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Impactos da expansão universitária para moradores de São João Del-Rei

Impacts of university's expansion for São João Del-Rei's residents

Impactos de la expansión universitaria para los residentes de São João Del-Rei

Resumos

Esta pesquisa teve como objetivo investigar os impactos na vida dos moradores e na cidade de São João del-Rei decorrentes da adesão da Universidade ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). O foco foi na inter-relação da pessoa-ambiente a partir do referencial da psicologia ambiental e do modelo bioecológico do desenvolvimento humano. O método utilizado foi o qualitativo, sendo as entrevistas semiestruturadas feitas com os moradores da cidade. Nas entrevistas, dez moradores descreveram mudanças positivas, quais sejam: oportunidades de trabalho e de estudo e atividades culturais ofertadas pela Universidade; como também mudanças negativas: aumento no custo de vida, questões de trânsito e dificuldade de moradia. Considera-se que tais mudanças afetaram a relação desses moradores com a cidade deles. Para uma melhor compreensão do fenômeno, sugerimos que sejam realizados estudos com os outros segmentos da Universidade, assim como em outras áreas de conhecimento.

psicologia ambiental; expansão universitária; cidade


This study was to investigate the impacts on the life of residents of São João del-Rei, and on the city, arising from membership of the University on the Program of Support for the Restructuring and Expansion of Brazilian Federal Universities (REUNI). The focus was on the person-environment relationship. The theoretical environmental psychology and the bioecological model of human development. The qualitative method was used to conduct semi-structured interviews with ten residents of the city. The residents reported positive changes, such as more opportunities to work and to study; and cultural activities offered by the university. As negative changes: the increase in economical issues; traffic and housing difficulties. It is considered that these changes have affected the relationship of them and their city. For a better understanding of the phenomenon we suggest a research with students, staff and university professors, as well as in other areas of study.

environmental psychology; expansion of Federal Universities; city


Se investigó el impacto de la adhesión de la Universidad al Programa de Apoyo a Planes de Reestructuración y Expansión de las Universidades Federales en las vidas de los residentes y en la ciudad de São João del-Rei. Nos centramos en la interrelación de la persona con el medio, desde la psicología ambiental y del modelo bioecológico del desarrollo humano. El método fue de tipo cualitativo, con entrevistas semi-estructuradas con residentes de la ciudad. Diez reportaron cambios positivos como: oportunidades de trabajo y de estudio y las actividades culturales que ofrece la Universidad; así como cambios negativos: aumento en el costo de vida, cuestiones de tránsito y la dificultad de acceso a la vivienda. Se considera que estos cambios afectaron su relación con la ciudad. Para comprender mejor este fenómeno, se sugiere que se realicen estudios con otros segmentos de la Universidad, así como en otras áreas del conocimiento.

psicología ambiental; expansión universitaria; ciudad


ARTIGOS

Impactos da expansão universitária para moradores de São João Del-Rei

Impactos de la expansión universitaria para los residentes de São João Del-Rei

Impacts of university's expansion for São João Del-Rei's residents

Cristiane Belo de Araújo; Larissa Medeiros Marinho dos Santos

Universidade Federal de São João del-Rei, São João del-Rei/MG, Brasil

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo investigar os impactos na vida dos moradores e na cidade de São João del-Rei decorrentes da adesão da Universidade ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). O foco foi na inter-relação da pessoa-ambiente a partir do referencial da psicologia ambiental e do modelo bioecológico do desenvolvimento humano. O método utilizado foi o qualitativo, sendo as entrevistas semiestruturadas feitas com os moradores da cidade. Nas entrevistas, dez moradores descreveram mudanças positivas, quais sejam: oportunidades de trabalho e de estudo e atividades culturais ofertadas pela Universidade; como também mudanças negativas: aumento no custo de vida, questões de trânsito e dificuldade de moradia. Considera-se que tais mudanças afetaram a relação desses moradores com a cidade deles. Para uma melhor compreensão do fenômeno, sugerimos que sejam realizados estudos com os outros segmentos da Universidade, assim como em outras áreas de conhecimento.

Palavras-chaves: psicologia ambiental; expansão universitária; cidade.

RESUMEN

Se investigó el impacto de la adhesión de la Universidad al Programa de Apoyo a Planes de Reestructuración y Expansión de las Universidades Federales en las vidas de los residentes y en la ciudad de São João del-Rei. Nos centramos en la interrelación de la persona con el medio, desde la psicología ambiental y del modelo bioecológico del desarrollo humano. El método fue de tipo cualitativo, con entrevistas semi-estructuradas con residentes de la ciudad. Diez reportaron cambios positivos como: oportunidades de trabajo y de estudio y las actividades culturales que ofrece la Universidad; así como cambios negativos: aumento en el costo de vida, cuestiones de tránsito y la dificultad de acceso a la vivienda. Se considera que estos cambios afectaron su relación con la ciudad. Para comprender mejor este fenómeno, se sugiere que se realicen estudios con otros segmentos de la Universidad, así como en otras áreas del conocimiento.

Palabras clave: psicología ambiental; expansión universitaria; ciudad.

ABSTRACT

This study was to investigate the impacts on the life of residents of São João del-Rei, and on the city, arising from membership of the University on the Program of Support for the Restructuring and Expansion of Brazilian Federal Universities (REUNI). The focus was on the person-environment relationship. The theoretical environmental psychology and the bioecological model of human development. The qualitative method was used to conduct semi-structured interviews with ten residents of the city. The residents reported positive changes, such as more opportunities to work and to study; and cultural activities offered by the university. As negative changes: the increase in economical issues; traffic and housing difficulties. It is considered that these changes have affected the relationship of them and their city. For a better understanding of the phenomenon we suggest a research with students, staff and university professors, as well as in other areas of study.

Keywords: environmental psychology; expansion of Federal Universities; city.

Introdução

O fenômeno da expansão universitária é consequência de diferentes políticas públicas de educação, tais como o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) e a Universidade Aberta do Brasil (UAB), que têm o objetivo de expandir, de forma significativa, o número de vagas para a entrada de estudantes na graduação do sistema federal de ensino superior (Santos, 2009). Tais políticas geraram novas vagas para estudantes, como também professores e funcionários, além de modificações físicas em universidades públicas de todo o país.

Os benefícios sociais do aumento do número de vagas no ensino superior são um dos fenômenos que podem ser investigados, bem como as relações desse acesso com a história de inclusão/exclusão social vivenciada no Brasil (Santos, 2009; Sguissardi, 2006). Contudo, apesar da importância dos referidos fatores, podemos considerar os impactos dessa expansão nas cidades em que foi realizada. Nesse sentido, optamos por questionar, a partir da perspectiva da psicologia ambiental (Moser, 1998, 2005) e do modelo bioecológico (Bronfenbrenner, 2011), os impactos gerados em uma cidade a partir da expansão universitária e, consequentemente, na vida dos seus moradores. O termo impacto é aqui compreendido como as alterações físicas e sociais que ocorreram na cidade após a expansão da universidade.

Para tanto, optamos por estudar o caso da cidade de São João del-Rei e da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), que aderiu, para os campi da sede, ao Programa REUNI. Nessa perspectiva, a pergunta central do presente trabalho é: qual o impacto que a expansão da UFSJ causou na Universidade Federal de São João del-Rei e na vida dos moradores da cidade de São João del-Rei? Para responder a essa questão, foi realizada uma investigação sobre a percepção dos moradores da cidade quanto às mudanças ocorridas na Universidade e em relação às modificações na vida deles. Percepção esta compreendida a partir do conceito de percepção ambiental, que está "relacionada ao modo como as pessoas experienciam os aspectos ambientais presentes em seu entorno" (Kuhnen, 2011, p. 250).

O REUNI e a reconfiguração do cenário da UFSJ

De acordo com o site do Ministério da Educação (MEC, 2010), o REUNI se caracteriza por ações que visam a ampliar o acesso e a permanência na educação superior. Para isso, o governo federal propôs medidas que possibilitam o processo de crescimento das universidades federais, subsidiando a expansão destas em diferentes âmbitos: físico, pedagógico e acadêmico. Com início em 2003, o MEC espera que as metas propostas sejam concretizadas até o ano de 2012.

O Decreto n. 6.096 (2007), que institui o REUNI, situa o processo de expansão universitária em relação à graduação e explicita suas diretrizes, como: redução da taxa de evasão, com o aumento do número de vagas e preenchimento daquelas que se encontram ociosas; revisão e reestruturação da estrutura acadêmica, visando à elevação da qualidade; e investimento nas políticas de inclusão e assistência estudantil, entre outras. O Decreto ainda institui que ao MEC caberá a destinação de recursos para as universidades federais mediante seus respectivos projetos de expansão, amparando, assim, as despesas decorrentes de tal reestruturação.

Dentro desse cenário, a UFSJ aderiu, nos campi fora de sede, nas cidades de Ouro Branco, Divinópolis e Sete Lagoas – Minas Gerais, ao Programa Expandir e, nos campi da sede, situados em São João del-Rei, ao Programa REUNI. Os dados demonstram que, no ano 2000, a cidade de São João del-Rei tinha 78.616 habitantes e, em 2010, esse número cresceu para 83.112 habitantes, um crescimento de 4.469 habitantes (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010). Os referidos dados podem ser comparados aos apresentados no site da UFSJ (2009), que sugerem que a Universidade contribuiu, entre os anos de 2006 e 2009, com o aumento de aproximadamente 2.600 pessoas na região diretamente relacionadas a ela. Dados recentes indicam que o número total de alunos matriculados nos campi da UFSJ, incluindo os campi fora de sede, foi de 7.592 em 2010 e 10.268 em 2011 (UFSJ, 2011).

O Departamento de Ciências Econômicas (DCECO) da UFSJ (2006, 2010) mostra outras estatísticas dos últimos anos. O valor da cesta básica, por exemplo, em julho de 2006, correspondia a R$ 96,01 e em 2010, no mesmo período, o seu custo já era de R$ 140,49. Na construção civil, em julho de 2006, 16 plantas foram aprovadas e em 2010, no mesmo período, foram aprovadas 31 plantas. No trabalho formal, em julho de 2006, foram admitidas 399 pessoas e em 2010, 629 pessoas. No terminal rodoviário também houve um salto, no mesmo intervalo, de 20.007 passagens vendidas para 45.650 passagens. As informações fornecidas pelo DCECO (2006, 2010) sobre construção civil, admissões e movimento rodoviário são provenientes, respectivamente, do Departamento de Obras da Prefeitura de São João del-Rei, do Ministério do Trabalho e Emprego e do Terminal Rodoviário da cidade.

Para compreender o caso de São João del-Rei, devemos considerar que nem todos os estudantes moram na cidade; entretanto, eles a frequentam durante os dias da semana, no horário das suas aulas. A questão é que o aumento de pessoas na cidade gerado por essa expansão pode provocar modificações na vida das pessoas e na estrutura local, compreendida como um espaço físico e social.

A Psicologia Ambiental: um breve panorama

De acordo com Moser (1998) e com Sommer (2000), a psicologia ambiental se constitui na tentativa de abordar o indivíduo e sua interação com o ambiente físico e social. Não se trata de uma mera relação, mas de uma inter-relação pessoa-ambiente, que afirma a reciprocidade entre esses dois polos (Rivlin, 2003). A psicologia ambiental considera que a mencionada inter-relação é dinâmica, pois tanto o indivíduo influencia o ambiente quanto o inverso, na medida em que o ambiente também atua na modelação do indivíduo e de seus comportamentos (Moser, 1998).

Monoyano Díaz (2005) refere-se à psicologia ambiental como um campo que integra duas ciências: a básica e a aplicada. Essa integração se destina a explicar e a otimizar a relação entre o homem e seu contexto. Sager, Sperb, Roazzi e Martins (2003) ressaltam que a psicologia ambiental sempre buscou entender as influências do ambiente sobre a subjetividade e os comportamentos humanos. Os autores acrescentam que um dos focos de investigação dessa abordagem remete ao modo como as pessoas se utilizam dos espaços e como estes delimitam e circunscrevem as suas relações.

Os entendimentos relativos à psicologia ambiental podem ainda ser enriquecidos com alguns dos apontamentos trazidos por Gonçalves (2007). Conforme a autora, a psicologia ambiental se ocupa do estudo do significado dos espaços e da compreensão dos processos psicológicos derivados das relações entre as pessoas e seu entorno. Ela destaca que, a partir da noção de interação com o meio, é possível falar de um processo de apropriação do espaço por meio do qual o indivíduo deixa sua marca como representação de sua identidade, de sua vida e de sua história.

Nesse caso, a cidade de São João del-Rei representa o espaço em que pessoas vivem e constroem suas vidas e suas identidades. Tal análise nos permite compreender as relações pela perspectiva bioecológica.

Algumas considerações acerca do modelo bioecológico do desenvolvimento humano

A visão de desenvolvimento proposta parte da perspectiva bioecológica de desenvolvimento, inicialmente denominada Teoria Ecológica (Bronfenbrenner, 1992, 1996; Bronfenbrenner & Crouter, 1983), que "se refere à estabilidade e mudança nas características biopsicológicas dos seres humanos durante o curso de vida e através das gerações" (Bronfenbrenner & Morris, 1998, p. 995). Para Bronfenbrenner e Morris (1998), a mudança nem sempre é para melhor, nem a continuidade representa que uma pessoa mantenha as mesmas características ao longo do tempo.

Os autores citados propõem o modelo bioecológico como uma tentativa de compreender toda a complexidade humana. Bronfenbrenner e Morris (1998) chamam a atenção para o fato de que o desenvolvimento ocorre em um mundo social, uma vez que depende das características da pessoa e das características da pessoa na relação com o seu ambiente em certo período de tempo. Um dos princípios para a tentativa científica de compreensão do desenvolvimento é a investigação da relação sistêmica dos processos e resultados do desenvolvimento humano como uma função conjunta da pessoa e do ambiente.

Nessa perspectiva, o desenvolvimento ocorre em contextos denominados sistemas, que vão desde a pessoa, sua família até o ambiente socioeconômico no qual ela está inserida. Os sistemas são denominados, respectivamente, microssistêmicos, mesossistêmicos, exossistêmicos, macrossistêmicos e cronossistêmicos. (Bronfenbrenner, 1992, 1996; Bronfenbrenner & Ceci, 1994; Bronfenbrenner & Morris, 1998).

Segundo os referidos autores, o ambiente físico é considerado como parte importante e constituinte do desenvolvimento humano, levando em consideração que é nele que esse desenvolvimento ocorre. E para sintetizar o conceito de desenvolvimento, tal como é utilizado neste trabalho, pressupõe-se um processo de transformação que ocorre na interação dialética entre a pessoa com o seu ambiente físico, entre os moradores e as transformações ocorridas na cidade.

A relação entre a psicologia ambiental e o desenvolvimento tem sido considerada em estudos sobre o desenvolvimento infantil (Campos-de-Carvalho & Souza, 2008), além de pesquisas acerca das relações de idosos com o seus ambientes (Macedo, Oliveira, Günther, Alves, & Nóbrega, 2008). Tais propostas nos levaram a observar que as mudanças no ambiente físico e social geradas pela expansão da UFSJ poderiam provocar impacto na cidade e mudanças nas possibilidades desenvolvimentistas dos seus moradores. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi investigar, a partir da percepção dos moradores de São João del-Rei, o impacto da expansão da Universidade na cidade e nas vidas deles.

Método

Participantes

Os participantes foram definidos por acessibilidade (Gil, 1999) de acordo com as possibilidades do bolsista e da disponibilidade dos moradores locais. Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, o foco foi na qualidade dos dados obtidos em detrimento da quantidade de entrevistados. Consideramos que a qualidade dos dados coletados é mais importante do que o número de participantes, pois o que deve ser considerado é o aprofundamento dos dados que ocorre na interação da pesquisadora com o entrevistado (Cezar-Ferreira, 2004).

A definição de quem seriam os moradores para a entrevista foi realizada a partir de uma divisão da cidade em cinco regiões, considerando as demarcações sugeridas pelos córregos que a cortam. Após essa escolha, foram selecionados dois entrevistados por região, que formaram um total de dez moradores que vivem na cidade entre 35 e 70 anos e faixa etária entre 35 e 87 anos. O critério para a seleção dos moradores foi que eles estivessem residindo na cidade antes da expansão universitária com vistas à comparabilidade entre o momento que a antecedeu e o momento que a sucedeu para identificar os seus possíveis impactos.

Na Tabela 1 encontra-se uma síntese das principais características da amostra. Os moradores estão apresentados, assim como na seção Resultados, pelo nome do seu bairro de origem. Nos locais em que foram entrevistados dois moradores do mesmo bairro, estes foram diferenciados pela indicação do número 1 para o que foi entrevistado primeiro e do número 2 para o que foi entrevistado posteriormente.

Instrumento

A construção das questões das entrevistas foi baseada na investigação da história de vida. As entrevistas eram compostas por oito questões abertas, que tiveram o objetivo de iniciar o discurso dos participantes. As perguntas se focaram no processo de expansão universitária e nas mudanças ocorridas na cidade de São João del-Rei que são atribuídas a tal processo.

Recorreu-se à história de vida por entender que ela permite privilegiar "a perspectiva dos participantes, isto é, o significado que eles atribuem às coisas e à vida" (Spindola & Santos, 2003, p. 121). Priorizou-se a leitura e a vivência que os próprios moradores trazem sobre o fenômeno aqui estudado, considerando que o mesmo atravessa as suas histórias e experiências com a cidade.

Nesse sentido, foram elaboradas questões como: "Você conhece o Programa de Expansão Universitária, o REUNI?"; "Qual a sua opinião sobre a expansão da UFSJ? É a favor ou contra?"; "Como era a cidade antes da expansão?"; "Desde o início da expansão universitária, você percebe alguma mudança na cidade ou em sua vida diária e de sua família? Em caso afirmativo, quais são essas mudanças?"; e "Em sua opinião, a cidade está preparada para essa expansão universitária? Por quê?".

Coleta de dados

As entrevistas ocorreram após o agendamento da pesquisadora com os participantes e em locais indicados por eles. A partir das questões eliciadoras, a pesquisadora permitia que os entrevistados falassem livremente e construiu novas questões para aprofundar nos temas. No momento da entrevista, foi solicitada a permissão ao entrevistado para que a mesma fosse gravada e o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido de acordo com o modelo utilizado na UFSJ e aprovado pela Comissão de Ética da Universidade.

Análise dos dados

As fitas gravadas nas entrevistas foram transcritas na íntegra e conservadas tal como sugere Bardin (1995). As fases para a análise dos dados das entrevistas compreenderam: (a) Pré-análise: as entrevistas foram submetidas a uma leitura exaustiva, ou seja, foram lidas e relidas até o seu conteúdo ser apreendido pela pesquisadora de forma congruente; (b) A formação de categorias: leitura a partir da qual foram retiradas as categorias de análise; e (c) Discussão dos dados: a discussão dos dados se deu a partir das categorias de análise e da relação com a literatura.

Resultados

As entrevistas com os moradores abordaram a percepção deles sobre São João del-Rei e sobre o impacto da expansão da Universidade Federal de São João del-Rei na vida deles. Assim, quando questionados sobre o conhecimento do Programa REUNI, a metade dos moradores afirmou não saber nada a seu respeito, três disseram conhecer superficialmente ou pouco e apenas um disse conhecer em função de seu trabalho estar relacionado ao setor imobiliário, visto que, segundo os dados levantados pelo DCECO-UFSJ (2006, 2010), as demandas sobre esse setor têm crescido. Mas, de fato, quando solicitados para que dissessem algo acerca do Programa, a amostra, em sua totalidade, não soube falar nada de forma mais ampla, sendo que o máximo que conseguiram falar foi de que se tratava de um programa de expansão. Pode-se concluir que o conhecimento que os moradores têm sobre o REUNI varia de uma ausência total a um conhecimento muito restrito.

Apesar de não terem inicialmente maiores esclarecimentos a respeito do termo REUNI, com base nas informações que se fizeram, então fornecidas pela pesquisadora, todos os entrevistados disseram estar de acordo com a proposta de expansão, afirmando que são a favor do Programa. Ficou claro que as razões pelas quais são a favor estão, na sua maioria, associadas aos aspectos positivos que a expansão acarreta para a cidade, tendo sido citados: crescimento econômico; melhores oportunidades na cidade em termos de emprego e educação; promoção de eventos culturais e melhorias na questão social. Identificaram que a expansão repercute em crescimento para a cidade com a melhoria das condições de vida. O morador 1 do Matosinhos identificou a expansão como sendo positiva na relação direta com os seus negócios no setor imobiliário.

Sou a favor, mesmo porque os meus negócios vão 'de vento em popa' e, como acabei de falar, a área imobiliária melhorou demais. Então, sou a favor, sim. A cidade tem que crescer. Tem que dar valor realmente na estrutura histórica da cidade, mas se for ficar só olhando em histórico, você não cresce nunca uma cidade.

Apesar de ter realçado mais os aspectos positivos resultantes da expansão, um dos moradores do bairro São Caetano pontuou que também há aspectos negativos, embora destaque que estes sejam menos expressivos que os pontos favoráveis. Ele indicou como problema as posturas de alguns alunos que vão para a cidade e que apresentam comportamentos inadequados (ex.: algumas festas de repúblicas), pois, a seu ver, São João del-Rei se caracteriza por ser uma cidade ainda muito familiar e que, com o crescimento das repúblicas, os moradores têm enfrentado alguns problemas. Ele, particularmente, afirmou estar vivenciando algo quanto a isso, pois, em seu prédio, estão instaladas oito repúblicas.

Quanto à percepção dos entrevistados sobre o modo como a cidade era antes da expansão, eles afirmaram que ela se modificou expressivamente desde o início do Programa. Todos os entrevistados, com exceção da moradora do bairro Tejuco, disseram que a cidade era antes marcada pelo tédio, com apontamentos das seguintes características: poucas vagas de emprego; poucas oportunidades de estudo, sendo necessário muitas vezes deixar a cidade para ir estudar fora; comércio fraco; poucos carros e circulação de pessoas; pouca demanda de aluguéis; e custo de vida mais baixo. A moradora do Tejuco referiu não saber dizer algo a respeito, mas que, apesar disso, acredita que a cidade está melhor. Como melhoria, citou o oferecimento de atendimentos à população realizados pela UFSJ, como aqueles feitos pelos cursos de Psicologia e de Educação Física.

Assim, na maioria das falas, constata-se que os moradores notam muitas mudanças ocorridas na cidade, embora algumas sejam percebidas como positivas – ex.: o aumento de oportunidades para os moradores – e outras como negativas – ex.: aumento da circulação, que acarreta transtornos no trânsito. Em suma, eles percebem que a cidade era pacata e muito tranquila, o que, para o morador 2 do Bonfim, era uma roça, já que não tinha nada.

Quando eu vim pra aqui, eu estava com 17 anos. Então, não tinha carro, tinha muito pouco carro. Não tinha calçamento de acordo. A única coisa que tem aqui desde que vim são as igrejas, que até são a mesma coisa. Mas o resto modificou tudo. O número de carros hoje, por exemplo, você já andou aqui para você ver? É uma coisa fora de comum. Isso é progresso para a cidade, porque ninguém vai andar à toa para passear. Está todo mundo trabalhando, né. Não é isso?

Diante disso, foi elencada uma série de mudanças ocasionadas na cidade em função do Programa de expansão e os moradores puderam relatar de forma mais ampla sobre os impactos que percebem em seu cotidiano e de sua família. Conforme os entrevistados, suas vidas sofrem os impactos das novas demandas que se criaram na cidade, como: carência de imóveis e encarecimento do custo de vida; maior circulação de pessoas e de carros; promoção de eventos que antes não se tinha na cidade; novas amizades; mais empregos, sendo que parte deles é oferecida pela própria UFSJ; melhorias do poder aquisitivo da população com aumento do consumo; presença de estagiários da UFSJ nas escolas; e acesso a palestras e eventos culturais oferecidos pela Universidade. Apenas a moradora do Tejuco relatou não perceber nenhum impacto em sua vida e de sua família em função das mudanças geradas na cidade pela expansão.

Os principais transtornos gerados pelas mudanças, para os entrevistados, estariam relacionados aos problemas de sobrecarga no trânsito, elevação dos preços de aluguel e comportamento inadequado de alguns alunos, como apontado pelo morador 1 do São Caetano. Além do que os outros moradores identificaram como mudanças, o morador 1 do Matosinhos também complementou, dizendo que a expansão trouxe consigo novas demandas na construção civil. De acordo com ele, antes, a demanda de aluguel era para salas comerciais e, agora, esse foco se modificou para abrigar os novos estudantes que chegam à cidade.

Os moradores expressam a existência de dois lados, pois, em certos aspectos, houve melhoras e, em outros, algumas perdas:

Sob o aspecto financeiro, cultural, de crescimento, eu acredito que ela era pior. Então, realmente hoje, a gente observa isso claramente. Ela trouxe todo este tipo de benefício. Ela ficou melhor na questão do emprego, ficou melhor na questão financeira, na questão cultural. Agora, houve também essa questão das repúblicas, que eu acho que houve uma expansão irregular, sem um controle. Então, com isso, gerou alguns transtornos, tem gerado transtornos de perturbação (Morador 1 do São Caetano)

Pode-se afirmar que, para seis entrevistados, ou seja, para a maioria, os problemas advindos com a expansão se devem à inadequação da cidade, tendo faltado planejamento por parte tanto da UFSJ quanto das autoridades municipais competentes. Segundo a moradora do Solar da Serra, há muito que se preparar, refletir e crescer. Uma possível saída para os problemas enfrentados quanto à carência de moradias, de acordo com a entrevistada do bairro Jardim Aeroporto, seria a criação de alojamentos pela UFSJ para os alunos provenientes de outras cidades. Para o morador 2 do São Caetano, é preciso um urbanismo melhor. A seu ver, o que atrapalha é a "politicalha". Mas a moradora da Vila São Paulo ainda complementa, dizendo que, em se tratando de cidade histórica, é mais difícil mudar e se adaptar às novas demandas.

Percebe-se, mediante o relato das experiências dos moradores, que a promoção de eventos culturais pela Universidade é uma importante estratégia de aproximação entre ambas as partes. Cinco moradores, aqueles que não têm familiares estudando na UFSJ, manifestaram que, na maioria das vezes, são esses eventos que ainda garantem alguma forma de acesso à instituição. E para aqueles que já contam com o acesso a um curso superior na família, estes têm, nos eventos culturais, uma participação ainda mais efetiva no cenário da UFSJ. Logo, constata-se que é amplo o alcance desses eventos na comunidade.

Ao final, a maioria dos entrevistados encerrou a participação na pesquisa, reforçando que a Universidade trouxe benefícios para a cidade, destacando sua importância para São João del-Rei e fazendo votos de que a expansão continue seu percurso, trazendo cada vez mais vantagens e progresso para todos. Para esses moradores, fica nítido o valor social desempenhado pela UFSJ, de tal forma que ela é considerada um bem e a responsável pelos ganhos trazidos para a vida do são-joanense. O morador 1 do São Caetano e a moradora do Jardim Aeroporto encerraram com um posicionamento mais crítico. O primeiro acredita que é preciso que a expansão se dê de forma mais planejada, de forma mais gradativa e com menos impactos para a população. A outra moradora solicitou a abertura de mais vagas para cursos a distância, pois acredita que são muitas as pessoas que gostariam de estudar, mas que, pelo fato de trabalharem o dia todo, não têm tal disponibilidade.

Apesar dos impactos negativos identificados pelos moradores, o que, na fala do morador 1 do São Caetano, pode estar relacionado a uma ausência de planejamento ou ainda a uma inadequação da cidade ao rápido crescimento, como indicado por outros moradores, pode-se constatar que a UFSJ assume um importante papel social na cidade e que seu processo de expansão tem trazido significativos desdobramentos para a vida dos moradores, o que, de forma mais geral, vem sendo apontado como algo positivo, visto que tais experiências são, na maior parte das vezes, identificadas como progresso e concessão de maiores oportunidades.

Discussão

A partir dos dados obtidos, destaca-se que, na verdade, a Universidade e a cidade de São João del-Rei passaram e ainda passam por um momento de profunda reconfiguração de seus arranjos, em seus diferentes aspectos, desde a adesão da UFSJ ao Programa REUNI. O fato é que a UFSJ vislumbrou no REUNI uma oportunidade de crescimento e buscou ampliar a oferta dos cursos e o número de vagas. Esse crescimento ocorreu em um curto espaço de tempo e com impactos significativos em relação à quantidade de pessoas que passaram a morar ou a frequentar a cidade de São João del-Rei e trouxeram mudanças para a realidade dela.

Nas entrevistas realizadas com os moradores, um aspecto a ser ressaltado é a percepção de que a expansão se fez inevitavelmente acompanhada de grandes impactos na comunidade e que, apesar de poder haver pontos negativos, acreditam que as vantagens são mais expressivas. Os entrevistados reconhecem as maiores oportunidades que foram oferecidas a partir de um maior movimento econômico produzido na cidade, maiores chances de acesso ao ensino superior público e mais empregos. Também há uma concordância quanto ao problema relativo à especulação imobiliária.

Porém, mais importante do que simplesmente constatar as mudanças empreendidas pelo processo de expansão é também dar conta das repercussões que se desdobraram de tais mudanças. Em conformidade com isso, Moser (1998) propõe que o que diferencia a abordagem da psicologia ambiental de outras abordagens e a torna peculiar é justamente essa possibilidade que ela oferece de se voltar não apenas para o modo como o indivíduo avalia um determinado ambiente, mas também para as determinações que este traz sobre seu comportamento.

Pautando-se nesse olhar diferenciado da psicologia ambiental, pôde-se verificar que os entrevistados não apenas conseguem perceber que as ações de expansão trouxeram profundos impactos ao ambiente, como também que este, por sua vez, tem trazido respostas específicas a tais ações, o que, consequentemente, leva a supor que irá repercutir nas formas de vida estabelecidas no referido espaço com a constituição de novas relações com o mesmo. Essas constatações são pequenas amostras do quanto se faz complexa a relação entre o indivíduo e o seu ambiente.

A complexidade da relação indivíduo-ambiente que pôde ser vivenciada nesta pesquisa é uma materialização do que Ittelson, Proshansky, Rivlin e Winkel (2005) afirmam sobre o pressuposto da psicologia ambiental, ou seja, que o homem não é uma figura passiva dentro de seu contexto, uma vez que, mobilizado por objetivos e intenções, ele dirige ações para o meio, modificando-o e se modificando de forma recíproca. Nesse cenário específico de investigação, isso se mostra de forma bastante peculiar, pois os moradores e a comunidade acadêmica como um todo não são vítimas passivas das transformações apontadas, mesmo porque novas respostas também são construídas por eles diante desse novo cenário, o que acaba por contribuir com um processo de redirecionamento constante do processo de expansão conforme suas repercussões.

Contudo, como a própria psicologia ambiental ressalta, a percepção que cada pessoa irá construir sobre o ambiente é singular, o que implicará também condutas singulares dentro desses espaços (Kuhnen, 2011). Por isso, embora o fenômeno aqui descrito tenha atingido a cidade de maneira integral, a forma como as pessoas o interpretam é diversificada, mesmo porque são diferentes os referenciais que perpassam tal percepção.

O fato é que cada morador nutre objetivos diferentes na interação com a sua cidade, o que serve de contorno para as suas experiências e para o julgamento que irá manifestar sobre o fenômeno aqui estudado. Vemos que os moradores vislumbram no REUNI interesses diferentes: para alguns ele significa oportunidade de trabalho, para outros de estudo ou então de crescimento no próprio negócio, como no caso do morador que se dedica à construção civil. Logo, o espaço se organiza segundo os objetivos dos homens e sempre implicam na transmissão de uma mensagem, delimitando as práticas e experiências dos seus usuários (Campos-de-Carvalho, 2011).

Assim, embora todos tenham percebido a expansão como positiva, mesmo que haja alguns pontos desfavoráveis, os referenciais que são tomados para fazer avaliações como essas são bastante específicos. Cada pessoa demonstra vivenciar de forma muito particular tal momento do REUNI, uma vez que suas avaliações diferentes levam a posturas também diferenciadas. Por isso, cada pessoa encontrará estratégias singulares de resposta aos impactos que possa vivenciar.

Por outro lado, conforme mostra a perspectiva bioecológica do desenvolvimento humano, esse processo também se articula com a dinâmica desenvolvimentista. Se, para Bronfenbrenner (1992/1994/2011), desenvolvimento está articulado às interferências dos diferentes ambientes de uma pessoa, de modo que o desenvolvimento de uma criança, por exemplo, pode estar baseado em "fatos que acontecem, tanto em ambientes nos quais ela passa o seu tempo (microssistema), como em ambientes nos quais seus pais interagem, como, por exemplo, o ambiente de trabalho, onde ela possui acesso limitado, raramente estando presente (exossistema)" (Silva & Dessen, 2005, p. 159), verifica-se, então, que o fenômeno da expansão universitária pode não só ter importantes implicações para as pessoas que diretamente estão articuladas a ele, como para uma população que, a princípio, nem se poderia imaginar.

Ou seja, o campo de abrangência da expansão é amplo e seus resultados se manifestam no decorrer do processo de constituição do indivíduo, não se limitando ao aqui e agora. Diante disso, a abordagem bioecológica do desenvolvimento humano se mostra interessante, porque nos permite tratar do processo de desenvolvimento de modo contextualizado e em ambientes naturais, "visando apreender a realidade de forma abrangente, tal como é vivida e percebida pelo ser humano no contexto em que habita" (Martins & Szymanski, 2004, p. 66).

Portanto, considerando-se que a principal questão tratada neste trabalho se refere à percepção entre os moradores de São João del-Rei quanto à expansão universitária, tanto no que se tange às suas vidas quanto à vida da cidade, tornam-se inevitáveis algumas reflexões, como: em qual das quatro estruturas definidas por Bronfenbrenner (micro, meso, exo e macrossistema) a Universidade e a cidade se encontram? E a política pública que embasa o processo de expansão universitária, o REUNI, em qual sistema se encontra? Embora, a princípio, se tenha a impressão de que o fenômeno da expansão seja algo muito específico, ocorrendo em espaço igualmente específico, a realidade é outra.

De fato, a Universidade pode ser situada como um espaço vinculado ao microssistema para aqueles indivíduos que estão diretamente ligados ao seu cotidiano. Porém, a fala dos moradores reconhece o papel central que a UFSJ desempenha na cidade, não deixando de fazer parte, mesmo que indiretamente, da vida da população como um todo. Por isso, tem uma participação importante no exossistema, ou seja, na cidade. Da mesma forma, acontece com as políticas de expansão que também remontam a um importante papel no cenário do exossistema, extrapolando o ambiente restrito da UFSJ para abarcar e influenciar as relações em espaços dos quais não participa diretamente, nos quais possibilita as mudanças aqui descritas.

Nesse sentido, compreende-se o porquê de as consequências da expansão universitária não terem se resumido apenas à comunidade acadêmica, pois, assim como a UFSJ, o REUNI se encontra articulado a uma teia de sistemas que remontam à malha social da cidade de São João del-Rei, onde inevitavelmente vem deixando sua marca.

Considerações finais

As entrevistas com os moradores e os relatos sobre a sua história de vida e experiências com a cidade forneceram dados que demonstram que eles conseguem identificar tanto questões negativas quanto positivas, mas que, de alguma forma, consideram que as vantagens são maiores que as desvantagens obtidas pelo Programa. Cabe destacar que a maior parte das desvantagens é atribuída à falta de planejamento para a expansão e para a cidade. Assim, os moradores apontam a necessidade desse planejamento e uma melhoria das políticas locais.

Se o REUNI representa o processo de crescimento das universidades federais com a expansão destas em diferentes âmbitos, a investigação do seu impacto pode ser importante para que o programa seja melhor operado e, assim, alcançar suas metas. Por isso, diante da relevância que o REUNI assume no contexto das políticas públicas, as informações levantadas no presente estudo podem contribuir para pensar a relação do morador com a sua cidade e os problemas que perpassam tal relação, identificando aspectos da expansão que ainda precisam de maior atenção.

Todavia, observamos que esta pesquisa foi realizada a partir de um referencial qualitativo. Por isso, o número de moradores entrevistados foi limitado. Sugerimos, portanto, a realização de pesquisas relacionadas com outros formatos de coleta de dados.

Finalmente, considera-se que, perante a magnitude do Programa REUNI e seus desdobramentos, outras dimensões ainda podem ser exploradas, a fim de que se tenha um panorama mais amplo do fenômeno. Nesse sentido, sugere-se que, em pesquisas futuras, sejam realizadas coletas de dados com alunos e professores da UFSJ. Entrevistas com gestores municipais e representantes de associações, tais como do setor imobiliário e comercial. Visitas aos outros campi da UFSJ e entrevistas com seus gestores podem também ser almejadas, além de trabalhos de pesquisa em outras áreas de estudo, como na Geografia e na Arquitetura, para auxiliar na questão planejamento da cidade em relação à expansão.

Referências

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Submissão em: 02/05/2012

Revisão em: 24/06/2012

Aceite em: 11/09/2012

Cristiane Belo de Araújo é Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de São João del-Rei na área de Processos Psicossociais e Socioeducativos. E-mail: cristiane_belo@yahoo.com.br

Larissa Medeiros Marinho dos Santos é Doutora em Psicologia (2008) pela Universidade de Brasília, mestre em Psicologia Social e do Trabalho (2002), graduada e licenciada em Psicologia (1998) pela mesma Universidade. Professora Adjunta do Departamento de Psicologia e colaboradora no Mestrado da Universidade Federal de São João del-Rei. Endereço: Departamento de Psicologia Campus Dom Bosco -UFSJ. Praça Dom Helvécio 74. Sala 122 CEP 36301-160. São João del Rei/MG, Brasil. E-mail: larissa@ufsj.edu.br

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Ago 2014
  • Data do Fascículo
    Ago 2014

Histórico

  • Aceito
    11 Set 2012
  • Recebido
    02 Maio 2012
  • Revisado
    26 Jun 2012
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