Apresentação
Lua Nova está completando vinte anos! Nascida em 1984, no auge da luta pela redemocratização do país aquele foi o ano da memorável Campanha das Diretas Já , esta iniciativa fundamental do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (o Cedec), que era e continua a ser a nossa casa e nosso patrocinador, precisa ser não só registrada, mas relembrada. É o que faremos no próximo número aguarde.
A presente edição navega em águas borbulhantes. E não poderia ser de outra forma, pois o assunto destacado são os conflitos práticos e teóricos entre diferentes modos de constituir identidades coletivas e de idealizar a igualdade. Começamos, para não esquecer da história e da geografia, com uma tocante análise do problema do nacionalismo e dos conflitos étnicos nos Bálcãs, feita por quem conhece bem de perto a questão o embaixador brasileiro na Bulgária, José Augusto Lindgren Alves. Em seguida, Ana Paula Tostes tematiza os movimentos sociais globais e suas identidades além-fronteiras, para discutir o papel dos Estados no mundo contemporâneo. Henrique José de Carvalho e Antônio José Brussi debatem as razões de recentes estranhamentos nas relações entre os movimentos dos sem-terra e os movimentos ambientalistas no Brasil. Paulo Daflon Barrozo mobiliza um denso arcabouço conceitual para discutir a igualdade e suas conexões com a polêmica sobre as chamadas "ações afirmativas". E Patrícia Mattos compara dois modos de pensar o conceito de reconhecimento, tendo como balizas as questões da justiça e da identidade cultural.
Mudando o registro (mas nem tanto), dois artigos adicionais fecham este número. Isleide Fontenelle avalia o impacto e o significado cultural das empresas "caçadoras do cool", um fenômeno recente no mundo da propaganda. E Thamy Pogrebinschi indica potenciais emancipatórios na concepção de poder de Michel Foucault.
O EDITOR
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
28 Fev 2005 -
Data do Fascículo
2004