Acessibilidade / Reportar erro

BANHO, MAQUIAGEM E PROTETOR SOLAR: O QUE AS CRIANÇAS USAM?

RESUMO

Objetivo:

Avaliar os hábitos de higiene e a frequência do uso de produtos de higiene pessoal, cosméticos e protetor solar nas crianças e adolescentes.

Métodos:

Estudo transversal com entrevistas para cuidadores sobre cuidados com a pele, por meio de perguntas fechadas. Incluídos pacientes de até 14 anos que consultavam nos ambulatórios pediátricos de um hospital terciário. Realizada estatística descritiva e aplicados os testes de Kruskal-Wallis e exato de Fisher para comparar os hábitos conforme a escolaridade materna.

Resultados:

Foram realizadas 276 entrevistas. A mediana de idade foi de 4 anos, sendo 150 (54,3%) crianças do sexo masculino. O número de banhos por dia foi de um em 143 (51,8%) casos e dois ou mais por parte de 128 (46,3%) indivíduos, com duração de até dez minutos em 132 (47,8%) dos participantes. O sabonete destinado a adultos era utilizado por 103 (37,3%) crianças e o sabonete em barra por 220 (79,7%) delas. Protetor solar era utilizado diariamente por 53 (19,2%) participantes. Perfume foi utilizado por 182 (65,9%) integrantes da amostra, gel de cabelo por 98 (35,5%), esmalte por 62 (22,4%) e algum tipo de maquiagem por 71 (25,7%) - sombra em 30 (10,8%), batom em 52 (18,8%), pó facial e rímel em 13 (4,7%). A mediana de idade de início do uso de maquiagem foi de 4 anos. Tatuagem de hena foi realizada em oito crianças.

Conclusões:

As crianças estudadas utilizavam produtos inadequados para a sua pele, como os destinados à pele do adulto, e faziam uso incorreto do protetor solar e uso precoce de maquiagem, mostrando a importância da orientação médica.

Palavras-chave:
Cosméticos; Produtos para higiene pessoal; Crianças; Adolescente

ABSTRACT

Objective:

To evaluate the hygiene practices and frequency of use of personal hygiene products, cosmetics, and sunscreen among children and adolescents.

Methods:

Cross-sectional study with interviews about skincare conducted with caregivers through closed-ended questions. We included patients up to 14 years of age waiting for consultation in pediatric outpatient clinics of a tertiary hospital. We performed a descriptive statistical analysis and applied the Kruskal-Wallis test and Fisher’s exact test to compare the practices according to maternal schooling.

Results:

We conducted 276 interviews. The median age of the participants was age four, and 150 (54.3%) were males. A total of 143 (51.8%) participants bathed once a day and 128 (46.3%) bathed two or more times a day, lasting up to ten minutes in 132 (47.8%) cases. Adult soap was used by 103 (37.3%) children and bar soap by 220 (79.7%). Fifty-three (19.2%) participants used sunscreen daily. Perfume was used by 182 (65.9%) children, hair gel by 98 (35.5%), nail polish by 62 (22.4%), and some type of make-up by 71 (25.7%) - eyeshadow by 30 (10.8%), lipstick by 52 (18.8%), face powder and mascara by 13 (4.7%). Make-up use started at a median age of 4 years. Henna tattoo was done in eight children.

Conclusions:

The children studied used unsuitable products for their skin, such as those intended for adults, used sunscreen inadequately, and started wearing make-up early, evidencing the need for medical orientation.

Keywords:
Cosmetics; Personal hygiene products; Children; Adolescent

INTRODUÇÃO

A pele é a barreira entre o nosso organismo e o meio externo. A epiderme consiste na camada mais superficial, e o estrato córneo (EC) exerce a função de barreira. Essa barreira é tanto física, prevenindo contra a penetração de patógenos, quanto química, por seu pH ácido, além de atuar na manutenção da hidratação cutânea.11. Telofski LS, Morello AP, Mack MC, Stamatas GN. The infant skin barrier: can we preserve, protect, and enhance the barrier? Dermatol Res Pract. 2012;2012:198789. https://doi.org/10.1155/2012/198789
https://doi.org/https://doi.org/10.1155/...
Manter as características da barreira cutânea faz-se essencial,22. Chiou YB, Blume-Peytavi U. Stratum corneum maturation. A review of neonatal skin function. Skin Pharmacol Physiol. 2004;17:57-66. https://doi.org/10.1159/000076015
https://doi.org/https://doi.org/10.1159/...
e, por isso, os produtos de higiene, cosméticos e fotoprotetores destinados a crianças devem ser formulados apropriadamente.11. Telofski LS, Morello AP, Mack MC, Stamatas GN. The infant skin barrier: can we preserve, protect, and enhance the barrier? Dermatol Res Pract. 2012;2012:198789. https://doi.org/10.1155/2012/198789
https://doi.org/https://doi.org/10.1155/...

O pH da pele é importante para a manutenção da homeostase da barreira cutânea, para a integridade e coesão do EC e ainda na defesa antimicrobiana. O pH cutâneo normal é ácido e varia entre 4 e 6, sendo conhecido por manto ácido, protegendo o organismo contra a proliferação de microrganismos. As enzimas envolvidas na síntese e manutenção da barreira cutânea são influenciadas por alterações no pH, provocadas, por exemplo, por sabonetes em barra, que são alcalinos.33. Ali SM, Yosipovitch G. Skin pH: from basic science to basic skin care. Acta Derm Venereol. 2013;93:261-7. https://doi.org/10.2340/00015555-1531
https://doi.org/https://doi.org/10.2340/...
A permeabilidade e o pH do EC são interdependentes, e suas alterações podem facilitar o desenvolvimento de doenças de pele, como a dermatite atópica e a dermatite de contato.11. Telofski LS, Morello AP, Mack MC, Stamatas GN. The infant skin barrier: can we preserve, protect, and enhance the barrier? Dermatol Res Pract. 2012;2012:198789. https://doi.org/10.1155/2012/198789
https://doi.org/https://doi.org/10.1155/...
,44. Lund C, Kuller J, Lane A, Lott JW, Raines DA. Neonatal skin care: the scientific basis for practice. Neonatal Netw. 1999;18:15-27. https://doi.org/10.1891/0730-0832.18.4.15
https://doi.org/https://doi.org/10.1891/...

A higiene adequada da pele infantil é fundamental para eliminar substâncias potencialmente irritantes,11. Telofski LS, Morello AP, Mack MC, Stamatas GN. The infant skin barrier: can we preserve, protect, and enhance the barrier? Dermatol Res Pract. 2012;2012:198789. https://doi.org/10.1155/2012/198789
https://doi.org/https://doi.org/10.1155/...
mas os produtos de limpeza utilizados nas crianças devem ser suaves, sem fragrância e com pH ligeiramente ácido.55. Kuller JM. Infant skin care products: what are the issues? Adv Neonatal Care. 2016;16 (Suppl 5S):S3-12. https://doi.org/10.1097/ANC.0000000000000341
https://doi.org/https://doi.org/10.1097/...
,66. Fernandes JD, Machado MC, Oliveira ZN. Children and newborn skin care and prevention. An Bras Dermatol. 2011;86:102-10. https://doi.org/10.1590/s0365-05962011000100014
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
Pela menor concentração de sebo presente na pele das crianças até o início da adolescência, não é necessário que os produtos de limpeza infantis tenham ação detergente potente.77. Stamatas GN, Nikolovski J, Mack MC, Kollias N. Infant skin physiology and development during the first years of life: a review of recent findings based on in vivo studies. Int J Cosmet Sci. 2011;33:17-24. https://doi.org/10.1111/j.1468-2494.2010.00611.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...

A frequência do banho varia em cada país e é influenciada por fatores individuais, culturais e sociais,88. Blume-Peytavi U, Cork MJ, Faergemann J, Szczapa J, Vanaclocha F, Gelmetti C. Bathing and cleansing in newborns from day 1 to first year of life: recommendations from a European round table meeting. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2009;23:751-9. https://doi.org/10.1111/j.1468-3083.2009.03140.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
porém os diferentes regimes adotados para sua realização podem determinar a manutenção ou alteração da barreira cutânea. O banho deve ser com água morna e de curta duração, a fim de minimizar a perda transepidérmica de água.77. Stamatas GN, Nikolovski J, Mack MC, Kollias N. Infant skin physiology and development during the first years of life: a review of recent findings based on in vivo studies. Int J Cosmet Sci. 2011;33:17-24. https://doi.org/10.1111/j.1468-2494.2010.00611.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
,99. Pinheiro LA, Pinheiro AE. A pele da criança. A cosmética infantil será um mito? Acta Pediatr Port. 2007;38:200-8. Os requisitos para a classificação do produto como infantil são: ser à base d’água, ser de baixa fixação e não apresentar toxicidade oral.1010. Brasil - Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Resolução da diretoria colegiada - RDC nº 15, de 24 de abril de 2015, que dispõe sobre os requisitos técnicos para a concessão de registro de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes infantis e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial; 2015. É de crucial importância o uso de produtos de higiene e cosméticos infantis, uma vez que a pele da criança se assemelha à do adulto como barreira eficaz a partir dos três e quatro anos de vida e, em produção sebácea, a partir dos dez a 12 anos.11. Telofski LS, Morello AP, Mack MC, Stamatas GN. The infant skin barrier: can we preserve, protect, and enhance the barrier? Dermatol Res Pract. 2012;2012:198789. https://doi.org/10.1155/2012/198789
https://doi.org/https://doi.org/10.1155/...
,44. Lund C, Kuller J, Lane A, Lott JW, Raines DA. Neonatal skin care: the scientific basis for practice. Neonatal Netw. 1999;18:15-27. https://doi.org/10.1891/0730-0832.18.4.15
https://doi.org/https://doi.org/10.1891/...

Vale ainda ressaltar a estimativa de que até 80% da exposição solar acumulada de uma pessoa ocorre na infância, e, por isso, é relevante a fotoproteção nessa fase da vida.1111. Schalka S, Steiner D, Ravelli FN, Steiner T, Terema AC, Marçon CR, et al. Brazilian consensus on photoprotection. An Bras Dermatol. 2014;89 (6 Suppl. 1):1-74. https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20143971
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
Protetores solares previnem o câncer de pele,1111. Schalka S, Steiner D, Ravelli FN, Steiner T, Terema AC, Marçon CR, et al. Brazilian consensus on photoprotection. An Bras Dermatol. 2014;89 (6 Suppl. 1):1-74. https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20143971
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
,1212. Grandjean P, Bellinger D, Bergman A, Cordier S, Davey-Smith G, Eskenazi B, et al. The faroes statement: human health effects of developmental exposure to chemicals in our environment. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2008;102:73-5. https://doi.org/10.1111/j.1742-7843.2007.00114.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
entretanto a parcela da população pediátrica que faz uso deles diariamente está aquém da adequada.1313. Dupont L, Pereira DN. Sun exposure and sun protection habits in high school students from a city south of the country. An Bras Dermatol. 2012;87:90-5. https://doi.org/10.1590/s0365-05962012000100011
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
,1414. Hall HI, McDavid K, Jorgensen CM, Kraft JM. Factors associated with sunburn in white children aged 6 months to 11 years. Am J Prev Med. 2001;20:9-14. https://doi.org/10.1016/s0749-3797(00)00265-8
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
,1515. Bonfá R, Martins-Costa GM, Lovato B, Rezende R, Belletini C, Weber MB. Evaluation of the knowledge and photoprotection habits of children and their caregivers in the city of Porto Alegre, Brazil. Surg Cosmet Dermatol. 2014;6:148-53.,1616. Batista T, Fissmer MC, Porton KR, Schuelter-Trevisol F. Assessment of sun protection and skin cancer prevention among preschool children. Rev Paul Pediatr. 2013;31:17-23. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822013000100004
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.159...

Diante desse contexto, este estudo propôs-se a avaliar os hábitos de higiene e a frequência de uso de produtos de higiene pessoal, de cosméticos e de protetor solar na população infantil.

MÉTODO

Foi realizado estudo transversal que incluiu pacientes de até 14 anos de idade que aguardavam consulta nos ambulatórios da pediatria (alergologia, cardiologia, dermatologia, genética, gastroenterologia, pediatria geral e cirurgia pediátrica) de um hospital de nível terciário de atendimento, no período de 4 de março de 2015 a 30 de março de 2016, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da instituição.

Foram feitas entrevistas com os cuidadores dos participantes, com base em questionário estruturado, sobre os cuidados diários de higiene e uso de protetor solar e de produtos cosméticos como maquiagem. Analisaram-se as variáveis: idade e escolaridade materna, idade e sexo dos pacientes, número de banhos semanais, local do banho (chuveiro, banheira ou ambos), duração do banho, uso de sabonete e tipo de sabonete utilizado pelas crianças, uso de xampu e tipo de xampu utilizado, uso de hidratante, de protetor solar, de gel de cabelo e de algum outro cosmético. Quanto à maquiagem, foi questionado uso de batom, esmalte, sombra, lápis de olho, delineador, rímel, base/pó e blush. Pesquisaram-se também a idade de início do uso de maquiagem e o que motivou sua utilização, bem como a realização de tatuagem de hena e aplicação de tintura de cabelo.

Os questionários foram aplicados pelos pesquisadores, na sala de espera dos ambulatórios do hospital, nos seguintes dias de semana: segundas e sextas, no período da tarde; e quartas, no período da manhã. Incluíram-se todas as crianças que aguardavam consulta nesse período, independentemente de seu diagnóstico ou clínica em que consultava, que concordaram em participar do estudo e cujos responsáveis assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Não houve critérios para exclusão.

A análise estatística foi realizada pelo software R versão 3.3.1., os dados foram apresentados com frequências, média e mediana, e aplicaram-se os testes de Kruskal-Wallis e exato de Fisher para comparar uso de fotoprotetor e idade de início de maquiagem com escolaridade materna, considerando o nível de significância de 5%.

RESULTADOS

Foram entrevistados 276 participantes responsáveis por crianças que aguardavam consultas. Em 179 (64,8%) casos, o cuidador era a mãe da criança. Quanto à escolaridade materna, 100 (36,2%) possuíam nível primário, 134 (48,5%) nível médio e 35 (12,6%) nível superior. Em sete (2,5%) casos, o acompanhante não soube informar a escolaridade da mãe.

Entre as crianças participantes, a mediana de idade foi de 4 anos (10 dias a 14 anos) e 150 (54,3%) crianças eram do sexo masculino. Na distribuição por faixa etária, havia dois recém-nascidos (0,7%), 73 (26,6%) lactentes, 113 (40,9%) pré-escolares, 60 (21,7%) escolares e 28 (10,1%) adolescentes.

Sobre a higiene das crianças, 143 (51,8%) tomavam um banho ao dia, que era realizado no chuveiro em 194 (70,2%) casos, e 144 (52,1%) desses banhos tinham duração de mais de 10 minutos. A temperatura da água utilizada para o banho foi considerada como morna por 222 (80,4%) participantes. Os demais dados são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1
Distribuição dos hábitos de higiene e uso de cosméticos dos participantes.

O sabonete destinado a adultos era utilizado por 103 (37,3%) crianças. Quanto ao tipo de sabonete usado, em 220 (79,7%) casos era em barra. O xampu infantil era utilizado por 182 (65,9%) crianças (Tabela 2), e esponja, por 126 (45,6%) delas.

Tabela 2
Distribuição do uso de cosméticos dos participantes.

Dos participantes, 112 (40,5%) não usavam emolientes depois do banho, e, entre os que os utilizavam, o seu uso era diário por 107 (38,7%) e esporádico por 57 (20,6%).

Os protetores solares nunca eram utilizados por 106 (38,6%) participantes. Cinquenta e três (19,2%) crianças faziam uso diário de fotoproteção, enquanto 105 (38,4%) o faziam apenas se houvesse exposição solar, e 12 (4,35%) faziam uso esporádico do protetor. Considerando o grau de escolaridade materna, não houve diferença quanto ao uso de protetor solar (Figura 1, p=0,14).

Figura 1
Distribuição do uso de protetor solar conforme a escolaridade materna.

Faziam uso, respectivamente, de gel de cabelo 98 (35,5%) integrantes da amostra, perfume 182 (65,9%), desodorante 37 (13,4%) e esmalte 62 (22,4%) crianças entrevistadas.

Setenta e um (25,7%) participantes utilizavam algum tipo de maquiagem, como sombra, batom, base, pó ou blush e rímel. Entre eles, dois (2,8%) eram lactentes, 32 (45,0%) pré-escolares, 28 (39,4%) escolares e nove (12,7%) adolescentes. A frequência de cada produto consta da Tabela 2. A idade mediana de início do uso de maquiagem foi de 4 anos (1 a 11 anos). Considerando a idade de início do uso de maquiagem pelas crianças e o grau de escolaridade materna, não houve relação estatisticamente significativa. Nas mães com escolaridade de níveis primário, médio e superior, a idade de início foi, respectivamente, 4,8, 4,0, e 4,2 anos (p=0,66). O motivo do uso de cosméticos foi a pedido da criança em 53 (74,6%) casos, por desejo dos pais em oito (11,2%) situações e por influência de outros em 10 (14,2%).

A tatuagem de hena foi realizada em oito (2,8%) participantes, com idades de 4 a 12 anos, e aplicou-se tintura nos cabelos em seis (2,1%) crianças, entre 5 e 12 anos de idade.

DISCUSSÃO

Os dados apresentados revelam que as crianças realizam a higiene da pele de maneira inadequada, com frequência e duração do banho superiores às recomendadas, com produtos de limpeza destinados a adultos, e usam protetor solar apenas quando são expostas ao sol.

A pele da criança difere da do adulto por ser 30% mais fina até os 3 anos de vida, além de perder mais líquido e ter maior poder de absorção.11. Telofski LS, Morello AP, Mack MC, Stamatas GN. The infant skin barrier: can we preserve, protect, and enhance the barrier? Dermatol Res Pract. 2012;2012:198789. https://doi.org/10.1155/2012/198789
https://doi.org/https://doi.org/10.1155/...
Por isso, crianças devem utilizar apenas produtos infantis.55. Kuller JM. Infant skin care products: what are the issues? Adv Neonatal Care. 2016;16 (Suppl 5S):S3-12. https://doi.org/10.1097/ANC.0000000000000341
https://doi.org/https://doi.org/10.1097/...
,99. Pinheiro LA, Pinheiro AE. A pele da criança. A cosmética infantil será um mito? Acta Pediatr Port. 2007;38:200-8.,1717. Manová E, von Goetz NV, Keller C, Siegrist M, Hungerbühler K. Use patterns of leave-on personal care products among Swiss-German children, adolescents, and adults. Int J Environ Res Public Health. 2013;10:2778-98. https://doi.org/10.3390/ijerph10072778
https://doi.org/https://doi.org/10.3390/...
Está demonstrado que o banho com a utilização de sabonetes líquidos que não alteram o pH da superfície cutânea nem irritam a pele é mais eficiente que o banho apenas com água para a limpeza da pele infantil.1818. Blume-Peytavi U, Hauser M, Stamatas GN, Pathirana D, Garcia BN. Skin care practices for newborns and infants: review of the clinical evidence for best practices. Pediatr Dermatol. 2012;29:1-14. https://doi.org/10.1111/j.1525-1470.2011.01594.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
Os sindets (sabonetes com surfactantes sintéticos) são baseados em detergentes sintéticos neutros ou ácidos e causam menor eliminação de lipídios e menor perda transepidérmica de água, quando comparados com outros sabonetes.77. Stamatas GN, Nikolovski J, Mack MC, Kollias N. Infant skin physiology and development during the first years of life: a review of recent findings based on in vivo studies. Int J Cosmet Sci. 2011;33:17-24. https://doi.org/10.1111/j.1468-2494.2010.00611.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
Já os agentes de limpeza baseados em sabões são alcalinos e têm maior possibilidade de irritar a pele.33. Ali SM, Yosipovitch G. Skin pH: from basic science to basic skin care. Acta Derm Venereol. 2013;93:261-7. https://doi.org/10.2340/00015555-1531
https://doi.org/https://doi.org/10.2340/...
O presente estudo apontou que 37,3% das crianças usavam sabonete destinado à população adulta, fato que pode determinar alterações na homeostase da barreira cutânea. O uso de sabonetes adequados que não alteram o pH ácido da pele deve fazer parte das orientações de higiene infantil.

O tempo ideal para o banho, sobretudo em crianças com pele seca, não deve ultrapassar 10 minutos,1919. Rippke F, Schreiner V, Schwanitz HJ. The acidic milieu of the horny layer: new findings on the physiology and pathophysiology of skin pH. Am J Clin Dermatol. 2002;3:261-72. https://doi.org/10.2165/00128071-200203040-00004
https://doi.org/https://doi.org/10.2165/...
o que foi encontrado em 47,8% das crianças deste estudo. Banhos prolongados ocasionam maior perda transepidérmica de água.77. Stamatas GN, Nikolovski J, Mack MC, Kollias N. Infant skin physiology and development during the first years of life: a review of recent findings based on in vivo studies. Int J Cosmet Sci. 2011;33:17-24. https://doi.org/10.1111/j.1468-2494.2010.00611.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
Portanto, 52,1% das crianças estudadas podem ter as características da barreira cutânea prejudicadas por permanecer maior tempo no banho. O banho com temperatura adequada (37,0-37,5°C) preserva a estabilidade térmica e não aumenta a perda transepidérmica de água,77. Stamatas GN, Nikolovski J, Mack MC, Kollias N. Infant skin physiology and development during the first years of life: a review of recent findings based on in vivo studies. Int J Cosmet Sci. 2011;33:17-24. https://doi.org/10.1111/j.1468-2494.2010.00611.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
o que foi observado em 80,4% da população estudada.

O uso de emolientes em pacientes com pele xerótica melhora a eficácia da barreira cutânea.2020. Gelmetti C, Boralevi F, Seité S, Grimalt R, Humbert P, Luger T, et al. Quality of life of parents living with a child suffering from atopic dermatitis before and after a 3-month treatment with an emollient. Pediatr Dermatol. 2012;29:714-8. https://doi.org/10.1111/j.1525-1470.2012.01817.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
O benefício do uso de emolientes rotineiramente em crianças sem xerodermia ainda necessita de mais estudos.11. Telofski LS, Morello AP, Mack MC, Stamatas GN. The infant skin barrier: can we preserve, protect, and enhance the barrier? Dermatol Res Pract. 2012;2012:198789. https://doi.org/10.1155/2012/198789
https://doi.org/https://doi.org/10.1155/...
Na população avaliada, 59,4% usava emolientes. Entre esses indivíduos, 38,7% fazia uso diário desse tipo de produto, o que se mostra mais eficaz na proteção e manutenção da barreira cutânea do que o uso esporádico,55. Kuller JM. Infant skin care products: what are the issues? Adv Neonatal Care. 2016;16 (Suppl 5S):S3-12. https://doi.org/10.1097/ANC.0000000000000341
https://doi.org/https://doi.org/10.1097/...
como fazia o restante.

A fotoproteção adequada é medida essencial em saúde pública para todas as faixas etárias para a prevenção das neoplasias cutâneas1111. Schalka S, Steiner D, Ravelli FN, Steiner T, Terema AC, Marçon CR, et al. Brazilian consensus on photoprotection. An Bras Dermatol. 2014;89 (6 Suppl. 1):1-74. https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20143971
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
,1212. Grandjean P, Bellinger D, Bergman A, Cordier S, Davey-Smith G, Eskenazi B, et al. The faroes statement: human health effects of developmental exposure to chemicals in our environment. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2008;102:73-5. https://doi.org/10.1111/j.1742-7843.2007.00114.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
e também do fotoenvelhecimento.1111. Schalka S, Steiner D, Ravelli FN, Steiner T, Terema AC, Marçon CR, et al. Brazilian consensus on photoprotection. An Bras Dermatol. 2014;89 (6 Suppl. 1):1-74. https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20143971
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
Na população estudada, 61,9% usava protetor solar, porém apenas 19,2% das crianças o faziam diariamente. Dupont e Pereira, em um estudo realizado na cidade Carlos Barbosa, no sul do Brasil, em 2012, mostraram que 8,1% da população pediátrica estudada utilizava o protetor solar diariamente.1313. Dupont L, Pereira DN. Sun exposure and sun protection habits in high school students from a city south of the country. An Bras Dermatol. 2012;87:90-5. https://doi.org/10.1590/s0365-05962012000100011
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
Em uma pesquisa realizada com pré-escolares de escolas públicas e privadas de uma cidade em Santa Catarina, Brasil, encontrou-se uso diário de protetor solar em 4,4% da amostra.1613. Dupont L, Pereira DN. Sun exposure and sun protection habits in high school students from a city south of the country. An Bras Dermatol. 2012;87:90-5. https://doi.org/10.1590/s0365-05962012000100011
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
Em Porto Alegre, Brasil, cuidadores foram questionados quanto à aplicação do protetor solar nas crianças, dos quais 18,6% faziam tal uso diariamente. Esses dados apontam a necessidade de realizar campanhas educativas sobre fotoproteção voltadas para crianças e adolescentes2121. Álvarez-Garrido H, Nicasio CS, Velázquez-Tarjuelo D, Hernanz JM. Las quemaduras solares en la infancia: importancia de la educación en fotoprotección. Acta Pediatr Esp. 2011;69:217-22. e para os responsáveis,2222. van Osch L, Reubsaet A, Lechner L, de Vries H. The formation of specific action plans can enhance sun protection behavior in motivated parents. Prev Med. 2008;47:127-32. https://doi.org/10.1016/j.ypmed.2008.02.025
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
uma vez que a exposição solar no início da vida tem impacto no surgimento de neoplasias de pele, e hábitos adquiridos na infância e adolescência de proteção contra os raios solares modificam comportamentos futuros.1111. Schalka S, Steiner D, Ravelli FN, Steiner T, Terema AC, Marçon CR, et al. Brazilian consensus on photoprotection. An Bras Dermatol. 2014;89 (6 Suppl. 1):1-74. https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20143971
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...

Observa-se o uso cada vez mais precoce de maquiagem, como batom, brilho labial e sombra, na população infantil.99. Pinheiro LA, Pinheiro AE. A pele da criança. A cosmética infantil será um mito? Acta Pediatr Port. 2007;38:200-8. As crianças participantes deste estudo começaram a utilizar maquiagem precocemente, independentemente da escolaridade materna, assim como constatou Biesterbos em 2013.2323. Biesterbos JW, Dudzina T, Delmaar CJ, Bakker MI, Russel FG, Goetz N, et al. Usage patterns of personal care products: important factors for exposure assessment. Food Chem Toxicol. 2013;55:8-17. https://doi.org/10.1016/j.fct.2012.11.014
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
Um quarto da amostra estudada (25,7%) fazia uso de algum tipo de maquiagem, iniciado com a idade mediana de 4 anos. Poucos estudos na literatura avaliaram a frequência do uso de cosméticos na população infantil. Na pesquisa realizada em 2015 na França, destacou-se o uso de maquiagem variando entre 11 e 19% nas meninas de 4 e 14 anos de idade.2424. Ficheux AS, Wesolek N, Chevillotte G, Roudot AC. Consumption of cosmetic products by the French population. First part: frequency data. Food Chem Toxicol. 2015;78:159-69. https://doi.org/10.1016/j.fct.2015.01.016
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
Na Califórnia, 60% das crianças de 2 a 5 anos usavam batom.2525. Wu XM, Bennett DH, Ritz B, Cassady DL, Lee K, Hertz-Picciotto I. Usage pattern of personal care products in California households. Food Chem Toxicol. 2010;48:3109-19. https://doi.org/10.1016/j.fct.2010.08.004
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
­Acredita-se que as crianças são mais suscetíveis aos efeitos da exposição a agentes químicos por possuírem sistema imunológico imaturo e maior superfície corporal proporcional,1717. Manová E, von Goetz NV, Keller C, Siegrist M, Hungerbühler K. Use patterns of leave-on personal care products among Swiss-German children, adolescents, and adults. Int J Environ Res Public Health. 2013;10:2778-98. https://doi.org/10.3390/ijerph10072778
https://doi.org/https://doi.org/10.3390/...
e o impacto do uso habitual de maquiagem pode não ser imediatamente visível, aparecendo após anos de exposição.1212. Grandjean P, Bellinger D, Bergman A, Cordier S, Davey-Smith G, Eskenazi B, et al. The faroes statement: human health effects of developmental exposure to chemicals in our environment. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2008;102:73-5. https://doi.org/10.1111/j.1742-7843.2007.00114.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
A prevalência de dermatite de contato na faixa etária pediátrica tem aumentado progressivamente, tanto pela melhora da acurácia diagnóstica quanto por sua maior incidência, causada pelo aumento da exposição a produtos potencialmente alergênicos.2626. Lee PW, Elsaie ML, Jacob SE. Allergic contact dermatitis in children: common allergens and treatment: a review. Curr Opin Pediatr. 2009;21:491-8. https://doi.org/10.1097/MOP.0b013e32832d2008
https://doi.org/https://doi.org/10.1097/...
,2727. de Waard-van der FB, Andersen KE, Darsow U, Mortz CG, Orton D, Worm M, et al. Allergic contact dermatitis in children: which factors are relevant? (review of the literature). Pediatr Allergy Immunol. 2013;24:321-9. https://doi.org/10.1111/pai.12043
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
Caso não se consiga definir a causa da dermatite de contato, pode haver importante morbidade em função da cronicidade e recorrência das lesões.2626. Lee PW, Elsaie ML, Jacob SE. Allergic contact dermatitis in children: common allergens and treatment: a review. Curr Opin Pediatr. 2009;21:491-8. https://doi.org/10.1097/MOP.0b013e32832d2008
https://doi.org/https://doi.org/10.1097/...
Assim, pacientes e seus responsáveis devem estar cientes dos possíveis riscos do uso de maquiagem na infância, como dermatite de contato99. Pinheiro LA, Pinheiro AE. A pele da criança. A cosmética infantil será um mito? Acta Pediatr Port. 2007;38:200-8.,2828. Pham AK, Dinulos JG. Cosmeceuticals for children: should you care? Curr Opin Pediatr. 2014;26:446-51. https://doi.org/10.1097/MOP.0000000000000105
https://doi.org/https://doi.org/10.1097/...
e exacerbação de dermatite atópica.2828. Pham AK, Dinulos JG. Cosmeceuticals for children: should you care? Curr Opin Pediatr. 2014;26:446-51. https://doi.org/10.1097/MOP.0000000000000105
https://doi.org/https://doi.org/10.1097/...
,2929. Belloni Fortina A, Fontana E, Peserico A. Contact sensitization in children: a retrospective study of 2,614 children from a Single Center. Pediatr Dermatol. 2016;33:399-404. https://doi.org/10.1111/pde.12873
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
É importante salientar que o uso de produtos na pele da criança deve ser criterioso, a fim de evitar substâncias potencialmente alergênicas.3030. Lazzarini R, Rangel MG, Hafner MF. Evaluation of the presence of allergens in children’s products available for sale in a big city. An Bras Dermatol. 2018;93:457-9. https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20187111
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...

Uma limitação do presente estudo é o fato de a amostra ser composta de crianças atendidas em hospital de nível terciário. Portanto, podem ter recebido orientações relativas a hábitos de higiene e fotoproteção, o que poderia superestimar o uso de protetores solares e o número de crianças com hábitos corretos de higiene. Os resultados e a discussão apresentados, entretanto, demonstram que a população pediátrica estudada, ainda assim, mantinha hábitos de higiene e uso de protetor solar inadequados, fazia uso de produtos destinados à pele dos adultos e utilizava precocemente maquiagem.

Faz-se relevante que os profissionais de saúde estejam informados sobre essa realidade para que possam orientar os pais e responsáveis pelas crianças, além de serem necessárias campanhas de conscientização sobre o tema.

REFERENCES

  • 1
    Telofski LS, Morello AP, Mack MC, Stamatas GN. The infant skin barrier: can we preserve, protect, and enhance the barrier? Dermatol Res Pract. 2012;2012:198789. https://doi.org/10.1155/2012/198789
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1155/2012/198789
  • 2
    Chiou YB, Blume-Peytavi U. Stratum corneum maturation. A review of neonatal skin function. Skin Pharmacol Physiol. 2004;17:57-66. https://doi.org/10.1159/000076015
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1159/000076015
  • 3
    Ali SM, Yosipovitch G. Skin pH: from basic science to basic skin care. Acta Derm Venereol. 2013;93:261-7. https://doi.org/10.2340/00015555-1531
    » https://doi.org/https://doi.org/10.2340/00015555-1531
  • 4
    Lund C, Kuller J, Lane A, Lott JW, Raines DA. Neonatal skin care: the scientific basis for practice. Neonatal Netw. 1999;18:15-27. https://doi.org/10.1891/0730-0832.18.4.15
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1891/0730-0832.18.4.15
  • 5
    Kuller JM. Infant skin care products: what are the issues? Adv Neonatal Care. 2016;16 (Suppl 5S):S3-12. https://doi.org/10.1097/ANC.0000000000000341
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1097/ANC.0000000000000341
  • 6
    Fernandes JD, Machado MC, Oliveira ZN. Children and newborn skin care and prevention. An Bras Dermatol. 2011;86:102-10. https://doi.org/10.1590/s0365-05962011000100014
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1590/s0365-05962011000100014
  • 7
    Stamatas GN, Nikolovski J, Mack MC, Kollias N. Infant skin physiology and development during the first years of life: a review of recent findings based on in vivo studies. Int J Cosmet Sci. 2011;33:17-24. https://doi.org/10.1111/j.1468-2494.2010.00611.x
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1111/j.1468-2494.2010.00611.x
  • 8
    Blume-Peytavi U, Cork MJ, Faergemann J, Szczapa J, Vanaclocha F, Gelmetti C. Bathing and cleansing in newborns from day 1 to first year of life: recommendations from a European round table meeting. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2009;23:751-9. https://doi.org/10.1111/j.1468-3083.2009.03140.x
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1111/j.1468-3083.2009.03140.x
  • 9
    Pinheiro LA, Pinheiro AE. A pele da criança. A cosmética infantil será um mito? Acta Pediatr Port. 2007;38:200-8.
  • 10
    Brasil - Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Resolução da diretoria colegiada - RDC nº 15, de 24 de abril de 2015, que dispõe sobre os requisitos técnicos para a concessão de registro de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes infantis e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial; 2015.
  • 11
    Schalka S, Steiner D, Ravelli FN, Steiner T, Terema AC, Marçon CR, et al. Brazilian consensus on photoprotection. An Bras Dermatol. 2014;89 (6 Suppl. 1):1-74. https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20143971
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20143971
  • 12
    Grandjean P, Bellinger D, Bergman A, Cordier S, Davey-Smith G, Eskenazi B, et al. The faroes statement: human health effects of developmental exposure to chemicals in our environment. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2008;102:73-5. https://doi.org/10.1111/j.1742-7843.2007.00114.x
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1111/j.1742-7843.2007.00114.x
  • 13
    Dupont L, Pereira DN. Sun exposure and sun protection habits in high school students from a city south of the country. An Bras Dermatol. 2012;87:90-5. https://doi.org/10.1590/s0365-05962012000100011
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1590/s0365-05962012000100011
  • 14
    Hall HI, McDavid K, Jorgensen CM, Kraft JM. Factors associated with sunburn in white children aged 6 months to 11 years. Am J Prev Med. 2001;20:9-14. https://doi.org/10.1016/s0749-3797(00)00265-8
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/s0749-3797(00)00265-8
  • 15
    Bonfá R, Martins-Costa GM, Lovato B, Rezende R, Belletini C, Weber MB. Evaluation of the knowledge and photoprotection habits of children and their caregivers in the city of Porto Alegre, Brazil. Surg Cosmet Dermatol. 2014;6:148-53.
  • 16
    Batista T, Fissmer MC, Porton KR, Schuelter-Trevisol F. Assessment of sun protection and skin cancer prevention among preschool children. Rev Paul Pediatr. 2013;31:17-23. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822013000100004
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822013000100004
  • 17
    Manová E, von Goetz NV, Keller C, Siegrist M, Hungerbühler K. Use patterns of leave-on personal care products among Swiss-German children, adolescents, and adults. Int J Environ Res Public Health. 2013;10:2778-98. https://doi.org/10.3390/ijerph10072778
    » https://doi.org/https://doi.org/10.3390/ijerph10072778
  • 18
    Blume-Peytavi U, Hauser M, Stamatas GN, Pathirana D, Garcia BN. Skin care practices for newborns and infants: review of the clinical evidence for best practices. Pediatr Dermatol. 2012;29:1-14. https://doi.org/10.1111/j.1525-1470.2011.01594.x
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1111/j.1525-1470.2011.01594.x
  • 19
    Rippke F, Schreiner V, Schwanitz HJ. The acidic milieu of the horny layer: new findings on the physiology and pathophysiology of skin pH. Am J Clin Dermatol. 2002;3:261-72. https://doi.org/10.2165/00128071-200203040-00004
    » https://doi.org/https://doi.org/10.2165/00128071-200203040-00004
  • 20
    Gelmetti C, Boralevi F, Seité S, Grimalt R, Humbert P, Luger T, et al. Quality of life of parents living with a child suffering from atopic dermatitis before and after a 3-month treatment with an emollient. Pediatr Dermatol. 2012;29:714-8. https://doi.org/10.1111/j.1525-1470.2012.01817.x
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1111/j.1525-1470.2012.01817.x
  • 21
    Álvarez-Garrido H, Nicasio CS, Velázquez-Tarjuelo D, Hernanz JM. Las quemaduras solares en la infancia: importancia de la educación en fotoprotección. Acta Pediatr Esp. 2011;69:217-22.
  • 22
    van Osch L, Reubsaet A, Lechner L, de Vries H. The formation of specific action plans can enhance sun protection behavior in motivated parents. Prev Med. 2008;47:127-32. https://doi.org/10.1016/j.ypmed.2008.02.025
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.ypmed.2008.02.025
  • 23
    Biesterbos JW, Dudzina T, Delmaar CJ, Bakker MI, Russel FG, Goetz N, et al. Usage patterns of personal care products: important factors for exposure assessment. Food Chem Toxicol. 2013;55:8-17. https://doi.org/10.1016/j.fct.2012.11.014
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.fct.2012.11.014
  • 24
    Ficheux AS, Wesolek N, Chevillotte G, Roudot AC. Consumption of cosmetic products by the French population. First part: frequency data. Food Chem Toxicol. 2015;78:159-69. https://doi.org/10.1016/j.fct.2015.01.016
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.fct.2015.01.016
  • 25
    Wu XM, Bennett DH, Ritz B, Cassady DL, Lee K, Hertz-Picciotto I. Usage pattern of personal care products in California households. Food Chem Toxicol. 2010;48:3109-19. https://doi.org/10.1016/j.fct.2010.08.004
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.fct.2010.08.004
  • 26
    Lee PW, Elsaie ML, Jacob SE. Allergic contact dermatitis in children: common allergens and treatment: a review. Curr Opin Pediatr. 2009;21:491-8. https://doi.org/10.1097/MOP.0b013e32832d2008
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1097/MOP.0b013e32832d2008
  • 27
    de Waard-van der FB, Andersen KE, Darsow U, Mortz CG, Orton D, Worm M, et al. Allergic contact dermatitis in children: which factors are relevant? (review of the literature). Pediatr Allergy Immunol. 2013;24:321-9. https://doi.org/10.1111/pai.12043
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1111/pai.12043
  • 28
    Pham AK, Dinulos JG. Cosmeceuticals for children: should you care? Curr Opin Pediatr. 2014;26:446-51. https://doi.org/10.1097/MOP.0000000000000105
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1097/MOP.0000000000000105
  • 29
    Belloni Fortina A, Fontana E, Peserico A. Contact sensitization in children: a retrospective study of 2,614 children from a Single Center. Pediatr Dermatol. 2016;33:399-404. https://doi.org/10.1111/pde.12873
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1111/pde.12873
  • 30
    Lazzarini R, Rangel MG, Hafner MF. Evaluation of the presence of allergens in children’s products available for sale in a big city. An Bras Dermatol. 2018;93:457-9. https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20187111
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20187111

Financiamento

  • Bolsa de iniciação científica - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) - do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para Thayane Guimarães de Melo.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Maio 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    16 Out 2018
  • Aceito
    18 Jan 2019
  • Publicado
    24 Abr 2020
Sociedade de Pediatria de São Paulo R. Maria Figueiredo, 595 - 10o andar, 04002-003 São Paulo - SP - Brasil, Tel./Fax: (11 55) 3284-0308; 3289-9809; 3284-0051 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rpp@spsp.org.br