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CIRURGIA TORÁCICA

001

"PRIMING" AUTÓLOGO RETRÓGRADO NA CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA DE ADULTOS

RETROGRADE AUTOLOGOUS PRIMING IN ADULTS CARDIOPULMONARY BYPASS

Reges, R.V., Vicente, W.V.A., Filho, W.T., Évora, P.R.B., Vicente, L.M., Reis, C.S.

Clínica CECORP, Ribeirão Preto, SP.

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Analisar experiência obtida, em adultos, submetidos a nova técnica, "priming" autólogo retrógrado (PAR), de circulação extracorpórea (CEC), voltada a reduzir a adição de volume ao oxigenador durante a operação, a fim de reduzir a hemodiluição durante a CEC, e as transfusões de sangue e derivados.

MÉTODOS: Uma coorte operada com PAR, n=27, de 18/setembro a novembro/2000, foi comparada com outra, operada por técnica de CEC padrão, n=35, no período de julho a 14/setembro/2000. Em ambos os grupos utilizaram-se oxigenador de membrana. Na técnica padrão, utilizou-se 2000 ml de perfusato cristalóide, ao passo que nos casos de PAR, após preenchimento do circuito de CEC com perfusato idêntico, o "priming" cristalóide restante no oxigenador era transferido para o reservatório de cardiotomia. Imediatamente antes do início da CEC, permitia-se que sangue autólogo preenchesse retrogradamente as linhas arterial e venosa; tendência à hipotensão arterial foi compensada com infusão EV, de vasoconstrictor.

RESULTADOS: O emprego de PAR promoveu um aumento significativo do hematócrito (32,7±0,8 vs 27,4±0,9 %) durante a CEC, graças à redução de 729±75,6 ml (30 %) no volume de perfusato efetivamente utilizado para início da CEC. Uma tendência, não significativa, à redução tanto da proporção de pacientes transfundidos (11,1 vs 17,1 %) quanto do volume de sangue transfundido (300 vs 500 ± 104,1 ml), no intra-operatório, foi observado.

CONCLUSÃO: A utilização de PAR significativa redução da hemodiluição durante a CEC, além de uma tendência à menor realização de transfusão sanguínea intra-operatória, contribuindo para reduzir os desarranjos próprios da CEC.

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002

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO SUCCINATO SÓDICO DE HIDROCORTISONA NA RESISTÊNCIA DA LINHA DE SUTURA DA ANASTOMOSE TRAQUEAL EM COELHOS

EVALUATION OF HIDROCORTISONE SODIUM SUCCINATE INFLUENCE IN THE RESISTANCE OF SUTURE LINE OF TRACHEAL RABBITS)

Carreirão, W N; De Castro, S B; Medeiros, J M J; Resener, V; Fenili, R.

Universidade Regional de Blumenau / Centro de Ciências da Saúde / Departamento de Clínica Cirúrgica / Laboratório de Técnica Cirúrgica

INTRODUÇÃO: A principal patologia da traquéia é a estenose traqueal. A traqueoplastia é o procedimento preferido para tratamento sendo o sucesso dependente de boa cicatrização.

OBJETIVOS: Avaliar a influência do succinato sódico de hidrocortisona na resistência e análise histológica da sutura traqueal, determinando a dose mínima capaz de diminuir a força de ruptura da anastomose traqueal.

MÉTODOS: Foram utilizados 30 coelhos. Para as medições da força da linha de sutura traqueal, utilizou-se um aparelho de medição de tensão. Na análise histológica foi analisado a presença de tecido de granulação, classificando a resposta inflamatória em acentuada, moderada e discreta. Os animais foram divididos em quatro grupos: GRUPO A (GA) 0,125 ml/Kg/dia de soro fisiológico; GRUPO B (GB) succinato sódico de hidrocortisona (SSH) 2 mg/Kg/dia; GRUPO C (GC) SSH 5 mg/Kg/dia; GRUPO D (GD) SSH 10 mg/Kg/dia. As doses foram administradas por via intra muscular, três dias antes da traqueoplastia até oito dias após a mesma, quando os animais foram sacrificados.

RESULTADOS: Dos 30 animais, 7 pertencem ao GA, 7 GB, 8 GC e 8 GD. A força média para ruptura no GA foi 1,711 kgf; GB 1,640 kgf; GC 1,834 kgf, GD 1,338 kgf. Não foi encontrado significação estatística comparando os grupos (p=0,2721). Quanto ao estudo histológico não encontramos significação estatística comparando os grupos entre si (p=0,2653).

CONCLUSÃO: A dose de 10 mg/Kg/dia diminui a resistência da linha de sutura traqueal. Não foi possível a obtenção de resultados estatisticamente significativos quanto a dose mínima. O estudo histológico não foi significativo.

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003

TÉCNICA DE ALOTRANSPLANTE PULMONAR UNILATERAL EM RATOS

TECHINIQUE OF UNILATERAL RAT ALLOTRANSPLANTATION

Martins, L.K.; Anflor Jr, L.C.; Koefender, C.; Tonietto, T.; Martins, F.K.; Andrade, C.F.; Cardoso, P.F.G.

Departamento de Cirurgia-Disciplina de Cirurgia Torácica-Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.

INTRODUÇÃO: Os estudos de preservação, injúria de reperfusão e métodos de ventilação pulmonar pós-transplante são usualmente realizados em animais de médio porte (cão e porco), cujos modelos experimentais são dispendiosos e de difícil manejo. A crescente demanda de pesquisa em transplantes requer modelos mais eficientes e baratos que permitam resultados confiáveis e em prazo menor para que, posteriormente, possam ser transportados para animais de maior porte e, finalmente, aplicados em anima nobile. Os modelos experimentais de transplante pulmonar em animais de pequeno porte requer técnica refinada e material específico para que atinjam-se resultados confiáveis.

OBJETIVO: Descrever e demonstrar a técnica de transplante pulmonar unilateral em ratos utilizando manguitos (cuffs) de teflon para as anastomoses vasculares.

MÉTODOS: rato doador é anestesiado, intubado via orotraqueal e ventilado (FiO2=1.0, VAC=1ml/100gpeso, FR=65irpm ). Realiza-se uma esternotomia e o bloco cárdiopulmonar é preparado com secção da veia cava inferior supra-diafragmática, auriculetas direita e esquerda, ventriculotomia direita e canulação do tronco da artéria pulmonar para a perfusão, via anterógrada (Perfadex® 5ml/100g peso), procedendo-se a sua extração. O pulmão esquerdo é separado do bloco e preparado para o transplante através da colocação de manguitos (cuffs) feitos à partir de abocath nº14 na artéria pulmonar, átrio e brônquio esquerdo, passando-os, artéria, veia e brônquio, por dentro dos cuffs, invertendo-os e fixando-os com ligadura (prolene8-0). No receptor, após anestesia a pneumonectomia esquerda é realizada com auxílio de microscópio cirúrgico (10x), as anastomoses vasculares e brônquica são confeccionadas com o pulmão esquerdo do doador realizadas com os manguitos, com fixação dos manguitos com ligaduras (vicyl 6.0-vide etapas 1,2 e 3 abaixo).

RESULTADO: Após meses de treinamento intensivo, os transplantes são realizados com sucesso.

CONCLUSÃO: O modelo tem se mostrado eficiente e reprodutível permitindo sua utilização nos estudos de preservação, injúria de reperfusão e novas modalidades de ventilação pós-transplante.

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004

IMPACTO DA VENTILAÇÃO LÍQUIDA PARCIAL COM PERFLUORCARBONO EM MODELO CANINO DE TRANSPLANTE UNILATERAL

IMPACT OF PARTIAL LIQUID VENTILATION WITH PERFLUOROCARBON IN A CANINE MODEL OF UNILATERAL LUNG TRANSPLANTATION

Andrade, CF; Martins LK; Anflor LC; Koefender C; Tonietto T; Fortis EF; Cardoso, PFG.

Departamento de Cirurgia Torácica ,Pavilhão Pereira Filho, Santa Casa de Porto Alegre – RS –Fundação faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre – RS.

INTRODUÇÃO/OBJETIVOS: Novas alternativas de ventilação têm sido propostas para amenizar os efeitos da injúria de reperfusão pós-isquêmica. Este estudo apresenta um modelo experimental para avaliação da performance pulmonar em pulmões transplantados após 3 horas de isquemia normotérmica comparando os efeitos da ventilação mecânica convencional com a ventilação líquida parcial (VLP).

MÉTODOS: 12 cães foram anticoagulados e sacrificados por injeção de tiopental sódico, entubados e ventilados em parada cardiocirculatória durante 3 horas à temperatura ambiente, após as quais os blocos cardiopulmonares foram perfundidos com Perfadex® via retrógrada (átrio esquerdo para a artéria pulmonar), extraídos, sendo os pulmões esquerdos transplantados em 9 cães receptores e reperfundidos por 6 horas após o transplante com a circulação/ventilação restritas ao enxerto. Os receptores foram divididos em 2 grupos: no grupo I (controle, n=6) os animais foram ventilados mecanicamente com FiO2=1.0, VC=15ml/kg em ventilador Servo 900C-(Siemens-Suécia). No grupo II (n=3) os animais foram submetidos a VLP através da administração de 15ml/kg de perfluorodecalin® (F2 Chemicals-UK). Após a reperfusão do enxerto e à cada 30 minutos foram registrados dados hemodinâmicos, análise de gases arteriais e parâmetros ventilatórios. Ao término do período de avaliação os receptores foram sacrificados, os pulmões esquerdos extraídos para avaliação de água intrapulmonar através da relação peso úmido/seco (U/S).

RESULTADOS: Todos os animais sobreviveram ao período de avaliação, no grupo I a PaO2 manteve-se mais elevada em relação ao grupo II, e neste grupo observou-se aumento progressivo da PCO2 em relação ao grupo da ventilação mecânica convencional. A pressão arterial pulmonar e pressão arterial média foi maior no grupo submetido a VLP e a relação peso U/S também foi maior no grupo II.. As pressões de Platô e de Pico foram maiores no grupo II.

CONCLUSÕES: Os resultados deste trabalho indicam que a VLP apresenta uma tendência a retenção progressiva de CO2 e mais edema pulmonar em ventilação controlada a volume, embora a oxigenação tenda à se manter estável., mas reduzida em comparação a ventilação convencional.

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005

LESÃO PULMONAR AGUDA INDUZIDA POR VENTILAÇÃO MECÂNICA EM MODELO EXPERIMENTAL EM RATOS

ACUTE LUNG INJURY INDUCED BY MECHANICAL VENTILATION IN A RAT MODEL

Martins, LK; Anflor Jr, LC; Tonietto TA; Andrade CF; Martins FK; Silva NB; Cardoso PFG.

Deptos. Medicina Interna e Cirurgia-Laboratório de Cirurgia Experimental-Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre-RS.

INTRODUÇÃO/OBJETIVOS: desenvolver modelo experimental de lesão pulmonar aguda provocada por ventilação mecânica (vm) em ratos, estudando seus efeitos nos parâmetros da mecânica respiratória e citologia alveolar.

MÉTODOS: animal de experimentação ratos wistar adultos (300g) anestesiados e traqueostomizados. Foram testados 2 regimes ventilatórios com tempo de 4 horas e FiO2 100%: Grupo 1 (n =5) ventilação mecânica (vm) com volumes baixos (8ml/kg) e FR=60/min;

Grupo 2 (n=6) vm com volumes altos (40ml/kg) e FR=33min. As variaveis de verifica;ao comparadas durante o experimento foram: gasometria arterial, Da-ao2, resistências pulmonares e complacência estática (C est) dos pulmões. Após as 4h os animais eram sacrificados e realizado o lavado broncoalveolar para obtenção da citologia alveolar e coloração pelo Giemsa. Os pulmões eram extraídos, fixados e corados por HE para microscopia.

RESULTADOS: No G2 4 animais completaram o tempo de ventilação de 4 horas e morreram durante o experimento.

Nos animais ventilados com volume alto/FR baixa (G 2 ) média do VC de 39.5 ml vs. 11.3 ml no G1 ,após 4 horas de VM observou-se piora progressiva dos parâmetros respiratórios com aumento do DA-aO2 (257 mmHg vs. 78.3 mmHg no G1 p<0.05 )/ rela;ao pO2 FiO2 ( 407 mmHg vs 590 mmHg NS) pressóes de plateau mais elevadas ( 39 cmH2O vs. 13 cm H2O p< 0.05 ) e redução da Cest ( 1.6 mlcmH2O vs. 1.35 mlcmH2O p < 0.05) respectivamente No grupo G2 atrav[es da histopatologia, em todos animai foram observados sinais da presenca de dano alveolar difuso, com edema intersticial, congestão pulmonar, ruptura de septos alveolares com formação de pseudocistos e de membranas hialinas difusas, além de pequenos infiltrados inflamatórios localizados. Da mesma forma na citologia havia aumento do n[umero de leuc[ocitos e erit[ocitos quando comparado com o G1.

CONCLUSÕES: A ventilação mecânica isoladamente, realizada com volumes e pressões elevadas, é capaz de desenvolver precocemente lesão pulmonar aguda e dano alveolar difuso em ratos.

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006

CIRURGIA CARDÍACA COM CEC EM NEONATOS. EXPERIÊNCIA INICIAL DO HC DE RIBEIRÃO PRETO

CARDIAC SURGERY IN NEWBORN ON CPB INITIAL EXPERIENCE OF THE HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO

Tedeschi Filho W., Reges R. V., Vicente W. V. A., Carneiro J. J., Manço P. H., Carlotti A. P. P., Granzotti J.

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O trabalho vem apresentar a experiência do Serviço, de Janeiro de 99 a Outubro de 00.

MÉTODOS: Análise retrospectiva da experiência acumulada com cirurgia cardíaca neonatal, à partir da criação da CTI Pediátrica e formação do Grupo de Congênitos, em janeiro/99.

RESULTADOS: Dentre 686 pacientes operados na Instituição, 88 tinham de 1 a 15 anos de idade, 42 eram crianças com idade entre 30 dias e 1 ano, e 5% (37 casos) eram neonatos. As operações e no casos, com a respectiva mortalidade, neste último grupo foram: Jatene-8/3, Norwood-3/3, Blalock-Taussig-8/1, bandagem pulmonar-3/1, correção de DVAPT-2/1, de Truncus arteriosus-2/1, de Atresia pulmonar com septo íntegro-2/1, de Interrupção do arco aórtico, tipo B,-2/1, de Coarctação da aorta-2/0, e fechamento de PCA-5/0. A mortalidade hospitalar neste grupo foi de 32% (12 casos).

CONCLUSÃO: Apesar da alta mortalidade global, e da ausência de sobrevida na operação de Norwood, os resultados obtidos, particularmente, com as demais cardiopatias complexas próprias dessa faixa etária, operadas com CEC, são animadores.

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007

ESTENOSE TRAQUEAL PÓS INTUBAÇÃO

POSTINTUBATION TRACHEAL STENOSIS

Marinho, T.A.R.

Serviço de Cirurgia Geral da F.M.T. Departamento de Cirurgia Torácica do Hospital das Clínicas de Teresópolis

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A Estenose traqueal consiste numa patologia cirúrgica contemporânea. Avanços na medicina intensiva, bem como na bioengenharia, proporcionaram maior sobrevida aos pacientes, e uma maior freqüência desta entidade. A intubação prolongada provoca alterações histopatológicas, as quais culminam na redução do lúmen traqueal, com repercussões oxiemodinâmicas. A traqueoplastia representa a base de sua terapêutica. Os autores relatam uma estenose traqueal pós intubação, enfatizando, os benefícios da broncoscopia e a importância da indicação cirúrgica.

MÉTODOS: Foram realizados relato de caso e revisão literária

RELATO DE CASO: D.A., 33 anos, masc., branco, solteiro, jardineiro; vítima de trauma fechado de abdômen, tórax instável e Tce. (esplenectomia). Permaneceu 17 dias em intubação orotraqueal, evoluindo satisfatoriamente, com alta hospitalar. 28 dias depois, paciente retornou em franca insuficiência respiratória, sedo traqueostomizado e encaminhado ao hospital especializado. A fibrobroncoscopia evidenciou estenoses subglótica, traqueal, granuloma de corda vocal ESQ, processo inflamatório ativo. Realizou-se dilatação e colocação de tubo de Montgomery. Em 1 mês, ocorreu apenas regressão do processo inflamatório; indicando-se a cirurgia aberta. Procedeu-se a ressecção traqueal, subglótica, manobra de Montgomery e anostomose laringotraqueal termino-terminal. A alta hospitalar se deu no 12º DPO. O controle após em 180 dias mostrou ausência de estenose em linha de sutura; paciente assintomático. O follow-up está em andamento.

RESULTADOS: A cirurgia realizada proporcionou excelentes resultados, com padrões anatômicos e funcionais bastante satisfatórios; havendo plena convicção e aprovação do tratamento proposto.

CONCLUSÃO: A broncoscopia é indispensável para localizar a lesão, analisar a dinâmica traqueal, avaliar alterações macroscópicas e realizar procedimento de dilatação. A traqueoplastia consiste na 1ª opção para o tratamento; com altos índices de êxito e uma baixa morbimortalidade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Jun 2002
  • Data do Fascículo
    2001
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