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Contensor mecânico para ratos

Mechanic contensor for rats

Resumos

Foram utilizados 20 ratos (Rattus norvegicus albinus), da linhagem Wistar, para o experimento. A contensão realizada com o dispositivo proporciona facilidade de administração de drogas sem riscos de causar ferimentos no animal, além de ser útil a pessoas não afeitas a manipulação de ratos.

Animais de laboratório; Imobilização; Ratos


20 rats (Rattus norvegicus albinus) from Wistar lineage were used for the experiment. The struggle performed with the device provides facility for drug administration without risks of causing injury in the animal, besides being useful for people not used to rats manipulation.

Animals, laboratory; Immobilization; Rats


15 - INFORME TÉCNICO

CONTENSOR MECÂNICO PARA RATOS1 1 . Trabalho do Biotério da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pouso Alegre - MG. 2 . Médico Veterinário, responsável Técnico do Biotério da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pouso Alegre - MG e Faculdade de Medicina de Itajubá - MG.

Carlos Eduardo Mayor Pereira2 1 . Trabalho do Biotério da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pouso Alegre - MG. 2 . Médico Veterinário, responsável Técnico do Biotério da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pouso Alegre - MG e Faculdade de Medicina de Itajubá - MG.

Pereira CEM. Contensor mecânico para ratos. Acta Cir Bras [serial online] 2001 Out-Dez;16(4). Disponível em: URL: http://www.scielo.br/acb.

RESUMO: Foram utilizados 20 ratos (Rattus norvegicus albinus), da linhagem Wistar, para o experimento. A contensão realizada com o dispositivo proporciona facilidade de administração de drogas sem riscos de causar ferimentos no animal, além de ser útil a pessoas não afeitas a manipulação de ratos.

DESCRITORES: Animais de laboratório. Imobilização. Ratos.

INTRODUÇÃO A contensão de animais de laboratório tem sido discutida por muitos autores. É necessário que se tenha presente na memória, que todo animal possui um instinto de autopreservação, por isso, mesmo um animal aparentemente amigável, encara qualquer movimentação praticada com ele, assim como qualquer indivíduo, como um agressor

1. Nos Princípios Éticos da Experimentação Animal postula-se: "todas as pessoas que pratiquem experimentação biológica devem tomar consciência de que o animal é dotado de sensibilidade de memória e que sofre sem poder escapar à dor"

2.

A maioria dos roedores possui cauda, e esta pode ser utilizada para suspender o animal, desde que se trate de uma manobra rápida e cuidadosa, em que ele seja prontamente colocado sobre uma superfície de apoio, evitando o desconforto. Quando este tipo de contensão é adotado, ele deve ser feito pela base da cauda para prevenir que ocorram fraturas, divulsão da pele da cauda e conseqüentes ferimentos. Tal manobra também dificulta que o animal se vire e morda o pesquisador, devido à sua agilidade3.

A incompetência de uma contensão pode causar sérias conseqüências ao animal de experimentação, como causar condição estressante e indesejável, com desequilíbrio de funções orgânicas, o que determina a ocorrência de alterações fisiológicas, muitas vezes imperceptíveis e, até mesmo, predispô-los a patologias. Contensões corretas beneficiam tanto o animal de experimentação como o pesquisador, além de afastarem a excitação, de prevenir a fuga e as agressões ao pesquisador, como mordeduras e arranhões3.

Devido as falhas e riscos de contensão manual desenvolveu-se um dispositivo mecânico, na tentativa de contribuir para maior segurança e facilidade no manuseio desses animais de laboratório.

OBJETIVO Avaliar o uso de um contensor mecânico para ratos. MÉTODOS Foram utilizados 20 ratos (

Rattus norvegicus albinus), da linhagem Wistar, machos, com uma variação de peso corporal entre 300 e 400 gramas(g), alojados em gaiolas individuais, mantidos em temperatura ambiente, ração própria para a espécie e oferta de água

ad libitum.

O dispositivo foi confeccionado utilizando tubos de cloreto de polivinila rígido (PVC) de 60 milímetros de diâmetro, acoplando em suas extremidades 2 tampões também de PVC de 60 milímetros. Os tampões são dotados de aberturas, uma para administração de droga via oral e outra para punção da veia caudal. No tubo há uma abertura para administração de droga via intraperitoneal (Figura 1), além da fixação de 4 hastes de PVC que funcionam como apoio do contensor.


Foram construídos 2 contensores: um para ratos pesando até 350 g, de cor verde, outro para ratos pesando acima de 350 g, de cor azul (Figura 2).


O dispositivo é lavável e pode ser submetido a banhos de imersão com hipoclorito de sódio para desinfecção.

Cada rato foi retirado da caixa de polipropileno, com dimensões de 49x34x16 centímetros(cm), própria para alojar animais de laboratório e colocado em uma mesa plana, medindo 28x90x86 cm, onde encontrava-se um contensor aberto propositalmente, para que o animal pudesse entrar no dispositivo.

Espera-se o animal colocado na superfície da mesa entrar espontaneamente no dispositivo, sem demonstrar medo (Figura 3). Em seguida, fecha-se o contensor, ficando o animal imobilizado para administração de drogas (Figura 4).



RESULTADOS

Na técnica de contensão utilizando este dispositivo, encontrou-se facilidade do pesquisador em conter e administrar drogas, seja por via oral, intravenosa ou intraperitoneal, sem causar ferimentos nos animais e na pessoa que o está manuseando.

DISCUSSÃO

Como contensão entende-se o manuseio pelo qual promove-se limitação dos movimentos ou imobilização do animal. Como já foi citado, o manuseio brusco e incorreto pode causar alterações fisiológicas, patológicas e comportamentais, inclusive deixando os animais mais agressivos, onde muitas vezes pode interferir nos resultados do experimento3.

O contensor mecânico, além da vantagem de imobilizar o rato, sem causar danos a este ou ao pesquisador, facilita a administração de drogas injetáveis por via intraperitoneal (Figura 1), punção ou administração de drogas por via endovenosa (Figura 5) e administração de drogas por via oral (Figura 6).



Os indivíduos variam em sua habilidade de manuseio com os animais. Tal habilidade é desenvolvida pelo treino. Existem técnicas corretas e incorretas de manusear os ratos e, a insistência em adquirir tais técnica, leva a resultados mais objetivos. Isso é muito importante por razões humanitárias, entretanto diz-se que se uma pessoa é mordida por um rato é por seu próprio erro. Se ele fosse mais habilidoso, não teria sido mordido. Essas pessoas provocam o comportamento agressivo do animal4.

Com o uso de luvas e pinças para ratos, corre-se o risco de criarmos animais agressivos, sendo contra-indicado. É aceito, somente, por questões de segurança, quando se trabalha com animais infectados, para evitar o risco do pesquisador contrair infecções perigosas4.

CONCLUSÃO

O contensor mecânico facilita a imobilização, sem causar danos ao animal e a pessoa que o está manuseando, assim como a administração de drogas por via oral, intravenosa e intraperitoneal.

Pereira CEM. Mechanic contensor for rats. Acta Cir Bras [serial online] 2001 Oct-Dez;16(4). Available from: URL: http://www.scielo.br/acb.

ABSTRACT: 20 rats (Rattus norvegicus albinus) from Wistar lineage were used for the experiment. The struggle performed with the device provides facility for drug administration without risks of causing injury in the animal, besides being useful for people not used to rats manipulation.

KEY WORDS: Animals, laboratory. Immobilization. Rats.

Conflito de interesses: nenhum

Fontes de financiamento: nenhuma

Endereço para correspondência:

Carlos Eduardo Mayor Pereira

Rua Monsenhor José Paulino, 249

Pouso Alegre - MG

37550-000

Tel: (35)3449-2148 - 3421-1531

e-mail: facimpa@unipa.br

Data do recebimento: 15/05/2001

Data da revisão: 23/06/2001

Data da aprovação: 02/08/2001

  • 1. Schossler JE. A escolha, contensăo e manuseio de animais de experimentaçăo. Acta Cir Bras 1993;8:166-9.
  • 2
    Colégio Brasileiro de Experimentação Animal. Princípios éticos na experimentação animal. São Paulo: COBEA; 1991.
  • 3. Souza NL. Comportamento, contensăo e sexagem das espécies convencionais de laboratório. In: Luca RR, Alexandre SR, Marquest T, Merusse JLB, Neves SP. Manual para técnicos em bioterismo. Săo Paulo: Winner Graph; 1996.
  • 4. Gomes OM. Cirurgia experimental. Săo Paulo: Sarvier; 1978.
  • 1
    . Trabalho do Biotério da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pouso Alegre - MG.
    2
    . Médico Veterinário, responsável Técnico do Biotério da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pouso Alegre - MG e Faculdade de Medicina de Itajubá - MG.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Set 2003
    • Data do Fascículo
      Dez 2001

    Histórico

    • Revisado
      23 Jun 2001
    • Recebido
      15 Maio 2001
    • Aceito
      02 Ago 2001
    Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia https://actacirbras.com.br/ - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: actacirbras@gmail.com