Acessibilidade / Reportar erro

Prosody, focus, and word order

RESENHA/REVIEW

ZUBIZARRETA, Maria Luiza Prosody, Focus, and Word Order1 1 Agradeço a autora por ter me esclarecido os pontos que não ficaram claros para mim e ao pareceirista anônimo pelas suas contribuições. . Cambridge, Massachusetts/ London.The MIT Press. 1998, 213 pp

Resenhado por Mary A. KATO

(Universidade Estadual de Campinas)

Há uma crença de que os linguistas que trabalham na linha gerativa têm como objeto de estudo apenas sentenças descontextualizadas. O livro de Zubizarreta (Z daqui em diante) aqui resenhado mostra que tal crença é falsa. A sintaxe chomskiana trabalha com funções que vêm codificadas na forma sintática ou na forma fonética, podendo essa relação ser formalmente descrita.

O livro é de interesse descritivo geral uma vez que lida com um problema sintático que vem intrigando linguistas comparativistas de várias correntes e épocas, a ordem das palavras, em um quadro moderno de investigação lingüística. A autora trabalha comparativamente com a ordem em três línguas românicas: o francês, o espanhol e o italiano, e também com línguas não românicas como o inglês e o alemão.

A ordem dos constituintes vem frequentemente associada a funções discursivas como tópico e foco ou informação nova e velha. O problema do foco sentencial na gerativa, complementar à noção de pressuposto, vem desde Chomsky (1971), que trata o primeiro como informação extraível a partir do elemento com acento nuclear e o segundo como a parte da sentença que resta substituindo-se o foco por uma variável. A interpretação da bi-partição sentencial em foco e pressuposto é feita em Chomsky (1976) em Forma Lógica (FL). Nessa análise, o elemento focalizado sofre um movimento de fronteamento, similar aos quantificadores, deixando uma variável em seu lugar. Essa análise é revista por Z, como veremos adiante.

Embora conteste a FL como o lugar de interpretação do foco, Z defende, com Chomsky (1971) e Jackendoff (1972), que é a proeminência sintagmática o fator prosódico relevante na determinação do foco sentencial, ao contrário de autores como Gussenhoven (1984) e Selkirk (1984, 1995) que atribuiram esse papel ao acento tonal, trabalhando apenas com línguas germânicas.

Os desenvolvimentos recentes da teoria gerativa, mais especificamente a proposta Minimalista, vêm enfatizando os níveis de interface – Forma Fonética (FF= "PF") ) e Forma Lógica (FL= "LF") – como os únicos conceitualmente necessários, reduzindo o trabalho do componente sintático/computacional ao minímo indispensável para relacionar esses dois níveis. Por trabalhar com prosódia e com a interpretação de foco , a autora privilegia os dois níveis de interface, mostrando versatilidade técnica e teórica tanto na fonologia suprasegmental quanto na sintaxe, apresentando referências importantes nas duas sub-áreas.

O livro é constituído de três capítulos. O primeiro define os conceitos usados e o quadro teórico, faz um breve resumo dos capítulos dois e três, e propõe um nível além da FL, a que chama de Estrutura de Asserção (AS), onde, segundo a autora, se dá a interpretação de foco e pressuposto. O capítulo propõe ainda uma modificação na arquitetura da gramática, na qual , após a formação de um único marcador frasal S, há ainda um percurso derivacional que leva a um marcador frasal D, ainda dentro da sintaxe, cujo "output" é a saída tanto para a FF quanto pra a Estrutura da Asserção, onde se dá a interpretação de foco e para a FL, que, por sua vez, alimenta a Estrutura de Asserção. No trecho entre as estruturas S e D , temos os processos sintáticos que afetam a prosódia, ou a marcação do acento nuclear.

O segundo capítulo examina a relação entre prosódia e foco nas línguas germânicas e nas línguas românicas. Esse capítulo contém também um apêndice que trata das sentenças interrogativas-Q. O terceiro examina a derivação e a estrutura sintática propriamente ditas, propondo aí o movimento prosódico (movimento-P). O terceiro capítulo contém também um apêndice que trata das propriedades intonacionais e sintáticas do deslocamento à direita no espanhol em contraste com sentenças SVO em que o objeto é desfocalizado.. Os capítulos, embora formando um todo, são razoavelmente autônomos, podendo ser lidos separadamente, o que apresenta uma vantagem tanto para o uso didático quanto para o uso do leitor especializado.

O primeiro capítulo começa com a definição de foco utilizado no livro, partindo do teste de pergunta e resposta utilizado por Chomsky (1971) e Jackendoff (1972). Tal teste possibilita determinar a estrutura focal de uma sentença, através de sua bi-partição em seus componentes focal e pressuposicional. Isto porque num par pergunta/ resposta é claro o que a resposta traz o foco, isto é, o elemento que substitui o pronome interrogativo, e a proposição que resulta da substituição do foco por uma variável é a pressuposição. O foco2 2 Z usa F para assinalar a parte focal da sentença. pode ser, assim, uma sentença inteira como em (1)a. , o predicado como em (1)b., o objeto direto como em (1)c., o sujeito como em (1)d., o sujeito + o verbo como em (1)e ou só o verbo como em (1)e (sentença de número (5) no original). A pergunta-contexto aparece após cada sentença.

(2) a.[F John [ate [the pie]]].

[What happened]

b.[John [F ate[ the pie]]].

[What did John do?]

c.[John [ate[F the pie]]].

[What did John eat?]

d.[[F John][ ate[ the pie]]].

[Who ate the pie?]

e.[[F John] [[Fate ][ the pie ]]].

[What happened to the pie?]

f.[John [[F ate][ the pie]]].

[ What did John do to the pie?]

(Zubizarreta, 1998: p.3)

O exemplo (1)e. é crucial para Z na rejeição da proposta de Chomsky (1976) de tratar foco como um elemento quantificado que sofre movimento em FL. Um exemplo como (1)e, no qual elementos que não formam um constituinte são focalizados, não pode ser explicado como movimento de quantificador. Z propõe, então, um nível a que chama de "assertion structure"(AS), onde o significado é interpretado sobre pares de asserções, uma representando o contexto (ou a pressuposição) e a outra a estutura focal. A representação da sentença-contexto precede a estrutura-focal. Para os exemplos em (1) a proposta de AS seria como se vê em (2):

(3) a. A1: there is an x , such that x happened

A2: the x, such that x happened = [John[ate the pie]]

b. A1: there is an x , such that John did x

A2: the x, such that Johni did x = [hei [ate the pie]]

c. A1: there is an x , such that John ate x

A2: the x, such that John ate x = the pie

d. A1: there is an x , such that x ate the pie.

A2: the x, such that x ate the pie = John

e. A1: there is an x , such that x happened to the pie

A2: the x, such that x happened to the piei = [John[ate iti]]

f. A1: there is an x , such that John did x with the pie

A2: the x, such that Johni did x with the piej = [hei[ate itj]]

(Zubizarreta, 1998:p.5)

Z propõe que as asserções A1 e A2 são ordenadas. A1, a asserção a respeito do contexto/fundo, precede a asserção principal, que fornece o foco.

O nível de AS seria também o lugar de interpretação do tópico sentencial pragmático de Reinhart (1982), que o define também dentro da noção discursiva de conjunto contextual (de proposições). A relação de tópico/comentário é assumida como sendo de predicação, como em Reinhart. Z sustenta que tópico e foco nunca podem ser o mesmo elemento porque enquanto o tópico é o sujeito da predicação, o foco faz parte da predicação. Essa ordenação estrita explicaria porque a anáfora regressiva em (4) não é possível quando a sentença inteira é foco e porque a ligação é possível se o foco é restrito(exemplo (5), com o

acento recaindo sobre o sujeito, marcado em grifo:

(4) a. [FHis mother will accompany each/every boy the first day of school]

b. [FSa mère accompagnera chaque enfant le premier jour d"ecole]

[What will happewn?]

[Bound reading: *]

(5) a. [FHis mother] will accompany each/every boy the first day of school.

[I would like to know who will accompany each/every boy the first day of school]

b. [FSa mère] accompagnera chaque enfant le premier jour d"ecole

[Bound reading: OK]

É ainda neste capítulo que Z distingue foco de foco contrastivo e junta a noção de foco contrastivo com o de ênfase, fenômenos nos quais o acento é atribuído sob outro algoritmo em relação ao foco não-contrastivo.. Ao contrário de uma pergunta-Q , que define o fundo de uma sentença com foco, o fundo que define o contexto do foco contrastivo é uma afirmação, donde poder ser utilizado como reparo, cuja função é metalingúística.

Nessa distinção entre foco e foco contrastivo,não fica claro se Z está se referindo ao teste de pergunta e resposta , como em (2), ou à representação em (3), pois se o teste de pergunta/ resposta pode ser usado para identificar o foco em respostas, a construção de foco é representada em (3) como um par de proposições. O que parece querer dizer é que as construções de foco e as perguntas-Q partilham a mesma pressuposição, isot é, a primeira proposição na representação em (3).

O capítulo 2 estuda o problema do foco do ponto de vista da prosódia. A autora começa afirmando que as línguas recorrem a diferentes meios para a identificação do foco: à morfologia, à sintaxe ou à prosódia, podendo as línguas fazer uso de mais de um desses meios. Sua proposta é reformular a Regra do Acento Nuclear ("Nuclear Stress Rule", ou NSR) em termos de duas noções primitivas: a) a de c-comando assimétrico e b) a de ordenação seletiva. O capítulo contém, além disso, críticas a propostas anteriores. Essencialmente, a autora mostra que essas propostas não se sustentam quando se quer analisar tanto línguas germânicas quanto línguas românicas.

A proposta da autora é baseada nos seguintes pontos:

a) o constituinte focal de um sintagma deve conter a palavra ritmicamente mais proeminente na frase intonacional3 3 A autora usa o termo 'phrase' tanto para o conceito de 'sintagma' (unidade sintática) quanto de 'frase'(unidade intoacional). Faremos distinção só quando necessário. Do contrário usaremos frase/sintagma. , constituindo esse o seu Focus Proeminence Rule (FPR);

b) a NSR de Chomsky e Halle (1968) é a regra responsável para localizar a palavra ritmicamente mais proeminente do sintagma; outros fatores como, por exemplo, número de sílabas podem determinar o local do acento não-primário, mas não do acento primário;

c) há necessidade de se distinguir irmandade métrica de irmandade sintática porque aquela pode ignorar constituintes que não se ramificam metricamente, isto é, elementos prosodicamente mudos (não-visíveis);

d) a NSR deve ser vista sob duas vertentes: (i) C-NSR e (ii) S-NSR;

e) a C-NSR é a interpretação prosódica das relações de c-comando assimétrico, tal como formulado em Kayne (1994) e Chomsky (1995), e da noção de irmandade métrica, de tal sorte que se Ci e Cj são constituintes metricamente irmãs e visíveis, o nódulo mais baixo na relação de c-comando assimétrico é o mais proeminente;

f) a S-NSR (ou regra de ordenação seletiva), baseada em estudos do alemão de Schmerling (1976), Gussenhoven (1984) e Selkirk (1984, 1995), confere o acento nuclear a constituintes selecionados pelo núcleo em relação de irmandade métrica: ao objeto se o verbo é transitivo, ao PP se o verbo seleciona objeto e PP, ao sujeito se o verbo é ergativo, e ao sujeito ou ao verbo se o verbo é inergativo4 4 A autora dá um exemplo com verbo composto no caso do ineregativo e um exemplo com mverbo simples no caso do verbo inacusativo. Seria importante verificar se com verbo composto, o inacusativo não haveria também a possibilidade de se acentuar o verbo. ;

g) os elementos mudos são metricamente invisíveis para a a NSR; tipicamente eles são as categorias vazias e as categorias funcionais, mas há línguas em que sintagmas desfocalizados são também metricamente invisíveis.

h) a NSR deve ser distinguida da Regra de Acento Contrastivo, uma regra metagramatical5 5 Para Z, embora de caráter metagramatical, a Regra de Acento Contrastivo/Enfático apresenta correspondência com a estrutura-F, de forma mais restrita do que a correspondência entre NS estrutura-F. frequentemente usada para reparos e que pode ser livremente conferido.

Com base nessas assunções e postulados, a autora analisa a variação encontrada entre as línguas germâncias e românicas, propondo um tratamento modular e não monolítico da NSR.

Segundo sua análise a C-NSR se aplica de forma distinta em línguas como o espanhol e o italiano e em línguas como o francês e o inglês, cujos constituintes defocalizados e anafóricos são metricamente invisíveis para a aplicação da regra. Dada a invisibilidade desses constituintes, o acento nuclear pode recair sobre o sujeito, no francês e no inglês, resultando no fenômeno do foco in-situ. Já o espanhol não admite o foco in-situ do sujeito ou do objeto, quando há um constituinte que o segue, porque todos os constituintes sào metricamente visíveis. Representando os elementos focalizados com grifo e os metricamente invisíveis por itálico, temos o seguinte contraste:

(6) a. Comió una manzana Juan.

b. *Juan comió una manzana.

c. John ate an apple.

d. Jean a mangé une pomme.

[Who ate an apple?}

(7) a. *Maria puso el libro sobre la mesa.

b. Marie a mis le livre sur la table.

[What did Mary put on the table?]

Contudo, o acento contrastivo/enfático, que é livre, é licenciado in-situ, mesmo no espanhol:

(8) a. JUAN comió una manzana (no Pedro).

b. Maria puso el LIBRO sobre la mesa (no la revista).

Quanto à S-NSR, ela se aplica às línguas germânicas, quando a ordem é V-final. Z assume, com Kayne (1994) que todas as línguas projetam seus complementos à direita, e assume, com Hale and Keyser (1993), que, no início da derivação, (9), (10), (11) e (11) sejam as estruturas transitivas, inergativas, inacusativas e bitransitivas respectivamente:

(9) transitivas

A estrutura transitiva contém dois núcleos verbais, cada um selecionando um argumento.

(10) inergativas

A estrutura inergativa (ou intransitiva) é idêntica à transitiva, exceto que o objeto está incorporado ao verbo (sonhar um sonho).

(11) inacusativas

(12) bitransitivas

O constituinte que recebe o acento nuclear é o mais baixo na seleção, nas estruturas de origem, isto é: a) o objeto D2 com verbo transitivo (exemplo13), o verbo V2 na construção inergativa, verbo esse que incorpora o objeto cognato (exemplo (14)), o argumento único na construção inacusativa (exemplo (15) e o complemento locativo na construção bitransitiva (exemplo (16)6 6 A formalização final do S-NSR encontra-se à página 71: "Given two sister nodes C I and C j , (a) if C I and C j are selectionally ordered , in the sense of (57) (=(58) ), the one lower in the selectional ordering is more prominent, (b) otherwise, the one lower in the asymmetric c-command ordering is more prominent." .

(13)

(14)

(15)

(16)

Karl hat das/ein Buch gekauft.
Karl has the/a book bought
daß ein Junge getanzt hat.
that a boy danced has
daß der /ein Junge kommt.
that the/a boy comes
Karl hat ein Buch ins Regal gestellt.
Karl has a book on-the shelf pu

A ordem linear, contudo, corresponde àquela que se obtem depois dos movimentos para licenciamento. Por exemplo, no caso do objeto direto, temos a seguinte estrutura derivada7 7 Apesar dessa explicação dar conta dos fatos do alemão, teoricamente não fica claro como a regra de acento nuclear "enxerga" essa posição no momento de sua aplicação. :

(17) [CP Karl [hat [e1 [V1 ein ein ein Buch2 [V2 gekauft [e2]]]]]

Quando um constituinte não tem relação de seleção com o verbo, haja vista os adjuntos, o que temos é a regra geral de C-NSR, como se pode ver no contraste abaixo:

(18) a. Karl hat an einem Papier gearbeitet8 8 Z usa uma convenção diferente (acento em lugar de grifo) para assinalar o constituinte focalizado no alemão, já que este não usa acento em sua ortografia. Para tornar mais clara a comparação, tomei a liberdade de usar apenas grifo em todas as línguas. .

Karl has on a paper worked

b. Karl hat an einem kleinen Tisch gearbeitet.

Karl has on a small table worked.

(19) a. Das Taxi kommt.

the taxi is-coming.

b. Das Taxi kommt spat.

the taxi is-coming late

Em (18)a. o objeto direto recebe o acento nuclear pela S-NSR por ser o argumento selecionado mais baixo. Em (18)b. o verbo é precedido de um adjunto, que por não envolver seleção não recebe acento pela S-NSR. Logo, o elemento mais baixo, que é o verbo, recebe o acento pela C-NSR. A explicação técnica para o contraste em (19) a e b é a seguinte: o sujeito e o verbo são constituintes irmãos e a regra que opera é a S-NSR. No segundo caso, o constituinte irmão do sujeito é o predicado todo, que não é o selecionador do argumento sujeito. A regra que se aplica é o C-NSR, que confere acento nuclear ao elemento mais baixo "spat".

Como se vê em (20) as línguas germânicas submetem-se à C-NSR quando o constituinte é pós-verbal. Nessa posição adjuntos e complementos selecionados comportam-se da mesma forma. É sempre o elemento linearmente mais à direita, ou estruturalmente mais baixo, que recebe o acento nuclear.

(20) a. Hans arbeitet an einem Papier.

b. Hans arbeitet an einem kleinen Tisch.

Um fato interessante discutido por Z é o contraste encontrado entre sentenças com predicados eventuais9 9 Eventuais (ou "cênicos") são os predicados que em português ocorrem com estar enquanto os predicados de 'indivíduo"são os que ocorrem com ser. do tipo"verfügbar" (= disponível), que têm acento nuclear no sujeito, sugerindo que este é selecionado pelo predicaditivo, e sentenças com predicados do tipo "altruistisch"(=altruísta ), que têm o acento no predicado, não sendo o sujeito selecionado pelo predicativo, mas pela cópula+ adjetivo.

(21) a. weil Feuerwehrmänner verfügbar sind.

Because the-firemen available are

b. weil Feuerwehrmänner altruistisch sind.

Os fatos do inglês são, à primeira vista, mais simples do que os do alemão. Uma vez que a ramificação do inglês é para a direita, a C-NSR se aplica diretamente resultando nos seguintes padrões:

(22) a. Karl lost his book.

b. Karl lost his book in the líving room.

c. Karl worked in his office.

d. Karl worked on his manuscript.

e. Karl worked on his manuscript in his office.

Surge uma complicação, quando o verbo é inergativo. O inglês permite, nesse caso, dois tipos de acentuação: a) acento nuclear no verbo, como com o inergativo no alemão, ou acento no sujeito, como com o inacusativo no alemão. Os dois padrões podem aparecer em um contexto neutro ("out of the blue") do tipo "o que foi?".

(23) a. The baby is crying..

b. The spider jumps.

c. Mary's reading.

(24) a. The baby is crying.

b. The spider jumps.

c. Mary's reading.

Com os inacusativos, a S-NSR pareça ter primazia, já que é mais natural o sujeito ser acentuado como em:

(25) a. The sun came out.

b. The mail has arrived.

c. My bag has disappeared..

Mas, conforme o verbo, também se encontra a variação entre sujeito ou verbo acentuado:

(26) a. Johnson died.

b. Truman died.

Schmerling (1976) atribui essa variação ao fato de ser a morte de Johnson um evento não esperado e a de Truman um acontecimento esperado. Para Z, a variante b. se justifica se Truman, por ser desfocalizado, for invisível para o acento nuclear.

Z mostra ainda que a S-NSR nos casos dos verbos monoargumentais só é possível quando o sujeito e o verbos são irmãos métricos. Quando isso não acontece, temos a atuação do C-NSR.

(27) a. Our dog 's disappeared.

b. Our dog's mysteriously disappeared.

Z propõe que a regra de acentuação nuclear é modular, envolvendo dois processos , tanto no alemão quanto no inglês. A diferença entre essas duas línguas é que no alemão S-NSR tem primazia sobre a C-NSR enquanto no inglês sua proposta é de que os dois processos não são ordenados. Para isso, mostra o interessante contraste encontrados por Bollinger (1972):

(28) a. The end of the chapter is reserved for various problems to computerize.

b. The end of the chapter is reserved for various problems to solve.

(29) a. I have a point to enphasize.

b. I have a point to make.

Para Bolinger ambas as variantes nas duas sentenças podem ser enunciadas no mesmo contexto. A seleção depende de se escolher a C-NSR (formas a) ou a S-NSR (formas b). A escolha é pragmática e depende do predicado ser altamente previsível (problems to solve, point to make) ou não (problems to computerize, points to emphasize). Um fator a influir nessa escolha e não considerado por Z é o peso fonológico do predicado. Note-se que computerize e emphasize são polissilábicos enquanto solve e make são monossílabos. Note-se que no alemão, onde tal variação não é possível, o objeto previsível não é monossilábico.

Z mostra a seguir que nas línguas românicas (francês e espanhol) a regra de S-NSR não tem lugar. A prova mais evidente disso é que em contexto neutro ("out of the blue"), o inglês e o alemão licenciam sujeito de verbo monoargumental acentuado enquanto o francês e o espanhol rejeitam tal padrão. Assim, para o contexto de pergunta [O que aconteceu?} as formas com sujeito acentuado são impossíveis tanto no francês quanto no espanhol.

(30) a. *Le bébé pleure. (vs Le bébé pleure)

b. *Marie dance . (vs Marie dance)

(31) a. *El bebé llora. (vs El bebé llora)

b. *Maria baila.. (vs. Maria baila )

(32) a. * Le soleil est sorti. (vs. Le soleil est sorti)

b. * Le courier esta arrivé. (vs. Le courier est arrivé)

(33) a. * El sol salió. (vs El sol salió)

b. * El correo llegó. (vs. El correo llegó )

Contudo, Z mostra que tal padrão é possível quando o foco é contrastivo, caso em que a acentuação é obtida por outro mecanismo., como já apontado anteriormente. Nesse caso, até o verbo transitivo aceita sujeito acentuado:

Quanto à forma de obter o acento nuclear em contextos que pressupõe entidades, o francês o obtém de forma semelhante ao inglês e às línguas germânicas, isto é, os elementos desfocalizados e anafóricos (representados em itálico) são invisíveis para a aplicação da regra:

(34) a. Jean a telephoné.

{Who phoned?}

b. Marie a mangé le gâteau.

Mas ao contrário dessas línguas, o espanhol não apresenta padrão semelhante ao francês (34) por que todos os segmentos são visíveis para a regra do acento nuclear. O sujeito acentuado no espanhol só pode resultar da regra de acentuação contrastiva.

Depois de apresentar sua teoria sobre prosódia e foco, a autora faz uma revisão crítica de trabalhos sobre foco e prosódia ( Schmerling,1976; Selkirk, 1984; Gussenhoven 1984; e Cinque, 1993), refina os princípios formulados durante sua exposição e tece considerações teóricas sobre a natureza desses princípios. Um extenso apêndice fecha este capítulo, discutindo o problema da acentuação em sentenças interrogativas-wh.

O terceiro capítulo é o mais interessante para os estudiosos da sintaxe e da sintaxe românica em particular. O trabalho começa comparando a periferia sentencial esquerda do espanhol e do italiano.

São as seguintes as propostas relativas ao espanhol:

a) o espanhol moderno é ainda uma língua V2 do tipo do Yidish10 10 É diferente do V2 alemão, que apresenta assimetria entre a sentença raiz (V2) e a subordinada (-V2). No espanhol não há essa assimetria. ;

b) a ordem básica do espanhol é VSO11 11 Note-se que, embora em geral Z siga Kayne (1994), ela não adota a proposta do autor de que as línguas tem invariavelmente a ordem SVO na base. como em (35), embora a autora reconheça que é uma ordem que está caindo em desuso;

(35) Todos los días compra Juan el diario.

c) o núcleo T é sincrético, isto é, ele se combina com traços como "tópico", "foco"12 12 No caso, seria sempre um foco contrastivo. e "ênfase", como em (36)a , b.e c;

(36) a. En este bar escribió Max su primera novela.

b. Las ESPINACAS detesta Pedro (y no las papas).

c. A NADIE le devolvió Maria su manuscrito.

d) o elemento-Q das interrogativas também pousa em spec de T (exemplo (37) e pode co-ocorrer com o tópico, que deve precede-lo;

(37) a. *(No sé) qué cosa Maria comió.

b. (No sé) qué cosa comió Maria.

(38) A Maria, quando la invitarás?

e) o Spec de T pode conter o sujeito ou outras categorias como se vê em (36)a , b e c; quando o objeto ocupa a posição de Spec de T há obrigatoriamnete duplicação clítica, com a configuração de um deslocamento à esquerda, ao contrário do espanhol antigo que não requeria essa duplicação13 13 Z atribui essa diferença ao caráter de núcleo dos clíticos do espanhol moderno, ao contrário do espanhol antigo , cujos clíticos eram frasais. Dispondo de um CLP (Clitic Phrase) a duplicação se daria quando o Spec do clítico aparece preenchido por um DP. Este se move para a posição de spec de TP dando a configuração de deslocamento clítico. ;

(39) a. Ayer, María presentó su renuncia.

b. A Mara le regaló su abuelo un caballo de pura raza.

f) uma sentença pode ter mais de um "tópico" como se vê em (38), mas apenas um "foco"e um constituinte enfático; estes sempre ocupam a posição de Spec de T14 14 Z vai contra as propostas que têm núcleos especializados para cada função. ;

(40) a. Todos los días, Juan compra el diario.

b. *Las ESPINACAS Pedro trajo (y no las papas).

g) quando a sentença começa com o verbo, ela assume que há em Spec um adverbial dêitico ou anafórico, assim como nas existenciais supõe-se um locativo nulo;

h) o caso nominativo é checado pelo movimento de adjunção a T dos traços-D, sem o movimento concomitante ("pied-piping") do DP como um todo15 15 Para Z, o movimento dos traós de D e do DP inteiro contrastam em termos de ligação. , resultando na possibilidade de algum outro XP subir para ocupar a posição de Spec de T.

A análise de Z sobre a ordem no italiano supõe os seguintes fatos e análises:

a) o italiano não admite a ordem VSO;

b) as construções VS são locativas, não admitindo, portanto, inergativos sem locativo ou construções VOS transitivas16 16 Z analisa concomitantemente o francês e mostra que a ordem VS com expletivo no francês tem restrições semelhentes. Na verdade, muitas vezes a autora passa a flar do franc6es passando o italiano para o plano do fundo. ; não fica claro por que o inergativo é considerado pior do que o transitivo, principlamente se se considerar que a inversão com o transitivo envolve maior peso do que com o inergativo.

(41) a. È arrivato Gigi.

b. *Ha riso Gigi.

c. ? Ha mangiato la mela Gianni.

d. ?? Ha parlato com Maria Gianni.

c) os sujeitos pós-verbais estão sempre em posição sentencial final, sendo deslocados à direita, derivados a partir do deslocamento à direita:

(42) a. Gianni, cosa ha fatto?

b. [[cosa ha fatto]i [Gianni [ei]]]

d) constituintes focalizados ou enfáticos estão acima de TP; quando adjacentes ao V como em (41), o sujeito está em posição de deslocado à direita.

(43) a. QUESTO Gianni ti dira (non quello che pensavi).

b. QUESTO ti dirá , Gianni.

Interpretando tais fatos, Z postula que elas decorrem do fato de que o caso nominativo no italiano, ao contrário do espanhol, precisa ser abertamente checado em Spec de T, com exceção das construções locativas. Acompanha Rizzi (1995) na proposta de que o italiano tem projeções intermediárias entre CP e TP para abrigar os constituintes focais, enfáticos ou topicalizados.

Comparando as duas línguas, o que se tem são os seguintes contrastes:

a) o espanhol tem a ordem VSO e o italinao não.

b) o espanhol permite a ordem XP V S, com XP = tópico/foco/ou ênfase e pode ter a ordem XP S V quando XP é tópico; o italiano pode ter XP V S ou XP S V também quando XP é foco. ..

As duas línguas apresentam contudo a mesma ordem VOS. Segundo a autora, o italiano apresenta , porém, restrições de peso, de tal sorte que a sentença com objeto é mais natural se este é um clítico ou se ele é topiclizado. Observe-se o contraste mostrado por Z17 17 Kato (no prelo) mostra que estudos empiricos do espanhol mostram o mesmo tipo de restrição, já que as inversões ocorrem em sua maioria quando o objeto é clitico. :

(44) Ha comido la manzana Juan.

(45) a. ?Ha mangiato la mela Gianni.

b. L'ha mangiata Gianni.

c. La mela, l'ha mangiata Gianni.

Para dar conta dessa sensibilidade ao peso, Z propõe que o espanhol derive VOS de VSO, movimentado-se o constituinte V2, que contem o objeto, por sobre V1 que contém S. No italiano, move-se o constituinte TP, que contém V+O, por sobre FP , que contém o S. A diferença de sensibilidade ao peso teria a ver com o que se movimenta. Para Z esse movimento é ainda prosodicamente motivado para impedir o conflito entre o NSR das línguas românicas, regido por c-comando assimétrico, e o FPR, que atribui maior proeminência prosódica ao elemento marcado [+F]. Para Z esse movimento-P tem o mesmo efeito da invisibilidade métrica dos elementos defocalizados no alemão e no inglês: o de fazer com que o elemento focalizado esteja numa posição para receber a proeminência principal pelo C-NSR18 18 Z estende essa análise também para a ordem VPP O, que seria derivada de VOPP por "scrambling. .

O livro termina com uma explicitação teórica da natureza do Movimento-P19 19 Há ainda um apêndice em que Z relata um experimento em que ela contrasta a prosódia de SVO com o O desacentuado com a do deslocamento à direita. (Lavó MAMÄ la mamadera/ La lavó mamá, la mamadera. O resultado mostra que no segundo caso o deslocado constitui um segmento prosódico independente da sentença, enquanto no primeiro o elemento acentuado e o que se segue não mostra nenhum limite prosódico. . Desde a primeira versão do Programa Minimalista, a derivação sintática, a partir de uma coleção de palavras (numeração), segue um procedimento de concatenação de palavras e sintagmas e de seus movimentos. Algum ponto dessa derivação constitui o lugar de "soletração" ("spell-out") que leva à FF. Ao contrário dos movimentos de atração, cuja motivação é a checagem de traços, o movimento-P se aplica quando dois nódulos metricamente irmãos a e b são analisados como tendo propriedades prosódicas contraditórias, uma atribuída pela FPR e a outra pelo NSR. A regra tem, portanto, características de estratégia de Último Recurso, sendo ainda local em sua natureza. Quanto ao lugar em que ela se aplica, Z propõe que ela se dê na sintaxe, depois de obtido o último marcador frasal e antes do "Spell-out, de tal forma que seu "output" alimente tanto a Forma Lógica (FL) quanto a Forma Fonética. Que ela alimente a FF é uma afirmação óbvia. Mas quanto a também ser pertinente para a FL, foi difícil para a autora procurar evidências para isso uma vez que os fenômenos de ligação não são esclarecedoras. Somente o fato de que o fenômeno da polaridade negativa é sensível à ordem do sujeito permitiu que Z concluisse que a regra também alimenta a FL.

O livro nos ensina muito sobre as línguas românicas e germânicas e sobre a maneira como a GU permite variação. Por ser um livro inovador e ousado, apresenta questões instigantes, algumas das quais apresentei no decorrer desta resenha. Outras que deixei de fazer são:

a) já que o movimento-P é sensível a peso, o espanhol e o italiano não poderiam ter a mesma derivação para a ordem VOS , distinguindo-se apenas em termos do peso relativo que cada língua admite?

b) A ordem VS com verbos inacusativos e inergativos foi analisada como instância apenas de movimento de verbo e não de movimento-P. Uma vez que a ordem VSO não existe no italiano, mas a ordem VS com verbos monoargumentais existe de forma muito produtiva, não seria o caso de analisar VS como instância de movimento-P?

c) O caráter do sujeito ser foco estreito ou largo que pode ser atribuído a VOS e VSO, respectivamente, não teriam a ver também com a definitude ou indefinitude do sujeito, com exceção talvez das sentenças com verbos inacusativos?

O livro traz um modelo interessante para analisar a ordem sintática em outras línguas e é, ao mesmo tempo, um compêndio útil para ver um exemplo de análise de velhos problemas dentro do novo Programa Minimalista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOLINGER, D. (1972)Accent is predictable (if you are a mind reader). Language 48: 633-644.

CHOMSKY, N. (1971) Deep structure, surface structure and semantic interpretation. In: D. steinberg and L. Jakobovits (eds) Semantics: an interdisciplinary reader in philosophy, linguistics and psychology. Cambridge: Cambridge University Press.

_____. (1976) Conditions on rules of grammar. Linguistic Analysis 2: 303-351.

CHOMSKY, N. & M. HALLE (1968) The sound pattern of English. New York: Harper & Row.

CINQUE, G. (1993) A null theory of of phrase and compound stress. Linguitic Inquiry 24: 239-298.

GUSSENHOVEN, C. (1984) On the grammar and semantics of sentence accents. Dordrecht: Foris.

JACKENDOFF, R. (1972) Semantic interpretation in generative grammar. Cambridge, Mass: MIT Press.

REINHART, T (1982) Pragmátics and linguistics.: an analysis of sentence topics. Indiana University Linguistics Club. Bloomington. Philosophica 27, special issue on Pragmatic Theory, 1981.

RIZZI, L. (1995) The fine structure of the left periphery. In L. Haegeman (ed) Elements of Grammar. Dordrecht: Kluvwer, 289-330.

SCHMERLING, S. (1976) Aspects of English sentence stress. Austin: University of texas Press; Gussenhoven, C. (1984) On the grammar and semantics of sentence accents. Dordrecht: Foris. e Selkirk, E (1984) Phonology and syntax.The relation between sound and structure. Cambridge, Mass: The MIT Press. Selkirk, E ( 1995) Sentence prosody: Intonation, stress and phrasing. In: J. Goldsmith (ed) The handbook of phonological theory. Oxford: Blackwell.

SELKIRK, E. (1984) Phonology and syntax:The relation between sound and structure. Cambridge, Mass: MIT Press. Selkirk, E. (1995) Sentence prosody: Intonation, stress, and phrasing. In: J.Goldsmith (ed) The handbook of phonological theory. Oxford: Blackwell.

Esse trabalho contou com os seguintes auxílios: bolsa CNPq (proc. 300814/88-9R), auxílio FAPESP (proc. 98/13726-8) e bolsa FAPESP (proc. 98/14557-5).

(Recebido em outubro de 1999; Aceito em janeiro de 2000)

  • BOLINGER, D. (1972)Accent is predictable (if you are a mind reader). Language 48: 633-644.
  • CHOMSKY, N. (1971) Deep structure, surface structure and semantic interpretation. In: D. steinberg and L. Jakobovits (eds) Semantics: an interdisciplinary reader in philosophy, linguistics and psychology. Cambridge: Cambridge University Press.
  • _____. (1976) Conditions on rules of grammar. Linguistic Analysis 2: 303-351.
  • CHOMSKY, N. & M. HALLE (1968) The sound pattern of English New York: Harper & Row.
  • CINQUE, G. (1993) A null theory of of phrase and compound stress. Linguitic Inquiry 24: 239-298.
  • GUSSENHOVEN, C. (1984) On the grammar and semantics of sentence accents. Dordrecht: Foris.
  • JACKENDOFF, R. (1972) Semantic interpretation in generative grammar. Cambridge, Mass: MIT Press.
  • REINHART, T (1982) Pragmátics and linguistics.: an analysis of sentence topics. Indiana University Linguistics Club. Bloomington. Philosophica 27, special issue on Pragmatic Theory, 1981.
  • RIZZI, L. (1995) The fine structure of the left periphery. In L. Haegeman (ed) Elements of Grammar. Dordrecht: Kluvwer, 289-330.
  • SCHMERLING, S. (1976) Aspects of English sentence stress. Austin: University of texas Press;
  • Gussenhoven, C. (1984) On the grammar and semantics of sentence accents. Dordrecht: Foris. e Selkirk, E (1984) Phonology and syntax.The relation between sound and structure. Cambridge, Mass: The MIT Press.
  • Selkirk, E ( 1995) Sentence prosody: Intonation, stress and phrasing. In: J. Goldsmith (ed) The handbook of phonological theory. Oxford: Blackwell.
  • SELKIRK, E. (1984) Phonology and syntax:The relation between sound and structure. Cambridge, Mass: MIT Press.
  • Selkirk, E. (1995) Sentence prosody: Intonation, stress, and phrasing. In: J.Goldsmith (ed) The handbook of phonological theory. Oxford: Blackwell.
  • 1
    Agradeço a autora por ter me esclarecido os pontos que não ficaram claros para mim e ao pareceirista anônimo pelas suas contribuições.
  • 2
    Z usa F para assinalar a parte focal da sentença.
  • 3
    A autora usa o termo 'phrase' tanto para o conceito de 'sintagma' (unidade sintática) quanto de 'frase'(unidade intoacional). Faremos distinção só quando necessário. Do contrário usaremos frase/sintagma.
  • 4
    A autora dá um exemplo com verbo composto no caso do ineregativo e um exemplo com mverbo simples no caso do verbo inacusativo. Seria importante verificar se com verbo composto, o inacusativo não haveria também a possibilidade de se acentuar o verbo.
  • 5
    Para Z, embora de caráter metagramatical, a Regra de Acento Contrastivo/Enfático apresenta correspondência com a estrutura-F, de forma mais restrita do que a correspondência entre NS estrutura-F.
  • 6
    A formalização final do S-NSR encontra-se à página 71:
    "Given two sister nodes C
    I and C
    j , (a) if C
    I and C
    j are selectionally ordered , in the sense of (57) (=(58) ), the one lower in the selectional ordering is more prominent, (b) otherwise, the one lower in the asymmetric c-command ordering is more prominent."
  • 7
    Apesar dessa explicação dar conta dos fatos do alemão, teoricamente não fica claro como a regra de acento nuclear "enxerga" essa posição no momento de sua aplicação.
  • 8
    Z usa uma convenção diferente (acento em lugar de grifo) para assinalar o constituinte focalizado no alemão, já que este não usa acento em sua ortografia. Para tornar mais clara a comparação, tomei a liberdade de usar apenas grifo em todas as línguas.
  • 9
    Eventuais (ou "cênicos") são os predicados que em português ocorrem com
    estar enquanto os predicados de 'indivíduo"são os que ocorrem com
    ser.
  • 10
    É diferente do V2 alemão, que apresenta assimetria entre a sentença raiz (V2) e a subordinada (-V2). No espanhol não há essa assimetria.
  • 11
    Note-se que, embora em geral Z siga Kayne (1994), ela não adota a proposta do autor de que as línguas tem invariavelmente a ordem SVO na base.
  • 12
    No caso, seria sempre um foco contrastivo.
  • 13
    Z atribui essa diferença ao caráter de núcleo dos clíticos do espanhol moderno, ao contrário do espanhol antigo , cujos clíticos eram frasais. Dispondo de um CLP (Clitic Phrase) a duplicação se daria quando o Spec do clítico aparece preenchido por um DP. Este se move para a posição de spec de TP dando a configuração de deslocamento clítico.
  • 14
    Z vai contra as propostas que têm núcleos especializados para cada função.
  • 15
    Para Z, o movimento dos traós de D e do DP inteiro contrastam em termos de ligação.
  • 16
    Z analisa concomitantemente o francês e mostra que a ordem VS com expletivo no francês tem restrições semelhentes. Na verdade, muitas vezes a autora passa a flar do franc6es passando o italiano para o plano do fundo.
  • 17
    Kato (no prelo) mostra que estudos empiricos do espanhol mostram o mesmo tipo de restrição, já que as inversões ocorrem em sua maioria quando o objeto é clitico.
  • 18
    Z estende essa análise também para a ordem VPP O, que seria derivada de VOPP por "scrambling.
  • 19
    Há ainda um apêndice em que Z relata um experimento em que ela contrasta a prosódia de SVO com o O desacentuado com a do deslocamento à direita. (Lavó MAMÄ la mamadera/ La lavó
    mamá, la mamadera. O resultado mostra que no segundo caso o deslocado constitui um segmento prosódico independente da sentença, enquanto no primeiro o elemento acentuado e o que se segue não mostra nenhum limite prosódico.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Out 2000
    • Data do Fascículo
      2000

    Histórico

    • Recebido
      Out 1999
    • Aceito
      Jan 2000
    Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP PUC-SP - LAEL, Rua Monte Alegre 984, 4B-02, São Paulo, SP 05014-001, Brasil, Tel.: +55 11 3670-8374 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: delta@pucsp.br