Acessibilidade / Reportar erro

Quantificação da IgA secretora e sua correlação com os níveis salivares de estreptococos mutans e lactobacilos em crianças de 7 e 8 anos de idade

Quantification of secretory IgA and its correlation with salivary levels of mutans streptococci and lactobacilli in 7- and 8-year-old children

Resumos

Amostras de saliva total estimulada e dos níveis salivares de estreptococos mutans e de lactobacilos foram obtidas de 40 crianças para a quantificação da IgA-S pela técnica de imunodifusão radial simples. Os resultados revelaram que as concentrações da imunoglobulina apresentam correlação positiva estatisticamente significante no nível de 5% com os níveis salivares de lactobacilos para as crianças com índices CPO-S e ceo-s iguais a 0.

Imunoglobulinas; Estreptococos mutans; Lactobacilos; Cárie dentária


Forty children with ages of 7 and 8 years were selected for this investigation. They were classified in two groups according to wether the DMF-S and dmf-s indexes were equal or greater than zero. Samples of total stimulated saliva were obtained for the quantification of salivary IgA through the single radial immunodifusion technique, and of the salivary levels of mutans streptococci and lactobacilli. The results revealed that the concentrations of immunoglobulin were not different between the two groups, although they presented a positive correlation statistically significant at the 5% level with the salivary levels of lactobacilli for children with DMF-S and dmf-s indexes equal to zero.

Immunoglobulins; Mutans streptococci; Lactobacilli; Dental caries


Microbiologia

Quantificação da IgA secretora e sua correlação com os níveis salivares de estreptococos mutans e lactobacilos em crianças de 7 e 8 anos de idade* * Parte de Dissertação de Mestrado em Odontopediatria. ** Aluna do curso de Pós-Graduação em Odontopediatria da Faculadade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. *** Professores Doutores e **** Professora Livre Docente da Disciplina de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.

Quantification of secretory IgA and its correlation with salivary levels of mutans streptococci and lactobacilli in 7- and 8-year-old children

Noemia AKIYOSHI** * Parte de Dissertação de Mestrado em Odontopediatria. ** Aluna do curso de Pós-Graduação em Odontopediatria da Faculadade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. *** Professores Doutores e **** Professora Livre Docente da Disciplina de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.

Regina Stela Stilac ROCHA*** * Parte de Dissertação de Mestrado em Odontopediatria. ** Aluna do curso de Pós-Graduação em Odontopediatria da Faculadade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. *** Professores Doutores e **** Professora Livre Docente da Disciplina de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.

Odila Pereira da Silva ROSA**** * Parte de Dissertação de Mestrado em Odontopediatria. ** Aluna do curso de Pós-Graduação em Odontopediatria da Faculadade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. *** Professores Doutores e **** Professora Livre Docente da Disciplina de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.

Sérgio Aparecido TORRES*** * Parte de Dissertação de Mestrado em Odontopediatria. ** Aluna do curso de Pós-Graduação em Odontopediatria da Faculadade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. *** Professores Doutores e **** Professora Livre Docente da Disciplina de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.

AKIYOSHI, N.; ROCHA, R. S. S.; ROSA, O. P. S.; TORRES, S. A. Quantificação da IgA secretora e sua correlação com os níveis salivares de estreptococos mutans e lactobacilos em crianças de 7 e 8 anos de idade. Rev Odontol Univ São Paulo, v. 12, n. 2, p. 129-136, abr./jun. 1998.

Amostras de saliva total estimulada e dos níveis salivares de estreptococos mutans e de lactobacilos foram obtidas de 40 crianças para a quantificação da IgA-S pela técnica de imunodifusão radial simples. Os resultados revelaram que as concentrações da imunoglobulina apresentam correlação positiva estatisticamente significante no nível de 5% com os níveis salivares de lactobacilos para as crianças com índices CPO-S e ceo-s iguais a 0.

UNITERMOS: Imunoglobulinas; Estreptococos mutans; Lactobacilos; Cárie dentária.

INTRODUÇÃO E REVISTA DA LITERATURA

Dois microorganismos, os estreptococos do grupo mutans e os lactobacilos, têm sido repetidamente apontados como potencialmente cariogênicos em humanos18,19,21. Sua quantificação pode ser útil não somente para a avaliação do risco de cárie, mas também como um indicador do consumo freqüente de carboidratos34.

A cárie dentária não difere de outras doenças que apresentam os microorganismos como agentes etiológicos, estando na dependência dos fatores de virulência das bactérias envolvidas e dos mecanismos de resistência do hospedeiro, os quais são altamente complexos e difíceis de serem definidos4. Vários elementos, ainda totalmente não identificados, devem ser considerados quando se faz referência à resistência do hospedeiro e, dentre eles, destacam-se os componentes antimicrobianos específicos presentes na saliva. Estes incluem as imunoglobulinas, sendo que, na saliva e em outras secreções, existe um predomínio da IgA-Secretora (IgA-S)2.

Para elucidar o seu papel na proteção contra a cárie dentária, várias pesquisas foram feitas relacionando a prevalência da doença com os níveis de anticorpos reativos a células inteiras e/ou antígenos dos estreptococos mutans3,9,11,12,14,15,17,23,28,31,33 e, numa menor extensão, dos lactobacilos3,15.

A IgA representa a segunda imunoglobulina mais abundante no soro, mas predomina na saliva sob a forma de IgA-S2. Esta é uma imunoglobulina dimérica, constituída por duas moléculas de IgA, unidas por uma cadeia polipeptídica J, que contém uma glicoproteína denominada de componente secretor, que lhe permite resistir melhor à proteólise de ambientes como a cavidade bucal30. Se a imunidade tem algum efeito regulador sobre o desenvolvimento da cárie dentária, o esperado é que a IgA-S seja a imunoglobulina que proporcione proteção, levando-se em consideração o seu papel em outras partes do corpo.

Como a literatura consultada apresenta poucos trabalhos correlacionando as concentrações da IgA-S com os níveis de estreptococos mutans e de lactobacilos, decidiu-se mencionar aqueles que averiguaram sua especificidade para os referidos microorganismos levando-se em conta a prevalência de cárie.

CHALLACOMBE; LEHNER9, em 1976, testaram, por hemaglutinação, amostras de saliva de parótida de 110 indivíduos com idades entre 18 e 25 anos, para comprovar a presença de anticorpos IgA-S dirigidos para preparações de parede celular do Streptococcus mutans. Observaram, somente para o grupo sem cárie detectável, que os títulos de anticorpos correlacionavam-se positivamente com o índice CPO. Na opinião de LEHNER et al.23, em 1978, a resposta imune para os microorganismos cariogênicos pode ser desencadeada durante a colonização bacteriana da cavidade bucal e o irrompimento dos dentes decíduos. Reportaram que os títulos de anticorpos soro-aglutinantes para preparações de parede celular de Streptococcus mutans eram mais altos em indivíduos livres de cáries do que naqueles com cáries rampantes.

EVERHART et al.11 (1978), pela técnica de imunofluorescência indireta, avaliaram amostras de saliva total não estimulada de 29 crianças com idades variando de 3 a 7 anos, para determinar a presença de anticorpos IgA reagindo com diferentes sorotipos de estreptococos do grupo mutans. Constataram uma correlação negativa entre a IgA dirigida para o sorotipo b e o índice ceo-s e afirmaram que, embora os níveis de anticorpos se mostrassem mais elevados para o sorotipo c, estes não se correlacionavam com a experiência de cárie.

Ao estimar, pelo teste de aglutinação, os títulos de anticorpos IgA para o Streptococcus mutans na saliva de 96 indivíduos entre 18 e 24 anos de idade, CHALLACOMBE8 (1980) notou que baixa experiência de cárie estava associada com níveis mais baixos de anticorpos IgA-S para a bactéria do que os observados para aqueles com alta experiência de cárie.

A partir de 1981, vários pesquisadores empregaram o método ELISA3,6,13,15,28,31,33 na avaliação dos anticorpos IgA-S para os microorganismos cariogênicos.

Um estudo longitudinal em humanos foi realizado por GAHNBERG; KRASSE13, em 1981, para apreciar as variações sofridas pelos anticorpos IgA-S frente a diferentes sorotipos dos estreptococos mutans. Para o propósito, amostras de saliva total e de parótida estimulada e não estimulada foram coletadas de 5 mulheres de 19 a 21 anos de idade 12 vezes por um período de 4 meses. Os resultados demonstraram que as amostras de saliva obtidas em diferentes momentos mostravam variações consideráveis dos anticorpos.

Em 1982, BOLTON; HLAVA3 propuseram-se a estudar saliva total estimulada de 53 crianças e adolescentes com idades variando de 3 a 14 anos, para apreciar a especificidade da IgA-S para os microorganismos associados à cárie dentária. A pesquisa revelou que os níveis médios de anticorpos IgA-S para o Streptococcus mutans eram mais altos para o grupo livre de cárie, constituído por indivíduos entre 3 e 11 anos de idade, do que para o grupo cárie-ativo. Essa relação não foi observada para crianças de 12 a 14 anos de idade. Para o Lactobacillus casei, os valores dos níveis de anticorpos IgA não apresentaram diferença estatisticamente significante entre os dois grupos.

Certas crianças, embora apresentando níveis elevados de Streptococcus mutans na saliva, não mostram colonização dos seus dentes pela bactéria. Esse achado possivelmente pode estar associado a uma dieta pobre em sacarose e/ou à presença de fatores salivares de defesa que inibiriam a colonização inicial6. CAMLING; KÖHLER6, em 1987, ao examinarem amostras de saliva total estimulada de crianças de 3 a 6 anos de idade, não encontraram diferença estatisticamente significante nos níveis de anticorpos IgA-S para aquelas colonizadas e não colonizadas pelos estreptococos do grupo mutans sorotipos c e d. No entanto, notaram que a atividade anticórpica para os antígenos e as células inteiras do Streptococcus mutans sorotipo c era mais alta em crianças sem nenhuma experiência de cárie quando comparada a daquelas com mais de duas superfícies cariadas ou obturadas.

Uma investigação com a finalidade de caracterizar os níveis de anticorpos IgA, IgG e IgM em amostras de saliva total não estimulada, obtidas de 63 crianças de 6 a 13 anos de idade, para os sorotipos b, c, d, e, f, g dos estreptococos mutans foi realizada por RIVIERE; PAPAGIANNOULIS28 (1987). Os resultados não apontaram diferença nos níveis de anticorpos para qualquer um dos sorotipos analisados entre as crianças livres de cáries e cárie-suscetíveis. No mesmo ano, TENOVUO et al.33, também empregando amostras de saliva total não estimulada obtidas de 31 crianças de 0,8 a 3,8 anos de idade, não encontraram diferença nos níveis de anticorpos IgG, IgA e IgM entre aquelas Streptococcus mutans positivas e negativas.

Ao pesquisarem as concentrações da IgA na saliva total de 50 indivíduos entre 19 e 21 anos de idade, GRÄHN et al.15 (1988) encontraram uma correlação positiva entre estas e os níveis de estreptococos mutans e de lactobacilos. Entretanto, ao analisarem pelo teste ELISA os níveis de anticorpos IgA-S para os dois microorganismos em relação ao índice CPO-S, não verificaram correlação significante.

Os níveis de anticorpos IgA-S na saliva total e de parótida para o Streptococcus mutans sorotipo c foram investigados por ROSE et al.31 (1994). Selecionaram 41 crianças entre 7 e 11 anos de idade, as quais, após o exame clínico, foram classificadas como cárie-resistentes (CPO-S < 1) ou cárie-suscetíveis (CPO-S > 5). Nenhuma diferença estatisticamente significante entre os dois grupos foi encontrada para os níveis de anticorpos na saliva de parótida. Todavia, na saliva total, foram detectados níveis maiores de anticorpos nas crianças cárie-resistentes do que nas crianças cárie-suscetíveis.

FONTANA et al.12, em 1995, consideraram que a capacidade que certas bactérias apresentam em se aderir à película adquirida do esmalte representa um evento crítico para a colonização dos dentes. Por esse motivo, os autores realizaram um estudo empregando fímbrias de Streptococcus mutans e notaram que, nos pacientes livres de cárie, os níveis de anticorpos IgA-S para essas estruturas bacterianas eram mais elevados do que nos cárie-ativos.

As controvérsias observadas na literatura revelaram que o estudo da cárie dentária sob o ponto de vista imunológico ainda está em aberto, pois nada ainda é conclusivo nessa área tão fascinante e promissora. Por esse motivo, propôs-se verificar se as concentrações de IgA-S encontradas na saliva total estimulada diferiam na dependência de os índices CPO-S e ceo-s serem iguais ou maiores que 0 (zero) e se exibiam correlação com os níveis salivares de estreptococos mutans e de lactobacilos.

MATERIAL E MÉTODOS

Seleção dos pacientes

Foram selecionadas 40 crianças, de ambos os sexos, com idades de 7 e 8 anos (média de 7 anos e 4 meses), que não faziam parte de nenhum programa preventivo para a cárie e nem foram submetidas nos últimos 6 meses à antibioticoterapia, residentes em uma favela na periferia de Bauru, SP. O exame clínico para a determinação dos índices CPO-S e ceo-s foi realizado por um único examinador, sob luz natural, com auxílio de sonda exploradora e espelho bucal esterilizados. As crianças foram divididas em dois grupos de 20, usando como referencial os índices CPO-S e ceo-s iguais a 0 (zero) ou maiores que 0 (zero).

Obtenção das amostras de saliva

Amostras de saliva total estimulada foram colhidas individualmente durante 5 minutos em placas de Petri esterilizadas, pelo menos uma hora e meia após o desjejum, sem qualquer orientação quanto à higiene bucal.

Isolamento e contagem dos microorganismos

A saliva foi homogeneizada em agitador Vortex (MIXTRON) durante 1 minuto e diluições seriadas de 10-1, 10-2, 10-3 e 10-4 foram efetuadas em tampão fosfato de potássio 0,01M, pH 7,2. Para o isolamento dos estreptococos mutans, cada diluição foi homogeneizada por 30 segundos e alíquotas de 25 ml foram semeadas em duplicata, empregando-se micropipetas (EPPENDORF 3130), em ágar SB-20, segundo a técnica de WESTERGREN; KRASSE36 (1978). A incubação da placa semeada foi feita em anaerobiose, pelo Sistema Difco, por 72 horas e depois em aerobiose por mais 24 horas em estufa a 37ºC. Procedimento similar foi conduzido para o isolamento dos lactobacilos em ágar Rogosa29, empregando saliva sem diluir e diluições 10-1 e 10-2. Após a secagem das gotas, 12 ml de ágar Rogosa fundido foram vazados na superfície do ágar e deixou-se solidificar. A incubação foi feita em aerobiose durante 72 horas em estufa a 37ºC.

A contagem das colônias de estreptococos do grupo mutans foi conduzida com microscópio estereoscópico (WILD HEERBRUGG M-5), com ocular de 10X e objetiva de 12X. Para a enumeração dos lactobacilos, foi utilizado um contador de colônias (QUEBEC - American Optical Company). Levando-se em conta o fator de diluição, foi calculado o número de unidades formadoras de colônias (UFC) por mililitro de saliva.

Quantificação da IgA-S

Parte da saliva coletada foi centrifugada a 10.000 x g, a 4ºC, durante 15 minutos e o sobrenadante, estocado em frascos de penicilina esterilizados, permaneceu armazenado a -20ºC até o momento de uso. A quantificação da IgA salivar foi realizada utilizando-se a técnica da imunodifusão radial simples de MANCINI et al.24 (1965) em placas LC-Partigen IgA (BEHRING). O padrão utilizado foi o LC-V (BEHRING).

Métodos estatísticos

Em virtude do modelo de distribuição dos dados, foram usados os testes não paramétricos de Mann-Whitney e coeficiente de correlação de Spearman.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na opinião de VAN HOUTE35 (1993), a melhor forma de prever risco de cárie é pela quantificação dos níveis salivares de estreptococos mutans e de lactobacilos, devido à sua associação numérica com a doença em humanos. Indivíduos com 0 ou baixos níveis dos microorganismos podem ser considerados de baixo risco; inversamente, aqueles com ³ 106 UFC de estreptococos mutans e ³ 105 UFC de lactobacilos/ml de saliva estariam na categoria de risco18.

A freqüência de isolamento dos estreptococos mutans de 100% observada neste trabalho foi maior do que aquela detectada por outros autores16,20 para crianças com idade semelhante ou inferior. Para o grupo total, notou-se que 55% das crianças avaliadas abrigavam mais de 106 UFC/ml de saliva. KLOCK; KRASSE22, no estudo de crianças de 9 a 12 anos de idade, encontraram que 80% abrigavam mais que 105 UFC, e BUISCHI et al.5 (1987) observaram níveis superiores a 106 UFC/ml de saliva em 35% dos adolescentes estudados.

Ao se avaliarem os dois grupos, detectou-se mais de 106 UFC/ml de saliva em 25% e 85% das crianças com índices CPO-S e ceo-s iguais ou maiores que 0, respectivamente. DUCHIN; VAN HOUTE10 (1978), no estudo de crianças de 6 a 7 anos de idade, verificaram que, quando os níveis salivares de estreptococos mutans eram ³ 5 x 104 UFC/ml de saliva, a maioria das superfícies dentárias mostrava-se infectada.

A freqüência de isolamento dos lactobacilos de 42,5% para o grupo total foi menor do que a observada por GRANATH et al.16 (1994) e maior do que a relatada por HOLBROOK et al.20 (1995), de 68% e 30%, respectivamente. Verificaram-se níveis maiores do que 105 UFC/ml de saliva em 27,5% das amostras, os quais são menores do que aqueles apontados por KLOCH; KRASSE22 (1977). Para 55% das crianças com índices CPO-S e ceo-s maiores que 0, níveis superiores a 105 UFC foram evidenciados.

Pelo teste de Mann-Whitney, observou-se diferença estatisticamente significante entre as crianças com índices CPO-S e ceo-s iguais ou maiores que 0, em relação aos níveis salivares de estreptococos mutans (p<0,01) e de lactobacilos (p<0,01).

Encontrou-se correlação positiva estatisticamente significante entre os níveis salivares de estreptococos mutans e índice CPO-S maior que 0 (p<0,05). Na literatura, vários estudos mencionaram correlação positiva entre os níveis salivares do microorganismo e os índices CPO-S e/ou ceo-s, para diferentes faixas etárias5,16,19,20,22,31. Embora muitos estudos mostrem uma correlação positiva entre essas variáveis, há relatos de indivíduos sem ou com alta incidência de cárie apresentando altos e baixos níveis do microorganismo, respectivamente26. Neste estudo, evidenciou-se o fato para algumas crianças com índices CPO-S e ceo-s iguais a 0, que apresentavam níveis elevados de estreptococos mutans.

Os níveis salivares de lactobacilos mostraram correlação positiva com os índices CPO-S (p<0,01) e ceo-s (p<0,05) maiores que 0, o que está de acordo com estudos prévios16,20,22,27.

Vários fatores podem retardar a colonização da cavidade bucal pelos Streptococcus mutans, tais como exposição a baixos níveis do microorganismo, dieta pobre em sacarose e exposição dos dentes aos fatores salivares de defesa, incluindo os anticorpos IgA-S. Para ALALUUSUA1 (1983), é possível que uma alta concentração da IgA-S numa idade mais jovem afete o ecossistema microbiano da cavidade bucal das crianças, particularmente quando este ainda está em desenvolvimento.

A importância da IgA-S reside no fato de esta possuir um amplo espectro de atividade antibacteriana e antiviral, desempenhando papel relevante na proteção das mucosas por inibir a aderência de microorganismos e a penetração de agentes estranhos nos tecidos. Em relação à cárie dental, é sugerido que a IgA-S pode atuar como aglutinina específica, interagindo com receptores da superfície bacteriana, inibindo a colonização; em função da sua capacidade de inativar a glicosiltransferase, pode reduzir a síntese de glucanos extracelulares, com resultante redução da formação de placa bacteriana26.

A IgA-S foi detectada em todas as amostras de saliva total estimulada, com valores variando de 1,55 a 8,30 mg/100 ml. É mencionado que os anticorpos podem ser absorvidos pelos microorganismos presentes na saliva, particularmente quando sua secreção é estimulada com parafina13. Essa observação pode ser confirmada pelo trabalho de BEN-ARYEH et al.2 (1986), que encontraram redução marcante nas concentrações médias da IgA-S da saliva total e de parótida após a estimulação com ácido cítrico.

Para os grupos de crianças com índices CPO-S e ceo-s iguais ou maiores que 0, achou-se uma concentração média da IgA-S de 3,40 e de 4,49 mg/100 ml de saliva, respectivamente. Pelo teste de Mann-Whitney, ao se compararem os dois grupos, não se verificou diferença estatisticamente significante (p=0,06), embora houvesse uma tendência de o grupo com índices CPO-S e ceo-s maiores que 0 apresentar concentrações mais elevadas da IgA-S. Os valores verificados, embora mais elevados, seguiram um padrão semelhante àqueles mencionados em adultos por CHALLACOMBE7 (1976), usando saliva de parótida estimulada, que foram de 29,1 e 33,5 mg/ml de saliva em indivíduos sem cárie detectável e cárie-ativos, respectivamente.

Evidenciou-se correlação positiva estatisticamente significante entre as concentrações da IgA-S e os níveis salivares de estreptococos mutans somente para o grupo total (p<0,01). Todavia, nenhuma correlação foi evidenciada para os grupos constituídos por crianças com índices CPO-S e ceo-s iguais ou maiores que 0. As pesquisas imunológicas têm utilizado esse microorganismo numa tentativa de estimar o papel do sistema imune no desenvolvimento da cárie dentária, e relatam que, quando animais experimentais são imunizados com células inteiras de estreptococos mutans ou suas enzimas, ocorre uma redução de cárie25,32. Esse efeito pode ser atribuído a uma inibição da aderência bacteriana às superfícies dentárias pela IgA-S.

EVERHART et al.11 (1978), na avaliação dos anticorpos IgA-S para os estreptococos mutans na saliva total não estimulada, observaram níveis mais elevados para crianças com baixa atividade de cárie, sugerindo uma atividade protetora para a imunoglobulina. Na saliva total estimulada de crianças de 3 a 11 anos de idade, BOLTON; HLAVA3 (1982) observaram níveis médios de anticorpos para os estreptococos mutans mais elevados para aquelas com baixa atividade ou livres de cárie, o que, para os autores, indicava uma atividade protetora. Essa relação foi evidenciada para os lactobacilos somente para os indivíduos com mais idade.

Analisando saliva total estimulada de crianças de 3 a 6 anos de idade, CAMLING; KÖHLER6 (1987) notaram níveis mais elevados de anticorpos IgA-S para os estreptococos mutans em crianças que não apresentavam cárie. Mencionaram que não existe uma evidência clara para um papel protetor da IgA-S contra a colonização pelo microorganismo. Essa opinião foi compartilhada por RIVIERE; PAPAGIANNOULIS28 (1987), visto não terem observado, em amostras de saliva total não estimulada, diferença nos níveis de anticorpos IgG, IgA e IgM entre as crianças livres de cárie e cárie-ativas.

Ao pesquisar os níveis de anticorpos IgA na saliva total não estimulada de 31 crianças, TENOVUO et al.33 (1987) notaram não existir diferença destes frente a presença ou ausência de estreptococos mutans. Esses achados sugerem que a imunoglobulina não apresenta um papel decisivo na resistência contra a colonização bucal pelos estreptococos mutans numa idade precoce. O fato de anticorpos IgA-S serem detectados por vezes na ausência desse microorganismo não é surpresa, visto serem produzidos e se ligarem também a outras bactérias8,9,14.

Recentemente, ROSE et al.31 (1994) verificaram a ocorrência de correlação positiva entre os níveis de estreptococos mutans e o índice CPO-S, tanto para crianças cárie-resistentes como para as cárie-suscetíveis. Esse resultado se presta para explicar o fato de terem achado níveis menores de anticorpos IgA-S em crianças cárie-suscetíveis, visto que os altos níveis salivares do microorganismo nestas verificados poderiam absorver os anticorpos IgA-S, gerando, dessa maneira, uma falsa idéia a respeito das concentrações da imunoglobulina.

De modo geral, a literatura mostra uma correlação negativa entre os anticorpos IgA-S dirigidos para os estreptococos mutans e a prevalência de cárie3,6,11,31, sendo que, para alguns autores3,11, isso indica um papel protetor contra a cárie dentária e, para outros6,28,33, falta de proteção contra a colonização da cavidade bucal pelos estreptococos mutans.

Em relação aos lactobacilos, os resultados apontaram uma correlação positiva entre as concentrações de IgA-S e os níveis salivares da bactéria para as crianças do grupo total (p<0,05) e para aquelas com índices CPO-S e ceo-s iguais a 0. Nenhuma correlação foi observada para as crianças com cárie (CPO-S>0). Todavia, em pesquisa de anticorpos IgA específicos para esses microorganismos, BOLTON; HLAVA3 (1982) não evidenciaram diferença estatisticamente significante entre crianças livres de cáries e cárie-ativas.

Os trabalhos realizados com indivíduos adultos demonstraram resultados contraditórios e em nada se assemelhando àqueles do presente estudo. Assim, foi evidenciada correlação positiva entre a IgA-S dirigida para células inteiras ou para antígenos de estreptococos mutans e o índice CPO-S, em indivíduos com baixa atividade ou sem cárie detectável8,9,17, e negativa em indivíduos cárie-ativos8,12,17. Somente com o trabalho de GRÄHN et al.15 (1988) encontrou-se alguma semelhança, em função de os autores terem observado correlação positiva entre os anticorpos IgA-S e os níveis de estreptococos mutans e de lactobacilos, mas nenhuma correlação com o índice CPO-S. Deve ser enfatizado que os estudos realizados com indivíduos adultos podem mostrar padrões de resposta da IgA-S para os microorganismos cariogênicos diferentes daqueles obtidos durante a infância, provavelmente porque nas crianças o sistema imune ainda está em desenvolvimento, não encontrando maturidade até a puberdade3. Na opinião de CHALLACOMBE8 (1980), os anticorpos IgA-S não estariam associados com a proteção contra a cárie e refletiriam somente uma exposição passada aos estreptococos mutans. Na ausência de uma estimulação contínua, seus níveis mostrariam uma tendência a declinar, o que parece ser uma característica do sistema imunosecretor.

Vários fatores devem ser levados em consideração para a interpretação dos estudos imunológicos em relação à cárie dentária. As divergências encontradas entre os resultados aqui apresentados e aqueles de outros autores podem ser decorrentes da idade dos pacientes selecionados, do uso de saliva total estimulada, da taxa de fluxo salivar e da técnica empregada para a quantificação da IgA-S. Essas variáveis, quando avaliadas em conjunto, podem ter influência sobre os resultados.

Julgou-se válido concluir que os dados apresentados sugerem a ocorrência de uma exposição do sistema imune aos microorganismos cariogênicos, porém, não esclarecem o papel da IgA-S na proteção contra a cárie dentária. Adicionalmente, é de interesse salientar que um nível protetor da imunoglobulina para um indivíduo pode não o ser para outro que esteja sujeito a contínuos desafios cariogênicos, como pobre higiene oral e consumo freqüente de carboidratos.

CONCLUSÕES

Os resultados obtidos permitiram concluir que as concentrações da IgA-S não diferem entre os grupos com e sem cárie (CPO-S e ceo-s > ou = 0) e nem se correlacionam com os níveis salivares de estreptococos mutans. Todavia, exibem uma correlação positiva estatisticamente significante no nível de 5% com os níveis salivares de lactobacilos no grupo representado por crianças com CPO-S e ceo-s iguais a 0.

AKIYOSHI, N.; ROCHA, R. S. S.; ROSA, O. P. S.; TORRES, S. A. Quantification of secretory IgA and its correlation with salivary levels of mutans streptococci and lactobacilli in 7- and 8-year-old children. Rev Odontol Univ São Paulo, v. 12, n. 2, p. 129-136, abr./jun. 1998.

Forty children with ages of 7 and 8 years were selected for this investigation. They were classified in two groups according to wether the DMF-S and dmf-s indexes were equal or greater than zero. Samples of total stimulated saliva were obtained for the quantification of salivary IgA through the single radial immunodifusion technique, and of the salivary levels of mutans streptococci and lactobacilli. The results revealed that the concentrations of immunoglobulin were not different between the two groups, although they presented a positive correlation statistically significant at the 5% level with the salivary levels of lactobacilli for children with DMF-S and dmf-s indexes equal to zero.

UNITERMS: Immunoglobulins; Mutans streptococci; Lactobacilli; Dental caries.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALALUUSUA, S. Streptococcus mutans establishment and changes in salivary IgA in young children with reference to dental caries. Longitudinal studies on associated methods. Proc Finn Dent Soc, v. 79, n. 3, p. 1-55, 1983. Suplemento.

2. BEN-ARYEH, H. et al. The concentration of salivary IgA in whole and parotid saliva and the effect of stimulation. Int J Oral Maxillofac Surg, v. 15, n. 1, p. 81-84, Feb. 1986.

3. BOLTON, R. W.; HLAVA, G. L. Evaluation of salivary IgA antibodies to cariogenic microorganisms in children. Correlation with dental caries activity. J Dent Res, v. 61, n. 11, p. 1225-1228, Nov. 1982.

4. BRANDTZAEG, P. Synthesis and secretion of secretory immunoglobulins with special reference to dental diseases. J Dent Res, v. 55, p. 102-114, 1976. Número especial C.

5. BUISCHI, Y. A. P. et al. Situação bucal de escolares brasileiros: I - Prevalência de cárie dentária e S. mutans na saliva. Rev Assoc Paul Cir Dent, v. 41, n. 6, p. 319-321, nov./dez. 1987.

6. CAMLING, E.; KÖHLER, B. Infection with the bacterium Streptococcus mutans and salivary IgA antibodies in mothers and their children. Arch Oral Biol, v. 32, n. 11, p. 817-823, Nov. 1987.

7. CHALLACOMBE, S. J. Immunoglobulins in parotid saliva and serum in relation to dental caries in man. Caries Res, v. 10, n. 3, p. 165-177, 1976.

8. CHALLACOMBE, S. J. Serum and salivary antibodies to Streptococcus mutans in relation to the development and treatment of human dental caries. Arch Oral Biol, v. 25, n. 7, p. 495-502, July 1980.

9. CHALLACOMBE, S. J.; LEHNER, T. Serum and salivary antibodies to cariogenic bacteria in man. J Dent Res, v. 55, p. 139-148, 1976. Número especial.

10. DUCHIN, S.; VAN HOUTE, J. Colonization of teeth in human by Streptococcus mutans as related to its concentration in saliva and host age. Infect Immun, v. 20, n. 1, p. 120-125, Jan. 1978.

11. EVERHART, D. L. et al. The determination of antibody to Streptococcus mutans serotypes in saliva for children aged 3 to 7 years. J Dent Res, v. 57, n. 4, p. 631-635, Apr. 1978.

12. FONTANA, M. et al. Characterization of preparations enriched for Streptococcus mutans fimbriae: salivary immunoglobulin A antibodies in caries-free and caries-active subjects. Clin Diagn Lab Immunol, v. 2, n. 6, p. 719-725, Nov. 1995.

13. GAHNBERG, L.; KRASSE, B. Salivary immunoglobulin A antibodies reacting with antigens from oral streptococci: longitudinal study in humans. Infect Immun, v. 33, n. 3, p. 697-703, Sept. 1981.

14. GAHNBERG, L. et al. Salivary IgA antibody to glucosyltransferase of oral microbial origin in children. Arch Oral Biol, v. 30, n. 7, p. 551-556, July 1985.

15. GRÄHN, E. et al. Antimicrobial systems of human whole saliva in relation to dental caries, cariogenic bacteria, and gingival inflammation in young adults. Acta Odontol Scand, v. 46, n. 2, p. 67-74, Mar. 1988.

16. GRANATH, L. et al. Salivary lactobacilli explain dental caries better than mutans streptococci in 4-5-year-old children. Scand J Dent Res, v. 102, n. 6, p. 319-323, Dec. 1994.

17. GREGORY, R. I. et al. Salivary immunoglobulin A and serum antibodies to Streptococcus mutans ribosomal preparations in dental caries-free and caries-susceptible human subjects. Infect Immun, v. 51, n. 1, p. 348-351, Jan. 1986.

18. HARDIE, J. M. Oral microbiology: current concepts in the microbiology of dental caries and periodontal disease. Br Dent J, v. 172, n. 11, p. 271-278, Apr. 1992.

19. HIROSE, H. et al. Close association between Streptococcus sobrinus in the saliva of young children and smooth-surface caries increment. Caries Res, v. 27, n. 1, p. 292-297, Feb. 1993.

20. HOLBROOK, W. P. et al. Longitudinal study of caries, cariogenic bacteria and diet in children just before and after starting school. Eur J Oral Sci, v. 103, n. 1, p. 42-45, Feb. 1995.

21. KINGMAN, A. et al. Salivary levels of Streptococcus mutans and lactobacilli and dental caries experiences in a U.S. adolescent population. Community Dent Oral Epidemiol, v. 16, n. 2, p. 98-103, Apr. 1988.

22. KLOCK, B.; KRASSE, B. Microbial and salivary conditions in 9- to 12-year-old children. Scand J Dent Res, v. 85, n. 1, p. 56-63, Feb. 1977.

23. LEHNER, T. et al. Antibodies to Streptococcus mutans and immunoglobulins levels in children with dental caries. Arch Oral Biol, v. 23, n. 12, p. 1061-1067, Dec. 1978.

24. MANCINI, G. et al. Immunochemical quantitation of antigens by single radial immunodifusion. Immunochemistry, v. 2, n. 3, p. 235-254, Sept. 1965.

25. McGHEE, R. J. et al. Effective immunity to dental caries: protection of gnotobiotic rats by local immunization with Streptococcus mutans. J Immunol, v. 114, n. 1, p. 300-305, Jan. 1975.

26. NISENGARD, R. S.; NEWMAN, M. G. Oral microbiology and immunology. 2. ed. Philadelphia : Saunders, 1994. 477p.

27. PIENIHÄKKINEN, K. Salivary lactobacilli and yeast in relation to caries increment. Annualy repeated measurements versus a single determination. Acta Odontol Scand, v. 46, n. 1, p. 57-62, Jan. 1988.

28. RIVIERE, G. R.; PAPAGIANNOULIS, L. Antibodies to indigenous and laboratory strains of Streptococcus mutans in saliva from children with dental caries and from caries-free children. Pediatr Dent, v. 9, n. 3, p. 216-220, Sept. 1987.

29. ROGOSA, M. et al. A selective medium for the isolation and enumeration of oral lactobacilli. J Dent Res, v. 30, n. 5, p. 682-689, Oct. 1951.

30. ROSA, O. P. S.; ROCHA, R. S. S. Introdução à imunologia. Bauru, FOB-USP, 1995. 74p.

31. ROSE, P. et al. IgA antibodies to Streptococcus mutans in caries-resistant and -susceptible children. Pediatr Dent, v. 16, n. 4, p. 272-275, Dec. 1994.

32. TANZER, J. M. et al. Variable experience in immunization on rats against Streptococcus mutans associated dental caries. Arch Oral Biol, v. 18, n. 11, p. 1425-1439, Nov. 1973.

33. TENOVUO, J. et al. Serum and salivary antibodies against Streptococcus mutans in young children with and without detectable oral S. mutans. Caries Res, v. 21, n. 4, p. 289-296, July 1987.

34. VAN HOUTE, J. Bacterial specificity in the etiology of dental caries. Int Dent J, v. 30, n. 4, p. 305-326, Dec. 1980.

35. VAN HOUTE, J. Microbiological predictors of caries risk. Adv Dent Res, v. 7, n. 2, p. 87-96, Aug. 1993.

36. WESTERGREN, G.; KRASSE, B. Evaluation of a micromethod for determination of Streptococcus mutans and lactobacilli infection. J Clin Microbiol, v. 7, p. 82-84, 1978.

Recebido para publicação em 11/04/97

Aceito para publicação em 29/09/97

  • 2
    BEN-ARYEH, H. et al.  The concentration of salivary IgA in whole and parotid saliva and the effect of stimulation.  Int J Oral Maxillofac Surg, v. 15, n. 1, p. 81-84, Feb. 1986.
  • 4
    BRANDTZAEG, P.  Synthesis and secretion of secretory immunoglobulins with special reference to dental diseases.  J Dent Res, v. 55, p. 102-114, 1976. Número especial C.
  • 6
    CAMLING, E.; KÖHLER, B.  Infection with the bacterium Streptococcus mutans and salivary IgA antibodies in mothers and their children.  Arch Oral Biol, v. 32, n. 11, p. 817-823, Nov. 1987.
  • 7
    CHALLACOMBE, S. J.  Immunoglobulins in parotid saliva and serum in relation to dental caries in man.  Caries Res, v. 10, n. 3, p. 165-177, 1976.
  • 8
    CHALLACOMBE, S. J.  Serum and salivary antibodies to Streptococcus mutans in relation to the development and treatment of human dental caries.  Arch Oral Biol, v. 25, n. 7, p. 495-502, July 1980.
  • 9
    CHALLACOMBE, S. J.; LEHNER, T.  Serum and salivary antibodies to cariogenic bacteria in man.  J Dent Res, v. 55, p. 139-148, 1976. Número especial.
  • 10
    DUCHIN, S.; VAN HOUTE, J.  Colonization of teeth in human by Streptococcus mutans as related to its concentration in saliva and host age.  Infect Immun, v. 20, n. 1, p. 120-125, Jan. 1978.
  • 11
    EVERHART, D. L. et al.  The determination of antibody to Streptococcus mutans serotypes in saliva for children aged 3 to 7 years.  J Dent Res, v. 57, n. 4, p. 631-635, Apr. 1978.
  • 14
    GAHNBERG, L. et al.  Salivary IgA antibody to glucosyltransferase of oral microbial origin in children.  Arch Oral Biol, v. 30, n. 7, p. 551-556, July 1985.
  • 15
    GRÄHN, E. et al.  Antimicrobial systems of human whole saliva in relation to dental caries, cariogenic bacteria, and gingival inflammation in young adults.  Acta Odontol Scand, v. 46, n. 2, p. 67-74, Mar. 1988.
  • 16
    GRANATH, L. et al.  Salivary lactobacilli explain dental caries better than mutans streptococci in 4-5-year-old children.  Scand J Dent Res, v. 102, n. 6, p. 319-323, Dec. 1994.
  • 17
    GREGORY, R. I. et al.  Salivary immunoglobulin A and serum antibodies to Streptococcus mutans ribosomal preparations in dental caries-free and caries-susceptible human subjects.  Infect Immun, v. 51, n. 1, p. 348-351, Jan. 1986.
  • 19
    HIROSE, H. et al.  Close association between Streptococcus sobrinus in the saliva of young children and smooth-surface caries increment.  Caries Res, v. 27, n. 1, p. 292-297, Feb. 1993.
  • 20
    HOLBROOK, W. P. et al.  Longitudinal study of caries, cariogenic bacteria and diet in children just before and after starting school.  Eur J Oral Sci, v. 103, n. 1, p. 42-45, Feb. 1995.
  • 21
    KINGMAN, A. et al.  Salivary levels of Streptococcus mutans and lactobacilli and dental caries experiences in a U.S. adolescent population.  Community Dent Oral Epidemiol, v. 16, n. 2, p. 98-103, Apr. 1988.
  • 22
    KLOCK, B.; KRASSE, B.  Microbial and salivary conditions in 9- to 12-year-old children.  Scand J Dent Res, v. 85, n. 1, p. 56-63, Feb. 1977.
  • 23
    LEHNER, T. et al. Antibodies to Streptococcus mutans and immunoglobulins levels in children with dental caries.  Arch Oral Biol, v. 23, n. 12, p. 1061-1067, Dec. 1978.
  • 24
    MANCINI, G. et al.  Immunochemical quantitation of antigens by single radial immunodifusion.  Immunochemistry, v. 2, n. 3, p. 235-254, Sept. 1965.
  • 26
    NISENGARD, R. S.; NEWMAN, M. G.  Oral microbiology and immunology 2. ed. Philadelphia : Saunders, 1994. 477p.
  • 28
    RIVIERE, G. R.; PAPAGIANNOULIS, L.  Antibodies to indigenous and laboratory strains of Streptococcus mutans in saliva from children with dental caries and from caries-free children.  Pediatr Dent, v. 9, n. 3, p. 216-220, Sept. 1987.
  • 29
    ROGOSA, M. et al. A selective medium for the isolation and enumeration of oral lactobacilli.  J Dent Res, v. 30, n. 5, p. 682-689, Oct. 1951.
  • 30
    ROSA, O. P. S.; ROCHA, R. S. S.  Introdução à imunologia Bauru, FOB-USP, 1995. 74p.
  • 31
    ROSE, P. et al.  IgA antibodies to Streptococcus mutans in caries-resistant and -susceptible children.  Pediatr Dent, v. 16, n. 4, p. 272-275, Dec. 1994.
  • 32
    TANZER, J. M. et al.  Variable experience in immunization on rats against Streptococcus mutans associated dental caries.  Arch Oral Biol, v. 18, n. 11, p. 1425-1439, Nov. 1973.
  • 33
    TENOVUO, J. et al.  Serum and salivary antibodies against Streptococcus mutans in young children with and without detectable oral S. mutans  Caries Res, v. 21, n. 4, p. 289-296, July 1987.
  • 34
    VAN HOUTE, J.  Bacterial specificity in the etiology of dental caries.  Int Dent J, v. 30, n. 4, p. 305-326, Dec. 1980.
  • 35
    VAN HOUTE, J.  Microbiological predictors of caries risk.  Adv Dent Res, v. 7, n. 2, p. 87-96, Aug. 1993.
  • 36
    WESTERGREN, G.; KRASSE, B.  Evaluation of a micromethod for determination of Streptococcus mutans and lactobacilli infection.  J Clin Microbiol, v. 7, p. 82-84, 1978.
  • *
    Parte de Dissertação de Mestrado em Odontopediatria.
    **
    Aluna do curso de Pós-Graduação em Odontopediatria da Faculadade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.
    ***
    Professores Doutores e

    ****

    Professora Livre Docente da Disciplina de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Out 1999
    • Data do Fascículo
      Abr 1998

    Histórico

    • Recebido
      11 Abr 1997
    • Aceito
      29 Set 1997
    Universidade de São Paulo Avenida Lineu Prestes, 2227 - Caixa Postal 8216, Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, 05508-900 São Paulo SP - Brazil, Tel.: (55 11) 3091-7861, Fax: (55 11) 3091-7413 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: pob@edu.usp.br