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O gênero Strombomonas (Euglenophyceae pigmentadas) em ambientes lênticos na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, Brasil

The genus Strombomonas (pigmented Euglenophyceae) in lentic environments of the Coastal Plains of Rio Grande do Sul State, Brazil

Resumos

São descritos 17 táxons específicos e infra-específicos do gênero Strombomonas Defl., resultado do estudo realizado em ambientes lênticos da Lagoa do Casamento e ecossistemas associados (30º03'-30º34' S e 50º25'-50º47'W) e ambientes próximos ao Butiazal de Tapes (30º23'-30º38' S e 51º16'-51º29'W) na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, com clima subropical. As coletas abrangeram os períodos de outono (maio e junho) e primavera (outubro) de 2003. São novos registros para o estado do Rio Grande do Sul: Strombomonas conspersa (Pascher) Tell & Conf., S. girardiana (Playf.) Defl. var. triondulata Tell & Zaloc., S. maxima (Skortz.) Defl. var. oviformis Shi e S. tuberosa (Skv.) Defl. var. conspersa (Skv.) Defl., sendo S. maxima var. oviformis e S. tuberosa var. conspersa novos registros para a América do Sul. Strombomonas scabra (Playf.) Tell var. ovata (Playf.) Tell & Conf. e S. verrucosa (Daday) Defl. se distinguiram por suportar ampla variação na temperatura e condutividade da água e S. scabra var. ovata f. minor Tell & Conf. e S. verrucosa (Daday) Defl. por serem os únicos táxons encontrados nas duas áreas. É fornecida a amplitude de pH, temperatura e condutividade elétrica da água em que cada táxon de Strombomonas foi registrado na Planície Costeira e comparação com os de outros ambientes aquáticos do Estado.

Euglenophyta; taxonomia; distribuição geográfica; variáveis ambientais


Seventeen specific and infraspecific taxa of the genus Strombomonas Defl. are described as a result of a study in lentic systems of Casamento Lake (30º03'-30º34' S and 50º25'-50º47' W) and near the Tapes Butiazal (30º23'-30º38' S and 51º16'-51º29' W), coastal zone of Rio Grande do Sul state, with a subtropical climate. The qualitative samples were collected in autumn (May and June) and spring (October) 2003. Four taxa are new records for the state: Strombomonas conspersa (Pascher) Tell & Conf., S. girardiana (Playf.) Defl. var. triondulata Tell & Zaloc., S. maxima (Skv.) Defl. var. oviformis Shi and S. tuberosa (Skv.) Defl. var. conspersa (Skv.) Defl.; new records for South America are: S. maxima var. oviformis and S. tuberosa var. conspersa. Strombomonas scabra var. ovata f. minor Tell & Conf. and S. verrucosa (Daday) Defl. were the only taxa found in both areas. The range of environmental variables for taxa of Strombomonas is registered on the Coastal Plains and compared to other aquatic environments of the state.

Euglenophyta; taxonomy; geographical distribution; environmental variables


ARTIGOS

O gênero Strombomonas (Euglenophyceae pigmentadas) em ambientes lênticos na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, Brasil

The genus Strombomonas (pigmented Euglenophyceae) in lentic environments of the Coastal Plains of Rio Grande do Sul State, Brazil

Sandra Maria Alves-da-Silva1 1 Autor para correspondência: alvesdasilva@fzb.rs.gov.br ; Ivy Lima Prietto von Kurrle

Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Seção de Botânica de Criptógamas, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

RESUMO

São descritos 17 táxons específicos e infra-específicos do gênero Strombomonas Defl., resultado do estudo realizado em ambientes lênticos da Lagoa do Casamento e ecossistemas associados (30º03'-30º34' S e 50º25'-50º47'W) e ambientes próximos ao Butiazal de Tapes (30º23'-30º38' S e 51º16'-51º29'W) na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, com clima subropical. As coletas abrangeram os períodos de outono (maio e junho) e primavera (outubro) de 2003. São novos registros para o estado do Rio Grande do Sul: Strombomonas conspersa (Pascher) Tell & Conf., S. girardiana (Playf.) Defl. var. triondulata Tell & Zaloc., S. maxima (Skortz.) Defl. var. oviformis Shi e S. tuberosa (Skv.) Defl. var. conspersa (Skv.) Defl., sendo S. maxima var. oviformis e S. tuberosa var. conspersa novos registros para a América do Sul. Strombomonas scabra (Playf.) Tell var. ovata (Playf.) Tell & Conf. e S. verrucosa (Daday) Defl. se distinguiram por suportar ampla variação na temperatura e condutividade da água e S. scabra var. ovata f. minor Tell & Conf. e S. verrucosa (Daday) Defl. por serem os únicos táxons encontrados nas duas áreas. É fornecida a amplitude de pH, temperatura e condutividade elétrica da água em que cada táxon de Strombomonas foi registrado na Planície Costeira e comparação com os de outros ambientes aquáticos do Estado.

Palavras-chave: Euglenophyta, taxonomia, distribuição geográfica, variáveis ambientais

ABSTRACT

Seventeen specific and infraspecific taxa of the genus Strombomonas Defl. are described as a result of a study in lentic systems of Casamento Lake (30º03'-30º34' S and 50º25'-50º47' W) and near the Tapes Butiazal (30º23'-30º38' S and 51º16'-51º29' W), coastal zone of Rio Grande do Sul state, with a subtropical climate. The qualitative samples were collected in autumn (May and June) and spring (October) 2003. Four taxa are new records for the state: Strombomonas conspersa (Pascher) Tell & Conf., S. girardiana (Playf.) Defl. var. triondulata Tell & Zaloc., S. maxima (Skv.) Defl. var. oviformis Shi and S. tuberosa (Skv.) Defl. var. conspersa (Skv.) Defl.; new records for South America are: S. maxima var. oviformis and S. tuberosa var. conspersa. Strombomonas scabra var. ovata f. minor Tell & Conf. and S. verrucosa (Daday) Defl. were the only taxa found in both areas. The range of environmental variables for taxa of Strombomonas is registered on the Coastal Plains and compared to other aquatic environments of the state.

Key words: Euglenophyta, taxonomy, geographical distribution, environmental variables

Introdução

Strombomonas Deflandre é um gênero da divisão Euglenophyta que possui uma parede denominada de lórica, envolvendo a célula. Foi separado de Trachelomonas por Deflandre, em 1930, a partir de um grupo de espécies deste último gênero da subseção Saccatae, série Asperae. Segundo este autor a diferença morfológica básica entre os dois gêneros é de que Strombomonas apresenta pólo anterior com colarinho sem delimitação nítida do restante da lórica, e pólo posterior terminando em processo caudal.

Com o objetivo de elucidar a sistemática de Trachelomonas e Strombomonas e a validade de Strombomonas foram realizados nas últimas décadas vários estudos dentre os quais destacam-se os de Brosnan et al. (2005), Conforti et al. (1994), Dunlap et al. (1986), Wang et al. (2003) e West & Walne (1980) envolvendo a composição, desenvolvimento e ultraestrutura da lorica e os de Milanowski et al. (2001), Brosnan et al. (2003), Marin et al. (2003), Triemer et al. (2006) e Ciugulea et al. (2008) envolvendo biologia molecular. Recentemente o trabalho de Ciugulea et al. (2008) com base na morfologia e biologia molecular de táxons dos gêneros Trachelomonas e Strombomonas permitiu concluir pela manutenção da separação destes dois gêneros loricados.

No presente trabalho adotou-se o sistema de Deflandre (1930) que considera o gênero Strombomonas e se baseia fundamentalmente em características morfológicas da lórica como as dimensões, forma e ornamentação da parede, e utilizou-se também, a relação entre o comprimento e a largura da lórica, forma e dimensões do cloroplasto, ausência ou presença e tipo de pirenóides.

O gênero apresenta cerca de 50 espécies conhecidas em águas doces do mundo inteiro, ocorrendo principalmente em ambientes com altos teores de matéria orgânica (Hoeck et al. 1995).

O Rio Grande do Sul apresenta um conhecimento satisfatório no que diz respeito ao registro de Strombomonas existindo a citação de 29 espécies deste gênero no Estado, ou seja, cerca de 58% do total de espécies conhecidas atualmente, graças aos estudos desenvolvidos por Alves-da-Silva (1988), Alves-da-Silva & Torres (1994), Alves-da-Silva & Bicudo (2003; 2006), Alves-da-Silva & Bridi (2004), Alves-da-Silva & Crossetti (1999) e Franceschini (1992), entre outros.

O estudo das microalgas da divisão Euglenophyta fez parte de um programa mais amplo, o "Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira - PROBIO", cujo objetivo foi realizar o levantamento da flora e fauna em duas áreas localizadas a oeste e leste da Laguna dos Patos, para definir prioridades de conservação de ecossistemas aquáticos e terrestres na Planície Costeira do Rio Grande do Sul (Becker et al. 2007). O levantamento da comunidade fitoplânctonica revelou alta riqueza de Euglenophyta e carência de estudos mais aprofundados deste grupo de algas na Planície Costeira (Torgan et al. 2007). Para suprir esta lacuna realizou-se o estudo taxonômico desta divisão, sendo que o primeiro trabalho abrangeu os gêneros Euglena e Lepocinclis (Alves-da-Silva & Fortuna, 2006), o segundo o gênero Phacus (Alves da-Silva & Fortuna, 2008), o terceiro o gênero Strombomonas (este trabalho) e o quarto, as Euglenophyta incolores (Alves-da-Silva & Friedrich, 2009).

No país, o conhecimento do gênero é resultado de trabalhos abrangendo a comunidade fitoplanctônica ou a divisão Euglenophyta em particular. Destaca-se o trabalho de Conforti (1993), que registrou 43 táxons de Strombomonas a partir de amostras do lago Camaleão no Amazonas, também os trabalhos de Menezes & Fernandes (1987, 1989), Menezes (1992), Xavier (1988; 1993; 1996), Jati & Train (1994), Bittencourt-Oliveira (1997), Keppeler et al. (2002), Train et al. (2004), Ferragut et al. (2005), Borges et al. (2008) e M. Cardoso (dados não publicados), entre outros. Apesar do conhecimento existente do gênero, ainda são precárias as informações sobre distribuição e ecologia em nível nacional e mundial.

Este trabalho teve como objetivo ampliar o conhecimento taxonômico e distribuição geográfica de Strombomonas no Estado, país e mundo, além de fornecer a amplitude de variação de dados abióticos em que cada táxon foi registrado na Planície Costeira, comparando-os com outros ambientes aquáticos.

Material e métodos

O estudo foi desenvolvido na Planície Costeira do Rio Grande do Sul em margens de sistemas lênticos (banhados, lagoas, açude e canal), em duas áreas localizadas a leste e a oeste da Laguna dos Patos: a Lagoa do Casamento e ecossistemas associados (30º03'-30º34' S e 50º25'- 50º47' W) e ecossistemas próximos à região do Butiazal de Tapes (30º23'-30º38' S e 51º16'-51º29' W). O clima local é subtropical de acordo com Conti & Furlan (2003).

Nestas duas regiões prevalece um relevo plano e áreas com ocorrência de intensos processos de deposição de sedimentos. São planícies arenosas, com lagoas, banhados e dunas, com predomínio de atividades de agricultura, campos de pastagem e algumas áreas de silvicultura. Apesar das duas áreas serem próximas apresentam diferenças quanto ao relevo, composição de ambientes e uso da terra (Ramos et al. 2007).

Na área da Lagoa do Casamento, as amostragens foram realizadas em várias subáreas com lagoas conectivas, sendo feitas coletas nas estações denominadas de A (Lagoa do Casamento e Lagoa do Capivari), B (Lagoa Gateados sul), D (Lagoa dos Gateados norte) e G (Pontal do Anastácio e canal Sangradouro), e na região do Butiazal de Tapes as amostragens foram realizadas nas subáreas denominadas de A (englobando a Lagoa das Capivaras, banhado do Sphagnum, lagoinha entre dunas) e B (Lagoa do Charutão, açude da fazenda São Miguel e Lagoa Redonda) (Fig. 1).


Segundo Torgan et al. (2007) as lagoas conectadas à Lagoa do Casamento (Lagoa do Capivari e Lagoa dos Gateados) encontram-se mais suscetíveis à eutrofização, a florações de algas potencialmente tóxicas e poluição orgânica por influência da bacia hidrográfica do lago Guaíba. Essas lagoas estão sujeitas, também, à ação de drenagem, retirada de água, e ao uso de agrotóxicos e fertilizantes para o cultivo do arroz. Enquanto, Alves-da-Silva & Fortuna (2008) citam que os ecossistemas próximos à região do Butiazal de Tapes, as lagoas são isoladas e mais protegidas de ação antrópica.

Foram coletadas 53 amostras através da passagem de rede de plâncton de 25µm de abertura de malha na subsuperfície da água e espremido de macrófitas aquáticas, abrangendo as estações de outono (período de águas altas - maio e junho) e primavera de 2003 (período de águas baixas - outubro). Parte das amostras foi conservada com formaldeído a 3% ou solução de Transeau e parte foi mantida viva sob refrigeração, durante o período de estudos, para observação de características morfológicas indispensáveis à identificação taxonômica das Euglenophyta.

A análise do material foi realizada sob lâmina e lamínula, com auxílio de microscópio LEICA com ocular-micrometrada e os desenhos foram executados com auxílio de câmara-clara acoplada ao sistema óptico do aparelho. Foram analisadas, no mínimo, 10 lâminas de cada amostra.

Em campo, foram medidas as variáveis abióticas: pH, temperatura, transparência e condutividade da água. O pH foi determinado por meio de potenciômetro digital Hach; a temperatura da água, com termômetro químico (ºC); a transparência com disco de Secchi de 25cm de diâmetro (m) e a condutividade elétrica da água por condutivímetro de campo Hach (µS. cm-1). A média destas variáveis ambientais foi calculada, quando existentes, a partir da amplitude dos valores medidos (mínimos e máximos).

São fornecidas informações da variação morfométrica e ilustrações dos táxons, descrição apenas das feições morfológicas observadas, relação entre o comprimento e a largura da lórica (R c/l), comentários e amplitude das variáveis abióticas medidas, em que cada táxon ocorreu na área de estudo.

As amostras que apresentaram exemplares do gênero Strombomonas estão depositadas no acervo do Herbário Prof. Dr. Alarich R. H. Schultz (HAS) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (Tab. 1).

Para identificação em nível específico e infra-específico do gênero Strombomonas e suas distribuições, foram adotadas as obras de Deflandre (1930), Dillard (2000), Conrad & Van-Meel (1952), Huber-Pestalozzi (1955), Starmach (1983), Tell & Conforti (1986), Shi et al. (1999), e também os trabalhos de Alves-da-Silva & Torres (1994), Alves-da-Silva & Ávila (1997), Alves-da-Silva & Bicudo (2003, 2006), Alves-da-Silva & Bridi (2004), Alves-da-Silva & Ferraz (1991), Alves-da-Silva et al. (1991), Alves-da-Silva & Hahn (2001), Conforti (1993), Conforti & Joo (1994), Conforti et al. (1994), Franceschini (1992), Kiriakov (1983), Keppeler et al. (2002), Menezes & Fernandes (1987; 1989), Menezes (1992), Tell & Conforti (1988), Xavier (1993), Zalocar (1991).

Resultados e discussão

Foram identificados 17 táxons em nível específico e infraespecífico de Strombomonas, distribuídos em 11 variedades típicas, quatro variedades que não as típicas da espécie e duas formas. Das 53 amostras analisadas, 18 apresentaram representantes do gênero Strombomonas (Tab. 1).

Do total de táxons registrados, Strombomonas borystheniensis (Roll) Pop, S. fluviatilis (Lemm.) Defl., S. girardiana (Playf.) Defl. var. girardiana, S. scabra (Playf.) Tell & Conf. var. scabra, S. scabra (Playf.) Tell & Conf. var. ovata (Playf.) Tell & Conf. f. minor Tell & Conf e S. verrucosa (Daday) Defl. já foram citados para a Planície Costeira do Rio Grande do Sul (Torgan et al. 2007).

Levantamento taxonômico

EUGLENACEAE

Strombomonas Deflandre 1930.

1. Strombomonas borystheniensis (Roll) Pop., Flora plant. Cryptog. 3(1): 206, pl. 20, fig. 15. 1966.

Fig. 2-3


 










Lórica oblonga ou amplamente elíptica, 25-27 µm comprimento, 20-21 µm larg., Rc/l=1,2-1,3; pólo anterior terminando em colarinho baixo, oblíquo, bordo crenulado de 1,5-2,5 µm alt., 7-8 µm larg.; pólo posterior arredondado; parede espessa, castanho-claro a médio, verrucosa; cloroplastos discóides ou bastoniformes até 5 µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 5/V/2003, Werner s.n. (HAS 104092); 8/V/2003, Torgan s.n. (HAS 104150); 27/X/2003, Alvesda-Silva s.n. (HAS 104337); 30/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104391).

Distribuição no Brasil: Amazonas e Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: América do Sul, Ásia e Europa.

2. S. conspersa (Pascher) Tell & Conf., Nova Hedwigia 40:124. 1984.

Fig. 4-6

Lórica amplamente elíptica, 29-33 µm comprimento, 21-22 µm larg., R c/l= 1,4-1,5; pólo anterior terminando em colarinho reto a levemente oblíquo, com bordas levemente denteadas, 4-5 µm alt. e 8 µm larg.; vista apical circular; pólo posterior arredondado a levemente arqueado; parede castanha clara a esverdeada, com grânulos irregulares; cloroplastos arredondados, ca. de 3 µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337).

Distribuição no Brasil: Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: América do Sul, Ásia e Europa.

3. S. costata Defl.,Arch. Protistenk. 69(3): 589, figs. 76-80. 1930.

Fig. 7-10

Lórica ovada, às vezes rombóide; 50-55 µm comprimento, 27-30 µm larg., Rc/l=1,8-2,0; pólo anterior gradativamente atenuado em colarinho cilíndrico, alargado, na extremidade, bordo crenulado 7-9 µm alt. e 8-9 µm larg.; vista apical circular a levemente crenulada; pólo posterior abruptamente atenuado em processo caudal hialino, cônico, reto 7-13 µm comprimento; parede hialina esverdeada a amarelada; cloroplastos numerosos, 3-3,5 µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337).

Distribuição no Brasil: Amazonas e Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: América do Sul e Europa.

4. S. deflandrei (Roll) Defl., Arch. Protistenk. 69(3): 575, fig. 37. 1930.

Fig. 11-13

Lórica elíptica a ovada, 31-36 µm comprimento, 21-23 µm larg., Rc/l=1,5-1,6; pólo anterior alargado, vista apical circular; colarinho curto, alargado na extremidade distal, reto ou oblíquo, 2,5-3 µm alt. e 7-7,5 µm de larg.; pólo posterior acuminado abruptamente em processo caudal cônico, reto, 3-3,8 µm comprimento, parede castanho claro, com grânulos; cloroplastos discóides, numerosos, ca. de 3 µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 5/V/2003, Werner s.n. (HAS 104092); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104339); 28/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104369).

Distribuição no Brasil: Amazonas e Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: América do Norte, América do Sul, Ásia e Europa.

5. S. fluviatilis (Lemm.) Defl., Arch. Protistenk. 69(3): 580, figs. 52-53. 1930.

Fig. 14-16

Lórica elíptica, 27-40 µm comprimento, 15-22 µm larg., Rc/l=1,8, pólo anterior gradativamente atenuado em colarinho cilíndrico, reto, bordo liso ou crenulado 3-5 µm alt. e 5,5-7 µm larg; pólo posterior gradativamente atenuado em processo caudal cônico, reto, entre 3-10 µm compr; parede quase hialina a castanho clara; cloropastos discóides, numerosos, 2-3 µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337).

Distribuição no Brasil: Amazonas, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins.

Distribuição geográfica: Cosmopolita.

6. S. gibberosa (Playf.) Defl. Arch. Protistenk., 69(3): 595, fig. 97-101, 103.1930

Fig. 17-18

Lórica rombóide, região mediana alargada e mais angulosa, 50-71 µm comprimento, 20-38 µm larg., Rc/l=1,8-2,2; pólo anterior atenuado abruptamente em colarinho cilíndrico, levemente dilatado na extremidade, 5-10 µm de alt. e 6-6,5 µm larg.; pólo posterior atenuado em processo caudal reto, cônico de 11-21 µm comprimento; parede hialina a castanhaclara; cloroplastos discóides, numerosos, 3-4 µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 30/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104391).

Distribuição no Brasil: Amazonas, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Distribuição geográfica: Cosmopolita.

Os indivíduos encontrados apresentaram grande variação nas dimensões e morfologia e ainda, alguns espécimes possuíam colarinho alto com até 10 µm de alt., lembrando a variedade longicollis Playf. No entanto foram identificados com a var. típica porque a var. longicollis é descrita como possuindo colarinho maior, com 18 µm alt.

7. S. girardiana (Playf.) Defl. var. girardiana, Arch. Protistenk. 69(3): 573, fig. 33-35. 1930.

Fig. 19-20


 














Lórica sub-hexagonal, lados quase paralelos, com uma reentrância na região mediana, 40-44 µm comprimento, 20-23 µm larg., Rc/l=1,8-2,1; pólo anterior terminando em colarinho curto, largo, 5-6,3µm alt. e 3,8-7 µm larg., reto ou obliquo, bordo crenulado; vista apical circular; pólo posterior atenuado em processo caudal cônico, reto, 4-11 µm comprimento; parede castanha clara; cloroplastos arredondados ou alongados até 3,5 µm ; pirenóides internos presentes.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 5/V/2003, Werner s.n. (HAS 104092); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 28/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104369).

Distribuição no Brasil: Amazonas, Paraná e Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: Cosmopolita.

8. S. girardiana (Playf.) Defl. var. triondulata Tell & Zaloc., Nova Hedwigia 41:373, pl 13, fig. 4 a, b. 1985.

Fig. 21-23

Lórica sub-hexagonal, lados com duas reentrância nas margens, 40-47 µm comprimento, 25-27 µm larg., Rc/l=1,5-1,7; pólo anterior termina abruptamente em colarinho curto, ca. de 5 µm alt. e 7-7,5 larg.; vista apical circular; pólo posterior termina em processo caudal cônico com ca. de 10 µm comprimento, parede castanha clara; cloroplastos numerosos, discóides, ca. de 5µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 30/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104391).

Distribuição no Brasil: Amazonas, Paraná e Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: América do Sul.

9. S. maxima (Skv.) Defl. var. oviformis Shi, Flora Algarum Sinicarum Aquae Dulcis 6:168, pl. 48, fig. 3. 1999.

Fig. 24-25

Lórica ovada, 52-60 µm comprimento, 28-33 µm larg., Rc/l=1,6-2,0; pólo anterior terminado em colarinho cilíndrico; truncado, ligeiramente oblíquo, até 8 µm alt. e 7-8 µm larg.; pólo posterior abruptamente atenuado em processo caudal cônico, reto, 6-10 µm comprimento; parede castanho clara, lisa, flexível, formando pregas longitudinais e transversais; cloroplastos numerosos, arredondados ca. de 3 µm diâmetro; grãos de paramido numerosos, elípticos, ca. de 3,5 µm comprimento.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 30/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104391).

Distribuição no Brasil: Rio Grande do Sul.

Distribuição Geográfica: América do Sul e Ásia.

10. S. rotunda (Playf.) Defl., Arch. Protistenk. 69(3): 593, fig. 88, 1930.

Fig. 26-28

Lórica ovada, com região mediana transversalmente elíptica, 24,5-27 µm comprimento, 16-17 µm larg., Rc/l=1,6-1,7; vista apical circular; pólo anterior atenuado abruptamente em colarinho cilíndrico, com bordo reto ou levemente oblíquo, liso ou crenulado, com 2,5-3,5 µm de alt. e 6 µm de larg.; pólo posterior abruptamente atenuado em processo caudal cônico, reto, de 4-5 µm comprimento; parede castanho clara; cloroplastos numerosos discóides, ca. de 2 µm diâm; grãos de paramido numerosos, elípticos ca. de 3 µm comprimento.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 30/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104391).

Distribuição no Brasil: Amazonas, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

Distribuição geográfica: América do Norte, América do Sul, Ásia, Austrália, Oceania.

11. S. scabra (Playf.) Tell & Conf. var. ovata (Playf.) Tell & Conf. f. minor Tell & Conf., Nova Hedwigia 46(3-4): 546, pl. 2, fig. 2-3, pl. 6, fig. 11-12. 1988.

Fig. 32

Lórica elíptica, alargada na região anterior, 23-27 µm comprimento, 17-19 µm larg., Rc/l=1,3-1,4; pólo anterior levemente atenuado, terminando em colarinho cilíndrico, levemente curto, bordo crenulado, 2,5-3,5 µm alt. e 2 µm larg.; pólo posterior acuminado; parede espessa, castanhoavermelhado; cloroplastos numerosos, discóides, ca. de 1,5 µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 5/V/2003, Werner s.n. (HAS 104092); 7/V/2003, Werner s.n. (HAS 104125); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104339); 28/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104366); Tapes, 04/Vl/2003, Werner & Torgan s.n. (HAS 104203).

Distribuição no Brasil: Amazonas e Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: América do Sul.

12. S. scabra (Playf.) Tell & Conf. var. ovata (Playf.) Tell & Conf. f. ovata (Defl.) Tell & Conf., Nova Hedwigia 46(3-4): 546, pl. 2, figs.5-6, pl.6, figs. 8-10. 1988.

Fig. 29-31

Lórica elíptica, 30-34,5 µm comprimento, 17-18µm larg., Rc/l=1,8-1,9, pólo posterior terminando em colarinho 4-5 µm alt. e 5 µm larg.; pólo posterior levemente atenuado em esboço de processo caudal com até 2µm comprimento; parede da lórica rugosa, castanho avermelhada clara; cloroplastos numerosos discóides 2-5 µm diâmetro; pirenóides nus.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 8/V/2003, Werner s.n. (HAS 104136); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 29/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104362); 30/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104391).

Distribuição no Brasil: Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: América do Sul e Oceania.

13. S. scabra (Playf.) Tell & Conf. var. scabra, Nova Hedwigia 46 (3-4): 545, pl. 1, fig. 1-6, pl. 6, fig. 1-3. 1988.

Fig. 33-34

Lórica de amplamente elíptica a globosa, 25-27 µm comp., 20-22,5 µm larg., Rc/l=1,2-1,3; pólo anterior termina em colarinho curto, baixo, bordo crenulado, ca. de 1,5 µm. alt. e 5,5 µm larg.; vista apical circular; pólo posterior arredondado, sem processo caudal; parede espessa, castanho avermelhada média a escura, escabrosa; cloroplastos numerosos, discóides, até 3 µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 5/V/2003, Werner s.n. (HAS 104093); 5/V/2003, Werner s.n. (HAS 104096); 7/V/2003, Werner s.n. (HAS 104120); 7/V/2003, Werner s.n. (HAS 104124); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104339); 28/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104369).

Distribuição no Brasil: Amazonas, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Distribuição geográfica: Cosmopolita.

14. S. tetraptera Bal. & Dast. var. gallica Bour. & Coute, Rev. Algol. 13(4):299, fig. 17. 1978.

Fig. 35-38

Lórica de contorno geral elíptico, torção helicóide, 33-36 µm comprimento, 19-21 µm largura., Rc/l=1,7-1,9; vista polar quadrangular, lados côncavos, ângulos arredondados; pólo anterior alongado, atenuado em colarinho cilíndrico, curto, levemente oblíquo, 4 µm alt. e 6-7 µm larg.; pólo posterior atenuado abruptamente em processo caudal muito curto, 1-1,5 µm comprimento, parede irregularmente granulosa, hialina a esverdeada; cloroplastos discóides ou elípticos, numerosos, 2,5-3 µm de diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 30/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104391).

Distribuição no Brasil: Amazonas e Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: América do Sul, Ásia e Europa.

Comentários: segundo Bourrelly & Coute (1978) esta variedade difere da espécie típica pela torção regular helicóide da lórica, sem expansões aliformes, pelas menores dimensões e pela vista apical quadrangular, lados côncavos e ângulos arredondados.

15. S. tuberosa (Skv.) Defl. var. conspersa (Skv.) Defl., Arch. Protistenk. 69:608, fig. 134. 1930.

Fig. 39-41

Lórica elíptica, 33-35 µm comp., 17-19,5 µm larg., Rc/l= 1,8-1,9; pólo anterior terminando em um colarinho, cilíndrico, curto 2,5 µm alt. e 7-8 µm larg., parede rugosa, esverdeada; cloroplastos bastoniformes, numerosos, 4-5 µm comprimento, com duplopirenóide.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337).

Distribuição no Brasil: Rio Grande do Sul.

Distribuição geográfica: América do Sul, Ásia e Europa.

16. S. urceolata (Stokes) Defl., Arch. Protistenk. 69(3): 586, fig. 70,71-73. 1930.

Fig. 42-43

Lórica urceolada, 44-46,5 µm comp., 27-30 µm larg., Rc/l=1,6; pólo anterior atenuado abruptamente em colarinho curto, subcilíndrico, alargado na região distal, com 2-4 µm alt. e 8-9 µm de larg.; pólo posterior terminando em processo caudal reto, cônico, 4-7 µm comprimento; parede granulosa, hialina a esverdeada; cloroplastos numerosos, alongados ou discóides de 4-5 µm diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 7/V/2003, Werner s.n. (HAS 104118); 28/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104369); 29/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104362); 30/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104391).

Distribuição no Brasil: Amazonas, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Distribuição geográfica: Cosmopolita.

17. S. verrucosa (Daday) Defl., Arch. Protistenk. 69(3): 566, fig. 6-10. 1930.

Fig. 44

Lórica ovada, 45-50 µm comp., 24-25 µm larg., Rc/l=1,92,0; vista apical circular; pólo anterior com colarinho cilíndrico, reto, truncado-oblíquo, bordo liso ou crenulado ca. de 4 µm alt. e 7 µm larg.; pólo posterior atenuado em processo processo caudal cônico, reto a levemente curvo, de 10-12 µm comprimento; parede castanha avermelhada clara até escura; cloroplastos numerosos, discóides, ca. de 3 µm de diâmetro.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, 5/V/2003, Werner s.n. (HAS 104092); 5/V/2003, Torgan s.n. (HAS 104106); 7/V/2003, Werner s.n. (HAS 104125); 8/V/2003, Torgan s.n. (HAS 104150); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104337); 27/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104339); 28/X/2003, Alves-da-Silva s.n. (HAS 104369); Barra do Ribeiro, 4/Vl/2003, Becker s.n. (HAS 104217).

Distribuição no Brasil: Amazonas, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

Distribuição geográfica: Cosmopolita.

Distribuição geográfica, riqueza e comparação de variáveis ambientais

De acordo com avaliação biogeográfica, cinco táxons possuem distribuição cosmopolita, dois são restritos à América do Sul e os demais estão distribuídos em até quatro continentes.

Strombomonas conspersa, S. girardiana var. triondulata, S. maxima var. oviformis e S. tuberosa var. conspersa são novas citações para o Estado do Rio Grande do Sul. Entre estes, são também novos registros para América do Sul: Strombomonas maxima var. oviformis e S. tuberosa var. conspersa.

Dos 17 táxons registrados neste estudo, Strombomonas fluviatilis, S. rotunda, S. scabra var. scabra, S. urceolata e S. verrucosa são os táxons com maior distribuição no país.

Strombomonas scabra var. scabra e S. scabra var. ovata foram os únicos táxons encontrados em amostras tanto de rede como de espremido de macrófitas aquáticas.

A maior riqueza do gênero no Estado foi registrada para o Parque Estadual Delta do Jacuí (34 táxons específicos e infra-específicos) com base no estudo de 25 ambientes (Alves-da-Silva & Bridi 2004). Apesar do número de táxons menor na Planície Costeira, a flora de Strombomonas foi rica, visto que os resultados basearam-se no estudo de somente oito ambientes aquáticos.

Na área da Lagoa do Casamento, foi verificada a maior riqueza do gênero Strombomonas, com a ocorrência dos 17 táxons identificados, enquanto na área do Butiazal de Tapes só ocorreram dois táxons. Strombomonas scabra var. ovata f. minor e S. verrucosa distinguiram-se por serem os únicos táxons encontrados nas duas áreas. O canal do Sangradouro, sistema de ligação entre a Lagoa dos Gateados e a Lagoa do Casamento, com macrófitas aquáticas enraizadas e flutuantes, local protegido da ação dos ventos, foi outro ambiente propício à ocorrência de oito táxons de Strombomonas.

A maior riqueza de Strombomonas nas áreas úmidas associadas à Lagoa do Casamento é muito provavelmente resultado da intercomunicação com a bacia hidrográfica do Lago Guaíba, que apresenta alta diversidade de Euglenophyta (Alves-da-Silva &Ávila 1997, Alves-da-Silva & Bridi 1994, Alves-da-Silva & Crossetti 1999, Alves-da-Silva et al. 2007 e Rodrigues et al. 2007).

Os ecossistemas aquáticos das áreas de estudo apresentaram, de uma maneira geral, baixa transparência (< 0,35 m), em especial, os mais rasos (zonas úmidas como banhados e lagoas rasas), com exceção do canal do Sangradouro da Lagoa dos Gateados e a lagoa das Capivaras com valores de 0,55 e 1,80 m, respectivamente.

O ecossistema banhado foi o que apresentou maior riqueza específica do gênero, distinguindo-se o ambiente localizado entre a Lagoa do Casamento e a Lagoa do Capivari. Este biótopo é raso (ca. de 30 cm), com fundo arenoso a lodoso, coberto por gramíneas e macrófitas aquáticas da família Lemnaceae e do gênero Ludwigia L., entre outras, que ao se decomporem favorecem o aumento de matéria orgânica. Dos 17 táxons registrados neste estudo só não foram encontrados neste local S. gibberosa var. gibberosa e S. urceolata.

Comparando-se as ocorrências de táxons nas duas estações do ano, a primavera (período de águas baixas) apresentou maior número de Strombomonas, possivelmente porque nesta estação as temperaturas mais altas, menores profundidades e precipitações pluviométricas propiciaram maior decomposição das macrófitas aquáticas nos ecossistemas estudados e maior disponibilidade de matéria orgânica, fator citado em literatura como propício para ocorrência da divisão Euglenophyta (Margalef 1983; Hoek et al. 1995 e Alves-da-Silva & Fortuna 2008, entre outros).

Apesar da elevada riqueza de Strombomonas registrada na Planície Costeira, o número de indivíduos por lâmina foi baixo (no máximo cinco), na maioria dos ambientes analisados.

Os táxons de Strombomonas foram encontrados na Planície Costeira em amplitudes de temperatura de 14º a 30º C e média acima de 20º C, resultado semelhante ao encontrado por Alves-da-Silva & Bridi (2004) no Parque Estadual Delta do Jacuí, Alves-da-Silva & Torres (1994) em lagos rasos no Parque Zoológico e Jardim Botânico de Porto Alegre e Alves-da-Silva & Bicudo (2006) em um reservatório raso. No presente estudo, S. scabra var. ovata f. ovata, S. scabra var. ovata f. minor, S. scabra var. scabra e S. verrucosa foram euritérmicas, ou seja, suportaram as maiores amplitudes desta variável (Tab. 2).

Strombomonas borystheniese, S. deflandrei, S. fluviatilis, S. gibberosa e S. girardiana são espécies que toleram ampla variação de temperatura, conforme resultados encontrados por Alves-da-Silva & Bridi (2004) e Alves-da-Silva & Torres (1994). Na Planície Costeira estes táxons foram registrados em águas com pouca variação de temperatura (Tab. 2).

O gênero tolera ampla variação de pH, ocorrendo em águas levemente ácidas a alcalinas (Alves-da-Silva & Bicudo 2006; Alves-da-Silva & Bridi 1994 e Alves-da-Silva & Torres 1994). Na Planície Costeira, com exceção de S. verrucosa todos os táxons foram encontrados em águas levemente ácidas (6,1-6,8) (Tab. 3).

A condutividade elétrica da água foi a variável com maior amplitude e diferença entre as duas áreas, oscilando de 13,7 a 362 µS.cm-1 na área da Lagoa do Casamento e ecossistemas associados, enquanto nos ecossistemas aquáticos do Butiazal de Tapes variou de 20 a 35 µS.cm-1. Strombomonas scabra var. ovata tolerou a maior amplitude desta variável. No banhado entre as Lagoas do Casamento e do Capivari, na primavera, onde ocorreu a maior riqueza do gênero Strombomonas, a condutividade medida foi de 110 µS.cm-1, semelhante à encontrada por Alves-da-Silva & Bicudo (2006) em um reservatório raso, que oscilou de 70 a 170 µS.cm-1, mas com maiores riquezas do gênero em condutividades por volta de 100 µS.cm-1 ( Tab. 4).

Conforti (1993) cita o maior número de táxons de Strombomonas no Lago Camaleão, no Amazonas em condutividade elétrica de 762 µS.cm-1, enquanto Zaburlin et al. (2004) registraram táxons de Strombomonas no arroio Yacarey, Argentina, entre 34-49 µS.cm-1, confirmando a tolerância do gênero a grande variação da condutividade elétrica da água.

Agradecimentos

A todos os colegas do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, em especial aos da Seção de Botânica de Criptógamas pelo auxílio nas coletas. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul pela concessão de bolsa de Iniciação Científica à segunda autora (proc. nº 05503759). Aos colegas do Laboratório de Geoprocessamento da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul pela elaboração domapa. À Rejane Rosa pela cobertura à nanquim dos desenhos. À Zulanira Meyer Rosa pela leitura crítica do trabalho.

Recebido em 18/01/2008.

Aceito em 29/12/2008

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    Autor para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Abr 2010
    • Data do Fascículo
      Dez 2009

    Histórico

    • Recebido
      18 Jan 2008
    • Aceito
      29 Dez 2008
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