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Fitossociologia de trechos da vegetação do Complexo de Campo Maior, Campo Maior, PI, Brasil

Phytosociology in parts of vegetation from Campo Maior Complex in Campo Maior Municipality, Piauí State, Brazil

Resumos

Com o objetivo de contribuir para o conhecimento da fitofisionomia de transição de uma área no município de Campo Maior, recoberto pela vegetação denominada Complexo de Campo Maior, utilizou-se o método de quadrantes, considerando todos os indivíduos lenhosos incluídos cipós, com diâmetro do caule ao nível do solo (DNS) > 3cm. Foram alocados 100 pontos em cada área, Alto do Comandante e Baixão da Cobra, situadas na Fazenda Lourdes. Amostrou-se 46 espécies na primeira área e 44 na segunda, totalizando 68 espécies. Os valores de densidade e de área basal foram 2.730 e 2.799ind ha-1 e 38,22 e 38,58m² ha-1, respectivamente. As espécies com maior Índice do Valor de Importância (IVI) em Alto do Comandante foram Casearia ulmifolia Vahl ex Vent., Aspidosperma subincanum Mart., Combretum leprosum Mart. e Bauhinia ungulata L. A primeira posição de C. ulmifolia foi em conseqüência dos três parâmetros relativos. Apenas as três espécies de maiores IVI contribuíram com os maiores Índices do Valor de Cobertura (IVC). Em Baixão da Cobra, a espécie de maior IVI foi Aspidosperma subincanum Mart., também em conseqüência dos valores dos três parâmetros relativos. Destacou-se ainda, Combretum mellifluum Eichler, Bauhinia pulchella Benth. e Buchenavia capitata (Vahl.) Mart. As quatro espécies com maiores IVI corresponderam as de maiores IVC. O índice de diversidade de Shannon (H') foi de 3,20 e 3,09nats ind-1, para o Alto do Comandante e Baixão da Cobra, estes valores podem ser considerados altos quando comparados aos encontrados em trabalhos desenvolvidos na Caatinga, Carrasco e Cerrado no Nordeste brasileiro.

fitossociologia; ecótono; Campo Maior; Piauí


With the purpose to contribute to the knowledge of the phytophysionomy of transition in a area in Campo Maior province, recover for a vegetation denominated Complex of Campo Maior, utilized the Quadrants Method considering all stem diameter of > 3cm at the soil level. They were allocated 100 points in each area, Alto do Comandante and Baixão da Cobra, located in Lourdes' Farm. Were showed 46 species in Alto do Comandante and 44 in Baixão da Cobra, in a total of 68 species. The density values and of basal area were 2,730 and 2,799ind ha-1 and 38.22 and 38.58m² ha-1, respectively. The species with major rate of importance value (IVI) in Alto do Comandante were Casearia ulmifolia Vahl. ex Vent., Aspidosperma subincanum Mart., Combretum leprosum Mart. and Bauhinia ungulata L. The first position of C. ulmifolia was in consequence of three relative parameter. Only three species of major IVIs contributed with the majors rate of covering value (IVC). In Baixão da Cobra, the specie of major IVI was Aspidosperma subincanum Mart, also in consequence of three relative parameters values. Combretum mellifluum Eichler, Bauhinia pulchella Benth. and Buchenavia capitata (Vahl.) Mart. also stood out. The four species with major IVI corresponded with that ones of major IVC. The rates of diversity of Shannon (H') was 3.20 and 3.09nats ind-1 to Alto do Comandante and Baixão da Cobra, this values can be considered high when compared with the values found in works developed an Caatinga, Carrasco and Cerrado Brazilian Northeast.

phytosociology; ecotone; Campo Maior; Piaui State; Brazil


Fitossociologia de trechos da vegetação do Complexo de Campo Maior, Campo Maior, PI, Brasil1 1 Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro Autor. Auxílio CAPES 2 Autor para correspondência: ruthraquel@ibest.com.br

Phytosociology in parts of vegetation from Campo Maior Complex in Campo Maior Municipality, Piauí State, Brazil

Ruth Raquel Soares de FariasI, 2 1 Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro Autor. Auxílio CAPES 2 Autor para correspondência: ruthraquel@ibest.com.br ; Antonio Alberto Jorge Farias CastroII

IRua Desembargador Manoel Castelo Branco, 1000, CEP 64049-270, Teresina, PI, Brasil

IIUniversidade Federal do Piauí, Núcleo de Referência em Ciências Ambientais do Trópico Ecotonal do Nordeste (TROPEN/UFPI) e Departamento de Biologia, Av. Universitária 1310, Ininga, CEP 64049-550, Teresina, PI, Brasil (aajfcastro@uol.com.br)

RESUMO

Com o objetivo de contribuir para o conhecimento da fitofisionomia de transição de uma área no município de Campo Maior, recoberto pela vegetação denominada Complexo de Campo Maior, utilizou-se o método de quadrantes, considerando todos os indivíduos lenhosos incluídos cipós, com diâmetro do caule ao nível do solo (DNS) > 3cm. Foram alocados 100 pontos em cada área, Alto do Comandante e Baixão da Cobra, situadas na Fazenda Lourdes. Amostrou-se 46 espécies na primeira área e 44 na segunda, totalizando 68 espécies. Os valores de densidade e de área basal foram 2.730 e 2.799ind ha-1 e 38,22 e 38,58m2 ha-1, respectivamente. As espécies com maior Índice do Valor de Importância (IVI) em Alto do Comandante foram Casearia ulmifolia Vahl ex Vent., Aspidosperma subincanum Mart., Combretum leprosum Mart. e Bauhinia ungulata L. A primeira posição de C. ulmifolia foi em conseqüência dos três parâmetros relativos. Apenas as três espécies de maiores IVI contribuíram com os maiores Índices do Valor de Cobertura (IVC). Em Baixão da Cobra, a espécie de maior IVI foi Aspidosperma subincanum Mart., também em conseqüência dos valores dos três parâmetros relativos. Destacou-se ainda, Combretum mellifluum Eichler, Bauhinia pulchella Benth. e Buchenavia capitata (Vahl.) Mart. As quatro espécies com maiores IVI corresponderam as de maiores IVC. O índice de diversidade de Shannon (H') foi de 3,20 e 3,09nats ind-1, para o Alto do Comandante e Baixão da Cobra, estes valores podem ser considerados altos quando comparados aos encontrados em trabalhos desenvolvidos na Caatinga, Carrasco e Cerrado no Nordeste brasileiro.

Palavras-chave: fitossociologia, ecótono, Campo Maior, Piauí

ABSTRACT

With the purpose to contribute to the knowledge of the phytophysionomy of transition in a area in Campo Maior province, recover for a vegetation denominated Complex of Campo Maior, utilized the Quadrants Method considering all stem diameter of > 3cm at the soil level. They were allocated 100 points in each area, Alto do Comandante and Baixão da Cobra, located in Lourdes' Farm. Were showed 46 species in Alto do Comandante and 44 in Baixão da Cobra, in a total of 68 species. The density values and of basal area were 2,730 and 2,799ind ha-1 and 38.22 and 38.58m2 ha-1, respectively. The species with major rate of importance value (IVI) in Alto do Comandante were Casearia ulmifolia Vahl. ex Vent., Aspidosperma subincanum Mart., Combretum leprosum Mart. and Bauhinia ungulata L. The first position of C. ulmifolia was in consequence of three relative parameter. Only three species of major IVIs contributed with the majors rate of covering value (IVC). In Baixão da Cobra, the specie of major IVI was Aspidosperma subincanum Mart, also in consequence of three relative parameters values. Combretum mellifluum Eichler, Bauhinia pulchella Benth. and Buchenavia capitata (Vahl.) Mart. also stood out. The four species with major IVI corresponded with that ones of major IVC. The rates of diversity of Shannon (H') was 3.20 and 3.09nats ind-1 to Alto do Comandante and Baixão da Cobra, this values can be considered high when compared with the values found in works developed an Caatinga, Carrasco and Cerrado Brazilian Northeast.

Key words: phytosociology, ecotone, Campo Maior, Piaui State, Brazil

Introdução

O Nordeste brasileiro ocupa área de 1.548.672km2 (Pauwels 1985) dos quais 960.461km2 (62%) têm sido considerados como semi-árido (Mello Netto et al. 1992). Entretanto, Sousa et al. (1994), com base na isoieta modal de 800mm ano-1 e em critérios de natureza geo-ambiental, afirmaram que a área do semi-árido é de 788.064km2, onde a precipitação média anual varia de 400 a 800mm e que, além da vegetação caducifólia espinhosa da caatinga, ocorrem tipos vegetacionais transicionais associados a outras formações de ocorrência natural.

No Estado do Piauí, as formações vegetais sofrem a influência de diferentes domínios, como o Amazônico, o do Planalto Central e o do Nordeste, caracterizandose por apresentar grande diversidade de ecossistemas, como a floresta latifoliada subcaducifólia, a floresta mista subcaducifolia, a floresta latifoliada caducifólia não espinhosa e as áreas de transição entre mata de babaçu/cerrado, mata seca/cerrado e cerrado/caatinga (CEPRO 1996a).

Nas áreas de transição, que cobrem cerca de 19% da área total do Estado do Piauí, existe um tipo vegetacional denominado de Complexo de Campo Maior que faz parte das áreas consideradas de tensão ecológica (Rivas 1996), que compõem o maior domínio fitoecológico da bacia hidrográfica do Rio Parnaíba. A maior concentração desta fisionomia vegetal está situada nas unidades geoambientais do Vale do Gurguéia, Tabuleiros do Parnaíba e Baixada de Campo Maior. A Baixada de Campo Maior é ambiente que está sujeito a freqüentes inundações, apresentando caráter de transição tendendo para instável.

Outros biomas destacam-se no Estado, como a Caatinga (37%), ocorrendo no leste e sudoeste do mesmo, caracterizadas por apresentar porte arbóreo, arbustivo-arbóreo ou arbustivo, com densidades variadas e o Cerrado, com 33%, colocando o Piauí como o quarto estado brasileiro com maior representatividade por ocupação desta vegetação e o primeiro em relação à região Nordeste (Castro 2000; Castro & Martins 1999; Castro et al. 1998; Oliveira et al. 1997; CEPRO 1996b).

Devido a escassez de informações em áreas transicionais, o presente trabalho fitossociológico representa a primeira contribuição ao conhecimento da vegetação do município de Campo Maior, PI, pertencente ao Complexo de Campo Maior, portanto objetivou-se caracterizar a composição florística e a estrutura fitossociológica da vegetação.

Material e métodos

As análises fitossociológicas foram desenvolvidas em duas áreas na Fazenda Lourdes (04°51'S e 42°04'W), localizada no município de Campo Maior, pertencente à microrregião de Campo Maior, Piauí (Fig. 1). O tipo vegetacional da região é denominado Complexo de Campo Maior e caracteriza-se por apresentar segundo Köppen, clima tropical subúmido seco (C1WA'4a'), com pequena amplitude térmica no verão. A duração do período seco é de seis meses, com temperatura máxima de 35°C e mínima de 28°C. Os solos apresentam horizonte "B" latossólico, pouco desenvolvidos, hidromórficos e concrecionários tropicais (CEPRO 1992). O método utilizado na amostragem da vegetação foi o de quadrantes (Curtis & Macintosh 1950; Martins 1991). A distribuição das unidades amostrais foi efetuada de modo sistemático, com base nos padrões de homogeneidade da vegetação. As duas áreas escolhidas receberam a denominação de "capões" conforme a população local, sendo a primeira denominada Alto do Comandante, com altitude de 120m e coordenadas 04°52'S e 42°03'W e a segunda, Baixão da Cobra, com altitude de 95m e 4°52'S e 42°04'W, as quais são áreas bem preservadas, que melhor caracterizam o mosaico em estudo. O número total de unidades amostrais, 100 pontos em cada área, foi determinado pelo binômio tempo/esforço. A alocação dos pontos amostrais foi feita a cada 10m. Amostrouse os indivíduos lenhosos, vivos, com diâmetro do caule ao nível do solo (DNS) igual ou superior a 3cm, exceto as bromeliáceas.


O sistema de classificação adotado foi o de Cronquist (1988) e para abreviatura dos nomes de autores, utilizou-se Brummitt & Powell (1992).

Os parâmetros fitossociológicos considerados na análise da organização comunitária foram: densidade total, área basal total, freqüência total, altura, diâmetro mínimo, médio e máximo e os parâmetros: densidade, freqüência, dominância, índice do valor de importância (IVI) e índice do valor de cobertura (IVC). O índice de diversidade utilizado foi o de Shannon (H'). Nesses cálculos, foi utilizado o programa FITOPAC (Shepherd 1995). O índice de riqueza de espécies aplicado foi o de Whittaker (RE), sendo RE = E/ln (N), onde E é o número de espécies amostradas e N é o número total de indivíduos amostrados.

Elaborou-se histogramas com os dados de altura a intervalos fixos de um metro, fechado à esquerda e aberto à direita, e os de diâmetro com intervalos de 3cm, caracterizando-se assim a arquitetura da fitocenose. A definição dos estratos foi realizada segundo Castro (1994).

Em relação às formas de vida, considerou-se nanofanerófitas as espécies cujos indivíduos apresentaram alturas entre 1,0 e 2,0m; microfanerófitas, com alturas de 2,1 a 8,0m; e mesofanerófitas, com alturas acima de 8,1m (Barkman 1978).

Para representação dos perfis fisionômicos da vegetação em estudo, foram sorteados 10 intervalos, cinco em cada capão, de 2×20m envolvendo o espaço entre três estacas, representando 20% da amostra. Todos os indivíduos dentro de cada intervalo foram desenhados esquematicamente.

Para análise entre os dados obtidos e compreensão das relações de similaridade florística, realizou-se a comparação entre os táxons determinados ao nível específico amostrados no Alto do Comandante e Baixão da Cobra, com outros trabalhos quantitativos realizados para vários tipos vegetacionais do Nordeste, tais como M.R. Fonseca (dados não publicados); M.J.N. Rodal (dados não publicados); F.G.Alcoforado Filho (dados não publicados); Araújo et al. (1995); E.M.N. Ferraz (dados não publicados); Figueirêdo et al. (2000) e Lemos & Rodal (2002) em áreas de vegetação caducifólia espinhosa; Araújo et al. (1998) e Araújo & Martins (1999), em vegetação caducifólia não espinhosa; Oliveira et al. (1997) e A.P.S. Gomes (dados não publicados), em transição caatinga-carrasco; Rodal et al. (1998), em uma vegetação arbustiva perenifólia e Castro (1994) e Conceição (2000), em Cerrado. Através de uma matriz de presença e ausência foram testados os índices de similaridade de Jaccard (IJ) e Sørensen (IS) e elaborados dendogramas por meio do software Krebs for Windows, versão 3.1 (Krebs 1989).

Para identificar os solos presentes nas áreas estudadas foram abertas três trincheiras, uma no Baixão da Cobra e duas no Alto do Comandante por apresentar diferenças estruturais e fisionômicas de solos. Nestas trincheiras, foram identificados os horizontes que compõem o chamado perfil representativo do solo. As amostras coletadas foram enviadas ao Laboratório de Análises de Solo da Universidade Federal do Piauí (LASO), para análises físicas e químicas, seguindo-se a metodologia proposta pela EMBRAPA (1999).

Os dados para obtenção do balanço hídrico, elaborado segundo Thornthwaite & Mather (1955) foram compilados durante o período de 90 anos (1912a 2001) para o município de Campo Maior, PI, e fornecidos pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Recursos Hídricos, Departamento de Hidrometeorologia.

Resultados e discussão

Fitossociologia - Foram determinadas 28 famílias, contendo 54 gêneros e 68 espécies (Tab. 1). Destas, 11 foram consideradas amostráveis, ou seja, atendiam ao critério de inclusão, mas não estavam incluídos nos mesmos (Castro 1994): Caesalpinia ferrea, Cochlospermum vitifolium, Jacaranda brasiliana, Ouratea cearensis, Randia armata, Simarouba versicolor, Tocoyena hispidula e Vitex cymosa no Alto do Comandante e Alibertia edulis, Anacardium occidentale e Copaifera sp. no Baixão da Cobra.

No levantamento fitossociológico, foram amostradas 46 espécies em Alto do Comandante e 44 em Baixão da Cobra. Na primeira área, as famílias com maior número de espécies foram Apocynaceae, Bignoniaceae e Caesalpiniaceae (6 espécies), enquanto 65% das famílias estiveram representadas por uma única espécie. No Baixão da Cobra, destacaram-se, Caesalpiniaceae, Combretaceae (5 espécies), e Bignoniaceae (4), enquanto 60% das famílias estiveram representadas por uma única espécie. Das espécies de Bignoniaceae registradas, quatros foram lianas, em Alto do Comandante, enquanto em Baixão da Cobra foram apenas três. Em relação ao posicionamento das famílias quanto ao IVI, verificou-se em Alto do Comandante (Tab. 2), Apocynaceae (17,23%), Combretaceae (16,82%) e Caesalpiniaceae (12,69%) e em Baixão da Cobra (Tab. 3), as mesmas famílias apresentaram maior IVI, entretanto Combretaceae apresentou (22,10%), seguida de Apocynaceae 17,22% e Caesalpiniaceae 12,71%.

Em Alto do Comandante, a ordenação das espécies pelos seus valores de IVI seguiu a seguinte ordem, Casearia ulmifolia, Aspidosperma subincanum, Combretum leprosum e Bauhinia ungulata as quais, obtiveram os maiores IVI totais. A primeira posição para Casearia ulmifolia foi em conseqüência dos três parâmetros relativos, caracterizando a mesma como de ampla distribuição na área de estudo. Apenas as três espécies de maiores IVIs contribuíram com os maiores IVC (Tab. 4).

Na segunda área, a espécie de maior importância foi Aspidosperma subincanum (Tab. 5) em conseqüência dos valores dos três parâmetros relativos. Depois seguiram-se as espécies, Combretum mellifluum, Bauhinia pulchella e Buchenavia capitata. Neste caso, as quatro espécies com maiores valores de IVI também apresentaram maiores IVC.

No Alto do Comandante, nove espécies representaram 64% do número total de indivíduos, sendo consideradas dominantes na taxocenose, destacando-se, Combretum leprosum (10,5%) e Casearia ulmifolia (9,75%) e as demais apresentaram valores abaixo de 8%. No Baixão da Cobra, de forma semelhante, nove espécies corresponderam a 65,25% do total de indivíduos, com destaque para B. pulchella (13,75%) e A. subincanum (13,25%).

Na Tab. 6 apresenta-se os valores de alguns parâmetros fisionômicos encontrados nas áreas estudadas e em 26 levantamentos realizados em diversos tipos vegetacionais do Nordeste.

Os valores para a densidade total de Alto do Comandante e Baixão da Cobra, foram de 2.730 e 2.799ind ha-1, sendo inferiores aos da maioria dos trabalhos consultados, exceto nos de M.J.N. Rodal (dados não publicados), Rodal et al. (1998) e Figueirêdo et al. (2000), todas localizadas no Estado de Pernambuco. As áreas basais foram de 38,22 e 38,58m2ha-1 para Alto do Comandante e Baixão da Cobra, respectivamente, neste caso, sendo superiores a quase todos os levantamentos analisados, exceto por uma área de carrasco de Araújo et al. (1998).

O índice de Shannon (H') foi de 3,20nats ind.-1 para Alto do Comandante e 3,09nats ind.-1 para o Baixão da Cobra, que possuem uma alta diversidade de espécies, sendo superior as encontradas na Caatinga, Cerrado e em algumas áreas do Carrasco do Nordeste. Estes resultados devem-se provavelmente ao método de amostragem, ao tamanho da área amostrada e, ainda devido as regiões ecotonais, corresponderem também, a áreas onde processos de especiação ocorrem com maior freqüência.

O índice de riqueza das espécies, 7,68nats esp-1 para Alto do Comandante e 7,34nats esp-1 para Baixão da Cobra também foi considerado alto, sendo semelhantes aos valores de F.G. Alcoforado Filho (dados não publicados) em área de caatinga, Oliveira et al. (1997) em transição caatinga de areia-carrasco, de Araújo et al. (1998) no carrasco, no entanto foram inferiores aos valores encontrados por A.P.S. Gomes (dados não publicados), com 8,3nats esp-1, em vegetação arbustiva subcaducifólia no município de Buíque, Pernambuco.

As alturas médias e máximas foram de 4,60 e 16,50m em Alto do Comandante e 5,20 e 17,0m em Baixão da Cobra e os diâmetros médios e máximos 9,94 e 90,71cm em Alto do Comandante e 9,56 e 76,39cm no Baixão da Cobra. Quando comparados a levantamentos realizados em outros tipos vegetacionais, a altura média foi similar às duas áreas de carrasco estudadas por Araújo et al. (1998), superior a todos os outros, e inferior a uma área de caatinga do cristalino estudada por M.J.N. Rodal (dados não publicados). A altura máxima foi superada apenas em uma área de caatinga do cristalino (F.G. Alcoforado Filho, dados não publicados). Os valores para os diâmetros médios, por sua vez, foram superados apenas em estudos realizados por M.J.N. Rodal (dados não publicados), e E.M.N. Ferraz (dados não publicados) em Serra Talhada, a 700m de altitude, e o diâmetro máximo apenas nas pesquisas de Castro (1994) com 197,4cm em uma área de cerrado.

Entre a altura mínima de 1m e a máxima de 17m em Alto do Comandante e em Baixão da Cobra foram definidas 16 e 17 classes, respectivamente (Fig. 2). As classes com maior número de indivíduos em Alto do Comandante e no Baixão da Cobra foram a segunda, terceira, quarta e quinta, o que corresponde a 63,75% em Alto do Comandante e 68,75% em Baixão da Cobra. As espécies que apresentaram maior altura individual foram Tabebuia impetiginosa e Buchenavia capitata, em Alto do Comandante e Luetzelburgia auriculata no Baixão da Cobra.


Em relação às classes de diâmetro, Alto do Comandante e Baixão da Cobra apresentaram 30 e 25 classes (Fig. 3), respectivamente, tendo as duas primeiras destacado-se com 255 indivíduos, perfazendo 63,75% do total em Alto do Comandante, e 275 (68,75%) do total de indivíduos amostrados no Baixão da Cobra. As espécies que apresentaram maiores diâmetros foram: Pouteria sp., em Alto do Comandante e Terminalia actinophylla, no Baixão da Cobra.


As populações amostradas nas duas áreas estudadas formaram dois estratos (Fig. 4 e 5): em Alto do Comandante, o estrato superior incluiu 38 espécies, sendo Tabebuia impetiginosa e Buchenavia capitata as duas emergentes. O estrato inferior é composto pelas espécies, Croton campestris, Bauhinia dubia, Aspidosperma pyrifolium, Chomelia obtusa, Cereus jamacaru e Allamanda blanchetti; no Baixão da Cobbra, o estrato superior esteve representado por 37 espécies, tendo Luetzelburgia auriculata como emergente e o inferior, com sete espécies, Combretum duarteanum, Senna acuruensis, Vitex cymosa, C. obtusa, Cordia rufescens, Allamanda blanchetti e Tocoyena hispidula.



A sinúsia das áreas estudadas foi predominantemente microfanerofítica perfazendo 81,75%, dos indivíduos em Alto do Comandante e 79% em Baixão da Cobra. Para representar as formas de vida das espécies, considerou-se a altura máxima, onde destacaram-se as microfanerofítas e mesofanerófitas (24 e 21 espécies) em Alto do Comandante e em Baixão do Cobra (23 e 20), respectivamente. O número de espécies mesofanerófitas foi superior a dos trabalhos realizados para outros tipos vegetacionais como os de M.J.N. Rodal (dados não publicados); F.G. Alcoforado Filho (dados não publicados); E.M.N. Ferraz (dados não publicados); Oliveira et al. (1997) e Rodal et al. (1998).

As Fig. 6 a 9 representam quatro dos dez perfis esquemáticos da vegetação amostrada. Observa-se que as áreas em geral são fechadas, com uma presença marcante de cipós, pouco estrato herbáceo, enquanto o estrato arbóreo de médio porte, não forma um dossel fechado e apresentam poucas espécies emergentes. Mesmo esquematicamente, pode-se notar que as áreas possuem fisionomia distinta, não se enquadrando a outras já analisadas. Isto pode ser facilmente comprovado nas mudanças visíveis de um perfil para outro, principalmente, considerando o fato de ser um conjunto de perfis referente à vegetação de uma mesma área.



Ao se comparar as espécies listadas neste trabalho, com as encontradas em outros levantamentos de vários tipos vegetacionais do Nordeste, observouse que 18 espécies foram exclusivas às duas áreas estudadas, sendo nove espécies comuns ao Alto do Comandante e Baixão da Cobra, Aspidosperma cuspa, Bauhinia pulchella, Bauhinia ungulata, Callisthene fasciculata, Casearia ulmifolia, Combretum duarteanum, Croton campestris, Guettarda virbunoides e Helicteres heptandra; três presentes apenas em Alto do Comandante, Caesalpinia bracteosa, Combretum lanceolatum e Tabernaemontana hystrix e seis em Baixão da Cobra, Luehea speciosa, Martiodendron mediterraneum, Mimosa caesalpiniifolia, Terminalia actinophylla, Tocoyena hispidula e Cochlospermum cf. vitifolium. Destas, algumas como Aspidosperma cuspa, C. campestris e M. caesalpinifolia são consideradas endêmicas da caatinga segundo Giulietti et al. (2002).

Com a análise de agrupamento, verificou-se que o índice de Jaccard fez uma melhor formação de dois grupos florísticos (Fig. 10): A, que evidenciou a vegetação de caatinga instalada no cristalino como M.R. Fonseca (dados não publicados), M.J.N. Rodal (dados não publicados), F.G. Alcoforado Filho (dados não publicados), Araújo et al. (1995) e E.M.N. Ferraz (dados não publicados). Em uma segunda divisão de similaridade, o grupo B que se desmembra em dois subgrupos, B1, que reuniu todos os levantamentos de Carrasco e Caatinga do sedimentar realizados por Oliveira et al. (1997), Rodal et al. (1998), A.P.S. Gomes (dados não publicados), Araújo et al. (1998), Araújo & Martins (1999), Figueirêdo et al. (2000) e Lemos & Rodal (2002) e B2 que englobou os levantamentos do Cerrado de Castro (dados não publicados), Conceição (2000) e as áreas do presente estudo.


Os resultados indicaram que existem fortes diferenças na composição florística dos diversos tipos fisionômicos comparados em Alto do Comandante e Baixão da Cobra. Ficaram evidentes as maiores semelhanças das áreas estudadas com as áreas de Cerrado do Piauí e Maranhão. As maiores diferenças, por sua vez, foram observadas com os trabalhos de Caatinga do cristalino. Este caráter de transição das áreas pesquisadas e a dificuldade de enquadrá-las em um único bioma, é acentuada pela ausência de levantamentos para outras regiões do Complexo de Campo Maior. Portanto, não é possível no momento, determinar com precisão se Alto do Comandante e Baixão da Cobra apresentam composição mais próxima a algum dos tipos vegetacionais comparados anteriormente, caracterizando-se, portanto, como áreas ecotonais.

Solos - A Tab. 7 contém os resultados das análises químicas e físicas das amostras do solo da primeira trincheira, enquanto as demais não foram apresentadas por terem mostrado resultados semelhantes.

Os teores de cátions trocáveis apresentaram valores baixos quando comparados aos dados registrados pela Fernandes et al. (1993): Ca2+ variou de 0,1 a 0,6; Mg2+ de 0,1 a 0,4; K+ de 0,05 a 0,18 e Al3+ de 0,1 a 0,3. A soma das bases (S), apresentou valores baixos, os quais que variaram de 0,6 a 1,4. A capacidade de troca catiônica (CTC), variou de baixa à média (3,5 a 9,8). Tendo em vista que a CTC é uma conseqüência da natureza e dos componentes do solo, ligados diretamente à soma das bases (S) e acidez titulável (Al3+ + H+), o solo estudado apresenta uma fertilidade média.

Os valores da saturação por bases (V), foram menores que 50%, caracterizando um solo distrófico. Os teores de matéria orgânica foram baixos de acordo com a Fernandes (1993), variando de 0,23 a 1,49, devido, provavelmente, à acidez do solo, uma vez que o pH em água indicaram valores de 4,3 a 5,2. A proporção de areia grossa, silte e argila aumentaram com a profundidade, o contrário ocorrendo com areia fina.

Os resultados das análises físicas e químicas dos horizontes das três trincheiras e a descrição dos perfis enquadram o solo, conforme os critérios do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos da Embrapa, como Plintossolo Pétrico Concrecionário Distrófico, ácido léptico, de textura média esquelética, raso a pouco profundo. As áreas mais expressivas destes solos estão situadas no Médio Amazonas, na Ilha de Marajó, no Amapá, na Baixada Maranhense - Gurupi, no Pantanal, na Ilha do Bananal, TO e na região de Campo Maior do Piauí (EMBRAPA 1999).

Clima - Na área estudada, a precipitação anual é de 1.280,8mm, a qual é semelhante a precipitação aos encontrada por Conceição (2000) em uma área de Cerrado no Maranhão, e superior a todas as áreas de vegetação caducifólia espinhosa, caducifólia não espinhosa, transição caatinga de areia - carrasco, vegetação arbustiva perenifólia, arbustiva subcaducifólia e uma vegetação de Cerrado no Piauí (Tab. 6). Os maiores índices pluviométricos (313,9mm) foram detectados no mês de março e menor em agosto (7,2mm). A temperatura média anual é de 27 a 33,7°C, tendo a mínima 23,4°C em janeiro e a máxima 38,7°C em novembro.

O período de excedente hídrico estende-se de janeiro a abril e o de deficiência de maio a dezembro. A evapotranspiração anual foi de 1970,0mm, o índice de aridez 20,06 e o hídrico de -14,21. Adotando a classificação de Thornthwaite & Mather (1955), o clima ficou definido como clima subúmido seco, com grande excedente de água no verão, quinto megatérmico e com pequena amplitude térmica anual (C1W2A5'a).

Como considerações finais, pode-se colocar que a vegetação do Complexo de Campo Maior caracteriza-se como um ambiente sujeito a freqüentes inundações, conferindo-lhe o caráter de transição, tendendo para instabilidade. Observam-se mudanças fisionômicas em sua composição e no arranjo das espécies, passando de campo, a vários tipos fisionômicos de cerrado, caatinga, carrasco e mata semidecídua. Mesmo nos "capões", ocorre uma variação na composição (florística e diversidade) e na distribuição das espécies (fitossociologia). Acredita-se que o apanhado de dados como densidade, freqüência, altura das espécies arbóreas e a composição florística, adquiridos através deste trabalho, tenham sido o primeiro passo, e o mais coerente, para auxiliar na classificação desta fitofisionomia, bem como, subsidiar estudos futuros, pois se faz necessário e urgente a realização de outros levantamentos, pois necessita-se de informações básicas para auxiliar na implantação e consolidação de unidades de conservação necessárias para região, tendo em vista que as atividades antrópicas vêm ampliando nas áreas de tensão ecológica.

Recebido em 08/06/2003. Aceito em 08/06/2004

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  • 1
    Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro Autor. Auxílio CAPES
    2
    Autor para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      28 Mar 2005
    • Data do Fascículo
      Dez 2004

    Histórico

    • Aceito
      08 Jun 2004
    • Recebido
      08 Jun 2003
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