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Ideais e identificações em adolescentes de Bom Retiro

Ideals and identifications in adolescents in Bom Retiro

Resumos

Este trabalho consiste na apresentação de resultados parciais provenientes de uma pesquisa de campo realizada pelo NIPIAC/UFRJ em 2002, com 39 jovens da comunidade de Bom Retiro, situada no Município de Duque de Caxias do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma análise qualitativa de entrevistas nas quais tivemos por objetivo discutir a busca por novos ideais e figuras de identificação, peculiares ao trabalho subjetivo da adolescência, no contexto peculiar dos jovens entrevistados. Para isso, partimos das seguintes questões: como os jovens percebem a si próprios e ao seu presente; que figuras apontam como referências subjetivas para suas identificações, tanto no âmbito privado quanto no âmbito público; e, finalmente, quais são suas perspectivas de futuro. Para pensar sobre os dados, nos baseamos principalmente nos conceitos de representação social, tal como define Moscovici e de ideal do eu, tal como foi construído por Freud, supondo uma articulação fecunda entre ambos.

adolescência; família; sociedade; ideais


This paper presents the partial results originated from a field survey accomplished by the NIPIAC/UFRJ in 2002, with 39 young people of the community of Bom Retiro in the Municipality of Duque de Caxias in the state of Rio de Janeiro. This survey deals with a qualitative analysis of interviews in which the objective was to discuss the search for new ideals and identification characters, particular to the subjective work of adolescents, in the peculiar context of the young people who were interviewed. In order to have that, we set the following questions as starting points: how the young perceive themselves and their current moment; which characters they indicate as their subjective references of identification, both in the personal and in the public scope; and finally, what are their perspectives for the future. The concepts of social representation, as defined by Moscovici, and the ideal self, constructed by Freud, are used to reflect upon the data, supposing a resourceful articulation between both.

adolescence; family; society; ideals


Ideais e identificações em adolescentes de Bom Retiro1 1 Este artigo foi produzido no grupo de pesquisa Adolescência na Contemporaneidade, vinculado ao NIPIAC (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio sobre a Infância e Adolescência Contemporâneas) no Instituto de Psicologia da UFRJ. O projeto da pesquisa em torno do qual o grupo se constituiu é de autoria da professora Luciana Gageiro Coutinho e contou com o apoio financeiro da FAPERJ através de uma bolsa de Fixação de Pesquisador. O trabalho que deu origem a este artigo já foi apresentado em dois eventos: no JUBRA Simpósio Internacional sobre a Juventude Brasileira na UFRJ em outubro de 2004 e na Jornada de Iniciação Científica da UFRJ, em novembro de 2004, ambos com publicação de resumo em anais.

Ideals and identifications in adolescents in Bom Retiro

Luciana Gageiro Coutinho; Fernanda Fochi Nogueira Insfrán; Marília Vidinhas Peixoto; Roberta de Miranda Gomes; Juliana Cristina Backes; Helena Pereira de Carvalho; Fábia Sampaio de Oliveira

Universidade Federal do Rio de Janeiro

RESUMO

Este trabalho consiste na apresentação de resultados parciais provenientes de uma pesquisa de campo realizada pelo NIPIAC/UFRJ em 2002, com 39 jovens da comunidade de Bom Retiro, situada no Município de Duque de Caxias do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma análise qualitativa de entrevistas nas quais tivemos por objetivo discutir a busca por novos ideais e figuras de identificação, peculiares ao trabalho subjetivo da adolescência, no contexto peculiar dos jovens entrevistados. Para isso, partimos das seguintes questões: como os jovens percebem a si próprios e ao seu presente; que figuras apontam como referências subjetivas para suas identificações, tanto no âmbito privado quanto no âmbito público; e, finalmente, quais são suas perspectivas de futuro. Para pensar sobre os dados, nos baseamos principalmente nos conceitos de representação social, tal como define Moscovici e de ideal do eu, tal como foi construído por Freud, supondo uma articulação fecunda entre ambos.

Palavras-chave: adolescência; família; sociedade; ideais.

ABSTRACT

This paper presents the partial results originated from a field survey accomplished by the NIPIAC/UFRJ in 2002, with 39 young people of the community of Bom Retiro in the Municipality of Duque de Caxias in the state of Rio de Janeiro. This survey deals with a qualitative analysis of interviews in which the objective was to discuss the search for new ideals and identification characters, particular to the subjective work of adolescents, in the peculiar context of the young people who were interviewed. In order to have that, we set the following questions as starting points: how the young perceive themselves and their current moment; which characters they indicate as their subjective references of identification, both in the personal and in the public scope; and finally, what are their perspectives for the future. The concepts of social representation, as defined by Moscovici, and the ideal self, constructed by Freud, are used to reflect upon the data, supposing a resourceful articulation between both.

Key words: adolescence; family; society; ideals.

O presente artigo é parte integrante dos resultados de uma pesquisa intitulada Adolescência na Contemporaneidade, que vem sendo realizada no NIPIAC (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio sobre a Infância e a Adolescência Contemporâneas) do Instituto de Psicologia UFRJ. No projeto em questão, pensamos sobre a situação da adolescência no mundo contemporâneo, mais especificamente sobre as identificações e os ideais dos adolescentes na contemporaneidade, a partir do referencial teórico da psicanálise e de suas articulações com as ciências sociais. Para tal investigação, utilizamo-nos, além da pesquisa teórica, de dados obtidos a partir de entrevistas realizados durante uma pesquisa de campo feita pelo NIPIAC com jovens de 12 a 18 anos de idade, moradores da comunidade de Bom Retiro, situada no município de Duque de Caxias do Estado do Rio de Janeiro.

Entendemos que uma pesquisa sobre adolescência, definida fundamentalmente em função da mudança no estatuto social do sujeito, nos leva inevitavelmente a investigar o contexto no qual cada jovem ou grupo de jovens estão inseridos, bem como suas repercussões subjetivas. Nesse sentido, pensamos que, através do conceito psicanalítico de ideal, definido por Freud como uma instância psíquica que se situa na interseção entre o individual e o social, estando na base das identificações, podemos dispor de uma ferramenta conceitual pertinente e interessante ao estudo da adolescência em sua relação com o social, incluindo-se aí as particularidades de diferentes situações históricas ou locais.

No presente trabalho, procuramos realizar a proposta da pesquisa sobre a adolescência na sociedade contemporânea especificamente no que diz respeito aos jovens desta comunidade. Assim, procuraremos entender quais são os ideais presentes entre eles através das diversas formas pelas quais estes se fazem representar no seu discurso, seja através das figuras de admiração que eles elegem dentro ou fora da família, da maneira pela qual se vêem no presente ou através dos projetos que criam para si no futuro.

Contextualizando nosso campo, trata-se de uma comunidade pobre, com população aproximada de 9500 habitantes, que se destaca pela falta de oportunidades de trabalho e o baixo nível de escolaridade (60% da população é analfabeta). A comunidade possui quatro escolas, uma Municipal, com atendimento de 1ª à 4ª série, e três Estaduais, com atendimento de 5ª à 8ª série logo, não possui ensino médio. O acesso ao saneamento básico é restrito a apenas 50% da população local e as ruas, em sua maioria, sequer são asfaltadas. Em relação à saúde, a situação também é precária, contando apenas com um posto médico, o Centro Social da Saúde, inaugurado recentemente.

Método

O relato que apresentaremos aqui é baseado numa análise qualitativa de dados previamente colhidos em pesquisa de campo realizada pelo NIPIAC durante o ano de 2002 com jovens da comunidade de Bom Retiro. Trabalhamos com um material proveniente de entrevistas dirigidas sob a forma de questionário, realizadas com 39 jovens dessa comunidade – dos quais 11 são do sexo masculino e 28 são do sexo feminino; cujo tema de investigação era suficientemente amplo para possibilitar diversos recortes posteriores. Devido ao recorte específico de nossa pesquisa, dentre as diversas questões exploradas no campo, nos detivemos na análise das figuras de admiração por eles escolhidas, tanto no âmbito público quanto no âmbito privado, e dos valores que são atribuídos a estas figuras, bem como da relação disto com aquilo que eles dizem de sua auto-imagem e de suas perspectivas para o futuro. Nos roteiros de entrevista utilizados no campo, cinco perguntas principais oferecem elementos de análise para essas questões: Qual é a pessoa de suas relações que você mais admira?; Qual a figura famosa que você admira/gostaria de parecer?; Em você mesmo, do que você mais gosta?; Em você mesmo, do que você menos gosta?; Como você imagina seu futuro?

Os métodos utilizados na análise das respostas dadas pelos jovens a estas questões foram a análise do discurso e a análise de conteúdo, cuja apropriação e articulação baseou-se principalmente nos estudos de Rizzini, Castro e Sartor (1999). Em primeiro lugar, foi feito tanto um trabalho de categorizar e quantificar o conteúdo das respostas, quanto de avaliar as diversas possíveis relações entre elas e levar em conta o discurso nelas contido no contexto em que se deram. Partimos da construção de categorias de análise das respostas dadas a cada pergunta com a qual trabalhamos e, em seguida, passamos a estabelecer relações entre as diversas categorias extraídas dos questionários. Assim, buscamos achar um fio condutor na fala de cada sujeito sobre as diversas questões levantadas, ao mesmo tempo em que buscamos cruzar as respostas de vários sujeitos e tentar destacar as representações compartilhadas pelos jovens. Desse modo, analisamos as identificações nesses adolescentes, observando de que forma se situam as referências familiares e sociais na fala destes jovens.

Na apresentação dos dados, utilizamos nomes fictícios para os jovens evocados, mantendo apenas a identificação quanto ao gênero e a idade de cada jovem citado. A escolha das falas citadas não teve como critério destacar aspectos próprios aos jovens do sexo masculino ou do sexo feminino. Procuramos apresentar falas representativas de algumas categorias de análise e das questões que surgiram a partir do cruzamento das respostas às diversas questões.

A fundamentação teórica utilizada nesta análise baseou-se na teoria freudiana do ideal do eu, tomado como uma instância fundamental no estudo do sujeito em sua relação ao social (Freud, 1914/1974, 1921/1976), articulando este conceito à teoria das representações sociais de Moscovici. Em Freud, o ideal é definido basicamente como uma representação narcísica que articula o presente, o passado e o futuro, servindo de referência para o sujeito nos caminhos do desejo. Além disso, ao situar-se na interseção entre o individual e o social, o ideal está na base da idealização e das identificações, fenômenos que, segundo a psicanálise, estão na origem do laço social e da cultura. A partir disso, supomos que o conceito de ideal permite um interessante diálogo da psicanálise com as ciências sociais e suas ferramentas metodológicas, o que faremos aqui principalmente através do conceito de representação social. Entendemos que a representação social, tal como foi definida por Moscovici, diz respeito a uma "realidade social" constituída por um conjunto de crenças e significações, sendo fruto de uma construção coletiva (Jodelet, 2001). Nesse sentido, consideramos que o ideal é, de certa forma, uma representação social (Kaes, 2001), já que, está relacionado ao sujeito mas, ao mesmo tempo, remete ao social.

No que diz respeito a nossa fundamentação teórica, é válido elucidar também, de início, algumas das principais características da adolescência de acordo com a psicanálise. Entendemos que a adolescência é o período marcado pela transição da infância para o mundo adulto, quando há uma reedição da experiência edípica. Entretanto, agora o sujeito se depara com a queda das idealizações parentais e assim afasta-se das primeiras influências na constituição dos ideais buscando no social novos suportes identificatórios (Coutinho, 2003). Desta forma, a adolescência envolve um trabalho de reconstituição das identificações que estão na base dos ideais. Nessa fase, o jovem busca na sociedade identificações que preencham o vazio deixado pela ruptura com identificações familiares, tentando encontrar nela algo que lhe transmita uma identidade que ele busca sem cessar. Trata-se, portanto, de identificações que, por um lado, constituirão a subjetividade singular de cada jovem e, por outro, lhe darão suporte nas suas relações com o social (Rosa, 2002).

Paralelamente, entendendo o ideal do eu enquanto uma representação narcísica do sujeito, que diz respeito àquilo que ele gostaria de ser ou ao modo como imagina ter sido em um momento mítico de completude e perfeição na infância, pensamos que esta instância está diretamente vinculada à auto-imagem que cada um de nós faz de si próprio (Freud, 1914). Na adolescência, com as mudanças na esfera dos ideais, a auto-imagem abala-se por perder suas antigas referências ou mesmo por revelar sempre uma distância incômoda entre o real do corpo que se transforma e ganha novos contornos e a imagem ideal que o sujeito constrói para si.

Levando em conta este panorama da adolescência no contemporâneo, ao longo do trabalho, utilizamos autores que procuram articular a psicanálise e a psicologia social, ancorados principalmente na teoria das representações sociais de Serge Moscovici, como Denise Jodelet e René Kaes, e na psicanálise, como Teresa Pinheiro, Miriam Debieux Rosa e Thiago Corbusier Matheus, que utilizam o arcabouço psicanalítico para pensar a adolescência na sociedade contemporânea.

Resultados

A auto-imagem

A questão da auto-imagem nos jovens de Bom Retiro foi investigada através de duas perguntas principais: o que mais gostam em si mesmos e o que menos gostam em si mesmos. O discurso dos jovens em resposta a estas perguntas envolveu tanto características físicas quanto subjetivas, mas aqui nos deteremos apenas nas características subjetivas, que, aliás, foram predominantes na fala deles.

A partir da pergunta sobre o que mais gostam em si, construímos as seguintes categorias de análise: Força de vontade, Amizade, Sinceridade, Extremos – neste foram considerados as falas de gostar de tudo ou de nada – e Outros. Nesta última categoria, foram agrupadas as respostas com pouca representatividade, ou seja, aquelas que não apareceram com freqüência e nem formaram um subgrupo. Dentre as categorias citadas, a mais presente foi Força de vontade, na qual foram condensadas falas sobre: "persistência", "esforço", "força de vontade", "vontade de aprender", "correr atrás" e "determinação". Alguns exemplos desta categoria estão nas falas que seguem:

Entrevistador - O que mais gosta em você mesmo?

Carolina (17 anos) - Me esforço para conseguir as coisas.

Ana (21anos) - Persistência. Quando eu quero uma coisa eu tento, faço de tudo para conseguir. Não desisto fácil. Acho que todos têm que ser assim.

Marcelo (16 anos) - As coisas que eu quero eu corro atrás.

A Amizade (aptidão para) também foi uma categoria muito mencionada - às vezes até associada à Força de Vontade. Nela foram condensadas falas acerca das idéias de "saber lidar com os outros", "companheirismo" e "ser amiga(o)". Parece-nos que esta categoria expressa ao mesmo tempo uma necessidade de ser ajudado e de ajudar o outro, o que talvez explique o valor que esses jovens dão a essa característica. Os discursos a seguir demonstram bem esse aspecto:

Entrevistador - O que mais gosta em você mesmo?

Maria (20 anos) - Sempre corro atrás das coisas, não fico em casa. Ajudo muito as pessoas.

Angélica (21 anos) - Gosto de como lido com as pessoas.

Claudia (20 anos) - Vontade de ajudar as pessoas...

No artigo Sobre o Narcisismo – Uma Introdução (Freud, 1914/1974), Freud afirma que o ideal do eu tem seu aspecto individual, mas também tem seu aspecto social, pois acaba por constituir um ideal de família, de uma classe ou nação. Por isso, entendemos que há uma possibilidade dos jovens acreditarem que valores como força de vontade e amizade, valores que parecem fazer parte do ideal que eles compartilham, apontem um caminho para mudar suas condições de vida e, além disso, atingir ou aproximar-se dos ideais vigentes na sociedade da qual fazem parte. Assim, entendemos que a força de vontade e a amizade expressam atributos bastante valorizados na comunidade da qual esses jovens fazem parte, configurando os ideais sociais vigentes. Além disso, há uma similaridade entre os aspectos positivos eleitos pelos jovens em si próprios e as características atribuídas aos familiares e a determinadas figuras do mundo público com as quais se identificam.

Na pergunta sobre o que gostam menos em si, usou-se o mesmo critério para estabelecer as categorias. As características subjetivas também se sobressaíram, condensando-se nas seguintes categorias: Timidez, Nervosismo, Extremos – o jovem não gostava de nada ou não gostava de tudo – e Outros. Na categoria Timidez consideramos falas como "ser quieta" e em Nervosismo consideramos falas sobre a idéia de "estresse" e "ansiedade". Para ilustrar essas categorias, abaixo estão algumas falas dos jovens:

Entrevistador - O que menos gosta em você mesmo?

Marcelo (16 anos) - Sou tímido para fazer as coisas e para se relacionar com alguém, falo pouco.

Ana (21 anos) - ... Sou muito nervosa.

Claudia (20 anos) - [Sou] muito ansiosa.

O mais interessante na análise dessa pergunta é que, quando comparada com a questão anterior, percebemos que houve o dobro da incidência de respostas que se encaixaram na categoria Outros, ou seja, respostas variadas que não se articulam entre si. Após ampla discussão entre os membros da equipe de pesquisa notamos que era válido questionar a influência da mídia no que diz respeito ao culto à beleza e à felicidade, sem lugar para aquilo que não se aproxime positivamente do ideal (Castro & Darriba, 1998). É interessante pensarmos nas regras que esses grupos seguem, pois elas são bastante influenciadas pela mídia e pela moda. Essa influência nos remete à idéia do estabelecimento de determinados padrões: de felicidade, de beleza, do que é positivo ou negativo, de consumo, etc.

Talvez também como reflexo da mídia e dos modelos totalitários que ela veicula, muitos jovens responderam que ou não gostavam de nada ou não gostavam de tudo em si próprios, o que classificamos na categoria Extremos. Por outro lado, isso acontece porque os adolescentes estão em um momento de mudança na esfera de seus ideais, em que há uma oscilação entre o eu ideal e o ideal do eu, ou seja, entre permanecer como objeto do desejo do Outro e passar a se posicionar enquanto sujeito de seu próprio desejo. Isso porque, ao deixarem de ser a projeção narcísica dos desejos de perfeição dos pais, e passarem a buscar seus próprios ideais, devem voltar-se para o mundo social na busca de novos olhares sobre si. Neste período de transição, de abalo no narcisismo, o adolescente muitas vezes apega-se ao eu ideal, buscando um reconhecimento no Outro de sua imagem narcísica, até que efetivamente possa se apropriar desse olhar e constituir um ideal do eu para si como instância de referência interna (Pinheiro, 2001). De fato, pensando no discurso dos jovens, percebemos bem uma submissão ao olhar do Outro, há uma necessidade do olhar do Outro constituir uma imagem de si coesa e próxima de um ideal. Porém, quanto mais submetidos a este Outro, menos possibilidade de singularização e de acolhimento das diferenças.

As identificações na adolescência: da família ao social

Buscando uma compreensão acerca da temática dos ideais no que diz respeito às figuras de identificação que estão em suas bases, foram utilizadas certas perguntas do questionário, tais como: "qual figura famosa você admira ou gostaria de parecer?"; "qual pessoa de suas relações você admira?". Ambas as questões remetem a identificações que estariam envolvidas na escolha de determinadas figuras de admiração pelos jovens, provenientes tanto do âmbito público quanto do privado.

Partindo da questão que trata da figura famosa, houve uma grande concentração em torno de figuras provenientes da mídia. A partir desses dados, foram levantadas categorias como a de dançarinas, jogador de futebol, cantor, atorese políticos. No entanto, também houve ocorrências de respostas onde nenhuma figura foi mencionada pelos jovens sendo, então, categorizadas como ninguém.

Quando uma figura famosa era escolhida notou-se que esta tinha algo em comum com esses jovens, algo que nos remetia ao modo pelo qual eles próprios se descreveram quando falavam de sua auto-imagem. A semelhança era a vida difícil antes de se tornarem famosos e a força de vontade que tiveram para alcançar àquilo que desejavam. Esses jovens percebem que essas figuras tiveram de superar dificuldades em busca de seus sonhos e, devido a isto, conseguiram obter um novo padrão socioeconômico.

Jefferson (14 anos) - 'Ronaldinho' [admira]: estrutura dele no futebol, ajudar pessoas carentes; vida como a nossa, mas tem mais dinheiro. De ruim nada, de bom tem os pais, o filho, a vida dele. O pai ajudando e recebia apoio dos colegas para enfrentar as dificuldades.

ariana (14 anos) - 'Samara Felipo'– É bonita e simpática, a vida é tudo de bom. [Aspecto positivo] tem tudo que quer. [Aspecto negativo] nada... ()

Segundo Freud (1921/1976), a identificação é caracterizada como a mais remota expressão de um laço emocional com outra pessoa, laço este que normalmente, em nossa cultura, se dá com as figuras parentais, que ocupam inicialmente o lugar do ideal. No Édipo, o sujeito se apropria de traços característicos desses objetos, que passam a se constituir como modelos ou ideais internalizados. A partir disso, há uma busca pelo atendimento das exigências narcísicas que os ideais impõem ao eu. Posteriormente, sobretudo na adolescência, os objetos parentais vão sendo substituídos por outros provenientes do ambiente social, e, assim, as identificações e os ideais se renovam. Aos ideais da família, sobrepõem-se os ideais da comunidade, com a qual os jovens passam a manter laços mais ampliados e diversificados, ou da "tribo" da qual o adolescente passa a fazer parte.

Assim, consideramos que, tanto as figuras escolhidas quanto os valores atribuídos a elas pelos nossos jovens, estão permeados pelos ideais vigentes e compartilhados pela sociedade atual, na qual prepondera a lógica materialista. Nesse sentido, esses jovens se identificam com traços dessas personalidades, que assumem dentro desta lógica o papel de pessoas bem sucedidas. Essas identificações se colocam a serviço da constituição das suas próprias identidades e a figura escolhida fica no lugar de um ideal que os jovens tomam como algo positivo e por isso gostariam de se parecer com ela. Daí a possibilidade de perceber no discurso deles uma associação implícita entre o padrão financeiro dos artistas e a sua felicidade, o que, segundo Darriba e Castro (1998), pode ser pensado pelo fato do ideal de felicidade vigente estar atrelado aos objetos materiais de consumo.

Por outro lado, Guattari e Rolnik (1996), apesar de admitirem que os meios de comunicação de massa influenciam na produção de subjetividades, não deixam de salientar que o modo como os indivíduos se relacionam com sua própria subjetividade não pode ser absolutamente determinado por esses meios de comunicação. Segundo eles, a subjetividade é vivida de modo a se obter a expressividade, ou seja, os jovens procuram se apropriar dos elementos que aparecem por meio da cultura de massa a fim de produzir uma subjetividade singular. Assim, talvez possamos pensar que os valores subjetivos apontados pelos jovens de Bom Retiro, apesar de ancorados numa materialidade e no ideal de felicidade vigente, dependem do modo pelo qual eles são afetados e se apropriam da cultura de massa na qual se constituem. Isso se faz notar no modo como eles caracterizam as suas figuras de admiração, ressaltando, por exemplo, a força de vontade como o motivo para esta admiração.

Neste mesmo raciocínio, como dito anteriormente, existe ainda uma parte deste grupo de jovens que não soube indicar alguma figura famosa, o que foi categorizado como ninguém. A partir de tais respostas, com significativa expressão, questionou-se o que estaria faltando nestas figuras sociais para que pudessem sustentar uma identificação para estes jovens. Guattari e Rolnik (1996) também ajudam a pensar esta questão, que envolve os meios de comunicação, posto que percebem a constante produção, reprodução e modificação dos valores que eles veiculam, vendo, então, como uma característica da mídia contemporânea, a alta volatilidade dos ideais. Nesse sentido, as figuras sociais que poderiam servir de referência para estes jovens se esvaziam, o que aparece no discurso deles ao não apontarem ninguém como uma figura de referência pública. Tentando pensar essas mesmas questões na psicanálise, Pinheiro (2001) coloca que a sociedade de consumo atual oferece imagens como modelos de ideais de eu que não sustentam nenhum valor social. A autora mostra como isso tem efeitos principalmente na adolescência, considerada como o período onde se abandonam as idealizações infantis, em que os pais se apresentavam como fonte segura, e buscam outros ideais que se encontram no meio social.

Talvez isto explique o fato de que, no caso dos jovens de Bom Retiro, os membros parentais ainda apresentem-se como figuras ideais bastante fortes para eles, sendo os que mais se destacaram na questão referente à figura de admiração conhecida. No caso desta pergunta, não foram comuns as respostas vazias, ou negativas, como ninguém. No que diz respeito às figuras conhecidas, emergiram do discurso dos jovens as categorias figura paterna, quando foi citado tanto pai quanto outra pessoa que consideravam como tal; pais, que significa tanto o pai quanto a mãe; e mãe. A mãe, por sua freqüência nas respostas, mereceu a criação de uma categoria à parte, compreendendo atributos como guerreira, amiga, bem como, definições como ser boa mãe, simpática, legal, ser prestativa, ser exemplo, ser pai e mãe e por cuidar da casa. A mãe aparece na fala dos jovens caracterizada como uma pessoa que tem que lutar para conseguir o que quer, sendo aquela com quem eles podem contar, ou seja, percebem nela uma garantia de apoio e proteção. De modo semelhante, isto também permeia a atribuição de valores às figuras famosas destacadas, descritas como aquelas que receberam apoio familiar e dos amigos, mas que, ao mesmo tempo, batalharam pelos seus sonhos.

Carolina (17 anos) - 'Mãe' [Admira]: porque defende sempre, é amiga, a única em quem pode conta.

Marcelo (16 anos) - 'Mãe' [Admira]: porque o apóia nas coisas, sempre ajuda quando precisa.

Fernanda (19 anos) - 'Mãe' [Admira]: porque sempre lutou para dar o melhor para gente.

Como podemos notar nas falas acima, as características referentes à superação de dificuldades e ao recebimento de incentivos surgiram tanto no discurso sobre a auto-imagem, quanto na fala sobre as figuras famosas e a figura materna, denotando assim, determinados traços que parecem moldar os ideais e as identificações desses jovens. Percebemos nesses jovens a centralidade de suas identificações com a família, em especial com a figura materna. As características apontadas para descrevê-la aplicam-se também a figuras famosas e a si mesmos, como vemos no exemplo abaixo, no discurso de Claudia, 20 anos:

O que gosta em si mesmo: "Altruísmo. Vontade de querer ajudar as pessoas; o que vale é a intenção com o próximo, preocupação com os outros, bom coração".

Pessoa de suas relações que mais admira: "Mãe. Guerreira, batalhadora, corajosa. Se separou do marido sozinha, sem nada, com 3 crianças para cuidar".

Pessoa famosa que mais admira: "Valéria Valença. Porque ela samba muito, tem sorriso e corpo bonito, e também é boa no que faz ... e porque teve que enfrentar muitas dificuldades, preconceito da cor; cabelo". Como enfrentou: "acreditou mais no sonho e não se abateu".

De acordo com a expressividade que a figura da mãe obteve, somos remetidas a pensar ainda mais um pouco sobre o que esta figura representa para estes jovens? O que estaria representando a escolha da figura materna e não qualquer outra pessoa de suas relações? Segundo Pinheiro (2001), a missão do adolescente é abandonar os objetos parentais, que até então eram referências identificatórias e "garantia" de um afeto incondicional, e passar a buscar objetos de identificação no social que são, na verdade, objetos substitutos. Entretanto, no caso destes jovens somos levados a pensar não só que mãe permanece sendo uma figura de referência familiar importante para eles, mas também nela está depositada a função de transmitir valores sociais que são fundamentais nesta passagem da família ao mundo social mais amplo que se dá na adolescência.

Através do discurso dos jovens, observamos ainda que o modo como percebem e trazem para si os atributos identificados nas figuras de admiração revela um paradoxo. Isto porque, se por um lado eles consideram importante a existência dessa força interna que os mobilize a alcançar seus sonhos e a superar as adversidades que surgem, paralelamente, percebem-se sem esta força, impotentes, necessitados de um apoio externo que faça mover seus sonhos. Talvez possamos supor que, diante da precariedade de valores sociais que caracteriza o mundo contemporâneo, o que, no caso da juventude de Bom Retiro, se acirra pelas dificuldades econômicas e sociais próprias desta comunidade, estes jovens vivenciem de forma intensificada uma situação de forte "desamparo" alimentada por uma ameaça explícita de exclusão frente à sociedade (Matheus, 2003). Assim, não conseguem perceber que são sujeitos de mudanças em suas vidas sem que tenham que superar dificuldades enormes e sem contar com a ajuda de um grande fiador para seus sonhos. Pensamos que tipo de percepção torna bastante árduo o processo da adolescência para estes jovens na reconstrução de si enquanto sujeitos capazes de se inserir e de participar do corpo social.

Futuro

Para analisarmos de que forma esses jovens vêem seu futuro, e que identificações e ideais estão em jogo para atingir seus objetivos, recorremos às seguintes perguntas do questionário: um jogo de palavras, onde o jovem faz uma associação livre em torno da palavra "escola", e a pergunta objetiva "como você imagina seu futuro?". Escolhemos trabalhar com estas perguntas, pois percebemos que estes jovens associam a imagem que têm da escola com aquilo que almejam para o futuro.

Pudemos perceber que a relação entre escola e futuro se dá de duas maneiras: há aqueles que associaram que a escola é "muito importante", traz "uma vida melhor", dá "futuro", que também se imaginam formados na profissão que escolheram, ou "cursando uma faculdade, sendo independente"; e há aqueles que perceberam a escola de forma negativa, preocupam-se em trabalhar, e não mostraram intenção de buscar uma qualificação profissional através dos estudos. Vejamos a seguir algumas falas ilustrativas:

Michele (14 anos) - Futuro: Ser uma médica, trabalhar bastante, ajudar os pais, casar, e ter filhos; Escola: Futuro.

Fabiana (17 anos) - Futuro: Que seja bom. Com um emprego bom, que eu consiga me manter e depois ter uma família (casar, filhos), mas antes quero me estabilizar; Escola: Nem todas são boas. Falta estudo mais forte. Não tá muito bom. Não dá tudo da matéria que cai nos concursos. É fraco.

Há ainda aqueles que querem ter uma profissão, mas sentem grande dificuldade na escola e em aprender. Alguns destes, quando questionados sobre o que é mais difícil para eles, responderam: "Aprender" (Diana, 21 anos). Mas vejamos o que a mesma jovem diz sobre seu futuro: "Futuro brilhante: bom emprego, bom marido; pretende ser psicóloga".

Ao lado da escola, as categorias trabalho ou a profissão também marcaram bastante a fala destes jovens a respeito do futuro. De forma semelhante, fizemos a diferenciação entre as respostas sobre a perspectiva de futuro em que predominam a referência a trabalho ou a profissão. Por trabalho, entendemos aquela ocupação onde não é necessária melhor instrução educacional, por não ter sido mencionada por esses jovens. Por profissão, consideramos aquela ocupação em que é necessária formação de nível acadêmico.

Entretanto, tanto no âmbito do trabalho quanto da profissão, os jovens se referem a um desejo de "ter estabilidade", revelando uma forte preocupação com estabilidade e segurança, valores pertinentes no contexto desta comunidade, mas talvez fora do contexto adolescente e pós-adolescente predominante na classe média. Na pesquisa realizada por Coelho (1997) entre 1988/89 com jovens atores numa escola de teatro, vimos que aqueles jovens de classes média e alta mostravam desprezo pela monotonia e estabilidade conferida pelas profissões ditas "do sistema", preferindo o prazer da profissão, de fazer o que gostam em detrimento do ganho financeiro. Já os jovens de Bom Retiro idealizam profissões e se imaginam no futuro trabalhando em áreas estáveis como medicina, direito e engenharia ou seguindo a carreira militar, como vemos nas falas abaixo, quando dizem o que imaginam para seu futuro: "Na carreira militar" (Robson, 18 anos); "Fazer faculdade de Direito e ir para a Marinha" (Tatiana, 15 anos).

Percebemos também que existe relação entre as pretensões e ambições para o futuro e a percepção do presente que estes jovens possuem. Aqueles que responderam que a vida dos jovens como ele era "boa", "legal" ou "feliz" mostraram pretensões menos ambiciosas para o futuro. Já aqueles que percebem a vida dos jovens como "difícil", "sem esperança", "complicada" ou "uma porcaria" demonstram maiores pretensões futuras, buscando estudar para ter uma boa profissão e alcançar a materiais, além de ajudar a família e a comunidade. almejada estabilidade, com família, casa própria e bens

Portanto, notamos o lugar de referência simbólica que o trabalho ocupa na vida destes jovens, de modo semelhante ao que já observou Cassab (2001). A referência à inclusão na classe trabalhadora e à possibilidade de comprar coisas para si e para a família, parece significar para esses jovens a possibilidade de sair do anonimato e da invisibilidade social. Assim, talvez o trabalho lhes garanta a possibilidade de serem vistos de outra forma pela sua comunidade e pela sociedade como um todo, passando a ter uma identidade social enquanto trabalhadores. Além disso, conforme atestam Oliveira e Chakur (2000), o trabalho é visto pelos jovens, em geral, como obrigação e não como prazer. Segundo estas autoras, talvez por isso, a escolha profissional deles seja determinada por fatores como o retorno financeiro, por estar vinculado a garantias de estabilidade financeira.

Enfim, constatamos que estes jovens imaginam o seu futuro caracterizado principalmente pela conquista de uma certa estabilidade, representada principalmente pela família e pelo trabalho, talvez por acreditarem serem estes os únicos caminhos em direção à saída da instabilidade, da ameaça de exclusão e do desamparo em que vivem.

Discussão

Ao longo da análise das entrevistas com os jovens de Bom Retiro, percebemos que as identificações e os ideais atrelados à esfera familiar são predominantes no discurso dos jovens, sendo inclusive transpostos para as figuras do mundo público eleitas por eles, estas na maioria das vezes representadas por figuras midiáticas distantes e/ou vazias. Por outro lado, a instabilidade e a dificuldade frente às suas particulares condições de vida são também aspectos que muito sobressaem no seu discurso. Nesse sentido, podemos supor que os ideais e as representações envolvidos na construção da auto-imagem dos jovens, nas figuras de identificação compartilhadas por eles e nas suas perspectivas de futuro são pautados prioritariamente por valores pertencentes à esfera familiar e ao trabalho, pelo fato de que, possivelmente, estes representam para eles a conquista de estabilidade e segurança.

Levando em conta o conceito de adolescência enquanto um momento de elaboração psíquica da passagem do mundo da família para o mundo público, tal como a concebemos habitualmente em psicologia e em psicanálise, o contato com estes jovens nos deixa diante de muitas questões: O que dizer de seus discursos sobre a família como referência fundamental em suas vidas em detrimento de ideais ancorados em figuras públicas? Seria esta uma forma de resistência, já mencionada, aos valores que são veiculados pela sociedade e que eles percebem que não são adequadas para si? Ou são percepções das limitações que a vida e o seu meio lhe impõem, às quais eles tentam se ajustar da melhor forma, utilizando os recursos que possuem na busca pela felicidade e por realizações?

Estas questões nos instigam a continuar pesquisando a questão dos ideais e das identificações na adolescência, ou melhor, nas adolescências que se apresentam nos diversos contextos do mundo contemporâneo, servindo de motivação para futuros trabalhos nesta área.

Recebido: 21/07/2005

1ª revisão: 31/10/2005

Aceite final: 30/11/2005

Luciana Gageiro Coutinho é Pesquisadora vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da UFRJ e ao NIPIAC/UFRJ (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio sobre a Infância e Adolescência Contemporâneas da UFRJ), Coordenadora da equipe de pesquisa intitulada Adolescência na Contemporaneidade. Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 96/404, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22451-040. E-mail: lugageiro@uol.com.br

Fernanda Fochi Nogueira Insfrán, Marília Vidinhas Peixoto, Roberta de Miranda Gomes, Juliana Cristina Backes, Helena Pereira de Carvalho, Fábia Sampaio de Oliveira são estudantes da graduação em psicologia da UFRJ e estagiárias em pesquisa, vinculadas ao projeto Adolescência na Contemporaneidade.

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  • 1
    Este artigo foi produzido no grupo de pesquisa
    Adolescência na Contemporaneidade, vinculado ao NIPIAC (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio sobre a Infância e Adolescência Contemporâneas) no Instituto de Psicologia da UFRJ. O projeto da pesquisa em torno do qual o grupo se constituiu é de autoria da professora Luciana Gageiro Coutinho e contou com o apoio financeiro da FAPERJ através de uma bolsa de Fixação de Pesquisador. O trabalho que deu origem a este artigo já foi apresentado em dois eventos: no JUBRA Simpósio Internacional sobre a Juventude Brasileira na UFRJ em outubro de 2004 e na Jornada de Iniciação Científica da UFRJ, em novembro de 2004, ambos com publicação de resumo em anais.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Mar 2006
    • Data do Fascículo
      Dez 2005

    Histórico

    • Aceito
      30 Nov 2005
    • Recebido
      21 Jul 2005
    • Revisado
      31 Jul 2001
    Associação Brasileira de Psicologia Social Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Av. da Arquitetura S/N - 7º Andar - Cidade Universitária, Recife - PE - CEP: 50740-550 - Belo Horizonte - MG - Brazil
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