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Pacientes com capsulite adesiva relatam melhora da funcionalidade pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e DASH após bloqueios do nervo supraescapular* * Estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

Resumo

Objetivo

Avaliar a funcionalidade em pacientes com capsulite adesiva submetidos a bloqueio do nervo supraescapular (BNSE).

Métodos

Um estudo clínico prospectivo do tipo antes e depois foi realizado em um único centro com pacientes com capsulite adesiva secundária tratados com quatro bloqueios baseados em limites anatômicos. A amostra foi não probabilística, tendo sido obtida após consulta de rotina em ambulatório especializado. Os instrumentos utilizados para avaliação foram a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e o questionário de Disfunções do Braço, Ombro e Mão (DASH), que foram aplicados antes da intervenção (T0), uma semana após o quarto BNSE (T4),etrêsapósoprimeiroBNSE(T12).AsmédiasdositensdaCIFedoDASHnos diferentes tempos (T0 x T4; T4 x T12; e T0 x T12) foram comparadas por meio do teste t pareado. A probabilidade de rejeitar a hipótese nula foi de 5%.

Resultados

A amostra foi composta por 25 indivíduos com média de idade de 58,16 anos; 16 eram mulheres. A duração dos sintomas dolorosos variou de 2 a 16 meses, com média de 5,92 meses. A CIF mostrou que todos os domínios já haviam melhorado em T4 à exceção dos fatores ambientais, que só melhoraram aos 3 meses (p = 0,037). Os pacientes já relataram melhora na função do ombro em T4 emaisainda em T12,ao finaldacoletadedados (p = 0,019).

Conclusão

A técnica de BNSE é eficaz em pacientes com capsulite adesiva após 4 semanas de aplicação, com melhora da funcionalidade do indivíduo e sua manutenção até 12 semanas.

capsulite adesiva; bloqueio nervoso; Classificação Internacional de Funcionalidade, incapacidade e saúde; medidas de resultados relatados pelo paciente; ombro

Abstract

Objective

To evaluate the functionality in patients with adhesive capsulitis undergoing suprascapular nerve block (SSNB).

Methods

A before-and-after clinical prospective study in a single center was conducted with patients with secondary adhesive capsulitis treated with four nerve blocks based on anatomical limits. The sample was non-probabilistic, and it was obtained after a routine appointment at a specialized outpatient clinic. The instruments used for evaluation were the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) and the Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH) questionnaire, which were applied at baseline (T0), one week after the fourth SSNB (T4), and three months after the first SSNB (T12). The paired t-test was used to compare the means of the ICF checklist items and DASH in the different: T0xT4;T4xT12;and T0xT12). The probability of rejecting the null hypothesis was 5%.

Results

The sample was composed of 25 individuals with a mean age of 58.16 years; 16 of them were female. The duration of the pain symptoms ranged from 2 to 16 months, with a mean of 5.92 months. The ICF checklist showed that all domains had already improved in T4 except for the environmental factors, which only improved at 03 months (p = 0.037). The patients reported improvements in shoulder function in T4, which increased more in T12, at the end of data collection (p = 0.019).

Conclusion

The SSNB technique is effective in patients with adhesive capsulitis after4 weeks of application, with improvements in individual's functionality lasting for 12 weeks.

adhesive capsulitis; nerve block; International Classification of Functioning, disability and health; shoulder; patient reported outcome measures

Introdução

A capsulite adesiva (CA) é uma doença incapacitante do ombro com prevalência de 2% a 5% na população geral. É mais comum em mulheres entre 40 e 70 anos,11 Lech O, Sudbrack G, Valenzuela Neto C. Capsulite adesiva (ombro congelado"): Abordagem multidisciplinar. Rev Bras Ortop 1993; 28(09):617-624'22 Tamai K, Akutsu M, Yano Y. Primary frozen shoulder: brief review of pathology and imaging abnormalities. J Orthop Sci 2014;19 (01):1-5 e suas características clínicas são dor e rigidez.11 Lech O, Sudbrack G, Valenzuela Neto C. Capsulite adesiva (ombro congelado"): Abordagem multidisciplinar. Rev Bras Ortop 1993; 28(09):617-624'33 Ferreira Filho AA. Adhesive capsulitis. Rev Bras Ortop 2005;40 (10):565-574'44 ZuckermanJD,Rokito A. Frozen shoulder: a consensus definition. J Shoulder Elbow Surg 2011;20(02):322-325 Tende a ser bilateral, e não acomete o mesmo ombro duas vezes. A CA pode ser primária (idiopática) ou secundária a cirurgia prévia, traumatismo, imobilização e alterações sistêmicas, como diabetes mellitus e hipotireoidismo.11 Lech O, Sudbrack G, Valenzuela Neto C. Capsulite adesiva (ombro congelado"): Abordagem multidisciplinar. Rev Bras Ortop 1993; 28(09):617-624'33 Ferreira Filho AA. Adhesive capsulitis. Rev Bras Ortop 2005;40 (10):565-574

4 ZuckermanJD,Rokito A. Frozen shoulder: a consensus definition. J Shoulder Elbow Surg 2011;20(02):322-325

5 Zreik NH, Malik RA, Charalambous CP. Adhesive capsulitis of the shoulder and diabetes: a meta-analysis of prevalence. Muscles Ligaments Tendons J 2016;6(01):26-34
-66 Cohen C, Tortato S, Silva OBS, Leal MF, Ejnisman B, Faloppa F. Associação entre ombro congelado e tireopatias: reforçando as evidências. Rev Bras Ortop 2020;55(04):483-489 A abordagem não cirúrgica é obrigatória, e o bloqueio do nervo supraes-capular (BNSE) é uma opção terapêutica com resultados satisfatórios.77 Checchia SL, Santos PD, Palomino EM, Garcia CMS, Leal HP. Tratamento da capsulite adesiva do ombro pelo bloqueio do nervo supra-escapular, associado ao uso de corticoide. Rev Bras Ortop 1994;29(09):627-634'88 Fernandes MR, Barbosa MA, Faria RM. Quality of life and functional capacity of patients with adhesive capsulitis: identifying risk factors associated to better outcomes after treatment with nerve blocking. Rev Bras Reumatol Engl Ed 2017;57(05):445-451

Essa doença é limitante e traz impactos negativos para a função e a estrutura corpórea do indivíduo acometido.88 Fernandes MR, Barbosa MA, Faria RM. Quality of life and functional capacity of patients with adhesive capsulitis: identifying risk factors associated to better outcomes after treatment with nerve blocking. Rev Bras Reumatol Engl Ed 2017;57(05):445-451 A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2001 para que o indivíduo descreva seu estado atual de saúde-doença-funcionalidade-cui-

dado.99 Cordeiro ES. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, E- SUS e TABWIN: as experiências de Barueri e Santo André, São Paulo. Rev Baiana Saúde Pública 2015;39(02): 470-477

10 Stoll T, Brach M, Huber EO, et al. ICF Core Set for patients with musculoskeletal conditions in the acute hospital. Disabil Rehabil 2005;27(7-8):381-387
-1111 Sampaio RF, Mancini MC, Gonçalves GGP, Bittencourt NFN, Miranda AD, Fonseca ST. Aplicação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e saúde (CIF) na prática clínica do fisioterapeuta. Braz J Phys Ther 2005;9(02):1-7 A natureza multifacetada desse instrumento contribui para a avaliação de diferentes problemas de saúde, mas seu uso tem sido restrito a profissionais de reabilitação.1212 Bagraith KS, StrongJ. Aclassificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF) pode ser usada para descrever avaliações clínicas multidisciplinares de pessoas com doenças musculoesque-léticas crônicas. Clin Rheumatol 2013;32(03):383-389

O uso da CIF na prática clínica pode trazer informações importantes a serem levantadas no atendimento ao paciente, com uma linguagem unificada e padronizada baseada em diferentes construtos e domínios.1414 Hopfe M, Prodinger B, Bickenbach JE, Stucki G. Optimizing health system response to patient's needs: an argument for the importance of functioning information. Disabil Rehabil 2018;40(19): 2325-2330

15 Castro SS, Castaneda L, Silveira H. Identification of common content between the questionnaire of the Health Survey (ISA-SP) and the International Classification of Functionality, Disability, and Health. Rev Bras Epidemiol 2014;17(01):59-70
-1616 Rauch A, Cieza A, Stucki G. How to apply the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) for rehabilitation management in clinical practice. Eur J Phys Rehabil Med 2008;44(03):329-342 Outro instrumento bastante utilizado em estudos dos membros superiores é o questionário de Disfunções do Braço, Ombro e Mão (Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand, DASH, em inglês), que é aplicado somente na avaliação da função e dos sintomas dessa parte do corpo durante a realização de certas atividades.1717 Drummond AS, Sampaio RF, Mancini MC, Kirkwood RN, Stamm TA. Linking the Disabilities of Arm, Shoulder, and Hand to the International Classification of Functioning, Disability, and Health. J Hand Ther 2007;20(04):336-343

Há um apoio crescente ao uso de desfechos relatados pelo paciente para a determinação da qualidade do tratamento e da orientação terapêutica. Esses desfechos advêm de questionários validados preenchidos pelos pacientes segundo as percepções de seu estado de saúde, incapacidade e nível de comprometimento. Além disso, esses questionários permitem a comparação de resultados antes e após um procedimento para avaliar a eficácia de uma intervenção clínica segundo a perspectiva do paciente. A utilização combinada de dois tipos de medidas de desfechos relatados pelo paciente é frequente.1818 Kingsley C, Patel S. Patient-reported outcome measures and patient-reported experience measures. BJA Educ 2017;17(04): 137-144

Até o momento, não há estudos sobre CA com uso simultâneo da CIF e do DASH. Esta investigação permitiria o mapeamento do construto funcionalidade não apenas quanto à parte acometida pela CA, como também quanto ao indivíduo como um todo.1616 Rauch A, Cieza A, Stucki G. How to apply the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) for rehabilitation management in clinical practice. Eur J Phys Rehabil Med 2008;44(03):329-342,1717 Drummond AS, Sampaio RF, Mancini MC, Kirkwood RN, Stamm TA. Linking the Disabilities of Arm, Shoulder, and Hand to the International Classification of Functioning, Disability, and Health. J Hand Ther 2007;20(04):336-343

Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar, por meio da CIF e do DASH simultaneamente, a funcionalidade de pacientes com CA submetidos ao BNSE. Acreditamos que os pacientes apresentarão melhora nos dois instrumentos após o tratamento.

Materiais e Métodos

Local do Estudo e Delineamento Experimental

Este é um estudo prospectivo, do tipo antes e depois, realizado em um único centro de um hospital privado terciário entre março de 2019 e julho de 2020. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa institucional em 29 de fevereiro de 2019, sob o protocolo 08599119.1.0000.8058. Todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Participantes

Utilizamos o cálculo amostral de proporção finita considerando nível de significância de 5%, poder do teste de 80%, e margem de erro de 5%. O tamanho da amostra foi determinado como 25 participantes. A amostra foi do tipo não probabilística, consecutiva, obtida após consulta de rotina em ambulatório especializado.

Os casos elegíveis de CA foram aqueles com dor constante por mais de 4 semanas e limitação da amplitude de movimento ativa e passiva em todas as direções, como elevação anterior, rotação externa em 0°/90° de abdução, e rotação interna em adução. O diagnóstico por imagem revelou osteopenia local por desuso nas radiografias e restrição de volume do recesso axilar, além de espessamento do ligamento coracoumeral, na ressonância magnética.

Os pacientes com CA secundária foram incluídos no estudo pelos seguintes fatores determinados por Zuckerman e Rokito:44 ZuckermanJD,Rokito A. Frozen shoulder: a consensus definition. J Shoulder Elbow Surg 2011;20(02):322-325 cirurgia prévia, traumatismo, imobilização prolongada, rotura do manguito rotador, tendinite calcária, além de diabetes mellitus, neuropatías e hipotireoidismo ou hipertireoidismo.

Os pacientes com artrose glenoumeral, luxação bloqueada do ombro, necrose da cabeça do úmero, consolidação viciosa do úmero proximal e CA primária foram excluídos.

Coleta de Dados

Os dados foram coletados de acordo com as seguintes etapas: 1) apresentação da proposta de pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; 2) aplicação do questionário sociodemográfico e clínico; e 3) aplicação dos instrumentos de medida de desfechos relatados pelos pacientes (CIF e DASH). Todas essas etapas foram realizadas pelo mesmo pesquisador (SRN), que não foi responsável pelo BNSE.

Os quatro BNSEs, com base nos limites anatômicos, foram realizados pelo mesmo especialista em ombro (MRF) em sala preparada e intervalos de 7 dias (►Figs. 1, 2, 3).1919 Fernandes MR, Barbosa MA, Sousa ALL, Ramos GC. Suprascapular nerve block: important procedure in clinical practice. Part II. Rev Bras Reumatol 2012;52(04):616-622O paciente com CA foi colocado sentado com o membro superior acometido em 0° de abdução, e a área do ombro foi esterilizada com álcool a 70% antes da injeção. Uma seringa com catéter de punção venosa n° 18 (Abocath; Bio-Med Healthcare Products, Haryana, Índia) foi utilizada para injeção de 10 mL de bupivacaína a 0,5%, com adrenalina a 1:200.000 (Neo-caine, Cristália, Itapira, Brasil).

Fig. 1
Técnica lateral e indireta de bloqueio do nervo supraescapular com base em limites anatômicos. Vista posteriore superiordo ombro; círculo azul: a agulha é inserida perpendicularmente à pele em sentido craniocaudal, a 2 cm da borda medial do acrômio e a 2 cm da margem superior da espinha da escápula. Seta branca: processo coracoide. Abreviaturas: CL, clavícula; AC, acrômio; EE, espinha da escápula.

Fig. 2
Vista posterior do ombro durante o bloqueiodo nervo supra escapular. Abreviaturas: AC, acrômio; EE, espinha da escápula.

Fig. 3
Vista superior do ombrodurante obloqueiodonervo supraescapular. Linha azul: borda superior da espinha da escápula; linhas vermelhas: clavícula distal.

Todos os pacientes foram avaliados com os instrumentos CIF e DASH antes da intervenção (T0), uma semana após o quarto BNSE (T4), e três meses após o primeiro BNSE (T12)(«-Fig. 4).

Fig. 4
Fluxograma de avaliação dos pacientes com capsulite adesiva com os instrumentos CIF e DASH durante os três meses de estudo. Abreviaturas: BNSE, bloqueio do nervo supraescapular; T, tempo de injeção; CIF, Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde; DASH, Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand.

Instrumentos

Todas as 54 categorias da CIF foram utilizadas, sendo 11 sobre as funções do corpo, 2 sobre as estruturas corpóreas, 17 sobre atividade e participação - desempenho, 17 sobre atividade e participação - capacidade, e 7 sobre fatores ambientais.2020 World Health Organization (WHO) The International Classification of Functioning, Disability and Health: 2001. Geneva: WHO; 2000 A fórmula RAW Scale, com pontuação de 0 a 100, foi utilizada com seus qualificadores de 0 a 4 para determinar a magnitude da incapacidade: de 0% a 4% - nenhuma (0); 5% a 24% - branda (1); 25% a 29% - moderada (2); 50% a 95% - grave (3); e 96% a 100% -completa(4). Quanto menorovalor, melhora funcionalidade do indivíduo.1515 Castro SS, Castaneda L, Silveira H. Identification of common content between the questionnaire of the Health Survey (ISA-SP) and the International Classification of Functionality, Disability, and Health. Rev Bras Epidemiol 2014;17(01):59-70,2020 World Health Organization (WHO) The International Classification of Functioning, Disability and Health: 2001. Geneva: WHO; 2000

O DASH avalia as disfunções do membro superior ao longo do tempo por meio de 30 questões sobre sintomas e realização de atividades específicas, e pode ser aplicado antes e após procedimentos. Sua pontuação vai até 100 (quanto maior a pontuação, maior a incapacidade).1717 Drummond AS, Sampaio RF, Mancini MC, Kirkwood RN, Stamm TA. Linking the Disabilities of Arm, Shoulder, and Hand to the International Classification of Functioning, Disability, and Health. J Hand Ther 2007;20(04):336-343,2121 Hammond A, Prior Y, Tyson S. Validação lingüística, validade e confiabilidade das versões em inglês britânico do questionário Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH) e Quick DASH em pessoas com artrite reumatóide. BMC Musculoskelet Disord 2018;19(01):118

Desfechos/Variáveis Independentes

Os desfechos foram a funcionalidade dos indivíduos e do membro superior segundo a CIF e o DASH. As variáveis independentes foram: idade (em anos), gênero (masculino ou feminino), etnia (branca, negra ou parda), escolaridade (< ou ≥ oito anos formais), renda mensal (em salários-míni-mos), religião (sim ou não), duração da dor (em meses), lado acometido (direito ou esquerdo) e dominância (destra ou sinistra).

Análise de Dados

As variáveis categóricas foram apresentadas como frequên-cias e porcentagens, enquanto as variáveis contínuas foram expressas como médias, desvios padrão, e valores máximos e mínimos.

Por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov, verificou-se a distribuição dos dados amostrais. O coeficiente alfa de Cron-bach foi calculado para determinar a consistência interna e a confiabilidade da CIF e do DASH em T0, T4 e T12. Pelo teste do qui-quadrado, determinou-se a homogeneidade da amostra. O teste t pareado foi usado para comparar as médias da CIF e do DASH nos diferentes tempos: T0 x T4; T4 x T12; e T0 x T12. As análises estatísticas foram realizadas no programa Statistical Package for the Social Sciences (IBM SPSS for Windows, IBM Corp., Armonk, NY, Estados Unidos), versão 20.0. A probabilidade de rejeitar a hipótese nula foi de 5%.

Resultados

Ao todo, 52 pacientes com CAforam recrutados; no entanto, 9 apresentavam CA primária, 13 tinham CA secundária, mas não quiseram realizar o BNSE, 3 apresentavam CAsecundária e não tiveram tempo de participar, e 2 não retornaram com os resultados dos exames solicitados. Assim, a amostra final foi composta por 25 participantes com CA.

A Tabela 1 resume os dados clínicos e sociodemográficos da amostra. A média de idade dos pacientes foi de 58,16 anos, e a duração dos sintomas de dor variou de 2 a 16 meses, com média de 5,92 meses.

Tabela 1
Dados sociodemográficos e dados clínicos dos pacientes com capsulite adesiva (n = 25)

A Tabela 2 mostra a análise de confiabilidade e consistência interna da CIF e do DASH em T0,T4 eT12, com alfa de Cronbach > 0,80.

Tabela 2
Coeficiente de confiabilidade de Cronbach da CIF e do DASH em T0,T4 eT12 (n = 25)

A Tabela 3 mostra a média, o desvio padrão e os valores máximos e mínimos dos domínios da CIF, bem como as pontuações do DASH nos tempos T0,T4 eT12.

Tabela 3
Média, desvio padrão e valores máximos e mínimos dos itens de CIF e pontuações no DASH em T0,T4 eT12 (n = 25)

A análise da classificação geral da CIF revelou que, no início do estudo (T0), os indivíduos apresentavam incapacidade funcional, com restrição e limitação de suas atividades. Em T12, apresentaram valores menores na extensão da incapacidade, representada pelos qualificadores da CIF, principalmente nas categorias de desempenho e capacidade, em comparação ao começo do tratamento. Da mesma forma, os valores do DASH diminuíram, o que expressa uma melhora na função do membro superior.

A Tabela 4 mostra a análise do teste t pareado comparando as médias da CIF e do DASH entre T0,T4 eT12.A pontuação na CIF mostrou que todos os domínios já haviam melhorado em T4, à exceção dos fatores ambientais, que só melhoraram aos 3 meses (p = 0,037). Na avaliação do DASH, os pacientes já relatavam melhora da função do ombro em T4 (p = 0,019), que aumentou ao final da coleta de dados (T12).

Tabela 4
Análise comparativa das médias da CIF e do DASH entre T0,T4 eT12 (n = 25)

Discussão

A funcionalidade dos pacientes com CA melhorou após quatro semanas (T4) de BNSE (uma injeção por semana) segundo as duas medidas de desfechos relatados pelos pacientes: CIF e DASH. Essa melhora continuou até três meses após o início do tratamento (T12). O único domínio da CIF que melhorou apenas em T12 foi "fatores ambientais".

Precisamos saber mais sobre as condições de saúde das pessoas com CA. Os dados coletados neste estudo contribuíram para a avaliação do tratamento, e podem indicar uma nova perspectiva de análise funcional na área ortopédica.2222 Michener LA, Snyder AR. Evaluation of health-related quality of life in patients with shoulder pain: are we doing the best we can? Clin Sports Med 2008;27(03):491-505, xNossos resultados mostraram que a CIF e o DASH possibilitam a identificação do nível de comprometimento do indivíduo e do membro superior antes do procedimento, bem como sua evolução clínica posterior.

Estudos2323 Magalhães FB, de Lima MAG, Neves RDF, Costa-Black K, de Araújo TM, Porto LA. Disability and functioning assessment of women with RSI/WRMSDs: the use of the ICF checklist. Rev Bras Med Trab 2019;17(04):545-556,2424 Dernek B, Esmaeilzadeh S, Oral A. The utility of the International Classification of Functioning, Disability and Health checklist for evaluating disability in a community-dwelling geriatric population sample. Int J Rehabil Res 2015;38(02):144-155 sobre outras doenças que utilizaram a CIF destacaram o valor dessa ferramenta. Magalhães et al.2323 Magalhães FB, de Lima MAG, Neves RDF, Costa-Black K, de Araújo TM, Porto LA. Disability and functioning assessment of women with RSI/WRMSDs: the use of the ICF checklist. Rev Bras Med Trab 2019;17(04):545-556avaliaram os distúrbios de esforço repetitivo/osteomuscula-res relacionados ao trabalho, e constataram que por meio da CIF poderiam ser identificados os aspectos clínicos e sociais vivenciados pelos pacientes durante o processo de reabilitação e seu retorno às atividades laborais. Silveira et al.2525 Silveira H, Andrade FG, Castaneda L, Mello P. Abordagem da Funcionalidade e dos fatores ambientais em pacientes com doença de Parkinson através do Cheklist da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). Persp online Biol Saúde 2012;6(02):30-34avaliaram indivíduos com doença de Parkinson, e seus resultados demonstraram que a CIF parece ter boa capacidade e sensibilidade para abordar aspectos funcionais relativos a essa doença.

O acesso às informações sobre aspectos funcionais tem sido prioridade no tratamento de determinadas doenças, e a CIF é uma ferramenta com grande capacidade de aplicação na orientação desses processos de funcionalidade.2626 Madden RH, Bundy A. The ICF has made a difference to functioning and disability measurement and statistics. Disabil Rehabil 2019;41(12):1450-1462

Assim, é preciso verificar a importância da inserção da CIF nas medidas clínicas, pois ela considera o contexto biopsi-cossocial em que o indivíduo está inserido. No presente estudo, todos os domínios da CIF já haviam demonstrado melhora no desfecho estudado em T4, exceto "fatores ambientais".

Esses fatores ambientais são compostos por atitudes físicas, sociais e ambientais das pessoas à medida que vivem e conduzem suas atividades.99 Cordeiro ES. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, E- SUS e TABWIN: as experiências de Barueri e Santo André, São Paulo. Rev Baiana Saúde Pública 2015;39(02): 470-477,1212 Bagraith KS, StrongJ. Aclassificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF) pode ser usada para descrever avaliações clínicas multidisciplinares de pessoas com doenças musculoesque-léticas crônicas. Clin Rheumatol 2013;32(03):383-389,1515 Castro SS, Castaneda L, Silveira H. Identification of common content between the questionnaire of the Health Survey (ISA-SP) and the International Classification of Functionality, Disability, and Health. Rev Bras Epidemiol 2014;17(01):59-70 Neste estudo, os resultados mostraram que os fatores ambientais não eram barreiras (negativas) ou facilitadoras (positivas) antes de T12, eque a experiência vivida não interferia na doença ou influenciava a funcionalidade do indivíduo. É importante saber que esse domínio ainda não é claro acerca da abrangência dos fatores pessoais, ou se realmente representa uma influência na funcionalidade específica do indivíduo.1010 Stoll T, Brach M, Huber EO, et al. ICF Core Set for patients with musculoskeletal conditions in the acute hospital. Disabil Rehabil 2005;27(7-8):381-387,1212 Bagraith KS, StrongJ. Aclassificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF) pode ser usada para descrever avaliações clínicas multidisciplinares de pessoas com doenças musculoesque-léticas crônicas. Clin Rheumatol 2013;32(03):383-389, 2626 Madden RH, Bundy A. The ICF has made a difference to functioning and disability measurement and statistics. Disabil Rehabil 2019;41(12):1450-1462

Jung et al.2727 Jung TW, Lee SY, Min SK, Lee SM, Yoo JC. Does combining a suprascapular nerve block with an intra-articular corticosteroid injection have an additive effect in the treatment of adhesive capsulitis? A comparison of functional outcomes after short-term and minimum 1-year follow-up. Orthop J Sports Med 2019;7(07): 2325967119859277 compararam a eficácia do BNSE e da injeção intra-articular de corticosteroide em dois grupos de intervenção por dois meses, e concluíram que a associação de procedimentos melhorou significativamente a dor e os desfechos funcionais dos pacientes. No presente estudo, os parâmetros de melhora significativa ocorreram no primeiro mês de tratamento com os BNSEs (T4), com confirmação pelo DASH e pela CIF.

A estratégia utilizada neste estudo foi composta por quatro injeções de BNSE com intervalo de sete dias ao longo de quatro semanas. No entanto, Mortada et al.2828 Mortada MA, Ezzeldin N, Abbas SF, Ammar HA, Salama NA. Multiple versus single ultrasound guided suprascapular nerve block in treatment of frozen shoulder in diabetic patients. J Back Musculoskeletal Rehabil 2017;30(03):537-542 compararam bloqueios simples e múltiplos (nove injeções) em três semanas, e destacaram que esse número teve resultados melhores do que apenas uma aplicação. No presente estudo, a melhora da função do ombro foi observada com menos aplicações até 12 semanas. Isso corrobora os achados de Haque et al.,2929 Haque R, Baruah RK, Bari A, Sawah A. Is suprascapular nerve block better than intra-articular corticosteroid injection for the treatment of adhesive capsulitis of the shoulder? A Randomized Controlled Study. Ortop Traumatol Rehabil 2021;23(03):157-165 que recomendaram o BNSE como procedimento inicial de escolha em pacientes com CA. A orientação ultrassonográfica2828 Mortada MA, Ezzeldin N, Abbas SF, Ammar HA, Salama NA. Multiple versus single ultrasound guided suprascapular nerve block in treatment of frozen shoulder in diabetic patients. J Back Musculoskeletal Rehabil 2017;30(03):537-542ou por limites anatômicos88 Fernandes MR, Barbosa MA, Faria RM. Quality of life and functional capacity of patients with adhesive capsulitis: identifying risk factors associated to better outcomes after treatment with nerve blocking. Rev Bras Reumatol Engl Ed 2017;57(05):445-451 éeficaz no BNSE, com resultados comparáveis.3030 Kamal K, Dahiya N, Singh R, Saini S, Taxak S, Kapoor S. Comparative study of anatomical landmark-guided versus ultrasound-guided suprascapular nerve block in chronic shoulder pain. Saudi J Anaesth 2018;12(01):22-27

A utilização do DASH é satisfatória para as avaliações inicial e final em um período de tratamento, pois é de fácil aplicação e possibilita o acompanhamento do paciente no ambiente clínico.2121 Hammond A, Prior Y, Tyson S. Validação lingüística, validade e confiabilidade das versões em inglês britânico do questionário Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH) e Quick DASH em pessoas com artrite reumatóide. BMC Musculoskelet Disord 2018;19(01):118 Várias ferramentas de desfechos, inclusive o DASH, demonstram níveis aceitáveis de propriedades de medida, e são adequadas para praticamente todos os pacientes com uma doença no ombro.2222 Michener LA, Snyder AR. Evaluation of health-related quality of life in patients with shoulder pain: are we doing the best we can? Clin Sports Med 2008;27(03):491-505, x

O presente estudo teve limitações, como a ausência de um grupo de controle submetido a outra intervenção para comparação. Alguns fatores de risco não foram analisados, assim como as comorbidades e outros métodos de tratamento. A amostragem não probabilística, do tipo consecutiva, pode ter imposto um viés de seleção, não permitindo que todos os pacientes participassem do estudo. Além disso, não sabemos se os pacientes com CA mais grave apresentaram desfechos piores.

Os pontos fortes são a utilização de instrumentos validados com boa consistência interna e traduzidos para a língua portuguesa, o que permite a comparação entre diferentes culturas, o delineamento clínico longitudinal com segui-mento, os critérios de elegibilidade bem definidos e a ausência de trabalhos semelhantes na literatura. Todos os pacientes foram submetidos a radiografias e ressonâncias magnéticas, além de avaliação clínica completa realizada pelo mesmo especialista em ombro que fez o BNSE, diferente do pesquisador que coletou os dados.

A utilização simultânea dos instrumentos DASH e CIF como medidas de desfechos relatados pelos pacientes com CA é a novidade do presente estudo. A correlação desses dois instrumentos aplicados nestes indivíduos com CA está em análise para publicação em breve, o que nos permitirá compreender se eles se complementam ou não.

Conclusão

Segundo a CIF e o DASH, os BNSEs melhoram a funcionalidade de pacientes com CA, melhora essa que continua a ocorrer até três meses após o início do procedimento. O único domínio da CIF que melhorou apenas em T12 foi "fatores ambientais".

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  • *
    Estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.
  • Suporte Financeiro
    Não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais, ou sem fins lucrativos.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jul 2023
  • Data do Fascículo
    May-Jun 2023

Histórico

  • Recebido
    25 Fev 2022
  • Aceito
    27 Maio 2022
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