EDITORIAL
Uma nova era para a RBO
O momento atual das publicações científicas nos obriga a uma reflexão.
Temos pelo menos dois tipos de publicação:
uma publicação feita com sentido prático para ser lida por seus pares e desta forma divulgar o conhecimento e os autores no meio em que vivem e trabalham - são as revistas de leitura;
uma publicação feita segundo padrões internacionais, selecionada para indexação em uma base de dados e lida via internet por pesquisadores que porventura venham a se interessar pelo tema em qualquer parte do mundo - são as revistas de pesquisa.
A primeira é uma revista que será recebida ou comprada pelo leitor e fará parte de seu acervo para ser consultada quando necessário; a segunda estará na internet e será pesquisada nas bases de dados e talvez nunca seja vista na sua forma física.
As duas têm a sua importância e a sua utilidade, de acordo com a razão da consulta. Os redatores das revistas de leitura, por exemplo, consultarão as revistas de pesquisa para a produção dos seus trabalhos.
Os dois tipos não se excluem nem competem entre si, são apenas opções que devem ser consideradas; o redator deve, ao montar o seu texto, escolher uma das duas opções e desenvolver o seu trabalho com um objetivo claro.
Os órgãos que fiscalizam o ensino superior valorizam as revistas de pesquisa e os serviços universitários, em atenção a esta valorização, sugerem a seus membros que priorizem as suas publicações em revistas de pesquisa; por esta razão tivemos durante um período uma fuga de importantes publicações da RBO , para revistas de pesquisa muito pouco consultadas por ortopedistas. Houve um prejuízo para os ortopedistas brasileiros, que não tiveram acesso a importantes trabalhos nacionais e para os redatores, que não tiveram os seus recentes estudos divulgados no seu meio profissional.
A RBO era por tradição uma revista de leitura, para ser consultada e guardada; é distribuída gratuitamente na casa de 10.000 leitores. A sua indexação na scielo transformou-a também em uma revista de pesquisa, tornando os seus trabalhos conhecidos no meio ortopédico nacional e disponíveis ao pesquisador.
Esta qualificação de revista indexada nos coloca em uma nova era, que exigirá a manutenção e a melhoria da qualidade do conteúdo, porém com a vantagem de disponibilizarmos todo este esforço aos nossos quase 10.000 sócios.
Para mim é uma honra entrar nesta nova era como o quarto editor-chefe da RBO na sua história de 42 anos, sucedendo Marcio ibrahim de Carvalho, Donato D'Angelo e Carlos Giesta.
Espero ser iluminado com o pioneirismo de Marcio ibrahim, que iniciou o TEOT e a RBO estruturada, a simpatia e o sentido de instituição de Donato D'Angelo, que editou a RBO por 27 anos, e a classe e o rigor de Carlos Giesta, que permitiu a indexação da revista na Scielo.
Assumo esta missão com a consciência de estar assumindo o cargo mais importante de minha vida acadêmica e a maior responsabilidade de minha longa carreira na sBOT.
Imagino uma RBO prática e acessível ao ortopedista brasileiro, com a qualidade de uma revista internacional. Para tal conto com a colaboração de todos os ortopedistas que ora são leitores, ora redatores da RBO.
Gilberto Luis Camanho
Editor chefe da RBO
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
24 Mar 2009 -
Data do Fascículo
Fev 2009