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Normas brasileiras para listas de palavras associadas: associação semântica, concretude, frequência e emocionalidade

Brazilian norms for word lists: semantic association, concreteness, word frequency, and emotionality

Resumos

O presente estudo fornece medidas normatizadas para 44 listas de palavras semanticamente associadas em português, de acordo com as seguintes dimensões: concretude, frequência, emocionalidade e associação semântica. Cada lista de palavras é composta por uma palavra-tema e 15 palavras semanticamente associadas a ela. As medidas de cada dimensão foram selecionadas de bancos de dados encontrados na literatura brasileira ou coletadas com universitários. Os resultados indicaram que os valores referentes à concretude, frequência e emocionalidade das palavras-tema tendem a covariar positivamente com os valores médios das suas respectivas listas. Além disso, o tamanho do conjunto de diferentes palavras associadas semanticamente à palavra-tema apresentou uma correlação inversa com a força associativa média das listas, mas não com a concretude da palavra-tema.

normas; palavras associadas; emoção; concretude; léxico


The present study provides normative measures for 44 word lists in Portuguese according to the following dimensions: concreteness, word frequency, emotionality and semantic association. Each list contains one theme word and 15 semantically associated words. The measures for each dimension were selected from databases published in the Brazilian literature, or collected from a sample of undergraduate students. The results indicated that concreteness, word frequency and emotionality values tend to co-vary positively with the average values of its respective lists. Furthermore, an inverse correlation was observed between the average associative values of each list and its set size, but no correlation was found between set size and the concreteness ratings of the theme word.

norms; word lists; emotion; concreteness; lexicon


Normas brasileiras para listas de palavras associadas: associação semântica, concretude, frequência e emocionalidade11 Este trabalho teve apoio do CNPq (301502/2006-4, 107804/2007-7). Os autores agradecem a Gustavo Rohenkohl pela sua inestimável contribuição na realização deste trabalho. Ainda, agradecimentos à Dra.Valéria de Oliveira Thiers pela coordenação da coleta e tratamento de dados no estudo para as medidas de força associativa reversa.

Brazilian norms for word lists: semantic association, concreteness, word frequency, and emotionality

Lilian Milnitsky Stein22 Endereço para correspondência: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Pós-Graduação em Psicologia, Grupo de Pesquisa em Processos Cognitivos. Av. Ipiranga, nº 6681, prédio 11, sala 940. Porto Alegre, RS. CEP 90619-900. E-mail: lilian@pucrs.br; Carlos Falcão de Azevedo Gomes

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

RESUMO

O presente estudo fornece medidas normatizadas para 44 listas de palavras semanticamente associadas em português, de acordo com as seguintes dimensões: concretude, frequência, emocionalidade e associação semântica. Cada lista de palavras é composta por uma palavra-tema e 15 palavras semanticamente associadas a ela. As medidas de cada dimensão foram selecionadas de bancos de dados encontrados na literatura brasileira ou coletadas com universitários. Os resultados indicaram que os valores referentes à concretude, frequência e emocionalidade das palavras-tema tendem a covariar positivamente com os valores médios das suas respectivas listas. Além disso, o tamanho do conjunto de diferentes palavras associadas semanticamente à palavra-tema apresentou uma correlação inversa com a força associativa média das listas, mas não com a concretude da palavra-tema.

Palavras-chave: normas; palavras associadas; emoção; concretude; léxico.

ABSTRACT

The present study provides normative measures for 44 word lists in Portuguese according to the following dimensions: concreteness, word frequency, emotionality and semantic association. Each list contains one theme word and 15 semantically associated words. The measures for each dimension were selected from databases published in the Brazilian literature, or collected from a sample of undergraduate students. The results indicated that concreteness, word frequency and emotionality values tend to co-vary positively with the average values of its respective lists. Furthermore, an inverse correlation was observed between the average associative values of each list and its set size, but no correlation was found between set size and the concreteness ratings of the theme word.

Keywords: norms; word lists; emotion; concreteness; lexicon.

Ao construir um experimento com a finalidade de se observar um determinado fenômeno, o pesquisador necessita introduzir variáveis como fatores independentes ou como controles. Dessa forma, é preciso selecionar estímulos com características específicas de modo a evidenciar as relações entre as variáveis de interesse e evitar a presença de variáveis confundidoras. Uma maneira eficaz de se obter esses estímulos é através do uso de bancos de dados normatizados.

Na literatura internacional, diversos estudos com normas, escalas e classificações de materiais verbais, pictográficos e fonológicos foram publicados ao longo dos anos (ver, por exemplo, Bradshaw, 1984; Brown, 1976; Proctor & Vu, 1999). Entretanto, grande parte desse material advém de amostras de populações norte-americanas, sendo a sua utilização em uma população brasileira inadequada pelas diferenças linguísticas e culturais. Além disso, a utilização de medidas não normatizadas em diferentes estudos tem como consequência a falta de uniformidade nas características dos estímulos selecionados, o que torna difícil estabelecer comparações entre os seus resultados. Por exemplo, de uma maneira geral, recentes estudos que investigaram a interação entre emoção e memória para palavras têm mostrado que aquelas com conteúdo emocional são melhor recuperadas do que palavras neutras (Budson & cols., 2006; Hamann, 2001; Kensinger & Corkin, 2003). Todavia os resultados não são consistentes ao apontar as contribuições e interações da valência e do alerta de uma palavra na recuperação de memórias verdadeiras e falsas (Santos & Stein, 2008). Uma possível causa dessa inconsistência pode ser devido à maneira como essas palavras foram categorizadas ou selecionadas (e.g., por meio de julgamentos subjetivos de dois ou mais juízes).

As primeiras publicações de medidas normatizadas para pares de palavras semanticamente associadas em inglês, sejam para adultos (Kent & Rosanoff, 1910; Russell & Jenkins, 1954; Schellenberg, 1930) ou crianças (Palermo & Jenkins, 1964; Woodrow & Lowell, 1916), possibilitaram a instrumentalização de pesquisadores na investigação da memória semântica (Bock, 1986; Schvaneveldt, Ackerman & Semlear, 1977) e, posteriormente, na elaboração de instrumentos que permitiram o estudo experimental do fenômeno de falsas memórias (Deese, 1959; Roediger & McDermott, 1995; Stadler, Roediger & McDermott, 1999).

Atualmente, o instrumento utilizado para se estudar falsas memórias por meio de listas de palavras associadas é conhecido como Deese-Roediger-McDermott (DRM) Paradigm (Stadler & cols., 1999). Nesse paradigma, cada lista é constituída por 15 palavras-alvo (e.g., café, chá, pires, porcelana, beber, leite, louça, asa, tomar, colher, cozinha, bule, copo, quebrada e medida) associadas semanticamente a uma palavra-tema (e.g., xícara). O procedimento padrão consiste na apresentação das palavras-alvo na fase de estudo e a inclusão da palavra-tema na fase de teste, sendo frequente o falso reconhecimento ou recordação da palavra-tema como tendo sido também apresentada na fase de estudo. No Brasil, Stein, Feix e Rohenkohl (2006) desenvolveram 44 listas de 15 palavras semanticamente associadas a uma palavra-tema, sendo que algumas dessas listas possuem conteúdo emocional, seja negativo, como as listas 'raiva' e 'mágoa', ou positivo, como as listas 'alegria' e 'alívio', enquanto que outras são neutras, como as listas 'borracha' e 'pé'.

Ainda que o uso de listas de palavras associadas para o estudo das falsas memórias já esteja consolidado na literatura, esse tipo de material também tem sido utilizado em tarefas de span de palavras (Baddeley & Levy, 1971), nomeação de palavras (Faust, Dimitrovsky & Shacht, 2003; Seifert, 1997), decisão lexical (Nestor & cols., 2006) e julgamento de tipicidade (Janczura & Nelson, 1999). Dessa forma, o uso de listas de palavras associadas permite a investigação experimental de uma variedade de teorias psicológicas que, posteriormente, serão utilizadas em cenários aplicados, como a psicologia clínica e jurídica.

Apesar da importância da utilização de materiais normatizados para fins de pesquisa tanto na área psicológica quanto linguística, poucas normas para estímulos verbais foram publicadas na literatura nacional em comparação com outros países. Assim, este trabalho teve por objetivo expandir as normas de Stein e cols. (2006), fornecendo listas de palavras associadas em português com medidas normatizadas para população adulta brasileira para as seguintes dimensões: concretude, frequência (de escrita e fala), emocionalidade (valência e alerta) e associação semântica (tamanho do conjunto, força associativa direta e reversa).

Método, Resultados e Discussão

Para cada dimensão foi realizada uma busca na literatura por publicações de medidas normatizadas para amostras brasileiras e de idioma português brasileiro. Quando não foram encontradas publicações com normas para uma determinada dimensão, no caso para força associativa reversa, realizou-se um estudo com o objetivo de coletar tais medidas.

Abaixo são descritas as dimensões abarcadas no presente estudo, bem como os procedimentos para coleta e cômputo das medidas. Além disso, para todas as dimensões são apresentados exemplos de listas e palavras-tema que contrastam nos valores dos seus respectivos índices e, especificamente, nas dimensões de concretude, frequência lexical e emocionalidade também são apresentadas análises de correlação intra dimensão para o conjunto de 44 listas e palavras-tema de Stein e cols. (2006). Ao final, são examinadas as relações entre dimensões. Um α = 0,05 foi estipulado para todas as análises inferenciais.

No que diz respeito às análises descritivas, as tabelas de 1 até 4 apresentam, em ordem alfabética da palavra-tema de cada lista, os valores das dimensões por lista e referentes à palavra-tema. Dessa forma, a Tabela 1 apresenta as médias e desvios-padrão de concretude para a palavra-tema e para a lista. A Tabela 2 apresenta medidas de frequência escrita ou de fala para a palavra-tema e lista. A Tabela 3 apresenta as médias e desvios-padrão de valência e alerta para a palavra-tema e lista. Por fim, a Tabela 4 apresenta as medidas de associação semântica, quais sejam: tamanho do conjunto associado à palavra-tema (TC), força associativa (FA), força associativa direta (FAD) e força associativa reversa (FAR). As medidas individuais para cada uma das 15 palavras que compõem cada uma das 44 listas podem ser consultadas no site http://www.pucrs.br/fapsi/pos/index.htm ou a pedido para os autores.

 

Concretude

Na literatura sobre memória e linguagem, um achado recorrente é de que palavras concretas são mais facilmente lembradas do que palavras abstratas (Fliessbach, Weis, Klaver, Elger & Weber, 2006; Paivio, Walsh & Bons, 1994). Janczura, Castilho, Rocha, Van Erven e Huang (2007) coletaram medidas de concretude para 909 palavras. O estudo contou com a participação de 719 universitários brasileiros que julgaram a concretude de 151 palavras cada, por meio de uma escala Likert de 01 (altamente abstrata) a 07 (altamente concreta). Os resultados evidenciaram uma distribuição bi-modal, indicando que os julgamentos para palavras concretas situaram-se entre 4,47 e 6,93, e para palavras abstratas entre 1,61 e 4,45.

Foram selecionadas do estudo de Janczura e cols. (2007) as medidas de concretude para as 44 palavras-tema e as 660 palavras-alvo das listas de palavras associadas elaboradas por Stein e cols. (2006). Para cada uma das 44 listas, foi obtida a média da concretude das 15 palavras-alvo associadas à palavra-tema (ver Tabela 1).

As médias de concretude indicam que listas e palavras-tema como 'medo', 'culpa', 'alívio' e 'satisfação' apareceram próximas ao julgamento de altamente abstrata, enquanto que 'xícara', 'pé' e 'pão' situaram-se próximas ao julgamento de altamente concreta. Ainda, foi observada uma correlação direta entre os julgamentos de concretude para as 44 palavras-tema e as médias das listas (r = 0,728, p = 0,000), indicando que as variações na concretude das palavras-tema é acompanhada pelas variações da concretude média da sua lista correspondente.

Frequência lexical

A frequência de uma palavra tem sido relacionada com a facilidade ou dificuldade no processamento lexical, de forma que palavras mais corriqueiras na língua (i.e., frequência alta) são processadas mais rápida e precisamente quando comparadas a palavras de baixa frequência, por exemplo, em testes de nomeação de palavras (Forster & Chambers, 1973). Além disso, a manipulação da frequência lexical tem mostrado resultados diferentes em tarefas de reconhecimento e recordação de palavras (Balota & Neely, 1980; Glanzer & Bowles, 1976) e decisão lexical com priming (Busnello, Stein & Salles, 2008) e sem priming (Monsell, Doyle & Haggard, 1989).

O Banco de Português (Sardinha, 2003), parte integrante do projeto DIRECT (Development of International Research for English, Commerce and Technology), é um corpus que contém dados normativos de freqência de fala e escrita para aproximadamente 230 milhões de palavras no idioma português brasileiro. As palavras escritas foram obtidas por meio do registro da ocorrência em meios de comunicação impressos (jornais, revistas, literatura, artigos científicos e materiais da área de negócios), enquanto que palavras faladas foram obtidas pelo registro de ocorrência em conversações, encontros, salas de aula, conversas por telefone e entrevistas.

Para o presente estudo, as medidas de frequência escrita e de fala foram selecionadas do corpus de Sardinha (2003). O procedimento de cálculo da frequência média por lista foi similar ao de concretude, com exceção de que, quando não foi encontrada a medida de frequência para a palavra exata, buscaram-se aquelas de variações de gênero e número. Por exemplo, quando não foi encontrada a frequência para a palavra-alvo "elástico", utilizou-se a medida para "elástica" como substituta. Na Tabela 2 são apresentados os valores das frequências de escrita e de fala para as palavras-tema e as médias e desvios-padrão das frequências de escrita e de fala para as listas de palavras associadas.

A análise descritiva das medidas de frequência escrita e falada sugere que palavras-tema e listas como, por exemplo, 'rio' e 'cidade' mostraram os maiores índices de frequência relativos às demais palavras-tema e listas, enquanto que 'cheirar' e 'macio' não se mostraram frequentes. No que diz respeito às relações entre os valores de frequência da palavra-tema e a sua respectiva lista, foi observada uma correlação direta entre a frequência de escrita da palavra-tema e da lista (r = 0,368, p = 0,014) e a frequência de fala da palavra-tema e da lista (r = 0,574, p = 0,000), de maneira que a frequência da palavra-tema, seja de escrita ou de fala, tendeu a acompanhar a frequência média da sua lista correspondente. Apesar de terem sido observados valores extremos na distribuição de ambas as frequências, tanto para as palavras-tema como para as listas, esse padrão de correlação direta se manteve quando foi utilizada uma transformação logarítmica de base 10 dos valores de frequência escrita (r = 0,517, p = 0,000) e de fala (r = 0,526, p = 0,000).

Emocionalidade

A interação entre processos cognitivos e afetivos tem emergido como um tópico de interesse crescente na comunidade científica nos últimos anos (Oliva & cols., 2006; Uttl, Siegenthaler & Otha, 2006). Utilizando estímulos verbais, Santos, Silveira, Gomes e Stein (2009) normatizaram as 44 palavras-temas e as 44 listas de palavras associadas de Stein e cols. (2006), segundo sua valência e alerta, por meio da escala pictográfica Self-Assessment Manikin (SAM) (Lang, 1980). Esse estudo contou com a participação de 516 universitários, dos quais 431 julgaram a emocionalidade das listas, enquanto que 85 julgaram a emocionalidade das palavras-tema. Por meio da escala SAM, a emocionalidade dos estímulos verbais foi classificada a partir de duas dimensões: valência, de (1) desagradável até (9) agradável, e alerta, de (1) relaxado até (9) estimulado. Em ambas as escalas, o ponto intermediário (5) marcava um setor neutro. Para as 44 listas e palavras-tema, as medidas de valência e alerta são apresentadas na Tabela 3.

Dentre as 44 listas e palavras-tema, os resultados descritivos destacam aquelas classificadas como positivas (e.g., 'alegria' e 'música'), negativas (e.g., 'dor' e 'ladrão'), de valência neutra (e.g., 'alto' e 'borracha'), relaxantes (e.g., 'macio' e 'alívio'), estimulantes (e.g., 'raiva' e 'paixão') ou de alerta neutro (e.g., 'áspero' e 'preto'). No que tange as análises de correlações entre palavras-tema e listas, foi observada uma correlação direta para os valores de valência (r = 0,90, p = 0,000) e alerta (r = 0,50, p = 0,000), de forma que os julgamentos de valência e alerta para as palavras-tema tendem a ser acompanhados pelos julgamentos referentes às listas. Para outras análises com os dados de valência e alerta, ver Santos e cols. (2009).

Associação semântica

Uma forma que tem sido utilizada para mensurar a associação semântica entre palavras é pelo cômputo da probabilidade de ocorrência de uma palavra na presença de outra (Cramer, 1968; Nelson, McEvoy & Schreiber, 2004). Assim, é possível obter listas de palavras com maior ou menor associação semântica.

Apesar de existir uma variedade de combinações possíveis de medidas de associação semântica ao se utilizar listas de palavras, optou-se por três delas, descritas a seguir:

Tamanho do conjunto. O tamanho do conjunto (set size) consiste na soma das diferentes palavras recuperadas por associação semântica direta à palavra-tema de cada lista. No estudo de Stein e cols. (2006), quando foi solicitado que os participantes escrevessem a palavra que estivesse mais associada à, por exemplo, 'fruta', 24 vocábulos diferentes foram recordados, excluindo aqueles idiossincráticos (i.e., de frequência igual a um na amostra), constituindo assim o tamanho do conjunto para a palavra 'fruta' em 24 palavras.

O efeito do tamanho do conjunto de palavras associadas na memória tem sido demonstrado em várias pesquisas, como em Van Erven e Janczura (2004). Ao comparar o desempenho na recuperação de palavras entre jovens e idosos, esses autores observaram que palavras com menor número de associadas possuíam maior probabilidade de recuperação do que palavras com conjuntos maiores de associadas, independentemente da idade.

Para o presente trabalho, seguindo outras normas de associação semântica na literatura (Janczura, 2005; Nelson, McEvoy & Schreiber, 2004; Nelson & Schreiber, 1992), o tamanho do conjunto foi calculado com base na soma das diferentes palavras geradas por associação direta a cada palavra-tema, incluindo somente os vocábulos que foram gerados por dois ou mais participantes do estudo de Stein e cols. (2006). A Tabela 4 (coluna 2) apresenta as medidas de tamanho do conjunto (TC) que foram obtidas na reanálise do banco original dos dados daquele estudo. Os resultados descritivos indicaram que, dentre as 44 palavras-tema, algumas mostraram elevados índices do conjunto de associadas (e.g., 'carro', 'devagar' e 'homem'), enquanto que outras apresentaram baixos índices do conjunto de associadas (e.g., 'bandeira', 'mágoa' e 'xícara').

Força associativa direta. Dá-se o nome de força associativa direta à probabilidade com a qual um item da lista (alvo) possa ser gerado a partir de outra palavra (tema). Por exemplo, o pesquisador interessado na associação entre as palavras 'rio' e 'água', exibe apenas a palavra 'rio' para 300 pessoas e pede que elas escrevam a primeira palavra que lhe vem à cabeça. Dessas 300 pessoas, 40 respondem 'água'. Sendo assim, a probabilidade de se obter a palavra 'água' como resposta a 'rio' é de 40/300 = 0,133.

Em Stein e cols. (2006), o procedimento foi similar ao acima descrito, no entanto, foi solicitado que os participantes escrevessem, em ordem de maior associação, as três primeiras palavras que estivessem mais associadas àquela que servia de palavra-tema (e.g., 'rio'). Em razão disso, para cada palavra gerada foi atribuído um peso proporcional à posição em que ela se encontrava, de forma que quanto mais associada era a palavra gerada (posição 1), maior o peso que recebia (valor 3). Dessa forma, a força associativa (FA) das palavras consistiu no produto entre a frequência das palavras na amostra (f) pelo valor médio da posição em que cada palavra foi recuperada (Mpos), ou seja, FA = f (Mpos).

Com a finalidade de adequar esses resultados a outras normas de associação semântica de palavras (Carneiro, Albuquerque & Fernandez, 2008; Macizo, Gómez-Ariza & Bajo, 2000; Nelson, McEvoy & Schreiber, 2004), foi também incluído um parâmetro obtido por meio de um novo cômputo do banco de dados de Stein e cols. (2006), adotando-se apenas os valores de frequência da primeira palavra associada diretamente à palavra-tema (i.e., a força associativa direta). Assim, a Tabela 4 apresenta as médias e desvios-padrão para a força associativa e força associativa direta. A análise descritiva sugere que listas como 'xícara', 'rei' e 'janela' apresentam os maiores índices de associação direta em comparação com as demais listas. Em contrapartida, listas como 'montanha', 'culpa' e 'homem' mostraram os menores índices de associação direta dentre as demais listas.

Força associativa reversa. O termo força associativa reversa (backward association, em inglês) se refere à probabilidade de uma palavra da lista (alvo) gerar outra palavra (tema). Por exemplo, dado a palavra 'água' para 250 pessoas, 50 delas geram a palavra-tema 'rio' como resposta. Então, a força associativa reversa, ou seja, a probabilidade de 'rio' ser gerado como resposta a 'água', é de 50/250 = 0,2.

Como não existem medidas de força associativa reversa disponíveis para as atuais listas de palavras associadas em português, foi realizado um estudo com a finalidade de coletar essas medidas, no qual participaram 1.042 estudantes universitários de 30 cursos das áreas de Ciências Exatas, Biológicas e Humanas, de diversas cidades do Rio Grande do Sul e do Paraná. A idade média dos participantes foi de 21,6 anos (DP = 5,3), sendo 692 mulheres e 350 homens.

Para a elaboração dos instrumentos dessa pesquisa de força associativa reversa, foram elaborados 15 protocolos a partir das 44 listas de palavras associadas. Os protocolos continham uma das 15 palavras de cada lista, selecionadas aleatoriamente, totalizando 44 palavras diferentes por protocolo, de tal forma que não estivessem associadas entre si. Cada palavra foi seguida por uma coluna em branco, de maneira que os participantes conseguissem escrever nessa área conforme as instruções que lhe foram dadas (e.g., ÁGUA - _______).

A coleta de dados foi realizada coletivamente. Previamente à distribuição dos protocolos, os participantes receberam Termos de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual foram informados do caráter voluntário e anônimo da sua participação, seguindo os procedimentos éticos de pesquisas com seres humanos. Em seguida, os protocolos foram distribuídos de maneira aleatória para cada um dos participantes. Ao receber um dos protocolos, os participantes foram instruídos para que escrevessem na coluna em branco, ao lado da palavra, uma outra palavra que julgassem estar mais associada ao significado da palavra impressa no protocolo. Foi solicitado que seguissem a ordem da folha, não utilizando nomes próprios ou expressões com mais de uma palavra. Os participantes também foram alertados que as palavras impressas não possuíam nenhuma associação entre si.

A forma como os dados de força associativa reversa foram analisados é descrita a seguir. As palavras geradas pelos participantes receberam pontuações de 1 (um), quando a palavra gerada fosse exatamente igual ou derivada (e.g., 'preto' e 'preta'; 'carro' e 'carros') à palavra-tema, ou 0 (zero), quando a palavra gerada não estivesse dentro desses critérios. Assim, a probabilidade de uma palavra da lista em gerar a palavra-tema pôde ser calculada. As pontuações foram atribuídas por três juízes independentes, obtendo um grau de concordância entre eles pela estatística W de Kendall (W = 0,858, p = 0,001). As medidas do estudo de força associativa reversa são apresentadas na Tabela 4. As médias de força associativa reversa indicam que listas como 'medo', 'música' e 'fruta' apresentam os maiores índices de associação reversa relativo às demais listas, enquanto que 'doutor', 'menina' e 'paixão' mostraram os menores índices de associação reversa.

Análise de relações entre as dimensões

Com o objetivo de avaliar algumas relações entre as dimensões estudadas que caracterizam as 44 listas e palavras-tema, foram calculadas correlações de Pearson. Essas análises indicaram que:

1) A força associativa e a força associativa direta mostraram-se fortemente correlacionadas entre si (r = 0,966, p = 0,000), mas não com a força associativa reversa (rs < 0,098, ps > 0,529).

2) Quanto menor foi o número de diferentes palavras associadas à palavra-tema (i.e., quanto menor o tamanho do conjunto), maior foi a força associativa direta (r = -0,533, p = 0,000) e a força associativa (r = -0,536, p = 0,000) médias da lista de 15 associadas.

3) O tamanho do conjunto de diferentes palavras associadas à palavra-tema não apresentou correlação significativa com a concretude da palavra-tema (r = -0,208, p = 0,175) ou da lista (r = -0,143, p = 0,356).

4) Quanto maior foi a concretude das palavras que compõem as listas, maior tendeu a ser a força associativa direta (r = 0,389, p = 0,009) e a força associativa (r = 0,446, p = 0,002).

Com relação à primeira análise, parece haver uma forte correlação direta entre força associativa e força associativa direta, haja visto que ambos os parâmetros mensuram uma mesma característica de associação semântica, isto é, tanto a força associativa quanto a força associativa direta medem o grau de associação direta entre a palavra-tema com os vocábulos associados a ela. Em contrapartida, não foi encontrada correlação significativa entre as medidas de associação direta e a força associativa reversa, padrão este que é corroborado em estudos anteriores utilizando listas de palavras associadas em inglês (Roediger, Watson, McDermott & Gallo, 2004).

No que tange as análises 2 e 3, foi observado que quanto menor o tamanho do conjunto da palavra-tema, maior é a força de associação direta. Por outro lado, não foi encontrada correlação significativa entre a concretude da palavra-tema e o tamanho do conjunto. Ambos os resultados estão alinhados aos de Nelson e Schreiber (1992). Eles também encontraram uma forte correlação positiva entre o tamanho do conjunto de uma palavra e a força associativa direta. Ainda, esses autores concluíram que a concretude de uma palavra é um atributo independente do tamanho do conjunto de diferentes palavras associadas à mesma.

Por fim, contrastando com resultados previamente reportados na literatura (Nelson & Schreiber, 1992; Roediger & cols., 2004), constatou-se (ver análise 4) uma correlação significativa entre concretude e as medidas de força associativa direta, ou seja, que listas com maior força associativa direta tendem a ser mais concretas, o que parece ser uma característica própria das listas de palavras associadas em português (Stein & cols., 2006).

Em suma, ao buscar por palavras-tema e listas com características específicas (e.g., de valência negativa), o pesquisador deve estar atento a variações nos valores de outras dimensões. Os resultados das análises entre dimensões indicaram fatores que covariam entre si (e.g., concretude e força associativa direta), de forma que estes merecem maior cuidado ao serem selecionados como variáveis independentes em um experimento. Nesses casos, re-organizar as listas de palavras de forma que se observem variações sistemáticas apenas nos níveis do fator de interesse (e.g., força associativa direta) e equivalência nos índices de possíveis fatores confundidores (e.g., concretude) pode possibilitar uma manipulação experimental mais adequada das dimensões apresentadas.

Considerações Finais

Ao fornecer um conjunto de 44 listas de palavras semanticamente associadas com medidas normatizadas de concretude, frequência (de escrita e de fala), emocionalidade (valência e alerta) e associação semântica (tamanho do conjunto, força associativa direta e reversa), espera-se que esses estímulos verbais possam ser utilizados em pesquisas futuras em áreas como da Linguística e da Psicologia, entre outras, possibilitando tanto o controle, quanto a manipulação de variáveis de interesse dentre as dimensões aqui apresentadas. Cabe ressaltar a relevância de estudos prévios de normatização como os de Janczura e cols. (2007), Sardinha (2003) e Santos e cols. (2009), que permitiram que fosse contemplado um maior número de dimensões na elaboração das normas aqui apresentadas.

No entanto, como já ressaltado por Jenkins e Russell (1960), o trabalho de normatização de estímulos exige atualização ao longo do tempo, devido às mudanças ocorridas naquela população para qual o material foi normatizado. Nesse sentido, a confiabilidade e a qualidade do uso das medidas e estímulos apresentados no presente estudo podem estar limitadas à população adulta e acadêmica. Cabe a estudos posteriores avaliar a validade dessas normas para outras populações.

Enfim, pretendeu-se contribuir para o incremento do acervo metodológico de normas já publicadas no Brasil, das quais se pode destacar, por exemplo, as normas de associação semântica para conceitos naturais (Janczura, 1996), as normas de tríades para testes de memória (Pompéia, Paes & Bueno, 2003), as normas de frequência de ocorrência de Pinheiro (1996), as normas de figuras emocionais (Ribeiro, Pompéia & Bueno, 2004) e as normas de associação semântica para palavras contextualizadas (Janczura, 2005). O conjunto de normas representa um substancial arsenal de material cientificamente desenvolvido e testado que, a exemplo do que vem ocorrendo em outros países (notadamente aqueles de língua inglesa), pode permitir também ao pesquisador brasileiro avançar no estudo da memória, linguagem, aprendizagem e áreas afins.

Referências

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Recebido em 27.01.08

Primeira decisão editorial em 20.06.08

Versão final em 11.07.08

Aceito em 19.09.08

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  • 1
    Este trabalho teve apoio do CNPq (301502/2006-4, 107804/2007-7). Os autores agradecem a Gustavo Rohenkohl pela sua inestimável contribuição na realização deste trabalho. Ainda, agradecimentos à Dra.Valéria de Oliveira Thiers pela coordenação da coleta e tratamento de dados no estudo para as medidas de força associativa reversa.
  • 2
    Endereço para correspondência: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Pós-Graduação em Psicologia, Grupo de Pesquisa em Processos Cognitivos. Av. Ipiranga, nº 6681, prédio 11, sala 940. Porto Alegre, RS. CEP 90619-900. E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      09 Mar 2010
    • Data do Fascículo
      Dez 2009

    Histórico

    • Aceito
      19 Set 2008
    • Revisado
      01 Jul 2008
    • Recebido
      27 Jan 2008
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