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Editorial

Educação em Revista apresenta aos seus leitores e às suas leitoras mais uma edição. Este número está organizado em cinco blocos. O primeiro deles reúne artigos vinculados à História da Educação. Rita de Cássia Gallego e Renata Marcílio Cândido, em "Uma discussão sobre os sentidos da integração de feriados, festas e comemorações cívicas no calendário das escolas primárias paulistas (1890-1930)", se debruçaram sobre as regulamentações das festas e das comemorações no calendário letivo como forma de fortalecimento da cultura escolar no contexto das reformas empreendidas entre os anos de 1890 e 1930 no ensino público do Estado de São Paulo. Em seguida, "Arautos do improvável, pioneiros da radiofonia e da cinematografia educacional no Brasil (1920-1930)", de Patrícia Coelho da Costa e André Luiz Paulilo, discute a difusão das rádios e do cinema entre 1920 e 1930, , tomados como veículos educativos pelo Estado para mecanismo de integração e de modernização da sociedade brasileira.

Um segundo agrupamento apresenta três artigos sobre infância e Educação Infantil. O primeiro deles, de Helder M. G. Henriques e Carla Cardoso Vilhena, intitula-se "A preservação da infância: análise de discursos sobre a criança em perigo moral (Portugal, 1910-1916)". A partir da análise da legislação e do conteúdo de um periódico voltado para o cuidado com as crianças, os autores abordam os discursos sobre a infância "perigosa" que povoaram o imaginário social português nas primeiras décadas do século XX. Em seguida, o artigo "Prueba de conocimientos para la enseñanza del número en futuras maestras de educación infantil", de Tatiana Goldrine, Soledad Estrella, Raimundo Olfos e Pablo Andres Caceres Serrano, discute a validade de um teste para avaliar os conhecimentos em matemática de futuros docentes da Educação Infantil como instrumento útil para a formação de professores nesse nível de ensino. Por fim, em "Cultura dos alunos na pré-escola e na escola primária", Ruth Bernardes de Sant'Ana aborda a cultura dos alunos na Educação Infantil produzida a partir de oposições, resistências e comportamentos estratégicos.

O terceiro bloco traz o tema das relações étnico-raciais nas escolas. Em "Gritos sem palavras: resistências das crianças pequenininhas negras frente ao racismo", Flávio Santiago discute as relações raciais em uma escola da Educação Infantil e seus impactos na construção das culturas infantis, desvelando as percepções e as reações das crianças negras em relação ao racismo presente no cotidiano escolar. Em seguida, no artigo "Relações raciais, cultura acadêmica e tensionamentos após ações afirmativas", Joana Célia dos Passos trata da cultura acadêmica em uma universidade diante da presença cada vez maior de estudantes negros na instituição, fruto das políticas recentes de ações afirmativas no Ensino Superior.

Reunindo dois artigos, o quarto agrupamento tem como tema a Educação de Jovens e Adultos (EJA). O texto "Práticas sociais de leitura em uma sala de aula de jovens e adultos: contrastes em foco", de Maíra Tomayno de Melo Dias e Maria de Fátima Cardoso Gomes, aborda as práticas de leitura de estudantes de uma turma da EJA a partir de suas interações discursivas. O segundo texto, de Jaqueline Ventura e Maria Inês Bomfim e, chama-se "Formação de professores e Educação de Jovens e Adultos: o formal e o real nas licenciaturas" e aborda a formação inicial de professores e sua relação com a EJA a partir da legislação educacional, que é marcada pela omissão de determinações em relação às especificidades dessa modalidade.

O último bloco aborda o trabalho e a formação docente em quatro artigos com diferentes recortes. José Angelo Gariglio, em "A experiência escolar e a socialização pré-profissional de professores de educação física" aborda as experiências anteriores à formação e ao exercício profissional e suas relações com o modo de ser professor dessa disciplina, por meio de um estudo sobre a biografia de dois professores da área. Em seguida, em "O planejamento do ensino em um programa de desenvolvimento profissional docente", Anne Louise Scarinci e Jesuína Lopes de Almeida Pacca debruçam-se sobre uma experiência de desenvolvimento profissional para compreender processos de formação docente para o planejamento das ações educativas. O terceiro texto, de Eduardo Vilar Bonaldi, intitula-se "Articulando os níveis micro e macro na análise da comunicação pedagógica: a interação face a face e sua estruturação social". O artigo discute a configuração da comunicação pedagógica pelas experiências prévias dos atores em interação no ambiente escolar. Encerra esse último bloco o artigo "Concurso público para diretor na escola estadual paulista: expectativas dos órgãos centrais do ensino e concepções de diretores", de Viviani Fernanda Hojas, que analisou o perfil de diretor escolar almejado pelo sistema de ensino paulista e sua variação no tempo em virtude do contexto político e social.

Este número apresenta ainda, na seção Palavra Aberta, texto de Felipe Andres Zurita Garrido, "El sistema universitario en el Chile contemporáneo". Em seu texto, o autor põe em questão o modelo de financiamento da universidade chilena e o ufanismo que emergiu em algumas manifestações da mídia brasileira sobre a conveniência de sua adoção no Brasil.

Por fim, Carmen Lúcia Soares e André Dalben nos brindam com a resenha "Poderes e propostas na conformação de uma cultura física na Argentina (1880-1970)", sobre o livro Miradas médicas sobre la cultura física en Argentina (1880-1970), organizado por Pablo Scharagrodsky, um pesquisador reconhecido no campo da história da educação física. A partir de um recorte das teorias foucaultianas, o livro reúne trabalhos que tratam da história da cultura física na Argentina, no período que compreende os anos de 1880 a 1970.

Desejamos a todos e todas uma boa leitura!

Geraldo LeãoAndrea MorenoDanusa MunfordCélia Abicalil BelmiroIsabel de Oliveira e SilvaMaria Teresa Gonzaga AlvesRaquel Martins de AssisTeresinha Fumi KawasakiVanessa Ferraz Almeida Neves

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2015
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