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Gêneros de fungos liquenizados dos manguezais do Sul-Sudeste do Brasil, com enfoque no manguezal do Rio Itanhaém, Estado de São Paulo

Lichenized fungi genera from the mangroves of South and Southestern Brazil, with emphasis on the Itanhaém River mangrove, São Paulo State

Resumos

(Gêneros de Fungos Liquenizados dos Manguezais do Sul-Sudeste do Brasil, com enfoque no manguezal do Rio Itanhaém, Estado de São Paulo). Foi realizado um levantamento dos gêneros de fungos liquenizados do manguezal do Rio Itanhaém. A única lista conhecida para os manguezais do sul-sudeste brasileiro foi publicada por Marcelli em 1992, com especial atenção ao do Rio Itanhaém, sendo que vários dos gêneros então conhecidos tiveram suas posições taxonômicas revistas, com um grande número sendo dividido em vários outros nos últimos anos. O objetivo deste trabalho foi realizar um novo levantamento de gêneros de fungos liquenizados para o manguezal do Rio Itanhaém, também conhecidos para as outras regiões de manguezais do sul-sudeste brasileiro, e elaborar uma chave de identificação para os gêneros que ocorrem nesse importante tipo de vegetação tropical. São apresentadas, pela primeira vez em língua portuguesa, descrições e observações sobre 81 gêneros de fungos liquenizados, referidos no levantamento de Marcelli, atualizados com a bibliografia recente.

Brasil; Fungos liquenizados; Manguezal; Taxonomia


(Lichenized fungi genera from the mangroves of South and Southestern Brazil, with emphasis on the Itanhaém River mangrove, São Paulo State). An inventory of the lichenized fungi genera at the Itanhaém River mangrove was done to update the identification status of the known genera. The only known list for southern and southeastern Brazilian mangroves was published by Marcelli in 1992. Special attention was given to the Itanhaém River, and many of the known genera had their taxonomic positions revised; many have also been split into other genera over the past few years. The purpose of this research a new inventory of lichenized fungi genera of the Itanhaém River mangrove, also known from other mangrove regions of southern and southeastern Brazil, and present an identification key for the genera found in this important tropical vegetation type. Also, descriptions and observations of 81 lichenized fungi genera, reported by Marcelli, are presented here for the first time in Portuguese, updated using recent bibliography.

Brazil; Lichenized fungi; Mangrove; Taxonomy


Gêneros de fungos liquenizados dos manguezais do Sul-Sudeste do Brasil, com enfoque no manguezal do Rio Itanhaém, Estado de São Paulo

Lichenized fungi genera from the mangroves of South and Southestern Brazil, with emphasis on the Itanhaém River mangrove, São Paulo State

Michel Navarro Benatti1 1 Autor para correspondência: michel_benatti@yahoo.com.br ; Marcelo Pinto Marcelli

Instituto de Botânica, Seção de Micologia e Liquenologia, C. Postal 3005, 01061-970 São Paulo, SP, Brasil

RESUMO

Foi realizado um levantamento dos gêneros de fungos liquenizados do manguezal do Rio Itanhaém. A única lista conhecida para os manguezais do sul-sudeste brasileiro foi publicada por Marcelli em 1992, com especial atenção ao do Rio Itanhaém, sendo que vários dos gêneros então conhecidos tiveram suas posições taxonômicas revistas, com um grande número sendo dividido em vários outros nos últimos anos. O objetivo deste trabalho foi realizar um novo levantamento de gêneros de fungos liquenizados para o manguezal do Rio Itanhaém, também conhecidos para as outras regiões de manguezais do sul-sudeste brasileiro, e elaborar uma chave de identificação para os gêneros que ocorrem nesse importante tipo de vegetação tropical. São apresentadas, pela primeira vez em língua portuguesa, descrições e observações sobre 81 gêneros de fungos liquenizados, referidos no levantamento de Marcelli, atualizados com a bibliografia recente.

Palavras-chave: Brasil, Fungos liquenizados, Manguezal, Taxonomia

ABSTRACT

An inventory of the lichenized fungi genera at the Itanhaém River mangrove was done to update the identification status of the known genera. The only known list for southern and southeastern Brazilian mangroves was published by Marcelli in 1992. Special attention was given to the Itanhaém River, and many of the known genera had their taxonomic positions revised; many have also been split into other genera over the past few years. The purpose of this research a new inventory of lichenized fungi genera of the Itanhaém River mangrove, also known from other mangrove regions of southern and southeastern Brazil, and present an identification key for the genera found in this important tropical vegetation type. Also, descriptions and observations of 81 lichenized fungi genera, reported by Marcelli, are presented here for the first time in Portuguese, updated using recent bibliography.

Key words: Brazil, Lichenized fungi, Mangrove, Taxonomy

Introdução

O manguezal é um tipo de vegetação de ambiente periodicamente inundado pela maré, caracterizado por solo sempre encharcado e com alta salinidade. Ocorre em regiões cuja temperatura média mensal do ar é igual ou superior a 20 ºC, ainda que extremos como 3,2 ºC e 40,2 ºC tenham sido observados no manguezal do Rio Itanhaém (Lamberti 1969), e onde a pluviosidade varia de 2.000 a 2.500 mm por ano, com precipitações pouco superiores à marca dos 60 mm durante os meses mais secos.

O ambiente litorâneo de baixa energia (pouca atividade de ondas) favorece o estabelecimento de espécies de angiospermas lenhosas tais como Rhizophora mangle L. (mangue vermelho), Laguncularia racemosa L. Gaertn. (mangue branco) e Avicennia schaueriana Stap. & Lechman. (mangue preto, siriúba), que ocorrem nos manguezais das regiões sul e sudeste do Brasil. Devido à simplicidade de seu ecossistema e grande importância econômica, este é um dos ambientes tropicais mais estudados (Schaeffer-Novelli 1995).

O manguezal do Rio Itanhaém situa-se entre 23º e 25ºS, próximo ao Trópico de Capricórnio, e 48º e 46 ºW de Greenwich. O rio tem sua nascente a uma distância de aproximadamente 4,5 km do mar, mas devido a seu curso sinuoso, o percurso da origem à foz é de quase 10 km. A bacia formada pelo Rio Itanhaém e seus constituintes é uma das maiores do litoral sul do estado, menor apenas que a bacia do Ribeira de Iguape (Lamberti 1969).

Até meados da década de 1970, esta região apresentava-se como área de mata nativa mais resguardada da ação humana em pontos próximos ao mar, devido às dificuldades de acesso. Atualmente a situação encontra-se revertida, com as matas desaparecendo rapidamente sob a atividade de especulação imobiliária (Marcelli 1991).

Os fungos liquenizados, denominados micobiontes (na grande maioria pertencentes a Ascomycota, e alguns a Basidiomycota), são encontrados na natureza em associação simbiótica com algas verdes (Clorophyta) e cianofíceas (Cianophyta), denominadas fotobiontes. Compreendem entre um quinto a um quarto das espécies de fungos conhecidas (Marcelli 1998; Sipman & Aptroot 2001), o que coloca o processo de liquenização como regra para várias ordens dentro do reino Fungi, tais como quase a metade das espécies de ascomicetos (Hawksworth & Hill 1984; Marcelli 1998).

Nos últimos anos, com a produção de revisões baseadas em características consideradas naturais, demonstrou-se que as grandes famílias e gêneros tradicionais são na realidade agrupamentos artificiais de vários grupos distintos. Por esse motivo, uma grande quantidade de gêneros e famílias novos têm sido propostos e aceitos (Marcelli 1996).

Os fungos liquenizados são geralmente excluídos dos trabalhos científicos sobre epífitas em manguezais. Além dos trabalhos de Marcelli (1991; 1992; 1995) em manguezais no litoral brasileiro, existem apenas alguns trabalhos sobre flora e distribuição geográfica de macroliquens nos manguezais da costa leste australiana (Stevens 1979; Stevens & Rogers 1979).

Marcelli (1992) verificou a presença de 296 espécies em 81 gêneros de fungos liquenizados nas áreas de manguezais do sul e sudeste do Brasil, e com base neste levantamento, estimou posteriormente que o número de espécies possa elevar-se a 350 (Marcelli 1998).

Marcelli (1992; 1995) estudou as preferências das espécies por microclima, espécie de hospedeiro, características do substrato e lado do tronco, estágios de sucessão ecológica, além da comparação florística com outros ecossistemas do litoral paulista (Marcelli 1991). Entretanto, esses trabalhos não permitem a identificação do material encontrado, por apresentarem apenas a listagem dos gêneros e espécies.

Algumas avaliações sobre a diversidade dos ascomicetos tropicais citam a possibilidade de que metade dos fungos liquenizados tropicais ainda não foi descrita, elevando o número de espécies estimadas no planeta para aproximadamente 30.000 (Aptroot 1997) ou até ultrapassar 40.000 (Hawksworth et al. 1995), o que acrescentaria consideravelmente a expectativa para o Brasil, incluindo, naturalmente, o Estado de São Paulo.

Esta pesquisa teve como metas identificar, descrever e elaborar uma chave de identificação para os gêneros de fungos liquenizados da região do manguezal do Rio Itanhaém. Somente um outro trabalho deste tipo, publicado em língua portuguesa e para o Brasil, foi encontrado em literatura (Fleig & Medeiros Filho 1990).

Tendo em vista a diversidade e importância que a comunidade liquênica tem nesse tipo de formação vegetal do litoral brasileiro, e também a quase completa falta de bibliografia e descrições em português, que possibilitem a micólogos e mesmo a outros botânicos brasileiros a identificação desses grupos taxonômicos, foi preparada uma chave para a identificação dos gêneros encontrados, acompanhada de suas respectivas descrições taxonômicas.

Material e métodos

Nas excursões realizadas ao manguezal do Rio Itanhaém durante os meses de julho a setembro/1999 foram coletadas amostras de fungos liquenizados com a utilização de faca comum, removendo-os de substratos lenhosos com o devido cuidado para minimizar os danos às árvores. Uma vez que os liquens são perenes, não houve necessidade de se pré-estabelecer um cronograma de dias rigidamente definido para a coleta. Ao todo foram realizadas três excursões de um dia inteiro cada entre os meses de julho e agosto/1999.

As amostras foram ensacadas em papel pardo com o devido registro do substrato, e secas para serem conservadas o mais intactas possível, sendo posteriormente colocadas em um freezer (-18 ºC) para esterilização, antes de proceder à triagem e identificação.

Os espécimes foram analisados em lupa para observação dos caracteres macroscópicos tais como estruturas vegetativas e de reprodução. Cortes transversais e longitudinais dos ascomas foram analisados em microscopia óptica para visualização dos esporos. Análises químicas com os testes de coloração K (hidróxido de potássio) C (hipoclorito de sódio) e KC (combinação dos dois reagentes) também foram feitas para evidenciar substâncias de importância taxonômica presentes nos talos, e o teste I (Iodo) para averiguar a presença de substâncias amilóides nos himênios dos apotécios

Os dados conseguidos foram utilizados para as determinações dos gêneros, com o auxílio de chaves dicotômicas e comparações bibliográficas (Vainio 1890, Ozenda & Clauzade 1970; Hale 1979; Galloway 1985; Thomsom 1984; 1997; Swinscow & Krog 1988; Awasthi 1991).

Além dos gêneros coletados no manguezal do Rio Itanhaém, todos os demais já encontrados nos manguezais do sul-sudeste brasileiro foram estudados e incluídos neste trabalho. Muito do material examinado ficou bastante danificado, não se prestando a depósito em herbário, e acabou descartado após a confirmação dos táxons. Assim sendo, apenas pouco mais de duas dezenas de espécimes foram depositados no herbário do Instituto de Botânica (SP) em São Paulo. Certos gêneros referidos no trabalho são também bastante raros na região, e alguns não foram re-encontrados; porém, como são referidos em literatura, foram incluídos aqui.

As descrições, elaboradas a partir do estudo do material coletado, e em alguns casos de dados bibliográficos, foram comparadas com as encontradas na literatura para outros locais e formações vegetais, principalmente Aptroot (1997), Awasthi (1991), Brodo et al. (2001), Galloway (1985), Hale (1979), Lücking et al. (2006), Ozenda & Clauzade (1970), Santesson (1952), Staiger (2002), Swinscow & Krog (1988), Thomson (1984; 1997) e Vainio (1890).

Os termos utilizados nas descrições seguem as definições empregadas por Fidalgo & Fidalgo (1967), Büdel & Scheidegger (1996), Nash (1996), Malcolm & Galloway (1997), Brodo et al. (2001) e Kirk et al. (2001).

Resultados e discussão

Dos 81 gêneros originalmente relatados por Marcelli (1992), Dimerella é atualmente um sinônimo de Coenogonium, enquanto que Graphina e Phaeographina são respectivamente sinônimos de Graphis e Phaeographis. Dyplolabia, Fissurina e Platythecium são aqui aceitos, conforme literatura atualizada (Staiger 2002), reconhecidos a partir das espécies de Graphidaceae mencionadas por Marcelli (1992), para a área de estudo.

Os nomes Brigantiaea, Cryptothecia, Myriotrema, Parmelinopsis e Rimelia são também aqui aplicados como atualizações taxonômicas respectivamente para Lopadium p.p., Herpothalon, Thelotrema p.p., Parmelina p.p. e Parmotrema p.p. (Marcelli 1992).

Todos os gêneros de fungos liquenizados encontrados nos manguezais são ascomicetos, à exceção de um único gênero de basidiomiceto liquenizado, Dyctionema.

Chave para os gêneros de fungos liquenizados dos manguezais do Sul-Sudeste do Brasil

1. Talo fruticoso ou filamentoso ............................................................................ 2 1. Talo crostoso, esquamuloso ou folioso ................................................................ 7 2. Talo filamentoso ..................................................................................... 3 2. Talo fruticoso ........................................................................................ 5 3. Talo de cor verde escura (verde-bandeira) .......................................................... 4 3. Talo de cor verde clara, com aspecto de feltro macio [apotécios amarelos claros]......... 22. Coenogonium 4. Talo formando leques perpendiculares ao substrato, com borda branca, basidiolíquen.... 24. Dictyonema 4. Talo formando cobertura no tronco, com aspecto de feltro macio, apotécios marrons... 64. Polychidium 5. Talo alaranjado, apotécios de cor laranja-viva .......................................... 78. Teloschistes 5. Talo esverdeado, às vezes vermelho-escuro, apotécios verde-claros ............................... 6 6. Talo achatado, sem eixo central cartilagíneo ............................................ 71. Ramalina 6. Talo cilíndrico, com eixo central cartilagíneo ................................................ 81. Usnea 7. Talo esquamuloso ou folioso ..................................................................................... 8 7. Talo crostoso ....................................................................................................... 32 8. Talo esquamuloso .............................................................................................. 9 8. Talo folioso .................................................................................................... 11 9. Esquâmulas irregulares, nunca com borda espessada, sorediadas ou não ....................................... 10 9. Esquâmulas arredondadas, com margem espessada, normalmente sorediadas ................ 47. Normandina 10. Podécios presentes ............................................................................. 19. Cladonia 10. Podécios ausentes .......................................................................... 60. Phyllopsora 11. Lado de cima glabro ............................................................................................. 12 11. Lado de cima tomentoso ....................................................................... 28. Erioderma 12. Cifelas ou pseudocifelas presentes no lado de baixo ............................................... 13 12. Poros ausentes do córtex inferior ....................................................................... 14 13. Com cifelas (poros corticados) ..................................................................... 76. Sticta 13. Com pseudocifelas (poros ecorticados) ........................................................ 66. Pseudocyphellaria 14. Talo de coloração cinza-azulada, cinza-chumbo a marrom ou negra, com cianobactérias ..................................................................................................... 15 14. Talo de coloração cinza-claro a verde, com clorófitas .......................................................... 20 15. Talo de coloração verde-azulada (verde-vivo quando úmido); ascosporos transversalmente septados .....................................................................................................40. Lobaria 15. Talo de outra cor; ascosporos simples ou muriformes ................................................. 16 16. Talo mais espesso, de cor cinza-chumbo ou amarronzado, córtices com mais de uma camada de células; ascosporos simples .................................................................................... 17 16. Talo fino e enegrecido como papel queimado (quando seco), com córtices uniestratificados; ascosporos muriformes ..........................................................................................39. Leptogium 17. Lobos lisos, fotobionte Nostoc; apotécios variados .................................................... 18 17. Lobos micro-estriados longitudinalmente (sob lupa), fotobionte Scytonema; apotécios lecideínos .............................................................................................. 21. Coccocarpia 18. Apotécios lecanorinos ....................................................................................... 19 18. Apotécios lecideínos ......................................................................... 52. Parmeliella 19. Talo formado por lacínias ou lobos curtos; lado de baixo tomentoso ................................ 50. Pannaria 19. Talo constituído por longas lacínias; lado de baixo não tomentoso ................................... 62. Physma 20. Lado de baixo com rizinas estendendo-se até a margem ........................................................ 21 20. Lado de baixo com uma margem nua de pelo menos meio centímetro [com ou sem cílios] ............................................................................................... 56. Parmotrema 21. Com rizinas simples ou pouco irregularmente ramificadas .............................................. 22 21. Com rizinas dicotômicas [sem cílios] .................................................... 35. Hypotrachyna 22. Com cílios marginais .......................................................................................... 23 22. Sem cílios marginais .......................................................................................... 29 23. Cílios com base inflada (bulbados) ............................................................................ 24 23. Cílios sem base inflada ........................................................................................... 25 24. Talo amarelado, K- (com ácido úsnico) ...................................................... 72. Relicina 24. Talo acinzentado, K+ amarelado (com atranorina) .................................... 10. Bulbothrix 25. Córtex superior evidentemente maculado [lobos normalmente maiores de 0,5 cm de largura, muitas vezes com 1,0 a 3,0 cm] ..................................................................................................... 26 25. Córtex superior não ou pouco maculado [lobos menores que 1,0 cm de largura, geralmente mal ultrapassando 0,5 cm] ................................................................................................. 27 26. Córtex superior contínuo, lado de baixo geralmente castanho a castanho-claro, rizinas arqueadas, freqüentemente de dois tipos diferentes ................................................ 16. Canomaculina 26. Córtex superior rimoso (de aspecto gretado), lado de baixo negro com margem castanha clara, rizinas retilíneas, uniformes ..................................................................................... 73. Rimelia 27. Lobos arredondados com 5-10 mm de largura; cílios restritos às axilas ........................................... 28 27. Lacínias menores que 2 mm de largura; cílios distribuídos por toda margem .................. 54. Parmelinopsis 28. Ascosporos 6-8x4-6 µm ............................................................. 57. Parmotremopsis 28. Ascosporos 15-18x8-10 mm ................................................................ 53. Parmelinella 29. Talo de coloração branca ou acinzentada, com ou sem córtex inferior, ascosporos marrons bicelulares ................................................................................................................. 30 29. Talo de coloração verde-amarelada, com córtex inferior, ascosporos simples e incolores ........................................................................................................ 67. Pseudoparmelia 30. Talo de coloração esbranquiçada, com córtex superior de aspecto celular, formados por hifas mais compactadas (paraplectenquimatoso, em microscópio); córtex inferior presente ................................ 31 30. Talo de coloração acinzentada, com córtex superior de aspecto fibroso, formado por hifas dispostas longitudinalmente nas lacínias (em microscópio); córtex inferior presente ou ausente ....................................................... 34. Heterodermia 31. Apotécios lecanorinos; lado de baixo branco a cinza claro ou amarronzado; epitécio K- .......... 61. Physcia 31. Apotécios lecideínos (pelo menos quando velhos); lado de baixo negro; epitécio K+ vermelho ... 70. Pyxine 32. Talo de textura aveludada, com margem avermelhada .......................... 23. Cryptothecia 32. Talo liso, margem não avermelhada ....................................................................... 33 33. Ascomas bem estruturados presentes, com margens ou envoltórios evidentes (apotécios, peritécios, lirelas ou mazédios) ............................................................................................................ 34 33. Ascomas sem excípulo (sem margem), arredondados, irregulares ou alongados (semelhantes a lirelas, mas sem margens) parecendo manchas sobre o talo ............................................................... 81 34. Ascomas do tipo mazédio, onde o himênio maduro degenera-se numa massa pulverulenta que envolve os ascosporos ....................................................................................................... 35 34. Ascomas do tipo peritécio, apotécio ou lirela .......................................................... 36 35. Mazédio no ápice de um pedúnculo filiforme, fino como um fio de cabelo ........................... 12. Calicium 35. Mazédio no ápice de pequenas verrugas no talo .......................................... 75. Sphinctrina 36. Ascomas do tipo peritécios, com o formato aproximado de uma pêra, normalmente imersos ou semi-imersos no talo, com uma abertura (um ostíolo, só visível ao microscópio) por onde saem os ascosporos .............................................................................................................. 37 36. Ascomas de outra forma (apotécios ou lirelas) .......................................................... 48 37. Peritécios inclinados (com ostíolos laterais) e isolados .................................................... 38 37. Peritécios com ostíolos apicais ou agrupados ................................................................ 39 38. Ascosporos transversalmente septados ................................................. 51. Parathelium 38. Ascosporos muriformes ................................................................ 15. Campylothelium 39. Peritécios reunidos em um tecido diferenciado do talo (estroma), de cor diferente, na maioria das vezes também elevado [ascosporos transversalmente septados] ........................................... 40 39. Peritécios não agregados em estromas [ascosporos variados] ........................................ 41 40. Ascosporos incolores ....................................................................... 80. Trypethelium 40. Ascosporos marrons ......................................................................... 43. Melanotheca 41. Ascosporos transversalmente septados ....................................................................... 42 41. Ascosporos muriformes ............................................................................................. 46 42. Ascosporos incolores ............................................................................................ 43 42. Ascosporos marrons ............................................................................ 45. Microthelia 43. Ascosporos com células cilíndricas .............................................................................. 45 43. Ascosporos com células lenticulares ............................................................................ 44 44. Paráfises simples ou pouco ramificadas ...................................................... 69. Pyrenula 44. Paráfises muito ramificadas e anastomosadas .................................... 68. Pseudopyrenula 45. Paráfises simples ........................................................................................... 65. Porina 45. Paráfises muito ramificadas e anastomosadas .............................................. 3. Arthopyrenia 46. Ascosporos marrons ............................................................................................. 47 46. Ascosporos incolores ........................................................................ 20. Clathroporina 47. Peritécios agrupados em conjunto radiais .................................................. 55. Parmentaria 47. Peritécios não agregados ................................................................... 1. Anthracothecium 48. Ascomas do tipo apotécios .................................................................................... 49 48. Ascomas do tipo lirelas ......................................................................................... 72 49. Apotécios poriformes ou erumpentes ........................................................................... 50 49. Apotécios não poriformes, nem erumpentes .................................................................. 53 50. Apotécios de aparência puntiforme, reunidos em estroma ......................... 18. Chiodecton 50. Apotécios discóides, não reunidos em estromas ......................................................... 51 51. Himênio separado da margem; perífises presentes (hifas projetadas horizontalmente do excípulo em direção ao himênio) ...................................................................... 79. Thelotrema 51. Himênio não separado da margem; perífises ausentes ...................................................... 52 52. Excípulo incolor; columela ausente ........................................................ 48. Myriotrema 52. Excípulo e columela, freqüentemente presente, carbonizados ....................... 46. Ocellularia 53. Apotécios não tuberculados, ascosporos variados .......................................................... 54 53. Apotécios tuberculados (em forma de verruga, à primeira vista podem lembrar peritécios), ascosporos unicelulares de parede espessa ........................................................................ 58. Pertusaria 54. Apotécios com margem talina (lecanorinos) .............................................................. 55 54. Apotécios sem margem talina (lecideínos) ................................................................. 60 55. Ascosporos com duas ou mais células .......................................................................... 56 55. Ascosporos unicelulares ............................................................................. 37. Lecanora 56. Ascosporos polariloculares ..................................................................................... 57 56. Ascosporos com septos transversais finos ................................................................ 58 57. Ascosporos incolores, epitécio geralmente K+vermelho .................................... 14. Caloplaca 57. Ascosporos marrons, epitécio K- ................................................................... 74. Rinodina 58. Apotécios adnatos, com sua base sobre o talo; paráfises simples ................................. 59 58. Apotécios imersos a semi-imersos, com seu topo próximo ao nível do talo; paráfises ramificadas ................................................................................................. 41. Mazosia 59. Excípulo incolor, disco do apotécio vermelho-vivo ...................................... 32. Haematomma 59. Excípulo carbonizado, disco do apotécio coberto de pruina acinzentada .................... 26. Dirina 60. Ascos com 1 a 8 (excepcionalmente 16) ascosporos .................................................. 61 60. Ascos com muitos ascosporos .................................................................. 6. Biatorella 61. Ascosporos com mais de uma célula ............................................................................ 62 61. Ascosporos unicelulares................................................................................ 38. Lecidea 62. Ascosporos transversalmente septados [incolores ou não] ........................................... 63 62. Ascosporos muriformes [incolores].......................................................................... 71 63. Ascosporos bicelulares .............................................................................................. 64 63. Ascosporos com mais de duas células .......................................................................... 67 64. Ascosporos incolores ............................................................................................ 65 64. Ascosporos marrons ............................................................................. 9. Buellia (s.l.) 65. Ascosporos menores que 20 µm ................................................................................. 66 65. Ascosporos maiores que 40 µm ............................................................... 42. Megalospora 66. Apotécios amarelo claros ............................... 22. Coenogonium (anteriormente Dimerella) 66. Apotécios escuros .................................................................................. 17. Catillaria 67. Margem dos apotécios de constituição firme (não bissóide) ............................................. 68 67. Margem dos apotécios de aspecto esponjoso, espalhando sobre o talo............................ 11. Byssoloma 68. Talo sem campilídios (pequenas orelhas verticais, muito visíveis) ................................... 69 68. Campilídios presentes no talo ................................................................. 13. Calopadia 69. Ascosporos filiformes, com células de paredes finas ....................................................... 70 69. Ascosporos fusiformes a oblongos, células de paredes espessas ................... 7. Bombyliospora 70. Apotécios em tonalidades de marrom, com margens claras, macias ao corte ........................ 5. Bacidi 70. Apotécios negros, com margens negras e rígidas ....................................... 36. Lecanactis 71. Apotécios alaranjados, paráfises simples ....................................................... 8. Brigantiaea 71. Apotécios negros, paráfises ramificadas ........................................................ 77. Tapellaria 72. Lirelas aglomeradas em estromas ................................................................. 30. Glyphis 72. Lirelas não aglomeradas em estromas ...................................................................... 73 73. Ascosporos muriformes; lirelas curtas [brancas] recobertas por talo ....................... 33. Helminthocarpon 73. Ascosporos transversalmente septados; lirelas imersas ou emersas sem cobertura talina ..................... 74 74. Paráfises ramificadas e anastomosadas, himênio I+ .................................................... 75 74. Paráfises simples, himênio I- .................................................................................. 76 75. Lirelas imersas no talo, sem margem proeminente ...................................... 27. Enterographa 75. Lirelas emersas, com margem carbonizada proeminente .................................. 49. Opegrapha 76. Ascosporos com duas células, de lumens arredondados ............................... 44. Melaspilea 76. Ascosporos com mais de duas células, de lumens lenticulares ao menos quando maduros ................ 77 77. Lirelas com excípulo não carbonizado, imersas .............................................................. 78 77. Lirelas com excípulo carbonizado, emersas ................................................................... 80 78. Disco imerso, fissurino, margem proeminente .............................................. 29. Fissurina 78. Disco exposto, margem fina ................................................................................... 79 79. Himênio geralmente oleoso; ascosporos marrons ........................................ 59. Phaeographis 79. Himênio não oleoso; ascosporos incolores ............................................... 63. Plathythecium 80. Lirelas brancas, C+ vermelhas; ascosporos I- ............................................ 25. Dyplolabia 80. Lirelas negra ou coberta por talo, C-; ascosporos I+ ...................................... 31. Graphis 81. Ascosporos transversalmente septados ............................................................ 2. Arthonia 81. Ascosporos muriformes ............................................................................ 4. Arthothelium

As descrições dos gêneros são apresentadas em ordem alfabética, para facilidade de consulta. Ordem e família são apresentadas, para cada gênero, de acordo com Kirk et al. (2001).

1. Anthracothecium Hampe ex A. Massal. (1860) [Pyrenulales, Pyrenulaceae] - talo: crostoso, corticícola; peritécios simples, verticais, com ostíolos verticais; himênio com paráfises simples; esporos fusiformes, muriformes com células arredondadas, marrons; ascos clavados, contendo de 1 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

2. Arthonia Ach. (1806) [Arthoniales, Arthoniaceae] - talo: crostoso, corticícola ou foliícola; ascomas: apotécios não pedunculados, alongados, sem margens, similares alirelas; himênio com parafisóides ramificados em uma matriz gelatinosa; ascosporos ovalados, transversalmente septados, com células cilíndricas, marrons; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

3. Arthopyrenia A. Massal. (1852) [Pleosporales, Arthopyreniaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: peritécios isolados ou raro agrupados verticais com ostíolos verticais às vezes confluindo num único ostíolo; himênio com paráfises espessas, ramificadas e anastomosadas; ascosporos elipsóides a fusiformes, transversalmente septados com 2 a 6 células cilíndricas, incolores, com um ápice espessado; ascos clavados, com ou sem câmara ocular, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

4. Arthothelium A. Massal. (1852) [Arthoniales, Arthoniaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, alongados, sem margens, similares à lirelas; com parafisóides ramificados em uma matriz gelatinosa; ascosporos ovalados, muriformes com células cilíndricas, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

5. Bacidia de Not. (1846) [Lecanorales, Bacidiaceae] - talo: crostoso, folícolo, corticícola ou saxícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises pouco ramificadas ou anastomosadas; ascosporos filiformes ou aciculares, transversalmente septados com 2 ou mais células, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco, com câmara ocular e massa axial; fotobionte: Clorophyta (gênero incerto).

6. Biatorella de Not. (1846) [Lecanorales, Biatorellaceae] - talo: crostoso, corticícola, com protalo colorido bem definido; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com excípulo colorido ou incolor, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises simples às vezes ramificadas nos ápices; ascosporos arredondados, simples, incolores, de paredes finas; ascos clavados, contendo muitos esporos por asco; fotobionte: ?Myrmecia.

7. Bombyliospora de Not. (1852) [Lecanorales, Megalosporaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises ramificadas e anastomosadas junto ao epitécio; ascosporos oblongos a elipsóides, maiores que 40 µm, transversalmente septados sempre com mais de 2 células de paredes espessas, incolores; ascos clavados, contendo 1 a 8 esporos por asco; fotobionte: Dictyochloropsis.

Obs.: é considerado como sinônimo de Megalospora (Kirk et al. 2001). As diferenças apontadas para a separação de Bombyliospora são os ascosporos com menos da metade do tamanho (menores que 20 (im) e número maior de septos (sempre com 4 septos).

8. Brigantiaea Trevis. (1853) (anteriormente em Lopadium) [Lecanoromycetidae, Brigantiaeaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos), discos coloridos (nuncanegros); himênio com paráfises pouco ramificadas ou simples; ascosporos elipsóides, muriformes com células arredondadas, incolores; ascos clavados ou cilíndricos, contendo 1 ou 2 esporos por asco; fotobionte: Clorophytaprotococóide (gênero incerto).

Obs.: é um dos gêneros de liquens crostosos mais facilmente encontrado nos manguezais.

9. Buellia de Not. (1846) [Lecanorales, Physciaceae] - talo: crostoso, saxícola ou corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, muito convexos, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises simples a ramificadas apenas nos ápices, excípulo geralmente escuro; ascosporos elipsóides, bicelulares, marrons; ascos clavados, contendo 8 ou raramente 16 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Obs: Rinodina diferencia-se pelos apotécios lecanorinos (com excípulo de origem talina).

10. Bulbothrix Hale (1974) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: folioso, corticícola, de cor verde acinzentada a esbranquiçada, ocasionalmente com uma fina margem negra, contendo cílios marginais bulbados; presença de córtices inferior e superior, córtex inferior de coloração marrom claro a negro, pouco adpresso, com rizinas simples ou ramificadas; ausência de ácido úsnico; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Obs.: diferencia-se de Relicina pelo tipo de substância cortical (atranorina ao invés de ácido úsnico).

11. Byssoloma Trevis. (1853) [Lecanorales, Pilocarpaceae] - talo: crostoso, corticícola ou folícolo; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos), macios; himênio com paráfises simples a pouco ramificadas; excípulo formado por hifas intrincadas que se espalham lateralmente pela superfície do talo; ascosporos transversalmente septados com 2 a 4 células cilíndricas, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: ?Chloroccocum.

12. Calicium Pers. (1794) [Caliciales, Caliciaceae] - talo: crostoso, corticícola, verrucoso; ascomas: apotécios nos ápices de finos pedúnculos, do tipo mazédios, com o himênio maduro degenerando numa massa pulverulenta envolvendo os ascosporos; ascosporos fusiformes, bicelulares, marrons, com ornamentações distintas e paredes espessas; ascos cilíndricos a clavados, degenerando quando maduros, dispersando pela massa; fotobionte: Trebouxia.

Obs.: Sphinctrina apresenta os mazédios nos ápices de verrugas do talo ao invés de pedúnculos afinados.

13. Calopadia Vezda (1986) [Lecanorales, Ectolechiaceae] - talo: crostoso, corticícola ou folícolo; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos), nunca negros; himênio com paráfises quase simples, hipotécio marrom, reação K-; ascosporos transversalmente septados a muriformes com células cilíndricas, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Clorophyta protococóide (gênero incerto).

14. Caloplaca Th. Fr. (1860) [Teloschistales, Teloschistaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; epitécio reage K+ vermelho; ascosporos elipsóides, polariloculares com células arredondadas em extremidades opostas conectadas por um canalículo, incolores; ascos cilíndricos, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

15. Campylothelium Müll. Arg. [Pyrenulales, Pyrenulaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: peritécios isolados e inclinados com ostíolos laterais; himênio com paráfises ramificadas e aglutinadas; ascosporos fusiformes, muriformes, incolores; ascos clavados, contendo 4 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

16. Canomaculina Elix & Hale (1987) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: folioso, corticícola, pouco adpresso; margem marrom, ou variegada, com cílios freqüentemente ramificados; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, córtex superior fortemente maculado, córtex inferior com coloração variando de marrom a marrom claro, menos freqüentemente negro, com a presença de tipos de rizinas finas simples e espessas ramificadas, margem às vezes em parte nua em alguns lobos; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples,incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

17. Catillaria A. Massal. (1852) [Lecanorales, Catillariaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos), negros, himênio com paráfises simples ou ramificadas; ascosporos transversalmente septados, menores que 20 µm, com 2 células cilíndricas de paredes finas, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Chlorococcaceae (gênero incerto).

18. Chiodecton Ach. (1814) [Arthoniales, Roccellaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, irregulares, formando pequenas lirelas, várias reunidas em um estroma; himênio com paráfises ramificadas; ascosporos filiformes, transversalmente septados com 3 a 8 células cilíndricas, incolores; ascos cilíndricos, 6 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

19. Cladonia P. Browne (1756) [Lecanorales, Cladoniaceae] - talo: (primário) esquamuloso, corticícola, ramificado, pouco adpresso; (secundário) podécios com córtex, caliciformes ou subulados, eretos, com apotécios terminais; ascomas: apotécios convexos, no ápice dos podécios, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises simples e finas; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Asterochloris.

20. Clathroporina Müll. Arg. (1882) (sin. Porina) [Trichotheliales, Trichotheliaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: peritécios isolados verticais com ostíolos verticais; himênio com paráfises simples e retilíneas; ascosporos fusiformes, muriformes com células arredondadas, incolores; 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

21. Coccocarpia Pers. (1827) [Lecanorales, Coccocarpiaceae] - talo: folioso, corticícola, presença de córtices superior e inferior, córtex superior glabro com as hifas dispostas longitudinalmente, córtex inferior de coloração marrom clara a negro com densa cobertura de tomento; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples ou transversalmente septados com 2 células cilíndricas, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Scytonema.

22. Coenogonium Ehrenb. in Nees (1869) [Gyalectales, Gyalectaceae] - talo: filamentoso ou crostoso, corticícola ou foliícola, composto principalmente por filamentos de algas radiais finos e delicados, agregando-se e anastomosando-se às vezes em forma de leques ou coberturas; unicolorido; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises simples; ascosporos fusiformes, elipsóides ou aciculares, simples a transversalmente septados com 2 a 4 células cilíndricas, incolores; ascos clavados, com 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia ou Physolinum.

Obs.: o gênero Dimerella, anteriormente separado de Coenogonium por apresentar talos crostosos, é considerado atualmente sinônimo deste gênero (Kirk et al. 2001).

23. Cryptothecia Stirton [Arthoniales, Arthoniaceae] - talo: crostoso, corticícola; aspecto aveludado ou pulverulento, sem córtex, com pro talo marginal; ascomas: indistintos, sem excípulo, difusos ou maculiformes; himênio com paráfises anastomo-sadas; ascosporos muriformes, grandes, hialinos; ascos globosos, dispersos pelo talo de forma aleatória, com 1 a 2 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

24. Dictyonema C. Agardh ex Kunth (1822) [Polyporales, Atheliaceae] - talo: filamentoso, corticícola, basidiolíquen composto por filamentos de fungo radiais, com himênio abaixo, agregando-se e anastomosando-se em forma de leques; presença de protalo branco nas margens; himênio: contendo basídios; ascosporos: elipsóides irregulares, simples, incolores; fotobionte: Scytonema.

25. Dyplolabia A. Massal. (1854) [Ostropales, Graphidaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: lirelas curtas, emersas, proeminentes, excípulo fechado, carbonizado, recoberto por pruína branca C+ avermelhado, disco oculto; himênio com paráfises simples; ascosporos fusiformes pequenos, transversalmente septados a muriformes, incolores; ascos clavados, contendo 2 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

26. Dirina Fr. (1825) [Arthoniales, Roccellaceae] -talo: crostoso, corticícola; córtex paliçádico; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); hipotécio espesso e carbonizado, himênio com paráfises simples; esporos fusiformes, transversalmente septados com 4 a 8 células lenticulares, incolores, sem ornamentação; ascos cilíndricos, 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

27. Enterographa Fée (1824) [Arthoniales, Roccellaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, alongados, formando lirelas bastante ramificadas e sinuosas, sem margem talina; excípulo pálido, pouco desenvolvido; himênio com paráfises ramificadas; ascosporos fusiformes, transversalmente septados com 2 ou mais células cilíndricas, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

28. Erioderma Fée (1825) [Lecanorales, Pannariaceae] - talo: folioso, corticícola, lobos pequenos e irregulares, presença de córtices superior e inferior com colorações distintas; córtex superior com pêlos curtos formando tomento, córtex inferior com rizinas, pouco adpresso ao substrato; ascomas: apotécios marginais em extensões digitiformes da margem do talo, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Scytonema.

29. Fissurina Fée (1824) [Ostropales, Graphidaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: lirelas longilíneas, imersas ou de margens emersas, simples a ramificadas, excípulo pouco aberto e fissurino, não carbonizado, sem pruína ou outra substância C+ avermelhada, disco imerso; himênio com paráfises simples; ascosporos fusiformes pequenos, transversalmente septados ou muriformes, incolores; ascos clavados, contendo 2 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

30. Glyphis Ach. (1814) [Ostropales, Graphidaceae] - talo: crostoso, corticícola, margem contínua não separadas em lobos; ascomas: lirelas longilíneas a arredondadas, imersas em estromas dispostas radialmente, simples a ramificadas, excípulo aberto, carbonizado; himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides a fusiformes, transversalmente septados com 4 a 12 células lenticulares, incolores; ascos clavados, contendo 4 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

31. Graphis Adans. (1763) [Ostropales, Graphidaceae] - talo: crostoso, corticícola ou raro saxícola; ascomas: lirelas longilíneas, emersas, simples a ramificadas, excípulo fechado, carbonizado, negra ou recoberta por talo, disco oculto; himênio com paráfises simples; ascosporos fusiformes grandes, transversalmente septados com 2 ou mais células lenticulares ou muriformes, incolores; ascos clavados, contendo 2 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

Obs.: as espécies de Dyplolabia, Fissurina, Phaeographis e Platythecium são muito semelhantes às de Graphis, diferenciadas principalmente pelas características das lirelas e discos. Espécies contendo esporos muriformes eram anteriormente classificadas no gênero Graphina.

32. Haematomma A. Massal. (1852) [Lecanorales, Haematommataceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos), excípulo espesso, himênio com paráfises simples, disco vermelho; ascosporos elipsóides, transversalmente septados, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Pseudotrebouxia.

Obs.: embora pertença a uma outra família, Haematomma é morfologicamente similar a Lecanora. O disco vermelho vivo com excípulo espesso e o formato dos ascosporos são as principais diferenças para com este gênero.

33. Helminthocarpon Fée (1837) [Ostropales, Graphidaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: lirelas não pedunculadas, curtas, emersas, carbonáceas, recobertas de pruina branca; himênio com paráfises ramificadas; ascosporos alongados a fusiforme-oblongos, muriformes com células arredondadas, incolores; ascos clavados, contendo 8 ou menos esporos por asco; fotobionte: Clorophyta (gênero incerto).

34. Heterodermia Trevis. (1868) [Lecanorales, Physciaceae] - talo: folioso, corticícola, bastante adpresso e dispersado; presença de córtices superior e às vezes inferior com colorações distintas, córtex inferior quando presente densamente rizinado; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, transversalmente septados com 2 células cilíndricas, marrons; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

35. Hypotrachyna (Vain.) Hale (1974) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: folioso, corticícola, pouco adpresso, com lobos lineares; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, córtex superior cinza ou amarelo claro, córtex inferior negro com rizinas dicotômicas; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio composto por paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Obs.: Pseudoparmelia difere principalmente por ter os lobos mais arredondados e irregularmente ramificados ao invés de lineares e dicotômicos, e rizinas no córtex inferior sempre do tipo simples.

36. Lecanactis (senso lato) Körb. (1824) [Arthoniales, Roccellaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos), carbonizados; hipotécio negro, himênio com paráfises ramificadas; ascosporos aciculares, transversalmente septados com 4 a 16 células cilíndricas, incolores, com 3 a 4 constrições ao longo; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

37. Lecanora Ach. in Luyken (1809) [Lecanorales, Lecanoraceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos), excípulo carbonizado, himênio com paráfises simples, disco de marrom claro a negro; ascosporos elipsóides, simples, presença ocasional de um falso septo citoplasmático aparentando divisão em duas células, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Pseudotrebouxia.

38. Lecidea Acharius (1803) [Lecanorales, Lecanoraceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos), excípulo da mesma cor do disco (escuro na parte externa); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides a oblongos, simples, incolores, de paredes finas; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia, Myrmecia e Chlorella.

39. Leptogium (Ach.) Gray (1821) [Lecanorales, Collemataceae] - talo: folioso, corticícola, fino e delicado, coloração variando raramente do marrom escuro ao negro; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, córtex superior paraplectenquimatoso, córtex inferior uniestrati-ficado; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com ou sem margem talina (lecanorinos ou lecideínos); himênio com paráfises simples; ascosporos fusiformes a aciculares, muriformes com células cilíndricas, incolores, com ápices acuminados; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Nostoc.

40. Lobaria (Schreb.) Hoffm. (1796) (incluindo Durietzia (C.W. Dodge) Yoshim.) [Peltigerales, Lobariaceae] - talo: folioso, corticícola; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, córtex superior glabro e paraplectenquimatoso, córtex inferior fino e geralmente tomentoso, coloração variando de marrom claro ao negro, presença de rizinas simples; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples e finas; ascosporos fusiformes a aciculares, transversalmente septados com 4 células cilíndricas, incolores; ascos cilíndricos a clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Myrmecia e Nostoc.

Obs.: diferencia-se de Sticta e de Pseudocyphellaria pela presença, respectivamente, de cifelas e de pseudocifelas no córtex inferior dos talos destes gêneros.

41. Mazosia A. Massal. (1854) [Arthoniales, Roccellaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos), imersos; himênio com paráfises ramificadas; ascosporos fusiformes, transversalmente septados com 4 células cilíndricas, incolores; ascos cilíndricos, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Phycopeltis.

42. Megalospora G. Meyer (1843) [Lecanorales, Megalosporaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises ramificadas e anastomosadas junto ao epitécio; ascosporos oblongos a elipsóides, maiores que 40 µm, transversalmente septados com 2 células de paredes espessas, incolores; ascos clavados, contendo 1 a 8 esporos por asco; fotobionte: Dictyochloropsis.

43. Melanotheca Fée (1837) [Pyrenulales, Pyrenulaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: de 2 a 3 peritécios agregados em estromas, verticais, com ostíolos verticais, a parede externa carbonácea; himênio com paráfises simples a pouco ramificadas; ascosporos fusiformes, transversalmente septados com 2 a 8 células lenticulares, marrons; ascos clavados, bitunicados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

Obs.: Kirk et al. (2001) consideram Parmentaria e Melanotheca sinônimos de Pyrenula, sendo que Melanotheca diferencia-se pela disposição de diversos peritécios dentro de um estroma.

44. Melaspilea Nyl. (1856) [Arthoniomycetidae, Melaspileaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: lirelas longilíneas a arredondadas, imersas ou emersas, simples a pouco ramificadas, excípulo aberto a fechado, carbonizado; himênio com paráfises simples ou pouco ramificadas; ascosporos fusiformes ou elipsóides, transversalmente septados com 2 ou mais células cilíndricas, marrons, não ornamentados; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

45. Microthelia Körb. (1855) [senso lato, nom. rej.= Anisomeridium (Müll. Arg.) M. Choisy, 1928] [Pyrenulales, Monoblastiaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: peritécios isolados verticais com ostíolos verticais; himênio com paráfises ramificadas e anastomosadas; ascosporos fusiformes, transversalmente septados com 2 células de lúmen arredondado, marrons, ornamentados; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

46. Myriotrema Fée (1824) (anteriormente em Thelotrema) [Ostropales, Thelotremataceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, com discos pequenos, circulares, raramente ultrapassando 0,5 mm de largura, poriformes; himênio com paráfises simples; excípulo incolor, sem columela central; ascosporos elipsóides, muriformes com células arredondadas, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

47. Normandina Nyl. (1855) [Verrucariales, Verrucariaceae] - talo: esquamuloso, corticícola, saxícola ou foliícola, córtex superior e lado inferior com colorações distintas, circular, pouco adpresso, com bordas espessas, freqüentemente com presença de sorédios; ascomas e ascosporos: não há registro de espécimes férteis encontrados na natureza; fotobionte: clorophyta (gênero incerto).

48. Ocellularia G. Meyer (1825) [Ostropales, Thelotremataceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, com discos pequenos, circulares, raramente ultrapassando 0,5 mm de largura, poriformes; himênio com paráfises simples; excípulo e columela central carbonizados; ascosporos elipsóides, muriformes com células arredondadas, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

49. Opegrapha Ach. (1809) [Arthoniales, Roccellaceae] - talo: crostoso, foliícola, corticícola ou saxícola; ascomas: lirelas longilíneas a arredondadas, imersas ou emersas, simples, excípulo aberto a quase fechado, carbonizado; himênio com paráfises ramificadas e anastomosadas acima dos ascos; ascosporos elipsóides a fusiformes, transversalmente septados com 2 a 18 células cilíndricas, incolores, não ornamentados; ascos bitunicados, oblongos a clavados, contendo 4 ou 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia e Phycopeltis.

50. Pannaria Del. ex Bory (1828) [Lecanorales, Pannariaceae] - talo: folioso, corticícola, com lobos ou lacínias curtos, margem geralmente com protalo bem desenvolvido; presença de córtex superior, ausência de córtex inferior com formação de hipotalo tomentoso; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Nostoc.

51. Parathelium Nyl. (1862) (sin. Pyrenula Ach.) [Pyrenulales, Pyrenulaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: peritécios isolados e inclinados com ostíolos laterais; himênio com paráfises ramificadas e aglutinadas; ascosporos fusiformes, transversalmente septados com 4 a 10 células lenticulares, incolores; ascos clavados, contendo 4 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

Obs.: embora Kirk et al. (2001) sinonimizem Parathelium em Pyrenula, o primeiro difere de Pyrenula primariamente pela formação de peritécios inclinados com ostíolos laterais e himênio com paráfises ramificadas.

52. Parmeliella Müll. Arg. (1862) [Lecanorales, Pannariaceae] - talo: folioso, corticícola, com lobos ou lacínias curtos, margem geralmente com protalo bem desenvolvido; presença de córtex superior, ausência de córtex inferior com formação de hipotalo tomentoso; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Nostoc.

53. Parmelinella Elix & Hale (1987, anteriormente em Parmelina Hale) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: folioso, corticícola, lobos irregulares, muito adpresso; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, margens com cílios restritos às axilas dos lobos, córtex inferior com rizinas simples; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

54. Parmelinopsis Elix & Hale (1987) (anteriormente em Parmelina Hale) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: folioso, corticícola, lobos irregulares, muito adpresso; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, margens amplamente ciliadas, córtex inferior com rizinas simples; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Obs.: Parmelinella e Parmotremopsis apresentam cílios mais raros e restritos às axilas dos lobos, além de uma química medular completamente diferente.

55. Parmentaria Fée (1824) [Pyrenulales, Pyrenulaceae] -talo: crostoso,corticícola; ascomas: peritécios agregados em grupos radiais (sem estroma) de 2 a 3, verticais, com ostíolos verticais, a parede externa carbonácea; com paráfises simples a pouco ramificadas; ascosporos fusiformes, transversalmente septados com 2 a 8 células lenticulares, marrons; ascos clavados, bitunicados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

Obs.: Kirk et al. (2001) consideram Parmentaria e Melanotheca sinônimos de Pyrenula, entretanto Parmentaria apresenta peritécios agregados em grupos radialmente dispostos.

56. Parmotrema A. Massal. (1860) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: folioso, corticícola, pouco adpresso; margem com ou sem cílios; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, córtex superior geralmente emaculado a fraco maculado, córtex inferior com coloração variando de marrom claro a negro, com presença de rizinas em geral simples, exceto em uma margem nua marrom, branca ou variegada de aproximadamente 0,5 cm; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Obs.: Rimelia e Canomaculina diferenciam-se pelo córtex superior fortemente maculado e margens inferiores rizinadas, e em Canomaculina também pela formação de dois tipos de rizinas, e em Rimelia pelo córtex rimoso.

57. Parmotremopsis Elix & Hale (1987) (anteriormente em Parmelina Hale) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: folioso, corticícola, lobos irregulares, muito adpresso; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, margens com cílios restritos às axilas dos lobos, córtex inferior com rizinas simples; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Obs.: diferencia-se de Parmelinella pelo tamanho dos esporos e pela química encontrada na medula.

58. Pertusaria DC. in Lam. & DC. (1805) [Pertusariales, Pertusariaceae] - talo: crostoso, corticícola, verrucoso; ascomas: apotécios tuberculados verruciformes similares a peritécios, isolados ou aglomerados em verrugas talinas; himênio com paráfises ramificadas junto a base e anastomosadas; ascosporos oblongos a ovalados, simples, incolores, às vezes com 2 ou 3 camadas; ascos clavados ou cilíndricos, contendo 1 a 8 esporos; fotobionte: Trebouxia.

59. Phaeographis Müll. Arg. (1882) [Ostropales, Graphidaceae] - talo: crostoso, corticícola ou raro saxícola; ascomas: lirelas longilíneas, imersas, ramificadas, excípulo aberto, não carbonizado, sem pruína ou outra substância C+ avermelhada, disco exposto; himênio com paráfises simples; ascosporos fusiformes, transversalmente septados com 2 ou mais células lenticulares ou muriformes, marrons; ascos clavados, contendo 2 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

Obs.: as espécies contendo esporos muriformes eram anteriormente classificadas no gênero Phaeographina.

60. Phyllopsora (senso lato) Müll. Arg. (1894) [Lecanorales, Bacidiaceae] - talo: esquamuloso, corticícola, córtex superior e lado inferior com colorações distintas, ramificado, > 1 mm de diâmetro, pouco adpresso; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises simples; ascosporos fusiformes, simples porém com falsos septos que simulam divisão em 2 a 5 células, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Pseudotrebouxia.

61. Physcia (Schreb.) Michx. (1803) [Lecanorales, Physciaceae] - talo: folioso, corticícola, córtices com colorações distintas, córtex superior variando de branco a cinza, paraplectenquimatoso, córtex inferior variando de branco a marrom claro, glabro ou com rizinas simples escassas; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises ramificadas; ascosporos elipsóides, transversalmente septados, com 2 células, marrons; ascos cilíndricos, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

62. Physma A. Massal. (1854) [Lecanorales, Collemataceae] - talo: folioso, corticícola, longo laciniado, com córtices superior e inferior com colorações distintas, o córtex inferior rizinado; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides a fusiformes, simples, incolores, freqüentemente verruculosos; ascos clavados, com 8 esporos por asco; fotobionte: Nostoc.

63. Platythecium Staiger (2002) [Ostropales, Graphidaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: lirelas longilíneas, imersas, simples a ramificadas, excípulo pouco aberto de paredes finas, não carbonizado, sem pruína ou outra substância C+ avermelhada, disco exposto; himênio com paráfises simples; ascosporos fusiformes pequenos, transversalmente septados ou muriformes, incolores; ascos clavados, contendo 2 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

64. Polychidium (Ach.) S.F. Gray (1821) [Peltigerales, Placyntiaceae] - talo: filamentoso, corticícola, composto por filamentos dicotomicamente ramificados finos e achatados, anastomosados nos ápices; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margens talinas (lecideínos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides a aciculares, transversalmente septados com 2 ou 3 células cilíndricas, incolores; ascos clavados, com 8 esporos por asco; fotobionte: Nostoc ou Scytonema.

65. Porina Müll. Arg. (1883) [Trichotheliales, Trichotheliaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: peritécios isolados verticais com ostíolos verticais; himênio com paráfises simples, soltas; ascosporos fusiformes, transversalmente septados com 2 a 9 células cilíndricas, incolores; ascos cilíndricos, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

66. Pseudocyphellaria Vain. (1890) [Peltigerales, Lobariaceae] - talo: folioso, corticícola; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, córtex superior glabro e paraplectenquimatoso, córtex inferior fino e geralmente tomentoso com pseudocifelas, coloração variando de marrom claro ao negro, presença de rizinas simples; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples e finas; ascosporos fusiformes a aciculares, transversalmente septados com 4 células cilíndricas, incolores; ascos cilíndricos a clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobiontes: Myrmecia e Nostoc.

67. Pseudoparmelia Lynge (1914) - talo: folioso, corticícola, pouco adpresso, com lobos lineares; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, córtex superior cinza ou amarelo claro, córtex inferior negro com margem castanha olivácea, rizinas simples; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio composto por paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

68. Pseudopyrenula Müll. Arg. (1883) [Pyrenulales, Trypetheliaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: peritécios isolados ou raramente agregados, com ostíolos verticais puntiformes; himênio com paráfises ramificadas e anastomosadas, excípulo escuro; ascosporos elipsóides a fusiformes, transversalmente septados com 4 ou mais células, incolores, não ornamentados; ascos cilíndricos a clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

69. Pyrenula A. Massal. (1852) [Pyrenulales, Pyrenulaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: peritécios isolados ou raro agregados de 2 a 3, verticais, com ostíolos verticais, a parede externa carbonácea; himênio com paráfises simples a pouco ramificadas; ascosporos fusiformes, transversalmente septados com 2 a 8 células lenticulares, incolores; ascos clavados, bitunicados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

Obs.: Kirk et al. (2001) consideram Parmentaria e Melanotheca sinônimos de Pyrenula, e que apresentam respectivamente os peritécios agregados em grupos radiais (sem estroma) e agregados em estromas, ambos com esporos marrons.

70. Pyxine Fr. (1825) [Lecanorales, Physciaceae] -talo: folioso, corticícola, córtices com colorações distintas, o córtex superior variando de branco a cinza, paraplectenquimatoso, o córtex inferior negro, glabro ou com rizinas simples escassas; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos) ao menos quando amadurecidos; himênio com paráfises ramificadas; ascosporos elipsóides, transversalmente septados, com 2 células, marrons; ascos cilíndricos, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Obs.: diferente de Physcia, tem ascomas com margem lecideínas quando amadurecidos, e o epitécio (cobertura do himênio do ascoma) em Pyxine reage K+ vermelho.

71. Ramalina Ach. (1810) [Lecanorales, Ramalinaceae] - talo: fruticoso, corticícola, afixado ao substrato por um apressório, com córtex achatado, ramificado dicotomicamente, penduloso, com apotécios terminais ou laterais; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, transversalmente septados com 2 ou 4 células cilíndricas, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

72. Relicina (Hale & Kurok.) Hale (1974) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: folioso, corticícola, de cor verde amarelada, ocasionalmente com uma fina margem negra, contendo cílios marginais bulbados; presença de córtices inferior e superior, córtex inferior de coloração marrom claro a negro, pouco adpresso, com rizinas simples ou ramificadas; ausência de ácido úsnico; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Obs.: Relicina diferencia-se de Bulbothrix pela presença de ácido úsnico no córtex superior, que dá a cor verde amarelada às espécies do gênero.

73. Rimelia Hale & Fletcher (1990) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: folioso, corticícola, pouco adpresso; margem marrom, ou variegada, com cílios simples ou esquarrosos; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, córtex superior fortemente maculado e rimoso-rachado, córtex inferior com coloração negra, presença de rizinas simples a esquarrosas, às vezes com pequenas partes da margem inferior nuas; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, simples, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

74. Rinodina (Ach.) Gray (1821) [Lecanorales, Physciaceae] - talo: crostoso, saxícolaou corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, muito convexos, sem margem talina (lecideínos); himênio com paráfises simples a ramificadas apenas nos ápices, excípulo geralmente escuro; ascosporos elipsóides, bicelulares, marrons; ascos clavados, contendo 8 ou raramente 16 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Obs.: Buellia diferencia-se pelos apotécios lecideínos (sem margem talina).

75. Sphinctrina Fr. (1825) [Mycocaliciales, Sphinctrinaceae] - talo: crostoso, corticícola, verrucoso; ascomas: apotécios nos ápices de verrugas talinas, do tipo mazédios, o himênio maduro degenerando numa massa pulverulenta envolvendo os ascosporos; ascosporos fusiformes, bicelulares, marrons, com ornamentações distintas e paredes espessas; ascos cilíndricos a clavados, degenerando quando maduros, dispersando pela massa; fotobionte: Trebouxia.

76. Sticta (Schreb.) Ach. (1803) [Peltigerales, Lobariaceae] - talo: folioso, corticícola; presença de córtices superior e inferior com colorações distintas, córtex superior glabro e paraplectenquimatoso, córtex inferior fino e geralmente tomentoso com cifelas, coloração variando de marrom claro ao negro, presença de rizinas simples; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, com margem talina (lecanorinos); himênio com paráfises simples e finas; ascosporos fusiformes a aciculares, transversalmente septados com 4 células cilíndricas, incolores; ascos cilíndricos a clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Myrmecia e Nostoc.

Obs.: Pseudocyphellaria difere por apresentar pseudocifelas no córtex inferior.

77. Tapellaria Müll. Arg. (1890) [Lecanorales, Ectolechiaceae] - talo: crostoso, corticícola ou folícolo; ascomas: apotécios não pedunculados, circulares, sem margem talina (lecideínos), negro; hipotécio negro avermelhado, reação K+ purpúrea, himênio com paráfises muito ramificadas e anastomosadas; ascosporos transversalmente septados a submuriformes ou muriformes, incolores, com células cilíndricas a anguladas; ascos clavados, contendo 1 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

78. Teloschistes Norman (1853) [Teloschistales, Teloschistaceae] - talo: fruticoso, corticícola, afixado ao substrato por um apressório, com córtex cilíndrico ramificado, com formato arbustivo, de coloração alaranjada; ascomas: apotécios nos ápices dos ramos, circulares, com margens talinas (lecanorinos); himênio com paráfises ramificadas; ascosporos elipsóides, polariloculares com células arredondadas em extremidades opostas conectadas por um canalículo, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

79. Thelotrema Ach. (1803) [Ostropales, Thelotremataceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: apotécios não pedunculados, irregulares, geralmente com vários mm de largura, poriformes; himênio com paráfises simples; ascosporos elipsóides, muriformes com células arredondadas, incolores; ascos cilíndricos, contendo de 1 a 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

80. Trypethelium Spreng. (1804) [Pyrenulales, Trypetheliaceae] - talo: crostoso, corticícola; ascomas: peritécios agrupados em estromas, separados por paredes laterais finas e unidos por uma única parede superior, com ostíolos verticais puntiformes; himênio com paráfises ramificadas e anastomosadas, excípulo escuro; ascosporos elipsóides a fusiformes, transversalmente septados com 4 ou mais células, incolores, não ornamentados; ascos cilíndricos a clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trentepohlia.

81. Usnea Dill. ex Adans. (1763) [Lecanorales, Parmeliaceae] - talo: fruticoso, corticícola, afixado ao substrato por um apressório, irregularmente ramificado, com córtex cilíndrico, com eixo central de textura cartilagínea; penduloso ou ereto, com apotécios terminais; ascomas: apotécios nos ápices dos ramos, circulares, com margem talina (lecanorinos) e fibrilas marginais; himênio com paráfises ramificadas; ascosporos elipsóides, simples, com paredes finas e raramente com pseudoseptos, incolores; ascos clavados, contendo 8 esporos por asco; fotobionte: Trebouxia.

Recebido em 12/01/2006. Aceito em 5/03/2007

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  • 1
    Autor para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      12 Fev 2008
    • Data do Fascículo
      Dez 2007

    Histórico

    • Recebido
      12 Jan 2006
    • Aceito
      05 Mar 2007
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