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Flexibilizar, vulnerabilizar e precarizar: efeitos da desestruturação da vida dos trabalhadores brasileiros, sob as ordens do "mercado"

RESUMOS DAS TESES E DISSERTAÇÕES APRESENTADAS NO PPG-SOL/UnB DE SETEMBRO A DEZEMBRO DE 2008

TESES

Flexibilizar, vulnerabilizar e precarizar: efeitos da desestruturação da vida dos trabalhadores brasileiros, sob as ordens do "mercado"

Maria Isabel Pojo do Rego

Curso: Doutorado em Sociologia

Data da defesa: 29 de agosto de 2008

Orientadora: Profª. Drª. Christiane Girard Ferreira Nunes

RESUMO

A pesquisa se apoiou na hipótese central de que a incerteza vem sendo utilizada como uma técnica, um instrumento de poder do atual estágio do capitalismo especulativo, para produzir corpos dóceis sujeitos a uma mais intensa exploração do capital, na medida em que viver sob condições incertas produz uma clara sensação de medo do porvir. Medo expresso na permanente ameaça de demissão, que as novas tecnologias de gestão do capital sabem bem explorar para submeter os trabalhadores a trabalho cujas jornadas são intensificadas, bem como estendidas em horas e horas a mais de trabalho não remunerado. O recorte analítico colocou em relevo a ameaça do desemprego experimentada pelos empregados ou desempregados que trabalham em Brasília, cujas subjetividades deixaram transparecer, ao analisarmos suas trajetórias profissionais. Verificou-se que a principal questão reveladora do medo que fragiliza o trabalhador de hoje está na contraposição entre o tempo de trabalho e o tempo de não-trabalho. Essa fragilização se apresenta nos campos cultural, jurídico, econômico, político e social. No campo econômico, o processo de mundialização provoca impactos negativos nas relações de assalariamento a partir da lógica adotada pela gestão baseada em valor (VBM); no campo cultural, as especificidades culturais, como a prática do comportamento clientelista, determinam a forma de se conseguir emprego no Brasil; no campo jurídico, a flexibilização da lei trabalhista brasileira em favor do empregador trazem novas modalidades de contratação com prejuízo para a classe trabalhadora; e, no campo político, o desmonte promovido no sistema sindical brasileiro deixa o empregado ainda mais desprotegido. Por fim, no campo social, podemos afirmar que a ditadura do "mercado " nos coloca diante de um processo de flexibilização das relações de trabalho, bem como da vulnerabilidade da população economicamente ativa e da precarização social dos trabalhadores que inviabiliza a possibilidade de autonomia de si, promovendo, com isso, a intensificação da expropriação da mais-valia.

Palavras-chave: flexibilização; desemprego; jornada de trabalho; capitalismo especulativo; mais-valia; mercado; autonomia; precarização social.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Set 2009
  • Data do Fascículo
    Dez 2008
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