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Avaliação do uso de aplicativo de celular para auxílio no processo de reabilitação da cirurgia do ombro* * Trabalho desenvolvido no Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

Resumo

Objetivo

Avaliar a qualidade de um aplicativo de celular desenvolvido para orientar pacientes em período pós-operatório de procedimentos cirúrgicos do ombro.

Métodos

Desenvolveu-se um aplicativo gratuito e de fácil acesso para auxiliar os pacientes em domicílio. Os indivíduos foram monitorados quanto ao uso do aplicativo e adaptação à sua prática antes do início da fisioterapia. Ao final de 6 semanas, aplicou-se um questionário qualitativo para avaliar a usabilidade do aplicativo.

Resultados

Um total de 97% dos respondentes afirmaram que foi fácil executar o download do aplicativo, que os exercícios sugeridos foram prontamente entendidos, e relataram que indicariam o aplicativo. Noventa e três por cento da amostra concorda que o aplicativo fez com que se sentissem mais participativos com relação ao tratamento de sua doença, enquanto 90% consideraram o aplicativo autoexplicativo.

Conclusão

O uso de uma plataforma virtual é uma ferramenta de compreensão sobre o tratamento e auxilia na prescrição médica de exercícios pós-operatórios domiciliares.

Palavras-chave
reabilitação; ombro/cirurgia; fisioterapia; ortopedia; telefone celular

Abstract

Objective

The present paper aims to evaluate the quality of a mobile phone application (app) designed to guide patients after shoulder surgical procedures.

Methods

A free and easily accessible app was developed to help patients at home. Patients were monitored for app use and adaptation before physical therapy started. At the end of 6 weeks, a qualitative questionnaire was employed to determine the usability of the app.

Results

In total, 97% of the respondents reported that the app was easy to download, the exercises were readily understood, and they would recommend the app. Ninety-three percent of the participants agreed that the app made them feel a greater degree of participation in the treatment of their illness, while 90% considered the app self-explanatory.

Conclusion

The virtual platform helps the patients to understand the treatment, aiding the medical prescription of postoperative exercises to be performed at home.

Keywords
rehabilitation; shoulder/surgery; physical therapy specialty; orthopedics; cell phone

Introdução

As orientações dadas pelo médico sobre o processo de reabilitação após um procedimento cirúrgico são essenciais para um bom resultado final e devem ser bem compreendidas pelo paciente. Os protocolos de reabilitação vêm sendo discutidos e aplicados há tempos, embora variem de acordo com o tipo da lesão tratada, orientação do serviço e preferência do cirurgião.

De forma geral, a reabilitação é tão importante quanto o procedimento cirúrgico, visto que a articulação do ombro está sujeita a uma rápida instalação de rigidez articular e atrofia no pós-operatório.11 Veado MAC, Flóra W. Reabilitação pós-cirúrgica do ombro. Rev Bras Ortop 1994;29(09):661–664 Deste modo, é importante que o paciente realize alguns movimentos antes de ser encaminhado para um serviço de reabilitação.22 De Marco MA. Do modelo biomédico ao modelo biopsicossocial: Umprojeto de educação permanente. Rev Bras Educ Med 2006;30 (01):60–72

À medida que o acesso à internet e as tecnologias aplicadas a smartphones avançam, tanto a população como a medicina tentam acompanhar esta evolução. Assim, a comunicação médico-paciente pode ser realizada de forma virtual através de aplicativos pelo celular33 Lau AY, Piper K, Bokor D, Martin P, Lau VSL, Coiera E. Challenges During Implementation of a Patient-Facing Mobile App for Surgical Rehabilitation: Feasibility Study. JMIR Human Factors 2017;4 (04):e31

4 Harder H, Holroyd P, Burkinshaw L, et al. A user-centred approach to developing bWell, a mobile app for armand shoulder exercises after breast cancer treatment. J Cancer Surviv 2017;11(06): 732–742

5 Rassouli F, Boutellier D, Duss J, Huber S, Brutsche MH. Digitalizing multidisciplinary pulmonary rehabilitation in COPD with a smartphone application: an international observational pilot study. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis 2018;13:3831–3836

6 Zhang M, Ying J, Amron SB, et al. A Smartphone Attention Bias Intervention for Individuals With Addictive Disorders: Protocol for a Feasibility Study. JMIR Res Protoc 2018;7(11):e11822

7 Liu HT, Chia RM, Setiawan IMA, Crytzer TM, Ding D. Development of “MyWheelchair Guide” app: a qualitative study. Disabil Rehabil Assist Technol 2019;14(08):839–848

8 Gilbert AW, Hauptmannova I, Jaggi A. The use of assistive technology in shoulder exercise rehabilitation - a qualitative study of acceptability within a pilot project. BMC Musculoskelet Disord 2018;19(01):133
-99 De La Cruz Monroy MFI, Mosahebi A. The Use of Smartphone Applications (Apps) for Enhancing CommunicationWith Surgical Patients: A Systematic Review of the Literature. Surg Innov 2019; 26(02):244–259 para discutir orientações pós-operatórias, promovendo a retirada de dúvidas simples, o estreitamento da relação médico-enfermo.77 Liu HT, Chia RM, Setiawan IMA, Crytzer TM, Ding D. Development of “MyWheelchair Guide” app: a qualitative study. Disabil Rehabil Assist Technol 2019;14(08):839–848

É inegável que a tecnologia por meio dos novos aplicativos de celulares foi desenvolvida, definitivamente, para facilitar a comunicação.88 Gilbert AW, Hauptmannova I, Jaggi A. The use of assistive technology in shoulder exercise rehabilitation - a qualitative study of acceptability within a pilot project. BMC Musculoskelet Disord 2018;19(01):133 Sem dúvida o paciente torna-se atuante no seu tratamento,44 Harder H, Holroyd P, Burkinshaw L, et al. A user-centred approach to developing bWell, a mobile app for armand shoulder exercises after breast cancer treatment. J Cancer Surviv 2017;11(06): 732–742 sente-se incluído e, com isso, torna-se mais participativo.

Para esclarecer dúvidas relacionadas ao procedimento, foi desenvolvido um aplicativo com vídeos autoexplicativos para que o paciente possa rever a orientação de seu médico. O aplicativo não tem a intenção de tratar o paciente, sendo pela sua simplicidade, um meio de comunicação, sobre o qual o paciente deve seguir a prescrição do profissional. Deste modo, o presente estudo objetivou avaliar qualitativamente um aplicativo desenvolvido para orientar pacientes no período pós-operatório de procedimentos cirúrgicos do ombro, auxiliando o indivíduo no entendimento sobre o processo inicial de reabilitação.

Materiais e Métodos

O trabalho consistiu na aplicação de um questionário para avaliação da percepção dos pacientes sobre a criação de um aplicativo que os oriente no pós-operatório em cirurgias realizadas no ombro. O questionário continha questões sobre a facilidade em se realizar o download, facilidade para o entendimento dos exercícios, possível indicação do aplicativo, posicionamento sobre a participação do paciente com relação ao tratamento da doença e se o indivíduo considerou o programa autoexplicativo.

O aplicativo foi criado a partir do software iGenApps (iGenApps, São Francisco, CA, EUA), disponível nos sistemas Android@ e Playstore. Este foi desenvolvido para ser utilizado de maneira gratuita, com linguagem simples e didática, através de uma sequência de textos, vídeos e ilustrações (►Figura 1). A plataforma para sua criação foi o programaigenApps, que usa linguagem Java e auxilia na criação de aplicativos tanto para o sistema Android como para o iOS. A criação e desenvolvimento deste foram realizados por um dos autores (►Figura 2).

Fig. 1
Orientações para execução dos exercícios. Fonte: Arquivo pessoal do autor.
Fig. 2
Tela Inicial do aplicativo de celular. Fonte: Arquivo pessoal do autor.

O software iGenApps permite a inserção de textos e links de vídeos. Deste modo, foram gravados uma série de vídeos pelo youtube, sendo que os links, além dos textos, foram disponibilizados no aplicativo.

Após a cirurgia, as orientações pós-operatórias foram realizadas normalmente pelo médico assistente. O diferencial foi a solicitação para que o paciente assistisse aos vídeos e relembrasse os exercícios demonstrados na primeira consulta pós-operatória.

Os pacientes foram monitorados quanto ao uso do aplicativo através de uma ferramenta do aplicativo que informava quantas vezes ele foi acessado. Ao final de 6 semanas de acompanhamento, época em que o paciente é encaminhado à reabilitação, foi fornecido o questionário para avaliação do uso e facilidade do aplicativo em questão, integralmente de forma qualitativa (Anexo 1 Anexo 1 Questionário 1) IDADE: 2) GÊNERO: M / F 3) ESCOLARIDADE: NÃO ESCOLARIZADO ENSINO FUNDAMENTAL MÉDIO SUPERIOR PÓS GRADUADO 4) POSSUI INTERNET PRÓPRIA OU COMPARTILHADA ? SIM NÃO 5) NÚMERO DE ACESSOS AO APLICATIVO: 0 A 5 5 A 10 10 A 15 MAIS QUE 15. 6) TEVE FACILIDADE PARA REALIZAR O DOWNLOAD DO APLICATIVO? SIM NÃO 7) O APLICATIVO FACILITOU O ENTENDIMENTO DOS EXERCÍCIOS? SIM NÃO 8) VOCÊ INDICARIA O APLICATIVO PARA ALGUÉM QUE TIVESSE DÚVIDAS EM RELAÇÃO AO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO? SIM NÃO 9) O APLICATIVO FEZ COM QUE VOCÊ SE SENTISSE MAIS PARTICIPATIVO COM RELAÇÃO AO TRATAMENTO DE SUA DOENÇA? SIM NÃO 10) VOCÊ CONSIDERA O APLICATIVO AUTOEXPLICATIVO (OU PRECISARIA DO MÉDICO PARA TE ORIENTAR)? SIM NÃO ).

Foram avaliados 32 pacientes, dentre os quais, 2 foram excluídos devido a falta de acesso a internet própria ou compartilhada (ambos moravam em zona rural). A aplicação do questionário foi realizada para os pacientes em pós-operatório dos hospitais credenciados relativos ao treinamento avançado de cirurgia do ombro e cotovelo da nossa instituição.

Resultados

Dos 30 pacientes que compuseram a amostra, 13 eram do sexo masculino e 17 do sexo feminino, com idade média de 48 anos e nível escolar, em sua grande maioria, fundamental (10 pacientes) e médio (14 pacientes). Nenhum dos avaliados tinham pós-graduação, apenas dois tinham curso superior e três pacientes eram não escolarizados.

Observou-se que, a maioria dos pacientes acessaram o aplicativo entre 5 e 10 vezes (►Figura 3).

Fig. 3
Acesso dos pacientes ao aplicativo.

Com relação à aplicação do questionário, foi possível constatar que 97% dos respondentes referiram fácil download, alegaram facilidade de entendimento dos exercícios e indicariam o aplicativo para alguém que tivesse dúvidas em relação à realização desses no período após procedimento cirúrgico ao nível do ombro. Quando perguntados se o aplicativo fez com que se sentissem mais participativos com relação ao tratamento da sua doença, 93% referiram que sim e 90% consideraram o aplicativo autoexplicativo. Os dados referentes à aplicação do questionário estão descritos na ►Tabela 1.

Tabela 1
Questionário referente à utilização do aplicativo

Discussão

Com relação ao entendimento dos exercícios, os entrevistados afirmaram que o aplicativo facilitou de alguma forma a compreensão. Um dos avaliados relatou: "os vídeos me trouxeram segurança para executar os exercícios prescritos pelo médico." A visualização por meio dos vídeos, fez com que o paciente pudesse ver e rever os exercícios prescritos, diminuindo assim as dúvidas de execução em seu domicílio. Estes dados corroboram com o encontrado em uma pesquisa, na qual os aplicativos para smartphones foram considerados práticos.1010 Wong SJ, Robertson GA, Connor KL, Brady RR, Wood AM. Smartphone apps for orthopaedic sports medicine – a smart move? BMC Sports Sci Med Rehabil 2015;7(23):1–7 Em contrapartida, a queixa sobre a baixa evidência científica sobre o uso de aplicativos aplicado à reabilitação,33 Lau AY, Piper K, Bokor D, Martin P, Lau VSL, Coiera E. Challenges During Implementation of a Patient-Facing Mobile App for Surgical Rehabilitation: Feasibility Study. JMIR Human Factors 2017;4 (04):e31 validação, e falta de participação médica direta nos aplicativos não foram observados em nosso estudo. Houve participação médica direta em todas as fases da criação do aplicativo, e os exercícios propostos nos vídeos já haviam sido descritos e validados em outro estudo de reabilitação.11 Veado MAC, Flóra W. Reabilitação pós-cirúrgica do ombro. Rev Bras Ortop 1994;29(09):661–664

A satisfação perante o uso do aplicativo foi observada na pergunta "Você indicaria o aplicativo para alguém que tivesse dúvidas em relação ao procedimento cirúrgico?," para a qual uma porcentagem significativa demonstrou aceitação. Observam-se duas situações que justificam tal aceitação. A primeira é a familiaridade com a tecnologia e a acessibilidade, pois o paciente pode, no conforto de sua residência, acessar a qualquer hora o programa. Esta praticidade é um fato também observado em outros estudos.44 Harder H, Holroyd P, Burkinshaw L, et al. A user-centred approach to developing bWell, a mobile app for armand shoulder exercises after breast cancer treatment. J Cancer Surviv 2017;11(06): 732–742,88 Gilbert AW, Hauptmannova I, Jaggi A. The use of assistive technology in shoulder exercise rehabilitation - a qualitative study of acceptability within a pilot project. BMC Musculoskelet Disord 2018;19(01):133

9 De La Cruz Monroy MFI, Mosahebi A. The Use of Smartphone Applications (Apps) for Enhancing CommunicationWith Surgical Patients: A Systematic Review of the Literature. Surg Innov 2019; 26(02):244–259

10 Wong SJ, Robertson GA, Connor KL, Brady RR, Wood AM. Smartphone apps for orthopaedic sports medicine – a smart move? BMC Sports Sci Med Rehabil 2015;7(23):1–7

11 Xie B, Su Z, Zhang W, Cai R. Chinese Cardiovascular Disease Mobile Apps’ Information Types, Information Quality, and Interactive Functions for Self-Management: Systematic Review. JMIR Mhealth Uhealth 2017;5(12):e195
-1212 Chen HC, Chuang TY, Lin PC, Lin YK, Chuang YH. Effects of Messages Delivered by Mobile Phone on Increasing Compliance With Shoulder Exercises Among Patients With a Frozen Shoulder. J Nurs Scholarsh 2017;49(04):429–437 A segunda é a sensação de maior proximidade médico-paciente.22 De Marco MA. Do modelo biomédico ao modelo biopsicossocial: Umprojeto de educação permanente. Rev Bras Educ Med 2006;30 (01):60–72

Apesar da proximidade médico-paciente proposta pelo programa, dois pacientes consideraram o aplicativo com os vídeos bastante didático, mas afiramram que a explicação do médico sempre vai agregar mais informações. Um paciente referiu que o aplicativo não teve nenhum impacto em relação ao entendimento, visto que o médico já tinha sanado todas as suas dúvidas. Isso demonstra que, apesar do auxílio tecnológico, a presença do profissional é de extrema relevância em qualquer fase de tratamento.

Outros achados similares ao nosso estudo foram descritos por Harder et al.,44 Harder H, Holroyd P, Burkinshaw L, et al. A user-centred approach to developing bWell, a mobile app for armand shoulder exercises after breast cancer treatment. J Cancer Surviv 2017;11(06): 732–742 em que um aplicativo foi criado diretamente por um profissional de saúde, no caso em questão um fisioterapeuta, cuja finalidade era auxiliar na reabilitação do paciente após procedimento de mastectomia. O estudo teve impacto positivo, visto que o aplicativo auxiliou os pacientes no pós-tratamento para câncer de mama, porém com uma amostra inferior (nove pacientes) ao do presente estudo. Eaton et al.1313 EatonM, Scully R, Schuller M, et al. Value and Barriers toUse of the SIMPL Tool for Resident Feedback. J Surg Educ 2019;76(03): 620–627 avaliaram o uso da interface no aprendizado médico e concluíram que esta auxiliou no aprendizado dos residentes e fellowships de cirurgia.

Rassouli et al.55 Rassouli F, Boutellier D, Duss J, Huber S, Brutsche MH. Digitalizing multidisciplinary pulmonary rehabilitation in COPD with a smartphone application: an international observational pilot study. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis 2018;13:3831–3836 avaliaram o uso de diversos aplicativos por 20 dias, para reabilitação de pacientes com doença pulmonar crônica e concluiram que, além de ser uma ferramenta razoável, o aplicativo fornece informações adicionais aos médicos assistentes.

Outra pesquisa, realizada com o propósito de instruir exercícios domiciliares, avaliou cinco pacientes com capsulite adesiva e verificou que o uso da tecnologia é útil para reabilitação de pacientes. A vantagem do aplicativo proposto no estudo foi a capacidade de avaliar e registrar nele próprio o grau de amplitude de movimento e duração do exercício por paciente.1414 Stütz T, Emsenhuber G, Huber D, et al. Mobile Phone-Supported Physiotherapy for Frozen Shoulder: Feasibility Assessment Based on a Usability Study. JMIR Rehabil Assist Technol 2017;4(02):e6 No presente estudo, o aplicativo não foi capaz de registrar o tempo de visualização de cada exercício; porém, foi possível identificar que este facilitou a comunicação e o entendimento dos exercícios, como o observado em diversas outras pesquisas.44 Harder H, Holroyd P, Burkinshaw L, et al. A user-centred approach to developing bWell, a mobile app for armand shoulder exercises after breast cancer treatment. J Cancer Surviv 2017;11(06): 732–742

5 Rassouli F, Boutellier D, Duss J, Huber S, Brutsche MH. Digitalizing multidisciplinary pulmonary rehabilitation in COPD with a smartphone application: an international observational pilot study. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis 2018;13:3831–3836
-66 Zhang M, Ying J, Amron SB, et al. A Smartphone Attention Bias Intervention for Individuals With Addictive Disorders: Protocol for a Feasibility Study. JMIR Res Protoc 2018;7(11):e11822,88 Gilbert AW, Hauptmannova I, Jaggi A. The use of assistive technology in shoulder exercise rehabilitation - a qualitative study of acceptability within a pilot project. BMC Musculoskelet Disord 2018;19(01):133

Gilbert et al.88 Gilbert AW, Hauptmannova I, Jaggi A. The use of assistive technology in shoulder exercise rehabilitation - a qualitative study of acceptability within a pilot project. BMC Musculoskelet Disord 2018;19(01):133 avaliaram a reabilitação de pacientes com doenças relativas ao ombro, através do aplicativo MUJO (Paris, France), e concluíram que ele não interfere em nenhum protocolo de reabilitação já estabelecido. Pelo contrário, pode ser implantado e adaptado na rotina do médico assistente e fisioterapeuta especialista.

É sempre útil destacar que o não-seguimento das prescrições ou sua realização de forma errônea podem ocorrer, visto que nesse caso o paciente é parte atuante de seu tratamento. Como estudos futuros, sugere-se avaliar os pacientes que tiveram acesso e usaram o aplicativo, comparando a qualidade de sua reabilitação com a do grupo que não tenha utilizado esta tecnologia.

Conclusão

Conclui-se que o uso de uma plataforma virtual é útil para a compreensão sobre o tratamento e auxilia na prescrição médica de exercícios pós-operatórios domiciliares após procedimentos cirúrgicos de ombro.

O aplicativo proposto é de fácil entendimento, rápido para o sistema operacional e cumpre o objetivo de orientar o paciente como parte de seu tratamento, englobando-o como atuante no tratamento de sua própria enfermidade.

Anexo 1 Questionário

  • 1) IDADE:

  • 2) GÊNERO: M / F

  • 3) ESCOLARIDADE:

    • NÃO ESCOLARIZADO

    • ENSINO FUNDAMENTAL

    • MÉDIO

    • SUPERIOR

    • PÓS GRADUADO

  • 4) POSSUI INTERNET PRÓPRIA OU COMPARTILHADA ?

    • SIM

    • NÃO

  • 5) NÚMERO DE ACESSOS AO APLICATIVO:

    • 0 A 5

    • 5 A 10

    • 10 A 15

    • MAIS QUE 15.

  • 6) TEVE FACILIDADE PARA REALIZAR O DOWNLOAD DO APLICATIVO?

    • SIM

    • NÃO

  • 7) O APLICATIVO FACILITOU O ENTENDIMENTO DOS EXERCÍCIOS?

    • SIM

    • NÃO

  • 8) VOCÊ INDICARIA O APLICATIVO PARA ALGUÉM QUE TIVESSE DÚVIDAS EM RELAÇÃO AO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO?

    • SIM

    • NÃO

  • 9) O APLICATIVO FEZ COM QUE VOCÊ SE SENTISSE MAIS PARTICIPATIVO COM RELAÇÃO AO TRATAMENTO DE SUA DOENÇA?

    • SIM

    • NÃO

  • 10) VOCÊ CONSIDERA O APLICATIVO AUTOEXPLICATIVO (OU PRECISARIA DO MÉDICO PARA TE ORIENTAR)?

    • SIM

    • NÃO

  • *
    Trabalho desenvolvido no Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Jun 2021
  • Data do Fascículo
    Mar-Apr 2021

Histórico

  • Recebido
    10 Jun 2019
  • Aceito
    20 Dez 2019
  • Publicado
    08 Jul 2020
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