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Ação do ácido trissódio-cálcio-dietileno-triaminopentaacético (CaNa3DTPA) nas lesões de isquemia-reperfusão em membro posterior de rato

Effect of CaNa3DTPA on ischemia/reperfusion lesions induced in the hindlimb of rats

Resumos

OBJETIVO: Ação do ácido trissódio-cálcio-dietileno-triaminopentaacético (CaNa3DTPA), quelante de ferro com ação ainda anti-viral, antiinflamatória e imunológica, na atenuação de lesões de reperfusão em músculos esqueléticos de ratos. MÉTODOS: 52 ratos Wistar, pesando 188±22g, foram anestesiados e submetidos a semi-amputação de membro posterior direito (MPD), poupando-se o fêmur, artéria e veia femorais. Foram então randomizados e distribuídos: G1-CTAN - controle anestesia, sem cirurgia e sem isquemia; G2-CTCIR - controle cirurgia, sem isquemia; G3-IRCT e G3-IRDTPA - com isquemia (4 hora) e reperfusão ( 2 horas). O G3-IRCT foi tratado, ao final da isquemia, com cloreto de sódio 0,9% e G3-IRDTPA com (CaNa3DTPA).Parâmetros: Circunferência do pé direito e peso do rato, dosagem sérica de CPK, dosagem de malonaldeído e microscopia óptica de músculos soleus bilateral. RESULTADOS: Aumento da circunferência nos G3-IRCT e G3-IRDTPA (significante no G3-IRCT quando comparado ao G1-CTAN); CPK elevado nos G3-IRCT e G3-IRDTPA comparados aos controles; MDA mais alto no membro contralateral do G3-IRDTPA, comparado ao MPD do G3-IRDTPA e ao G1-CTAN; maior edema intersticial em G3-IRCT, maior infiltrado inflamatório em G3-IRDTPA e recuperação dos níveis de glicogênio semelhantes em G3-IRCT e G3-IRDTPA. CONCLUSÃO: Apesar do menor edema no G3-IRDTPA comparado ao G3-IRCT, o CaNa3DTPA não alterou CPK sérico, MDA muscular e morfologia muscular dos animais.

Isquemia; Reperfusão; Músculo esquelético; DTPA; Rato


OBJECTIVE: Our purpose was to elucidate whether calcium trinatrium diethylenetriaminepentaacetic acid (CaNa3DTPA), a hydrophilic extracelular chelator with some imunological and anti-inflammatory properties, protects skeletal muscle submitted to ischemia/reperfusion. METHODS: Fifty two male Wistar rats were randomly allocated in the following groups:G1-CTAN- control anesthesia whithout surgery. G2-CTCIR - control surgery without ischemia. G3-IRCT and G3-IRDTPA: four hours ischemia and two hours reperfusion. The animals of group 3 were treated with saline and those of the group 4, treated with CaNa3DTPA. Parameters were: foot circumference, rats weight, plasmatic creatine-phosphokinase (CPK), muscular malondialdehyde (MDA), and optic microscopy of muscle cells. RESULTS: There was a significant post-ischemic increase in foot circumference in G3-IRCT. CPK measurements were significantly increased in G3-IRCT and G3-IRDTPA, when compared to G1-CTAN and G2-CTCIR, but there were no differences between G3-IRCT and G3-IRDTPA. MDA was increased in the left no-ischemic muscles in G3-IRCT, when compared to contralateral muscles of G3-IRCT and of G1-CTAN.The histological evaluation showed inflammatory cell infiltrate in G3-IRDTPA and edema in G3-IRCT. The glycogen recovery was similar in both groups. CONCLUSION: There was less edema in the animals with ischemia-reperfusion treated group, but CaNa3DTPA don't protect muscle cells from injury in relations with CPK, MDA managements and histological alterations.

Ischemia; Reperfusion; Skeletal muscle; Diethylenetriaminepentaacetic acid; Rats


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9 – ARTIGO ORIGINAL

AÇÃO DO ÁCIDO TRISSÓDIO-CÁLCIO-DIETILENO-TRIAMINOPENTAACÉTICO (CaNa3DTPA) NAS LESÕES DE ISQUEMIA-REPERFUSÃO EM MEMBRO POSTERIOR DE RATO11.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. 2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP. 4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP. 7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.

Ieda Francischetti21.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. 2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP. 4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP. 7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.

Francisco Humberto de Abreu Maffei31.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. 2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP. 4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP. 7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.

Jose Bitu-Moreno41.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. 2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP. 4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP. 7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.

Mário Fuhrmann Neto51.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. 2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP. 4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP. 7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.

Maria Paula Villela Coelho51.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. 2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP. 4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP. 7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.

Fábio Hsu Tsu Kai51.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. 2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP. 4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP. 7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.

Julio Lopes Sequeira61.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. 2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP. 4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP. 7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.

Winston Bonetti Yoshida71.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP. 2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP. 4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP. 6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP. 7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.

Francischetti I, Maffei FHA, Bitu-Moreno J, Neto MF, Coelho MFV, Kai FHT, Sequeira JL, Yoshida WB. Ação do ácido trissódio-cálcio-dietileno-triaminopentaacético (CaNa3DTPA) nas lesões de isquemia-reperfusão em membro posterior de rato. Acta Cir Bras [serial online] 2002 Set-Out; 17(5). Disponível em URL: http://www.scielo.br/acb.

RESUMO - OBJETIVO: Ação do ácido trissódio-cálcio-dietileno-triaminopentaacético (CaNa3DTPA), quelante de ferro com ação ainda anti-viral, antiinflamatória e imunológica, na atenuação de lesões de reperfusão em músculos esqueléticos de ratos. MÉTODOS: 52 ratos Wistar, pesando 188±22g, foram anestesiados e submetidos a semi-amputação de membro posterior direito (MPD), poupando-se o fêmur, artéria e veia femorais. Foram então randomizados e distribuídos: G1-CTAN – controle anestesia, sem cirurgia e sem isquemia; G2-CTCIR – controle cirurgia, sem isquemia; G3-IRCT e G3-IRDTPA – com isquemia (4 hora) e reperfusão ( 2 horas). O G3-IRCT foi tratado, ao final da isquemia, com cloreto de sódio 0,9% e G3-IRDTPA com (CaNa3DTPA).Parâmetros: Circunferência do pé direito e peso do rato, dosagem sérica de CPK, dosagem de malonaldeído e microscopia óptica de músculos soleus bilateral. RESULTADOS: Aumento da circunferência nos G3-IRCT e G3-IRDTPA (significante no G3-IRCT quando comparado ao G1-CTAN); CPK elevado nos G3-IRCT e G3-IRDTPA comparados aos controles; MDA mais alto no membro contralateral do G3-IRDTPA, comparado ao MPD do G3-IRDTPA e ao G1-CTAN; maior edema intersticial em G3-IRCT, maior infiltrado inflamatório em G3-IRDTPA e recuperação dos níveis de glicogênio semelhantes em G3-IRCT e G3-IRDTPA. CONCLUSÃO: Apesar do menor edema no G3-IRDTPA comparado ao G3-IRCT, o CaNa3DTPA não alterou CPK sérico, MDA muscular e morfologia muscular dos animais.

DESCRITORES - Isquemia. Reperfusão. Músculo esquelético. DTPA. Rato.

INTRODUÇÃO

A isquemia total dos membros inferiores seguida de reperfusão, evolui em grande parte para complicações que podem colocar em risco a vida do paciente. Isto, quando as interrelações entre os danos musculares e o restante do organismo não forem interrompidas por uma amputação bem indicada. 1-5

A peroxidação lipídica é considerada como um dos principais mecanismos de lesão celular em organismos submetidos a estresse oxidativo. Os lipídios das membranas contêm uma grande quantidade de cadeias laterais de ácidos graxos polinsaturados. 6 Sob certas condições, esses ácidos graxos podem sofrer oxidação e formar peróxidos de lipídios. Os radicais livres formados durante o processo de isquemia e reperfusão, reagem com as membranas celulares fosfolipídicas, iniciando uma série de reações denominadas peroxidação lipídica. O ferro tem sido reconhecido como potenciador nas reações de Fenton e Haber Weiss, que resultam na produção entre outros do radical hidroxila (OH. ) altamente lesivo para as membranas celulares.

O radical OH. parece ser um dos principais envolvidos na reação de peroxidação lipídica, dada a sua capacidade de redução de átomos de hidrogênio das cadeias laterais de aminoácidos. Por outro lado, tem-se também demonstrado, que a redução química do ferro é importante fator na ocorrência e velocidade dessa reação e que pode inclusive iniciar a peroxidação lipídica ferro dependente. 7

Muitos estudos têm demonstrado a liberação de ferro na circulação, seguindo-se à reperfusão de miocárdio 8, intestino delgado 9, músculo esquelético 10, 11 , e na urina após isquemia renal 12. Outros estudos também demonstraram deslocamento do ferro em tecido cerebral pós-isquêmico 13, miocárdio 14 e rins 15.

As evidências de que a deferoxamina (DFA) e outros quelantes de ferro atenuam lesões pós-isquêmicas numa variedade de sistemas orgânicos, inclusive em músculos esqueléticos, documentam a participação do ferro na patogênese da lesão tecidual pós-isquêmica. 12, 16-18

O ácido dietilenotriaminopentaacético (DTPA) foi desenvolvido para tratamento de pacientes com sobrecarga de ferro19. O DTPA atua em meio extracelular e tem grande afinidade por íons de metais trivalentes e bivalentes, incluindo o ferro20. Já foi utilizado em triagens clínicas 19, 21 , sempre na forma de sal de cálcio (CaNa3DTPA), para se evitarem os efeitos calciopênicos causados por suas múltiplas cargas negativas. Contudo, foram associadas ao seu uso, deficiências de zinco levando a reações tóxicas como náusea, vômito e diarréia. Efeito espoliador sobre o magnésio e zinco, também foi evidenciado por PIPPARD (1986) 22.

O CaNa3DTPA, parece ter ação menos deletéria ao metabolismo das células que a quelação promovida pela DFA. CINATL et al. (1996) 23 encontraram ação inibitória do CaNa3DTPA na replicação do citomegalovírus em células fibroblásticas humanas e em células endoteliais em concentrações que asseguravam a síntese de DNA e o crescimento celular. Enquanto os outros quelantes DFA e 2,2,-bipiridina (BPD), foram efetivos somente em concentrações que interferiram na síntese de DNA e crescimento celular.

BRAWN & FRIDOVICH (1980)24, demonstraram in vitro, que o CaNa3DTPA previniu a quebra do DNA pelo 02. e pelo H2O2. Em estudo buscando diminuir a mortalidade de ratos submetidos a choque séptico experimental, o CaNa3DTPA apresentou maior proteção, quando comparado a DFO. 25

SCHOLZ et al. (1995) 26 compararam os efeitos da administração isolada de DFA e do CaNa3DTPA sobre cultura de células endoteliais.Estudaram as expressões de molécula de adesão intercelular (intercellular adhesion molecule-1 ICAM-1), molécula de adesão leucócito endotelial-1 (ELAM-1), molécula de adesão celular vascular-1 (vascular cell adhesion molecule- 1 VCAM-1), HLA classe I (-A, -B, -C) e HLA classe II (DR), nestes meios. Verificaram na cultura tratada com CaNa Fe2++ H2O2® Fe3+ DTPA, expressões significantemente menores de HLA e de moléculas de adesão nas células endoteliais, assim como menor proliferação linfocitária, quando comparada à cultura tratada com DFA.

Por sua ação como quelante de ferro e pelas demais propriedades citadas, acrescido ao fato, segundo Pippard (1986) 22, de ser o quelante sintético mais viável economicamente, o objetivo desse estudo foi de testar a hipótese de que o CaNa3DTPA atenuaria as lesões de isquemia-reperfusão induzidas em músculos esqueléticos de ratos.

MÉTODOS

Foram utilizados 40 ratos Wistar, machos, adultos, pesando entre 190 gramas e 300 gramas, que foram divididos, por sorteio, em quatro grupos: G1-CTAN (controle anestesia), n= 10: onde foram anestesiados, mas não foram operados. Os parâmetros foram medidos da mesma forma que nos demais grupos. G2-CTCIR (controle cirurgia sem anestesia), n=10: em que todos os tempos cirúrgicos foram executados, excetuando-se a oclusão arterial. G3-IRCT (controle isquemia), n=10: com oclusão arterial, isquemia por 4 horas, soro fisiológico (SF) por via intramuscular (IM) no membro anterior direito (MAD) 10 minutos antes da reperfusão e 2 horas de reperfusão. G3-IRDTPA (isquemia/reperfusão e tratamento com CaNa3DTPA), n=10: com oclusão arterial por 4 horas, CaNa3DTPA IM no MAD 10 minutos antes da reperfusão e 2 horas de reperfusão.

O experimento foi desenvolvido, em três fases subsequêntes, sem intervalos entre as mesmas. Na primeira fase, os ratos foram anestesiados com o pentabarbital sódico, na dose de 30mg/Kg de peso corpóreo, por via intra – peritoneal (i.p.), receberam heparina (100 unidades/Kg i.p.) e, a seguir, foram tomadas as medidas de circunferência, na pata posterior direita. Seguiu – se a secção de uma forma circular toda a musculatura proximal e demais estruturas da raiz da coxa direita e, por fim, a dissecção e o isolamento da artéria femoral, ficando intactos a artéria e veias femorais, além do fêmur. Na segunda fase, iniciou-se a fase da isquemia total e imediata do membro, através do clampeamento arterial, por um período de 4 horas. Ao final da fase de isquemia, foram realizadas novamente as medidas de circunferência da pata direita. Procedeu-se, a seguir, à retirada do clampe, para a restauração do fluxo arterial, iniciando – se a terceira fase que teve duração de duas horas. Ao final da reperfusão, nova medida da circunferência da pata foi tomada. Em seguida, por meio de punção cardíaca, transparietal, foi coletado 3 ml de sangue para a dosagem da enzima creatino – fosfoquinase (CPK), que sabidamente se eleva à medida que o músculo estriado é lesado.

A dosagem da enzima CPK foi realizada pelo método CK – Nac – creatina – quinase, método UV otimizado, no aparelho analisador automático (Clinline – Vitek Sytems).

Após a retirada de sangue para CPK, foram retirados os músculos soleus bilaterais para microscopia óptica e para quantificação de dialdeído malônico (MDA), produto derivado da peroxidação lipídica das membranas celulares causada pela ação dos radicais livres do oxigênio, utilizando-se o método do ácido tiobarbitúrico, o qual mede o nível de MDA.

Os fragmentos musculares biopsiados para microscopia de luz foram corados pela hematoxilina-eosina (HE) segundo a técnica de Harris e pelo ácido periódico de Schiff (P.A.S) .

O sorteio dos animais para cada grupo e a aplicação do CaNa3DTPA e do SF, foi realizado por um técnico de laboratório, sendo o experimento realizado sem que se tivesse conhecimento do tipo de tratamento a que o animal seria submetido.

Na análise estatística utilizamos Análise de Perfil, para a medida de circunferência da pata e peso do rato. A tendência central foi indicada pela média () e a variabilidade, pelo desvio padrão (s), calculados para cada momento e grupo; Para a variável CPK , a tendência central foi indicada pela mediana (Md) em cada grupo e a comparação entre os grupos foi efetuada pela prova não paramétrica de Kruskal Wallis, com o cálculo da estatística H e da Diferença Mínima Significante para contraste entre pares de grupos. Na análise da variável, MDA, utilizamos para a comparação dentro dos grupos (MPD com MPE), o "teste t pareado" , seguidos da "Análise de variância de um fator" , complementada pelo teste de comparações múltiplas "t de Bonferroni". Para todos os testes adotou-se o nível de significância de 5% de probabilidade para rejeição da hipótese de nulidade.

RESULTADOS

1.Peso do rato (Tabela 1; Figura 1)


Nos quatro grupos estudados não houve variação estatisticamente significante nos pesos dos animais nem entre os grupos, nem entre os três momentos estudados.

2. Circunferência do pé do rato (Tabela 2; Figura 2)


Dentro de cada grupo; G1-CTAN, G2-CTCIR e G3-IRDTPA, não houve variação estatisticamente significante da circunferência dos pés dos animais nos diferentes momentos estudados.

No G3-IRCT, por ocasião da reperfusão, houve um aumento estatisticamente significante da circunferência dos pés dos animais entre os momentos M2 e M3.

No momento M1, verificou-se que não houve diferença na circunferência dos pés dos animais nos quatro grupos.

No momento M2, verificou-se G3-IRDTPA=G3-IRCT=G1-CTAN<G2-CTCIR, G2-CTCIR=G3-IRCT=G3-IRDTPA, mostrando que não houve diferença nos grupos cirúrgicos entre si, mas que o grupo cirúrgico G2-CTCIR foi maior que o controle G1-CTAN, o que não aconteceu entre os outros grupos cirúrgicos e o controle anestesia G1-CTAN.

No momento M3 observou-se G1-CTAN < (G2-CTCIR = G3-IRCT = G3-IRDTPA) , mostrando que houve uma diferença estatisticamente significante na circunferência dos pés dos animais com cirurgia, comparando-se com o grupo controle G1-CTAN.

Portanto, ao longo do tempo, houve um aumento na circunferência dos pés dos animais submetidos a cirurgia, sendo esse aumento superior nos animais submetidos a isquemia-reperfusão e tratados com cloreto de sódio à 0,9% (G3-IRCT).

3. Dosagem de creatinofosfoquinase (CPK). (Tabelas 3 e 4; Figura 3)


Ao final do experimento, os valores de CPK sérico nos animais do G3-IRDTPA foram superiores aos dos animais dos G1-CTAN e G2-CTCIR. Os valores do G3-IRCT foram também superiores aos do G1-CTAN. Não houve entretanto diferença significante entre os animais do G2-CTCIR e G3-IRCT.

Portanto, houve um aumento significante da CPK nos animais submetidos a isquemia-reperfusão, comparados aos animais do grupo controle sem cirurgia.

4. Dosagem do dialdeído malônico, MDA (Tabelas 5, 6, 7 e 8; Figuras 4 e 5)



A comparação entre os grupos e entre os membros direito e esquerdo dos diferentes grupos foi realizado utilizando-se o teste estatístico "t" de Bonferrroni.

Comparando os resultados do MDA, alíquota de 0,2 ml, entre os membros posteriores direito e esquerdo, apenas no grupo isquemia/reperfusão não tratado (G3-IRCT) houve diferença significativa. As dosagens do MDA do MPE dos animais do G3-IRCT foram significativamente maiores que aquelas do MPD e MPE dos animais dos grupos G1-CTAN e G2-CTCIR. As dosagens de MDA do MPD dos animais do grupo G3-IRCT foram significativamente diferentes apenas do grupo G3-IRDTPA

Comparando os resultados da dosagem do MDA, alíquota de 0,4ml, entre os MPD e MPE, apenas o grupo isquemia/reperfusão não tratado (G3-IRCT) apresentou diferença significativa. As dosagens do MDA do MPE dos animais do G3-IRCT foram significantemente maiores do que aquelas dos MPD e MPE dos animais dos G1-CTAN e G2-CTCIR. As dosagens do MDA dos MPD e MPE dos animais do G1-CTAN e G2-CTCIR foram estatisticamente menores que aquelas dos MPD e MPE dos animais do G3-IRDTPA.

5. Microscopia de luz

No estudo da microscopia de luz, corada pelo HE, não observamos alterações significativas no grupo G1-CTAN, enquanto no G2-CTCIR houve presença de edema intersticial nos cortes do tecido muscular, mas sem infiltrado inflamatório expressivo quando comparado aos grupos G3-IRCT e G3-IRDTPA. No G3-IRCT, a presença de edema intersticial foi maior que nos outros grupos e o infiltrado inflamatório foi mais intenso no G3-IRDTPA. Não observamos alterações representativas nos membros colaterais em nenhum dos grupos (Figuras 6, 7, 8 e 9).





Na avaliação do PAS, positividade moderada (++) foi observada nos cortes musculares pertencentes aos grupos G1-CTAN e G2-CTCIR. Nos cortes dos grupos G3-IRCT e G3-IRDTPA observou-se positividade discreta (+) nos cortes musculares dos membros submetidos à isquemia e reperfusão (Figuras 10 e 11)



DISCUSSÃO

O edema observado nos animais dos G3-IRCT e G3-IRDTPA pode ser atribuído a lesões de reperfusão, tendo como causa provável o aumento de permeabilidade microvascular que ocorre nesse processo. No G3-IRDTPA, porém, esse aumento de circunferência não foi significativo, o que poderia ser devido ao efeito diurético do CaNa3DTPA, minimizando o edema de reperfusão.

O aumento significativo da CPK nos animais dos grupos G3-IRCT e G3-IRDTPA, quando comparados com o G1-CTAN, refletem indiretamente o grau de necrose muscular nos animais submetidos a isquemia e reperfusão, com valores mais altos nos animais do G3-IRDTPA, indicando que o CaNa3DTPA não protegeu os animais da necrose muscular. Os valores dos animais do G2-CTCIR, refletem provavelmente o componente do trauma cirúrgico.

Acreditamos que o CaNa3DTPA por não atravessar membranas celulares, pudesse apresentar vantagem sobre o DFA no tratamento de lesão de isquemia-reperfusão, sendo menos deletérico para o metabolismo celular do que a DFA 27, entretanto, em compensação, essa propriedade talvez o impeça de atuar a nível mitocondrial e de cadeia transportadora de elétrons, que como se sabe é importante fonte de RLO in vivo na maioria das células aeróbicas28.

Os valores muito elevados do MDA no músculo do MPE do G3-IRCT, quando comparados com o músculo do MPD do G1-CTAN e do próprio G3-IRCT, podem refletir lesões resultantes de agressão secundária, já disseminada, causadas por produtos gerados no processo de isquemia e reperfusão.28, 29 Outro autor também encontrou valores altos no membro contralateral. 18

Importante que se considere que o comportamento das medidas cromatográficas responde a reações seqüênciais que aparecem em forma de picos e não como um resultado somatório. Esses autores observaram que o tempo de aparecimento de picos desses produtos de peroxidação variava de uma preparação para outra e que parecia ser dependente de muitos fatores: (1) dependente da quantidade e distribuição de fluxo de sangue, a extensão da reperfusão poderia variar de um músculo para outro, ou de um animal para outro; (2) poderia também ocorrer uma resposta bifásica, envolvendo inicialmente a lesão mediada por radicais livres, seguida por um influxo secundário de neutrófilos, explicando o aparecimento de outros picos mais tardios de dienos conjugados; e (3) outro fator seria a diferença na localização da biópsia dentro do próprio músculo, sendo impossível prever a priori quais locais de biópsias representariam os sítios de lesões mais extensas.28

A observação de que alguns animais do G1-CTAN tiveram valores altos de MDA, chamou-nos a atenção para a possibilidade de interação do anestésico utilizado, pentobarbital sódico, com a reação do ácido tiobarbitúrico, uma vez que à semelhança do fenobarbital, o pentobarbital sódico, durante sua metabolização sofre desulfuração e abre o anel do ácido barbitúrico. 29

As médias dos produtos de peroxidação lipídica do G3-IRDTPA, apesar de estatisticamente semelhantes aos demais grupos, foram elevadas, principalmente no músculo contralateral, podendo refletir até uma maior intensidade das reações de peroxidação, não fosse a grande variação individual, desvio padrão, na resposta ao teste. De qualquer forma os valores individuais mais altos foram encontrados nos animais do G3-IRDTPA, que apresentaram também os valores mais altos de CPK, o que pode significar ausência de proteção do CaNa3DTPA às lesões de necrose muscular e de peroxidação lipídica.

Nesse contexto deve-se discutir até sobre uma possível toxicidade do CaNa3DTPA. Estudos demonstraram que o DTPA era capaz de iniciar importante auto-oxidação, com continuada reação de peroxidação lipídica, tanto in vitro como em experimentos de isquemia-reperfusão .30-34

O efeito espoliador de magnésio provocado pelo CaNa3DTPA, levou à inibição de formação do óxido nítrico, em experimento com artérias coronárias de cães.35

Esses efeitos tóxicos parecem também ser dependentes da dosagem empregada, desde que experiências anteriores já apontaram para uma provável resposta bifásica de quelantes de ferro, ou seja, em doses pequenas podem atuar como agentes quelantes. Em altas doses, entretanto, mais ferro é mobilizado e quelado de diferentes áreas, o que pode resultar em grande quantidade de ferro na forma de ferrioxamina, disponível para reações redox. 34 Desde que não havia experiência anterior de uso de CaNa3DTPA em modelos de isquemia-reperfusão em músculos esqueléticos, talvez tenhamos usado doses suficientemente altas para produzir um efeito tóxico direto sobre as células.

O fato é que, mesmo com indícios positivos, a utilização de drogas requer muita perspicácia, cautela e experimentação científica, até que suas interações e efeitos sejam conhecidos. Nossos resultados nos levaram a acreditar em interações outras, que podem contra-indicar a utilização deste quelante como atenuador de lesões de isquemia e reperfusão, contudo fica um grande terreno para especulações.

CONCLUSÃO

No modelo utilizado de isquemia-reperfusão em membro posterior de rato, o CaNa3DTPA, na dosagem empregada, levou a menor edema da pata lesada, entretanto não interferiu nas medidas de CPK sérico e de MDA muscular, nem nas alterações morfológicas do músculo soleus observadas a microscopia de luz.

Francischetti I, Maffei FHA, Bitu-Moreno J, Neto MF, Coelho MFV, Kai FHT, Sequeira JL, Yoshida WB. Effect of CaNa3DTPA on ischemia/reperfusion lesions induced in the hindlimb of rats. Acta Cir Bras [serial online] 2002 Sept-Oct; 17(5). Available from URL: http://www.scielo.br/acb.

ABSTRACT - OBJECTIVE: Our purpose was to elucidate whether calcium trinatrium diethylenetriaminepentaacetic acid (CaNa3DTPA), a hydrophilic extracelular chelator with some imunological and anti-inflammatory properties, protects skeletal muscle submitted to ischemia/reperfusion. METHODS: Fifty two male Wistar rats were randomly allocated in the following groups:G1-CTAN- control anesthesia whithout surgery. G2-CTCIR - control surgery without ischemia. G3-IRCT and G3-IRDTPA: four hours ischemia and two hours reperfusion. The animals of group 3 were treated with saline and those of the group 4, treated with CaNa3DTPA. Parameters were: foot circumference, rats weight, plasmatic creatine-phosphokinase (CPK), muscular malondialdehyde (MDA), and optic microscopy of muscle cells. RESULTS: There was a significant post-ischemic increase in foot circumference in G3-IRCT. CPK measurements were significantly increased in G3-IRCT and G3-IRDTPA, when compared to G1-CTAN and G2-CTCIR, but there were no differences between G3-IRCT and G3-IRDTPA. MDA was increased in the left no-ischemic muscles in G3-IRCT, when compared to contralateral muscles of G3-IRCT and of G1-CTAN.The histological evaluation showed inflammatory cell infiltrate in G3-IRDTPA and edema in G3-IRCT. The glycogen recovery was similar in both groups. CONCLUSION: There was less edema in the animals with ischemia-reperfusion treated group, but CaNa3DTPA don't protect muscle cells from injury in relations with CPK, MDA managements and histological alterations.

KEY WORDS - Ischemia. Reperfusion. Skeletal muscle. Diethylenetriaminepentaacetic acid. Rats.

Conflito de interesse: nenhum

Fonte de financiamento: nenhum

Endereço para correspondência:

José Bitu-Moreno

Pça Athos Fragata, 25/502

17501-220 Marília – SP jbmoreno@famema.br

Data do recebimento: 15/05/2002

Data da revisão: 11/06/2002

Data da aprovação: 11/07/2002

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  • 1.Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP.
    .Trabalho realizado no Laboratório de Técnica Cirúrgica do Instituto de Pesquisas e Tecnologia da Universidade de Marília – SP.
    2.Professora colaboradora da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP.
    3.Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.
    4.Professor Assistente Doutor, Chefe da Disciplina de Cirurgia Vascular e Angiologia da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP.
    5.Graduandos do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA, SP.
    6.Professor Assistente Doutor da da Disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Botucatu –UNESP, SP.
    7.Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, SP.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      03 Set 2003
    • Data do Fascículo
      Set 2002

    Histórico

    • Revisado
      11 Jun 2002
    • Recebido
      15 Maio 2002
    • Aceito
      11 Jul 2002
    Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia https://actacirbras.com.br/ - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: actacirbras@gmail.com