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Pseudoaneurisma após procedimento artroscópico no joelho ☆ Trabalho desenvolvido na Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.

Resumos

O objetivo deste estudo é revisar na literatura todos os casos de pseudoaneurisma em procedimentos predominantemente artroscópicos do joelho e relatar um caso de pseudoaneurisma tratado pelos autores. Foi feita uma pesquisa bibliográfica por meio de artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais nos últimos 23 anos. Foram levantados 47 casos, em 40 artigos. Somou-se aos 47 um caso dos autores deste estudo que foi incluído nos dados. Das cirurgias que cursaram com pseudoaneurisma, 60% se tratavam de lesões meniscais e 23% de lesões do ligamento cruzado anterior. Em 46% dos casos a artéria acometida foi poplítea e em 21% a artéria genicular inferomedial. O sintoma clínico mais comum foi dor (37%), seguido de tumor pulsátil (31%), edema de panturrilha (12%) e hemartrose (11%). A mediana do tempo para diagnóstico foi de 11 dias, mas variou de um dia até 10 semanas após o procedimento. Apesar de raro, o pseudoaneurisma é um risco inerente à cirurgia artroscópica. Todo paciente deve ser notificado dos riscos vasculares, mesmo em procedimentos de pequeno porte.

Ligamento cruzado anterior; Artérias; Falso aneurisma; Artroscopia; Joelho


The aim of this study was to review all cases of pseudoaneurysm in the literature, in predominantly arthroscopic procedures on the knee, and to report on a case of pseudoaneurysm that we treated. A bibliographic search was conducted for scientific articles published in Brazilian and foreign periodicals over the last 23 years. Forty-seven cases were found, in 40 articles. In addition to these 47 cases, there was the case that we treated, which was also included in the data. Among the operations that progressed with formation of a pseudoaneurysm, 60% were cases of meniscal injuries and 23%, anterior cruciate ligament injuries. In 46% of the cases, the artery affected with the popliteal, and in 21%, the inferomedial genicular artery. The commonest clinical symptom was pain (37%), followed by pulsating tumor (31%), edema of the calf (12%) and hemarthrosis (11%). The median time taken to make the diagnosis was 11 days, but it ranged from one day to 10 weeks after the procedure. Although rare, pseudoaneurysms are a risk that is inherent to arthroscopic surgery. All patients should be made aware of the vascular risks, even in small-scale procedures.

Anterior cruciate ligament; Arteries; False aneurysm; Arthroscopy; Knee


O objetivo deste estudo é revisar na literatura todos os casos de pseudoaneurisma em procedimentos predominantemente artroscópicos do joelho e relatar um caso de pseudoaneurisma tratado pelos autores. Foi feita uma pesquisa bibliográfica por meio de artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais nos últimos 23 anos. Foram levantados 47 casos, em 40 artigos. Somou-se aos 47 um caso dos autores deste estudo que foi incluído nos dados. Das cirurgias que cursaram com pseudoaneurisma, 60% se tratavam de lesões meniscais e 23% de lesões do ligamento cruzado anterior. Em 46% dos casos a artéria acometida foi poplítea e em 21% a artéria genicular inferomedial. O sintoma clínico mais comum foi dor (37%), seguido de tumor pulsátil (31%), edema de panturrilha (12%) e hemartrose (11%). A mediana do tempo para diagnóstico foi de 11 dias, mas variou de um dia até 10 semanas após o procedimento. Apesar de raro, o pseudoaneurisma é um risco inerente à cirurgia artroscópica. Todo paciente deve ser notificado dos riscos vasculares, mesmo em procedimentos de pequeno porte.

Ligamento cruzado anterior; Artérias; Falso aneurisma; Artroscopia; Joelho


Introdução

Artroscopia do joelho está entre os procedimentos cirúrgicos mais feitos no tratamento de lesões esportivas.11. Miyasaka KC, Daniel DM, Lsm PH. The incidence of knee ligament injuries in the general population. Am J Knee Surg. 1991;4(1):3-8. Somente de reconstrução artroscópica do ligamento cruzado anterior (LCA) são 75 mil casos por ano nos Estados Unidos.22. Grossman MG, El Attrache NS, Shields CL, Glousman RE. Revision anterior cruciate ligament reconstruction: three- to nine-year follow-up. Arthroscopy. 2005;21(4):418-23.

A artroscopia cresceu pela menor lesão de partes moles necessárias para fazer o procedimento. Com guias precisos e uso de câmeras é possível aumentar a eficácia do cirurgião e diminuir o dano ao paciente. Porém, a visão direta das estruturas circunvizinhas não é mais uma rotina, o que pode levar a lesões não esperadas. Um exemplo são os relatos de pseudoaneurisma após procedimento artroscópico do joelho.33. Shaw A, Stephen AB, Lund JN, Bungay P, DeNunzio M. Geniculate arterial pseudoaneurysm formation following trauma and elective orthopaedic surgery to the knee: 2 case reports and a review of the literature. J Radiol Case Rep. 2009;3(3):12-6. and 44. Mello W, de Brito WE, Migon EZ, Borges A. Pseudoaneurysm of the medial inferior genicular artery after anterior cruciate ligament reconstruction. Arthroscopy. 2011;27(3):442-5.

Os pseudoaneurismas são causados por uma lesão incompleta da parede arterial com extravasamento de sangue que é contido pelos tecidos vizinhos. Essa coleção sanguínea se organiza em uma cápsula fibrosa com presença de um fluxo turbilhonar no seu interior5 (fig. 1).

Figura 1 -
Desenho esquemático da formação do pseudoaneurisma.

Dentro de sua evolução natural, o pseudoaneurisma pode aumentar de tamanho até a ruptura ou causar ulceração nas estruturas próximas.33. Shaw A, Stephen AB, Lund JN, Bungay P, DeNunzio M. Geniculate arterial pseudoaneurysm formation following trauma and elective orthopaedic surgery to the knee: 2 case reports and a review of the literature. J Radiol Case Rep. 2009;3(3):12-6. , 5 5. Miyamotto M, César R, Moreira R, Erzinger FL, Franc¸a GJ, Gineste A. Pseudo-aneurisma idiopatico da artéria poplítea. J Vasc Bras. 2004;3(2):169-71. and 66. Puig J, Perendreu J, Fortuño JR, Branera J, Falcó J. Transarterial embolization of an inferior genicular artery pseudoaneurysm with arteriovenous fistula after arthroscopy. Korean J Radiol. 2007;8(2):173-5.

Pelo fato de ser uma complicação rara é necessário um alto índice de suspeição para que seja feito o diagnóstico precoce.7 A literatura sobre pseudoaneurisma após procedimento artroscópico do joelho é escassa e existem apenas relatos isolados.

O objetivo deste trabalho é revisar na literatura todos os casos de pseudoaneurisma em procedimentos predominantemente artroscópicos do joelho (LCA, lesões meniscais, sinovectomia e osteocondrites) e relatar um caso de pseudoaneurisma tratado pelos autores.

Método

Foi feita uma pesquisa bibliográfica por meio de artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais nos últimos 23 anos, nas bases de dados Pubmed e Bireme. A pesquisa foi feita em duas etapas no site da Pubmed, uma etapa com os termos pseudoaneurysm OR false aneurysm e knee OR cruciate OR arthroscopye em uma segunda etapa pseudoaneurisma OR falso aneurisma e joelho OR cruzado OR artroscopia. Na Bireme os termos foram usados isoladamente. Foram necessárias dez combinações para ter uma pesquisa semelhante. Foram elas: pseudoaneurysm knee, pseudoaneurysm cruciate, pseudoaneurysm arthroscopy, false aneurysm knee, false aneurysm cruciate, false aneurysm arthroscopy, pseudoaneurisma joelho, pseudoaneurisma cruzado, pseudoaneurisma artroscopia.

Selecionaram-se os relatos de casos sobre pseudoaneurisma de joelho após procedimento predominantemente artroscópico (LCA, lesões meniscais, sinovectomia e osteocondrites). Alguns artigos foram encontrados nas referências dos artigos selecionados. Não foi encontrado estudo prospectivo ou retrospectivo sobre o assunto, nem mesmo série de casos. O número máximo de relatos por artigo é de três casos.88. Dinh A, Brunet AP, Maatouk M, Diebold S, Favoli P. Arterial complications of arthroscopic meniscectomies. Apropos of three cases. Ann Chir. 1993;47(6):547-52. A revisão foi conferida até 24 de junho de 2011.

Foram encontrados artigos em cinco línguas (inglês: 31, francês: 3, português: 1, alemão: 1, sérvio: 1). Os pontos de interesse do artigo em sérvio foram gentilmente traduzidos para língua inglesa para que pudesse ser incluído no trabalho.99. Milankov M, Ninkovic´ S, Stankovic´ M. False aneurysm following arthroscopic meniscectomy of the knee. Med Pregl. 2004;57(5-6):289-91.

Não é do interesse deste artigo revisar opinião de especialista, apenas os relatos de casos, já que não há uma evidência mais forte sobre o assunto até o momento.

Relato de caso

Paciente do sexo masculino, 17 anos, teve lesão total de LCA após torção de joelho direito ao jogar handball. Foi feita reconstrução artroscópica do LCA com enxerto de tendões flexores do joelho.

Após dois anos e meio houve nova torção do joelho direito, seguida de queixa de instabilidade e episódios recorrentes de derrame articular. Ele procurou o Serviço de Ortopedia do Centro de Traumatologia Esportiva e Artroscopia, onde foi feito o diagnóstico de nova lesão do LCA. Foi programada uma revisão cirúrgica da reconstrução. O enxerto usado foi o tendão do músculo quadricipital. Também foi feita uma extensa plastia do intercôndilo femoral.

No primeiro dia de pós-operatório, o paciente teve queixa de derrame articular no joelho e da presença de uma massa pulsátil em região inferomedial do joelho direito que causava forte dor e desconforto. Um exame de ecodoppler confirmou o diagnóstico clínico de pseudoaneurisma. O paciente foi encaminhado ao departamento de cirurgia vascular, onde foi feita a embolização do pseudoaneurisma. Durante a arteriografia ficou evidenciado o pseudoaneurisma da artéria genicular inferomedial. O paciente apresentou boa recuperação sem intercorrências.

Revisão de literatura

Foram levantados 47 casos, em 40 artigos.44. Mello W, de Brito WE, Migon EZ, Borges A. Pseudoaneurysm of the medial inferior genicular artery after anterior cruciate ligament reconstruction. Arthroscopy. 2011;27(3):442-5. , 66. Puig J, Perendreu J, Fortuño JR, Branera J, Falcó J. Transarterial embolization of an inferior genicular artery pseudoaneurysm with arteriovenous fistula after arthroscopy. Korean J Radiol. 2007;8(2):173-5. , 77. Audenaert E, Vuylsteke M, Lissens P, Verhelst M, Verdonk R. Pseudoaneurysm complicating knee arthroscopy. A case report. Acta Orthop Belg. 2003;69(4):382-4. , 88. Dinh A, Brunet AP, Maatouk M, Diebold S, Favoli P. Arterial complications of arthroscopic meniscectomies. Apropos of three cases. Ann Chir. 1993;47(6):547-52. , 99. Milankov M, Ninkovic´ S, Stankovic´ M. False aneurysm following arthroscopic meniscectomy of the knee. Med Pregl. 2004;57(5-6):289-91. , 1010. Armato DP, Czamecki D. Geniculate artery pseudoaneurysm: a rare complication of arthroscopic surgery. AJR Am J Roentgenol. 1990;155(3):659. , 1111. Aldrich D, Anschuetz R, LoPresti C, Fumich M, Pitluk H, O'Brien W. Pseudoaneurysm complicating knee arthroscopy. Arthroscopy. 1995;11(2):229-30. , 1212. Becher C, Burger UL, Allenberg JR, Kaufmann GW, Thermann H. Delayed diagnosis of a pseudoaneurysm with recurrent hemarthrosis of the knee joint. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2008;16(6):561-4. , 1313. Bell KA, Simon BK. Aneurysm of popliteal artery after medial meniscectomy: an unusual complication. South Med J. 1979;72(9):1126-34. , 1414. Beck DE, Robison JG, Hallett JW Jr. Popliteal artery pseudoaneurysm following arthroscopy. J Trauma. 1986;26(1):87-9. , 1515. Brasseur P, Sukkarieh F. Iatrogenic pseudo-aneurysm of the popliteal artery. Complication of arthroscopic meniscectomy. Apropos of a case. J Radiol. 1990;71(4):301-4. , 1616. 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Soma-se aos 47 um caso do autor do trabalho incluído nos dados.

O primeiro caso de pseudoaneurisma após procedimento artroscópico do joelho data de 1979.1313. Bell KA, Simon BK. Aneurysm of popliteal artery after medial meniscectomy: an unusual complication. South Med J. 1979;72(9):1126-34. Não se acredita que haja casos mais antigos, pois a artroscopia só se popularizou na década de 1990.

A investigação feita apresentou 75% de pacientes do sexo masculino e 25% do feminino, com idades que variaram de 13 a 69 anos. A média das idades do sexo masculino foi de 32,30 (14,92) e mediana 31 e do feminino foi de 33,87 (21,19) e mediana de 32,50.

Os diagnósticos encontrados nos estudos investigados variaram entre os seguintes: distúrbios no menisco (60,41%), LCA (22,91%), sinovite (6,25%), artrose (4,16%) e também a osteocondrite e o cisto de Baker (tabela 1).

Tabela 1 -
Diagnósticos encontrados na literatura pesquisada

O tempo para diagnóstico variou de um a 180 dias, com média de 11,90 (35,25) e mediana de 11 dias.

A ressecção foi o tratamento mais frequente encontrado na literatura, com 75%, seguido pela embolização, com 20,83%. Dos casos estudados, um foi solucionado com prótese percutânea e em outro não foi especificado o tratamento executado.

As artérias mais acometidas foram a poplítea, com 45,83%, e a genicular inferomedial, com 20,83% (tabela 2).

Tabela 2 -
Artérias acometidas nos casos apresentados na literatura pesquisada

Para a detecção do pseudoaneurisma foram usados exames complementares, como: ecodoppler, arteriografia, TAC, angiotomo com contraste, aspiração e até inspeção por cirurgia. Os exames complementares mais frequentemente solicitados nos estudos revisados foram a arteriografia, com 41,66%, e o ecodoppler, com 39,58% dos casos.

Dos 48 pacientes avaliados nos diferentes estudos, 34 apresentaram dor, 29 tumor pulsátil, 11 edema de panturrilha, oito tumor não pulsátil e um parestesia (tabela 3).

Tabela 3 -
Sinais e sintomas relatados na literatura pesquisada

Discussão

Artroscopia do joelho é um procedimento comum e seguro, com poucas complicações. A incidência descrita de lesão nervosa e vascular após artroscopia em grandes séries vai de 0,56% a 0,80%. Essa baixa incidência talvez seja um dos motivos de complicações vasculares serem de diagnóstico difícil e tardio.77. Audenaert E, Vuylsteke M, Lissens P, Verhelst M, Verdonk R. Pseudoaneurysm complicating knee arthroscopy. A case report. Acta Orthop Belg. 2003;69(4):382-4.

A maior incidência de pseudoaneurismas encontrada em homens (75%) deve-se ao fato de que as lesões de joelho ocorrem em jovens praticantes de atividade esportiva, que em sua maioria são homens. Porém o número de mulheres que praticam esportes está crescendo e a relação de lesões por horas de prática esportiva é menor no sexo feminino.4444. Bjordal JM, Arnly F, Hannestad B, Strand T. Epidemiology of anterior cruciate ligament injuries in soccer. Am J Sports Med. 1997;25(3):341-5.

O risco de lesão arterial durante cirurgia de joelho está relacionado com a anatomia, pois os vasos estão próximos da cápsula articular. Durante a flexão do joelho as artérias são movidas para frente em direção à cápsula posterior e a artéria poplítea fica então separada da cápsula por uma fina camada de gordura, o que pode ser a possível explicação para a frequência do acometimento da artéria poplítea. Como a parte posterior do joelho é de difícil visualização durante a artroscopia e o uso do torniquete não permite visualização de sangramento imediato, essas lesões vasculares não são facilmente diagnosticadas. Por essa razão, deve-se checar cuidadosamente a circulação do membro após a cirurgia.77. Audenaert E, Vuylsteke M, Lissens P, Verhelst M, Verdonk R. Pseudoaneurysm complicating knee arthroscopy. A case report. Acta Orthop Belg. 2003;69(4):382-4.

É necessária a rotura da parede arterial para o desenvolvimento do pseudoaneurisma. Entretanto, a formação do pseudoaneurisma pode ocorrer após artroscopia sem uma história de penetração da cápsula do joelho ou da parede do vaso. Uma hipótese para explicar isso seria o estresse exagerado nas estruturas do joelho e em suas artérias durante o procedimento artroscópico. Um exemplo é a cirurgia artroscópica para lesões do menisco medial, na qual é preciso, em alguns casos, exercer uma força de estresse em varo para melhor visualização. Uma hipótese mais plausível seria a lesão parcial da artéria durante a confecção das vias de acesso da artroscopia. O portal de acesso é feito na face anteromedial e anterolateral do joelho, próximo das artérias geniculares superiores. Também existe a via de acesso da retirada de enxerto, que no caso do enxerto patelar e de tendões flexores do joelho fica próximo das geniculares inferiores.77. Audenaert E, Vuylsteke M, Lissens P, Verhelst M, Verdonk R. Pseudoaneurysm complicating knee arthroscopy. A case report. Acta Orthop Belg. 2003;69(4):382-4.

O conhecimento da anatomia vascular do joelho é essencial para evitar esse tipo de complicação. As artérias que suprem a articulação do joelho são: ramos geniculares das artérias femoral, poplítea, recorrente tibial anterior e ramo descendente da artéria circunflexa femoral lateral. A maioria do suprimento sanguíneo tanto para o LCA quanto para o posterior é feito por ramos ligamentares da artéria genicular medial (supre também a membrana sinovial e a margem lateral dos meniscos) e também por alguns ramos terminais das artérias geniculares inferomedial e inferolateral. Esses vasos se ramificam e formam um rico plexo sinovial que contribui para uma rede de vasos intracapsular que circunda o LCA.4545. Aldridge JM, Weaver JP, Mallon WJ. Avulsion of the middle genicular artery: a previously unreported complication of anterior cruciate ligament repair. A case report. Am J Sports Med. 2002;30(5):748-50.

As cirurgias artroscópicas que necessitam de túneis ósseos requerem o uso de guias que assegurem que as perfurações ósseas sejam feitas no local adequado. Normalmente a confecção do túnel é iniciada por meio de um fio de aço de 2 mm de diâmetro (fio guia). Após o posicionamento ser considerado adequado pelo cirurgião, é passada uma broca canulada por esse fio guia para perfuração óssea. Aqui surgem dois pontos importantes a discutir a respeito dos pseudoaneurismas. O primeiro é a passagem desses fios às cegas com perfuração das partes moles, o que pode levar a lesões parciais das artérias. A segunda é a precisão, que em caso de materiais de má qualidade pode levar o fio guia para locais não planejados, mesmo quando a técnica é aplicada adequadamente.

A dor foi o sintoma mais comum nos casos relatados, porém sua inespecificidade às vezes pode não ajudar no diagnóstico. O tumor pulsátil e a hemartrose com sangue arterial estavam presentes em muitos dos casos e já levavam a um alto índice de suspeição. Em alguns casos o tumor foi descrito como não pulsátil e nenhum dos autores investigados discutiu tal fato.

O diagnóstico pode ser feito clinicamente pela presença de uma massa pulsátil, crescente, dolorosa, associada a um frêmito palpável e a um sopro sistólico. A confirmação do diagnóstico pode ser feita por ecodoppler, ressonância magnética e arteriografia.3737. Sarrosa EA, Ogilvie-Harris DJ. Pseudoaneurysm as a complication of knee arthroscopy. Arthroscopy. 1997;13(5):644-5. Como complicações do pseudoaneurisma têm-se: hemorragia, dor e efeitos de ocupação de massa, como compressão neurológica, neuralgia, compressão venosa e trombose.4646. Noorpuri BS, Maxwell-Armstrong CA, Lamerton AJ. Pseudo-aneurysm of a geniculate collateral artery complicating total knee replacement. Eur J Vasc Endovasc Surg. 1999;18(6):534-5.

O alto índice de suspeição deve ser mantido para evitar o retardo no diagnóstico. A mediana dos estudos encontrados foi de 11 dias para o diagnóstico, mas variou de um dia até 10 semanas após o procedimento.3737. Sarrosa EA, Ogilvie-Harris DJ. Pseudoaneurysm as a complication of knee arthroscopy. Arthroscopy. 1997;13(5):644-5.

Apesar de raro, o pseudoaneurisma é um risco inerente à cirurgia artroscópica. Todo paciente deve ser notificado dos riscos vasculares, mesmo em procedimentos de pequeno porte.

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  • ☆ Trabalho desenvolvido na Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Mar-Apr 2015

Histórico

  • Recebido
    20 Mar 2014
  • Aceito
    28 Abr 2014
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