Acessibilidade / Reportar erro

Participação Social e protagonismo em saúde mental: a insurgência de um coletivo

Resumos

Este artigo busca contribuir para a Reforma Psiquiátrica, propondo-se a analisar um de seus atuais desafios: o exercício de protagonismo e participação social de usuários em saúde mental. Para tanto, descreve uma pesquisa, sustentada metodologicamente na cartografia, em espaços instituídos de participação, em um Centro de Atenção Psicossocial de município da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, onde foram utilizadas as seguintes ferramentas de pesquisa: observação participante, diário de campo e entrevistas com gestores, trabalhadores e usuários. Entre seus resultados, o conceito de coletivo indicou a potência de um novo arranjo participativo, capaz de dialogar com as noções de autonomia e protagonismo, constituindo-se enquanto plano existencial fértil para o exercício de protagonizar em saúde mental.

Saúde mental; Participação social; Políticas públicas


This article seeks to contribute to the Psychiatric Reform, aiming at the analysis of one of its current challenges: the exercise of protagonism and social participation of mental health users. For this, it describes a research, methodologically based on the cartography method, supported by established spaces of participation in a Psychosocial Attention Center of a town in the western border of Rio Grande do Sul, using the following research tools: participant observation, field diary and interviews with managers, workers and users. Among its findings, the concept of collective indicated the power of a new participatory arrangement, capable of dealing with the notions of autonomy and protagonism, which acts as a breeding ground for the exercise of protagonism in mental health.

Mental health; Social participation; Public policies


  • BARROS, R. B. Reforma Psiquiátrica Brasileira: resistências e capturas em tempos neoliberais. In: CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (Org.). Loucura, Ética e Política: Escritos Militantes. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.p. 196-206.
  • BRASIL. Sistema Único de Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Organizadora da IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial. Relatório Final da IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial, 27 de junho a 1 de julho de 2010. Brasília: Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, 2010.
  • ______. Congresso Nacional. Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde e dá outras providências. Brasília: Ministério da Saúde, 1990.
  • CÔRTES, S. V. Construindo a possibilidade da participação dos usuários: conselhos e conferências no Sistema Único de Saúde. Sociologias, Porto Alegre, ano 4, n. 7, p. 18-49, jan./jun. 2002.
  • ESCÓSSIA, L. O coletivo como plano de criação na Saúde Pública. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 13, supl. 1, p. 689-694, 2009.
  • FIGUEIRÓ, R. A.; DIMENSTEIN, M. O cotidiano de usuários de CAPS: empoderamento ou captura? Fractal: Revista de Psicologia, Niterói, v. 22, n. 2, p. 431-446, maio/ago., 2010.
  • FLEURY-TEIXEIRA, P. et al Autonomia como categoria central no conceito de promoção de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, supl. 2, p. 2.115-2.122, 2008.
  • GOULART, F. Dilemas da participação social em saúde no Brasil. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 34, n. 84, p. 18-32, jan./mar. 2010.
  • GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
  • LOURAU, R. A Análise Institucional. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995. 118p.
  • PANDE, M. N. R.; AMARANTE, P. Desafios para os CAPS como serviços substitutivos – a nova cronicidade em questão. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p. 2067-2076, 2011.
  • PASSOS, E.; BARROS, R. B. A cartografia como método de pesquisa-intervenção. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; DA ESCÓSSIA, L. (Orgs.) Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p.17-31.
  • ______. Clínica, política e as modulações do capitalismo. Revista Lugar Comum, Rio de Janeiro, n. 19-20, p. 159-171, jan./jun. 2004.
  • TORRE, E. H. G.; AMARANTE, P. Protagonismo e subjetividade: a construção coletiva no campo da saúde mental. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 73-85, 2001.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Abr 2013
  • Data do Fascículo
    Dez 2012

Histórico

  • Recebido
    Nov 2011
  • Aceito
    Jun 2012
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde Av. Brasil, 4036, sala 802, 21040-361 Rio de Janeiro - RJ Brasil, Tel. 55 21-3882-9140, Fax.55 21-2260-3782 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revista@saudeemdebate.org.br