FATORES DE RISCO PARA A ASMA: A CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DO ESCOLAR

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) é considerada a mais ampla pesquisa sobre escolares no país e se encontra na sua terceira edição (2009, 2012 e 2015). É realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde e tem como objetivo o monitoramento das condições de saúde de escolares em todo o território nacional. A pesquisa consta de 120 questões estruturadas incluídas em um smartphone, autoaplicada aos estudantes, incluindo duas questões sobre asma, similares às desenvolvidas no questionário International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC): sintomas de chiado (piado no peito nos últimos 12 meses) e se teve asma nos últimos 12 meses. Em 2012, participaram da pesquisa escolares da oitava série do ensino fundamental, abrangendo cerca de 106.983 adolescentes, com uma prevalência estimada de asma de 23,2%. Em 2015, essa mesma pesquisa incluiu 102.072 escolares de escolas públicas e privadas de todos os Estados brasileiros e do Distrito Federal; e a prevalência estimada de asma foi de 23,5% (IC95% 22,88-24,15), o que demonstra que o esforço para o controle da asma entre os adolescentes continua com baixa efetividade.^1,2

A asma é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo, especialmente entre as crianças e adolescentes, cujos determinantes genéticos não podem ser considerados como os únicos fatores que a originam. Os aspectos ambientais são importantes no desenvolvimento e no desencadeamento de crises de asma e foram avaliados a partir de diversas perguntas incluídas nessa pesquisa. Os autores do artigo intitulado “Fatores associados à asma em adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE)”, de 2012,³ estudaram as características demográficas, socioeconômicas, clínicas, alimentares e ambientais potencialmente associadas à asma em um modelo multivariável de análise e, como seria esperado, uma série de variáveis independentes se mostraram positivas como fatores de risco para uma doença multifatorial como a asma. O estudo PeNSE não foi elaborado especificamente para asma e muitas outras questões relativas à evolução da doença ou fatores ambientais e pessoais deixaram de ser pesquisados, especialmente a presença de sensibilização aos aeroalérgenos mais comuns. Conhecer os fatores de risco para asma na população de adolescentes é um primeiro passo para que políticas públicas de saúde possam ser implementadas em nível regional e nacional.

REFERENCES

• ¹
  Barreto ML, Ribeiro-Silva RC, Malta DC, Oliveira-Campos M, Andreazzi MA, Cruz AA. Prevalence of asthma symptoms among adolescents in Brazil: National Adolescent School-based Health Survey (PeNSE 2012). Rev Bras Epidemiol. 2014;14 (Suppl.1):106-15. http://dx.doi.org/10.1590/1809-4503201400050009
  » http://dx.doi.org/10.1590/1809-4503201400050009
• ²
  Ribeiro-Silva RC, Barreto ML, Ramos D, Cruz AA, Oliveira-Campos M, Malta DC. Tendência da asma na adolescência no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2012 e 2015. Rev Bras Epidemiol. 2018;21 (Suppl.1):E180017. http://dx.doi.org/10.1590/1980-549720180017.supl.1
  » http://dx.doi.org/10.1590/1980-549720180017.supl.1
• ³
  Elias BC, Silva JB, Mais LA, Warkentin S, Konstantyner T, Solé D. Fatores associados à asma em adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2012. Rev Paul Pediatr. 2019. In press. 2019. Epub July 18, 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1984-0462/;2019;37;4;00002
  » http://dx.doi.org/10.1590/1984-0462/;2019;37;4;00002

Financiamento

• O estudo não recebeu financiamento.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  10 Out 2019
• Data do Fascículo
  Oct-Dec 2019

Histórico

• Recebido
  09 Jul 2019