Crescimento de plântulas de Solarium lycocarpum St. Hil. (lobeira) em casa de vegetação

Vidal, Mariane Carvalho; Stacciarini-Seraphin, Eliane; Câmara, Heloísa Helena L.L

doi:10.1590/S0102-33061999000300007

Resumos

O efeito de dois regimes de irrigação sobre o crescimento inicial de Solarium lycocarpum (Solanaceae) foi examinado em plântulas crescendo em casa de vegetação. Aos sete dias após o plantio, as plantas foram submetidas a dois tratamentos diferenciados de irrigação, com maior (Tl) e menor (T2) disponibilidade de água. Em 15 dias apresentaram percentagem de germinação (medida pela emergência das plântulas) de 6,8 no Tl e 15,9 no T2. Nos dois tratamentos o comprimento da raiz foi superior ao da parte aérea, entretanto a massa seca da parte aérea foi cerca de duas vezes maior que a da raiz. Os resultados apontam para uma característica adaptativa da espécie para sobrevivência em condições de baixa disponibilidade de água.

Solarium lycocarpum; lobeira; crescimento inicial; cerrado

The effect of water availability on the early growth of Solarium lycocarpum (Solanaceae) was investigated in seedlings growing in a greenhouse. On the seventh day after planting they were submitted to two different water treatments: T1 with more and T2 with less water availability. On the fifteenth day after planting, seedlings showed a germination percentage of 6.8 for T1 and 15.9 in T2. In both treatments the root length was greater than the height of the shoot, although the dry weight of the shoot was twice fold that of the roots. These results indicate an adaptive characteristic of the species to a water shortage.

Solarium lycocarpum; early growth; cerrado

Crescimento de plântulas de Solarium lycocarpum St. Hil. (lobeira) em casa de vegetação¹ 1 Auxílios FUNAPE/PRIPE/FINEP; trabalho apresentado no 49º Congresso Brasileiro de Botânica, Salvador, BA

Growth of seedlings of Solarium lycocarpum St. Hil. (lobeira) in greenhouse

Mariane Carvalho Vidal^I; Eliane Stacciarini-Seraphin^II; Heloísa Helena L.L. Câmara^II

^IEscola de Agronomia, Pós-graduação, Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, C. Postal 131, CEP 74001-970, Goiânia, GO, Brasil, e-mail: mvidal@agro.ufg.br

^IIDepartamento de Biologia Geral, ICB, Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, C. Postal 131, CEP 74001-970 Goiânia, GO, Brasil, e-mail: eliane@icbl.ufg.br

RESUMO

O efeito de dois regimes de irrigação sobre o crescimento inicial de Solarium lycocarpum (Solanaceae) foi examinado em plântulas crescendo em casa de vegetação. Aos sete dias após o plantio, as plantas foram submetidas a dois tratamentos diferenciados de irrigação, com maior (Tl) e menor (T2) disponibilidade de água. Em 15 dias apresentaram percentagem de germinação (medida pela emergência das plântulas) de 6,8 no Tl e 15,9 no T2. Nos dois tratamentos o comprimento da raiz foi superior ao da parte aérea, entretanto a massa seca da parte aérea foi cerca de duas vezes maior que a da raiz. Os resultados apontam para uma característica adaptativa da espécie para sobrevivência em condições de baixa disponibilidade de água.

Palavras-chave: Solarium lycocarpum, lobeira, crescimento inicial, cerrado

ABSTRACT

The effect of water availability on the early growth of Solarium lycocarpum (Solanaceae) was investigated in seedlings growing in a greenhouse. On the seventh day after planting they were submitted to two different water treatments: T1 with more and T2 with less water availability. On the fifteenth day after planting, seedlings showed a germination percentage of 6.8 for T1 and 15.9 in T2. In both treatments the root length was greater than the height of the shoot, although the dry weight of the shoot was twice fold that of the roots. These results indicate an adaptive characteristic of the species to a water shortage.

Key words: Solarium lycocarpum, early growth, cerrado

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Recebido em 28/01/1999.

Aceito em 30/08/1999

Ferri, M. G. 1971. Histórico dos trabalhos botânicos sobre o cerrado. Pp. 9-35. In: Simpósio sobre o cerrado. Ed. Edgard Blücher Ltda. e EDUSP, São Paulo.
Grotta, A. S. 1964. Contribuição à Sistemática de Solanum lycocarpum A. St. Hil. Tese de Doutorado. USP, São Paulo.
Lieberg, S. A. & Joly, C. A. 1993. Inga affinis DC (Mimosaceae): germinação e tolerância de plântulas à submersão. Revista Brasileira de Botânica 16(2): 175-179.
Lorenzi, H. 1991. Plantas daninhas do Brasil. Editora Plantarum, Nova Odessa.
Melo, J. T.; Silva, J. A.; Torres, R. A. A.; Silveira, C. E. S. & Caldas, L. S. 1998. Coleta, propagação e desenvolvimento inicial de espécies do cerrado. Pp. 195-243. In S. M. Sano & S. P. Almeida (Eds.), Cerrado: ambiente e flora. Embrapa, CPAC, Planaltina, DF.
Paulilo, M. T. S.; Felippe, G. M. & Dale, J. E. 1993. Crescimento inicial de Qualea grandiflora. Revista Brasileira de Botânica 16(1): 37-46.
Paulilo, M. T. S. & Felippe, G. M. 1994. Contribuição dos cotilédones e partição de matéria durante o crescimento inicial de Qualea grandiflora Mart. (Vochysiaceae). Revista Brasileira de Botânica 17(2): 87-91.
Paulilo, M. T. S. & Felippe, G. M. 1995. Resposta de plântulas de Qualea grandiflora Mart., uma espécie arbórea do cerrado, à adição de nutrientes minerais. Revista Brasileira de Botânica 18(1): 109-112.
PRIPE: Programa Regional Integrado de Pesquisa e Extensão da Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 1995. CEGRAF, UFG, Goiânia.
Sassaki, R. M. 1995. Dalbergia miscolobium Benth.: aspectos da biologia reprodutiva e do estabelecimento de plântulas. Tese de Doutorado. UNICAMP, Campinas.
Silva, J. A.; Silva, D. B.; Junqueira, N. T. V. & Andrade, L. R. M. 1994. Frutas nativas dos cerrados. Embrapa, CPAC, Planaltina, DF.
Turner, N. C. 1986. Adaptation to water deficits: a changing perspective. Australian Journal of Plant Physiology 13: 175-90.

1

Auxílios FUNAPE/PRIPE/FINEP; trabalho apresentado no 49º Congresso Brasileiro de Botânica, Salvador, BA

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
26 Maio 2011
Data do Fascículo
Dez 1999

Histórico

Recebido
28 Jan 1999
Aceito
30 Ago 1999

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[1] Ferri, M. G. 1971. Histórico dos trabalhos botânicos sobre o cerrado. Pp. 9-35. In: Simpósio sobre o cerrado. Ed. Edgard Blücher Ltda. e EDUSP, São Paulo.

[2] Grotta, A. S. 1964. Contribuição à Sistemática de Solanum lycocarpum A. St. Hil. Tese de Doutorado. USP, São Paulo.

[3] Lieberg, S. A. & Joly, C. A. 1993. Inga affinis DC (Mimosaceae): germinação e tolerância de plântulas à submersão. Revista Brasileira de Botânica 16(2): 175-179.

[4] Lorenzi, H. 1991. Plantas daninhas do Brasil. Editora Plantarum, Nova Odessa.

[5] Melo, J. T.; Silva, J. A.; Torres, R. A. A.; Silveira, C. E. S. & Caldas, L. S. 1998. Coleta, propagação e desenvolvimento inicial de espécies do cerrado. Pp. 195-243. In S. M. Sano & S. P. Almeida (Eds.), Cerrado: ambiente e flora. Embrapa, CPAC, Planaltina, DF.

[6] Paulilo, M. T. S.; Felippe, G. M. & Dale, J. E. 1993. Crescimento inicial de Qualea grandiflora. Revista Brasileira de Botânica 16(1): 37-46.

[7] Paulilo, M. T. S. & Felippe, G. M. 1994. Contribuição dos cotilédones e partição de matéria durante o crescimento inicial de Qualea grandiflora Mart. (Vochysiaceae). Revista Brasileira de Botânica 17(2): 87-91.

[8] Paulilo, M. T. S. & Felippe, G. M. 1995. Resposta de plântulas de Qualea grandiflora Mart., uma espécie arbórea do cerrado, à adição de nutrientes minerais. Revista Brasileira de Botânica 18(1): 109-112.

[9] PRIPE: Programa Regional Integrado de Pesquisa e Extensão da Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 1995. CEGRAF, UFG, Goiânia.

[10] Sassaki, R. M. 1995. Dalbergia miscolobium Benth.: aspectos da biologia reprodutiva e do estabelecimento de plântulas. Tese de Doutorado. UNICAMP, Campinas.

[11] Silva, J. A.; Silva, D. B.; Junqueira, N. T. V. & Andrade, L. R. M. 1994. Frutas nativas dos cerrados. Embrapa, CPAC, Planaltina, DF.

[12] Turner, N. C. 1986. Adaptation to water deficits: a changing perspective. Australian Journal of Plant Physiology 13: 175-90.