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Aspectos morfológicos da bulla tympanica de cães após osteotomia restrita ventral e lateral

Morphological aspects of tympanic bulla after ventral and lateral restricted osteotomy in dogs

Resumos

O objetivo deste trabalho foi investigar os aspectos morfológicos da bulla tympanica após osteotomia ventral e lateral. Quarenta cães adultos foram distribuídos em dois grupos de 20 animais cada. No grupo A , os animais foram submetidos a osteotomia ventral da bulla tympanica e no grupo B, a osteotomia lateral da bulla tympanica. Cada grupo foi constituído de 2 subgrupos, de acordo com o período de observação: A1 e B1 (6 semanas), A2 e B2 (12 semanas). No exame macroscópico constatou-se que a concavidade de todas as bullae tympanicae operadas era semelhante às normais. Os estudos histológicos mostraram que a regeneração completa da bulla tympanica ocorreu em apenas alguns animais de cada subgrupo. A presença de tecido conjuntivo na área de osteotomia foi verificada na maioria das bullae tympanicae operadas, resultado estatisticamente significante. A análise histológica e a histomorfometria computadorizada não mostraram diferença significante quanto ao estágio de regeneração óssea em todos os subgrupos. Concluiu-se que uma área de ostetomia restrita não causou alterações significantes na conformação da bulla tympanica de cães submetida a osteotomia ventral ou lateral; e que a regeneração total da bulla tympanica geralmente não ocorreu antes de 12 semanas de pós-operatório.

Ouvido; Ouvido, médio; Osteotomia; Cães


The aim of this study was to evaluate the tympanic bulla morphology after ventral or lateral osteotomy. Forty adult dogs were distributed in 2 groups: group A was submitted to ventral tympanic bulla osteotomy, and group B was submitted to lateral tympanic bulla osteotomy. Two subgroups were analysed, according to the postoperative observation time: A1 and B1 (6 weeks), A2 and B2 (12 weeks). Macroscopic and microscopic features of the tympanic bulla were evaluated. The concavity of the operated bullas was similar to the normal ones. Only few animals in each subgroup presented complete regeneration of the tympanic bulla. On the other hand, connective tissue at the osteotomy site was significantly seen in the operated tympanic bullas. The qualitative histological exams and the histomorphometry showed that there was no significant difference concerning the osseus regeneration stage among the subgroups. Taken together these results lead to the conclusion that a restricted osteotomy did not alter significantly the tympanic bulla conformation and complete regeneration of the tympanic bulla frequently did not occur before 12 weeks of postoperative period.

Ear; Ear, middle; Osteotomy; Dogs


10 - ARTIGO ORIGINAL

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DA BULLA TYMPANICA DE CÃES APÓS OSTEOTOMIA RESTRITA VENTRAL E LATERAL1 1 . Resumo da Tese de Doutorado aprovada no Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina (EPM). 2 . Profa. Dra. do Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da UNESP - Araçatuba. 3 . Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em TOCE da UNIFESP-EPM. 4 . Prof. Adjunto Visitante da TOCE-UNIFESP-EPM. 5 . Prof. Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM. 6 . Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP-EPM.

Adelina Maria da Silva2 1 . Resumo da Tese de Doutorado aprovada no Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina (EPM). 2 . Profa. Dra. do Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da UNESP - Araçatuba. 3 . Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em TOCE da UNIFESP-EPM. 4 . Prof. Adjunto Visitante da TOCE-UNIFESP-EPM. 5 . Prof. Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM. 6 . Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP-EPM.

Djalma José Fagundes3 1 . Resumo da Tese de Doutorado aprovada no Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina (EPM). 2 . Profa. Dra. do Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da UNESP - Araçatuba. 3 . Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em TOCE da UNIFESP-EPM. 4 . Prof. Adjunto Visitante da TOCE-UNIFESP-EPM. 5 . Prof. Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM. 6 . Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP-EPM.

Murched Omar Taha4 1 . Resumo da Tese de Doutorado aprovada no Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina (EPM). 2 . Profa. Dra. do Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da UNESP - Araçatuba. 3 . Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em TOCE da UNIFESP-EPM. 4 . Prof. Adjunto Visitante da TOCE-UNIFESP-EPM. 5 . Prof. Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM. 6 . Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP-EPM.

Saul Goldenberg5 1 . Resumo da Tese de Doutorado aprovada no Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina (EPM). 2 . Profa. Dra. do Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da UNESP - Araçatuba. 3 . Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em TOCE da UNIFESP-EPM. 4 . Prof. Adjunto Visitante da TOCE-UNIFESP-EPM. 5 . Prof. Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM. 6 . Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP-EPM.

Gisele Fabrino Machado2 1 . Resumo da Tese de Doutorado aprovada no Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina (EPM). 2 . Profa. Dra. do Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da UNESP - Araçatuba. 3 . Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em TOCE da UNIFESP-EPM. 4 . Prof. Adjunto Visitante da TOCE-UNIFESP-EPM. 5 . Prof. Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM. 6 . Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP-EPM.

Yara Juliano6 1 . Resumo da Tese de Doutorado aprovada no Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina (EPM). 2 . Profa. Dra. do Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da UNESP - Araçatuba. 3 . Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em TOCE da UNIFESP-EPM. 4 . Prof. Adjunto Visitante da TOCE-UNIFESP-EPM. 5 . Prof. Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM. 6 . Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP-EPM.

Neil Ferreira Novo6 1 . Resumo da Tese de Doutorado aprovada no Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina (EPM). 2 . Profa. Dra. do Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da UNESP - Araçatuba. 3 . Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em TOCE da UNIFESP-EPM. 4 . Prof. Adjunto Visitante da TOCE-UNIFESP-EPM. 5 . Prof. Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM. 6 . Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP-EPM.

Silva AM, Machado GF, Fagundes DJ, Taha MO, Goldenberg S, Juliano Y, Novo NF. Aspectos morfológicos da bulla tympanica de cães após osteotomia restrita ventral e lateral. Acta Cir Bras [serial online] 2001 Out-Dez;16(4). Disponível em: URL: http://www.scielo.br/acb.

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi investigar os aspectos morfológicos da bulla tympanica após osteotomia ventral e lateral. Quarenta cães adultos foram distribuídos em dois grupos de 20 animais cada. No grupo A , os animais foram submetidos a osteotomia ventral da bulla tympanica e no grupo B, a osteotomia lateral da bulla tympanica. Cada grupo foi constituído de 2 subgrupos, de acordo com o período de observação: A1 e B1 (6 semanas), A2 e B2 (12 semanas). No exame macroscópico constatou-se que a concavidade de todas as bullae tympanicae operadas era semelhante às normais. Os estudos histológicos mostraram que a regeneração completa da bulla tympanica ocorreu em apenas alguns animais de cada subgrupo. A presença de tecido conjuntivo na área de osteotomia foi verificada na maioria das bullae tympanicae operadas, resultado estatisticamente significante. A análise histológica e a histomorfometria computadorizada não mostraram diferença significante quanto ao estágio de regeneração óssea em todos os subgrupos. Concluiu-se que uma área de ostetomia restrita não causou alterações significantes na conformação da bulla tympanica de cães submetida a osteotomia ventral ou lateral; e que a regeneração total da bulla tympanica geralmente não ocorreu antes de 12 semanas de pós-operatório.

DESCRITORES: 1.Ouvido 2.Ouvido, médio.3. Osteotomia.4. Cães.

INTRODUÇÃO

A otite externa é uma das doenças mais comuns em cães. Esta doença pode evoluir para otite média e promover o acúmulo de exsudato na bulla tympanica(1).

O tratamento cirúrgico da otite média é realizado por meio da osteotomia da bulla tympanica. A osteotomia ventral da bulla tympanica foi descrita por McNutt e McCoy em 1930(2). A osteotomia lateral da bulla tympanica só passou a ser amplamente utilizada quando foi associada à ablação total do meato acústico externo e os primeiros estudos retrospectivos sobre esse procedimento operatório no tratamento de cães com otite crônica foram publicados por Mason e col.(3), Beckman e col.(4), Matthiesen e Scavelli(5) e White e Pomeroy6) .

A morfologia da bulla tympanica submetida a osteotomia ventral ou lateral foi investigada em estudos experimentais realizados por McAnulty e col.(7,8) em cães, onde foram propostas osteotomias amplas, com ressecção quase total da bulla tympanica.

Dados sobre a conformação da bulla tympanica após osteotomia ventral ou lateral podem ser úteis no estudo de recidivas de otite média, alterações na função da orelha média e reoperações. Foi proposto então, o estudo morfológico da bulla tympanica submetida a osteotomia ventral e lateral, em que a área de osteotomia fosse restrita, conforme técnica comumente utilizada.

MÉTODOS

Foram utilizados 40 cães (Canis familiaris), sem raça definida, adultos, 20 machos e 20 fêmeas, com peso médio de 13,7 quilos e idade média de 2,4 anos. A amostra foi distribuída aleatoriamente em dois grupos de 20 animais cada: grupo A (animais submetidos a osteotomia ventral da bulla tympanica) e grupo B (animais submetidos a osteotomia lateral da bulla tympanica). Esses grupos foram subdivididos em dois subgrupos de 10 animais cada, denominados A1 e A2; B1 e B2, de acordo com o período de observação que foi respectivamente de 6 e 12 semanas.

Os cães ficaram em jejum para alimentos sólidos por 12 horas e para água por 2 horas, antes do ato operatório. A medicação pré-anestésica administrada foi acepromazina a 1%1, na dose de 0,2 mg.kg-1, por via subcutânea. Decorridos 20 minutos, foi administrado antibiótico: enrofloxacina2, na dose de 5 mg.kg-1, por via subcutânea. A anestesia geral foi induzida pela administração intravenosa de pentobarbital sódico a 3%3, na dose de 15 mg.kg-1e de citrato de fentanila a 0,005%4, na dose de 0,025 mg.kg-1.

Nos cães do grupo A, a incisão da pele foi feita na região ventral do pescoço. Após a incisão da pele, tela subcutânea e músculo milo-hióideo, a bulla tympanica foi exposta por meio da dissecção romba entre os músculos digástrico e hioglosso. A bulla tympanica foi perfurada com uma haste de metal pontiaguda. Esse orifício foi alargado com pinça goiva de Friedman até ser obtida uma área retangular de 5 x 7 mm que foi medida com um calibrador tampão (Fig. 1).


A cavidade timpânica foi curetada com cureta de Spratt, irrigada com solução de cloreto de sódio a 0,9%5 e drenada com um dreno de Penrose6 nº 1. A tela subcutânea e a pele foram suturadas com fio de poliamida monofilamentar de 0,30 mm de diâmetro(7).

Nos cães do grupo B o procedimento operatório foi iniciado por uma incisão da pele feita paralelamente à borda proximal do trago e uma segunda incisão perpendicular à primeira, sobre o meato acústico externo cartilaginoso. Após a dissecção da tela subcutânea, o meato acústico externo cartilaginoso ficou exposto e foi excisado. A osteotomia lateral da bulla tympanica foi iniciada a partir do poro acústico externo com pinça goiva de Beyer e alargada com pinça goiva de Friedman até se obter uma área retangular de 5 x 7 mm, que foi medida com calibrador tampão (Fig. 2).


A cavidade timpânica foi curetada com cureta de Spratt, irrigada com solução de cloreto de sódio a 0,9% e drenada com um dreno de Penrose nº 1. A tela subcutânea e a pele foram suturadas com fio de poliamida monofilamentar de 0,30 mm de diâmetro.

O dreno de Penrose foi removido três dias após o procedimento operatório e a retirada dos pontos cutâneos foi realizada no sétimo dia do período pós-operatório. A administração do antibiótico enrofloxacina8 na dose de 5 mg.kg-1 por via oral foi continuada nos primeiros três dias do período pós-operatório, em dose única a cada 24 horas.

Durante o período pós-operatório os animais de ambos os grupos (A e B) foram observados quanto à presença de sinais clínicos que indicassem lesão da orelha interna. Os cães do grupo A também foram avaliados quanto à presença de lesão do nervo hipoglosso. Nos cães do grupo B foi verificada ainda, a presença ou não de lesão do nervo facial.

Terminado o procedimento operatório, foram feitas radiografias da cabeça de cada animal em 4 projeções: ventrodorsal, com a boca aberta, lateral oblíqua direita e lateral oblíqua esquerda. O exame radiográfico, como anteriormente descrito, foi repetido quando o período de observação de cada animal se completou. As radiografias nas quatro projeções foram feitas com os cães anestesiados. O procedimento anestésico foi o mesmo adotado para a realização das operações. A seguir, os cães foram submetidos a eutanásia pela administração intravenosa de super-dose de pentobarbital sódico a 3% (30 mg.kg-1).

Na necropsia dos cães, as bullae tympanicae operada e normal foram retiradas do crânio com serra manual e fixadas em solução aquosa de formaldeído a 10%. Após a fixação, as peças foram descalcificadas em solução aquosa de etileno diamino tetra acetato (EDTA) sal dissódico a 5,5%. Após descalcificação, as peças foram seccionadas ao meio, transfixando-se a área de osteotomia no sentido de seu maior eixo. As peças foram então desidratadas em soluções de álcool etílico, diafanizadas pelo xilol, impregnadas e incluidas em parafina. Os cortes obtidos em micrótomo e corados pela hematoxilina e eosina (HE) foram examinados em microscópio de luz e submetidos a análise histológica.

Para a histomorfometria computadorizada foi utilizado um "scanner" marca Polaroid (Cambridge, MA, EUA), modelo Sprintscan 35 Plus com adaptador para leitura de lâminas de vidro e um microscópio marca Zeiss (Oberkochen, Alemanha), modelo Axioplan. Uma câmara de vídeo Sony (Tóquio, Japão), modelo DXC 151, foi acoplada ao fototubo do microscópio. Essa câmara de vídeo foi conectada a uma placa de captura de imagens da marca Matrix Vision (Oppenweiler, Alemanha) instalada em microcomputador padrão IBM-PC (Santa Clara, CA, EUA) com processador Intel Pentium II 450mhz, 128 MB de memória Ram, disco rígido de 14,4 GB de capacidade e placa de vídeo marca Nvidia (Santa Clara, CA, EUA) modelo Riva TNT com 16 MB de memória Ram. Foram utilizados os programas Corel Photopaint 8 Corel Corp. (Ottawa, Canadá) e Image Pro Plus versão 1.2 Media Cybernetics (Silver Spring, MD, EUA).

O "scanner" foi calibrado com resolução de 106 pixels/mm para mensuração de áreas de tecido conjuntivo e resolução espacial (óptica) de 2700 dpi. As imagens foram obtidas, sem compressão, através do formato Tiff (true image format). Foi utilizada resolução espectral de 24 bits (superior a 16 milhões de cores). As imagens obtidas através do scanner foram avaliadas por dois patologistas simultaneamente, sendo realizadas as mensurações através do programa de computador Image Pro Plus. Nesse estudo planimétrico foi medida a extensão de tecido conjuntivo em mm, presente na área de osteotomia.

Para análise dos resultados foram aplicados os seguintes testes estatísticos:

1. Teste de McNemar (9) para estudar a presença das características estudadas entre o lado operado e o lado não operado.

2. Teste exato de Fisher (10) para comparar as semanas de estudo e os tipos de procedimento operatório.

3. Teste de Mann-Whitney (10) para comparar os subgrupos em relação à extensão em mm de tecido conjuntivo.

Fixou-se em 0,05 ou 5% (a £ 0,05) o nível de rejeição da hipótese de nulidade assinalando-se com um asterisco os valores significantes.

RESULTADOS




DISCUSSÃO

A bulla tympanica é uma estrutura anatômica localizada profundamente na cabeça de cães, por isso a medição da área de osteotomia não pôde ser realizada com uma régua. Para tanto, foi idealizado um calibrador tampão, especificamente confeccionado para este experimento. A área de osteotomia era efetuada até que o retângulo menor do calibrador tampão medindo 5 x 7 mm pudesse passar pela abertura, mas o retângulo maior (6 x 8 mm), não.

Nenhum cão deste experimento apresentou sinais clínicos que indicassem lesão da orelha interna. Esse resultado era esperado principalmente nos cães do grupo A, pois a osteotomia ventral da bulla tympanica parece oferecer menor chance de lesão à parte dorsal da cavidade timpânica, onde estão localizados os ossículos auditivos e as janelas da orelha interna. Do mesmo modo, lesão da orelha interna não foi relatada em nenhuma das publicações sobre osteotomia ventral da bulla tympanica (8, 11, 12).

Contudo, nos estudos retrospectivos sobre osteotomia lateral da bulla tympanica associada a ablação total do meato acústico externo cartilaginoso, observou-se incidência de 2 a 14% de lesão da orelha interna. A lesão da orelha interna foi evidenciada por nistagmo, ataxia e inclinação da cabeça. O nistagmo e a ataxia desapareceram rapidamente mas a inclinação da cabeça permaneceu em alguns animais (3, 4, 5, 6). Embora a área da osteotomia lateral estivesse localizada mais perto da parte dorsal da cavidade timpânica, nenhum cão do grupo B apresentou sinais clínicos de lesão da orelha interna.

O nervo hipoglosso pôde ser claramente identificado ao longo da face lateral do músculo hioglosso nos procedimentos operatórios dos cães do grupo A. Embora tivesse sido tracionado pela dissecção e afastamento das bordas da ferida operatória, nenhum animal do grupo A apresentou paralisia da língua, sinal clínico decorrente de lesão do nervo hipoglosso. Resultado semelhante foi obtido por Denny(11), mas na série de casos publicada por Sharp(12), um dos 13 cães submetidos a osteotomia ventral da bulla tympanica apresentou paralisia do nervo hipoglosso.

O nervo facial não pôde ser claramente identificado na maioria dos cães do grupo B. Apesar dessa dificuldade, nenhum animal apresentou paralisia do nervo facial. A incidência de paralisia temporária do nervo facial variou de 5 a 28 % nos estudos retrospectivos sobre osteotomia lateral da bulla tympanica associada a ablação total do meato acústico externo cartilaginoso, enquanto que a incidência de paralisia permanente variou de 0 a 25% (3, 4, 5, 6). Como é mais provável que problemas surjam quando ossificação extensa do meato acústico externo cartilaginoso, abscessos na região peri-auricular ou neoplasias tenham alterado a anatomia normal da região do nervo facial(4,5), o bom resultado obtido nesta pesquisa foi obviamente facilitado pela ausência de processo inflamatório crônico nos animais operados.

Nenhuma alteração foi detectada nas bullae timpanicae operadas quando comparadas às normais nas radiografias em projeção ventrodorsal. Tal fato provavelmente ocorreu devido à sobreposição dos vários ossos do crânio.

Observou-se neste experimento que a projeção com a boca aberta, e principalmente a projeção lateral oblíqua permitiram a visão da bulla tympanica destacada dos outros ossos do crânio. Por isso alterações sutis puderam ser detectadas em muitas radiografias realizadas nessas projeções.

Nos cães do grupo A, a interrupção do contorno da bulla tympanica, que seria correspondente à área de osteotomia ventral, pôde ser constatada em várias radiografias em projeção lateral oblíqua e em projeção com a boca aberta feitas no pós-operatório imediato. Seis ou doze semanas após o procedimento operatório, observou-se achatamento no contorno da bulla tympanica em quase metade dos animais do grupo A. Essas alterações foram detectadas em oito radiografias na projeção lateral oblíqua e em duas radiografias na projeção com a boca aberta. Esses resultados sugerem que, após osteotomia ventral, a bulla tympanica não readquire a sua convexidade normal. Contudo, Holt e Walker(13), afirmaram que a reconstituição da bulla tympanica após osteotomia ventral nem sempre ocorre, pois constataram a ausência da parede ventral da bulla tympanica nas radiografias de alguns cães operados há cinco anos.

Em todos os 20 cães do grupo B, a osteotomia lateral pôde ser consistentemente detectada, como uma área de radiotransparência, nas radiografias em projeção lateral oblíqua realizadas no pós-operatório imediato. Decorridas seis ou doze semanas após o procedimento operatório, a área de radiotransparência não foi constatada em 4 animais do subgrupo B1 e em 3, do subgrupo B2.

O exame radiográfico é utilizado no diagnóstico de otite média e a alteração mais importante é o aumento da densidade da cavidade timpânica, devido à presença de pus, tecido de granulação, fibroso ou ósseo (1,3,4,5,11, 12,14).Neste experimento, opacidade da cavidade timpânica não foi observada em nenhuma radiografia, indicando que a bulla tympanica operada não foi preenchida por qualquer tecido, permanecendo repleta de ar. Resultado semelhante foi constatado por Holt e Walker(13) ao analisarem radiografias de cinco cães submetidos há 5 anos a osteotomia ventral da bulla tympanica para tratamento de otite média. No mesmo estudo, esses autores constataram leve espessamento da parede na maioria das bullae tympanicae submetidas a osteotomia ventral. Na presente pesquisa, o espessamento da parede da bulla tympanica não foi detectado em nenhuma radiografia.

Em todos os animais deste experimento, observou-se que a bulla tympanica operada apresentava conformação semelhante à da bulla tympanica normal (Figuras 3 e 4).

Constatou-se apenas um leve achatamento da porção ventral da bulla tympanica nos cães do grupo A e da porção lateral da bulla tympanica nos cães do grupo B. A concavidade das bullae timpanicae operadas manteve-se presente (Tabela 1). Em nenhuma peça observou-se o preenchimento da cavidade timpânica por algum tipo de tecido. Em alguns animais, de ambos os grupos, verificou-se apenas a presença de uma leve protuberância no local original da osteotomia.

Esses resultados diferem dos obtidos por McAnulty e col.(7,8), que fizeram osteotomia bem ampla da bulla tympanica. Nos experimentos desses autores, a obliteração completa ou parcial da cavidade timpânica pode ser detectada em mais da metade dos cães operados. O objetivo era justamente esse, causar o desaparecimento da cavidade timpânica, considerada um espaço para acúmulo de exsudatos. Pretendia-se que a cavidade timpânica fosse ocupada por tecido conjuntivo, que mais vascularizado, ofereceria melhores condições para combater a infecção presente na orelha média. Mas em um cão submetido a osteotomia ventral a audição ficou significantemente reduzida, conforme resultados obtidos na audiometria do tronco cerebral. Provavelmente, os ossículos auditivos e a membrana do tímpano foram imprensados pela proliferação de tecido ósseo dentro da cavidade timpânica.

Com a obtenção desses resultados, McAnulty e col.(8) recomendaram que a ostetomia ventral não fosse maior do que o necessário para exposição da orelha média. Dessa maneira, a cavidade timpânica seria mantida e não haveria prejuízo à audição do paciente. No presente experimento, foi realizada uma osteotomia ventral restrita, pois as paredes laterais da bulla tympanica foram mantidas e o exame macroscópico confirmou a manutenção da cavidade timpânica.

A compressão dos ossículos auditivos poderia não ser muito significativa na osteotomia lateral da bulla tympanica, já que essa operação associada à ablação total do meato acústico externo compromete seriamente a função auditiva, mas a proliferação óssea dentro da cavidade timpânica poderia lesar as janelas do vestíbulo e da cóclea da orelha interna causando sinais clínicos transitórios como nistagmo e ataxia ou mesmo permanentes, como a inclinação da cabeça. No presente experimento, observou-se a manutenção da cavidade timpânica, praticamente nas suas dimensões originais, em todos os animais do grupo B; provavelmente porque a osteotomia ficou restrita à uma pequena área da parede lateral da bulla tympanica.

Com exceção de 3 cães do subgrupo B1 e de um cão do subgrupo B2, a maioria dos animais submetidos a osteotomia lateral da bulla tympanica apresentou secreção no local operado. Deduziu-se que houve a permanência de glândulas presentes no revestimento do meato acústico externo ósseo e que a utilização de cureta e pinça goiva não foram eficientes na retirada do epitélio e derme. Sugere-se portanto, que uma raspagem mais radical do meato acústico externo ósseo seja testada com o uso de uma broca a ar comprimido ou elétrica.

Neste experimento, a membrana do tímpano e ossículos auditivos não foram retirados e esse fato pode ter contribuído para a presença de secreção. No experimento de McAnulty e col.(7), observou-se o acúmulo de restos celulares queratinizados nos dois cães que apresentaram retenção da membrana do tímpano. Parece improvável que raspagem completa do meato acústico externo ósseo possa ser feita sem a retirada da membrana do tímpano. Como a retirada da membrana do tímpano só pode ser efetivamente realizada junto com a remoção do martelo, restaria confirmar se tal procedimento não aumentaria a incidência de lesão da orelha interna.

Existe controvérsia quanto a remoção ou não dos ossículos auditivos. Beckman e col.(4) afirmararam que em casos de otite média ocorre osteomielite dos ossículos auditivos e por isso os mesmos foram removidos durante a curetagem da bulla tympanica. Mas, Smeak e col.(14) relataram 7 casos de recidiva de infecção após osteotomia lateral da bulla tympanica associada a ablação total do meato acústico externo, tratadas com osteotomia ventral da bulla tympanica, e obtiveram sucesso sem a remoção dos ossículos auditivos.

Krahwinkel e col.(15) verificaram que em ouvidos com infecção crônica nos quais a bulla tympanica estava repleta de exsudato, granuloma ou tecidos necrosados, não foi possível identificar os ossículos auditivos. Esses autores avaliaram a função auditiva de 7 cães com otite externa crônica e média antes e após a realização bilateral de osteotomia lateral da bulla tympanica associada a ablação total do meato acústico externo. Concluíram que a audição, já muito comprometida antes do procedimento operatório, reduziu-se minimamente após a mesma, de acordo com os resultados da audiometria do tronco cerebral realizada com estímulos conduzidos pelo ar e pelo osso.

McAnulty e col.(7) verificaram que, para efeitos práticos, os cães que tiveram a membrana do tímpano e martelo removidos, ficaram surdos após o procedimento operatório. No estudo experimental desses autores, a audição foi avaliada através de audiometria do tronco cerebral com estímulos conduzidos pelo ar. Esses autores constataram ainda que a retirada da membrana do tímpano e martelo não causou complicações vestibulares, mas não recomendaram a retirada da bigorna e estribo, para evitar trauma à janela do vestíbulo e estruturas correlatas.

O exame histológico deste experimento demonstrou que, embora possível, a regeneração total da bulla tympanica geralmente não ocorre antes de 12 semanas de pós-operatório. Na maioria das bullae tympanicae operadas observou-se a presença de tecido conjuntivo na área de osteotomia, não havendo diferença estatisticamente significante entre os quatro subgrupos(Tab.2,3,4,5,6,) .

Houve uma grande variabilidade entre os cães em relação à velocidade de regeneração. Nas fases mais precoces, detectou-se a presença de tecido conjuntivo não modelado e altamente celularizado na área de osteotomia. Em muitas lâminas histológicas observou-se a presença de tecido ósseo esponjoso dentro da massa de tecido conjuntivo, indicando que a regeneração da bulla tympanica ocorre por ossificação intramembranosa. Numa fase ainda mais adiantada observou-se a proliferação de tecido ósseo esponjoso na face interna da bulla tympanica (Figura 5).

Nos animais que apresentaram regeneração total da bulla tympanica a área original da osteotomia estava ocupada por tecido ósseo esponjoso.

Ocorreu grande variabilidade na extensão de tecido conjuntivo presente na área de osteotomia medida pela histomorfometria computadorizada; não havendo diferença estatisticamente significante entre os quatro subgrupos (Tab. 7). A área retangular de osteotomia ventral ficou delimitada pelos quatros lados por tecido ósseo compacto, mas na osteotomia lateral, o lado proximal da área retangular, junto ao poro acústico externo, ficou livre dessa delimitação óssea. Por isso, no grupo B, o tecido conjuntivo que ocupou a área de osteotomia pode crescer em sentido proximal, ultrapassando os limites da área original de osteotomia. Isso explicaria os valores da histomorfometria acima de 8 mm registrados no grupo B.

CONCLUSÕES

1. A bulla tympanica submetida a osteotomia restrita, tanto pelo acesso ventral como pelo acesso lateral, apresentou conformação semelhante à bulla tympanica normal, com preservação da cavidade timpânica.

2. A regeneração total da parede óssea da bulla tympanica submetida a osteotomia ventral ou lateral não ocorreu antes de 12 semanas de pós-operatório.

Silva AM, Machado GF, Fagundes DJ, Taha MO, Goldenberg S, Juliano Y, Novo NF. Morphological aspects of tympanic bulla after ventral and lateral restricted osteotomy in dogs. Acta Cir Bras [serial online] 2001 Oct-Dec;16(4). Available from: URL: http://www.scielo.br/acb.

ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the tympanic bulla morphology after ventral or lateral osteotomy. Forty adult dogs were distributed in 2 groups: group A was submitted to ventral tympanic bulla osteotomy, and group B was submitted to lateral tympanic bulla osteotomy. Two subgroups were analysed, according to the postoperative observation time: A1 and B1 (6 weeks), A2 and B2 (12 weeks). Macroscopic and microscopic features of the tympanic bulla were evaluated. The concavity of the operated bullas was similar to the normal ones. Only few animals in each subgroup presented complete regeneration of the tympanic bulla. On the other hand, connective tissue at the osteotomy site was significantly seen in the operated tympanic bullas. The qualitative histological exams and the histomorphometry showed that there was no significant difference concerning the osseus regeneration stage among the subgroups. Taken together these results lead to the conclusion that a restricted osteotomy did not alter significantly the tympanic bulla conformation and complete regeneration of the tympanic bulla frequently did not occur before 12 weeks of postoperative period.

KEY WORDS: 1.Ear, 2.Ear, middle. 3.Osteotomy. 4.Dogs.

Conflito de interesses: nenhum

Fontes de financiamento: nenhuma

Endereço para correspondência:

Adelina Maria da Silva

Rua Afonso Pena, 2000 Bl3/32

Araçatuba – SP

16060-040

e-mail: adelmsil@fmva.unesp.br

Data do recebimento: 06/06/2001

Data da revisão: 13/07/2001

Data da aprovação: 08/08/2001

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  • 1
    . Resumo da Tese de Doutorado aprovada no Programa de Pós-Graduação em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (TOCE) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina (EPM).
    2
    . Profa. Dra. do Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da UNESP - Araçatuba.
    3
    . Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em TOCE da UNIFESP-EPM.
    4
    . Prof. Adjunto Visitante da TOCE-UNIFESP-EPM.
    5
    . Prof. Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM.
    6
    . Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP-EPM.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Set 2003
    • Data do Fascículo
      Dez 2001

    Histórico

    • Aceito
      08 Ago 2001
    • Revisado
      13 Jul 2001
    • Recebido
      06 Jun 2001
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