Caro editor,
Foi com grande interesse que li o artigo "Estudo anatômico do ligamento anterolateral do
joelho" em sua publicação.11. Helito CP, Miyahare HS, Bonadio MB, Tirico LE, Gobbi RG, Demange MK,
et al. Anatomical study on the anterolateral ligament of the knee. Rev Bras Ortop.
2013;48(4):368-73. Entretanto, outro estudo
morfológico realizado por Claes et al.22. Claes S, Vereecke E, Maes M, Victor J, Verdonk P, Bellemans J.
Anatomy of the anterolateral ligament of the knee. J Anat.
2013;223(4):321-8. também
descreveu a ocorrência comum do ligamento anterolateral do joelho. Juntamente com os dados
de Vincent et al., esses três estudos examinaram 57 espécimes anatômicos, dentre os quais
encontraram o ligamento anterolateral em 56 (98,2%).11. Helito CP, Miyahare HS, Bonadio MB, Tirico LE, Gobbi RG, Demange MK,
et al. Anatomical study on the anterolateral ligament of the knee. Rev Bras Ortop.
2013;48(4):368-73.
2. Claes S, Vereecke E, Maes M, Victor J, Verdonk P, Bellemans J.
Anatomy of the anterolateral ligament of the knee. J Anat.
2013;223(4):321-8.-33. Vincent JP, Magnussen RA, Gezmez F, Uguen A, Jacobi M, Weppe F, et
al. The anterolateral ligament of the human knee: an anatomic and histologic study.
Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2012;20(1):147-52. Dada sua provável
repercussão clínica nos resultados pós-cirúrgicos, a avaliação pré-operatória da
integridade do ligamento cruzado anterior seria desejável. Para estudar a visibilidade do
joelho nas imagens de ressonância nuclear magnética (RNM) convencional, foram escolhidos
aleatoriamente 30 RNM do joelho pelo PACS Departamental para revisão (5 mulheres e 25
homens, com média de idade de 38,9 anos). As imagens foram obtidas ambulatorialmente,
utilizando diferentes scaners com intensidade de campo de 1,0 ou 1,5
Tesla. De acordo com a localização anatômica descrita, as imagens coronais pareceram ser as
mais apropriadas para sua visualização. Todos os pacientes fizeram imagens coronais
ponderadas por densidade de prótons ou ponderadas em T2 com supressão da gordura, com
espessura de corte de 3 a 4 mm. As imagens foram revisadas usando o PACS Departamental
(visualização Synedra®, Synedra, Innsbruck, Áustria). O ligamento anterolateral
pôde ser identificado em 22 dos 30 pacientes (73,3%). Tal como mostrado na figura 1, o ligamento pôde ser encontrado dorsal ao
trato iliotibial e ventral ao ligamento colateral lateral (fig. 1). Na maioria dos pacientes, o ligamento anterolateral só pôde ser visto
como uma estrutura ligamentar muito fina; em alguns pacientes, somente a porção da inserção
no menisco lateral pôde ser identificada. Dado o pequeno número de casos, não houve
diferenças significativas entre os diferentes scaners/sequências. Foi observado que outros
cortes (sagital/axial) não foram confiáveis para a visualização do ligamento anterolateral.
Até hoje a descrição deste ligamento não foi discutida na literatura radiológica. Em um
resumo do seu trabalho, Claes et al.44. Claes SA, Bartholomeeusssen S, Vereecke EE, Victor JM, Verdonk P,
Bellemans J. The anterolateral ligament of the knee: anatomy, radiology, biomechanics
and clinical implications. Presented at the 2013 AAOS annual meeting. Disponível em:
www.abstractsonline.com
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descreveram a
visibilidade do ligamento anterolateral em 95,7% das RNM dos casos com ruptura do ligamento
cruzado anterior. A diferença pode ser explicada pelo fato da visualização das lesões
ligamentares ser facilitada pelo derrame articular e pelo edema de partes moles
diferenciando as estruturas anatômicas. Por outro lado, a nossa casuística também incluiu
exames sem patologia aguda, mas estes não descrevem os scaners ou as
sequências utilizadas. Foi descrita uma alta frequência de ruptura do ligamento
anterolateral nestes pacientes.
- Imagem coronal com supressão da gordura ponderada em T2 de um homem de 38 anos após um trauma. O ligamento anterolateral se eleva do fêmur com duas inserções, no menisco lateral e na tíbia. Encontra-se dorsal ao trato iliotibial e ventral ao ligamento colateral lateral.
Em conclusão, o ligamento anterolateral descrito recentemente pode ser visualizado na maioria dos pacientes submetidos a RNM convencional de joelho. Sua visibilidade provavelmente aumentará ainda mais com a redução da espessura do corte ou com maior intensidade de campo (3 Tesla). Os cirurgiões ortopédicos e os radiologistas devem estar cientes da importância dessa estrutura e informar ao identificá-la na análise das imagens de ressonâncias magnéticas do joelho.
Referências
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1Helito CP, Miyahare HS, Bonadio MB, Tirico LE, Gobbi RG, Demange MK, et al. Anatomical study on the anterolateral ligament of the knee. Rev Bras Ortop. 2013;48(4):368-73.
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2Claes S, Vereecke E, Maes M, Victor J, Verdonk P, Bellemans J. Anatomy of the anterolateral ligament of the knee. J Anat. 2013;223(4):321-8.
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3Vincent JP, Magnussen RA, Gezmez F, Uguen A, Jacobi M, Weppe F, et al. The anterolateral ligament of the human knee: an anatomic and histologic study. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2012;20(1):147-52.
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4Claes SA, Bartholomeeusssen S, Vereecke EE, Victor JM, Verdonk P, Bellemans J. The anterolateral ligament of the knee: anatomy, radiology, biomechanics and clinical implications. Presented at the 2013 AAOS annual meeting. Disponível em: www.abstractsonline.com
» www.abstractsonline.com
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On-line em 15 de janeiro de 2014
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
Jan-Feb 2014