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O significado da gravidez na adolescência para um grupo de meninas de baixo poder aquisitivo de Fortaleza, Ceará: uma abordagem a partir da arte terapia* * Estudo inédito, que contempla um objetivo do projeto ‘Fatores associados à gravidez e DST na adolescência e o impacto de Intervenções de educação em saúde: financiado pela Fundação de Educação e Saúde Mandacaru. O estudo recebeu parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Fortaleza, sob o nº 125/08.

The meaning of adolescent pregnancy to a group of girls with low income in Fortaleza (Ceará State): an approach using art therapy

RESUMO

Este estudo objetivou conhecer o significado da gravidez na adolescência em uma comunidade de baixa renda, em Fortaleza (CE). Foi feita pesquisa qualitativa compreensiva com 15 adolescentes nuligrávidas, utilizando-se a arte terapia. Foram elaboradas quatro práticas expressivas, gerando três temáticas: adolescência - fase feliz, mudança na adolescência e responsabilidade com mudança na dinâmica familiar pela descoberta da gravidez. As adolescentes revelaram uma representação muito positiva de si mesmas; entretanto, com dificuldades financeiras, privação emocional, violência familiar e problemas de segurança. O significado da gravidez revelou maturidade das participantes, mesmo sem a vivência da experiência do evento, correlacionando tal desfecho à independência financeira e evasão escolar. A técnica de arte terapia possibilitou a reflexão para o exercício saudável da sexualidade na área de estudo.

PALAVRAS-CHAVE:
Gravidez na Adolescência; Sexualidade; Pesquisa Qualitativa

ABSTRACT

This study aimed to know the meaning of adolescent pregnancy in a low income community in Fortaleza (CE). Comprehensive qualitative study was done with 15 pregnant adolescents using art therapy Four expressive practices were developed, generating three themes: adolescence - happy time, change in adolescence and responsibility for change in family dynamics for the discovery of pregnancy. Adolescents showed a very positive representation of themselves, however with financial difficulties, emotional deprivation, family violence and security problems. The significance of pregnancy showed the maturity of the participants, even without the living experience of the event, correlating this outcome with financial independence and truancy The art therapy technique enabled the reflection to the healthy exercise of sexuality in the study area.

KEYWORDS:
Pregnancy in Adolescence; Sexuality; Qualitative Research

Introdução

Pesquisas realizadas em diferentes países têm verificado a interferência de distintos fatores no aumento da fecundidade na adolescência. Esses estudos destacam a iniciação sexual precoce associada ao desconhecimento sobre saúde reprodutiva e a pouca utilização de contraceptivos, seja por falta de orientação da família e da escola, ou pela ineficiência de serviços de planejamento familiar (CABRAL, 2003CABRAL, C.S. Contracepção e gravidez na adolescência na perspectiva de jovens pais de uma comunidade favelada do Rio de Janeiro. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, Suppl. 2, 2003, p. S283-5292. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000800010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 26 abr. 2011. doi: 10.1590/S0102-311X2003000800010.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
; BRINDIS, 2006BRINDIS, C.D. A public health success: understanding policy changes related to teen sexual activity and pregnancy. Annual Review of Public Health, Pala Alto, v. 27, 2006, p. 277-295.; BORGES; LATORRE; SCHOR, 2007BORGES, A.L.; LATORRE, M.R.; SCHOR, N. Fatores associados ao inicio da vida sexual de adolescentes matriculados em uma unidade de saúde da família da zona oeste do município de São Paulo. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n, 7, 2007, p, 1583-1594, Disponível em: <Error! Hyperlink reference not valid.>. Acesso em: 26 abr. 2011. doi: 10.1590/50102-311 X2007000700009.
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).

Os registros disponíveis no Brasil revelam expressiva e crescente frequência de gravidez adolescente, nos últimos anos (ESTEVES; MENANDRO, 2005ESTEVES, J.R.; MENANDRO, P.R.M. Trajetórias de vida: repercussões da maternidade adolescente na biografia de mulheres que viveram tal experiencia. Estudos de Psicologia, Natal, v. 10, n. 3, 2005, p. 363-370. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?seript=sci_arrrext&pid=S1413-294X2005000300004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 ago. 2010. doi: 10.1590/S 1413-294X2005000300004.
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). Assim, é evidente que o fenômeno ganha ampla projeção e passa a ser considerado um problema social. A literatura também aponta diversos problemas acarretados, dentre esses se destacam o abandono escolar, a não realização de pré-natal elevando o risco durante a gravidez, como também a ocorrência de conflitos familiares, que vão desde a não aceitação da família até incentivo ao aborto pelo parceiro (STEVENS-SIMON; LOWY, 1995STEVENS-SIMON, C.; LOWY, R. Teenage childbearing. An adaptive strategy for the socioeconomically disadvantaged or a strategy for adapting to socioeconomic disadvantage? Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, Washington, v. 149, n. 8, 1995, p. 912-915.; BARNET, 2007BARNET, B. Home visiting for adolescent mothers: effects on parenting, maternal life course, and primary care linkage. Annal of Family Medicine, Cleveland, v. 5, n. 3, 2007, p. 224-232.). Por outro lado, são presenciados casos em que a adolescente deseja e planeja com seu parceiro a gravidez, e a família apoia tal desfecho (AMAZARRAY, 1998AMAZARRAY, M.R. et al. A experiência de assumir a gestação na adolescência: um estudo fenomenológico. Psicologia: Reflexão e Crítíca, Porto Alegre, v. 11, n. 3, 1998, p. 431-440. Disponível em: Error! Hyperlink reference not valid.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79721998000300004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 set. 2010. doi: 10.1590/S0102-79721998000300004.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
; GOMES et al., 2002GOMES, W. de A. et al. Nível de informação sobre adolescência, puberdade e sexualidade entre adolescentes. Jornal de Pediatria, Rio Janeiro, v. 78, n. 4, 2002, p. 301-308. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572002000400009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 abr. 2011. doi: 10.1590/S0021-75572002000400009.
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).

Esses aspectos foram observados por uma das pesquisadoras inserida em um projeto de extensão na Fundação de Educação e Saúde Mandacaru, uma organização não governamental (ONG). Essa instituição desenvolve trabalhos socioeducativos com crianças, adolescentes e seus familiares numa comunidade em Fortaleza (CE). Tal conjuntura proporcionou maior aproximação com o universo dos adolescentes e direcionou para a investigação dos aspectos socioculturais e de saúde reprodutiva associada à gravidez na adolescência nessa comunidade.

Para melhor compreensão do significado de gravidez para meninas que ainda não despertaram para tal situação, a arte terapia foi uma forma de expressão escolhida pelas autoras para apreender os significados atribuídos ao fenômeno. Desse modo, chega-se à porta de entrada para o mundo da arte. O trabalho com arte terapia permite transformar símbolos ou códigos em significados e linguagem. Se os símbolos linguísticos são incapazes de nos apresentar integralmente os sentimentos, a arte surge como uma tentativa de fazê-lo (DUARTE JUNIOR, 1983DUARTE JUNIOR, J.F. Linguagem e arte. In: DUARTE JUNIOR, J.F. Porque arte-educação? Campinas, São Paulo: Papirus, 1983.). Além disso, essa abordagem favorece uma reflexão critica, através da discussão compartilhada dos valores e situações geradas a partir de vivências.

Dessa forma, objetivou-se conhecer o significado da gravidez para um grupo de adolescentes de uma comunidade carente, no nordeste brasileiro.

Metodologia

Foi feita pesquisa compreensiva, de natureza qualitativa, utilizando como referencial teórico filosófico os paradigmas da arte terapia, como expressão de sentimentos, desejos e significados difíceis de serem relatados através de palavras (DUARTE JUNIOR, 1983DUARTE JUNIOR, J.F. Linguagem e arte. In: DUARTE JUNIOR, J.F. Porque arte-educação? Campinas, São Paulo: Papirus, 1983.; MERCADO-MARTINEZ; BOSI, 2004MERCADO-MARTINEZ, F.J.; BOSI, M.L.M. (Org.). Introdução: notas para um debate. In: MARTURANO, E. M.; UNHARES, M. B. M.; LOUREIRO S. R.. Pesquiso qualitativo de serviços de saúde. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2004.).

Foi desenvolvida em uma favela, localizada no Morro do Sandra’s, na cidade de Fortaleza (CE), no período de maio a julho de 2009. A comunidade está localizada à beira-mar, onde migrantes do interior do Estado começaram a ocupar as dunas no início do ano de 1950. Essa comunidade, segundo parâmetros brasileiros, possui um baixo índice de desenvolvimento humano (BRASIL, 2010BRASIL. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Índicede desenvolvimento Humano (IDH), 2010. Disponivel em: <http://www.pnud.org.br/idh/>. Acesso em: 27 abr. 2011.
http://www.pnud.org.br/idh/...
).

Foram incluídas 15 adolescentes do sexo feminino, com os seguintes critérios de seleção: moradoras do Morro, estar frequentando a escola, ter idade mínima de 13 e máxima de 18 anos, não ter experienciado a gravidez, participarem das atividades de educação e saúde na Fundação Mandacaru e ter recebido autorização dos pais ou responsáveis para participação na pesquisa.

A formação do grupo pesquisado deu-se através de um convite formal às adolescentes da comunidade. Nesse momento foram explicados os objetivos da pesquisa, realização de atividades integrativas proporcionando o vínculo pesquisadores-adolescentes interessados em participar do grupo. Ao aceitaram verbalmente a participação na pesquisa foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para que elas levassem para seu responsável legal assinar e devolver na reunião seguinte.

As informações foram obtidas a partir da técnica de arte terapia com quatro práticas expressivas. Cada prática iniciava-se com uma pergunta norteadora:

1ª Prática

Utilizou-se a técnica de pintura livre usando tinta guache, e para tanto foi perguntado: quem eu sou?

2ª Prática

Utilizou-se a técnica de recorte e colagem; e para tanto foi perguntado: o que significa ser adolescente?

3ª Prática

Utilizou-se a técnica da construção com a massa de modelar e foi perguntado: o que é ser uma adolescente grávida?

4a Prática

Utilizou-se para esse momento a técnica de desenho com escrita livre do pensamento das participantes numa folha de papel A4 usando o pincel atômico e canetas coloridas.

Para apreensão dos dados, a partir da arte terapia, todas as práticas foram filmadas e fotografadas mediante autorização verbal e escrita das adolescentes e seus responsáveis. Usamos como recurso uma filmadora digital, câmera fotográfica digital, aparelho de som, CDs, revistas, cola colorida e com glitter, pincéis, tintas guache coloridas, lápis comum e de cor, tesoura, cartolinas e canetas coloridas.

Ao final de cada sessão, foi realizado um fechamento e avaliação, compartilhando os sentimentos, as emoções e a percepção individual e do grupo.

Os significados foram revelados através dos depoimentos das adolescentes nuligrávidas, captados durante as sessões de arte terapia. Posteriormente transcritos na íntegra, para leitura e releituras, iniciando esse processo, embasado no método de análise de Colaizzi(1978)COLAIZZI, P.F. Psycological research as the phenomenologist view it. In: VALLE, R.; KING, M. (Eds.). Existential phenomenological alternatives for psychology. New York: Oxford University, 1978.:

  1. Ler todos os dados para visualizar o todo;

  2. Revisar cada dado e extrair as afirmações significativas;

  3. Declarar o significado de cada afirmação significativa - formular significados;

  4. Organizar os significados formulados em grupos de temáticas;

  5. Integrar os resultados em uma descrição exaustiva do fenômeno estudado;

  6. Formular uma descrição exaustiva do fenômeno em estudo com uma afirmação de identificação tão inequívoca quanto o possível;

  7. Questionar os participantes sobre os achados até esse ponto como um passo final de validação.

Em seguida às extrações dos significados e a formulação de temas, o material empírico foi interpretado e discutido a partir da visão dos pesquisadores, da literatura correlacionada à temática, triangulando com os depoimentos das participantes, como expressão de linguagem e conhecimento.

Para garantir o anonimato e a confidencialidade da pesquisa, as adolescentes foram identificadas como Al a Al5. Os relatos extraídos das sessões de arte terapia permitiram a construção de três temáticas:

  • Adolescência: fase feliz;

  • Experiências de mudança na adolescência;

  • Mudanças na vida pessoal e familiar com o advento da gravidez.

Resultados e Discussão

Caracterização das participantes

Participaram do estudo 15 adolescentes do sexo feminino com idade entre 13 e 18 anos. Todas frequentavam a escola de maneira regular, cursando o ensino fundamental. Na sua totalidade, eram solteiras; porém, entre elas, duas haviam iniciado atividade sexual. Duas referiram exercer atividade de trabalho remunerado fora do domicílio, e 13 adolescentes revelaram participar das atividades diárias dentro do próprio lar. O grupo também foi unânime ao relatar morarem com seus pais.

1ª Temática: adolescência - fase feliz

A partir dos relatos, foi evidenciado que a adolescência é vivida com muito entusiasmo, mesmo passando por muitas dificuldades financeiras, privações emocionais e situação de violência e insegurança. As colaboradoras do estudo relataram, em sua grande maioria, pertencer a um grupo minoritário de pessoas felizes, que curtem a vida sem medo, participando de forma ativa no cotidiano de sua comunidade, família, amigos e escola. Fatos percebidos pelos relatos a seguir:

Sou cem por cento, só de felicidade... [risos] (A5).

Sou bem sapeca, muito divertida e alegre... [risos] (A7).

[...] eu sou uma pessoa que gosta de coisas livres, gosto de pensar livre e gosto de ser livre e aqui tem muito colorido e sou uma pessoa muito colorida, divertida, sapeca e tento ser uma pessoa mais feliz o possível (A10),

Esse estudo revelou uma representação bastante positiva que as adolescentes têm de si próprias, Ficou evidente pelos discursos e pelas expressões artísticas uma autoestima elevada e um significado bem sucedido de si mesma. Costa (2000)COSTA, A.C.G. Protogonismo juvenil: adolescência, educação e participação democrática. Salvador: Editora Fundação Odebrecht, 2000. enfatiza que a autoestima é talvez a variável mais crítica que afeta a participação exitosa de um adolescente com outros em um projeto. Os adolescentes com baixa autoestima desenvolvem mecanismos que provavelmente distorcem a comunicação de seus pensamentos e sentimentos e dificultam a integração grupal.

Um estudo das representações sociais dos adolescentes sobre si próprios encontrou similaridade com essa pesquisa quando revelou que 77,1% das evocações dos adolescentes foram positivas, constatada nos principais depoimentos que representaram a forma como eles se percebem, revelando como núcleo central a alegria/ bom humor/extroversão (ASSIS et al., 2003ASSIS, S.G. et al. A representação social do ser adolescente: um passo decisivo na promoção da saúde. Ciência & Saúde Coletivo, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, 2003, p. 669-679. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>. Acesso em:26 abr. 201I. doi: 10.15901 S1413-81232003000300002.
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).

As colaboradoras do estudo reforçaram seus sentimentos através das expressões artísticas, nesse momento utilizando a pintura. A seguir, a representação de alguns desses significados é mostrada na Figura 1.

Figura 1
Pintura livre.

As atividades lúdicas e criativas são essenciais para formulação do pensamento de grupos especiais como crianças e adolescentes. Significam um meio de expressão e de comunicação; permitem mostrar toda espontaneidade do ser e não ocultam seus verdadeiros sentimentos. Essa modalidade surge como uma forma simples, criativa para a exteriorização do seu ser mais íntimo, Quando a pintura flui, o mesmo ocorre com as emoções, A fluidez da tinta libera as emoções, induz o movimento de soltura, de expansão, trabalhando os mecanismos de relaxamento (VALLADARES, 2004VALLADARES, A.C.A Manejo arteterapêutico no pré-operatório em pediatria. Revista Eletrãnica de Enfermagem, Goiânia, v. 6, n. 1, 2004, p. 110-115. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br>. Acesso em: 26 abr. 2011.
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).

Uma forma leve e descontraída de aprender e expor sua percepção de vida e de mundo é através do brincar que é realizado com puro prazer e diversão, criando uma atitude alegre e espontânea (MOYLES, 2002MOYLES, J.R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.), Momentos como esse, foram proporcionados nesse estudo, através das práticas de arte terapia.

Os significados também se revelaram através da expressão corporal das adolescentes, captadas pela filmagem, em todas as sessões. As expressões também foram demonstradas através das atitudes, sorrisos, brincadeiras, descontração nas conversas e com o grupo, permitindo uma retratação significativa do seu bemestar e alegria de vivenciar essa fase, apesar de todo um contexto socioeconômico e educativo desfavorável.

2a Temática: experiências de mudança na adolescência

Os depoimentos revelaram que essa fase ocasiona incômodo devido às mudanças físicas, de evolução natural do processo de adolescer. Além de serem causadoras de conflitos, por constantes alterações hormonais, ocasionam labilidade emocional, que muitas vezes não identificadas, geram crises familiares e na comunidade. Em relação às mudanças físicas, exemplificam-se as situações reveladas nos depoimentos a seguir: “Acho ruim por causa das cólicas menstruais (A2)” “Tenho espinhas, acho ruim (A3)”.

A menstruação assume papel importante nessa fase de desenvolvimento da adolescente, pois ela continua sendo um marco que identifica a passagem da infância, da menina para a adolescência. Sua chegada constitui-se em importante elemento definidor da mudança para a fase adulta, independente do seu segmento social, caracterizando-se como um dos poucos ritos de passagem que ainda permanece valorizado nas sociedades modernas (BRETAS et al., 2008BRETAS, J.R.S. et al. Os rituais de passagem segundo adolescentes. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 21, n. 3, 2008, p. 404-411. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002008000300004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 25 abr. 2011. doi: 10.1590/50103-21002008000300004.
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).

Discutindo as mudanças associadas à labilidade emocional, os relatos a seguir desvelam esses conflitos: “Quero sair e minha mãe não deixa, fica pegando no meu pé (A7)” “Se apaixonar [risos] é bom, mas também é ruim a gente sofre (A8)”, “Ir para escola também é ruim, a professora fala demais (A5)”.

Outro estudo sobre rituais de passagem vivenciado por adolescentes revelou fato semelhante quando interpretou, como mudanças psicológicas e responsabilidade, as alterações vivenciadas pela maturidade, no qual a jovem se vê mais cobrada nas diversas atividades de seu cotidiano pelos pais, professores e outros (BRETAS et al., 2008BRETAS, J.R.S. et al. Os rituais de passagem segundo adolescentes. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 21, n. 3, 2008, p. 404-411. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002008000300004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 25 abr. 2011. doi: 10.1590/50103-21002008000300004.
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). Ainda nesse estudo, em relação às alterações psicológicas, as meninas relataram mudanças de ideias, sensações e sentimentos.

Sendo essa fase de grande transformação biopsicossocial, pode ser marcado por crises, dificuldades, mal-estar e angústia. Ao abandonar o corpo infantil e buscar o ingresso no mundo adulto, o adolescente sofre acréscimos em seu rendimento psíquico. Dessa forma, ele pode formar condições de altivez e independência da experiência dos mais velhos. Achando que ‘podem tudo’, se rebelam e começam a elaborar valores inusitados, muitas vezes contrários aos, até então, tidos como corretos. Aqui são elaborados questionamentos dos modelos prescritos pela sociedade. É nessa fase que tendem a não mais aceitar normas. Essa ‘rebeldia’ integra a construção da identidade juvenil e é fundamental ao seu desenvolvimento humano (MOREIRA et al., 2008MOREIRA, T.M.M. et al.. Conflitos vivenciados pelas adolescentes com a descoberta da gravidez. Revisto da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 42, n. 2, 2008, p. 312-320. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php.script=sci_arrrext&pid=50080-62342008000200015&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 19 abr. 2011. DOI: 10.1590/50080-62342008000200015.
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).

Nessa etapa do desenvolvimento, o indivíduo passa por momentos de desequilíbrios e instabilidades extremas, sentindo-se muitas vezes inseguro, confuso, angustiado, injustiçado, incompreendido por pais e professores, o que pode acarretar problemas para os relacionamentos do adolescente com as pessoas mais próximas do seu convívio social. Entretanto, essa crise desencadeada pela vivência da adolescência é de fundamental importância para o desenvolvimento psicológico dos indivíduos (DRUMMOND; DRUMMOND FILHO, 1998DRUMMOND, M.; DRUMMUNDO FiLHO, H. Drogas: a busca de respostas. São Paulo: Loyola, 1998.; PRATTA; SANTOS, 2007PRATTA, E.M. M.; SANTOS, MA Família e adolescência: a influência do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, 2007, p. 247-256. Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722007000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 2 jun. 2011. DOI: 10.1590/51413-73722007000200005.
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).

A adolescência favorece as condições necessárias para a emergência de uma série de problemas e conflitos dentro do contexto familiar, sendo que muitos estudos enfatizam que há um aumento das brigas e disputas entre pais e filhos durante esses anos (WAGNER et al., 2002WAGNER, A. el al. A comunicação em famílias com filhos adolescentes. Psicologia em EStudo, Maringá, v. 7, n. 1, 2002, p. 75-80. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arrrext&pid=S1413-73722002000100010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 2 jun. 2011. DOI: 10.1590/S1413-73722002000100010.
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), uma vez que a necessidade de negociação constante, inerente a essa etapa, aumenta o potencial de conflitos entre as gerações (MARTURANO; ELIAS; CAMPOS, 2004MARTURANO, E.; ELIAS, L; CAMPOS, M. O percurso entre a meninice e a adolescência: mecanismos de vulnerabilidade e proteção. In: MARTURANO, E. M.; UNHARES, M. B. M.; LOUREIRO S. R. (Orgs.). Vulnerabilidadeeproteção: indicadores natrajetória de desenvolvimento escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo/FAPESP, 2004.; PRATTA; SANTOS, 2007PRATTA, E.M. M.; SANTOS, MA Família e adolescência: a influência do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, 2007, p. 247-256. Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722007000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 2 jun. 2011. DOI: 10.1590/51413-73722007000200005.
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).

As adolescentes participantes do estudo demonstraram esses sentimentos na segunda prática de arte terapia, através de recorte e colagem (Figura 2).

Figura 2
Recorte e colagem.

A arte terapia, então, oferece oportunidade para que os significados sejam expressos com mais naturalidade, principalmente aquelas situações desagradáveis da fase da adolescência, permitindo a transformação de uma vivência ruim para uma experiência prazerosa criada a partir da arte.

A expressão corporal do grupo possibilitou, também, emergir uma configuração simbólica profunda das experiências de vida da adolescência. As imagens captadas pela filmadora percebem, com detalhe, o olhar, as caretas, as respostas corporais imediatas ao falar sobre as transformações físicas e da instabilidade humoral. As reações desencadeadas pelo vivenciar essa fase tornam-se perceptíveis por causar uma expressão real do verdadeiro sentimento captado, no momento em que encaram a adolescência de frente.

Ao trabalhar com as modalidades expressivas (desenho, pintura, colagem, dramatização, entre outras) gera-se um processo de organização do real e de sua criação, sendo, ao mesmo tempo, algo estruturante e expressivo, implicando na transformação dos significados. Simbolicamente o ato de cortar, rasgar os papéis e depois reuni-los, colá-los, corresponde subjetivamente à vivência de cortes, rupturas, reorganização-estruturação (VALLADARES, 2004VALLADARES, A.C.A Manejo arteterapêutico no pré-operatório em pediatria. Revista Eletrãnica de Enfermagem, Goiânia, v. 6, n. 1, 2004, p. 110-115. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br>. Acesso em: 26 abr. 2011.
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).

3a Temática: responsabilidade com mudança radical na família pela descoberta da gravidez

A terceira temática evidenciou como as meninas dão importância ao fator responsabilidade, mesmo sem nenhuma experiência prévia. Mostraram-se preocupadas com as obrigações que a situação impõe, e um fato surpreendente foi que, a grande maioria das participantes, não separa o evento da gravidez da responsabilidade de uma nova vida. Outro significado expressado foi a percepção de um amadurecimento precoce e a ocorrência da evasão escolar.

É complicado, dá desespero, porque a responsabilidade ê grande, é uma responsabilidade a mais na nossa vida (A2),

Tem que largar a escola e começar a trabalhar (A6),

Perde a juventude, não pode mais sair por causa do bebê [...] (A12).

As mudanças provocadas pela vinda de um novo ser, não se restringe somente às variáveis psicológicas e bioquímicas, pois os fatores socioeconômicos também são fundamentais. A gestação adolescente, antes um problema resolvido por um casamento às pressas ou exílio temporário com parentes em locais distantes, hoje ameaça o futuro dos jovens, considerando os riscos físicos, emocionais e sociais dela decorrentes (MOREIRA et al., 2008MOREIRA, T.M.M. et al.. Conflitos vivenciados pelas adolescentes com a descoberta da gravidez. Revisto da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 42, n. 2, 2008, p. 312-320. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php.script=sci_arrrext&pid=50080-62342008000200015&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 19 abr. 2011. DOI: 10.1590/50080-62342008000200015.
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).

Percebe-se, durante as sessões, uma postura reflexiva das adolescentes sobre a gravidez nessa fase da vida, expressando diferentes juízos de valor sobre esses acontecimentos observados dentro da comunidade. Como representado nas falas a seguir:

Tem umas meninas que largam a criança com a mãe dela e vai para rua, vai embora de casa, não tem responsabilidade nenhuma (A13), Minha vizinha abortou, não quis mudar a vida que levava, vivia na rua, e depois do aborto passou mal (A14).

A maternidade precoce pode modificar toda estrutura psicoafetiva da adolescente desde o início da atividade sexual, perpassando da contracepção até o desfecho de uma gravidez indesejada. Esses momentos fazem parte de um processo subjetivo e individual da adolescente que tem que encarar a responsabilidade e a tomada de decisão de forma abrupta e imediata. São adolescentes em processo de crescimento, construindo uma identidade de si e do mundo, aprendendo nas relações com os pais, pares, amigos e parceiros afetivo-sexuais a se tornarem pessoas adultas (BRANDÃO; HEILBORN, 2006BRANDÃO, E.R.; HEILBORN, M.L. Sexualidade e gravidez na adolescência entre jovens de camadas médias do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Público, Rio de Janeiro, v 22, n. 7, 2006, p. 1421-1430. Dísponível em: <Error! Hyperlink reference not valid.>. Acesso em: 24 our. 2011. doi: 10.1590/50102-311 X2006000700007.
https://doi.org/10.1590/50102-311 X20060...
). Claramente, esse processo é passível de entraves, imbricado com grandes circunstâncias vulneráveis.

O fenômeno da gravidez na adolescência, embora seja encarado como um evento inesperado ou indesejado, pode servir de crescimento social, que congrega um aprendizado gradual das regras sociais, das relações entre seus pares e principalmente da mudança de atitude perante os adultos. Foi notória, no discurso das adolescentes, a compreensão da mudança na dinâmica familiar a partir da parentalidade na adolescência. Essa situação reafirma sobremaneira a dependência familiar dos jovens. O apoio financeiro e afetivo permite que eles superem grandes obstáculos, mas também possibilita um cumprimento de novas tarefas domésticas impostas pela condição de ser mãe (BRANDÃO; HE1LBORN, 2006BRANDÃO, E.R.; HEILBORN, M.L. Sexualidade e gravidez na adolescência entre jovens de camadas médias do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Público, Rio de Janeiro, v 22, n. 7, 2006, p. 1421-1430. Dísponível em: <Error! Hyperlink reference not valid.>. Acesso em: 24 our. 2011. doi: 10.1590/50102-311 X2006000700007.
https://doi.org/10.1590/50102-311 X20060...
).

A forma como a adolescente encara a gestação nessa fase da vida tem ligação com as relações interpessoais que elas estabelecem com seus parceiros e familiares. Na maioria das vezes, o contato sexual é esporádico, não promovendo interação e tampouco vínculo duradouro, trazendo situações conflituosas, como um aborto provocado ou espontâneo (CERQEIRA-SANTOS et al., 2010CERQUEIRA-SANTOS, E. et al. Gravidez na adolescência: análise contextual de risco e proteção. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, n. 1, 2010, p. 73-85. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arrrext&pid=S1413-73722010000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 24 our. 2011. doi: 10.1590/51413-73722010000100009
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
). De fato, alguns estudos indicam que o percentual de aborto é maior em adolescentes abaixo de 20 anos de idade (AQUINO et al., 2003AQUINO, E.M.L. et al. Adolescência e reprodução no Brasil: A heterogeneidade dos perfis sociais. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, 2003, p. 377-388.; VIEIRA et al., 2007VIEIRA, L.M. et al. Abortamento na adolescência: um estudo epidemiológico. Ciência & Saúde Coletíva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 5, 2007, p. 1201-1208.).

Os significados referentes à gravidez na adolescência foram expressos pelas participantes do estudo através da prática com massa de modelar (Figura 3).

Figura 3
Desenho com massa de modelar.

A modelagem foi uma técnica de expressão, que permitiu a construção de um conceito de gravidez desconhecido através do imaginário.

As adolescentes representaram essa mudança de vida ocasionada pela gestação e o nascimento de um novo ser, através da construção imaginária de um novo lar, e se visualizando em novos papéis dentro da dinâmica familiar.

Essa modalidade de trabalho com a massa de modelar foi intencionalmente selecionada para essa etapa, por contribuir com a exteriorização de valores e atitude perante situações inusitadas como a gravidez na adolescência. Essa técnica promove uma sensibilização tátil, trabalhando profundamente conceitos enraizados no intelecto através do toque (VALLADARES, 2004VALLADARES, A.C.A Manejo arteterapêutico no pré-operatório em pediatria. Revista Eletrãnica de Enfermagem, Goiânia, v. 6, n. 1, 2004, p. 110-115. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br>. Acesso em: 26 abr. 2011.
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).

Essas criações simbólicas expressam e representam níveis profundos e inconscientes da psique, configurando um documentário que permite o confronto, no nível da consciência, dessas informações, propiciando insights e posterior transformação e expansão da estrutura psíquica (PHILIPPINI, 1998PHILIPPINI, A. Mas o que é mesmo arte-terapia? Revista de Artelerapia - Imagens da Transformação, v. 5, 1998, p. 4-9. Disponível em: <http://www.arteterapia.org.br/mas%20o%20q ue%20 e%20mesmo%20arteterapia>. Acesso em: 2 jun. 2011.
http://www.arteterapia.org.br/mas%20o%20...
).

Considerações finais

Ao final dessas exposições, percebe-se que as adolescentes possuem autoestima elevada, mesmo vivenciando situações conflituosas e violentas na família e na comunidade e conseguem ter autoconceito positivo de si mesmas. Em relação às mudanças biopsicossociais proporcionadas pela fase de adolescer, o estudo reafirmou ser parte integrante do desenvolvimento normal na adolescência e não diferiu do relatado pela literatura que retrata essa temática.

A expressão de significado da gravidez na adolescência para as participantes do estudo revelou uma maturidade surpreendente, uma vez que nenhuma integrante do grupo experienciaram esse evento. A projeção de futuro que faziam em torno da gravidez se baseava na percepção de amadurecimento precoce, independência financeira e evasão escolar.

O estudo permitiu também demonstrar que a técnica de arte terapia pelo seu poder criativo, possibilitou a expressão dos sentidos dado a vivência da adolescência, suas crises e sua visão sobre a gravidez, além de promover reflexão para o exercício saudável da sexualidade e da consciência do seu papel de promotor de sua saúde. Para os pesquisadores, a técnica favorece aproximação, integração e vínculo mais fortalecido com o grupo a ser investigado.

Nesse sentido, a arte favorece a autoexpressão, liberação da imaginação, verbaliza sentimentos e emoções profundas ora não exteriorizadas no dia a dia, promovendo, assim, autonomia na expressão do ser adolescente.

Agradecimentos

Os autores da pesquisa agradecem as adolescentes participantes do estudo. A Fundação Mandacaru agradece o apoio contínuo da Südtiroler Ärzte für die Dritte Welt onlus (Bozen, Itália).

  • *
    Estudo inédito, que contempla um objetivo do projeto ‘Fatores associados à gravidez e DST na adolescência e o impacto de Intervenções de educação em saúde: financiado pela Fundação de Educação e Saúde Mandacaru. O estudo recebeu parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Fortaleza, sob o nº 125/08.
  • Suporte financeiro: Fundação de Educação e Saúde Mandacaru

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Ago 2023
  • Data do Fascículo
    Jan-Mar 2012

Histórico

  • Recebido
    Jul 2011
  • Aceito
    Nov 2011
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