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PRC/Psychology: em direção à internacionalização

EDITORIAL

PRC/Psychology: em direção à internacionalização

A PRC/Psychology tem demarcado seu histórico por um crescimento constante. Em 1986, quando foi lançada, era apenas uma revista semestral, interessada em discutir questões psicológicas regionais e apresentar estudos empíricos dentro de critérios internacionais reconhecidos. A partir dali, vários caminhos foram trilhados e desafios superados. Os editores antecessores, William Gomes, Silvia Koller, Cleonice Bosa e Lisiane Bizarro, apresentaram muitos méritos nessa jornada. Todos tinham como meta a evolução da revista e, a cada ano, novos desafios eram superados: quadrimestralização da revista, indexação no PsycInfo, entrada no sistema SciELO, no Redalyc, no LILACS e, finalmente, no tão esperado ISI (Institute of Scientific Information).

As revistas indexadas no ISI recebem todo ano a avaliação do seu Fator de Impacto (Impact Factor IF), publicado pelo Journal of Citation Reports. O IF é um cálculo realizado a partir do número de vezes que artigos de uma revista recebem citações sobre o número de artigos por ela publicados em um determinado período. Esse cálculo é feito somente a partir das publicações indexadas no ISI.

Após dois anos no ISI, conseguimos atingir a incrível marca de IF 1,12, nível elevado especialmente se considerarmos a entrada tão recente nesse sistema. Para que se possa ter uma ideia do significado desse número, somente onze revistas brasileiras (considerando todas as áreas da ciência) receberam IF maior que 1,0.

É claro que esse valor ainda possui alta carga de autocitações (quando artigos publicados na revista citam artigos da própria revista). No nosso entender, os motivos para essa carga estão relacionados com o fato da revista ainda ser pouco conhecida no meio acadêmico internacional, mas especialmente por publicar somente em Português. Com isso, as revistas que citam a PRC são essencialmente revistas brasileiras ou latino-americanas que ainda não estão no ISI, não contando, portanto, para o cálculo do IF.

Considerando nosso planejamento, o índice de autocitação deverá diminuir nos próximos anos, especialmente, pelo aumento gradativo de artigos escritos em inglês: um na 23(2), um na 23(3), três na 24(1), quatro na 24(2), seis na 24(3) e cinco nessa edição. Com essa ampliação estabelecida, aceitando artigos em espanhol e inglês, a produção da nossa revista certamente será mais citada por outras revistas que estão inseridas no ISI. Ou seja, mais pesquisadores estarão lendo e citando os artigos que vocês aqui publicam.

A partir dessa evolução, é claro que o número de submissões cresceu muito. Isso vem significando um aumento considerável no nosso trabalho e, consequentemente, no trabalho de nossos parceiros, os pareceristas. Eles têm contribuído de forma substancialmente na tarefa editorial e temos claro que sem a qualidade de seus pareceres, nossa revista não teria o sucesso que possui. Para que a revista amplie ainda mais sua importância na divulgação e socialização do conhecimento, fazemos um apelo a eles: o envio do parecer no prazo é fundamental. Infelizmente, muitas vezes, não recebemos respostas dos pareceristas convidados, nem mesmo quanto a sua impossibilidade em contribuir, redundando no atraso do processo editorial. E, aqueles que aceitam, muitas vezes, não respondem no prazo solicitado. Talvez um dos aspectos que mais preocupa os autores não é tanto a resposta, mas sim o tempo de espera e a expectativa no recebimento do parecer, seja ele positivo ou negativo. Lembrem que somos agentes de dois papéis ao mesmo tempo. Podemos ser pareceristas agora, mas em outro momento, seremos autores que enviam artigos para as revistas. A colaboração dos colegas deve ser encarada como uma tarefa acadêmica e uma contribuição importantíssima à difusão da psicologia brasileira.

Vale a pena mencionar que esse crescimento e a recente trimestralização da revista, que teve como objetivo principal publicar mais artigos por ano, diminuindo o tempo entre o aceite e a efetiva publicação, provocaram um aumento considerável dos custos da PRC/Psychology. Contudo, os recursos recebidos dos órgãos de fomento não cobrem todas as despesas envolvidas no processo de produção das edições. Por exemplo, o valor concedido pelo CNPq é o mesmo há três anos e cobre apenas por volta de 40% dos gastos. O Programa de Pós-Graduação em Psicologia tem coberto boa parte dos gastos e outra parte é coberta pelas poucas assinaturas (nossa revista é de acesso aberto) e pela taxa de submissão, implementada há dois anos e meio.

Em função dessa situação de dificuldade financeira e como forma de equacionar a relação entre custos e receitas, teremos que adotar medidas que poderão onerar os autores que tiverem seus artigos aceitos para custear o processo de preparação e impressão dos artigos. Essa medida até poderá ser descartada caso tenhamos condições de receber atualizações e incremento dos recursos recebidos pelos órgãos de fomento.

Nosso entendimento é que a socialização do conhecimento é complexa e envolve diferentes níveis que precisam ser considerados na elaboração de políticas públicas. A divulgação do conhecimento aqui no Brasil é importante e contribui com o desenvolvimento acadêmico e profissional. Por outro lado, o processo de internacionalização deve ser colocado como uma proposta que valorize o intercâmbio com outros países e amplie as possibilidades de reconhecimento internacional da produção do conhecimento.

A PRC é uma das poucas revistas A-1 no Brasil na área de Psicologia. Nesse sentido, entende-se que seria desejável para a comunidade científica o reconhecimento das agências de fomento para o trabalho realizado por meio da concessão de recursos financeiros, por meio de editais específicos. Embora se reconheça que se deve ajudar o máximo de revistas possível para contemplar a diversidade da produção do conhecimento em diferentes regiões do país, é necessário também ter políticas afirmativas de apoio para revistas que conseguiram atingir um alto nível e que estão inseridas no processo de internacionalização da divulgação do conhecimento.

Concluindo, ressaltamos que a PRC/Psychology continuará buscando a evolução em direção à internacionalização. Participem de nossos esforços para tornar PRC/Psychology cada vez mais qualificada e, desta forma, contribuir para que os trabalhos do Brasil possam ser reconhecidos no cenário internacional!

Denise Ruschel Bandeira,

Debora Dell'Aglio,

Eduardo Remor,

Mauro Vieira

e Rosa Maria Martins de Almeida

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Maio 2012
  • Data do Fascículo
    2012
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