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ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE ALEITAMENTO, HÁBITOS BUCAIS E MALOCLUSÕES

STUDY OF THE RELATIONSHIP BETWEEN INFANT FEEDING METHODS, ORAL HABITS, AND MALOCCLUSION

Resumos

A proposta do presente trabalho foi associar a forma de aleitamento com a instalação de hábitos bucais deletérios e conseqüentes maloclusões. Foram examinadas 357 crianças, na faixa etária de 3 a 5 anos, pertencentes a creches e escolas da cidade de Belo Horizonte. Para a obtenção de informações sobre o desenvolvimento das crianças, foram enviados questionários para as mães. Houve um retorno de 289 questionários, sendo avaliadas 289 fichas das crianças participantes. Constatou-se que há associação do aleitamento natural com a não instalação de hábitos bucais viciosos, pois 86,1% das crianças que não apresentaram hábitos deletérios foram aleitadas por, no mínimo, 6 meses. A associação de hábitos bucais com maloclusões foi significante, sendo mais prevalentes as mordidas cruzada posterior e aberta anterior

Aleitamento materno; Hábitos de sucção; Maloclusão


The purpose of the present investigation was to assess the relationship between infant feeding methods, oral habits, and the occurrence of future malocclusions in children. The study comprised 357 children (aged 3 to 5 years) from different social classes who were clinically examined in their nursery schools. In order to gather information on the children's development, a previously tested questionnaire was sent to their homes to be answered by their mothers. Two hundred and eighty nine questionnaires were returned. Hence, only the corresponding 289 clinical examinations were considered for final analysis. It was observed that breast feeding was associated with the absence of oral habits, since 86.1% of the children breast-fed for a period longer than 6 months did not develop oral habits. Posterior crossbite and anterior open bite were the most prevalent types of malocclusion observed

Breast feeding; Suction habits; Malocclusion


ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE ALEITAMENTO, HÁBITOS BUCAIS E MALOCLUSÕES

STUDY OF THE RELATIONSHIP BETWEEN INFANT FEEDING METHODS, ORAL HABITS, AND MALOCCLUSION

Júnia Maria Cheib SERRA-NEGRA* * Professora Assistente do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Mestre em Odontopediatria. ** Professora Adjunta do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Doutora em Epidemiologia e Saúde Pública. *** Professor Assistente do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Mestre em Ortodontia.

Isabela Almeida PORDEUS** * Professora Assistente do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Mestre em Odontopediatria. ** Professora Adjunta do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Doutora em Epidemiologia e Saúde Pública. *** Professor Assistente do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Mestre em Ortodontia.

José Ferreira ROCHA JR.*** * Professora Assistente do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Mestre em Odontopediatria. ** Professora Adjunta do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Doutora em Epidemiologia e Saúde Pública. *** Professor Assistente do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Mestre em Ortodontia.

SERRA-NEGRA, J. M. C. et al. Estudo da associação entre aleitamento, hábitos bucais e maloclusões. Rev Odontol Univ São Paulo, v.11, n.2, p.79-86, abr./jun. 1997.

A proposta do presente trabalho foi associar a forma de aleitamento com a instalação de hábitos bucais deletérios e conseqüentes maloclusões. Foram examinadas 357 crianças, na faixa etária de 3 a 5 anos, pertencentes a creches e escolas da cidade de Belo Horizonte. Para a obtenção de informações sobre o desenvolvimento das crianças, foram enviados questionários para as mães. Houve um retorno de 289 questionários, sendo avaliadas 289 fichas das crianças participantes. Constatou-se que há associação do aleitamento natural com a não instalação de hábitos bucais viciosos, pois 86,1% das crianças que não apresentaram hábitos deletérios foram aleitadas por, no mínimo, 6 meses. A associação de hábitos bucais com maloclusões foi significante, sendo mais prevalentes as mordidas cruzada posterior e aberta anterior.

UNITERMOS: Aleitamento materno; Hábitos de sucção; Maloclusão.

INTRODUÇÃO

Recentemente, tem-se enfatizado a importância do aleitamento natural, uma vez que o leite materno é considerado o melhor alimento do ponto de vista nutricional, reforça a imunidade do bebê contra doenças infecciosas e alérgicas e exerce um importante papel na redução da mortalidade infantil (CRESPIN16, 1979; MARTINS FILHO27, 1987; AMAURY4, 1988; ALMEIDA2, 1992; CARVALHO et al.11, 1992; COSTA et al.13, 1993; ALMEIDA3, 1995).

O aleitamento natural não só está relacionado com os aspectos nutricionais, como também preenche as necessidades emocionais do bebê, através do contato próximo estabelecido entre a mãe e o filho (AJURIAGUERRA1, 1976; GIRON20, 1988; ALMEIDA2, 1992; SERRA-NEGRA36, 1994). O aleitamento natural traz, ainda, benefícios para a nutris. A prática da amamentação no seio promove uma melhor involução genital no período pós-parto, diminui a incidência de câncer mamário e proporciona efeito anticoncepcional, além dos aspectos de praticidade em sua manipulação, não resultando em ônus financeiro para a família (ALMEIDA2, 1992).

Assim sendo, observa-se que a prática do aleitamento natural desempenha importante papel na saúde do ser humano, abrangendo o desenvolvimento infantil e a saúde da mulher.

Ao longo dos anos, vários autores vêm se preocupando com o estudo da associação entre a forma de aleitamento e a instalação de maus hábitos bucais e, a partir destes, o desenvolvimento de maloclusões em crianças.

Aleitamento natural e hábitos bucais deletérios

No primeiro livro de Odontopediatria publicado, JÓRDON23 (1926) abordou a importância do aleitamento materno no desenvolvimento do sistema estomatognático ao descrever a possibilidade de instalação de futuras maloclusões em crianças não aleitadas no seio.

Apesar de a correlação entre hábitos viciosos e aleitamento natural ser controversa (HANNA21, 1967; MEYERS; HERTZBERG29, 1988; OGAARD et al.33, 1994), vários autores relatam o importante papel da amamentação sobre a futura instalação de hábitos deletérios (BILJSTRA9, 1958; BOSMA10, 1969; COMMERFORD12, 1977; LEGOVIC; OSTRIC24, 1991; PAUNIO et al.35, 1993).

COMMERFORD12 (1977) demonstrou que 92% das crianças que receberam alimentação no seio materno como forma exclusiva de alimentação nos primeiros seis meses de vida não apresentaram hábitos de sucção deletérios.

LEGOVIC; OSTRIC24 (1991) observaram que, das crianças examinadas que não usaram chupeta, 58,8% foram amamentadas no seio por três meses ou mais, comparadas com 31% que usaram chupeta e foram alimentadas exclusivamente na mamadeira. Dentre as crianças que apresentaram o hábito de chupar dedo, houve uma alteração de comportamento, uma vez que 20,6% dessas que chupavam dedo foram amamentadas por três meses ou mais e 13,1% foram alimentadas exclusivamente com mamadeira.

PAUNIO et al.35 (1993) estudaram a associação de hábitos de sucção de chupeta e dedo com o aleitamento natural em 1018 crianças de 3 anos de idade na cidade de Turku, na Finlândia. Foi observado que, à medida em que o tempo de aleitamento diminuía, aumentava o risco de a criança utilizar a chupeta até a idade de 3 anos, comparativamente às crianças que receberam aleitamento natural por 6 meses. Não foi possível estabelecer uma associação com o hábito de chupar dedo devido ao pequeno número de crianças com esse hábito (1,7%).

As teorias que tentam explicar essa tendência sugerem que os bebês aleitados de forma natural executam um intenso trabalho muscular ao sugar o seio materno, ficando a musculatura peribucal fatigada, o que faz com que a criança durma e não necessite da sucção de chupeta, dedo ou objetos (MORESCA; FERES31, 1992). Além disso, o preenchimento das necessidades psicoafetivas pelo contato próximo, através do aleitamento, sobrepõe a busca por objetos comumente utilizados para a satisfação oral: chupeta e dedo (PASTOR; MONTANA34, 1994).

Hábitos deletérios e maloclusões

Os hábitos deletérios mais comuns são a sucção de dedo ou chupeta, a onicofagia e a prática de morder objetos. O papel dos hábitos bucais viciosos na etiologia das maloclusões tem sido bastante estudado. A sucção não nutritiva vem sendo mais fortemente associada ao estabelecimento de maloclusões (MASSLER28, 1963; MOFFAT30, 1963; FERNANDES19, 1964; COUTAND; ZABLITH15, 1968; SUBTELNY; SUBTELNY39, 1973; ARAÚJO; TELLES6, 1986; MEYERS; HERTZBERG29, 1988; LINO26, 1990; URIAS40, 1992; BENZAQUEN; OLIVEIRA8, 1993; PAUNIO et al.35, 1993; OGAARD et al.33, 1994), porém, a onicofagia é tida como o hábito que exerce menor alteração na arcada dentária (ARAÚJO5, 1982; LINO26, 1990).

MORESCA; FERES31 (1992) enumeraram várias alterações do sistema estomatognático decorrentes de hábitos bucais deletérios: retrognatismo mandibular, prognatismo maxilar, mordida aberta anterior, musculatura labial superior hipotônica, musculatura labial inferior hipertônica, atresia do palato, interposição de língua, atresia do arco superior e respiração bucal.

As mordidas aberta anterior e cruzada posterior são as maloclusões mais freqüentemente relatadas na literatura (ARAÚJO; TELLES6, 1986; LINO26, 1990; URIAS40, 1992; BENZAQUEN; OLIVEIRA8, 1993; PAUNIO et al.35, 1993; OGAARD et al.33, 1994). A mordida aberta anterior pode ser atribuída à constante sucção não nutritiva, a qual cria uma desconfiguração no segmento anterior da arcada dentária. Os hábitos bucais viciosos podem prejudicar o crescimento adequado do processo alveolar (URIAS40, 1992). Por outro lado, a mordida cruzada posterior é decorrente da atresia dos arcos e freqüentemente associada à respiração bucal (LINO26, 1990; MORESCA; FERES31, 1992).

Tendo em mente o conceito de promoção de saúde na prática odontológica, o presente trabalho teve como objetivo analisar a associação entre a forma de aleitamento e a instalação de hábitos bucais e, a partir destes, o estabelecimento de maloclusões.

CASUÍSTICA E METODOLOGIA

Participaram desta pesquisa quatro escolas e creches, particulares e públicas, de diferentes classes sociais da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Após reunião com a pesquisadora, diretores e funcionários dessas instituições foram esclarecidos sobre os objetivos e a metodologia a ser utilizada e, então, obteve-se a permissão para o desenvolvimento do presente estudo.

Exame clínico

Foram examinadas 357 crianças na faixa etária de 3 a 5 anos, sendo anotadas, em ficha clínica pré-testada, as características das arcadas dentárias e as possíveis maloclusões presentes.

Como instrumento "quebra-gelo", a pesquisadora contava uma estória infantilI I Estória infantil "O caminho dos dentinhos". São Paulo : American Med

Os indicadores de maloclusões, como a mordida cruzada posterior e os trespasses vertical e horizontal, foram observados em relação cêntrica, para que houvesse contato dental sempre na mesma posição.

Mordida cruzada posterior

Para a mordida cruzada posterior, foram adotadas duas categorias: 1ª) ausente, quando havia oclusão das cúspides vestibulares inferiores com a superfície oclusal dos superiores; 2ª) presente, quando as cúspides vestibulares dos dentes posteriores superiores ocluíam nos sulcos oclusais dos inferiores, estabelecendo cruzamento (MOYERS32, 1979; DAWSON17, 1980; ARAÚJO5, 1982; LINO26, 1990).

Trespasses

Para a obtenção de medida dos trespasses vertical e horizontal, utilizou-se lápis preto número 2, régua milimetrada e palito de picolé, de acordo com SOUKI et al.38 (1994).

O trespasse horizontal foi classificado em: normal, sobressaliência, mordida cruzada e "sem trespasse incisal". O trespasse vertical foi classificado em: normal, sobremordida e mordida aberta.

Os termos "sobressaliência" e "sobremordida" foram definidos conforme ARAÚJO5 (1982), sendo o primeiro caracterizado por um excessivo trespasse horizontal dos incisivos, estando os superiores à frente dos inferiores. Por sobremordida entende-se um excessivo trespasse dos incisivos no sentido vertical.

Segundo BARNETT7 (1978), os trespasses vertical e horizontal podem ser considerados normais até a medida de 3 mm. Assim sendo, denominaram-se os valores acima de 3 mm como sobressaliência para o trespasse horizontal e sobremordida para o vertical. Quando a medida fosse igual a zero e os dentes anteriores apresentassem a borda incisal superior em contato com a borda incisal antagonista, classificou-se como relação de topo. Nas situações em que não havia contato dos dentes anteriores, enquanto os posteriores permaneciam em oclusão, denominou-se de mordida aberta (MOYERS32, 1979; DAWSON17, 1980; ARAÚJO5, 1982; URIAS40, 1992).

Na literatura ortodôntica consultada, não foi encontrado um termo que designasse o trespasse horizontal quando o vertical estava em relação de mordida aberta anterior. Sendo assim, utilizou-se a definição de mordida aberta proposta por MOYERS32 (1979): sem trespasse incisal e com trespasse incisal. Essa definição foi adaptada aos conceitos de BARNETT7 (1978), ARAÚJO5 (1982) e SOUKI et al.38 (1994).

Nos casos em que havia contato dos dentes anteriores e posteriores, porém, com cruzamento da região anterior, denominou-se "mordida cruzada anterior" para o trespasse horizontal, e o trespasse vertical não foi medido, denominando-se esses casos de "omissos" (ARAÚJO5, 1982).

Questionários

Com o intuito de se obterem informações sobre a forma de aleitamento e a presença ou não de hábitos bucais deletérios, questionários pré-testados foram encaminhados para todas as mães das crianças examinadas. Os hábitos pesquisados foram: sucção de dedo, chupeta, ato de morder objeto e onicofagia.

Houve retorno de 81% dos questionários, sendo desconsideradas as fichas clínicas das crianças cujas mães não colaboraram com suas respostas. Assim, foi realizada a análise de 289 fichas e de 289 questionários.

Análise estatística

Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística utilizando-se os programas para microcomputador EPI-INFO e o pacote estatístico S.A.S. Para avaliar a concordância intra-examinador, utilizou-se o índice de concordância Kappa (SNEDECOR; COCHRAN37, 1989).

O teste escolhido foi o X2 (Qui-quadrado). Sob a hipótese de que não existe associação, pode ser mostrado que a estatística tem aproximadamente uma distribuição X2 com (R-1)(C-1) graus de liberdade. Porém, quando ocorre valor esperado menor que 10 em alguma casela, pode-se obter uma estatística mais próxima da distribuição X2(R-1)(C-1), utilizando-se a correção de continuidade de Yates (VIEIRA41, 1991). Nos casos de tabelas 2 x 2, quando ocorreu um valor esperado menor que 5, nesse estudo, foi utilizado o teste exato de Fisher. Em análises que envolveram a forma de aleitamento (alimentação no seio e mamadeira), utilizou-se o Qui-quadrado de Mantel-Haenszel, que é uma variação do teste Qui-quadrado, cuja formulação avalia a tendência de crescimento linear nos casos de variáveis cujas respostas seguem uma escala ordinal, geralmente em ordem temporal, como ocorre nessas variáveis (SNEDECOR; COCHRAN37, 1989).

Em tabelas 2 x 2 em que eram associadas duas variáveis, pôde-se estimar a "odds ratio", uma medida que quantifica o risco relativo, utilizando-se a fórmula: O R = ad/bc.(LILIENFELD; LILIENFELD25, 1980).

Todos os resultados foram considerados significativos em um nível de significância de 5% (p£ 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao se avaliar a concordância intra-examinador durante o exame clínico, observou-se que os valores de Kappa para os indicadores de maloclusões variaram entre 85,6% a 91,4%, sendo considerados como de excelente concordância (HUNT22, 1986; EKLUND et al.18, 1991).

Na população estudada, constatou-se que 147 crianças (52,5%) foram amamentadas no seio por um período igual ou superior a 6 meses. Somente 44 crianças (15,7%) não receberam aleitamento materno ou foram aleitadas por até um mês. No que se refere à alimentação na mamadeira, observou-se que 146 crianças (52,1%) a utilizaram por um período superior a um ano e somente 38 crianças (13,6%) nunca lançaram mão desse recurso.

Os resultados indicaram que 211 crianças (75%) apresentaram, pelo menos, um tipo de hábito deletério. Dentre os hábitos questionados, o mais freqüente foi a chupeta (75,1%), seguido por onicofagia (10,3%), sucção de dedo (10,0%) e ato de morder objetos (6,8%).

A forma de aleitamento desencadeando hábitos bucais deletérios

Constatou-se que 86,1% das crianças que não apresentaram hábitos bucais deletérios receberam aleitamento natural por seis meses ou mais (Tabela 1). Essa relação foi similar aos estudos de COMMERFORD12 (1977), LEGOVIC; OSTRIC24 (1991), MORESCA; FERES31 (1992) e PAUNIO et al.35 (1993), divergindo, entretanto, dos relatos de HANNA21 (1967), MEYERS; HERTZBERG29 (1988) e OGAARD et al. (1994). Os resultados indicaram que aquelas crianças que nunca receberam aleitamento materno ou, se o fizeram, foi por um período de até um mês, apresentam um risco de desenvolver hábitos deletérios sete vezes superior (O.R. = 7,1) com relação àquelas que foram amamentadas por um período de, no mínimo, seis meses (Tabela 1).

É importante salientar que tanto o trabalho de HANNA21 (1967) quanto o de MEYERS; HERTZBERG29 (1988) foram desenvolvidos em amostra com faixa etária diferente da da estudada na presente investigação. HANNA21 (1967) examinou escolares com dentadura mista. É ainda mais acentuada a diferença no trabalho de MEYERS; HERTZBERG29 (1988), que examinou pré-adolescentes quando, além da questão da dentição estudada, poderia ser questionada a memória das mães para responder as perguntas referentes ao começo de vida desses indivíduos.

Por outro lado, OGAARD et al.33 (1994) tentaram relacionar a forma de aleitamento com a mordida cruzada posterior e não encontraram relação estatisticamente significante. Talvez esteja aí a diferença dos resultados encontrados na presente investigação, na qual se adotou uma linha de raciocínio em que o aleitamento poderia levar a hábitos deletérios e a presença dos hábitos seria o desencadeador de maloclusões e, não, uma associação direta entre aleitamento e maloclusões.

A relação entre hábitos deletérios e o uso da mamadeira também foi significante estatisticamente. Foi observado que 57,4% das crianças que apresentaram hábitos deletérios foram alimentadas por mamadeira por um período superior a um ano e somente 9,3% daquelas que apresentaram hábitos viciosos nunca a utilizaram (Tabela 1). Esses resultados são similares aos descritos por BILJSTRA9 (1958), BOSMA10 (1969) e LEGOVIC; OSTRIC24 (1991), que foram unânimes em relatar o papel da mamadeira como fator desencadeante de hábitos deletérios.

No presente estudo, o risco de desenvolver hábitos deletérios para as crianças que foram aleitadas artificialmente por um período superior a um ano foi, aproximadamente, dez vezes superior (O.R. = 9,9) àquelas que nunca se alimentaram com mamadeira (Tabela 1).

Faz-se necessário destacar que a maioria dos autores consultados, que estudaram a associação da forma de aleitamento com a instalação de hábitos, observaram essa associação com hábitos de sucção de polegar, como é o caso dos estudos de BILJSTRA9 (1958) e BOSMA10 (1969). Na amostra estudada, o hábito de chupar dedo não demonstrou relação estatística com a forma de aleitamento, devido ao pequeno número de crianças com esse hábito, podendo se assemelhar aos trabalhos de PAUNIO et al.35 (1993) e de OGAARD et al.33 (1994).

Os hábitos bucais deletérios e as maloclusões

Ao se avaliar a relação de hábitos bucais deletérios com maloclusões, observou-se que as crianças com hábitos viciosos apresentaram, em maior número, mordida cruzada posterior (23,9%) comparadas a apenas 7% com mordida cruzada posterior e sem hábitos deletérios (Tabela 2).

É importante salientar que as crianças com hábito deletério apresentam 4 vezes mais chance (O.R. = 4,2) de desenvolver mordida cruzada posterior do que as crianças sem este (Tabela 2). ARAÚJO5 (1982), LINO26 (1990), MORESCA; FERES31 (1992), PAUNIO et al.35 (1993) e OGAARD et al.33 (1994) também destacam a mordida cruzada como conseqüência de hábitos bucais viciosos.

Para LINO26 (1990), a mordida cruzada posterior pode ser também conseqüência da respiração bucal. O autor associa ainda a respiração bucal com a presença de hábitos deletérios, afirmando que a primeira pode ser proveniente da segunda. MORESCA; FERES31 (1992), ao escreverem sobre alterações decorrentes de hábitos deletérios, falam de atresia dos arcos, especificamente do arco superior. Os mesmos autores relatam que a atresia dos arcos pode estabelecer mordida cruzada posterior.

Relacionando o trespasse vertical com os hábitos deletérios, a mordida aberta foi a maloclusão mais freqüente (31,9%) (Tabela 2), sendo coincidente com os trabalhos de MASSLER28 (1963), MOFFAT30 (1963), FERNANDES19 (1964), COUTAND; ZABLITH15 (1968), SUBTELNY; SUBTELNY39 (1973), MORESCA; FERES31 (1992), BENZAQUEN; OLIVEIRA8 (1993), PAUNIO et al.35 (1993) e OGAARD et al.33 (1994), todos unânimes nessa afirmação.

O risco relativo observado para mordida aberta anterior em crianças portadoras de hábitos deletérios foi, aproximadamente, quatorze vezes superior (O.R. = 14,1) em comparação àquelas que não apresentaram esse comportamento (Tabela 2).

Tanto COUTAND; ZABLITH15 (1968) quanto PAUNIO et al.35 (1993) relataram que as alterações oclusais anteriores são muito mais significativas do que as posteriores quando analisada a associação de hábitos deletérios com maloclusões. Inclusive PAUNIO et al.35 (1993) calcularam o risco relativo da associação de mordida aberta anterior e hábitos de sucção, encontrando uma "odds ratio" de 104 para o hábito de chupar chupeta e de 12,4 para o hábito de chupar dedo. Essa discrepância de valores de risco relativo talvez possa ser conseqüente das diferenças observadas entre as populações examinadas. Enquanto que no estudo de PAUNIO et al.35 (1993), realizado nos países escandinavos, 83% da população apresentaram mordida aberta anterior e 23%, o hábito de sucção de chupeta, no presente estudo, 27% das crianças estudadas possuíam essa alteração oclusal e 75%, hábitos deletérios, provavelmente em decorrência das diferenças entre as raças estudadas.

Estudando a relação entre o trespasse horizontal e hábitos viciosos, apenas 15,6% das crianças com maus hábitos apresentaram sobressaliência. Entretanto, o risco de as crianças portadoras de hábitos deletérios desenvolverem essa alteração oclusal é aproximadamente quatro vezes superior (O.R. = 3,6) em comparação àquelas sem esse comportamento (Tabela 2).

Faz-se necessário observar que o presente estudo não teve como objetivo detalhar as desarmonias oclusais, coletando alterações esqueléticas ou dentárias, médias ou profundas, hereditárias ou não. Seriam necessários para tal exames complementares, como, por exemplo, a análise cefalométrica de cada criança e de seus familiares. Como este estudo possui caráter epidemiológico, tais exames seriam inviáveis e, além disso, entrariam as questões éticas de expor crianças com pouca idade aos raios X.

CONCLUSÕES

De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que:

  • Crianças com menor tempo de aleitamento materno desenvolvem, com maior freqüência, hábitos bucais deletérios, possuindo um risco relativo sete vezes superior (O.R. = 7,1) com relação àquelas aleitadas no seio por um período de, no mínimo, seis meses.

  • Crianças aleitadas com mamadeira por mais de um ano apresentam quase dez vezes mais risco (O.R. = 9,9) de apresentarem hábitos bucais viciosos do que aquelas que nunca utilizaram essa forma de aleitamento.

  • Os hábitos bucais deletérios estão fortemente associados às maloclusões.

  • As maloclusões mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior e sobressaliência estão diretamente relacionadas à presença de hábitos bucais, sendo que crianças com hábitos deletérios apresentam quatro vezes mais chance (O.R. = 4,2) de desenvolverem mordida cruzada posterior do que aquelas sem hábitos, quatorze vezes mais risco (O.R. = 14,1) de apresentarem mordida aberta anterior e 3,6 vezes mais chance de possuírem sobressaliência.

AGRADECIMENTOS

À Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMG, pela ajuda financeira, e ao acadêmico Silvério da Cunha Veloso, pela valiosa colaboração na elaboração deste trabalho.

SERRA-NEGRA, J. M. C. et al. Study of the relationship between infant feeding methods, oral habits, and malocclusion. Rev Odontol Univ São Paulo, v.11, n.2, p.79-86, abr./jun. 1997.

The purpose of the present investigation was to assess the relationship between infant feeding methods, oral habits, and the occurrence of future malocclusions in children. The study comprised 357 children (aged 3 to 5 years) from different social classes who were clinically examined in their nursery schools. In order to gather information on the children's development, a previously tested questionnaire was sent to their homes to be answered by their mothers. Two hundred and eighty nine questionnaires were returned. Hence, only the corresponding 289 clinical examinations were considered for final analysis. It was observed that breast feeding was associated with the absence of oral habits, since 86.1% of the children breast-fed for a period longer than 6 months did not develop oral habits. Posterior crossbite and anterior open bite were the most prevalent types of malocclusion observed.

UNITERMS: Breast feeding; Suction habits; Malocclusion.

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Recebido para publicação em 21/10/96

Aceito para publicação em 05/02/97

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    , adequando sua fala à faixa etária a ser trabalhada. Os exames foram, em seguida, realizados dentro da sala de aula, sob luz natural, obedecendo os preceitos de controle de infecção (COTTONE
    14, 1991). Participaram do estudo somente as crianças com dentição decídua completa. Com o intuito de realizar uma análise de concordância intra-examinador, 10% das crianças foram reexaminadas.
  • *
    Professora Assistente do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Mestre em Odontopediatria.
    **
    Professora Adjunta do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Doutora em Epidemiologia e Saúde Pública.
    ***
    Professor Assistente do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Mestre em Ortodontia.
  • Iet al., adequando sua fala à faixa etária a ser trabalhada. Os exames foram, em seguida, realizados dentro da sala de aula, sob luz natural, obedecendo os preceitos de controle de infecção (COTTONE 14, 1991). Participaram do estudo somente as crianças com dentição decídua completa. Com o intuito de realizar uma análise de concordância intra-examinador, 10% das crianças foram reexaminadas. Estória infantil "O caminho dos dentinhos". São Paulo : American Med
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Mar 1999
    • Data do Fascículo
      Abr 1997

    Histórico

    • Aceito
      05 Fev 1997
    • Recebido
      21 Out 1996
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