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Apresentação

Este dossiê é fruto de um intenso diálogo entre os organizadores e os autores dessa proposta desde 2018, em fóruns e colóquios da Comissão de Imagem e Som nos diferentes Encontros Anuais da Anpocs e Seminários de Pesquisa do Grupo Cultura, Memória e Desenvolvimento do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB). Nesses espaços acadêmicos de discussão privilegiada sobre a escritura audiovisual, seja na realização de filmes etnográficos e socioantropológicos, seja na análise sobre a produção cinematográfica, ensejou-se a publicação de um balanço dos últimos anos sobre o tema em tela, levantamento esse que cruzasse as áreas de antropologia social e sociologia.

Afora os trabalhos pioneiros que reuniram as produções de meados da década de 1990 e início dos anos 2000 sobre o tema da imagem nas ciências sociais (Feldman-Bianco & Moreira Leite, 1998; Martins, Eckert & Cauby Novaes, 2005MARTINS, José de Souza; ECKERT, Cornelia; CAIUBY NOVAES, Sylvia (Orgs.). O imaginário e o poético nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2005.)1 1 É importante lembrar que essas coletâneas são frutos de Grupos de Trabalhos na Anpocs, que visaram discutir o estatuto da imagem nas ciências sociais. O grupo de trabalho sobre esse tema na Anpocs ocorreu em 1993, sob a coordenação de Bela Feldman-Bianco e Ana Maria Galano. , carecemos de dossiês e coletâneas mais recentes, que visem cruzar as perspectivas antropológicas e sociológicas. Essa ausência, nos últimos anos, quiçá se explique pela própria consolidação e especialização da antropologia visual no Brasil, com um comitê permanente na Associação Brasileira de Antropologia (ABA)2 2 O Comitê de Antropologia Visual da ABA foi criado em 2000 e teve como primeira coordenadora Clarice Peixoto. , diversos núcleos de produção audiovisual nas cinco regiões administrativas do Brasil3 3 Existem cerca de 30 grupos, núcleos e laboratórios de pesquisa em antropologia visual no Brasil. Disponível em: <https://cavantropologiavis.wixsite.com/cavaba/laboratorios-e-grupos>. , festivais de filme etnográfico4 4 Mostra Internacional do Filme Etnográfico do Rio de Janeiro, Festival do Filme Etnográfico de Recife, Festival do Filme Etnográfico do Pará, Mostra do Prêmio Pierre Verger e Mostra de Filmes da Anpocs. e revistas especializadas sobre o tema5 5 Cito as revistas Cadernos de Antropologia e Imagem, Iluminuras, Gesto, Imagem e Som (GIS), Visagem, Fotocronografias, Antropológicas Visual. , que surgiram nos últimos 30 anos (Cauby Novaes, 2010; Eckert, 2016; Ferraz & Mendonça, 2014FERRAZ, Ana Lúcia Camargo; MENDONÇA, João Martinho de (Orgs.). Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa. Brasília: ABA, 2014.). Do lado da sociologia, o tema da imagem e, mais especificamente, do audiovisual, tem se desenvolvido dentro das áreas da sociologia da cultura, sociologia da arte e pensamento social. Se, por um lado, a sociologia desenvolveu um arcabouço teórico-metodológico de análise crítica singular, articulando dimensões internas e externas da produção audiovisual, em relação aos estudos de cinema e comunicação (Menezes, 1996______. Cinema: imagem e interpretação. Tempo Social, v. 8, p. 83-104, 1996.; 2017; 2018; Ramos, 2004RAMOS, José Mário Ortiz. Cinema, televisão e publicidade: cultura popular de massa no Brasil nos anos 1970-1980. São Paulo: Annablume, 2004.; Rossi, 2021aROSSI, Túlio Cunha. Olhares digitais: aportes metodológicos para uma sociologia das imagens em mídias digitais. Contemporânea - Revista de Sociologia da UFSCar, v. 11, n. 2, 2021a.; 2021b), por outro, com algumas raras exceções, tem realizado poucos filmes como instrumento de pesquisa e divulgação científica6 6 Mesmo que incipiente, uma tendência que se revela é como, nesses trabalhos, se buscam alternativas ao modelo do filme etnográfico que, de alguma maneira, domine o esquema de conceber e realizar o audiovisual nas ciências sociais. Entre outras produções, constam realizações do Grupo de Pesquisa Cultura, Memória e Desenvolvimento da Universidade de Brasília (CMD-UnB) à maneira do webdocumentário do projeto de pesquisa Memórias e identidades da Metrópole: cartografando espaços de significações no DF, coordenado por Edson Farias e Bruno Gontyjo do Couto, sob direção artística de Maurício Chade e Renato Perotto. O filme de média metragem sobre o Complexo Cultural do Boi-Bumbá do Médio Amazonas e Parintins, dirigido e roteirizado por Rogério Silva de Oliveira, do projeto coordenado por Edson Farias. O filme compôs o dossiê avaliado pela Câmara de Conselheiros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no reconhecimento do complexo como patrimônio cultural do Brasil, em 2018. . Ainda que titubeante, nas últimas edições do Encontro da Associação Brasileira de Sociologia (SBS) ocorreram mostras de vídeos, com um número crescente de participações, promovendo-se mesmo debates sobre as inter-relações do audiovisual com a produção e circulação do conhecimento sociológico7 7 Disponível em: <https://www.sbs2021.sbsociologia.com.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=788>. .

O cenário atual de conjuntura política e descrédito no fazer científico tem demandado uma ciência de fato pública, como vem sendo destacado em diversos fóruns. Novamente, os recursos audiovisuais, hoje tão disseminados e acessíveis, voltam à baila como uma espécie de veneno-remédio para os dilemas contemporâneos de comunicação democrática em áreas e subáreas acadêmicas, que até então davam pouca atenção a esses meios. A adesão ao audiovisual, às tecnologias da informação e comunicação por cientistas sociais, ainda que ocupe um espaço importante, não deve vir desvinculada do acúmulo de análises críticas e experiências de pesquisa sobre o audiovisual na antropologia e sociologia, por um lado; de uma transformação nos espaços de ensino-pesquisa em vista de uma pedagogia multimodal, na qual a produção audiovisual tenha o mesmo estatuto da linguagem verbal e escrita, por outro.

Os artigos desse dossiê, produzidos por sociólogos e antropólogos, além da entrevista com a antropóloga Cornelia Eckert, mostram a riqueza de experiências e perspectivas de produção e análise audiovisual, que, em seu conjunto, podem trazer pistas para uma articulação mais potente e duradoura daquilo que estamos chamando de uma socioantropologia das escrituras audiovisuais com vistas a criar caminhos de ensino e pesquisa diante da atual conjuntura.

Nesse sentido, o texto de Edson Farias e Andréa Borges Leão intitulado “The Brazi­lian popular in cinematographic audiovisual culture” traça um amplo panorama, que, de uma forma ou outra, dialoga com todos os autores do dossiê. Ao deslindarem a categoria de popular na cultura audiovisual brasileira, Farias e Leão explicitam os nexos entre essa categoria e a constituição de campos epistemológicos e artísticos, bem como o sistema sociotécnico audiovisual em relação a outros sistemas que compõem a esfera cultural no Brasil, a partir de um exame sócio-histórico do cinema brasileiro dos anos de 1930 até o Cinema Novo e os desdobramentos contemporâneos da televisão, com o domínio institucional do audiovisual no Brasil.

Esse amplo panorama fornece pistas, por analogia, para uma compreensão do lugar do audiovisual na pesquisa acadêmica contemporânea, bem como sobre os paradigmas de análise e produção de filmes nas ciências sociais. A análise do filme Girimunho (2011), no artigo de Carolina Rodrigues de Freitas, expressa bem o momento do cinema brasileiro pós-retomada, ressoando questões do Cinema Novo diante do domínio de fitas estrangeiras e televisivas. Como analisa Freitas, ante a escassez de recursos, Girimunho “se caracteriza por uma estética da contenção, do mínimo e da delicadeza”. Em uma análise fina, que busca numa espécie de autorreflexão sobre os modos como a experiência sensível da luz, da cor e do silêncio afetam o pensamento, Freitas propõe como forma de análise o ensaio, no sentido de expressar a reciprocidade entre o sensível e o inteligível.

Em outro contexto cinematográfico, bastante diferente do brasileiro, a análise do filme sul-coreano Parasita, por Salete Nery, revela como o cinema de gênero consolidado por Hollywood ressoa nesse filme premiado e sucesso de público, justamente ao narrar um tema de mobilidade e fronteiras sociais, recorrente nas abordagens sobre o capitalismo tardio, a partir de um filme que justapõe diferentes gêneros cinematográficos. Tal como Freitas, que aposta nas dimensões sensíveis da linguagem cinematográfica, Nery examina o filme a partir da linguagem dos odores na construção narrativa do filme. O cheiro surge como signo da classificação social e vetor das relações entre as personagens.

É interessante notar como Freitas e Nery propõem formas de análise inovadoras ao apostarem na dimensão sensível extradiegética e diegética dos filmes para além da consolidada decupagem fílmica pelos elementos da montagem e edição, que estaria mais associada à dimensão do inteligível. Esse tipo de análise vem a somar com outras que privilegiam a dimensão do corpo e da performance do filme, como se verifica nos últimos anos, nos estudos de cinema e ciências sociais (Baron & Carnicke, 2008BARON, Cynthia; CARNICKE, Cynthia. Reframing screen performance. Michigan, MI: Michigan University Press, 2008.; Hirano, 2013______. Uma interpretação do cinema brasileiro através de Grande Otelo: raça, corpo e gênero em sua performance cinematográfica (1917-1993). Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.; 2019; 2020). Ao fazerem isso, trazem pistas para um tipo de interpretação do social em que a dimensão dos “perceptos” e “afectos” tenham o mesmo estatuto do que o “concepto”, para falarmos em termos deleuzianos.

Esse tipo de análise aproxima-se do esforço de antropólogos que vêm trabalhando na realização de filmes etnográficos dentro de um paradigma compartilhado da antropologia. Nesses termos, a produção audiovisual, desde Jean Rouch, tem buscado modos de restituição dos resultados da pesquisa por meio de uma linguagem mais consonante aos regimes de conhecimentos dos sujeitos pesquisados, nos quais as dimensões orais, aurais, sensíveis para além da escrita são privilegiados. Essa é a aposta da orientação epistêmica, ética e política das metodologias audiovisuais participativas apresentadas por Mariano Baez Landa, calcado em sua experiência na Taller Miradas Antropológicas no Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (Ciesas), Golfo-Xalapa, México. Como argumenta Landa, as metodologias audiovisuais participativas possibilitam um diálogo interdisciplinar e intercultural trazendo outros saberes em uma perspectiva epistemológica do Sul, em contraposição ao predomínio epistêmico do Norte nas produções acadêmicas. Ao fazer um sobrevoo sobre o tema do audiovisual na antropologia mexicana, percebemos o quanto nossa realidade estrutural não está tão distante em relação à produção audiovisual cinematográfica e acadêmica do México.

Igualmente, à luz da experiência de mais de duas décadas trabalhando com imagem, seja com vídeo etnográfico seja com hipermídia, em diferentes contextos, que Ana Lúcia Ferraz analisa três situações etnográficas nas quais são efetivados três regimes de imagem:

  • i. a produção de dois filmes sobre as relações entre trabalhadores, sindicato e indústria, nos anos 1990;

  • ii. a realização de uma cartografia em hipermídia para etnografar trabalhadores em situação precária ou de desemprego, visto pelo poder público como corpos abjetos; e

  • iii. o trabalho de oficinas de vídeos em comunidades indígenas Guarani e na produção do filme Nhande Ywy (Nosso território).

Grosso modo, no primeiro caso, a imagem surge como representação política de trabalhadores sindicalizados contra o processo de demissões em massa, que reencenam sua luta no filme Feliz ano novo, véio! No segundo caso, de “uma classe trabalhadora precária lumpenizada [...] [a] imagem se fragmenta em pontos e não há uma narrativa com introdução, desenvolvimento e conclusão”. Por esse motivo, recorre-se à apresentação em forma de hipermídia na rede de Internet e não a produção de um vídeo. Por fim, a experiência de vídeo com os Guarani, que trouxe o regime de imagem chamado por Ferraz de “imagem-afecção”, ou seja, “que parte da alteração provocada pelo saber-se imagem, produzir uma performance de si para o outro, a partir das relações com todos os outros presentes no território.” As ricas experiências de Ferraz trazem um importante aprendizado no trabalho com a imagem: “Não postular o que seja o vídeo ou o que sejam os elementos fotografados, deixar a compreensão ampliar-se pelo encontro verdadeiro e compreensivo” com os nossos interlocutores.

A experiência sobre o trabalho com mineiros, imagem e memória estão presentes na entrevista com Cornelia Ercket, mais conhecida como Chica, que narra sua rica trajetória pessoal e acadêmica como professora titular aposentada da UFRGS. Por intermédio de Ercket, conhecemos um pouco da história da institucionalização do tema da imagem nas ciências sociais, especialmente na antropologia e em seu trabalho como coordenadora tanto do Banco de Imagens e Efeitos Visuais (Biev) quanto do Núcleo de Antropologia Visual (Navisual). Além disso, Chica traz reflexões sobre a conjuntura política atual em diálogo com o audiovisual e em seu trabalho como vice-presidenta da Associação Brasileira de Antropologia (ABA).

Há quase 30 anos, mais precisamente desde 1995, no primeiro número da Revista Cadernos de Antropologia e Imagem, Clarice Peixoto e Patrícia Monte-Mór (in memorian) falavam do desmonte do cinema brasileiro pelo Plano Collor e da dificuldade de distribuição e exibição de filmes brasileiros e etnográficos. Nesse meio tempo, a nossa produção audiovisual presenciou a sua retomada e pós-retomada, assim como os estudos de imagem floresceram e vêm se institucionalizando nas ciências sociais. Contudo, os desafios permanecem ainda grandes. Em 2010, Sylvia Caiuby Novaes (2010), em um balanço sobre a área de antropologia visual, destacava os grandes ganhos das últimas décadas, mas apontava para as dificuldades de financiamento de material audiovisual pelas agências de fomento e na circulação e exibição dos filmes produzidos por cientistas sociais.

A conjuntura atual ensina que a história não é cumulativa e ascendente. Como se a farsa pudesse ser repetida duplamente depois da tragédia, o cinema brasileiro encontra-se paralisado pela falta de financiamento público e os imensos cortes de verba para pesquisa restringem ainda mais as investigações de cunho audiovisual. Concomitantemente, os recursos audiovisuais surgem como frentes importantes seja para grupos subalternizados reivindicarem seus direitos, seja para divulgar a produção científica para além dos muros das universidades. Acreditamos que esse dossiê possa dar pistas e incentivar outras produções que visem articular imagem e ciências sociais frente aos desafios contemporâneos.

Referências

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    É importante lembrar que essas coletâneas são frutos de Grupos de Trabalhos na Anpocs, que visaram discutir o estatuto da imagem nas ciências sociais. O grupo de trabalho sobre esse tema na Anpocs ocorreu em 1993, sob a coordenação de Bela Feldman-Bianco e Ana Maria Galano.
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    O Comitê de Antropologia Visual da ABA foi criado em 2000 e teve como primeira coordenadora Clarice Peixoto.
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    Existem cerca de 30 grupos, núcleos e laboratórios de pesquisa em antropologia visual no Brasil. Disponível em: <https://cavantropologiavis.wixsite.com/cavaba/laboratorios-e-grupos>.
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    Mostra Internacional do Filme Etnográfico do Rio de Janeiro, Festival do Filme Etnográfico de Recife, Festival do Filme Etnográfico do Pará, Mostra do Prêmio Pierre Verger e Mostra de Filmes da Anpocs.
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    Cito as revistas Cadernos de Antropologia e Imagem, Iluminuras, Gesto, Imagem e Som (GIS), Visagem, Fotocronografias, Antropológicas Visual.
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    Mesmo que incipiente, uma tendência que se revela é como, nesses trabalhos, se buscam alternativas ao modelo do filme etnográfico que, de alguma maneira, domine o esquema de conceber e realizar o audiovisual nas ciências sociais. Entre outras produções, constam realizações do Grupo de Pesquisa Cultura, Memória e Desenvolvimento da Universidade de Brasília (CMD-UnB) à maneira do webdocumentário do projeto de pesquisa Memórias e identidades da Metrópole: cartografando espaços de significações no DF, coordenado por Edson Farias e Bruno Gontyjo do Couto, sob direção artística de Maurício Chade e Renato Perotto. O filme de média metragem sobre o Complexo Cultural do Boi-Bumbá do Médio Amazonas e Parintins, dirigido e roteirizado por Rogério Silva de Oliveira, do projeto coordenado por Edson Farias. O filme compôs o dossiê avaliado pela Câmara de Conselheiros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no reconhecimento do complexo como patrimônio cultural do Brasil, em 2018.
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    Disponível em: <https://www.sbs2021.sbsociologia.com.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=788>.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Abr 2022
  • Data do Fascículo
    Jan-Apr 2022

Histórico

  • Recebido
    16 Fev 2021
  • Aceito
    05 Mar 2022
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