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ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS PARA REDUZIR A EXPOSIÇÃO EXCESSIVA DE CRIANÇAS A EXAMES RADIOLÓGICOS

Bernardo e Almeida, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), campus Sorocaba, publicam neste número da Revista Paulista de Pediatria interessante estudo sobre um problema pouco discutido em nosso meio: estratégias para reduzir a exposição de crianças à radiação excessiva durante exames radiológicos.11. Bernardo MO, de Almeida FA. Campanha e carteira de radioproteção: estratégias educativas que reduzem a exposição excessiva de crianças a exames radiológicos. Rev Paul Pediatr. 2017;35:178-84.

O programa adotado pelos autores para a redução da exposição de crianças à radiação baseia-se em programa internacional muito utilizado no mundo, desenvolvido para a melhoria de padrões técnicos nos exames pediátricos, principalmente em hospitais gerais, onde a maioria dos técnicos ou tecnólogos não tem um treinamento especializado para as crianças e, muitas vezes, não utilizam os parâmetros mais adequados paras os pacientes pediátricos nos exames mais sofisticados, como na tomografia computadorizada.

A ideia da utilização de uma carteira de radioproteção foi originada nos Estados Unidos há alguns anos. Se, por um lado, o programa pode trazer a conscientização dos profissionais de saúde e das famílias acerca da exposição das crianças à radiação, por outro, pode promover a discussão concernente ao desencadeamento de ansiedade familiar e de um possível início de judicialização contra os profissionais da área de Radiologia. Quanto ao último aspecto, vale ressaltar a dificuldade de o público leigo interpretar as doses de radiação e a correspondência da dose registrada no equipamento com a quantidade verdadeira a que a criança foi exposta. Em decorrência das preocupações aqui relatadas, o uso da carteira de radioproteção foi temporariamente suspenso nos Estados Unidos da América. Para a suspensão do programa, levou-se em consideração a ponderação de não causar uma dificuldade maior na indicação e na suspensão de exames.

Em nosso meio, em minha opinião, acredito não estar disponível ainda, de um lado, uma capacitação dos profissionais de saúde para a introdução dessa carteira e, de outro, não haver educação adequada do público para poder interpretar os números/doses.

Um consenso hoje é de que todo exame de radiologia deve ser feito com a menor dose de radiação possível, com a melhor técnica e com a máxima qualidade. A indicação do exame deve ser bem ponderada, sempre levando-se em conta o risco-benefício e a possibilidade de o resultado do exame modificar a conduta médica. Usando esse princípio, estaremos sempre fazendo uma grande radioproteção.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Bernardo MO, de Almeida FA. Campanha e carteira de radioproteção: estratégias educativas que reduzem a exposição excessiva de crianças a exames radiológicos. Rev Paul Pediatr. 2017;35:178-84.
  • Financiamento: O estudo não recebeu financiamento.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2017

Histórico

  • Recebido
    09 Fev 2017
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