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Um ano produtivo

EDITORIAL

Um ano produtivo

Com este número encerramos o volume 25, correspondente ao ano de 2009. No total, foram 70 artigos publicados em quatro números, de autoria de profissionais das diversas regiões do Brasil (39% da região sudeste, 24% da região sul, 13% da região centro-oeste, 10% da região nordeste e 7% da região norte) e também de outros países (7%), principalmente Portugal. Esses artigos, a maioria empíricos, abordaram diversos temas, refletindo a riqueza da produção científica em psicologia. No decorrer do ano, recebemos um número elevado de novos manuscritos para avaliação, mais especificamente, 193 manuscritos (um crescimento de 16% em relação ao ano anterior), o que revela o reconhecimento do alto padrão de qualidade da revista pela comunidade científica. Com relação aos manuscritos em processo de avaliação em 2009 (aí incluídos aqueles submetidos em anos anteriores), aproximadamente 50% tiveram sua tramitação concluída. Dentre esses, 55% foram aceitos para publicação. Indubitavelmente foi um ano de muito trabalho!

Agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente, durante o ano de 2009, para a manutenção do padrão de excelência de nossa revista. Embora a contribuição de todos tenha sido inestimável, gostaria de deixar um agradecimento especial aos editores associados, os quais executaram uma tarefa bastante laboriosa e com muita dedicação, seriedade e compromisso ético.

Este número compreende 20 artigos teóricos e empíricos, os quais versam sobre temas bastante atuais na psicologia. No primeiro artigo, Ruth Bernardes de Sant'Ana discute a contribuição do interacionismo social de G. H. Mead para a compreensão do processo de formação da autonomia do sujeito. Lucia Rabello de Castro, ao refletir sobre o conceito de socialização política, defende a necessidade de aproximação entre juventude e política. Conforme apontado por Claudio V. Torres Michael W. Allen, divergências entre os padrões culturais do Brasil e da Australia afetam diferencialmente o comportamento do consumidor desses dois países. Ivone Félix de Sousa e Helenides Mendonça indicam que a falta de comprometimento organizacional afetivo agrava a relação entre percepção de injustiça distributiva, processual e interacional e burnout entre professores universitários. Maria Clara P. de Paula Couto, Sílvia Helena Koller, Rosa Novo e Pedro Sanchez Soares relatam que os tipos mais comuns de discriminação contra idosos (ageísmo) referem-se a eventos do contexto social e da saúde e que a vivência de episódios de discriminação não gera necessariamente estresse. Juliana Mezzomo Allain e Clélia Maria Nascimento-Schulze mostram que exposições científicas contribuem para a formação (ou modificação) de representações sociais, as quais podem favorecer a relação entre ciência, tecnologia e sociedade.

Katya Luciane de Oliveira, Evely Boruchovitch e Acácia Aparecida Angeli dos Santos averiguam a validade fatorial e a validade concorrente (desempenho acadêmico) da Escala de Estratégias de Aprendizagem e suas implicações para a avaliação psicoeducacional. Lilian Milnitsky Stein e Carlos Falcão de Azevedo Gomes oferecem 44 listas de palavras associadas com medidas normatizadas para a população adulta brasileira, conforme as seguintes dimensões: concretude, frequência, emocionalidade e associação semântica.

Catarina Grande e Ana Isabel Pinto, ao caracterizarem os estilos interativos de educadoras do ensino especial, apontam que crianças com necessidades educacionais especiais são beneficiadas por interações elaborativas e responsivas e com baixa diretividade. M. Adelina Guisande, Leandro S. Almeida, Filomena Ermida da Ponte, Carolina TinajeroM. E Fernanda Páramo mostram que o estilo cognitivo dependência-independência de campo afeta o desempenho de crianças e adolescentes em tarefas que requerem processos atencionais diversos. Flávia Teresa Neves Silva e Carlos Barbosa Alves de Souza avaliam o papel do treino com mudanças sucessivas na função dos estímulos na aprendizagem de discriminação simples em bebês, além de apontarem algumas características metodológicas que podem favorecer o engajamento desses participantes na tarefa.

Por meio do método psicofísico de escolha forçada, Natanael Antonio dos Santos, Valtenice de Cássia Rodrigues de Matos França e Príscilla Anny de Araújo Alves observaram que o sistema visual de crianças apresenta maior sensibilidade para grades senoidais do que para estímulos radiais, o que sugere que o processamento desses estímulos ocorre a partir de vias visuais ou mecanismos distintos. Thiago Leiros Costa, Renata Maria Toscano Barreto Lyra Nogueira, Anne Gleide Filgueira Pereira, Sandra Helena Ramalho Mousinho, Michelle Madruga Marques e Natanael Antonio dos Santos, por sua vez, verificaram que o envelhecimento afeta a sensibilidade a estímulos de frequências espaciais angulares em condições de luminância fotópica. Em uma revisão da literatura sobre os arranjos cognitivos de indivíduos sensorialmente privados, Patrick Wagner de Azevedo e Sylvia Beatriz Joffily sugerem que a produção representacional, em surdos congênitos, é inibida pelo uso intensivo da modalidade sensorial visual, e em cegos congênitos, é incentivada pelo uso intensivo da modalidade sensorial auditiva.

Ana Carolina Peuker, Fernanda Machado Lopes e Lisiane Bizarro avaliam abordagens teóricas recentes e métodos do investigação (dot-probe task e teste emocional de Stroop) do viés atencional em usuários de drogas. Rodrigo SanchesPeres e Manoel Antônio dos Santos ao analisarem o papel da personalidade no curso do câncer de mama, afirmam que o otimismo favorece a condição emocional das pacientes, enquanto o espírito de luta e o manejo da ansiedade contribuem para a melhora da condição clínica. A qualidade de vida de indivíduos que realizaram um transplante de medula óssea foi investigada por Érika Arantes de Oliveira-Cardoso, Manoel Antônio dos Santos, Ana Paula Mastropietro e Júlio César Voltarelli em três momentos distintos: antes do transplante, imediatamente após e algum tempo após o transplante.

Eleonora Arnaud Pereira Ferreira e Andressa Lacerda Fernandes relatam os efeitos favoráveis de uma intervenção comportamental composta por automonitoramento, treino do relato verbal e treino no planejamento da adesão à dieta sobre o comportamento de adesão em um adulto com diabetes Tipo 2. Cláudio Ivan de Oliveira, Anderson Clayton Pires e Timoteo Madaleno Vieira analisam a terapia cognitiva de Aaron Beck, com ênfase no papel da reflexividade na construção (e reconstrução) da auto-identidade. Finalmente, Maria Clara Jost de Moraes, GiselaRenate Jost de Moraes, Flavia Gotelip Corrêa Veloso, Gustavo Martins Malveira Alves e Bartholomeu Tôrres Tróccoli, ao avaliarem os efeitos de percepções maritais e parentais negativas sobre os relacionamentos de conjugalidade, mostram que a Terapia de Integração Pessoal favorece o desenvolvimento de percepções mais favoráveis e, consequentemente, melhoras nesses relacionamentos.

Desejo a todos um 2010 repleto de sucessos!

Josele Abreu-Rodrigues

Editora

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Mar 2010
  • Data do Fascículo
    Dez 2009
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