Acessibilidade / Reportar erro

Variação espaço-temporal de populações de Hypnea musciformis (Rhodophyta, Gigartinales) na baía de Sepetiba e Armação dos Búzios, RJ, Brasil

Spatial and temporal variation of populations of Hypnea musciformis (Rhodophyta, Gigartinales) in the Sepetiba bay and "Armação dos Búzios", RJ, Brazil

Resumos

Três populações de Hypnea musciformis foram analisadas ao longo do Estado do Rio de Janeiro; duas epifíticas, sublitorâneas, localizadas na baía de Sepetiba (município de Mangaratiba) e uma epilítica, litorânea, localizada em praia exposta a mar aberto (praia Rasa, município de Armação de Búzios). Essas populações foram analisadas quanto à produção de biomassa, flora acompanhante e as possíveis interações com alguns fatores ambientais. As biomassas de H. musciformis variaram nos três locais, não havendo padrão sazonal comum. Observou-se que a movimentação de água, insolação, flora acompanhante e a relação entre a epífita e o hospedeiro, Sargassum spp., causaram efeitos diferenciados sobre a produção das biomassas nas diferentes populações.

Hypnea musciformis; carragenófita; sazonalidade; biomassa


Three populations of H. musciformis were analyzed throughout Rio de Janeiro State; two sublittoral epiphytic populations located in the Sepetiba bay (Mangaratiba municipality), and one intertidal epilithic population on the shore facing the open sea (Rasa beach, Armação dos Búzios municipality). These populations were analyzed for seasonality in biomass production, the accompanying flora species, and the possible interactions with some environmental factors. The biomass production of H. musciformis was different at each site, water movement, sunlight, accompanying flora, and the relation between the epiphyte and host, Sargassum spp., caused different effects on biomass production in different populations.

Hypnea musciformis; carragenophyte; seasonality; biomass


Variação espaço-temporal de populações de Hypnea musciformis (Rhodophyta, Gigartinales) na baía de Sepetiba e Armação dos Búzios, RJ, Brasil* * Parte de Tese de Doutorado da primeira Autora

Spatial and temporal variation of populations of Hypnea musciformis (Rhodophyta, Gigartinales) in the Sepetiba bay and "Armação dos Búzios", RJ, Brazil

Renata Perpetuo ReisI; Yocie Yoneshigue-ValentinII

IInstituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/Ministério do Meio Ambiente, Rua Pacheco Leão, 915, CEP 22.460-030, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

IIDepartamento de Botânica, IB, Universidade Federal do Rio de Janeiro, CEP 21941 -900. Rio de Janeiro, RJ, Brasil

RESUMO

Três populações de Hypnea musciformis foram analisadas ao longo do Estado do Rio de Janeiro; duas epifíticas, sublitorâneas, localizadas na baía de Sepetiba (município de Mangaratiba) e uma epilítica, litorânea, localizada em praia exposta a mar aberto (praia Rasa, município de Armação de Búzios). Essas populações foram analisadas quanto à produção de biomassa, flora acompanhante e as possíveis interações com alguns fatores ambientais. As biomassas de H. musciformis variaram nos três locais, não havendo padrão sazonal comum. Observou-se que a movimentação de água, insolação, flora acompanhante e a relação entre a epífita e o hospedeiro, Sargassum spp., causaram efeitos diferenciados sobre a produção das biomassas nas diferentes populações.

Palavras chave:Hypnea musciformis, carragenófita, sazonalidade, biomassa

ABSTRACT

Three populations of H. musciformis were analyzed throughout Rio de Janeiro State; two sublittoral epiphytic populations located in the Sepetiba bay (Mangaratiba municipality), and one intertidal epilithic population on the shore facing the open sea (Rasa beach, Armação dos Búzios municipality). These populations were analyzed for seasonality in biomass production, the accompanying flora species, and the possible interactions with some environmental factors. The biomass production of H. musciformis was different at each site, water movement, sunlight, accompanying flora, and the relation between the epiphyte and host, Sargassum spp., caused different effects on biomass production in different populations.

Key words:Hypnea musciformis, carragenophyte, seasonality, biomass

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, através de bolsa para a segunda Autora; à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, pelo apoio financeiro, ao Instituto Nacional de Meteorologia/Distrito Sexto de Meteorologia/Ministério da Agricultura e do Abastecimento (INMET) e ao Banco de Dados Oceanográficos da Diretoria de Hidrografia e Navegação/Ministério da Marinha (DHN), pelo fornecimento de dados meteorológicos; aos colegas do Jardim Botânico, pelo constante apoio e críticas.

Recebido em 03/03/1999.

Aceito em 01/07/1999

  • Amado Filho, G. 1996. Metais pesados e macroalgas marinhas: resultados de campo, ensaios em laboratório e localização ultraestrutural Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  • Amado Filho, G.; Karez, C. S.; Andrade, L. R.; Yoneshigue-Valentín, Y. & Pfeifer, W. C. 1997. Effects on growth and acummulation of zinc in six seaweeds species. Ecotoxicology and Environmental Safety 37: 223-228.
  • Anderson C. & Gonçalves, L. 1996. Estado intervém em fábrica de zinco de Itaguaí O Globo, Rio de Janeiro, 27 fev, Rio, p.18.
  • Barcellos, C. 1995 Geodinâmica de cádmio e zinco na Baia de Sepetiba Tese de Doutorado. Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro.
  • Berchez, F. A. S. 1990. Ensaios de maricultura da alga Hypnea musciformis (Rhodophyta, Gigartinales) no litoral do Estado de São Paulo Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Berchez, F. A. S. & Oliveira Filho, E. C. 1990. Maricultural essays with the carragenophyte Hypnea musciformis in São Paulo, Brasil. Pp. 89-94. In: E. C. Oliveira Filho, Kautsky, N. (Ed.), Cultivation of seaweeds in Latin America, Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Berchez, F. A. S.; Pereira, R. T. L. & Kamiya, N. F. 1993. Culture of Hypnea musciformis (Rhodophyta - Gigartinales) on artificial substrates attached to linear ropes. Hydrobiologia 260/261: 415-420.
  • Câmara-Neto, C. 1987. Seaweed culture in Rio Grande do Norte, Brazil. Hidrobiología 151/152: 363-367.
  • Câmara-Neto, C; Araujo, R. A. & Pereira, M. V. 1980. Feasibility of seaweed culture in north-east áreas of Brazil-2. Culture of Hypnea musciformis (Wulfen) Lamour. and Gracilaria verrucosa (Hudson) Papenfuss close to reefes of Búzios - RN, Brazil. Symposium Coastal Aquaculture, Cochin, India Abstr. 112
  • Chapman, A. R. O. 1985. Demography. Pp. 251-268. In M. M. Littler & D. S. Littler (Ed.), Handbook of phycological methods: ecological field methods: macroalgae. Cambridge University Press, New York.
  • De Wreede, R. E. 1985. Destructive (harvest) sampling. Pp. 147-160. In M. M. Littler & D. S. Littler (Ed.), Handbook of phycological methods: ecological field methods: macroalgae. Cambridge University Press, New York.
  • Durako, M. J. & Dawes, C. J. 1980. A comparative seasonal study of two populations of Hypnea musciformis from the east and west coasts of Florida, USA I. Growth and chemistry. Marine Biology 59: 151-156.
  • Faccini, A. L. 1988. Ecologia e manejo de um banco natural de Hypnea musciformis (Rhodophyta, Gigartinales) no litoral norte do estado de São Paulo. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Friedlander, M. & Lipkin, Y. 1982. Rearing of agarophytes and carragenophytes under field conditions in Eastern Mediterranean. Botánica Marina 25: 101-105.
  • Friedlander, M. & Zelikovitch, N. 1984. Growth rates, phycocolloid yield and quality of the red seaweeds Gracilaria sp., Pterocladia capillacea, Hypnea musciformis and Hypnea comuta in field studies in Israel. Aquaculture 40: 57-66.
  • Gonçalves, L.; Alves, M. E. & Intrator, S. 1996. Feema avaliará vazamento na Baía de Sepetiba. O Globo, Rio de Janeiro, 25 fev 1996. Rio, p.38.
  • Gonçalves, L. & Intrator, S. 1996. Fábrica poluidora em Itaguaí deverá ser interditada. O Globo, Rio de Janeiro, 26 fev Rio, p.9.
  • Guist, G. G.; Dawes, C. J. & Castle, J. R. 1982. Mariculture of the red seaweed Hypnea musciformis. Aquaculture 28: 375-384.
  • Haines, K. C. 1975. Growth of the carrageenan-producing tropical red seaweed Hypnea musciformis in surface water , 870m deep water, effluent from a clam mariculture system, and in deep water enriched with artificial fertilizer or domestic sewage Pp. 1: 207-220. In: Xth Europen Symposium of Marine Biology
  • Humm, H. J. & Kreuzer, J. 1975. On the growth rate of the red alga Hypnea musciformis, in the Caribbean sea. Caribbean Journal of Science 15: 1-4.
  • Javoski, V. 1996. Mergulhador relata devastação na Baía de Sepetiba, O Globo, Rio de Janeiro, 28 fev. Rio, p.17.
  • Kain, J. M. & Norton, T. A. 1990. Marine Ecology. Pp. 377-422. In: K.M. Cole & R. G. Sheath (Ed.), Biology of the red algae. Cambridge Univ. Press, New York.
  • Lima, A. M.; Câmara-Neto, C; Oliveira-Filho, E. C & Araújo, R. A. 1981. Cultivo experimental de Hypnea musciformis e Gracilaria sp. em áreas protegidas por antigas linhas de costa (recifes) no litoral do Rio Grande do Norte. SUDENE, Estudos de Pesca 9: 95-107
  • Langston, R. W.; Haines, K. C. & Lyon, R. E. 1977. Ammonia-nitrogen production by the bivalve mollusc Tapes japónica and its recovery by the red seaweed Hypnea musciformis in a tropical marine system. Hegõlander wiss. Meeresunters 30: 217-229.
  • Mshigeni, K. E. 1977. Seasonal changes in the standing crops of three Hypnea species (Rhodophyta: Gigartinales) in Hawai. Botánica Marina 20: 303-306.
  • Murthy, M. S.; Ramakrisna, T.; Rao, Y. N. & Ghose, D. K. 1989. Ecological studies on some agarophytes from Veraval coast (India) I. Effects of aereal conditions on the biomass dynamics. Botánica Marina 32: 515-520.
  • Oliveira Filho, E. C. 1977. Algas marinhas bentônicas do Brasil. Tese de Livre-Docencia. Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Oliveira Filho, E. C. & Berchez, F. A. S. 1987. Ensayos sobre el cultivo del alga roja Hypnea musciformis (hodophyta - Gigartinales) in Sao Paulo, SP Pp. 339-409. In J. A . Verreth; M. Carrillo; S. Zanuys & E. A. Huisman (Ed.), Proceedings of the Tall TYabajo sobre Acuicultura en America Latina, Insat. Foundation for Science.
  • Oliveira Filho, E. C; Paula., E. J., Berchez, F A. S., 1990, Essays on the cultivation of tropical red seaweeds in tanks. Pp. 79-87. In: E. C. Oliveira Filho & Kautsky, N. Cultivation of seaweeds in Latin America, Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Oliveira Filho, E. C; Oliveira, M. C; Saito, R. M. & Garofalo, G. M. C. 1992. Carragenanas algas polivalentes. Ciência Hoje 14(81): 73-77.
  • Paula, E. J. 1978. Taxonomia, aspectos biológicos e ecológicos do gênero Sargassum (Phaeophyta - Fucales) em condições de laboratório Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Rao, R. K. 1970. Studies on growth cycle and phycocolloid content in Hypnea musciformis (Wulf.) Lamour. Botânica Marina 13: 163-165.
  • Reis, R. P. 1998. Variação espaço-temporal de carragenana em Hypnea musciformis (Wulfen) Lamouroux (Rhodophyta - Gigartinales) em bancos naturais do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  • Reis-Santos, R. P. 1991. Flora algal da Lagoa de Araruama, RJ Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  • Russel, D. J. & Balazs, G. H. 1994. Colonization by alien marine alga Hypnea musciformis (Wulfen) J.Ag. (RhodophytarGigartinales) in Hawaiian Islands and its utilization by the green turtle, Chelonia mydas L. Aquatic Botany 47: 53-60
  • Schenkman, R. P. F. 1980. Biomassa, crescimento e ficocolóide de Hypnea musciformis (Rhodophyta) no litoral do Estado de São Paulo, Brasil Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Schenkman, R. P. F. 1986. Cultura de Hypnea (Rodophyta) in vitro como subsídio para estudos morfológicos, reprodutivos e taxonômicos Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Schenkman, R. P. F. 1989. Hypnea musciformis (Rhodophyta): ecological influence on growth. Journal of Phycology 25: 192-196.
  • Szechy, M. T. M., Paula, E. J. 1997. Macroalgas epifitas em Sargassum (Phaeophyta - Fucales) do litoral dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil. Leandra 12: 1-10.
  • Tsuda, R. T. & Abbot, I. A. 1985. Collection, handling, preservation and logistics. Pp. 68-81, In: M.M. Littler & D. S. Littler (Ed.), Handbook of phycological methods: ecological field methods: macroalgae Cambridge Univ. Press, New York.
  • Ugadim, Y. 1985. Estudos taxonômicos de Gelidium e Pterocladia (Gelidiales - Rhodophyta) do Brasil Tese de Livre-Docencia. Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Underwood, A. J. 1981. Techniques of analysis of variance in experimental marine biology and ecology. Oceanography and Marine Biology Annual Review 19: 513-605.
  • Wallner, M.; Lobo, S.; Boccanera, N. & Mendes da Silva, E. 1992. Biomass, carrageenan yield and reproductive state of Hypnea musciformis (Rhodophyta : Gigartinales) under natural and experimental cultivated conditions. Aquaculture Fisheries Manage 23: 443-451.
  • Winner, B. J. 1971. Statistical principles in experimental design 2nd edition. McGraw-Hill, Tokyo.
  • Wynne, M. J. 1998. A checklist of benthic marine algae of the tropical and subtropical western Atlantic: first revision, Nova Hedwigia 116: 1-155.
  • Yokoya, S. N. 1989. Influência da temperatura e salinidade no crescimento de algumas espécies de agarófitas e carragenófitas - implicações práticas e biogeográficas Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Yoneshigue, Y. 1985. Taxonomie et écologie des algues marines dans la région de Cabo Frio (Rio de Janeiro, Brésil) Tese (Docteur d'État-Sciences), Université d'Aix, Marseille.
  • Zar, J. H. 1996. Biostatistical analysis Prentice-Hall International Editions, New Jersey.
  • *
    Parte de Tese de Doutorado da primeira Autora
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      07 Jun 2011
    • Data do Fascículo
      1998

    Histórico

    • Recebido
      03 Mar 1999
    • Aceito
      01 Jul 1999
    Sociedade Botânica do Brasil SCLN 307 - Bloco B - Sala 218 - Ed. Constrol Center Asa Norte CEP: 70746-520 Brasília/DF. - Alta Floresta - MT - Brazil
    E-mail: acta@botanica.org.br