécie foi observada em afloramentos rochosos diretamente expostos aos ventos do sul ou sudeste, particularmente fortes na área do parque. Infere-se, portanto, que esta espécie não resiste à alta velocidade destes ventos, pois ocasionariam a remoção da água armazenada na roseta foliar, acima do seu limite de tolerância ao estresse hídrico, além de dificultar a germinação e a fixação de suas sementes na rocha nua ou em outro substrato. A intensidade da radiação solar constitui o fator ambiental de maior influência em relação à composição florística nos ambientes rupestres estudados. Foi constatada a presença exclusiva de Catleya intermedia e Oncidium flexuosum (Orchidaceae); Vriesia friburgensis e Vriesia gigantea (Bromeliaceae); Rhipsalis teres e Lepismium cruciforme (Cactaceae); Sinningia macrostachia (Gesneraceae) em ambientes rupestres heliófilos de orientação solar sul e leste. Estas espécies ocorrem em locais de orientação solar norte e nordeste somente em ambientes umbrófilos ou semi-heliófilos.

Palavras-chave: vegetação rupestre, ilhas de vegetação, mutualismo

TÍTULO: Contribuição ao conhecimento das comunidades vegetais da planície de inundação do Rio dos Sinos, RS

AUTOR(A): Fernando Freitas da Rosa

DATA: 09/janeiro/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Bruno Edgar Irgang - UFRGS (orientador)

Albano Schwarzbold - UFRGS

David da Motta Marques - UFRGS

Lúcia Rebello Dillenburg - UFRGS

RESUMO - O presente trabalho concentrou-se em uma área de 262,4 hectares (29º42' - 29º45' lat. S; 51º06' long. W) situada no município de Novo Hamburgo, RS, na planície de inundação do Rio dos Sinos. Foram diferenciadas comunidades vegetais com base em critérios fisionômicos, considerando-se a presença de manchas de vegetação que se destacam nitidamente na paisagem. Foram diferenciadas comunidades de macrófitas aquáticas flutuantes livres, comunidade de Panicwn griimosum, comunidade de Cephalantus glabratus, comunidade de Sebastiania commersoniana, comunidade de Salix humboldtiana e comunidade de Inga iiritguensis. Realizou-se levantamento florístico direcionado para cada comunidade, posteriormente ao reconhecimento das mesmas. As espécies coletadas foram identificadas com dados referentes à fenologia (floração e frutificação) e forma biológica. O levantamento florístico consta de 105 espécies, pertencentes a 81 gêneros e 44 famílias botânicas. A distribuição espacial da vegetação é influenciada por fatores ambientais, como hidroperíodo (periodicidade de flutuações do nível d'água), saturação hídrica do solo e profundidade do lençol freático. A saturação hídrica do solo foi avaliada através da determinação da umidade de amostras do solo superficial; a profundidade do lençol freático, através de medições efetuadas a campo; e o hidroperíodo, através de indicadores como marcas d'água na vegetação e perfis de solo com presença de mosquedos (tonalidades cinzentas e avermelhadas) decorrentes das oscilações do nível freático. Os valores obtidos para a saturação hídrica do solo e nível freático revelam diferenças significativas entre agrupamentos vegetais quanto a estes fatores. As comunidades vegetais estão sujeitas à periodicidade dos ciclos de cheias/vazantes.

Palavras-chave: planície de inundação, Rio dos Sinos, comunidades vegetais

TÍTULO: Fungos endófitos de folhas e ramos em plantações de llex paraguarienses St. Hil. (Aquifoliaceae)

AUTOR(A): Inês Janete Mattozo Takeda

DATA: 24/abril/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Rosa Trinidad Guerrero - UFRGS (orientadora)

Maria Délia Bertoni - Universidad de Buenos Aires, Argentina

Aida Matsumura - UFRGS

Miguel Porto - UFRGS

Alfredo Gui Ferreira - UFRGS

RESUMO - Foram analisados 65 táxons de fungos endófitos isolados de ramos e folhas de um ano, aparentemente sadios, de llex paraguariensis St. Hil. (Aquifoliaceae). As plantas são procedentes de plantações com oito anos de idade, sujeitas a podas periódicas, para a produção da erva-mate, em dois locais de diferentes altitudes no Rio Grande do Sul: Mato Leitão, a 200m de altitude e Veranópolis, a 705m. Dos segmentos tomados obteve-se a freqüência total de colonização: limbo, 79,5%; pecíolo com as nervuras, 77,5%; casca do ramo, 78,0%, e xilema do ramo, 28,5%. A partir dos segmentos analisados obteve-se, em laboratório, a recuperação de fungos, após terem a sua superfície desinfectada com álccol 96º e hipoclorito de sódio com 2,5 a 3% de cloro ativo. Foram isoladas as espécies: Alternaria alternata, Cladosporium cladosporioides, Colletotricluim gloesporioides, Coniochaeta sp., Epicocum purpurascens, Fusariam sp. 1, Fusariam sp. 2, Fusicoccum sp., Glioclaclium roseum, Guignardia pliiloprina, Hadronema sp., Lepostosphaeria sp., Libertei la sp., Neurospora tetrasperma, Micélio Estéril Hialino IP1, Micélio Estéril Escuro IP2, Micélio Estéril Hialino IP3, Micélio Estéril Escuro IP4, Periconia sp., Phomopsis sp., Xylaria adscendens, X. arbuscula, X. comosa, X. cubensis, X. aff. curta, X. cleserticola, X. holmbergii, X. montagnei, X. pseudoapiculata, Xylaria ssp., Indeterminado 1, Indeterminado 2 e outros Micélios Estéreis. As folhas e a casca foram as partes mais colonizadas, seguidas do xilema. As amostras de Mato Leitão apresentaram menor número de táxons e maior número de colonizações em relação a Veranópolis. Certas espécies foram encontradas em apenas um dos locais. Alguns táxons estavam mais relacionadas a determinadas partes vegetais. G. pliiloprina foi a espécie com maior freqüência absoluta: 25,6%. Por esta razão considerou-se importante analisar a variabilidade da população, selecionando-se vinte isolados com base no tecido de procedência e localidade . Para isto efetuou-se estudo das características culturais e de compatibilidade somática e os padrões isoenzimáticos. Analisou-se as isoenzimas: fosfatase-alcalina, álcool-desidrogenase, fosfoglucose-isomerase e fosfoglucosemutase. Os isolamentos apresentaram, no conjunto dos testes, alto grau de variabilidade. A fim de poder explicar a dominância de G. philiprina em todos os tecidos de plantas provenientes das duas localidades, e devido a diversidade de fungos endófitos encontrados, e considerando-se que cada uma destas espécies podem ter efeito distinto no potencial mutualístico, doença ou decomposição das folhas ou ramos, confrontou-se alguns isolados, em meio ágar malte, com outras espécies de fungos endófitos isolados de erva-mate. Foram escolhidas para esta análise, espécies decompositoras de celulose, como Xylaria ssp., patógenos comuns, como Alternaria alternata, Cladosporium cladosporioides, Colletotricluim gloeosporioides e Fusarium sp., espécies que tiveram também uma freqüência considerável em erva-mate, como os Micélios Estéreis IP1, IP2, IP3, e IP4 e também uma espécie fenicóide, Neurospora tetrasperma. Este teste de antagonismo mostrou que as reações diferem de acordo com o isolado de Guignardia philoprina. Os resultados mais significativos foram obtidos com espécies de Xylaria, Fusarium sp. 2. e N. tetraspemta. Embora muitas vezes estas espécies possam inibir pouco o crescimento de G. philoprina, sobrecrescem e matam esta espécie, demonstrando que, se as condições de equilíbrio no interior da planta forem alternadas, estas espécies obtém vantagens.

Palavras-chave: fungos endófitos, Aquifoliaceae, llex paraguariensis

TÍTULO: Cactáceas em paredões rochosos da Serra Geral do Rio Grande do Sul: uma abordagem fitogeográfica

AUTOR(A): João Felisberto Larocca e Silva

DATA: 26/junho/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Jorge Luiz Waechter - UFRGS (orientador)

Roberto Kiesling - IB Darwinion, San Isidro, Argentina

João André Jarenkow - UFPEL

Bruno Edgar Irgang - UFRGS

RESUMO - A composição florística e a distribuição geográfica de cactáceas rupestres foram estudadas ao longo da Serra Geral, estendendo-se no centro do Rio Grande do Sul (29-30º S), desde junto ao oceano Atlântico, até quase o rio Uruguai (50-55º W). A Serra Geral compreende as escarpas do Planalto Sul-brasileiro, na maioria voltadas para o sul, com altitudes entre 1200m no extremo leste e apenas 100m no extremo oeste. A vegetação predominante, atualmente fortemente reduzida pela expansão da agricultura, tem sido classificada como Floresta Pluvial Subtropical ou Floresta Estacional Semi-decidual. Cactáceas e outras plantas xerófitas ocorrem somente em paredões rochosos mais ou menos isolados, formados principalmente por basalto, mas também por rochas areníticas. As cactáceas ocorrentes em muitos paredões rochosos nas bacias dos principais rios que recortam a Serra Geral foram fotografadas, coletadas e cultivadas na coleção viva da Fundação Gaia. Foram verificadas 11 espécies de cactáceas rupestres, pertencentes a cinco gêneros, os quais podem ser divididos em dois principais grupos ecológicos: a) gêneros tipicamente epifíticos das florestas estacionais circunvizinhas: Lepismium (1) e Rhipsalis (1); b) gêneros tipicamente rupícolas: Cereus (1), Echinopsis (1) e Parodia (7). Do ponto de vista geográfico, estas cactáceas podem ser divididas também em dois padrões básicos: a) espécies com uma distribuição ampla ao longo do gradiente continental, compreendendo Cereus hildmannianus, Lepismium cruciforme e Rhipsalis teres: b) espécies com distribuição mais ou menos restrita, incluindo Parodia graessneri, P. haselhergii, P. horstii, Echinopsis oxygona, P leninghausii, P. warasii, P claviceps e P magnifica, estas quatro últimas formando seqüência leste-oeste de espécies vicariantes. São fornecidas descrições morfológicas e chaves de identificação para os gêneros e espécies estudadas. Semelhanças morfológicas, tanto vegetativas como reprodutivas, assim como padrões de distribuição restrita em algumas espécies de Parodia (sub-gênero Eriocactus) indicam que estas tiveram suas populações isoladas devido à expansão e coalescência recentes de florestas, seguindo as condições mais quentes e mais úmidas instaladas após a última glaciação. Os paredões rochosos, atualmente dispersos entre as florestas da Serra Geral, representam, portanto, refúgios xéricos, nos quais a especiação alopátrica afetou no mínimo um gênero de Cactaceae. A preservação destes interessantes ambientes é altamente necessária para conservar uma flora única de grande importância científica e horticultural.

Palavras-chave: cactáceas, distribuição geográfica, fitogeografia

TÍTULO: O gênero Solanum (Solanaceae) na região sul do Brasil

AUTOR(A): Lilian Auler Mentz

DATA: 26/novembro/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Paulo Luiz de Oliveira - UFRGS (orientador)

Lúcia D'Avila Freire de Carvalho - JBRJ

João Semir - UNICAMP

João André Jarenkow - UFRGS

Jorge Ernesto de Araújo Mariath - UFRGS

RESUMO - O interesse no gênero Solanum deve-se ao fato de que várias de suas espécies são fonte de importantes substâncias utilizadas na indústria farmacêutica como matéria prima para a obtenção de alcalóides esteroidais, utilizados na produção de hormônios sexuais, entre os quais se destacam os contraceptivos. Este trabalho teve com objetivo principal revisar taxonómicamente o gênero Solanum (Solanaceae) na região sul do Brasil, tendo sido encontradas 87 espécies nativas, pertencentes a dois subgéneros, Solanum, com 56 espécies e Leptostemonum, com 31 espécies. Os táxons foram agaipados em 14 seções e 5 grupos ainda não definidos, apresentando-se uma nova seção, denominada Wacketii. Esta difere da seção Acanthophora por apresental- tricomas estrelados na face adaxial das folhas, e pelo cálice petalóide. As seções com maior número de espécies são Gemínala, Extensum (subgénero Solanum) e Acanthophora (subgénero Leptostemonum). Quatro novas espécies foram descritas. Chave analítica, descrições, mapas de distribuição geográfica e ilustrações foram elaboradas para cada táxon, utilizandose métodos tradicionais em taxonomia. Discussões sobre a posição dos táxons nas seções procuraram justificar algumas opiniões da autora. Foi organizada uma lista de 424 epítetos específicos relacionados às espécies que ocorrem no sul do Brasil e regiões limítrofes, 265 deles publicados como ocoirentes na região sul, dos quais 25 correspondem a citação de ocorrência nova para um ou mais Estados. Estabeleceram-se 28 sinonimias novas. Os tricomas de todas as espécies, com exceção da seção Dulcamara, foram analisados, procurando-se relacionar a posição de cada táxon nas seções. Foi estabelecida uma nova nomenclatura para os tricomas dendríticos, classificados em forcados, pluriforcados e multirramificados. As folhas de nove representantes da seção Acanthophora foram objeto de estudos anatômicos, utilizando-se como parâmetros comparativos S. bistellatum, da seção Wacketii, muito próxima da seção Acanthophora e S. variabile, da seção Torva. Os pecíolos e lâminas foliares apresentam padrão moiío-anatômico muito uniforme, não propiciando, através das estruturas comparadas, distinção entre as espécies. Os tricomas das folhas destes táxons foram analisados ao microscópio eletrônico de veiredura, observando-se uniformidade entre as espécies da seção Acanthophora, com exceção de S. palinacanthun e de S. pseudoaculeatissimuon que apresentam tricomas multirradiados. Foi possível estabelecer padrões na ornamentação das paredes dos tricomas, do tipo veirucoso para as espécies arbustivas eretas e de sementes aladas e estriado helicoidal para as espécies de sementes não aladas. Em S. bistellatum, a ornamentação é levemente veirucosa e em S. variabile, é crateriforme.

Palavras-chave: Solanum, Solanaceae, taxonomia, morfologia, anatomia

TÍTULO: Potencial anticancerígeno da flora medicinal: definição de estratégias para seleção de espécies

AUTOR(A): Maria Aparecida Corrêa dos Santos

DATA: 28/junho/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Elaine Elisabetsky - UFRGS (orientador)

Bruno Edgar Irgang - UFRGS

Gilberto Schwartzmann - UFRGS

Domingos Savio Nunes - UEPG

RESUMO - O desenvolvimento de fármacos anticancerígenos tem sido fortemente marcado pela presença de compostos de origem vegetal. No Brasil, apesar do uso de plantas medicinais ser comum, é praticamente ignorado pela comunidade médica como solução concreta e objetiva para grande parte dos problemas de saúde em significante parte da população. Muitas espécies vegetais são utilizadas como fonte de medicamentos em comunidades tradicionais, em áreas rurais e urbanas, que por experimentação sistemática, formaram acervo de plantas e desenvolveram mecanismos para sua utilização. Diferentes estratégias vem sendo empregadas na busca de novos compostos com atividade biológica, incluindo a investigação de produtos naturais, que geraram avanços em farmacologia e na prática médica. Contudo, apenas pequena percentagem das espécies de plantas superiores conhecidas já foram investigadas quanto à presença de compostos farmacologicamente ativos. Este trabalho teve como objetivo investigar maneiras de organizai* a informação popular sobre plantas medicinais de maneira relevante para a seleção de espécies com potencial anticancerígeno, associando conceitos dos métodos etnobotânico e etnofarmacológico com informações quimiotaxonômicas. Para isso se estruturou banco de dados baseado em informações etnofarmacológicas de plantas usadas para uma série de sinais e sintomas relacionados a câncer e/ou de efeitos tóxicos comuns a quimioterápicos. Atualmente o banco de dados conta com 1.430 registros de uso para 855 espécies de plantas. Avaliando os parâmetros número de registros, número de categorias nosológicas, número de gêneros, número de espécies e concordância quanto ao uso, as famílias Compositae, Apocynaceae, Euphorbiaceae, Anacardiaceae, Malvaceae, Leguminosae e Rubiaceae foram as que contribuíram com maior número de espécies com potencial para estudos. Com a finalidade de otimizar a seleção das espécies, essas famílias foram cruzadas com as categorias nosológicas principais, resultando em listagem de 132 espécies. As espécies que se mostraram mais importantes, segundo os parâmetros do banco, foram Biclens pilosa, Achyroeline satureioides, Artemísia absinthyum, Ambrosia tenuifolia, Arnica montana, Artemísia vulgaris, Chaptalia nutans, Spilanthes ocimifolia, Cássia alata, Anacardium occidentale, Schinus molle, Croton antisyphiliticus, Peitastes peltatus, Parahancornia amapa e Retiniphyllum schomburgkii. Espera-se que o desenvolvimento de métodos mais eficientes para seleção de espécies a serem adequadamente testadas quanto à atividade inequívoca contribua para a descoberta de novos e eficazes compostos de origem vegetal com utilidade no combate ao câncer.

Palavras-chave: potencial anticancerígeno, flora medicinal

TÍTULO: Análise do padrão de distribuição espacial de comunidades vegetais do Parque Estadual Delta do Jacuí - mapeamento e subsídios ao zoneamento da unidade de conservação

AUTOR(A): Maria de Lourdes Abruzzi Aragão de Oliveira

DATA: 30/outubro/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Maria Luiza Porto - UFRGS (orientadora)

Juan Jose Neiff - CECOL, Comentes, Argentina

Juan Pablo Lewis - Facultad de Ciências Agrárias, Rosário, Argentina

Jorge Luiz Waechter - UFRGS

Ilsi Iob Boldrini - UFRGS

RESUMO - O mapeamento da cobertura vegetal, a delimitação das comunidades vegetais e os fatores que condicionam o padrão de distribuição espacial da vegetação no Parque Estadual Delta do Jacuí, localizado na região metropolitana de Porto AJegre (RS) são tratados neste estudo que visa fornecer subsídios às estratégias de manejo desta Unidade de Conservação. Com o emprego da abordagem multivariada dos dados, utilizando-se o programa MULVA 5, pode-se classificar a vegetação da Ilha das Flores e Ilha Cabeçuda nas seguintes comunidades: comunidade Sebastiania commersoniana -Inga uruguensis; comunidade Sebastiana commersoniana - Mimosa bimucronata, sub-comunidade com predomínio de Mimosa bimucronata; comunidade Cephalanthus glabratus - Thalia geniculata; comunidade Luziola peruviana - Ludwigia peploides; comunidade Panicum grumosum - Hibiscus selloi', comunidade Cyperus giganteus - Ludwigia multininerva, além da comunidade dos macrófitos aquáticos das margens. A ordenação dos dados através da Análise de Componentes Principais e da ordenação direta sugerem que o hidroperíodo, a existência de gradiente topográfico e o nível freático são os principais fatores condicionantes da heterogeneidade da vegetação observada na área de estudo. As comunidades florestais, situadas sobre os diques marginais ou interiores, ocupam a posição mais elevada no relevo, enquanto que as comunidades herbácea e arbustiva localizam-se nas cotas mais baixas, estando submetidas a maiores níveis de alagamentos ou saturação do solo por períodos mais longos de tempo durante o ano. Evidencia-se também na análise a importância de aspectos do sedimento, como textura, teor de carbono orgânico e de nitrogênio no estabelecimento das diferentes comunidades. Os solos sobre os quais assentam-se estas comunidades pertencem à classe de solos Glei. Em matas mais antigas e interiorizadas, são do tipo glei húmico, e nas matas aluviais mais próximas ao rio, assim como nas comunidades de Panicum grumosum - Hibiscus selloi e de Luziola peruviana -Ludwigia peploides, estão classificados entre os glei pouco-húmicos. Nas comunidades de Cyperus giganteus -Ludwigia multinerva e de Cephalanthus glabratus - Thalia geniculata, onde se observa a presença de água sobre o solo, os solos enquadram-se no tipo glei tiomórfico. A partir da análise dos fatores do meio, reguladores do padrão de distribuição das comunidades, são delineadas hipóteses sobre as possíveis tendências da dinâmica da sucessão da vegetação na área de estudo. Foram elaborados mapas das comunidades vegetais das ilhas das Flores e Cabeçuda, utilizando-se o programa ARC/INFO V.3.4D Plus. É também apresentado mapa temático da cobertura do solo e da vegetação, abrangendo toda a área do Parque, resultante da classificação supervisionada de imagem do satélite LANDS AT TM5 e produzido com o uso programa de geoprocessamento IDRISI v.5.0. Os resultados alcançados constituem elementos básicos para o estabelecimento de critérios necessários ao zoneamento e disciplinamento de usos da Unidade de Conservação.

Palavras-chave: Parque Estadual Delta do Jacuí, mapeamento da vegetação, zoneamento da vegetação, unidade de conservação

TÍTULO: O complexo "Senecionoide" (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul

AUTOR(A): Nelson Ivo Matzenbacher

DATA: 29/junho/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Luis Rios de Moura Baptista - UFRGS (orientador)

Graziela Maciel Barroso - JBRJ

Susana E. Freire - Universidad Nacional de La Plata, Argentina

Sílvia T. Sfoggia Miotto - UFRGS

Jorge Luiz Waechter - UFRGS

RESUMO - Apresenta-se estudo taxonômico do complexo Senecionoide no Rio Grande do Sul, relacionado com os gêneros Senecio, Pentacalia, Dendrophorbium e Pseitdogynoxys (Asteraceae - Senecioneae). No gênero Senecio são catalogadas 25 espécies, três variedades, uma forma e um híbrido; Pentacalia e Pseitdogynoxys, com apenas uma espécie em cada gênero, e em Dendrophorbium são catalogadas duas espécies. São apresentadas chaves dicotômicas para todos os táxons. Cada táxon é descrito e ilustrado e são incluídas sinonímias, ilustrações e mapas de distribuição geográfica no Estado, dados cariológicos, fenológicos, ecológicos e econômicos, bem como a relação do material examinado. Considerações históricas e cronológicas, como um todo e especificamente, bem como dados taxonômicos e anotações geográficas acompanham cada táxon descrito. Foram constatadas novas citações de sete espécies, uma variedade, uma forma biológica e de um híbrido para a Flora do Rio Grande do Sul. Também são fornecidos dados preliminares obtidos em estudos da filogenia molecular inter-específica do gênero Senecio.

Palavras-chave: Senecio, Senecioninae, Asteraceae, Taxonomia

TÍTULO: Fungos endófitos de madeira em troncos de árvores vivas de Eucalyptus dunnii Maiden

AUTOR(A): Rage Weidner Maluf

DATA: 06/novembro/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

Rosa Trinidad Guerrero - UFRGS (orientadora)

Lina Berttucci - Universid de La Republica Oriental del Uruguay, Uruguai

Clarice Loguercio Leite - UFSC

Eny Correa Viana - UFRGS

RESUMO - Com o objetivo de estudar fungos endófitos de troncos de árvores vivas de Eucalyptus dunnii Maiden, em uma região próxima à cidade de Guaíba, RS e, assim, contribuir para o entendimento destas comunidades fúngicas, foram isolados, desta espécie hospedeira, 33 táxons de diferentes grupos. Destes, utilizou-se os representantes do filos Basidiomycota e Ascomycota, totalizando 14 espécies, para realizar um estudo de suas relações, com base em testes de antagonismo, estudos de cultura e testes enzimáticos com as enzimas lacase, peroxidase, tirosinase e citocromo e testes com ácidos tânico e gálico. Com os resultados dos testes de antagonismo, realizou-se uma análise estatística de agrupamento e estabeleceu-se índices de inibição do crescimento para as espécies em confronto. As espécies que apresentaram maior poder antagônico sobre as demais, foram Mycoacia áurea, Peniophora molesta e Xylogone sphaerospora. Grammothele lineata e Phlebia sp. (26), mantiveram-se muito próximas deste grupo. Apesar destas espécies apresentarem velocidade de crescimento bastante alta, verificouse que tal característica não é necessariamente determinante na conquista e permanência de um substrato por um fungo. Os representantes da família Xylariaceae (Ascomycota) apresentaram poder combativo intermediário, com típica capacidade de manter-se nos espaços conquistados. As demais espécies foram consideradas com baixo poder antagônico, por não serem capazes de permanecer no espaço inicialmente conquistado, sendo fortemente inibidas pela maioria das espécies oponentes. Foi detectada a presença de fenolases extracelulares em todas as espécies testadas, indicando que se tratam de fungos causadores de podridão branca.

Palavras-chave: fungos endófitos, Basidiomycota, Ascomycota, Eucalyptus dunnii

TÍTULO: As espécies do gênero Eragrostis Wolf (Poaceae) no Brasil

AUTOR(A): Sonja de Castro Boechat

DATA: 05/junho/1998

LOCAL: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Botânica, Porto Alegre, RS

NÍVEL: Doutorado

BANCA EXAMINADORA:

Hilda Longui-Wagner - UFRGS (orientadora)

Ilsi Iob Boldrini - UFRGS

Tarciso Filgueiras - IBGE, DF

Ana Maria Giulietti - UEFS, BA

José F. M. Valls - CENARGEN

RESUMO - O presente trabalho trata da revisão taxonômica das espécies do gênero Eragrostis ocorrentes no Brasil, nativas e exóticas, complementado com a análise da distribuição geográfica das espécies nativas. Para a sua realização foi utilizada a metodologia usual em taxonomia, associada à análise da superfície do fruto em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) visando verificar a sua aplicabilidade na solução de problemas taxonômicos do gênero. Como base para este estudo foram examinados os materiais depositados em diversos herbários do Brasil e exterior, complementados por aqueles coletados em trabalho de campo. Das 153 entidades taxonômicas referidas para o país, 51 tiveram sua ocorrência confirmada. Foram citadas duas espécies novas para a Ciência e efetuadas nove sinonimizações. Grande parte das espécies de Eragrostis estudadas pode ser diferenciada através da macromorfologia dos frutos em estereomicroscópio, pela presença ou ausência de ornamentação na superfície e de sulco em vista ventral, bem como pela forma, cor e tamanho das cariopses. Para muitas espécies, a análise dos caracteres micromorfológicos da superfície das cariopses, em MEV, mostra peculiaridades que vêm reforçar ou confirmar a diferenciação já estabelecida pelos caracteres macromorfológicos, destacando-se o padrão de ornamentação. O padrão mais comum entre as espécies analisadas é o medianamente reticulado (14 espécies), seguido pelo padrão espessamente reticulado (10), finamente reticulado (9), alveolado (6), semiliso a liso (6) e estriado (4), sendo que quatro espécies variam quanto a este caráter. Por outro lado, para menor número de espécies muito próximas, nem os caracteres macromorfológicos, nem os micromorfológicos dos frutos são efetivos para estabelecer clara separação, sendo necessárias outras abordagens que auxiliem na definição de suas diferenças e semelhanças. Secções transversais foram analisadas visando esclarecer em que camada da cariopse as ornamentações são observadas, utilizando-se frutos de duas espécies. Com relação aos aspectos fitogeográficos, dos 53 táxons do gênero Eragrostis ocorrentes no Brasil, 15 são introduzidos ou adventícios. Os demais podem apresentar os seguintes padrões de distribuição geográfica: tropical, tropical/subtropical (espécies mais abundantes na área tropical, mas que se estendem até a Região Sul), tropical e subtropical (tão abundantes na região tropical subtropical), subtropical/tropical (o oposto do segundo padrão). É fornecida chave analítica para a identificação das espécies, subespécies e variedades, descrições e ilustrações, bem como estudo detalhado da macro e micromorfologia dos frutos. A distribuição geográfica é mostrada através de mapas, sendo apresentada também análise dos padrões gerais de distribuição das espécies nativas, bem como comparação entre a riqueza específica do gênero Eragrostis no Brasil e em outras regiões neotropicais.

Palavras-chave: Eragrostis, distribuição geográfica, morfologia da cariopse

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Jun 2011
  • Data do Fascículo
    Dez 1998
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